Arquivos

(457) – MANIFESTAÇÃO DE CRISTO – VI

MANIFESTAÇÃO DE CRISTO 6

(Hb. 9:26)

Jesus permaneceu no anonimato por trinta anos. Não fez obra nenhuma. João Batista, o último profeta do Velho Testamento, foi a porta pela qual Jesus se manifestou. Ele disse: “Eu não o conhecia; mas para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu por isso, batizando com água” (Jo. 1:31). E assim Jesus iniciou a grande missão em Israel. Qual missão?

  1. Manifestar as obras de Deus. Jesus viu um homem cego de nascença. Os discípulos perguntaram-lhe: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais, mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus. Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia” (Jo. 9:1-4). A palavra ‘manifestar’, significa trazer à luz o que ainda não é de conhecimento público. Jeová, o deus de Israel, nunca curou cegos, mas cegar, ele cegou. Revestiu Isaías com o dom de cegar, quando este profeta teve uma visão de Jeová no seu trono, com serafins voando acima dele. Um serafim tocou os lábios do profeta com uma brasa viva, e purificou o seu pecado. Jeová então disse: A quem enviarei e quem há de ir por nós? Isaías disse: Eis-me aqui, envia-me a mim. Então Jeová disse: “Vai, e dize a este povo: Ouvis de fato, e não entendeis, e vedes em verdade, mas não percebeis. Engorda o coração deste povo, e endurece-lhes os ouvidos, e fecha-lhes os olhos; não venha ele a ver com os olhos, e a ouvir com os seus ouvidos, e a entender com o coração, e a converter-se, e a ser sarado” (Is. 6:7-10). Jeremias, profeta que surgiu seiscentos anos antes de Cristo, disse: “Ouvi agora isto, ó povo louco e sem coração, que tendes olhos e não vedes, que tendes ouvidos e não ouvis” (Jr. 5:21). O próprio Isaías já tinha falado: “Trazei o povo cego que tem olhos, e os surdos que tem ouvidos” (Is. 43:8). E essa cegueira durou até Jesus Cristo:“E, ainda que tinha feito tantos sinais diante deles, não criam nele; para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? e a quem foi revelado o braço do Senhor? Por isso não podiam crer, pelo que Isaías disse outra vez: Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam com os olhos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure. Isaías disse isto quando viu a sua glória, e falou dele” (Jo. 12:37-41). Está bem claro que Jeová cegou os judeus para que não cressem em Jesus. Por isso Jeová não curava os cegos. Ora, se Jeová não curava os cegos de Israel, pois ele mesmo os cegava, fica provado que quem mandou Jesus curar o cego de nascença não foi Jeová, mas o Pai. O cativeiro judeu, em Babilônia, começou no ano 587 antes de Cristo, e cento e dez anos antes reinou Manassés, péssimo rei. Depois de Manassés reinou Josias, ótimo rei, mas, apesar da boas obras de Josias, Jeová não se demoveu da sua ira até destruir o reino de Judá através de Nabucodonosor. Foram ao todo setecentos anos de ira, em que Jeová não operou nenhuma cura, e não fez nenhum milagre, como ele mesmo declarou (Is. 1:15; 59:1-3).

Ora, se Jesus veio manifestar as obras de Deus curando, essas não eram obras de Jeová, mas do Pai.

  1. Cristo se manifestou para revelar os frutos do Espírito Santo, os dons do Espírito Santo e a missão do Espírito Santo.

O Espírito Santo no Velho Testamento era de Jeová, que é um deus iracundo. Ele mesmo declara:“Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até ao mais profundo do inferno, e consumirá a terra com a sua novidade” (Dt. 32:22). A ira do inferno só pode ser de Satanás, pois a ira, se fosse boa, viria do céu. A ira de Jeová é tão violenta, que ele destrói um reino, ou uma nação inteira num movimento de furor. Quando Arão fez o bezerro de ouro, e o povo desandou em uma orgia dionisíaca, Jeová trovejou, dizendo: “Agora pois deixa-me, que o meu furor se acenda contra eles, e os consuma; e eu farei de ti uma grande nação” (Ex. 32:10). Jeová é um deus que se ira todos os dias (Sl. 7:11). Saul, apesar de sua estatura, era manso; mas num momento crítico da história de Israel, diz o texto sagrado: “Então o Espírito de deus se apoderou de Saul, ouvindo estas palavras, e acendeu-se em grande maneira a sua ira” (I Sm. 11:6). O espírito de Jeová era também assassino. Cada vez que vinha sobre Sansão, mortes ocorriam (Jz. 14:15-16, 19). Elias, o tisbita, ungia com espírito santo para matar (I Rs. 19:15-17).Também o espírito santo de Jeová era a sua bandeira de guerra (Is. 59:19). Também o espírito santo de Jeová se tornou adversário de seu povo, e o próprio espírito pelejou contra eles (Is. 63:10).

Jesus se manifestou para trazer do céu o Espírito Santo do Pai, que nos ensina todas as coisas (Jo. 14:26). Também o Espírito Santo nos guia em toda verdade (Jo. 16:13). É o Espírito Santo que luta contra nossa carne (Gl. 5:16-17). É o Espírito Santo que mortifica as paixões e concupiscências da carne(Rm. 8:13-14). É o Espírito Santo que regenera os pecadores (I Co. 6:10-11; Tt. 3:5). É o Espírito Santo que nos santifica (II Ts. 2:13). É o Espírito Santo que intercede por nós diante de Deus com gemidos inexprimíveis (Rm. 8:26). É o Espírito Santo que dá sabedoria para falar (Mt. 10:19-20). É o Espírito Santo que revela os mistérios de Deus ocultos aos homens (I Co. 2:9-10). É o Espírito Santo que escolhe e separa os cristãos aptos para cada obra (At. 13:1-2). É o Espírito Santo que constitui pastores e bispos para apascentar o rebanho de Deus (At. 20:28). É o Espírito Santo que enche o cristão do amor de Deus (Rm. 5:5). É o Espírito Santo do Pai que, através dos dons espirituais leva o cristão a superar as suas limitações (I Co. 12:7-11). Enfim, é o Espírito Santo que forma o corpo de Jesus Cristo, que é a Igreja formada pelos santos (I Co. 12:12-13).

