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(482) – AMOR NO VELHO TESTAMENTO – I

AMOR  NO  VELHO TESTAMENTO   1

Do ponto de vista humano, claro que havia amor. Jacó amava Raquel, e trabalhou sete anos para Labão, seu futuro sogro, por amor dela (Gn.29:18). Depois de vinte anos servindo o sogro, Jacó volta à sua família. Parou na cidade de Siquem, e sua filha Diná saiu a passear. Siquem, filho de Amor, Heveu, se apaixonou de tal forma por Diná, que, por exigência de Jacó, todos os varões daquela cidade, se submeteram à circuncisão, e à fé de Jacó e sua família, para que Diná se casasse com Siquem (Gn.34:1-24). Este é o amor universal, entre homem e mulher, e também o amor tribal, onde o sangue unia as pessoas. Este é também o amor entre amigos, como Davi e Jônatas, filho do rei Saul (I Sm.18:1-4).

O amor de Deus, revelado por Jesus Cristo, não era conhecido pelos homens. É o amor que não se vinga, não escraviza, não cobra, não vira o rosto, não se ofende, não faz acepção de pessoas, não lança maldições, nem pragas, nem pestes mortíferas, não rouba, não oprime aos mais fracos, não mata, não manda para a prisão.

  1. Onde Jeová, que se intitulou deus, derramou o seu furor sobre as nações que não o conheciam, não há amor (Sl.79:6).
  2. Onde Jeová, que se intitula deus misericordioso, entrega o seu povo aos desejos de seus corações, porque desobedeceram, não há amor, mas ímpeto corruptor (Sl.81:11-12).
  3. Onde esse deus matador, para castigar o seu povo que era idólatra, com fúria infernal, amontoa males sobre eles, atira setas mortais, faz passar fome, envia carbúnculo (lesão cutânea) para os destruir, e peste amarga; envia feras com a peçonha das serpentes; envia a espada e o pavor sobre todos, mancebos, virgens, homens de cãs, e também criancinhas de peito (Dt.32:22-25). O deus que faz estas coisas não conhece o amor revelado por Cristo.
  4. O deus, que para saciar a sua fome de vingança contra o rei Saul, que já estava morto a mais de trinta anos, aceitou a morte de sete filhos de Saul por enforcamento, para sentir paz, não conhece o amor (II Sm.21:1-14).
  5. Onde o bondoso deus Jeová põe o seu rosto contra uma cidade inteira para mal, e não para bem, não existe nem vestígio de amor (Jr.21:10). Diz o Novo Testamento que o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (I Co.13:7). Qualquer ser humano que tenha um pouco de bom senso, iria perder o tempo em fazer o mal sem nenhum objetivo benéfico. Vá ocupar o tempo em algo útil. Só os demônios têm disposição para fazer o mal sem nenhum intuito bom.
  6. Onde um deus, como Jeová, ordena que se escreva que ele é a rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os caminhos juízo são. Ele é a verdade; justo e reto é (Dt.32:4). Onde, um deus com esses atributos pode se deleitar destruindo o seu povo, como fez Jeová? (Dt.28:33).
  7. Como pode ser, que Jeová deus, o deus fiel, que guarda o concerto e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos, depois que confessou que Jó, seu servo, que era entre todos o mais sincero e reto, temente a deus e que desviava-se do mal; como pode esse deus desferir contra Jó suas frechas embebidas no seu ardente veneno, para envenenar o espírito do fiel Jó? (Dt.7:9; Jó1:8; 6:4).

O grande problema, é que no Velho Testamento não havia amor; no coração de Jeová nunca houve amor, pois a lei não opera o amor, mas opera a ira (Rm.4:15).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(481) – OS DOIS PASTORES

OS  DOIS  PASTORES

No Velho Testamento Jeová era o pastor e o povo de Israel era o rebanho de ovelhas. O profeta Isaías diz: “Eis que o Senhor Jeová virá como o forte, e o seu braço dominará; eis que o seu galardão virá com ele, e o seu salário diante da sua face. Como pastor apascentará o seu rebanho; entre seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele guiará mansamente” (Is. 40:10-11).

No Novo Testamento, Jesus é o pastor, e a sua Igreja é o rebanho. Ele disse: “Eu sou o bom pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas ovelhas sou conhecido” (Jo. 10:14).

Parece que Jeová e Jesus são a mesma pessoa. Comparemos o modo de apascentar de cada um, para tirar as dúvidas e ter convicção no que cremos.

1. O pastor Jeová lançou terríveis maldições sobre suas ovelhas para destruí-las (Dt. 28:15-68).

O pastor Jesus nos resgatou das maldições, e nos deu a vida eterna (Gl. 3:13; Jo. 5:24).

2. Jeová, com indignação e com violência, reina sobre o seu rebanho (Ez. 20:33).

Jesus Cristo reina pelo amor. Ele disse: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros na medida que eu vos amei a vós” (Jo. 13:34).

3. O pastor Jeová impõe terrível jugo e servidão sobre o seu rebanho   (II Cr. 12:7-8).

O bom pastor, Jesus Cristo, liberta. Paulo declarou: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl. 5:1).

4. Jeová entregou as ovelhas para serem devoradas pelas nações. Vendeu por um nada o seu rebanho, e não aumentou sua riqueza com o preço delas (Sl. 44:11-12).

O verdadeiro pastor se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau segundo a vontade de Deus nosso Pai       (Gl. 1:4).

5. Jeová, como pastor, abandonou as suas ovelhas ao léu da sorte. Ele disse: “Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele” (Am. 7:8). E disse mais:“Chegou o fim sobre o meu povo Israel; daqui por diante nunca mais passarei por ele”        (Am. 8:1).

Jesus, o bom pastor, vai buscar a ovelha perdida onde ela estiver  (Lc. 15:4-7).

6. O pastor Jeová entrega o pecador para andar segundo os desejos do seu coração (Sl. 81:11-12).

Jesus dá a vida pelos pecadores: “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8; I Tm. 1:15).

7. O provérbio popular diz: Não se apanha moscas com vinagre, e sim com açúcar. Pois Jeová, o pastor, diz: “Eis que darei a comer alosna a este povo, e lhe darei a beber água de fel” (Jr. 9:15).

Jesus, o bom pastor, diz: “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte dágua que salte para a vida eterna” (Jo. 4:14).

8. Jeová, o pastor do Velho Testamento, atira setas cheias de veneno mortal contra os seus servos mais chegados e íntimos. É o próprio Davi, vitima dessas setas, quem nos relata o fato: “Jeová, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor, porque as tuas flechas se cravaram em mim” (Sl. 38:1-2). E agora fala Jó, o homem mais reto, fiel, e sincero que havia no seu tempo. Ele diz:“Porque as flechas do Todo-poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno o bebe o meu espírito” (Jó 6:4). Para fazer isso com Jó, é preciso não ter nem um resquício de caridade. Só Jeová seria capaz de tamanha crueldade só para agradar Satanás.

Jesus, o bom pastor, nos veste com uma armadura, e nos dá o escudo da fé, com o qual podemos apagar os dardos inflamados do maligno      (Ef. 6:16).

9. Jeová salvou o seu rebanho do Egito, não por amor às ovelhas, mas por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu poder (Sl. 106:8). Pura política!

Jesus, o bom pastor, deu a sua vida pelas ovelhas (Jo. 10:11). O bom pastor não buscou a sua glória(Jo. 8:50). A glória que recebeu do Pai, deu para suas ovelhas, pelo tanto que as ama (Jo. 17:22).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(480) – JEOVÁ E O ABISMO – III

JEOVÁ  E  O  ABISMO  3

  1. Que lugar é o abismo? É a prisão dos demônios; milhões de demônios. João, no Apocalipse diz:“Vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. E abriu o poço do abismo, e subiu fumo do poço, como o fumo de uma grande fornalha, e com o fumo do poço escureceu-se o sol e o ar. E do fumo vieram gafanhotos sobre a terra, e foi-lhes dado poder, como o poder que têm os escorpiões da terra” (Ap.9:1-3). O fumo da fornalha mostra que o abismo é lugar de tormento. E os gafanhotos são figuras dos demônios atormentados na fornalha do abismo, que ao saírem cheios de ódio vão atormentar os homens que não têm em suas testas o sinal de Deus, e o seu tormento é semelhante ao tormento do escorpião quando fere o homem(Ap.9:4-5). Esses gafanhotos, no seu parecer, eram semelhantes a cavalos aparelhados para a guerra, seus rostos eram como rostos de homens que usavam coroas de ouro. Tinham cabelos compridos como mulheres e dentes como de leões. Usavam couraças de ferro, e o ruído de suas asas eram como o ruído de muitos carros em combate. E tinham caudas semelhantes a escorpiões, e aguilhões na ponta da cauda para ferir; e o seu poder era de cinco meses para atormentar os homens (Ap.9:7-10). E tinham sobre si rei, o anjo do abismo; em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego Apoliom (Ap.9:11). Abadom que quer dizer destruidor é transliterado no Apocalipse para designar o diabo.
  2. O Abismo é o poço negro e cheio de fumo, e o lugar donde sai uma besta cor de escarlate, que tem sete cabeças e dez chifres, que traz sobre ela uma prostituta toda adornada de ouro e pedras preciosas, tendo na mão um cálice de ouro cheio de abominações e da imundícia da sua prostituição. Na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições da terra. E a mulher estava embriagada com o sangue dos santos, e o sangue das testemunhas de Jesus(Ap.17:1-8). Essa besta é a que mata as duas testemunhas de Jesus de Ap.11:1-7.
  3. O abismo é a prisão onde será lançado Satanás por mil anos. Diz o texto que um anjo desceu do céu com a chave do abismo, e prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos (Ap.20:1-3). Passados os mil anos será solto Satanás da sua prisão e sairá a enganar as nações pelos quatro cantos da terra, e levá-los a batalha contra os santos (Ap.20:7-10).
  4. O apóstolo Pedro revela que os anjos que pecaram foram lançados no inferno, em cadeias de escuridão, ficando reservados para o juízo (II Pd.2:4). Mas que tem a ver o inferno com o abismo? O profeta Isaías nos revela que o inferno é a parte mais profunda do abismo: “Já foi derribada no inferno a tua soberba com o som dos teus alaúdes; os bichinhos debaixo de ti se estenderão e te cobrirão. Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! e tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei da banda dos lados do norte. Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo” (Is.14:11-15).
  5. Como vimos, este mundo, ou melhor, a terra em que vivemos, é um abismo tenebroso e sem forma (Gn.1:2). Quem o formou foi Jeová (Sl.104:5-6; Pv.8:26-29). Esta terra é um cemitério redondo, pois Jesus desceu ao abismo dos mortos para tentar tira-los do poder da morte e da condenação (Rm.10:6-7). E Jeová é o autor desta parafernália, pois é o autor de todos os caminhos que levam à morte. As pragas de Jeová levam à morte; as pestes de Jeová levam à morte, as maldições de Jeová levam à morte; as guerras de Jeová, varão de guerra e Senhor dos exércitos e a lei de Jeová levam à morte (Ez.18:20). E finalmente, a ira de Jeová leva à morte (Dt.32:22-25).

Enquanto Jeová e seus anjos se ocupavam de matar e destruir os homens por quatro mil anos, o Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo trabalhou construindo um reino celestial, uma cidade celestial fora do abismo, um lar para os que crêem em Cristo. Trabalhou o Pai, o Filho e o Espírito Santo no projeto da graça (Tt.2:11; II Co.8:9, 5:18-21; Jo.14:1-4; Fp.3:20-21; II Tm.4:18; I Pd.1:3-4). E até Abraão já sabia disso (Hb.11:8-10). E até hoje o Pai trabalha (Jo.5:17).

E há crentes e teólogos que, para lançar tropeço nos cegos, perguntam: E o que Deus estava fazendo enquanto Jeová aprontava?

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(479) – JEOVÁ E O ABISMO – II

JEOVÁ  E  O  ABISMO  2

Vimos no estudo no1, que o abismo é criação de Jeová, pois ele declara que criou a terra: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn.1:1). Como a teologia e os cristãos entendem que Deus é Jeová, ele é o criador da terra e dos planetas, etc. Há outros textos em que Jeová declara ser o criador da terra(Is.42:5; 45:12; Jr.27:5). E Jeová cobriu a terra com o abismo como a um vestido (Sl.104:5-6).Salomão diz que Jeová passou o compasso sobre a face do abismo (Pv.8:26-27). E Jeová fortificou as fontes do abismo (Pv.8:28). Em Gn.1:2, lemos que havia trevas sobre a face do Abismo, logo o abismo, que é a terra em que vivemos, é um lugar de escuridão e trevas totais. O dicionário diz que o abismo é um fosso negro. Pois Jeová declara que este abismo e todos os que nele habitam são dele (Sl.24:1).Jeová dá tanto valor a este abismo, que repete muitas vezes que lhe pertence. Querem ver? “Agora pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes a meu concerto, então sereis a minha propriedade particular dentre todos os povos, porque a terra é minha” (Ex.19:5). Jeová não sabia que o abismo é o lugar só de mortos? O abismo é um imenso cemitério, pois quando Jesus desceu a este mundo, desceu ao abismo que é o lugar dos mortos         (Rm.10:7).

E Jeová reina no abismo? Reina sobre os mortos? O reino de Israel, fundado por Jeová 1.650 anos antes de Cristo, era reino de mortos? Paulo diz: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm.5:12). E continua falando o grande apóstolo: “Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só — Jesus Cristo” (Rm.5:17). E continua Paulo: “Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (I Co.15:21-22).

O reino de Deus, estabelecido por Jesus Cristo, é formado por vivos, pois quem crê em Cristo e no Pai que o enviou, passou da morte para a vida (Jo.5:24). É por isso que o evangelista Lucas diz: “A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus” (Lc.16:16). Está certo Lucas, pois os mortos não participam das coisas dos vivos. Moisés era morto, Josué era morto, os doze filhos de Jacó eram todos mortos. As doze tribos de Israel, que levam os nomes dos filhos e netos de Jacó, são formadas de mortos. O reino de Davi era feito de mortos, e Jeová é o deus dos mortos.

Como a terra é o abismo, e o abismo é o lugar dos mortos, como o prova a Escritura Sagrada, o templo de Salomão era um necrotério, e a glória de Jeová estava lá dentro (I Rs.8:6, 10-11). Nessa hora Salomão declara que Jeová habitava nas trevas (I Rs.8:12-13). As trevas são a morte (Sl.107:10).

O que choca o leitor da Bíblia é que Jeová, que é El Shaday, o Todo poderoso, abençoa com as bênçãos do abismo, isto é, bênção dos mortos. O texto diz: “Pelo deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-poderoso, o qual te abençoará com as bênçãos dos céus de cima, com as bênçãos do abismo que está embaixo, com as bênçãos dos peitos e da madre” (Gn. 49:25). São estas as palavras de Jacó para abençoar José (Gn.49:25-26). Antes de morrer Jacó abençoou todos os filhos. As bênçãos dos céus de cima era a eleição de Jeová (Gn.37:4-11). As bênçãos do abismo que vieram de baixo, foram, por exemplo, José cair nas graças de Faraó, e ser colocado como governador do Egito, por ter interpretado o sonho das sete vacas gordas e sete vacas magras, que eram sete anos de fartura, e sete anos de fome que viriam sobre a terra. Por que essas bênçãos de Faraó são bênçãos do Abismo que está em baixo? (Gn.41:1-4, 28-33). As bênçãos são do abismo, porque Faraó é o grande dragão(Ez.29:3). E o grande dragão é Satanás: “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo, e Satanás, que engana a todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele” (Ap.12:9).

Mas, quem é que comanda as bênçãos do abismo, que são as bênçãos de Satanás? El Shaday, o Todo poderoso. Quais são as bênçãos do abismo, que vêm de Satanás com a ordem de El Shaday? Ouro, prata, poder, glória, governo deste mundo, ou melhor, do abismo.