De forma clara e insofismável, o espírito santo do Velho Testamento nada tem a ver com o Espírito Santo do Pai. É por isso que o apóstolo João registrou o que Jesus disse: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque não havia ainda o Espírito Santo, por Jesus não ter sido glorificado” (Jo. 7:38-39). E Jesus declarou: “Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas se eu for, enviar-vo-lo-ei” (Jo. 16:7).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(456) – MANIFESTAÇÃO DE CRISTO – V

MANIFESTAÇÃO DE CRISTO 5

Para que Cristo se manifestou em carne aos homens? Para ser famoso? Para revelar a sua glória? Para matar e destruir os pecadores? Para fazer guerra ao mal? Para acusar os pecadores? Para reinar com vara de ferro? Para julgar o mundo? Para obrigar os perversos a beber o cálice de esterco dos homens? Para lançar no inferno? Para obrigar a guardar a lei? Para impor servidão pesada? Para ser o dono do ouro e da prata? Para ser o Messias de Israel segundo a carne? Para restaurar o trono de Davi? Para fazer prodígios e sinais? Para se exibir fazendo milagres? Para medir forças com homens mortos espiritualmente e falidos moralmente? PARA QUE CRISTO SE MANIFESTOU?

  • Para ser famoso não foi, pois proibiu um leproso de divulgar que fora curado por ele (Mc. 1:44).Jesus ressuscitou uma menina, de nome Talita, filha de Jairo, chefe da sinagoga de Cafarnaum, mas ordenou-lhe que nada falasse, para que ninguém o soubesse (Mc. 5:41-43). Fama é para os ambiciosos, não para os humildes. Quem quer ser famoso, gosta de aparecer, elogia-se a si mesmo. Jeová, em contrário, adorava ser famoso. Isaías, o profeta, revela a vaidade desse deus:“E porei entre eles um sinal, e os que deles escaparem enviarei às nações, a Társis, Pul, e Lude, flecheiros, a Tubal e Javã, até as ilhas de mais longe, que não ouviram a minha fama, nem viram a minha glória; e anunciarão a minha glória entre as nações” (Is. 66:19). Jeová não salvou Israel do Egito porque os amava e queria que tivessem descanso e paz. Vejam o que diz o salmista: “Não obstante, ele os salvou por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu poder” (Sl. 106:8).
  • Jesus não se manifestou para revelar sua glória, pois disse: “Eu não busco a minha glória; há quem a busque, e julgue” (Jo. 8:50). Jeová sim, buscava a sua própria glória: “A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para a minha glória; eu os formei, sim, eu os fiz” (Is. 43:7; Jr. 13:11).
  • Jesus não se manifestou para matar e destruir, como aconteceu com Jeová, quando Elias clamou por fogo do céu para consumir cinqüenta soldados e um capitão, e Jeová mandou fogo do céu e os consumiu. Vieram outros cinqüenta e outro capitão, então Elias clamou de novo, e desceu fogo de Jeová, e os consumiu a todos. Com Jesus foi o contrário. Subindo para Jerusalém, uma aldeia de samaritanos não o recebeu. Então Tiago e João disseram a Jesus: Queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma como fez Elias? Jesus, porém, repreendeu-os dizendo: “Vós não sabeis de que espírito sois, porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (II Rs. 1:9-12; Lc. 9:51-56).
  • Jesus não veio para fazer guerra ao mal, como Jeová, que destruiu toda a humanidade no dilúvio(Gn. 6:5-8): “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc. 19:10).
  • Jesus declarou, dizendo: “Não cuideis que eu vos hei de acusar para com o Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em quem vós esperais” (Jo. 5:45). Moisés era o porta voz de Jeová, de maneira que quem acusava era Jeová, que deu a lei acusadora.
  • Jesus não se manifestou para reinar com vara de ferro, como está profetizado por Jeová em Sl. 2:7-9, pois declarou a Pilatos: “O meu Reino não é deste mundo” (Jo. 18:36). Jeová reinava com vara de ferro: “Vivo eu, diz Jeová, que com mão forte, e com braço estendido, e com indignação, hei de reinar sobre vós” (Ez. 20:33). Jesus, o bom pastor, apascenta suas ovelhas com amor (Jo. 10:11).
  • Também não se manifestou para julgar o mundo. Quem julga este mundo é Jeová, como diz Abraão(Gn. 18:23-25). “Alegrem-se e regozijem-se as nações, pois julgarás os povos com eqüidade, e governarás as nações sobre a terra” (Sl. 67:4). E Jesus declarou o seguinte: “E, se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, mas para salvar o mundo” (Jo. 12:47). E Paulo revela que quem vai julgar o mundo é a Igreja (I Co. 6:1-3).
  • Jesus não se manifestou para dar cálice de fezes para comer, nem água de fel para beber, como Jeová fazia com Israel (Sl. 75:8; Is. 51:17; Jr. 9:15-16). Jesus se manifestou para receber em seu corpo os nossos pecados, e perdoá-los, para salvar-nos, e fazer-nos filhos de Deus (I Pd. 2:24; Jo. 1:12-13).
  • Por acaso veio Jesus a este mundo para lançar no inferno os perdidos? Nunca! Jesus se manifestou para salvar os perdidos. Paulo diz: “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (I Tm. 1:15). Quem metia no inferno era Jeová. O profeta Ezequiel disse ao rei da Assíria: “Ao som da sua queda fiz tremer as nações, quando o fiz descer ao inferno com os que descem à cova” (Ez. 31:16).
  • Jesus se manifestou para ser o dono do ouro e da prata? Jamais! O ouro e a prata de Jesus são diferentes do ouro e da prata deste mundo. Ele disse: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça e nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam” (Mt. 6:19-20). E Jesus contou a parábola do rico insensato, que acumulou muitas riquezas: “Mas Deus lhe disse: Louco, hoje te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será? E Jesus acrescentou: Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus” (Lc. 12:16-21).

Quem é o dono do ouro e da prata deste mundo é Jeová (Ag. 2:8). Jó declara: O Todo poderoso é quem dá a prata e o ouro deste mundo (Jó 22:21-27). É Jeová quem faz os ricos e os pobres (Pv. 22:2). É Jeová que enriquece e empobrece (I Sm. 2:7).

A riqueza no reino de Deus é a obra de caridade (I Tm. 6:17-19).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(455) – MANIFESTAÇÃO DE CRISTO – IV

MANIFESTAÇÃO DE CRISTO 4

Jesus Cristo não se manifestou no Velho Testamento. Paulo explica isso: O Velho Testamento é a dispensação da lei, e o Novo Testamento é a dispensação da graça. O texto bíblico diz: “Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como me foi este mistério manifestado pela revelação como acima em pouco vos escrevi. Pelo que quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas; a saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho” (Ef. 3:2-6).

A manifestação de Cristo é a manifestação da graça de Deus. Paulo, novamente, diz: “Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis” (II Co. 8:9). Em outra ocasião Paulo disse: “O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifestado aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória” (Cl. 1:26-27).

Como a graça é um decreto de Deus para os gentios no Novo Testamento, e no Velho Testamento os gentios eram rejeitados por Jeová como imundos e incircuncisos (Sl. 10:16), Jesus Cristo não se manifestou no Velho Testamento; e Cristo só se manifestou em carne. Paulo disse: “E sem dúvida nenhuma grande é o mistério da piedade: aquele que se manifestou em carne, foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, e recebido acima na glória” (I Tm. 3:16). E o apóstolo João, diz: “E o verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e verdade” (Jo. 1:14).

Os anjos só viram Cristo depois de encarnado; os homens também só viram Cristo depois de encarnado. Fica provado que Cristo jamais se manifestou antes da encarnação. Foi mistério oculto a todos, em todos os séculos.

Vejamos agora para que Jesus Cristo se manifestou:

  1. Em primeiro lugar, Jesus se manifestou em carne para revelar a graça de Deus: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt. 2:11). Antes de Cristo a ‘salvação’ era só para os judeus.
  2. “Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (I Jo. 3:8). Este texto deixa claro que antes de Cristo as obras do diabo não eram desfeitas, isto é, o diabo, que é também Satanás, pintava e bordava, e Jeová fazia vista grossa. Satanás e Jeová eram tão íntimos, que quando Davi numerou Israel, em II Sm. 24:1, lemos que quem incitou Davi foi Jeová, e em I Cr. 21:1 lemos que foi Satanás que o incitou. Jeová, que declara que o Velho Testamento foi produzido por ele, e que o seu espírito é quem ajuntou os textos (Is. 34:16), aprova o que está escrito, isto é, o que Jeová faz, Satã faz igualmente, e o que Satã faz, Jeová faz igualmente. Outro fato que prova isso, e que Jeová e Satã concordaram em macerar Jó (Jó 23:16), e oprimir Jó (Jó10:2-3).
  3. Está assim provado que as obras de Satanás não eram desfeitas por Jeová no Velho Testamento, e assim Jesus não estava lá, e também Jeová não é Jesus, como dizem os que não lêem a Bíblia.
  4. Jesus se manifestou para abolir a morte. Paulo diz: “Portanto não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa das aflições do evangelho segundo o poder de Deus, que nos salvou, e nos chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos; e que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho” (II Tm. 1:8-10). Como todos estavam mortos, Cristo não estava lá (Rm. 5:17).
  5. Cristo se manifestou para revelar o amor de Deus: “Nisto se manifesta a caridade de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos” (I Jo. 4:9). “O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido ainda antes da fundação do mundo” (I Pd. 1:20). Onde há amor, não há ira. Diz Paulo que “o amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha” (I Co. 13:4-8).
  6. Jesus manifestou o nome de Deus. Ele falou, dizendo: “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra” (Jo. 17:6). E disse mais Jesus:“Tudo por meu pai me foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, e quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Lc. 10:22). É claro que não se trata do nome de Jeová, ou Javé, que revelou seu nome a Moisés em Ex. 3:15 e 15:3. A Isaías disse: “Eu sou Jeová; este é o meu nome” (Is. 42:8). “O nome do nosso Redentor é Jeová dos Exércitos” (Is. 47:4). “E até da santa cidade tomam o nome, e se firmam sobre o deus de Israel; Jeová dos Exércitos é o seu nome” (Is. 48:2). Todo mundo conhecia o nome de Jeová. Até a prostituta Raabe conhecia (Sl. 87:4).

Se Jesus disse que ninguém conhece quem é o Pai, e que ele revelou aos homens o nome do Pai, não era Jeová o nome do Pai.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(454) – COISAS DO DIABO – II

COISAS  DO  DIABO  2

 

Morte é coisa feia, e é representada por um esqueleto horrendo envolto num lençol, tendo numa mão uma ampulheta, e na outra uma foice, para ceifar vidas. A morte está ligada ao pecado, e o diabo peca desde o princípio. João diz: “Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio” (I Jo. 3:8). No hebraico, a palavra sheol se traduz por sepultura, inferno, cova. Sheol é o lugar dos mortos, e sheol é também o inferno, lugar da condenação dos pecadores. Jesus declara que quem chama o irmão de louco é réu do fogo do inferno (geena, no grego). Pois bem, na carta aos hebreus, lemos a respeito da grande obra redentora de Jesus Cristo: “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” (Hb. 2:14). O império da morte pertence ao diabo, o rei dos infernos.