Não há duvida que foi El Shaday quem mandou Satanás oferecer as bênçãos do abismo: “E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu” (Lc.4:5-8). Jesus simplesmente disse: Vai-te Satanás.

Jesus não aceitou e os cristãos andam atrás das bênçãos do abismo, que é exatamente o plano e a vontade de Jeová, o El Shaday!

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(478) – JEOVÁ E O ABISMO – I

  • JEOVÁ   E   O  ABISMO  1

    Jeová foi quem plantou as árvores do jardim do Éden. Leiamos a Escritura: “E plantou Jeová Elohim um jardim no Éden, da banda do oriente; e pôs ali o homem que tinha formado. E Jeová Elohim fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gn.2:8-9).

    O jardim do Éden com suas árvores são uma pálida figura das nações e reinos futuros que Jeová formou e estabeleceu na história, desde Gênesis, capítulo dois, até os dias de hoje. É por isso que Jeová, sendo Deus só do povo de Israel, é também Deus de todas as nações. Ezequiel, o profeta, revela essa verdade: “Eis que a Assíria era um cedro no Líbano, de ramos formosos, de sombrosa ramagem e de alta estatura, e o seu topo estava entre os ramos espessos. As águas o fizeram crescer, o abismo o exalçou; as suas correntes corriam em torno da sua plantação, e ela enviava os seus regatos a todas as árvores do campo” (Ez.31:3-4). A Assíria era uma árvore no Líbano, e as outras árvores eram outras nações, pois Ezequiel diz: “Os cedros não o podiam escurecer no jardim de Deus; as faias não igualavam os seus ramos, e os castanheiros não eram como os seus renovos; nenhuma árvore no jardim de Deus se assemelhou a ele na sua formosura. Formoso o fiz com a multidão dos seus ramos; e todas as árvores do Éden, que estavam no jardim de Deus, tiveram inveja dele” (Ez.31:8-9). Jeová é quem declara: “Formoso o fiz com a multidão dos seus ramos”. Sendo Jeová Deus quem formou o reino assírico, por que está escrito que foi o abismo que o exaltou? (verso 4)

    Jeová é o autor do abismo; vejamos: “Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum. Tu a cobres com o abismo como com um vestido; as águas estavam sobre os céus” (Sl. 104:5-6). Salomão confirma esta verdade: “Ainda ele não tinha feito a terra, nem os campos, nem sequer o princípio do pó do mundo. Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando compassava ao redor a face do abismo, quando firmava as nuvens de cima, quando fortificava as fontes do abismo” (Pv.8:26-28). Por este texto, o abismo tem fontes poderosas. Sendo, pois, o abismo, este mundo em que vivemos, isto é, a terra, todas as nações e povos, e raças, vivem num abismo medonho, por isto a história dos homens é feita de guerras, tirania, morticínios, genocídios, ódios, cobiças, traições, taras, anormais, paranóias, loucuras e ilusões falsas.

    A Escritura revela que, antes da narrativa da criação já existia o abismo: “A terra porém era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn.1:2). Salomão falou que Jeová compassava ao redor a face do abismo(Pv.8:27). E em Gn.1:2 lemos que havia trevas sobre a face do abismo. Unindo todos os pontos, concluímos: As trevas que estão sobre a face do abismo são potestades malignas, ou melhor, anjos caídos, chefiados por Satanás; tudo obra de Jeová. Antes de Cristo, Jeová governava este mundo através dos anjos: “Jeová tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo. Bendizei a Jeová, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo a ordem da sua palavra” (Sl. 103:19-20). Paulo declara que os anjos que governam o mundo da parte de Jeová, são perversos: “Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Ef.2:2-3). E Paulo declara que devemos dar graças ao Pai, que nos fez idôneos para participar a herança dos santos na luz; o qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor (Cl.1:12-13).

    Ora, no Velho Testamento lemos: “Porque o reino é de Jeová, e ele governa entre as nações” (Sl.22:28). “Jeová reina; tremam as nações” (Sl.99:1). “Quem te não temeria a ti, ó rei das nações? pois isto só a ti pertence” (Jr.10:7).

    Como o monarca absoluto deste mundo, que é o abismo, Jeová estabelece reis e também os depõe. Jeová deu todos os reinos na mão de Nabucodonosor, inclusive o reino de Judá, que é o trono de Jeová (Jr. 27:5-8, 12-13)“Esta sentença é por decreto dos vigiadores, e esta ordem é por mandado dos santos; a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e os dá a quem quer, e até ao mais baixo dos homens constitui sobre eles” (Dn.4:17). É Jeová quem estabelece os tiranos deste mundo. Foi Jeová que levantou Nabucodonosor e foi Jeová quem o depôs do trono (Dn. 4:30-31). Jeová é quem tira a vida e a dá (I Sm.2:6; Dt.32:39). E ele disse: “Moabe está destruída, os seus mancebos escolhidos desceram à matança, diz o rei, cujo nome é Jeová dos Exércitos” (Jr.48:15). Como este mundo em que vivemos é o abismo medonho, Jeová é o rei do abismo, e é o deus do abismo.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(477) – OS DOIS JUGOS – II

OS  DOIS  JUGOS  2

Existem, como dissemos, dois testamentos: o Velho e o Novo. No Velho Jeová foi cabeça e no Novo Jesus é o cabeça. Paulo diz: “Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos, e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos, e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; e sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Ef. 1:18-23).

No Velho Testamento tudo era sombra, pois Paulo diz: “Ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Cl.2:16, 17). “Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelo mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam” (Hb.10:1). Sombra é sombra, não é nem imagem.

No Novo Testamento tudo é luz. Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo. 8:12). Comparemos as coisas das trevas com as da luz:

  1. Jeová ordena: “Aborrecerás o teu inimigo (Mt. 5:43)”. Eu, porém, vos digo, diz Jesus: “Amai a vossos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem” (Mt. 5:44). Jesus, não só exige muito mais que Jeová, como também vai contra as ordens tenebrosas desse deus odioso.
  2. Jeová põe o mundo no coração dos homens (Ec. 3:11). Jesus, entretanto, revela que o mundo o odeia, porquanto testifica que as suas obras são más (Jo. 7:7). O apóstolo João, o mais íntimo de Cristo, diz: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (I Jo. 2:15-17). Colocar o mundo no coração dos homens é colocar concupiscência, logo Jeová coloca a concupiscência no nosso coração, é o que revela João. E Tiago nos diz: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que se fizer amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus” (Tg. 4:4). Se Jeová fosse Jesus ou fosse o Pai, ao por o mundo no coração dos homens, os faria seus inimigos, o que seria absurdo, logo, Jeová é amigo de Satã.
  3. Jeová apóia a cobiça carnal, pois disse na lei: “Quando saíres à peleja contra os teus inimigos, e Jeová teu deus os entregar nas tuas mãos, e tu deles levares prisioneiros, e tu entre os presos vires uma mulher formosa à vista, e a cobiçares, e a queiras tomar por mulher, então a trarás para a tua casa, etc.” (Dt. 21:10-14). Mas Jeová, na lei, proíbe a cobiça (Ex. 20:17). Se proíbe cobiçar as mulheres dos patrícios, e apóia a cobiça aos estranhos, faz acepção de pessoas(At. 10:34). O deus de Moisés e o Deus de Pedro não são os mesmos. Jesus, entretanto, declara que a cobiça carnal leva infalivelmente ao inferno (Mt. 5:27-30).
  4. Jeová tolerava o pecado de alguns, e não tolerava de outros. Davi adulterou com Bate-Seba, mulher de Urias, o heteu, e pela lei deveriam ambos ser apedrejados: “Também o homem que adulterar com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera” (Lv. 20:10). Jeová, neste caso, cometeu três pecados:

a) Quebrantou a própria lei não matando os criminosos.

b) Em lugar do adúltero Davi, seu escolhido, matou o filho, fruto do adultério (II Sm. 12:14-20).

c) E em lugar da adúltera Bate-Seba, Jeová deixou morrer Urias, seu fiel marido e um dos 37 valentes de Davi (II Sm. 11:14-17; 23:39). O que agrava o pecado de Davi, é que o próprio Urias levou a carta que o condenava à morte. Que crueldade! E Jeová permitiu tal coisa? Claro, pois Jeová manda exterminar criancinhas de peito (Dt. 32:22-25). Jesus não tolera o pecado, por isso João, o apóstolo mais chegado a Jesus, diz: “Quem comete o pecado é do diabo” (I Jo. 3:8). E diz mais: “Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu” (I Jo. 3:6). A peneira de Cristo é tão fina, que quem deixa de fazer o bem vai para o inferno (Mt. 25:41-46). Antes da conversão, éramos escravos do pecado, mas agora fomos libertados do pecado (Rm. 6:18). Somos novas criaturas, nascemos de novo, crucificamos a carne (Gl. 5:24). Paulo recomenda em Cl. 3:9-10: “Não mintais uns aos outros pois já vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou”.

Por que há uma diferença tão grande entre os varões da velha aliança, e os varões da nova aliança? Entre os de Jeová e os de Cristo?

  1. Os de Jeová eram escravos da lei, da carne e do pecado (Gl. 4:21-25). Os de Jesus Cristo são libertados da escravidão (Gl. 5:1-4), da carne (Gl. 5:24) e do pecado (I Jo. 3:9).
  2. Os da velha aliança hão de herdar a terra e o inferno (Sl. 37:29). Os santos herdarão o céu (I Pd. 1:3-4).
  3. Os de Jeová são deste mundo (Sl. 24:1). Os de Cristo não são deste mundo, e só estão aqui como peregrinos e forasteiros para pregar as boas novas do evangelho (Hb. 11:13-16).

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(476) – OS DOIS JUGOS – I

OS  DOIS  JUGOS  1

As Escrituras Sagradas se compõem de dois testamentos, o velho e o novo. O Velho Testamento tinha como cabeça Jeová, o deus do povo hebreu, e o Novo Testamento tem como cabeça Jesus Cristo. Sobre o cabeça do Velho Testamento, ele mesmo testemunhou de si próprio dizendo: “Eu sou deus” (Is. 43:12). Ele também disse: “Fora de mim não há deus” (Is. 44:6). E também declarou: “Eu sou Jeová, e fora de mim não há salvador” (Is. 43:11). E Jeová, tendo Moisés como mediador, fez um concerto com o povo de Israel no monte Sinai: “E Moisés tomou o livro do concerto, e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que Jeová tem falado faremos, e obedeceremos” (Ex. 24:7).

Moisés foi, como dissemos, o mediador do concerto do Velho Testamento feito com Jeová (Gl. 3:19).Jesus é o mediador de um novo concerto, feito com o Pai: “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas, porque se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo” (Hb. 8:6-7). Vejamos quais as diferenças entre os dois concertos: O velho concerto de Jeová exige menos do que o novo concerto de Jesus, portanto foi mais suave. Provemos:

  1. No velho concerto Jeová enriquecia os seus servos. O rei Davi declara: “Riquezas e glória vêem de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo” (I Cr. 29:12). E Davi morreu cheio de riquezas e glória (I Cr. 29:27-28). No segundo concerto, Jesus não aceita riquezas. Ele declara: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça e nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam” (Mt. 6:19-20). Textos paralelos: I Tm. 6:17-19; Lc. 14:33; Tg. 2:5.
  2. No concerto de Jeová, o servo era obrigado a dar o dízimo (Ml. 3:10). No novo concerto de Jesus, o servo tem que dar tudo, pois Jesus mesmo disse: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me” (Mt. 19:21). A um outro, muito rico, que construiu mais celeiros para guardar sua safra, Jesus disse: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será?” (Lc. 12:20). E a outro disse: “Qualquer de vós, que não renuncia a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo” (Lc. 14:33).
  3. No velho concerto Jeová obrigava seus servos a guardar a lei e observar os seus estatutos. Jeová declarou: “Atendei-me, povo meu; nação minha, inclinai os ouvidos para mim; porque de mim sairá a lei, e o meu juízo se estabelecerá como luz dos povos” (Is. 51:4). “Não se humilharam até o dia de hoje, nem temeram, nem andaram na minha lei, nem nos meus estatutos, que pus diante de vós” (Jr. 44:10). Jesus no seu concerto diz: “Então disse Jesus: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” (Mt. 16:24). E Paulo completa, dizendo: “Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências” (Gl. 5:24). Jesus exige muito mais no seu concerto.
  4. Jeová mata quem peca: “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez. 18:20). Pecar é praticar o mal. Jesus Cristo diz no seu concerto: “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, e não me visitastes. Então eles também me responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos não o fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mt. 25:41-46). No concerto de Jeová, quem mata, quem rouba, quem pratica o mal, apenas morre. No concerto de Jesus, quem não praticar o bem, vai sofrer as penas do fogo eterno junto com Satanás e os demônios.
  5. Jeová concede o divórcio quando um homem não se agrada da mulher (Dt. 24:1-4). Jesus é contra. Ele diz: “Eu, porém, vos digo: Qualquer que repudiar a sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada, comete adultério também” (Mt. 19:9). Jesus só aceita o divórcio no caso em que a mulher é prostituta e imunda, e isso para proteger os filhos.
  6. Jeová permitia aos homens terem diversas mulheres. Abraão teve três mulheres e muitas concubinas (Gl. 4:22). Da terceira esposa, de nome Quetura, teve seis filhos (Gn. 25:1-7). Davi teve sete mulheres (I Cr. 3:1-5). E teve dez concubinas (II Sm. 15:16). Ao todo dezessete. Salomão teve mil mulheres (I Rs. 11:1-3). No concerto de Jeová havia muitas regalias. No concerto de Jesus Cristo, cada homem tem somente uma mulher. Argüido pelos fariseus sobre o divórcio, Jesus disse: “Não haveis lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez? E disse: Portanto deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher, e serão os dois numa só carne? Assim não serão mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt. 19:4-6). Paulo também segue na mesma linha, dizendo: “Convém que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher” (I Tm. 3:2). “Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem seus filhos e suas próprias casas” (I Tm. 3:12).

Por que o concerto de Jeová é mais obsequioso e menos exigente com as pessoas, e por que Jesus é tão intransigente? A resposta é simples. Os do Velho Testamento eram todos imperfeitos (Hb. 7:18-19). Cristo cria homens perfeitos (II Co. 5:17). “O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifestado aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória; a quem anunciamos, admoestando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria, para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo” (Cl. 1:26-28).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(475) – O TESTEMUNHO

O  TESTEMUNHO

Na lei de Jeová lemos o seguinte sobre o testemunho: “Todo aquele que ferir a alguma pessoa, conforme o dito das testemunhas, matarão ao homicida; mas uma só testemunha não testemunhará contra alguém, para que morra” (Nm. 35:30). Para Jeová, nos assuntos graves ou importantes, tinha de haver duas testemunhas. Para que alguém fosse morto, uma só testemunha não tinha valor algum. Por quê? Porque o assassino, em juízo, podia acusar a testemunha ocular do crime. Para evitar isso, Jeová fala de novo, dizendo: “Por boca de duas testemunhas, ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por boca de uma só testemunha não morrerá” (Dt. 17:6). A falsa testemunha era morta (Dt. 19:15-21).

No Novo Testamento, o critério é semelhante, excluindo a condenação à morte: “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a Igreja, considera-o como um gentio e publicano” (Mt. 18:15-17). Paulo, escrevendo à igreja de Corinto, disse: “É esta a terceira vez que vou ter convosco. Por boca de duas ou três testemunhas será confirmada toda a palavra” (II Co. 13:1).