Mas incrivelmente quem condena à morte é Jeová, pois disse a Adão: “Da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn. 2:17). E Adão comeu e formou o império de Satanás, ou diabo, que são a mesma pessoa (Ap. 12:9). Foi Adão ou foi Jeová o autor da morte? Eis a questão. Mas expliquemos:

  1. Quem deu a lei? Foi Jeová (Dt. 4:10-14). Que é que a lei produz nos homens? Paulo responde:“Que diremos pois; é a lei pecado? De modo nenhum; mas eu não conheci pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, obrou em mim toda a concupiscência: porquanto sem a lei estava morto o pecado” (Rm. 7:7-8). Tiago completa o pensamento: “Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg. 1:15). Como a lei é a mãe da concupiscência, esta acaba, com o tempo, a produzir paixões pecaminosas. Mais uma vez Paulo revela algo fatal:“Porque, quando estávamos na carne, as paixões do pecado, que são pela lei, obravam em nossos membros para darem fruto para a morte” (Rm. 7:5). E Paulo diz mais: “Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (I Co. 15:56). Qual a conclusão que chegamos? Que a lei de Jeová alimenta o império do diabo, pois pela lei vem o conhecimento do pecado, e quem peca é do diabo(Rm. 3:20, I Jo. 3:8). E Paulo remata o assunto, dizendo: “Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte, porque, se dada fosse uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei” (Gl. 3:21). A lei só enriquece o império e Satanás, e é contra a graça de Cristo, como diz Paulo: “Estai pois firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo homem que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei: da graça tendes caído” (Gl. 5:1-4). E Jeová alimenta o império do diabo com abundância. Jeremias declara: “Assim diz Jeová dos Exércitos: Eis que o mal sai de nação para nação, e grande tormenta se levantará nos confins da terra. E serão os mortos de Jeová, naquele dia, desde uma extremidade da terra até a outra extremidade da terra; não serão pranteados, não serão recolhidos, nem sepultados, mas serão como estrume sobre a face da terra” (Jr. 25:32-33). Só no dilúvio Jeová matou bilhões de pessoas. É por isso que Salomão disse: “O inferno e o abismo nunca se fartam” (Pv. 27:20).
  2. Leão, no Novo Testamento, é figura de Satanás. Por quê? Porque o leão é o rei dos animais, e Satanás é o rei dos pecadores, pois quem comete pecado é do diabo (I Jo. 3:8). Em segundo lugar, quando o leão pega uma vítima, esta não escapa de suas mandíbulas. De igual modo, quando um cristão cai em pecado, passa a ser servo do pecado, ou melhor, escravo do pecado (Rm. 6:16-17).Em terceiro lugar, o leão devora suas vítimas, e Satanás, pelas paixões pecaminosas, devora as almas. Expliquemos como Satã devora. Apenas um exemplo: Um adolescente, ou mesmo um menino, sabe mexer na internet. Um colega da escola comenta que vê pornografia na internet. O adolescente se sente tentado a ver. Por mais que resista, com o tempo acaba por conectar um site clandestino. Sente-se culpado e assustado. Resolve não ver mais, mas agora a tentação é alimentada pelo desejo, e acaba vendo pela segunda vez. Finalmente ninguém sabe de nada. É segredo íntimo, e o monitor não fala. A partir da terceira vez que enche os olhos com as imagens obscenas e corruptoras do respeito a si mesmo e ao próximo, e do veneno diabólico que corrói os princípios da moral, torna-se tudo normal. Quem assiste filmes pornográficos foi devorado pelo leão. Pedro diz: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (I Pd. 5:8). Paulo disse: “Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a pregação, e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão” (II Tm. 4:17).

O que intriga e assombra o leitor meticuloso da Bíblia, é que Jeová é leão devorador também. Quem declara isso é Oséias, o profeta: “Andarão após Jeová; ele bramará como leão; bramando ele, os filhos do ocidente tremerão” (Os. 11:10). “Porque para Efraim serei como um leão, e como um leãozinho para a casa de Judá; eu, eu despedaçarei, e ir-me-ei embora; arrebatarei, e não haverá quem livre” (Os. 5:14). “Bramiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor Jeová, quem não profetizará?” (Am. 3:8). “Se me exalto, tu me caças como um leão feroz, e de novo fazes maravilhas contra mim” (Jó 10:16). “Como urso que tem perdido os seus filhos, os encontrarei, lhes romperei as teias do coração, e ali os devorarei como leão” (Os. 13:8).

A única conclusão lógica a que chegamos é que Jeová é o grande devorador das almas, e o diabo é o da família.

Cuidado com os leões devoradores!

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(453) – COISAS QUE SE VÊEM

COISAS  QUE SE  VÊEM

II Co. 4:18

Jesus disse: “Não cuideis que eu vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir” (Mt. 5:17). E para cumprir a lei, nasceu debaixo da lei. Paulo diz: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl. 4:4-5). E para cumprir a lei, Jesus Cristo tinha de nascer na carne, para se fazer igual a nós, pecadores perdidos.

O apóstolo João diz: “E o verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e verdade” (Jo. 1:14). E qual foi a glória de Jesus? NÃO PECAR: “Porque não temos um sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb. 4:15). A glória de Jesus não era curar cegos, coxos, leprosos e aleijados. Esses milagres Jesus fazia às centenas, mas proibia que os divulgassem. Depois do sermão do monte Jesus desceu, e seguia-o uma grande multidão. E eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: “Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo. E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero, sê limpo! E logo ficou purificado da lepra. Disse-lhe então Jesus: Olha, não o digas a ninguém” (Mt. 8:1-4).Jesus tinha vergonha de ser glorificado por sinais exteriores e físicos, mas os que eram curados proclamavam. Em outra ocasião Jesus curou dois cegos, e para que não contassem a ninguém, Jesus ameaçou-os, dizendo: “Olhai que ninguém o saiba” (Mt. 9:27-30).

Jesus era glorificado com os milagres invisíveis operados no coração dos que eram regenerados. Jesus foi glorificado quando Paulo morreu para a lei de Jeová, e nasceu para o evangelho de Cristo (Gl. 2:19-20; 1:11-12). Jesus foi glorificado quando uma mulher pecadora, porém convertida, entrou na casa do fariseu Simão, onde Jesus estava comendo. A mulher entrou na casa com um vaso de ungüento, e em prantos regava-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com seus cabelos; beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com ungüento (Lc. 7:36-38). Jesus não era glorificado nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem, porque as que se vêem são temporais, e as que não se vêem são eternas (II Co. 4:18).Nisto residia a glória de Jesus.