Vamos ver agora, o que Jesus Cristo fala sobre o testemunho: “Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro” (Jo. 5:31). Como Jesus falava que desceu do céu enviado por Deus, os fariseus o acusaram de falso testemunho: “Disseram-lhe pois os fariseus: Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro” (Jo. 8:13). Jesus então respondeu: “Na vossa lei está escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai, que me enviou” (Jo. 8:17-18). Em outra vez, Jesus já dissera: “E o Pai, que me enviou, ele mesmo testificou de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes o seu parecer” (Jo. 5:37). Se o Deus Pai testificou de Cristo, e Jesus também de si testifica, os dois concordam, e são duas testemunhas do céu. Mas há uma terceira testemunha de Cristo: O Espírito Santo. Jesus disse: “Mas quando vier o consolador, que eu, da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim” (Jo. 15:26). Quando Jesus se transfigurou diante de Pedro, Tiago e João, o seu rosto resplandeceu como o sol, e seus vestidos se tornaram brancos como a luz, e apareceram no monte Moisés e Elias, ouviu-se uma voz do céu dizendo:“Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo, escutai-o” (Mt. 17:1-5). Este foi o testemunho de Deus, que Pedro repetiu com as seguintes palavras: “Porque ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu filho amado em quem me tenho comprazido” (II Pd. 1:17).

Passemos agora para Jeová, o deus do Velho Testamento e de Israel: “Assim diz Jeová, rei de Israel, e seu redentor, Jeová dos exércitos: eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há deus” (Is. 44:6). Jeová testifica de si mesmo, e declara que fora dele não há outro deus que também testifique? Como disse Jesus, esse testemunho não é verdadeiro. O próprio Jeová escreveu na sua lei que, para ter valor, tem de haver duas ou três testemunhas. Se Jeová testemunha sozinho de si mesmo, está quebrando a própria lei. São dois pecados: Quebrar a própria lei, e dar testemunho falso. E Jeová reafirma o que disse, falando: “Anunciai, e chegai-vos, e tomai conselho todos juntos; quem fez ouvir isto desde a antigüidade? Quem desde então o anunciou? Porventura não sou eu, Jeová? e não há outro deus senão eu; deus justo e salvador não há fora de mim” (Is. 45:21). “Eu anunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir, e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz Jeová; eu sou deus” (Is. 43:12). Aqui Jeová faz outra declaração: Que o povo de Israel é sua testemunha. E repete em Isaías 43:10. Pouco à frente fala novamente, dizendo:“Vós sois as minhas testemunhas. Há outro deus além de mim? Não, não há outra rocha que eu conheça” (Is. 44:8). Como pode Jeová confiar no testemunho do povo de quem ele disse: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (Os.4:6). Como podem ser testemunhas de deus os seus profetas de quem ele disse: “Porque tanto o profeta, como o sacerdote, estão contaminados; até na minha casa achei a sua maldade” (Jr. 23:11). Jeová dá outro testemunho mau contra os profetas: “Nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: Cometem adultérios, e andam com falsidade. Eles são para mim como Sodoma e Gomorra” (Jr. 23:14). E sobre os homens em geral, Jeová declarava: “Maldito o homem que confia no homem” (Jr. 17:5).

João Batista deu testemunho sobre Jesus, como a verdade, mas Jesus declarou: “Eu não recebo testemunho de homens” (Jo. 5:33-34). Jesus exaltou João Batista como sendo o maior profeta nascido de mulher (Mt. 11:11). E Jesus não aceitou o testemunho de João. E Jeová aceitou o testemunho de um povo maculado pelo pecado, e condenado; e também de profetas corrompidos?

O testemunho que Jeová deu de si mesmo não é verdadeiro por três motivos:

1) Foi um testemunho pessoal, que não merece crédito.

2) Foi um testemunho que quebrou a própria lei dada por Jeová.

3) Foi testemunho dado por homens, que não merecem crédito, pois Paulo disse: “Seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso” (Rm. 3:4). Jeová é deus falso… 

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(474) – O REI E O PAI – V

O  REI  E  O  PAI  5

Quando, lendo o Velho Testamento, encontramos passagens em que Jeová destoa do Novo Testamento em relação ao Pai de Jesus Cristo, os adoradores de Jeová vão logo dizendo: Deus é soberano. Damos exemplos: Para castigar o pecado do seu povo, Jeová submeteu todos a uma fome tão violenta, que as mães piedosas foram obrigadas a cozinhar os filhinhos recém nascidos para servirem de alimento (Lm. 4:10). A resposta é sempre a mesma: Deus é soberano. Quando Jeová, cheio de ira contra seu povo, mata indiscriminadamente justos e injustos, logo dizem: Deus é soberano (Ez. 21:2-4). Pela lei de Jeová, quando um homem e uma mulher, ambos casados, cometem adultério, devem morrer apedrejados. Davi cometeu um adultério com Bate-Seba, mulher de Urias, o heteu, um dos seus trinta e sete valentes (II Sm. 11:1-5). Pela lei, ambos deveriam ser apedrejados, mas como Davi era escolhido por Jeová para sentar no trono, em lugar do rejeitado Saul, Jeová poupou a Davi, o culpado, e matou a criança recém nascida fruto do pecado, porém inocente (II Sm. 12:13-18). Jeová também perdoou a adúltera Bate-Seba, e permitiu que o próprio Davi mandasse matar a Urias, o inocente e fiel servo (Lv. 20:10; II Sm. 11:14-17; 23:39).

Que um rei humano e carnal cometa esses tipos de crime, compreende-se, pois é homem, e como homem é cruel, pecador e injusto. Mas um deus, que a Bíblia declara que é justo e reto (Dt. 32:3-4), um deus que afirma ser santo (Lv. 19:2; Is. 57:15), não dá para aceitar, pois Deus é Pai, e um pai não submeteria seus filhos amados a tais suplícios. Como dissemos nos estudos anteriores, Jeová se sente glorificado como rei: “Dizei entre as nações: Jeová reina; o mundo também se firmará para que se não abale. Ele julgará os povos com retidão” (Sl. 96:10). “Jeová reina; tremam as nações; ele está entronizado entre os querubins; comova-se a terra” (Sl. 99:1).

O Pai é diferente, pois é glorificado quando um pecador sai da morte. Maria, irmã de Lázaro, disse a Jesus: Senhor, é já o quarto dia que ele está morto. Jesus lhe respondeu, dizendo: Não te hei dito que se creres verás a glória de Deus? (Jo. 11:39-40). Estêvão, cheio do Espírito Santo, antes de ser apedrejado pelos servos de Jeová, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus (At. 7:55-59). Quando um pecador se converte a Cristo, e é libertado da servidão da corrupção, passa para a liberdade da glória dos filhos de Deus (Rm. 8:21). “Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, para que, concordes, e a uma voz, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para a glória de Deus Pai” (Rm. 15:5-7). Quando nós, os cristãos, de diferentes denominações, nos recebemos em amor, como Cristo também nos recebeu, Deus, o Pai, é glorificado. Quando Deus, o Pai, pelo Espírito Santo, nos abre a boca para falar dos mistérios da sabedoria de Deus, o mesmo Deus, nosso Pai, nos está comunicando a sua glória (I Co. 2:7).

Deus não é glorificado quando se assenta num trono para julgar os povos, mas foi glorificado quando Jesus se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau (Gl. 1:4-5). Deus, o Pai, não foi glorificado quando toda a humanidade foi destruída pelas águas do dilúvio (Gn. 6:5-7),nem também quando Jeová matou os exércitos de Faraó no mar Vermelho (Ex. 14:16-18; 27-31). Mas Deus Pai, é glorificado quando toda língua confessa que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai (Fp. 2:9-11). Os gentios eram excluídos e desarraigados do reino de Jeová (Sl. 10:16), mas quando, no Novo Testamento, os gentios se convertem a Deus Pai, e Jesus habita neles pela fé, Deus é glorificado, pois para com Deus não há acepção de pessoas (Rm. 3:29; Cl. 1:26-27).

A grande verdade é que Jeová não reparte a sua glória, pois é o rei da glória (Sl. 24:7-10; Is. 42:8). Mas no Novo Testamento, Deus, o Pai, repartiu a sua glória com Jesus Cristo. É o apóstolo Pedro que nos conta isso: “Porquanto ele recebeu de Deus Pai glória e honra, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu filho amado, em quem me comprazo” (II Pd. 1:17; Mt. 17:5). Até aqui, tudo bem, pois Jesus e o Pai são um (Jo. 10:30). Mas Jesus repartiu a glória de Deus com todos os discípulos. Assim disse o Senhor Jesus: “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um” (Jo. 17:22). E Pedro declara que essa glória é o Espírito Santo. O texto diz: “Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus” (I Pd. 4:14). E sobre essa glória vinda do céu, Paulo diz: “Ora, o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (II Co3:17-18). E Jesus revela que nós, os cristãos genuínos, temos o poder de comunicar a glória de Deus a todos os homens: “Vós sois a luz do mundo: não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte. Nem se acende a candeia e se coloca debaixo de um alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt. 5:14-16).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(473) – O REI E O PAI – IV

O  REI  E  O  PAI  4

Jeová é rei, ele mesmo o declara: “Eu sou Jeová, vosso santo, o criador de Israel, vosso rei” (Is.43:15). Mas Jeová é rei das outras nações bárbaras também, pois nos salmos lemos: “Jeová reina sobre as nações; Deus se assenta sobre o trono da sua santidade” (Sl. 47:8). Jeová é rei formoso. Isaías diz: “Os teus olhos verão o rei na sua formosura” (Is. 33:17). O mesmo Isaías profetizou que Jesus seria feio: “Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens” (Is. 52:14). “Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos” (Is. 53:2). Em matéria de beleza física, Jeová e Jesus são diferentes. Mas Jeová é rei eterno (Sl. 10:16). Jeremias diz: “Mas Jeová deus é a verdade; ele mesmo é o deus vivo, o rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr. 10:10). Jeová, soberanamente reina sobre tudo e todos: “Jeová tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo” (Sl. 103:19). O texto de Jeremias 10:10 acima, dá a entender que Jeová é rei eterno com furor e indignação, e isso faz tremer as nações. Este texto de Jeremias destoa do Novo Testamento, que revela o Pai de amor, que por amor aos pecadores, fez chover do céu graça, perdão para todos, reconciliação, paz, vida abundante, regozijo, vitória sobre o pecado e as trevas. Fez chover o Espírito Santo em nossos corações, e pelo Espírito Santo somos inundados de amor (Rm. 5:5; Ef. 3:14-21).

Jeová, o rei eterno, declara que o seu nome é Santo (Is. 57:15). E Jeová dá tanto valor à santidade, que quando faz uma grande promessa, que não pode ser mudada, nem alterada, diz: “Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei por minha santidade que não mentirei a Davi. A sua descendência durará para sempre, e o seu trono será como o sol perante mim. Será estabelecido para sempre como a lua; e a testemunha no céu é fiel” (Sl. 89:34-37). Vejamos se Jeová cumpriu sua promessa a Davi:

Quando Davi propôs edificar o templo, isto é, a casa de Jeová, este lhe disse: “Tu derramaste sangue em abundância, e fizeste grandes guerras; não edificarás casa ao meu nome, porque muito sangue tens derramado na terra, perante a minha face. Eis que o filho que te nascer será homem de repouso; porque repouso lhe hei de dar de todos os seus inimigos em redor. Portanto Salomão será o seu nome, e paz e descanso darei a Israel nos seus dias. Este edificará casa ao meu nome, e ele me será por filho, e eu a ele por pai; e confirmarei o trono de seu reino sobre Israel, para sempre” (I Cr. 22:8-10). Em primeiro lugar, entendamos o que Jeová falou: Ele declarou que Davi não preenchia os requisitos morais e espirituais para edificar o templo, porque fez muitas guerras, e suas mãos estavam manchadas de sangue, e que Salomão seria o varão que tinha todas as condições para tão grande realização. O nome Salomão quer dizer pacífico, homem de paz. Este edificaria a gloriosa casa de Jeová. E disse mais Jeová: “Ele me será por filho e eu lhe serei por pai, e confirmarei o trono do seu reino sobre Israel para sempre”. Acontece que Salomão não foi pacifico, pois matou todos os que apoiavam Adonias, que pela linhagem real tinha direito ao trono, inclusive o próprio Adonias (I Reis capítulos 1 e 2). Salomão se uniu por amor a mulheres estranhas, moabitas, amonitas, edomitas e hetéias. Todas corruptas e idólatras. Foram mil ao todo. E Salomão se deixou envolver com a idolatria, seguindo Astarote, deusa dos sidônios, e em seguimento a Milcon, a abominação dos amonitas. Edificou um alto a Quemós, a abominação dos moabitas, em frente a Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom. Além de tudo isto, Salomão tachava impostos pesados para sustentar o luxo das mil esposas, e os caprichos e banquetes do rei. Tinha também Salomão mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros, etc. e etc.. Jeová então, desgostoso de Salomão, dividiu o reino, rejeitou Salomão, deu dez tribos a Jeroboão, filho de Nebate. Só a tribo de Judá ficou com Reboão, filho de Salomão. Tudo o que Jeová profetizou de Salomão deu ao contrário. O fim do reino de Jeová foi assim: As dez tribos que formavam o reino do norte foram levadas cativas para a Assíria, e desapareceram. O reino do sul, que era Judá, onde estava o templo de Salomão na cidade de Jerusalém, foi levado cativo para a Babilônia. O reino nunca mais foi restaurado. O povo judeu só voltou a Canaã há 59 anos atrás, em 1948, mas não é mais reino, nem existe a descendência de Davi como Jeová jurou. Na verdade a restauração do reino deveria ter ocorrido nos dias de Jesus Cristo, que era o messias, mas Cristo não assumiu o trono de Davi, dizendo que o seu reino não era deste mundo(Jo. 18:36). E os sacerdotes, os príncipes de Israel, incitaram o povo contra Jesus, e os romanos o crucificaram por exigência do povo, considerando-o falso messias.

Na verdade Jesus não se submeteu ao projeto de Jeová, preferindo a cruz. Assim, quando foi crucificado e morto, era o messias segundo a carne (At. 2:30; Rm. 9:5). Quando ressuscitou não era mais o messias de Israel, mas o Salvador de todos (Rm. 7:4; II Co. 5:16). Este é o projeto do Pai, diferente do projeto do rei Jeová, cujo reino é neste mundo. E mais. O sonho de Jeová era ser o rei de Israel. Davi seria apenas o testa de ferro. Todas as nações estariam debaixo dos pé de Israel (Sl. 47:3). Todos os reinos e nações teriam de subir de ano em ano para adorar Jeová, e quem assim não fizesse seria ferido com grandes pragas, pois este deus rei, não é pai, pois nenhum pai trata assim seus filhos (Zc. 14:8-20).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(472) – O REI E O PAI – III

O  REI  E  O  PAI  3

Jeová declara que os filhos de Israel são seus filhos, logo é o pai de Israel. Ele declarou a Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito” (Ex. 4:22). “Filhos sois de Jeová vosso deus” (Dt. 14:1). O povo de Israel o reconhece como pai: “Mas agora, ó Jeová, tu és o nosso Pai” (Is.64:8). Jeová é pai, mas é também rei. É o rei de Israel (Is. 43:15). É o rei das nações ímpias, corruptas e idólatras: “Dizei entre as nações: Jeová reina; o mundo também se firmará para que se não abale” (Sl. 96:10). “Deus reina sobre as nações; Deus se assenta sobre o trono da sua santidade” (Sl. 47:8). “Porque o reino é de Jeová, e ele governa entre as nações” (Sl. 22:28).

A diferença entre o rei e o Pai, é que, o rei põe o interesse do reino acima dos direitos do povo e do indivíduo, e o Pai põe seu interesse no povo e no indivíduo. Por que acontece isso? Porque o reino de Jeová é neste mundo, e o reino do Pai não é neste mundo:

1)   O rei castiga impiedosamente seus filhos, que são o seu povo, e os mata cruelmente quando desobedecem, dizendo: “Esconderei o meu rosto deles, verei qual será o seu fim, porque são geração de perversidade, filhos em quem não há lealdade. A zelos me provocaram com aquilo que não era deus, com as suas vaidades me provocaram à ira; portanto eu os provocarei a zelos com os que não são povo, com nação louca os despertarei à ira. Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até ao mais profundo do inferno, e consumirá a terra com a sua novidade, e abrasará os fundamentos dos montes. Males amontoarei sobre eles, as minhas setas esgotarei sobre eles. Exaustos serão de fome, comidos de carbúnculo e de peste amarga, e entre eles enviarei dentes de feras, com ardente peçonha de serpentes do pó. Por fora devastará a espada, e por dentro o pavor; ao mancebo, juntamente  com a virgem, assim à criança de mama, como o velho de cãs”  (Dt. 32:20-25).

O pai é exatamente o contrário, pois ama tanto os homens, que enviou do céu a seu unigênito Filho, para morrer na cruz pelos pecados de todos, e assim resgatá-los da condenação de Jeová: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16). “O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai” (Gl. 1:4). “Cristo nos resgatou das maldições da lei, fazendo-se maldição por nós” (Gl. 3:13).

2)   O rei estabelece leis, que desobedecidas trazem castigos, maldições e morte, por isso Paulo diz: “E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era passageira” (II Co. 3:7). É a lei que imputa o pecado, pois Jeová declara: A alma que pecar morrerá” (Ez. 18:4, 20).

O Pai, em contrário, envia seu Filho para nos tirar da lei, e também do pecado, porque a força do pecado é a lei (I Co. 15:56; Rm. 6:14). A lei ficou velha e decrépita, como diz Paulo: “Mas agora estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos a Deus em novidade de Espírito, e não na velhice da letra” (Rm. 7:6). Os cristãos que crêem em Cristo, recebem o Espírito Santo após o batismo (At. 2:38), e o Espírito Santo os guia sem a lei (Gl. 5:18), ensina todas as coisas (Jo. 14:26), guia na vida íntima e pública, revelando ao mundo que somos filhos de Deus (Rm. 8:14); o Espírito Santo confere aos fiéis dons celestiais para substituir os vícios do mundo e da carne (I Co. 12:7-11); e revela todos os mistérios do reino dos céus (I Co. 2:7-10); por último enche o coração dos santos de amor (Rm. 5:5). A lei nada faz senão acusar, imputar o pecado, e matar. Essa é a glória do ministério do Espírito (II Co. 3:7-8).

3)   Num reino a glória é toda do rei, por isso Jeová, o rei, diz: “Eu sou Jeová, este é o meu nome; a minha glória pois a outrem não darei” (Is. 42:8). E Jeová se orgulha de ser rei, dizendo: “Moabe está destruído, e subiu das suas cidades, e os seus mancebos escolhidos desceram à matança, diz o Rei, cujo nome é o Jeová dos Exércitos” (Jr. 48:15). Quem dá muito valor ao seu trono, não reparte a glória com ninguém. Jeová fala novamente da sua vaidade: “Por amor de mim, por amor de mim o farei, como seria profanado o meu nome? E a minha glória a outrem não darei” (Is. 48:11).

Com o Pai é diferente, pois numa família a glória é de todos. Jesus recebeu do Pai glória e honra:“Porquanto ele recebeu de Deus Pai glória e honra, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido” (II Pd. 1:17). E Jesus declara bem alto: “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um” (Jo. 17:22).

Com Jeová, o rei, os sacerdotes são servos, os profetas são servos, os reis de Israel são servos, o povo está debaixo de servidão (II Cr. 12:7-8); e a herança que Jeová dá é Canaã, terra de cananeus corruptos, que Israel teve de tomar com as armas, mas não conseguiu.

Com Jesus, toda a Igreja, que é a família de Deus, e que forma a família Deus Pai, recebe um reino celestial e eterno, e de graça, só porque revelou na sua vida a caridade de Deus (Mt. 25:31-40; Hb. 11:8-10; I Pd. 1:3-4).            Glória a Deus Pai!

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(471) – O REI E O PAI – II

O  REI  E  O  PAI  2

Como vimos no folheto primeiro, Jeová se revelou através de seu mediador Moisés, primeiro como deus, e depois como rei (Ex. 3:1-8; I Sm. 8:7). No Novo Testamento, Jesus, o mediador entre Deus e os homens, revela o Pai em primeiro lugar, e depois o Deus Pai. Ao ressuscitar, apareceu a Maria Madalena, e disse-lhe: “Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (Jo. 20:17). Vamos, pois, continuar comparando a diferença que existe entre o rei e o Pai:

    1. O rei tem exércitos: Jacó morou vinte anos com Labão, e casou com suas filhas, Lea e Raquel. Ao retornar a sua casa, no caminho, encontrou os anjos de Jeová, e disse: Este é o exército de deus. E chamou aquele lugar de Maanaim (Dois exércitos ou bandos) (Gn. 32:1-2). Mais ou menos 1.226 anos mais tarde, o reino de Israel, há oitenta e seis anos estava dividido em dois, por causa da corrupção de Salomão. Israel era o reino do norte e Judá o reino do sul. Acabe, rei do reino do norte fez aliança com Jeosafá, rei de Judá. Jeová, o rei dos reis, queria matar Acabe. Micaías, o profeta, viu em visão o tribunal, e disse: “Vi Jeová assentado sobre o seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua mão direita e à sua esquerda. E disse Jeová: Quem induzirá Acabe, a que suba, e caia em Ramote de Gileade? E um dizia desta maneira e outro de outra. Então saiu um espírito, e se apresentou diante de Jeová, e disse: Eu o induzirei. E o Jeová lhe disse: Com que? E disse ele: Eu sairei, e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E disse Jeová: Tu o induzirás, e prevalecerás; sai, e faze assim” (I Rs. 22:19-22). O rei usa tudo para realizar seus projetos políticos, até espíritos mentirosos.

O Pai

       tem família e não exércitos, Paulo declara:

“Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família no céu e na terra toma o nome” (Ef. 3:14-15).

       O Pai de família não lança fora nem o joio para não prejudicar o trigo

(Mt. 13:27-30).

       O Pai enviou seu Filho Jesus Cristo para angariar filhos entre os homens. Paulo diz:

“Porque todos vós sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl. 3:26).

       E o Pai não trata com violência seus filhos. Jesus o declara:

“E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma

    pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhos pedirem?”(Mt. 7:9-11; Nm. 21:4-9).

      1. O rei tem um povo: “Confirmaste a teu povo Israel por teu povo para sempre, e tu Jeová, te fizeste o seu deus” (II Sm. 7:24).
      2. — O Pai tem filhos para lhes dar uma herança eterna. Paulo diz:

    “E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo” (Rm. 8:17).

         Qual a herança? O apóstolo Pedro responde dizendo:

    “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós” (I Pd. 1:3-4). 

        Convém lembrar que o rei de Israel também tem uma herança eterna, que foi prometida a Abraão:

    “E te darei a ti, e à tua semente depois de ti, a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpetua possessão, e ser-lhe-eis o seu deus” (Gn. 17:8).

         Jeová repete a promessa a Jacó

    (Gn. 48:4).

         E a repete em

    Ex. 32:13

        . E sabem que herança é essa? Guerras, mortes, pragas, pestes e vinganças de Jeová. A capital Jerusalém foi transformada pelo próprio rei Jeová em fornalha

     (Is. 31:9).

      1. O rei cobra imposto e é exigente. Ele mesmo diz: “Roubará o homem a deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, vós, toda a nação” (Ml. 3:8-9). Não se lê nenhuma vez na Bíblia, que o rei Jeová vigiasse o bem, mas o mal, ele vigia (Jr. 44:27; Dn. 9:14).
      2. — O Pai é diferente. Ele dá o pão nosso de cada dia, e só, pois é o Deus dos pobres e não dos ricos. Na epístola universal de

    São Tiago

        , lemos:

    “Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?”(Tg. 2:5).

         As riquezas do reino dos céus não são medidas pelo ouro e prata deste mundo, mas nas obras de caridade. Ouçamos o apóstolo Paulo:

    “Manda os ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham as esperanças na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; que façam bem, e enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento

      para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna” (I Tm. 6:17-19).

           Como a riqueza, no reino de Deus, é medida pelas boas obras de caridade, quem dá dez por cento é ladrão, por isso não há dizimo no Novo Testamento. Quem ama dá tudo. E há muito que fazer em matéria de caridade

      (Mt. 25:41-45).Deus, o Pai, é amor, e tem um só filho, por isso Jesus é chamado Filho unigênito. Pois Deus Pai deu tudo o que tinha para nos salvar (Jo. 3:16). E dando o Filho, deu tudo o que tem, pois Jesus é o herdeiro de tudo, e vai dar aos que salvar (Hb. 1:1-3; Rm. 8:15-17).

       

      Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

      (470) – O REI E O PAI – I

      O  REI  E  O  PAI  1

               No Velho Testamento Jeová se apresenta ao povo de Israel, por meio de Moisés, como Deus, e depois como rei. O próprio texto explica. Moisés, depois de quarenta anos fugido do Egito, apascentava o rebanho de seu sogro, ao pé do monte Horebe. E viu uma sarça que ardia em fogo, mas não se consumia. E chegando mais perto para ver o fenômeno, bradou Deus: Moisés. Eu sou o Deus de Abraão, Deus de Isaque e Deus de Jacó, e vou te enviar para libertar o meu povo (Ex. 3:1-8). Depois de libertado o povo, os levou ao monte Sinai, fez um concerto com eles dando-lhes suas leis, e seus mandamentos, e disse-lhes: vós me sereis um reino sacerdotal (Ex. 19:6). E disse a Israel: “Eu sou Jeová, vosso rei” (Is. 13:15).

      No Novo Testamento, Deus se apresenta aos doze apóstolos, através de Jesus Cristo, seu mediador, como Pai. Jesus lhes disse: “Vós orareis assim: Pai nosso que estás no céu” (Mt. 6:9).Mais tarde Jesus revelou Deus Pai, dizendo: “A vida eterna é esta, que te conheçam a ti só, como único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo. 17:3). Vejamos as diferenças comportamentais entre um rei e um Pai:

        1. O rei mata os desobedientes. Nadabe e Abiu, filhos de Arão, o sumo sacerdote, para agradar Jeová, inventaram um incenso diferente, colocaram nos incensários, e trouxeram diante do rei dos reis. Ele não aceitou o fogo estranho; então saiu fogo de diante de Jeová e os consumiu (Lv. 10:1-2). Outro caso mais doloroso foi o de Uzá, quando Davi mandou buscar a arca do concerto, que estava na casa de Abinadabe, para levá-la a Jerusalém. Os filhos de Abinadabe, Uzá e Aiô, iam ao lado do carro para proteger a arca. Chegando a eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus, porque os bois a deixavam pender. Então a ira de Jeová se acendeu contra Uzá, e ali o feriu por esta imprudência, e morreu (II Sm. 6:1-7).

      O Pai

           não condena os infratores. Jesus foi crucificado entre dois ladrões. Um deles blasfemava. O outro de nome Dimas, assim falou, repreendendo-lhe:

      “Tu ainda nem temes a Deus, estando na mesma condenação. E nós, na verdade com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc. 23:39-43). 

          Alguém vai dizer: Mas não é Deus que está falando, e sim Jesus. Certo. Mas João declara que Deus nunca foi visto por ninguém, e que o Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer

      (Jo. 1:18).

           Paulo também declara que Deus, o Pai, nunca foi visto, e homem nenhum o viu nem o verá

      (I Tm. 6:16).

           Logo, o deus que foi visto por Adão, por Enoque, por Noé, por Abraão, Isaque e Jacó, Moisés, etc. etc., é outro, que se intitulou deus. Jesus disse:

      “Quem me vê a mim, vê o Pai” (Jo. 14:8-9).

         

          1. O rei é sempre servido. Quando Jeová libertou Israel do Egito, mandou Moisés dizer a Faraó:“Jeová, o deus dos hebreus, me tem enviado a ti, dizendo: deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto” (Ex. 7:16). Jeová repete esse aviso diversas vezes (Ex. 8:1-8; 8:20; 9:1; 9:13; 10:3). Jeová, o Rei, era servido pelos sacerdotes, pelos profetas, pelo seu povo, e até pelos reis idólatras e cruéis. Ele mesmo declara isso: “E agora eu entreguei todas estas terras na mão de Nabucodonosor, meu servo” (Jr. 27:6). E repete isso outras vezes.

        (Jr. 25:9; 43:10).

            — Só que Paulo revela no Novo Testamento que o Deus verdadeiro não é servido por mãos de homens

        (At. 17:24-25).

          O Pai

               de Jesus serve os pecadores na pessoa de seu Filho; e Jesus disse:

          “Por que o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc. 10:45).

               Ao enviar o Filho a este mundo perdido, Deus, o Pai, está servindo, não os justos, mas os pecadores. Jesus declarou:

          “Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento” (Mt. 9:13; Gl. 1:4; I Tm. 1:15).

            1. O rei é temido, pois tem nas mãos a estabilidade do reino, e qualquer coisa ou pessoa que ameaça a segurança, tem de ser sumariamente eliminada. Salomão diz: “O temor de Jeová é o princípio da sabedoria, e a ciência do santo a prudência” (Pv. 9:10; 15:33; 8:13).
            2. — João nos diz:

          “Na caridade não há temor, antes a perfeita caridade lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em caridade” ( I Jo. 4:18).

              João está ensinando que a caridade é maior que o temor, pois o lança fora.

          O Pai

               ama e é amado, pois é amor

          (I Jo. 4:8). “Nisto está a caridade, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (I Jo. 4:10). “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rom. 5:8). 

              Sendo assim, o que teme serve por medo, o que ama serve por amor. O que teme se torna tímido e o que ama arrisca tudo para agradar seu Senhor. O servo que recebeu um talento por temor de perder, escondeu o talento, acabou condenado, por isso João diz que o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito

           (Mt. 25:24-30).A conclusão a que chegamos, é que, ao dar a lei, Jeová não buscava aperfeiçoar seu povo, pois a lei gera temor, pois pela lei vem o conhecimento do pecado e também as maldições de Jeová

          (Rom. 3:20)-  Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.

          (Hb. 7:18-19) – Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade. (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus.

          Concluímos ao final, que, se a lei de Jeová não aperfeiçoa ninguém, e o povo de Israel era obrigado a guardar a lei, sob pena de maldição, Jó tinha razão em afirmar que o Todo Poderoso não tem prazer nenhum em que Jó fosse justo, ou lucro algum em que fosse perfeito (Jó 22:3). O rei só pensa em seu trono e na sua glória.

           

          Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

          (469) – O ESPÍRITO DE ELIAS

          O  ESPÍRITO  DE  ELIAS

           

          Elias, o tisbita foi um dos grandes profetas de Israel, e se destacou, não porque profetizou coisas futuras, e também não escreveu nenhum livro profético como Isaías, Jeremias, Ezequiel ou Daniel. O que fez de Elias um grande profeta? Ele tinha um ministério, o ministério da morte. O ministério da morte é também o ministério da condenação (I Rs. 17:1). Elias se apresentou diante do rei Acabe, que seduzido por Jezabel, mulher perversa, adotou em Israel o culto à Baal, deus dos cananeus, que praticava a prostituição sagrada. Havia em Israel quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal, e quatrocentos profetas de Aserá, deusa cananea. Era senhora do mar, e esposa de EL, o pai dos deuses (I Rs. 15:13).Havia em Israel quatrocentos profetas de Aserá.