No Velho Testamento, a glória do deus Jeová se revelava em pestes e pragas, varas que se transformavam em serpentes, águas se convertendo em sangue, coluna de fumo de dia, e coluna de fogo à noite. Jeová mesmo o declara, dizendo: “todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais, que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram a minha voz, não verão a terra de que a seus pais jurei” (Nm. 14:22-23).

A santidade, para Jeová, estava nas coisas exteriores. Por exemplo: Quando Moisés viu a sarça ardendo em fogo sem se queimar, ao pé do monte Horebe, estranhou o fato, e chegando perto para ver, Jeová disse: “Moisés, Moisés! E ele disse: Eis-me aqui. E Jeová disse: Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus pés, porque o lugar em que tu estás é terra santa” (Ex. 3:1-5). Terra é terra; qualquer animal imundo poderia sujar aquele local. Ou será que era santa por ser propriedade de Jeová? Outro exemplo: O templo de Jeová era santo. Dentro estava o santuário, e depois do segundo véu estava o santo dos santos, onde estava a arca do concerto com as tábuas da lei. Pois o templo de Jeová, lugar da sua habitação, foi destruído por Nabucodonosor no ano 597 antes de Cristo. Também destruiu a cidade santa, isto é, Jerusalém (II Cr. 36:19). Jeová é dono do ouro e da prata (Ag. 2:8). Dentro do templo havia o lugar do tesouro de Jeová; tesouro santo; toneladas de ouro e prata. Tudo foi levado para Babilônia, e passou a fazer parte dos tesouros de Nabucodonosor (II Cr. 36:18). Mas quem é Nabucodonosor? É o grande rei de Babilônia. E que é Babilônia? É Babel, e Babel quer dizer CONFUSÃO, CAOS (Gn. 11:1-9). Jeová foi saqueado por Nabucodonosor: seus vasos santos (Ex. 40:9-11), seu templo santo, onde habitava (I Rs. 8:12-13). A santa cidade de Jerusalém, onde Jeová habitava também(Ed. 2:68; Sl. 132:13-14; 135:21). Tudo o que era santo foi roubado ou destruído. Jeová então, profetizou a restauração da cidade santa, e do templo santo. Os livros de Esdras e Neemias narram esse grandioso episódio. Esdras e Zorobabel foram enviados com uma companhia de 1.800 homens. Foram a Jerusalém para restaurar o templo e a cidade. Jeová falou que a glória do segundo templo seria maior que a glória do primeiro, edificado por Salomão; mas foi destruído novamente no ano setenta depois de Cristo, e nunca mais. Já se passaram 2.500 anos. No lugar do templo está a mesquita de Omar, templo muçulmano que está lá há 1.400 anos. O templo de Salomão não ficou nem 500 anos.

Vamos abordar outro assunto. Nabucodonosor é figura de Satanás. Jeremias, o profeta, revela que o rei de Babilônia é um dragão devorador, e o dragão é Satanás (Ap. 12:9; Jr. 51:34). Há na Bíblia um outro argumento mais forte. No livro de Isaías temos uma profecia dirigida a Nabucodonosor. Ela começa assim: “Então proferirás este dito contra o rei de Babilônia, e dirás: Como cessou o opressor! a cidade dourada acabou! já quebrantou Jeová o bastão dos ímpios e o cetro dos dominadores. Aquele que feria os povos com furor, com praga incessante, e que com ira dominava as nações, agora é perseguido, sem que alguém o possa impedir” (Is. 14:4-6). E a profecia que segue contra Nabucodonosor, é aplicada a Satanás pelos teólogos, pelos cristãos em geral, e por todas as igrejas cristãs desde os tempos apostólicos (Is. 14:11-17).

Se Nabucodonosor é realmente figura de Satanás, Jeová foi vencido e saqueado por Satanás.

  1. O reino que Jeová fundou foi destruído pelo diabo (II Rs. 23:27).
  2. A lei e o sacerdócio de Jeová foram destruídos pelo diabo (Hb. 7:12-19; Ml. 2:1-3).
  3. O povo de Jeová foi seduzido pelo diabo (Jo. 8:44).
  4. O concerto de Jeová foi destruído pelo diabo (Jr. 31:31-34).
  5. O concerto de Jeová não é o de Cristo. Paulo explica em Gl. 4:21-31.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(452) – O DEUS DESTE MUNDO – II

DEUS DESTE MUNDO 2

 

Paulo, o apóstolo dos gentios, declara que este mundo tem um deus. Que deus será o deus deste mundo? Jesus declarou que este mundo o aborrece, porque as suas obras são más (Jo. 7:7). Declara também que este mundo é de baixo, e ele é de cima; e afirma que os judeus são deste mundo, e ele, Jesus, não é deste mundo (Jo. 8:23). João manda não amar este mundo, nem as coisas deste mundo, pois aquele que ama este mundo, o amor do Pai não está nele, pois as três coisas deste mundo: concupiscência da carne, concupiscência dos olhos, e a soberba da vida, são coisas deste mundo, e não procedem do Pai, mas do mundo (I Jo. 2:15-16).  São Tiago, declara que os cristãos que são amigos deste mundo são adúlteros, e se fazem inimigos de Deus (Tg. 4:4). “O diabo levou Jesus a um alto monte, e mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero; portanto se tu me adorares, tudo será teu. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te Satanás; porque está escrito: Adorarás ao Senhor teu Deus, e só a ele servirás” (Lc 4:5-8). Jesus não negou a declaração de Satanás, apenas expulsou-o. Parece que é o diabo o deus deste mundo. Mas o próprio Satanás, disse a Jesus que os reinos deste mundo lhe foram entregues, e é claro que quem entregou o mundo a Satã foi o deus deste mundo, pois o Deus Pai de Jesus Cristo jamais faria isso.

Jesus declarou: “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Lc. 10:22). Vejam a diferença. O Pai entregou todas as coisas não mão do Filho, e Satanás afirma que alguém lhe entregou todos os reinos deste mundo, e esse não é o Pai. E esse tal que entregou todos os reinos deste mundo a Satã, foi quem submeteu a criação a um regime de vaidade e servidão da corrupção (Rm. 8:20-21).Esse que submeteu a criação não é Satanás, pois é tido como deus, e Satã desde o início pecou e mentiu (I Jo. 3:8; Jo. 8:44) .

Deus, o Pai não tem ligações com este mundo, e o seu reino não é neste mundo. Os textos que provam isso são: II Tm. 4:18; I Pe. 1:3-4; Jo. 14:1-3. E Deus, o Pai, está completamente desligado deste mundo (I Tm. 6:16; Jo. 1:18).

Jesus foi enviado pelo Pai para salvar os condenados e cativos deste mundo (Jo. 3:16-17). E o preço pago ao deus deste mundo foi a vida do Filho de Deus Pai (I Pe. 1:18-19; I Co. 6:19-20). Jesus nos comprou, e nós que cremos, somos tirados das potestades das trevas (poderes demoníacos), e levados para o reino de Deus (Cl. 1:12-13). Paulo assim se refere a essas potestades das trevas: “Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência, entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Ef. 2:2-3). Jesus só veio a este mundo para salvar pecadores (Gl. 1:4). Mas Jesus nada tem a ver com este mundo (Jo. 8:23; Jo. 17:13-16). O deus deste mundo é alguém que está muito ligado a ele e tem muito poder.

  1. Esse ser poderoso estabeleceu o seu reino neste mundo. Ele disse ao povo de Israel: “Vós me sereis um reino sacerdotal e um povo santo” (Ex. 19:6).
  2. Esse ser poderoso tem os seus filhos gerados pela carne neste mundo. Ele disse: “Israel é meu filho, meu primogênito” (Ex. 4:22). E disse ao povo: “Filhos sois de Jeová vosso deus” (Dt. 14:1). Os filhos de Jeová, não são nascidos do Espírito Santo. Este novo nascimento só surgiu quando Jesus encarnou (Jo. 3:3-6). Os nascidos da carne não são filhos de Deus Pai (Jo. 1:12-13).
  3. A herança de Jeová para seus filhos é neste mundo; a terra de Canaã, ou melhor, a Palestina, que foi prometida com juramento a Abraão e a sua descendência por possessão eterna (Gn. 17:8). E o próprio Abrão não creu em Jeová; pois, pela fé, creu na Jerusalém celestial (Hb. 11:8-10).
  4. A capital do reino de Jeová é a Jerusalém da Terra, que pertencia aos Jebuseus (II Sm. 5:6-7). Esta é a Jerusalém deste mundo, onde habita Jeová (Ed. 2:68; I Cr. 23:25;  Sl. 68:16; Sl. 132:13-14; Sl. 135:21). Era o sonho de Jeová (Ex. 15:17-18). Paulo declara que as duas Jerusaléns são duas heranças diferentes (Gl. 4:21-26; Gl. 4:30-31). Vemos que Abraão é o pai da fé porque escolheu a Jerusalém verdadeira e não a falsa (Gl. 3:6-9).
  5. Jeová mesmo declara que este mundo, e os homens deste mundo são seus (Sl. 24:1).
  6. Jeová reina também sobre as nações deste mundo (Sl. 47:7-8; Sl. 22:28; Sl. 96:10 Sl. 99:1).
  7. Jeová é quem elege os reis deste mundo, os bons e os maus. “Esta sentença é por ordem dos vigiadores, e esta ordem é por mandado dos santos, afim de que conheçam os viventes que o altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens, e os dá a quem quer, e até ao mais baixo dos homens constitui sobre eles” (Dn. 4:17). Jeová entregou todos os reinos sob o domínio de Nabucodonozor, rei da Babilônia, rei cruel e perverso, que destruiu Jerusalém, e queimou a fogo o templo onde Jeová habitava (Jr. 27:5-8). Judá foi levado cativo, e lá, a fome era tanta que as mulheres piedosas comiam os próprios filhos (Lm. 4:10).
  8. Não há como negar. O deus deste mundo, a quem Paulo se refere em II Co. 4:4 é Jeová, que tem tanto poder, que cega os cristãos, e assim, o adoram como sendo o deus verdadeiro.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(451) – OS DOIS FILHOS

 OS  DOIS  FILHOS

Abraão teve dois filhos: um que era dele e outro que não era dele. Expliquemos: Jeová chamou Abraão para ser uma grande bênção, mas Sarai era estéril. Jeová manda Abraão olhar para o norte e para o sul; para o oriente e para o ocidente, e promete dar toda aquela terra à sua semente (Gn. 13:15). Os anos se passavam e Sarai continuava estéril, e cansada de esperar o milagre, diz a Abraão: Eis que Jeová me tem impedido de ter filhos. Entra pois à minha serva; porventura terei filhos dela. E entrou Abrão a Agar egípcia, e ela concebeu. (Isto se deu dez anos após a promessa – Gn. 16:1-4). Depois de vinte e cinco anos da promessa, quando Ismael, filho da escrava egípcia tinha quatorze anos e Abraão 99 anos, Sara foi fecundada por Jeová, e lhe deu um filho, cujo nome foi Isaque (Gn. 21:1-5).

Como dissemos acima, Abraão teve dois filhos, um que era seu, e outro que não era. O que era dele nasceu segundo a carne, isto é, nasceu da cópula carnal com Agar. O que não era dele, foi gerado por obra de Jeová, logo não era filho de Abraão.

O que era de Abraão, o anjo lhe pôs o nome de Ismael (Gn. 16:11).

O que não era de Abraão, Jeová deu o nome de Isaque (Gn. 17:19).

O filho legítimo de Abraão, gerado no ventre de Agar, foi rejeitado antes de nascer. Isto está em Gn. 16:4-11. E esta rejeição se concretizou mais tarde, quando Ismael, o filho carnal de Abraão, perseguia o filho carnal de Jeová (Gn. 21:9-13). Falamos filho carnal de Jeová porque Jeová gerou Isaque carnalmente no ventre carnal de Sara. Então aconteceu algo difícil de compreender:

O filho que era de Abraão foi rejeitado como não sendo filho, e mandado embora tanto por Abraão como por Jeová (Gn. 21:9-12). E o filho que era de Jeová foi tido como legitimo filho e herdeiro de Abraão. É por isso que quando Abraão ofereceu Isaque em sacrifício a Jeová, diz a Bíblia que Abraão ofereceu o seu unigênito (Hb. 11:17).