          Elias, o tisbita, para provar a Israel, e ao rei Acabe, que Jeová era o único Deus, mandou que aqueles profetas edificassem um altar, e cortassem um bezerro em pedaços, e o pusessem sobre a lenha. E Elias preparou outro altar. Eles invocariam a Baal, e Elias invocaria a Jeová. O Deus que respondesse pelo fogo era o verdadeiro. Os profetas de Baal cansaram-se de invocar a Baal. Ao meio dia, Elias zombava de Baal (I Rs. 18:22-29). Então Elias pegou doze pedras, de acordo com as doze tribos de Israel, e edificou o altar de Jeová; dividiu o bezerro em pedaços e o pôs sobre a lenha. Derramou água sobre os quatro cantos três vezes (I Rs. 18:30-36). Elias então clamou a Jeová e desceu fogo do céu e consumiu tudo, a água, o bezerro, a lenha e as pedras. O povo, isto é, os profetas de Baal e Asera começaram a clamar: SÓ JEOVÁ É DEUS! SÓ JEOVÁ É DEUS! Foi uma verdadeira conversão em massa, mas Elias os conduziu ao ribeiro de Quizom e ali os matou! É o ministério da morte que destrói as almas dos homens (I Rs. 18:40). Depois disso, Jezabel disse: Amanhã estarás na sepultura com os profetas de Baal. A perversa rainha mandou caçar o profeta, que fugiu para o deserto.  Alimentado pelo anjo de Jeová caminhou quarenta dias até o monte Horebe, e ali entrou numa caverna. (I Rs 19:1-9).Jeová visitou Elias na caverna, tirou-o dali; e o enviou a ungir a Hazael, rei da Assíria, e também a Eliseu, filho de Safate, ungiu profeta em seu lugar; e Jeú, filho de Ninsi, ungiu rei sobre Israel; e Jeová lhe disse: “O que escapar da espada de Hazael, matá-lo-á Jeú, e o que escapar da espada de Jeú, matá-lo-á Eliseu. Era o ministério da morte, e a unção era para matar. A unção era revestimento com o espírito santo de Jeová. Fantástico! Elias era cheio do espírito santo que mata, e passava do seu espírito para outros. Quem era Hazael? Um servo de Bene_Hadade, rei da Síria (I Rs. 19:15-17; II Rs. 8:7-15). É assombroso! Elias ungia reis e profetas para matar. Era o ministério da morte que Paulo refere na segunda carta aos Coríntios (II Co. 3:7-9).

          Uma coisa é certa. O espírito que estava em Elias era matador e destruidor de almas. Acabe, o perverso, morreu. E seu filho, Acazias, reinou em seu lugar. E caiu Acazias pelas grades de um quarto alto, e adoeceu; e enviou mensageiros a perguntar a Baal-Zebube, deus de Ecron, se sararia ou não. O anjo de Jeová, mandou Elias ao encontro dos mensageiros e dizer: “Não há Deus em Israel, para irdes consultar o deus de Ecron? Da cama a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás”. Então Acazias, ofendido, mandou cinqüenta soldados e um capitão a buscá-lo no monte onde estava. O capitão lhe disse: “Homem de Deus, o rei diz: Desce. Elias respondeu: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus cinqüenta. Então fogo desceu do céu, e o consumiu a ele e aos seus cinqüenta. Tendo notícia do ocorrido, Acazias enviou outro capitão e mais cinqüenta soltados, que, chegados ao pé do monte, disse o capitão: Homem de Deus, assim diz o rei: Desce depressa. Elias respondeu pela segunda vez: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus cinqüenta. Então fogo desceu do céu, e consumiu a ele e aos seus cinqüenta” (II Rs. 1:1-12). Fica comprovado o ministério da morte de Elias, dado por Jeová.

          Passamos ao novo testamento. O evangelista Lucas, narra o seguinte fato sobre Jesus:“Completando-se os dias para sua assunção, manifestou o firme propósito de ir à Jerusalém. E mandou mensageiros diante de sua face: e indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada, mas não o receberam, por que o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém”.

          E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: “Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez? Voltando-se porém, repreendeu-os e disse, VÓS NÃO SABEIS DE QUE ESPÍRITO SOIS. Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salva-las” (Lc. 9:51-56). Nesta passagem, Jesus está revelando as seguintes verdades:

          1. Jeová veio para destruir as almas dos homens, pois foi ele quem mandou o fogo.
          2. O espírito de Jeová não é o mesmo de Cristo, e se o espírito de Jeová não é mesmo de Cristo, pois o de Jeová é destruidor, como está escrito em I Rs. 19:15-17, e o de Cristo é salvador (Tt. 3:5).Concluímos que o espírito santo de Jeová não é o Espírito Santo do Pai, pois o de Jeová era inimigo de Israel  (Is. 63:10), e o do Pai, que é o Espírito Santo derramado por Cristo, não existia no Velho Testamento (Jo. 7:38-39). No grego está escrito: NÃO HAVIA.
          3. Se o espírito de Jeová não é o de Cristo, Jeová não é Jesus Cristo, e também Jeová não é o Pai, mas é o deus que cega os homens  

          (Is. 6:10; II Co. 4:4).

           

          Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

          (468) – DEUS INJUSTO

          DEUS  INJUSTO

          Diz a Escritura sagrada que Jeová é deus misericordioso e piedoso. Diz isso por boca de Moisés, seu fiel servo: “Passando pois Jeová perante a sua face, clamou: Jeová, o senhor, deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade” (Ex. 34:6). E disse mais Moisés: “Saberás pois que Jeová teu deus é deus, o deus fiel, que guarda o concerto e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos” (Dt. 7:9).

          Como Jeová é misericordioso, sua herança é eterna. Ele deu a Abraão e à sua descendência a terra de Canaã, dizendo: “Eu estabelecerei o meu concerto entre mim e à tua semente depois de ti, em suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti por deus, e à tua semente” (Gn. 17:8). Quatrocentos anos mais tarde, pela mão de Moisés, libertou o povo de Israel do Egito, e os levou ao monte Sinai, para estabelecer o concerto da lei. Enquanto Moisés estava com Jeová no monte, o povo se corrompeu em baixo. Jeová, ofendido e cheio de furor intentou destruí-los. Moisés suplicou a Jeová que não destruísse seu povo, e recordou a Jeová a promessa feita a Abrão (Ex. 32:10-14). Convencido por Moisés, Jeová se arrependeu. Até o deus Jeová quando fala sem refletir, é obrigado a se arrepender.

          • Mas Jeová é misericordioso e dá herança até aos infiéis. Por exemplo: Os moabitas e amonitas eram dois povos de origem incestuosa. Moabe, pai dos moabitas, nasceu do incesto da filha mais velha de Ló, com o próprio pai (Gn. 19:31-33). Os amonitas são os filhos de Amon, que surgiram de Benami, filho da irmã mais nova, também por cópula incestuosa com Ló, seu pai (Gn. 19:34-38).Além disso, os moabitas, com medo dos israelitas, acampados nas colinas de Moabe, tentaram alugar Balaão para amaldiçoar Israel (Nm. 22:5-6). Antes disso, quando Israel saiu do Egito, e pediu passagem pela terras dos moabitas e amonitas, estes não permitiram. Na realidade, apesar da maldição dos maobitas e amonitas, Jeová tinha dado ordem a Israel, dizendo: “Não molestes a Moabe e não entres em peleja com eles, porque te não darei herança da sua terra; porquanto tenho dado Ar aos filhos de Ló por herança” (Dt. 2:9). Eram povos corruptos e abomináveis a Jeová, mas em consideração a Ló, deu-lhes herança (Nm. 25:1-3; Dt. 2:17-19).
          • Israel pediu passagem para os edomitas, no caminho para Canaã, mas estes também não permitiram, e ameaçaram pegar em armas (Nm. 20:14, 18). Os edomitas são descendentes de Esaú, irmão de Jacó. Ambos são filhos de Isaque. Esaú é o mesmo Edom (vermelho) (Gn. 25:30).Esaú era fornicário e profano. Na carta aos Hebreus, lemos: “E ninguém seja fornicário, ou profano, como Esaú, que por um manjar vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento; ainda que com lágrimas o buscou” (Hb.12:16-17). Por que Esaú é chamado de fornicário? Porque casou com mulheres hetéias, e tão perversas, que foram uma amargura de espírito para Rebeca(Gn. 26:34-35). Rebeca até desesperou da vida por causa dessas mulheres (Gn. 27:46). Pois Jeová, o piedoso e misericordioso, deu herança a Edom (Gn. 25:30). Jeová disse: “Dá ordem ao povo, dizendo: Passareis pelos termos de vossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitam em Seir, e eles terão medo de vós, porém guardai-vos bem. Não vos entremetais com eles, porque não vos darei da sua terra, nem ainda a pisada da planta de um pé; portanto a Esaú dei a montanha de Seir por herança” (Dt. 2:4-5). Jeová foi misericordioso e piedoso com Esaú.
          • Jacó teve doze filhos, que formaram as doze tribos de Israel. Os primeiros quatro filhos de Léia são: Rubem, Simeão, Levi e Judá (Gn. 29:32-35). Faremos um resumo da vida destes quatro filhos de Léia e Jacó: Judá tinha três filhos. Para Er, seu filho primogênito, Judá tomou a Tamar por esposa. Mas Er era mau, pelo que Jeová o matou. Judá então disse a Onã: Casa-te com a mulher do teu irmão, e suscita semente a teu irmão. Onã, porém, se negou a suscitar semente ao irmão morto, e o que fazia era mau aos olhos de Jeová, pelo que o matou. Selá, o mais novo, era muito jovem, e Judá se omitiu de fazê-lo casar-se com Tamar. O tempo passava, e Tamar vestiu-se com trajes de prostituta, e sentou-se à beira do caminho. Judá passou pelo caminho, viu-a com o véu, e pensando ser uma prostituta, deitou-se com a sua nora, e ela concebeu. Judá era um indivíduo lascivo e prostituído. Mas Jeová, o piedoso, lhe deu herança eterna em Canaã (Js. 15:1-12). Essa história imoral está em Gn. 38:1-19.

          A história de Simeão e Levi é diferente. Sua irmã Diná, curiosa, saiu a passear para conhecer as moças da terra. Siquém, filho de Hamor, heveu, viu-a, e se deitou com ela. E Siquém amou-a, e foi com seu pai falar com Jacó para fazer o casamento. Jacó exigiu a circuncisão. Eles aceitaram inclusive unir os clãs. Todos os varões foram circuncidados. Ao terceiro dia, quando a dor era mais forte, Simeão e Levi, entraram afoitamente na cidade, e mataram a todos os varões. Assassinaram friamente aqueles que creram na fé do seu pai. Mas Jeová, o misericordioso, lhes deu herança (Js. 19:1-9). Levi herdou com Judá, por formar a tribo dos levitas, que ministravam no tempo.

          Rubem, o primogênito de Jacó, e a força de Jacó, seduziu a mulher de seu pai, e praticou incesto (Gn. 35:22). Jacó, seu pai, soube-o, e na hora da morte recriminou-o (Gn. 49:3-4). Por esse ato vergonhoso, Rubem perdeu a primogenitura, que passou para os filhos de José: Efraim e Manassés (I Cr. 5:1). Mas Jeová lhe deu herança na terra (Js. 13:15-23).

          Mas, o varão que não teve herança na terra de Jeová, não foi incestuoso, não foi criminoso como Simeão e Levi, não foi profano e fornicário como Esaú, não foi adversário de Israel como os moabitas e amonitas; mas foi o mais manso (Nm. 12:3), foi o maior profeta (Dt. 34:10). Foi o mais íntimo de Jeová, e o mais fiel (Nm. 12:6-8). Quando desceu do monte seu rosto brilhava tanto que os filhos de Israel não o podiam fitá-lo (Ex. 34:29-30).

          Pois Moisés não teve herança, tal era a consideração que Jeová teve com Moisés (Dt. 34:1-5). Este é Jeová, o piedoso …

          (467) – O TRONO DE JEOVÁ – I

           O  TRONO  DE  JEOVÁ  I

          Pelas Escrituras, onde estava o trono de Jeová? O rei Davi responde: “Jeová está no seu santo templo; o trono de Jeová está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens” (Sl. 11:4). Agora fala o profeta Isaías: “Assim diz Jeová: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés” (Is. 66:1). Agora, fala novamente Davi: “Jeová tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo” (Sl. 103:19).

          Jeová, entretanto, faz uma extraordinária revelação. Ele planeja mudar o seu trono do céu para a terra. Logo depois que o povo de Israel, liberto do jugo egípcio, passou o mar vermelho, Moisés no seu cântico, disse: “Tu os introduzirás, e os plantarás no monte da tua herança, no lugar que tu, ó Jeová, aparelhaste para tua habitação, no santuário, ó Jeová, que as tuas mãos estabeleceram. Jeová reinará eterna e perpetuamente” (Ex. 15:17-18). Mas Jeová sabia que, desde a queda do homem no jardim do Éden, não podia confiar em homem nenhum. Do homem, a escritura declara: “Olhou Jeová desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e se fizeram imundos juntamente; não há quem faça o bem, não há sequer um” (Sl. 14:2-3).

          Jeová, então, procurou e achou um homem confiável; esse homem foi Abraão, do qual disse: “Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar os seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho de Jeová, para obrarem com justiça e juízo; para que Jeová faça vir sobre Abraão tudo o que acerca dele tem falado” (Gn. 18:17-19). Jeová vigiou a linhagem de Abraão, que até Davi foram quatorze gerações (Mt. 1:17). Davi era um homem segundo o coração de Jeová (I Sm. 13:14). Com Davi Jeová fez juramento sobre o trono messiânico eterno: “Jeová jurou a Davi com verdade, e não se desviará dela: Do fruto do teu ventre porei sobre o teu trono” (Sl. 132:11). Nesse projeto Jeová mudaria do céu para a terra:“Porque Jeová elegeu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo: Este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei” (Sl. 132:13-14). E Jeová declarou: “Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei por minha santidade que não mentirei a Davi. A sua descendência durará para sempre, e o seu trono será como o sol perante mim. Será estabelecido para sempre como a lua; e a testemunha no céu é fiel” (Sl. 89:34-37).

          Jeová acreditou no seu projeto e se mudou para a terra. Esdras, o escriba, disse: “E alguns dos chefes dos pais, vindo à casa de Jeová, que habita em Jerusalém, deram voluntárias ofertas para a casa de deus, para a fundarem no seu lugar” (Ed. 2:68). “Bendito seja Jeová desde Sião, que habita em Jerusalém” (Sl. 135:21). Antes de entrar em Canaã, Jeová disse: “Não contaminareis a terra na qual vós habitareis, no meio da qual eu habitarei; pois eu, Jeová, habito no meio dos filhos de Israel” (Nm. 35:34). Jeová já tinha dado uma ordem ao povo, dizendo: “Ordena aos filhos de Israel que lancem fora do arraial a todo leproso, e a todo o que padece fluxo, e a todo imundo por causa de contato com algum morto; desde o homem até a mulher os lançareis; fora do arraial os lançareis, para que não contaminem os seus arraiais, no meio do qual eu habito” (Nm. 5:2-3). Jeová tem o seu trono em Jerusalém (Jr. 3:17).

          É de se notar que, o trono de Satanás é na terra, pois o seu império é o da morte, e Cristo nunca desceu à terra para aniquilar o império da morte. O texto diz: “E visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo, e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão” (Hb. 2:14-15). É estranho que Jeová tenha se mudado para a terra, no meio do império de Satanás, sem nenhuma intenção de destruí-lo, e ainda tendo no meio do seu povo, leprosos, homens e mulheres com blenorragia, e outras enfermidades malignas. E ainda por cima, o povo onde Jeová habitava, chegando à terra da promessa, se misturou com outros povos corruptos, tomando de suas filhas para seus filhos, e dando suas filhas a seus filhos, e por fim servindo aos seus deuses (Jz. 3:1-8).

          Jeová, vendo seus planos frustrados, se divorciou de Israel (Is. 50:1). Dividiu o reino em dois por causa da corrupção de Salomão (I Rs. 11:1-12). Depois, o próprio Jeová trouxe Salmanazar, rei da Assíria, que levou todo o Israel para o cativeiro, e o destruiu (II Rs. 17:3-6; 19-23). Ficou só o reino de Judá, onde está o santuário de Jeová e o trono. Cento e trinta anos mais tarde, Jeová trouxe a Nabucodonosor, rei de Babilônia, e levou o povo de Judá para o cativeiro. As palavra de Jeová foram: “Também a Judá hei de tirar de diante da minha face, como tirei a Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa de que disse: Estará ali o meu nome” (II Rs. 23:27). E foi o que Jeová fez pelas mão de Nabucodonosor, seu servo. E disse Jeová triunfante: “A virgem de Israel caiu, nunca mais tornará a levantar-se” (Am. 5:2). “Jeová me disse: Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então disse o Jeová: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele” (Am. 7:8). E em seguida disse Jeová: “Chegou o fim sobre o meu povo Israel; daqui por diante nunca mais passarei por ele“ (Am. 8:1).