É de se notar que Abraão, após a morte de Sara, casou novamente com Quetura, e gerou mais seis filhos, alem de Ismael, cujos nomes são: Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Jisbaque e Suá. Estes seis, afora os filhos das concubinas (Gn. 25:1-7). Mas Abraão deu presentes a todos os seus filhos, e o herdeiro de tudo o que tinha, foi Isaque, o que não era seu filho. Ismael também não teve herança.

O problema está em que Jeová gerou Isaque carnalmente, logo Isaque não pode ser unigênito, pois unigênito é o único gerado. No Novo Testamento lemos que Deus não gera filhos na carne. O apóstolo João escreveu: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; os quais crêem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12-13). E se Deus na gera filhos na carne, como Jeová gerou Isaque na carne? No Novo Testamento está escrito, que todo homem gerado em carne pelos pais carnais, para ser filho de Deus tem de nascer de novo, isto é, tem de ser gerado espiritualmente pelo Espírito Santo. A história se deu da seguinte maneira: “Um certo fariseu, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus, foi ao encontro de Jesus, à noite, e disse: Rabi, sabemos que és Mestre, vindo de Deus, porque ninguém pode fazer os sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. Jesus respondendo, disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer de novo, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, na pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo. 3:1-6). Pela explicação de Jesus em Jo. 3:1-6, Isaque não podia ser unigênito de Abraão, pois foi gerado por Jeová na carne, e na carne Abraão teve o primogênito, que foi Ismael, e mais seis filhos de Quetura, afora os filhos das concubinas. E também Isaque não pode ser unigênito no espírito, porque não nasceu de novo pelo Espírito Santo.

Paulo, entretanto, dá a sua versão, para não nos deixar de cabelos brancos. Ele diz: “Dizei-me os quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. Todavia o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas o que era da livre, por promessa. O que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos, um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós” (Gl. 4:21-26).

Agora eu pergunto: Foi com Agar e os ismaelitas, descendentes de Ismael, que Jeová fez concerto no Sinai? Não! Jeová fez concerto com os descendentes de Isaque no monte Sinai. Como fica? Expliquemos:

Paulo declara que as duas mulheres e seus filhos são uma alegoria. Numa alegoria, os elementos usados não são reais. Assim Agar e seu filho são um concerto, e Sara e seu filho, outro concerto. No concerto da herança terrena, que é a Jerusalém da terra, estão Agar e seus filhos, que são rejeitados. Sara e seus filhos são a herança celestial, isto é, o concerto da graça, e dos livres do cativeiro carnal deste mundo. O texto de Gl. 4:21-31explica as duas heranças.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(450) – O SANTO DE ISRAEL – VI

O  SANTO  DE  ISRAEL  6

Jeová se declara deus, isto é, dá testemunho de si mesmo: “Porque assim diz o alto, e o sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é santo” (Is. 57:15). O mesmo Jeová declarou: “EU SOU DEUS” (Is. 43:12). E Jesus declarou o seguinte: “Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro” (Jo. 5:31). Quem dá o testemunho de Jesus Cristo é o Deus Pai, Jesus disse: “Há outro que testifica de mim, e eu sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro” (Jo. 5:32). E o mesmo João escreveu: “Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; porque o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou. Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê, mentiroso o fez; porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu. E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho não tem a vida” (I Jo. 5:9-12). Jeová, dando testemunho de si mesmo, deu a todos os homens condenação e morte. E Cristo, que não deu testemunho de si mesmo, foi condenado em nosso lugar e nos dá a vida eterna (Gl. 1:4). O que testifica de si mesmo revela soberba; o humilde só aparece quando outros testificam dele. O soberbo e melindroso se ofende por qualquer coisa (Lv. 10:1-2; II Sm. 6:6-7). O humilde é como ovelha muda quando vai injustamente ao matadouro (Is. 53:7). Nenhum altivo e soberbo é santo. Vamos dar diversos argumentos bíblicos provando que Jeová não é santo:

  1. Jeová se ofendeu com o rei Saul, e colocou nele um espírito maligno (I Sm. 16:14-15). O texto hebraico diz atormenta, mas os protetores de Jeová mudaram para assombra. Desde quando um santo põe demônios malignos em pecadores necessitados? Jesus, que é realmente santo, não põe espíritos malignos, antes liberta todos os oprimidos (Mc. 1:23-26).
  2. Jeová apóia a mentira. Quando planejava matar Acabe, rei de Israel, pediu o parecer dos anjos. Saiu um espírito maligno do meio deles, e disse: “Eu serei um espírito de mentira na boca de todos os profetas, e induzirei Acabe a que vá a guerra em Ramote de Gileade, e morra. E Jeová disse: Vai, e faze assim” (I Rs. 22:19-23). Quem apóia a mentira nunca foi santo.
  3. Jeová mata crianças inocentes quando os pais pecam: “Preparai a matança para os filhos por causa da maldade de seus pais, para que não se levantem, e possuam a terra” (Is. 14:21). Este mandamento foi dado para os caldeus, mas Jeová usa a mesma medida para os seus servos mais queridos. Davi era o servo mais chegado de Jeová, que deu o seguinte testemunho: “Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade” (At. 13:22). Pois quando Davi cometeu um adultério e um homicídio, Jeová disse: Porquanto com este feito deste lugar a que os inimigos de Jeová blasfemem, também o filho que te nasceu morrerá. Davi, sabendo que Jeová o amava, jejuou e orou sete dias. Mas Jeová não perdoou, antes matou o recém nascido (II Sm. 12:14-20). Matando o filho de Davi, Jeová cometeu injustiça, e o injusto não é santo.
  4. Jeová guarda ira e vingança contra os seus desafetos por milhares de gerações. O problema que se configura nessa atitude de Jeová é ódio eterno. Amaleque fez guerra a Israel no deserto quando saíram do Egito, e Jeová disse: “Porquanto jurou Jeová, haverá guerra de Jeová contra Amaleque de geração em geração” (Ex. 17:16). Quatrocentos e cinqüenta anos mais tarde, Jeová deu a Saul a seguinte ordem: “Eu me recordei do que fez Amaleque a Israel, como se lhe opôs no deserto, quando subia do Egito. Vai, pois, agora e fere a Amaleque, e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até a mulher, desde os meninos até aos de mama, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos” (I Sm. 15:2-3). Esperem aí. Passaram-se nove ou dez gerações, e Amaleque estava morto há quatrocentos anos, e Jeová ficou remoendo ódio e vingança por quase quinhentos anos? Manda matar pessoas que não tinham mais lembrança do que aconteceu, e eram, portanto, inocentes do crime dos antepassados? Um deus que fica curtindo ódio vingativo por 4 séculos, longe está de ser santo (I Sm. 15:1-3).
  5. Quando Moisés se recusou a ir ao Egito libertar Israel, alegando que não era eloqüente, mas sim pesado de boca e de língua, Jeová disse-lhe: “Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, Jeová?” Jeová fez o que fala, e também o mudo? Faz o que vê, e também o cego? O deus que faz isso não é justo nem santo (Ex. 4:10-11).
  6. Um dos castigos especiais de Jeová era prostituir a mulher do pecador desobediente: “Desposar-te-ás com uma mulher, porém outro homem dormirá com ela; edificarás uma casa, porém não morarás nela; plantarás uma vinha, porém não colherás o seu fruto” (Dt. 28:30). No caso da apostasia de Israel, Jeová diz: “Porquanto darei tuas mulheres a outros, e as suas herdades a quem as possua; porque desde o menor até ao maior, cada um se dá à avareza; desde o sacerdote até ao profeta” (Jr. 8:10). E no fim da história de Israel, Jeová decretou o mal dizendo: “Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas” (Zc. 14:2).

Quem faz isto, diz que é santo, mas é mentira, portanto Jeová é o pai da mentira, nunca foi santo e nunca será.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(449) – O SANTO DE ISRAEL – V

O  SANTO  DE  ISRAEL  5

Jesus disse: “Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (Jo. 12:46). A luz desfaz as trevas, e a santidade desfaz a imundícia. É Jesus que nos santifica, pois o homem não tem condições de se santificar. Como a vontade de Deus é a nossa santificação, e o homem não pode santificar-se, Deus, o Pai, enviou seu Filho para nos santificar. E Jesus disse: “Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo, na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez” (Hb. 10:9-10). E mais: “Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições, o príncipe da salvação deles. Porque, assim o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos” (Hb. 2:10-11).

No Novo Testamento, é sempre Deus que santifica: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts. 5:23). E Paulo acrescenta mais: “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade” (II Ts. 2:13). Registramos as três formas de santificação do Novo Testamento. A santificação operada pelo Filho, isto é, Jesus Cristo, através da oblação de seu corpo; a santificação operada por Deus Pai, operada pela palavra, pois Jesus disse: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo. 17:17); e a santificação do Espírito Santo, que habita no cristão, enchendo-o de virtude (At. 1:8), enchendo-o de amor (Rm. 5:5), guiando (Jo. 16:13), abrindo nossos olhos (Ef. 1:17-18), regenerando (Tt. 3:5), mudando a nossa natureza (I Co. 6:10-11) e habitando em nós (I Co. 6:19-20).

Jeová, o santo de Israel (Lv. 19:2; 20:26), cujo nome é santo, pois Isaías disse: “Porque assim diz o alto e sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito” (Is. 57:15), ordena aos filhos de Israel, dizendo: “Santos sereis, porque eu, Jeová vosso deus, sou santo” (Lv. 19:2). Que condições tinha o povo de Israel de ser santo? Nenhuma, pois Jeová exigia santidade do valor pessoal de cada um. Era mandamento, mas o mesmo Jeová declarou que não há homem justo sobre a terra, que faça o bem e nunca peque (Ec. 7:20).

Se no Novo Testamento, que o cristão é santificado pelas três pessoas da trindade, os teólogos, pregadores e cristãos afirmam categoricamente que é impossível ser santo, que chance teria quem viveu antes de Cristo? Nenhuma. O agravante é que Jeová não mexia um dedo para levar um israelita a santificar-se; apenas exigia. Quando o justo pecasse uma vez, o profeta de Jeová declara: “Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniqüidade, fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá” (Ez. 18:24).

Há agravantes na justiça do santo de Israel, em relação aos homens carnais, pois não havia homens espirituais no Velho Testamento. Jesus disse a Nicodemos: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino dos céus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer de novo, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo, que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo. 3:3-6). No Velho Testamento não havia novo nascimento, e todos eram carnais, por isso não podiam deixar de pecar (I Rs. 8:46). E quando pecavam, em vez de receber auxílio para não pecar, eram entregues aos desejos de seus corações: “Mas o meu povo não quis ouvir a minha voz; Israel não me quis, pelo que eu os entreguei aos desejos dos seus corações, e andaram segundo os seus próprios conselhos” (Sl. 81:11-12). Na epístola aos romanos a narrativa é mais violenta: “Porquanto, tendo conhecido a deus, não o glorificaram como deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Pelo que também deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o criador, que é bendito eternamente. Amém. Pelo que deus os abandonou às paixões infames” e etc. (Rm.1:21-26). Em vez de amparar, Jeová entregava à corrupção, e endurecia para que não se convertessem: “Por que, ó Jeová, nos fazes desviar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para que te não temamos? Faze voltar, por amor dos teus servos, as tribos da tua herança” (Is. 63:17). Jeová, tudo o que fez, o fez por amor de si mesmo, e não por amor aos seus servos (Is. 48:9-11; Ez. 20:8-9). Jeová, o santo de Israel, não os salvou da opressão egípcia por amor a eles, mas por amor do seu nome (Sl. 106:8). Queria ser famoso… Queria ser