          Fazem 2.600 anos que acabou o reino de Israel. E o trono de Jeová, para onde foi? E a arca do concerto, para onde foi? Acabou tudo. Até o nome de Jeová não aparece no Novo Testamento nenhuma vez. E Jeová? Para onde foi? Talvez ande por lugares áridos, buscando repouso, e não ache…

           

          Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

          (466) – DESCOBRINDO A NUDEZ

          DESCOBRINDO  A  NUDEZ

          Na linguagem bíblica, descobrir a nudez é praticar sexo. Jeová, na sua lei, fez uma serie de restrições quanto ao sexo.

          • Ele diz: “Nenhum homem se chegará a qualquer parenta da sua carne, para descobrir a sua nudez. Eu sou Jeová. Não descobrirás a nudez do teu pai, e de tua mãe; ela é tua mãe, não descobrirás a sua nudez” (Lv. 18:6-7). Diz a Bíblia que Ló era homem justo. “Jeová condenou à subversão as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as como exemplo aos que vivessem impiamente. E livrou ao justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis (porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa pelo que via e ouvia sobre as suas obras injustas); assim, sabe Jeová livrar as almas piedosas da tentação, e reservar os injustos para o dia do juízo” (II Pd. 2:6-9). Até aqui tudo bem; só que Jeová não livrou o justo Jó do incesto com suas duas filhas (Gn.19:31-38). Jeová coou uma mosca e engoliu um camelo, e pecou contra o seu próprio mandamento (Lv.18:7). E não se cumpriu na vida de Ló o texto profético, que diz: “O anjo de Jeová acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Sl. 34:7).
          • A segunda proibição de Jeová, na lei, é: “Não descobrirás a nudez da mulher de teu pai” (Lv. 18:8).Jacó teve duas mulheres: Léia e Raquel. Léia deu a Jacó quatro filhos. Raquel, porém era estéril, e tendo inveja da irmã, disse a Jacó: Eis ai minha serva Bila; Entra a ela; porventura terei filhos dela. E Bila concebeu e deu à luz a Dã; e concebeu de novo e deu à luz Naftali. Pois Ruben, o primogênito de Jacó e filho de Léia, seduziu Bila e se deitou com ela (Gn. 30:3-8; 35:22). Esse ato incestuoso nos fala o seguinte:

          1) O anjo de Jeová não guardou Jacó, e não livrou Bila do incesto.

          2) Jeová havia prometido a Jacó guarda-lo, dizendo: “Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque te não deixarei, até que haja feito tudo quanto te tenho dito” (Gn. 28:15). Mais uma vez Jeová pisou na bola quebrando um mandamento da sua lei; e no ponto em que ele é mais exigente: prostituição, e diz: “Maldito aquele que se deitar com a mulher de seu pai” (Dt. 27:20; Gn. 35:22).

          • A terceira proibição de Jeová é: “Não descobrirás a nudez de tua irmã, filha de teu pai, ou filha de tua mãe” (Lv. 18:9). Pois Abraão casou com a irmã; ele mesmo declara isso a Abimeleque, rei de Gerar:“Na verdade, ela é também minha irmã, filha do meu pai, mas não filha da minha mãe; e veio a ser minha mulher” (Gn. 20:12). Terá, pai de Abrão, não foi guardado por Jeová .

          Os adoradores de Jeová vão dizer: Naquele tempo não havia lei. Temos um caso escandaloso na casa de Davi. Amnom, primogênito de Davi, cobiçou a irmã, de nome Tamar. Fingiu-se doente, e pediu ao pai que enviasse Tamar para lhe preparar bolos (II Sm. 13:6). O rei consentiu; ela veio, alheia às intenções perversas do irmão corrupto, que a violentou, e ainda depois a expulsou de casa (II Sm. 13:11-15).

          O que agrava este ato incestuoso, é que Jeová, para castigar Davi pelo adultério com Bate-Seba, disse-lhe: “Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei este negócio perante todo o Israel e perante o sol. Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti” (II Sm. 12:11-12). Desta vez Jeová exorbitou, pois quebrou a sua própria lei, mentiu dizendo que perdoou a Davi (II Sm. 12:13), não guardou a filha de Davi, jovem pura e inocente; desonrou a Davi, o homem que tinha o coração igual ao seu, e não honrou o juramento que fez a Davi (Sl. 89:34-37).

          • A quarta restrição ao sexo desordenado, diz: “A nudez da mulher do teu irmão não descobrirás, ela é a mulher do teu irmão” (Lv. 18:16). E diz mais Jeová: “Quando um homem tomar a mulher de seu irmão, imundícia é; a nudez do seu irmão descobriu; sem filhos ficarão” (Lv. 20:21). É incrível, mas o próprio Jeová, que proíbe essa união, deu outra lei, pela qual, morrendo um varão sem deixar filhos, o irmão entra à cunhada, e o filho que nascer será do irmão morto (Dt. 25:5-6). Os adoradores de Jeová vão dizer: Jeová só permitia isso em caso do falecimento do marido, logo não há problema. Esquecem os adoradores de Jeová, que o irmão vivo poderia ser casado. E no Novo Testamento era proibido a uma viúva casar novamente. Paulo diz: “Não admitas as viúvas mais novas, porque, quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se; tendo já a sua condenação certa por haverem aniquilado a primeira fé” (I Tm. 5:11-12). O adorador de Jeová vai dizer: Mas Paulo também diz que, quando morre o marido, a viúva pode casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor (I Co. 7:39). Que é casamento no Senhor? É o casamento de dois vivos, isto é, dois cristãos. Quando o casamento é misto (isto é, um é cristão e o outro de outra religião), morrendo o que era morto, desfaz-se o laço. A Bíblia é clara nesse ponto. Quando alguém se converte a Cristo passou da morte para a vida (Jo. 5:24). Os outros permanecem mortos (Rm. 5:12).
          • A quinta ordenança, diz assim: “A nudez da tua nora não descobrirás; ela é mulher de teu filho” (Lv. 18:15). Er, filho de Judá, era mau, pelo que Jeová o matou. Onã, irmão de Er, casando-se com Tamar, mulher do defunto, não quis suscitar semente ao irmão morto. Isto aos olhos de Jeová era mau, pelo que também o matou. Tamar, sabendo que seu sogro ia tosquiar as ovelhas, tirou o vestido de viúva, disfarçou-se, e sentou-se no caminho como prostituta. Judá, passando, viu-a, e deitou-se com ela, pensando que era uma prostituta (Gn. 38:13-19). Judá era um imundo, pois andava pegando prostitutas. Mais uma lei de Jeová quebrada com sua permissão.
          • Sexta ordenança: “Não tomarás uma mulher com sua irmã, para afligi-la, descobrindo a sua nudez” (Lv. 18:18). E esta agora; Jacó casou com duas irmãs, Léia e Raquel; e uma afligia a outra.

          Qual a conclusão que chegamos? Para o deus Jeová, vale tudo. Proíbe matar, e manda matar (Ex. 20:13; Dt. 13:6-9). Proíbe cobiçar, e manda cobiçar (Ex. 20:17; Dt. 21:10-14). Manda não furtar (Ex. 20:15), e ordenava Israel saquear as cidades invadidas (Dt. 2:30-35).

          Esse deus é Jeová, o deus que é justo e reto (Dt. 32:4).

           

          Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

          (465) – CIDADE DE JEOVÁ

          CIDADE  DE  JEOVÁ

          A Jerusalém terrena foi cidade conquistada por Davi das mãos dos jebuseus (II Sm. 5:6-7). Saindo da mão dos jebuseus passou a ser cidade santa, depois que passou a ser cidade de Jeová dos Exércitos(Is. 48:2). Jerusalém passou então a ser, como cidade de deus, no seu monte santo, o monte Sião, a alegria de toda a terra; a cidade do grande rei (Sl. 48:1-2). A cidade de Jerusalém será confirmada para sempre (Sl. 48:8).

          “Coisas gloriosas se dizem de ti, ó cidade de Deus” (Sl. 87:3). O escriba Esdras declarou que Jeová habitava em Jerusalém (Ed. 2:68). O rei Davi cantou num salmo, dizendo: “Por que saltais, ó montes elevados? Este é o monte que Jeová desejou para a sua habitação, e Jeová habitará nele eternamente” (Sl. 68:16).

          Por que Jeová habita na cidade de Jerusalém? Porque era a capital do reino de Israel, e Jeová habitava no meio do seu povo, do qual disse, quando ainda estava peregrinando no deserto: “Não contaminareis pois a terra na qual vós habitareis, no meio da qual eu habitarei; pois eu, Jeová, habito no meio dos filhos de Israel” (Nm. 35:34). A garantia da cidade de Jerusalém era a presença de Jeová dos Exércitos, o todo poderoso El Shaday, por isso se dizia entre o povo: “Olha para Sião, a cidade das nossas solenidades; os teus olhos verão a Jerusalém, habitação quieta, tenda que não será derrubada; cujas estacas nunca serão arrancadas, e das suas cordas nenhuma se quebrará” (Is. 33:20).

          Mas a cidade de Jerusalém, habitação de Jeová deus, tinha alguns problemas. Era cheia de deuses estranhos, e nos terraços das casas queimavam incenso a todo o exército dos céus. Jeremias é quem diz: “E as casas de Jerusalém, e as casas dos reis de Judá, serão imundas como o lugar de Tofete; como também todas as casas, sobre cujos terraços queimaram incenso a todo o exército dos céus, e ofereceram libações a deuses estranhos” (Jr. 19:13). A idolatria era o pecado mais grave em Israel, e o mais combatido por Jeová, que, cansado de proibir, disse: “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Jeová: Ide, sirva cada um os seus ídolos, pois que a mim não me quereis ouvir; mas não profaneis o meu santo nome com as vossas dádivas e com os vossos ídolos” (Ez. 20:39). Mas Jerusalém era a cidade dos ídolos, como diz Jeremias: “Portanto, assim diz Jeová: Eis que trarei mal sobre eles de que não poderão escapar, e clamarão a mim, e eu não os ouvirei. Então irão às cidades de Judá e os habitantes de Jerusalém, e clamarão aos deuses a quem lhes queimaram incenso; eles porém de nenhuma sorte os livrarão no tempo do seu mal, porque, segundo o número das tuas cidades, foram os teus deuses, ó Judá! e segundo o número das ruas de Jerusalém, levantaste altares à imprudência, altares para queimar incenso à Baal” (Jr. 11:11-13).

          Então Jeová ordena a Jeremias, dizendo: “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por eles clamor nem oração; porque não os ouvirei no tempo em que eles clamarem a mim, por causa do seu mal” (Jr. 11:14). “O pecado de Judá está escrito com uma ponteira de ferro, com ponta de diamante, gravado na tábua do seu coração e nos ângulos dos seus altares” (Jr. 17:1).

          Além da idolatria havia em Jerusalém rapazes escandalosos, ou melhor, os homossexuais, que havia desde o tempo de Jeroboão, filho de Nebate, que reinou após a morte de Salomão (I Rs. 14:24; II Rs. 23:7).

          Isaías diz: “Como se fez prostituta a cidade fiel! ela que estava cheia de retidão! A justiça habitava nela, mas agora homicidas” (Is. 1:21; Ez. 16:33-35). O reino de Israel foi destruído no ano 720 AC pelos assírios, sob o comando de Salmanazar, rei da Assíria (II Rs. 17:20-23). O reino de Judá, a cidade de Jerusalém, o templo de Jeová com o santuário, foi destruído e queimado a fogo no ano 587 antes de Cristo por Nabucodonosor, rei de Babilônia (II Cr. 36:17-20).

          As perguntas que se fazem são as seguintes:

          1. Jeová, o Todo poderoso El Shaday não teve poder para guardar Jerusalém, o lugar da sua eterna habitação, que, pelas palavras de Isaías, jamais seria derrubada? (Is. 33:20).
          2. Como, sendo Jeová um deus santo, pôde habitar no meio da idolatria por mil anos? Onde está a sua onipotência? Como pôde habitar em meio prostituição, corrupção e idolatria por mil anos? Como pôde tolerar as feitiçarias, imolações de crianças a Moloque, e sacrifícios feitos aos diabos? (Dt. 32:17).
          3. Como pôde Jeová iludir os cristãos com uma promessa futura de algo que não conseguiu realizar no passado? Promete mudar o coração de pedra em coração de carne, e que lhes daria um espírito novo para que andassem nos seus juízos e estatutos? (Ez. 11:19-20). Mas a lei de Jeová foi abolida por Jesus, e os estatutos e juízos de Jeová já eram. Paulo diz: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm. 10:4). E diz mais: “E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por Jesus é justificado todo aquele que crê” (At. 13:39).

           

          Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

          (464) – INCREDULIDADE DE ABRAÃO – II

          INCREDULIDADE DE ABRAÃO 2

           

          1. Jeová provou Abraão, quando lhe disse: Sacrifica a mim o teu filho Isaque. A história foi assim: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, a quem amas, e vai à terra de Moriá, e oferece-o em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn. 22:2). A mente de Abraão girou a mil, e pensou: Jeová me prometeu um filho, cuja linhagem seria como as estrelas do céu (Gn. 15:3-5). Já prometeu muitas vezes, dizendo que a minha descendência seria uma grande bênção para todas as nações da terra. É claro que ele não iria tirar a vida do meu filho, que ele mesmo gerou no ventre de Sara. Ele está blefando, ou quer saber alguma coisa. Pois eu vou colocar Isaque no altar, e ele não vai permitir o sacrifício.

          E Abraão, deixando os moços que iam com ele, partiu para o monte Moriá. Tomou a lenha do holocausto, e a pôs sobre Isaque, seu filho; e ele tomou fogo e o cutelo. E Isaque falou a Abraão, seu pai, dizendo: “Pai, o fogo e a lenha para o holocausto estão aqui, mas onde está o cordeiro para o holocausto? E disse Abraão: Jeová proverá para si o cordeiro. Abraão e Isaque vieram ao lugar determinado por Jeová, e edificou Abraão o altar, e pôs em ordem a lenha, e amarrou Isaque, seu filho, e deitou-o sobre o altar, em cima da lenha. Estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho. Mas o anjo de Jeová lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porque agora sei que temes a Jeová, e não me negaste o teu filho, o teu único”

          (Gn. 22:5-12).

          Abraão pensou certo. Jeová não pretendia matar seu filho Isaque. Como é que podemos saber que Abraão não creu na ordem de Jeová sobre o holocausto? Porque Abraão falou a seus moços, dizendo:“Eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós” (Gn. 22:5). Se Abraão tivesse certeza de que seu filho seria sacrificado em holocausto a Jeová, teria dito: E subirei com o moço, e voltarei depois de ter adorado. Mas Abraão disse: Voltaremos os dois; logo, não creu no projeto de Jeová.

          2. Jeová, como todos sabemos, chamou Abraão quando estava residindo em Harã. Quem saiu com toda a família de Hur dos caldeus, foi Terá, pai de Abraão. Diz o texto: “E tomou Terá a Abrão, seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai, sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Hur dos Caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã, e habitaram ali. E foram todos os dias de Terá duzentos e cinco anos; e morreu Terá em Harã” (Gn. 11:31-32).

          Jeová, então, se manifesta a Abraão pela primeira vez, e diz-lhe: “Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E Abrão partiu, como Jeová lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã, e foram à terra de Canaã. E passou Abrão por aquela terra até o lugar de Siquém, até o carvalho de More; e estavam os cananeus na terra. E apareceu Jeová a Abrão, e disse: À tua semente darei esta terra. E edificou ali um altar a Jeová, que lhe aparecera. E moveu-se dali para a montanha à banda do oriente de Betel, e armou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente, e Ai ao oriente; e edificou ali um altar a Jeová. Depois caminhou Abrão dali, seguindo ainda para a banda do sul. E havia fome naquela terra; e desceu Abrão ao Egito, para peregrinar ali, porquanto a fome era grande na terra” (Gn. 12:1-10). Abraão então pensou: Jeová me chamou para ir a Canaã, e agora, por causa da fome, sou obrigado a descer ao Egito. Estou confuso. Finalmente qual será o meu lugar? Na carta aosHebreus, lemos: “Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que haveria de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia” (Hb. 11:8). A terra prometida era Canaã, e não o Egito. Abrão, já incrédulo, falou a Sarai, sua mulher: “Ora, bem sei que és mulher formosa à vista; e será que, quando os egípcios te virem, dirão: Esta é sua mulher. E me matar-me-ão a mim, e a ti te guardarão em vida. Dize, peço-te, que és minha irmã, para que me vá bem por tua causa, e que viva a minha alma por amor de ti. E aconteceu que, entrando Abrão no Egito, viram os egípcios a mulher, que era mui formosa. E viram-na os príncipes de Faraó, e gabaram-na diante de Faraó; e foi a mulher tomada para a casa de Faraó. E fez bem a Abrão por amor dela; e ele teve ovelhas, e vacas, e jumentos, e servos, e servas, e jumentas, e camelos” (Gn. 12:10-16).

          Se Abrão cresse que Jeová era realmente Deus, creria que Jeová o guardaria, e também a Sarai, o que não aconteceu. Jeová não os guardou. Sarai se tornou amante de Faraó o tempo suficiente para Abrão ficar rico, e depois feriu Jeová com pragas a Faraó.

          Ora, quatrocentos anos mais tarde, Jeová ia dar uma lei pela qual, uma mulher casada, sendo dada a outro marido, não podia mais voltar ao primeiro, depois que foi contaminada (Dt. 24:1-4). Sarai foi contaminada na cama de Faraó, e Abrão a recebeu de volta, e tudo bem? Jeová tem dois pesos e duas medidas? Também, se a casada praticasse adultério, seria apedrejada. Sarai adulterou, e ficou tudo bem? (Dt. 22:22). Novo pecado de Jeová. O fato é que Abrão não esperava nada de Jeová. Protegeu-se com a formosura de Sarai. Por outro lado, as leis que Jeová escreveu nas tábuas não faziam parte do seu código moral, pois com Abraão agiu diferente.

          Fantástico! Não crendo em Jeová, Abraão se tornou pai da fé

          (Gl. 3:7-9).

           

          Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

          (463) – INCREDULIDADE DE ABRAÃO – I

          INCREDULIDADE DE ABRAÃO 1

          Diz a Escritura que Abrão creu em Jeová (Gn.15:6). Creu no que? Numa promessa. Abrão tinha setenta e cinco anos quando Jeová lhe fez a promessa (Gn. 12:4). O tempo foi passando e Sarai continuava estéril(Gn. 11:30). Abrão e Sarai esperaram o cumprimento da promessa de Jeová por dez anos, e nada aconteceu. Então Sarai, cansada de esperar, disse: a Abrão: “Eis que Jeová me tem impedido de gerar; entra pois à minha escrava; porventura terei filhos dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai. Assim tomou Sarai, mulher de Abrão a Agar, egípcia, sua escrava, e deu-a por mulher a Abrão seu marido, ao fim de dez anos que Abrão habitava na terra de Canaã. E ele entrou a ela, e Agar concebeu; e vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos” (Gn. 16:2-4).

          É obvio que quando Sarai deu a serva Agar a Abrão, e este aceitou, ambos já tinham perdido a esperança na promessa de Jeová. Vendo Abrão que as duas mulheres não se davam bem, disse a Sarai: Agar e seu filho estão na tua mão, faze deles o que quiser. Sarai então afligiu Agar, que fugiu com o filhinho para o deserto. O anjo de Jeová achou-a junto a uma fonte de água, e disse-lhe: “Agar, serva de Sarai, donde vens, e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai. Então disse o anjo de Jeová: Torna-te para a tua senhora, e humilha-te debaixo de suas mãos, pois multiplicarei sobremaneira a tua semente, que não será contada, por numerosa que será. Disse-lhe mais o anjo de Jeová: Eis que concebeste, e terás um filho, e chamarás o seu nome Ismael; porquanto Jeová ouviu a tua oração. E ele será homem bravo, e a sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos” (Gn. 16:5-12).

          Se Abrão estivesse firme na fé, quando Sarai lhe ofereceu Agar, teria dito: — Mulher, você perdeu o juízo? Jeová prometeu, e vai dar. Deus é fiel!

          A prova de que Abrão perdeu a fé na promessa está no seguinte: Depois do pacto da circuncisão, Jeová falou a Abrão, dizendo: “A Sarai tua mulher, não chamarás mais pelo nome de Sarai, mas Sara será o seu nome (Sarai se traduz por CONTENCIOSA, e Sara por PRINCESA); porque eu a hei de abençoar, e te hei de dar a ti dela um filho; e a abençoarei, e será mãe das nações; reis de povos sairão dela. Então caiu Abraão sobre o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? E conceberá Sara da idade de noventa anos? E Disse Abraão a Jeová: Oxalá QUE viva Ismael diante dA Tua face!” (Gn. n17:15-18). Está provado que Abraão perdeu a fé na promessa de Jeová. O apóstolo Paulo, referindo-se ao assunto, diz que Abraão creu contra a esperança, isto é, tinha perdido a esperança, mas quando Sara engravidou, creu no que viu, depois de 25 anos da primeira promessa.

          Por outro lado, Jeová tardou em cumprir a promessa porque o seu plano era exatamente irritar Sarai, para que ela entregasse Agar a Abrão. Paulo novamente traz luz sobre o assunto na carta aos Gálatas 4:21-26, que não trataremos especificamente agora. Tudo, porém, foi programado por Jeová.

          A segunda incredulidade de Abrão aconteceu no seu chamamento. Tera, pai de Abrão, saiu de Hur dos caldeus com toda a família para ir a Canaã, e vieram até Harã, e habitaram ali (Gn.11:31). Em Harã, Jeová chamou Abrão, dizendo: “Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E Far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. Assim partiu Abrão, como Jeová lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã. E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e toda a sua fazenda, que haviam adquirido; e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para ir à terra de Canaã; e vieram a Canaã. E passou Abrão por aquela terra até ao lugar de Siquém, até o carvalho de Moré; e habitavam os cananeus na terra. E apareceu Jeová a Abrão, e disse: À tua semente darei esta terra” (Gn. 12:1-7). Depois que Ló se separou de Abrão, disse-lhe Jeová: “Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para a banda do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente; porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti e à tua semente, para sempre” (Gn. 13:14-15). Abrão disse a Jeová: “Como saberei que hei de herdá-la?” (Gn. 15:8). Então Jeová fez um concerto com Abrão, no qual sua descendência ia peregrinar 400 anos em terra estranha, iriam ser afligidos, escravizados, e depois herdariam a terra de Canaã. Esse concerto foi feito na escuridão (Gn. 15:8-21). Esse era o concerto eterno de Jeová com Abraão (Gn. 17:7-8).

          Acontece que Jesus ofereceu coisa melhor a Abraão. Pregou o Evangelho, e ele creu. Pregou também o reino dos céus, e Abraão creu (Gl. 3:8-9; Jo. 8:56).

          Abraão não gostou dessa história de escravidão e de aflição prometida por Jeová, e escolheu o amor de Jesus e o reino celestial, que Jeová nunca prometeu no Velho Testamento. Na carta aos Hebreus, lemos:“Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que haveria de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa, porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Hb. 11:8-10). E Abraão confessou que era estrangeiro e peregrino neste mundo, e que a sua pátria era a celestial; por isso não creu em Jeová (Hb. 11:13-16). É maravilhoso! Não crendo em Jeová, Abraão se tornou o pai da fé (Gl. 3:7-9).

           

          Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

          (462) – DEUS DO FOGO

          DEUS  DO  FOGO

          Nos nossos dias, o fogo impressiona e é temido. O incêndio de uma floresta parece o fim do mundo. O incêndio de um arranha céu parece o fogo do inferno. As pessoas se atirando desesperadas para escapar do fogo, se lançam ao ar, de cinqüenta ou oitenta metros, e se esborracham no asfalto em meio a gritos desesperados, corre-corre de bombeiros para salvar o que puder. O fogo é consumidor.

          Os romanos adoravam muitos deuses, e um deles se chamava Vulcano, o deus do fogo e dos metais. Era filho de Júpiter ou Zeus, o soberano dos deuses romanos. Quando nasceu, era tão feio, tão feio, que sua mãe, Juno, o lançou do monte Olimpo. O infeliz ao cair de 2.800 metros, ficou coxo. Estabeleceu debaixo do vulcão Etna suas forjas, onde trabalhava com os ciclopes na fabricação de espadas, lanças e armaduras para a guerra. Os ciclopes ferreiros de Vulcano, eram gigantes de um olho só, no meio da testa. Vulcano fabricava os raios das tempestades (Informações tiradas do Lelo Universal).

          Pois Jeová, o deus do Velho Testamento, era também o deus do fogo: “Moisés, Arão e os filhos de Arão, Nadabe e Abiu, e mais setenta anciãos de Israel, subiram ao monte Sinai, e viram Jeová, o deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como uma obra de pedra de safira, e como o parecer do céu na sua claridade. Porém ele não estendeu a mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel; mas viram a deus, e comeram e beberam” (Ex. 24:9-11). Depois, Jeová chamou Moisés, para subir só, no cume do monte, para receber as tábuas de pedra. E Moisés subia com Josué, no cume do monte, e Moisés entrou na nuvem, e O PARECER DE JEOVÁ ERA COMO UM FOGO CONSUMIDOR (Ex. 24:12-18). Na carta aos Hebreus, lemos: “Porque o nosso deus é um fogo consumidor” (Hb. 12:29). Moisés avisou o povo de Israel, que se fizessem alguma escultura para adorar, seriam consumidos pelo fogo (Dt. 4:24-26). Jeová ia adiante de Israel como um fogo consumidor destruindo os exércitos (Dt. 9:3).

          Quando Israel, saindo do Egito, passou pelo mar, os egípcios entraram atrás, Jeová numa coluna de fumo alvoroçou os exércitos egípcios (Ex. 14:24). E Jeová ia adiante de seu povo, de dia numa coluna de fumaça para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite (Ex. 13:21-22). Jeová é o deus que se manifesta pelo fogo. Quando se manifestou a Moisés, apareceu em um espinheiro em fogo (Ex. 3:1-5). Quando o profeta Elias desafiou os profetas de Baal, disse: “Invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome de Jeová; e há de ser que, o deus que responder por meio do fogo, esse é deus” (I Rs. 18:24). E o fogo de Jeová lambeu a oferta do altar de Elias (I Rs. 18:36-40).

          Quando Jeová não se agradava de alguém, mandava fogo do céu e matava. Os filhos de Arão, Nadabe e Abiu, trouxeram nos seus incensários, um fogo diferente do ordenado por Jeová, então desceu fogo do céu e os matou (Lv. 10:1-2). Jeová era meticulosamente exigente no desempenho dos sacerdotes. Falhou, morreu.

          Quando o povo partiu do monte Sinai, caminho de três dias, Jeová ia adiante deles em busca de lugar de descanso. Então o povo murmurou queixando-se. A ira de Jeová se acendeu, e o fogo de Jeová ardeu entre eles, e consumiu os que estavam na última parte do arraial, pelo que chamou aquele lugar TABERA(Nm. 11:1-3). O povo reclamava do maná, e queria carne. Moisés ouviu o povo chorar, cada um à porta de sua tenda. A ira de Jeová grandemente se acendeu, e pareceu mal aos olhos de Moisés (Nm. 11:4-10). E disse Moisés a Jeová: “Por que fizeste mal? Porque puseste sobre mim o cargo de todo este povo? Concebi porventura todo este povo? Gerei-o eu para que me dissesses: Leva-o ao teu colo, como um aio leva o que cria, à terra que juraste a seus pais? Donde teria eu carne para dar a este povo? Este cargo é muito pesado para mim. Se assim fazes comigo, mata-me, eu te peço. Não me deixes ver o meu mal” (Nm. 11:11-15; Dt. 34:1-5). E Jeová, o misericordioso, usou Moisés quarenta anos, a quem pagou com a morte por sua ousadia em queixar-se. Por pouco não desceu fogo do céu sobre Moisés. Mas uma coisa fantástica sempre acontecia, quando se acendia a ira de Jeová: “Então se abalou e tremeu a terra, os fundamentos dos céus se moveram e abalaram, porque ele se irou. Subiu o fumo dos seus narizes, e da sua boca um fogo devorador; carvões se incenderam dele. E abaixou os céus, e desceu; e uma escuridão havia debaixo de seus pés. Subiu sobre um querubim, e voou; e foi visto sobre as asas do vento. E por tendas pôs as trevas ao redor de si, ajuntamento de águas, nuvens dos céus. Pelo resplendor da sua presença brasas de fogo se acendem. Trovejou desde os céus Jeová, e o Altíssimo fez soar a sua voz. E Disparou flechas, e os dissipou; raios, e os perturbou” (II Sm. 22:8-15). Quem falou isto foi Davi, o homem que tinha o coração conforme o de Jeová, portanto, um profeta que merece crédito. Se tirássemos o nome de Jeová e puséssemos DRAGÃO, o texto seria perfeito, pois o dragão solta fumo pelas narinas, e da sua boca um fogo devorador, carvões misturados ao fumo das ventas. Debaixo dos pés escuridão. Por tenda pôs as trevas ao redor de si. Brasas de fogo se acendem dele. Troveja desde os céus a sua voz. Dispara raios e frechas. Jeová se assemelha a Vulcano e ao dragão. É realmente fantástico crer num deus, que não tenha as características do Pai do Senhor Jesus Cristo, mas abunda as características do dragão e de Satanás.

           

          Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

          (461) – DEUS TEM LIVRE ARBÍTRIO?

          DEUS TEM LIVRE ARBÍTRIO?

          Parece que o Deus revelado por Jesus Cristo no Novo Testamento não tem livre arbítrio. Como pode ser isso? Que é livre arbítrio? É fazer o bem ou o mal quando se quer. Ora, diz a Escritura que Deus é amor; e se é amor não poderia deixar de amar, pois o amor não faz o mal (Rm. 13:10). Se o amor fizer o mal deixa de ser amor.

          No Velho Testamento lemos que da boca de Jeová sai o bem e o mal, logo Jeová não é amor, e se não é amor também não é Deus, porque Deus é amor (I Jo. 4:8). Que Jeová faz o mal é fácil provar na Bíblia(Lm. 3:38). E o próprio Jeová proclama essa verdade, dizendo a Jerusalém: “Porque eu pus o meu rosto contra esta cidade para mal, e não para bem” (Jr. 44:27). E o deus Jeová podendo optar pelo mal, jamais opta pelo bem. Ele disse: “No momento em que eu falar a uma gente e de um reino, para edificar e para plantar, se ela fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que tinha dito lhe faria. Ora, pois, fala agora aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Assim diz Jeová: Eis que estou forjando um mal contra vós” (Jr. 18:9-11). Outro exemplo claro: Ele declarou: “Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: A bênção, quando ouvirdes os mandamentos de Jeová vosso deus, que hoje vos mando; porém a maldição, se não ouvirdes os mandamentos de Jeová vosso deus” (Dt. 11:26-28).

          Passemos ao Novo Testamento. Na carta a Tito, Paulo diz: “Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos” (Tt. 1:2). Se Deus não pode mentir, não tem livre arbítrio. Jeová, em contrário, mente. Na lei mandou Moisés escrever: “Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais; cada qual morrerá pelo seu próprio pecado” (Dt. 24:16). Mas pela boca do profeta Isaías, diz: “Preparai a matança para os filhos por causa da maldade de seus pais” (Is. 14:21). Está claro que Jeová faltou com a verdade. Para agravar a situação, Jeová matou o filho recém-nascido de Davi, por causa do adultério de Davi (II Sm. 12:13-19).

          Paulo declara que Deus, o Pai quer que todos se salvem e venham ao conhecimento da verdade (I Tm. 2:3-4). Todos, inclui maus e bons, justos e injustos. Se Deus tivesse livre arbítrio, salvaria os justos, e condenaria os injustos. Mas Deus é amor e o amor não condena ninguém; então o apóstolo João diz:“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo. 3:16-17). E Jesus e o Pai são um só, e o que o Pai é, Jesus é também, por isso Jesus declara: “Se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo” (Jo. 12:47). E disse mais: “Não cuideis que eu vos hei de acusar para com o Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em quem vós esperais” (Jo. 5:45). E Jesus, que é a imagem expressa do Pai, constituiu a Igreja para julgar. Em relação a Israel, Jesus disse aos apóstolos: “Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel” (Mt. 19:28). Vemos por aqui que Jesus não vai julgar o reino de Israel. E o resto do mundo, quem vai julgar? Paulo, o grande apóstolo dos gentios, responde: “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?” (I Co. 6:2-3). O juiz tem de ser apto para julgar. Se um crente for carnal não é apto para julgar os carnais; se é escravo de algum vício, não terá autoridade nem condições de julgar os viciados em bebida, ou em cigarro, ou em ecstasy, ou em jogatinas. Se o cristão é mundano jamais vai julgar o mundo. Muito pelo contrário, vai ser réu e não juiz, pois Jesus disse: “E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; Mas o que não a soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou muito mais se lhe pedirá” (Lc. 12:47-48).

          O cristão tem que ser igual ao seu Senhor, pois João diz: “Nisto é perfeita a caridade para conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque qual ele é, somos nós também neste mundo” (I Jo. 4:17).

          E se o cristão tem o livre arbítrio, vai praticar o mal, pois este mundo é cheio de laços. Jesus Cristo nunca pecou, porque não tinha livre arbítrio. Era igual ao Pai. No jardim do Éden havia duas árvores. A árvore do conhecimento do bem e do mal; esta é de Jeová que faz o bem e o mal. A outra árvore da vida, que é de Cristo, onde os seus discípulos crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências (Gl. 5:24).

           

          Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

          (460) – ÁRVORES QUE JEOVÁ PLANTOU

          ÁRVORES QUE JEOVÁ PLANTOU

          Jeová é agricultor; ele tem uma vinha (Is. 5:1). Ele mesmo a plantou como vide excelente, uma semente inteiramente fiel (Jr. 2:21). Mas Jeová, ou não é bom agricultor, ou é azarado. Isaías diz que ele a cercou, e a limpou das pedras, e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas, mas deu uvas bravas. Então ele se queixa, dizendo: “Que mais poderia fazer à minha vinha que eu não tenha feito?” (Is. 5:4). “Eu vou destruir a minha vinha; tirarei a sua sebe, para que sirva de pasto, torná-la-ei em deserto; não será podada nem cavada, mas crescerão nela sarças e espinheiros. Porque a vinha de Jeová é a casa de Israel, e os homens de Judá a planta das suas delícias” (Is. 5:4-7).

          Israel é comparada a outras árvores: “Que boas são as tuas tendas, ó Jacó! e as tuas moradas, ó Israel! Como ribeiros se estendem, como jardins ao pé dos rios; como árvores de sândalo Jeová os plantou, como cedros junto às águas!” (Nm. 24:5-6). Mas a árvore que Jeová se orgulha de ter plantado, são os cedros do Líbano (CEDRUS LIBANI). Formavam grandes florestas nas encostas do Líbano, e eram o principal material para construção de templos e castelos. Sua altura varia de vinte a trinta e cinco metros de altura, com uma circunferência de até doze metros. Era a única árvore que dava traves para grandes construções, e mastros de navios; e era madeira aromática (Ez. 27:5). Os egípcios, assírios e babilônicos usavam os cedros do Líbano há mil anos antes de Cristo. O que resta hoje, são umas quatrocentas árvores, a dois mil metros de altura, pois o que havia daí para baixo, foi tudo consumido.

          Os cedros do Líbano fazem parte da linguagem figurada de Jeová. Eles são o símbolo da força, da altura e majestade de alguns reinos; metaforicamente, a casa real de Judá é comparada a um cedro do Líbano(Ez. 17:2-3).

          E Jeová declara mais uma vez, dizendo: “Satisfazem-se as árvores de Jeová, os cedros do Líbano que ele plantou” (Sl. 104:16). Agora são outros reinos. Jeová falou a Ezequiel, o profeta, dizendo: “Filho do homem, dize a Faraó, rei do Egito, e à sua multidão: A quem és semelhante na tua grandeza? (Ez. 31:2). E o mesmo Jeová responde: “Eis que a Assíria era um cedro no Líbano, de ramos formosos, de sombrosa ramagem e de alta estatura. As águas o fizeram crescer, o abismo o exalçou; as suas correntes corriam em torno da sua plantação, e ela enviava os regatos a todas as árvores do campo; por isso se elevou a sua estatura sobre todas as árvores do campo” (Ez. 31:3-5).

          Neste texto, toda a linguagem é metafórica: O cedro do Líbano é símbolo da soberba, orgulho, grandeza, poder, pois o cedro é uma árvore majestosa. As águas que o fizeram crescer eram os povos conquistados (Ap. 17:15). O abismo que o exalçou, é o poder satânico do inferno (Is. 14:13-15). Os regatos que enviava a todas as árvores do campo, eram seus exércitos, pois Isaías disse: “Eis que Jeová fará vir sobre eles as águas de um rio, isto é, o rei da Assíria, fortes e impetuosas, com toda a sua glória” (Is. 8:7-8). A sua plantação eram as cidades da Assíria, e as correntes que corriam em volta, eram os esquadrões que protegiam as cidades. É por isso que esse cedro era o mais alto.

          A Assíria dominou a Babilônia por 700 anos. A religião dos assírios veio da Babilônia, exceto Assur, deus tutelar da cidade Assur, principal divindade de toda a Assíria. Havia mais onze deuses; Marduk foi um deus importado da Babilônia. Abaixo destes, existiam inúmeros deuses de menor importância.

          Os assírios eram bárbaros e cruéis com os vencidos em batalha, os quais eram degolados ou esquartejados. O rei vencido ficava na tenda do soberano, preso a uma corrente ligada a um aro preso no lábio inferior. Um guarda armado com lança puxava a corrente; os gritos de dor mostravam que o soberano assírio era invencível. Ao lado do trono havia enorme cesto cheio de cabeças dos generais. Fora da tenda uma multidão aguardava aterrorizada a sua vez de morrer.

          Este é o cedro do Líbano, de alta estatura, e de frondosa ramagem, que Jeová plantou. O outro cedro do Líbano, semelhante a este, não menos cruel e bárbaro, era o Egito, pois Ezequiel diz: “A quem és semelhante na tua grandeza?” (Ez.31:2); eis que a Assíria era um cedro no Líbano (Ez. 31:3). Estes dois cedros de alta estatura estavam no jardim do Éden verdadeiro, descrito por Ezequiel (Ez. 31:1-9-18).Outros cedros do Líbano, plantados por Jeová, eram as sete nações que habitavam a palestina quando Israel entrou guiados por Josué (Dt. 7:1), pois estas nações estavam exatamente no jardim do Éden, que é a Palestina, inclusive Sodoma e Gomorra.

          Pois bem, todas estas árvores corruptas, cruéis, diabólicas, que adoravam deuses demoníacos, foram plantadas por Jeová, e não pelo Pai de Jesus (Sl. 104:16).

          A única árvore que Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo plantou, foi o próprio Jesus. Ele disse: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador” (Jo. 15:1). E disse mais: “Toda planta que meu Pai celestial não plantou, será arrancada” (Mt. 15:13).

           

          Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

          (459) – A CARNE – II

          A CARNE 2

          O apóstolo João no seu evangelho faz a seguinte declaração: “Deus nunca foi visto por ninguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer” (Jo. 1:18). Eu citei este verso a uns teólogos argentinos, que há dez anos vieram à minha casa, e disse-lhes que Deus não era conhecido no Velho Testamento, e só Jesus O trouxe ao conhecimento dos homens. Eles disseram que Deus se revelou, mas como eles estavam cegos, Jesus então O fez conhecer. Mas uma coisa é certa: Chamaram João de mentiroso, pois disse que Deus nunca foi visto pelos homens, e está escrito que o deus do Velho Testamento foi visto (Ex. 24:9-10). Esses teólogos chamaram também Jeová de mentiroso, pois Jeová afirma que se deu a conhecer a Abraão, Isaque e Jacó (Ex. 6:2-3). E disse mais Jeová: “Dentre os que me conhecem, farei menção de Raabe e de Babilônia” (Sl. 87:4).

          Mas por que o homem natural nunca viu a Deus, e nem  O conhece? Porque o homem natural, o homem manchado pelo pecado e debaixo do governo de potestades das trevas, tem coisas incompatíveis com a natureza de Deus (Ef. 2:2-3; Cl. 1:12-13). Vejamos as barreiras que separam os homens do Deus verdadeiro:

          1. O homem é animal, pois Salomão diz: “Disse eu no meu coração: É por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como animais. Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego; e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. Todos vão para um lugar; todos são pó, e todos ao pó tornarão. Quem adverte que o fôlego dos filhos dos homens sobe para cima, e que o fôlego dos animais desce para baixo da terra?” (Ec. 3:18-21). Em contrário, Deus é espírito, e de natureza puramente espiritual.
          2. O homem é trevas e Deus é luz. Jesus declarou: “Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça em trevas” (Jo. 12:46). “Aquele que diz que está na luz, e aborrece o seu irmão, até agora está em trevas” (I Jo. 2:9). O homem precisa sair das trevas para poder ver a Deus, e conhecê-lo. Paulo foi enviado por Jesus: “Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus” (At. 26:18). Quem está em trevas está debaixo da vontade e governo de Satanás, e portanto cego para as coisas de Deus (II Co. 4:4). Deus é luz (I Jo. 1:5).
          3. O homem é imundo, e Deus é puro e imaculado. Em relação à imundície do homem, lemos no livro de Jó: “Que é o homem, para que seja puro? E ou o que nasce da mulher para que fique justo?” (Jó 15:14). “Como pois seria justo o homem perante Deus, e como seria puro aquele que nasce da mulher? Olha até a lua não resplandece, e as estrelas não são puras aos seus olhos. E quanto menos o homem, que é um verme, e o filho do homem, que é um bicho” (Jó 25:4-6). “Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um” (Sl. 14:3).
          4. O homem é pecador, Deus é santo. Desde Adão e Eva, todos estão debaixo do pecado. Paulo retrata o estado de toda a humanidade desde Adão, dizendo: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm. 5:12). E o mesmo Paulo nos diz: “Porque todos pecaram, e destituídos foram da glória de Deus” (Rm. 3:23).
          5. O homem é mentiroso e Deus é a verdade. Paulo escreveu, dizendo: “Sempre seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso” (Rm. 3:4; Sl. 62:9). João, no seu evangelho, disse: “A lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo. 1:17).

          Como pode o homem achegar-se a Deus nesse estado de miséria moral? Como pode Deus aproximar-se do homem, sendo os homens gerados pelo pecado, pela cobiça, pelo egoísmo, pela soberba, pelo ódio, pela presunção, pelo interesse, pela vaidade, etc, etc. Segundo as palavras do Senhor Jesus Cristo, para o homem chegar a Deus tem de nascer de novo (Jo. 3:3-6). Para ver a Deus o homem tem de ser criado de novo por Jesus Cristo, por isso Paulo diz: “Quem está em Cristo nova criatura é: as coisas velhas já passaram; tudo se fez novo” (II Co. 5:17). O homem é gerado de semente imunda. Para chegar a Deus tem de ser gerado novamente por outra semente. Pedro diz: “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre” (I Pd. 1:23).

          Afirmar que Deus se deu a conhecer aos homens no Velho Testamento antes de Jesus Cristo, é anular a obra de Cristo no homem, e pelo homem. Só os cegos não vêem essa aberração.

           

          Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

          (458) – A CARNE – I

          A  CARNE  1

          No Novo Testamento lemos que Deus é Espírito, e que só pode ser adorado em espírito (Jo. 4:24). O texto deixa claro que a adoração em espírito é a verdadeira. Outro texto esclarecedor de João, diz:“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12-13). Neste texto, vemos de maneira insofismável, que Deus, o Pai de Jesus Cristo, não gera filhos na carne, mas só no Espírito. Esse nascimento do Espírito se dá pela fé em Cristo. O mesmo Jesus é que disse: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer de novo, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, na pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo. 3:3-6). Se o que é nascido do Espírito é filho de Deus, conforme Jo. 4:24, o que é nascido da carne é filho de outro.

          Jesus declarou que a nossa carne para nada serve, e para nada aproveita. Se nada aproveita da carne humana, é lixo que não pode ser reciclado (Jo. 6:63). Paulo revela que na carne não habita bem algum(Rm. 7:18). E o mesmo Paulo afirma que a carne e o sangue são corrupção, e que a corrupção não pode herdar o reino de Deus (I Co. 15:50). Quando Paulo diz que isto que é corruptível deve se revestir de incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir de imortalidade, está se referindo à nossa carne (I Co. 15:53). Ainda que o santo seja puro e sem pecado, a sua carne se corrompe com o tempo. A carne é matéria tão imunda, que na epístola universal de São Judas, lemos: “Salvai alguns arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne” (Jd. 23). Há pessoas que gozam de perfeita saúde, e no entanto exalam odores insuportáveis da sua carne. As indústrias de desodorante ganham fortunas para eliminar ou disfarçar os odores da carne humana. Muitos divórcios acontecem por um cônjuge não suportar os odores do outro. A Bíblia revela que o que tanto atrai os sexos são concupiscências da imundícia da carne (II Pd. 2:10). Em relação só a epiderme, existem inúmeras doenças, que pela falta de uma higiene pessoal diária, se manifestam como micoses, sarnas, alergias, coceiras, frieiras, assaduras, urticárias, feridas, erisipelas, impinges, câncer de pele, e dermatoses em geral.

          Para um homem chegar à presença de Deus, o Pai, tem de nascer de novo (Jo. 3:3-6), tem de ser nova criatura, isto é, tem de ser criado em justiça e santidade. Paulo diz: “Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito do vosso sentido; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef. 4:22-24). Esta carne de que somos feitos, tem de passar pela regeneração, isto é, isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revista de imortalidade, para chegar a Deus. Essa incorruptibilidade começa antes da ressurreição pela palavra de Deus. Pedro diz: “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre” (I Pd. 1:23). A semente corruptível é a lei do mandamento carnal. Na carta aos hebreus, lemos que Jesus é um sacerdote que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível (Hb. 7:15-16); e essa virtude da vida incorruptível é o evangelho da incorrupção. Paulo diz: “Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus” (I Pd. 3:4). Paulo completa, dizendo: “Participa das aflições do evangelho segundo o poder de Deus, que nos salvou, e nos chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos; e que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho” (II Tm. 1:8-10). E Pedro declara que, no fim deste mundo, narrado com detalhes em II Pd. 3:7-14, o verso catorze diz: “Pelo que, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz”.

          Pois somos surpreendidos com a declaração de Jeová, que fez por boca de Jeremias: “Eu sou o deus de toda a carne” (Jr. 32:27). Jeová é o deus da carne corruptível? E Jeová aceita adoração de carne corrupta? (I Sm. 1:3; I Cr. 16:29; Sl. 99:9). Isaías diz que toda a carne adora a Jeová (Is. 66:23). Jeová convive com a carne em estado de corrupção (Gn. 18:1-8). E Jeová habita com a carne corruptível (Ed. 2:68; Sl. 135:21).

          E o povo com o qual Jeová habitava, foi comparado por ele mesmo a Sodoma e Gomorra (Is. 1:8-11).

          É só pensar um pouco…

           

          Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira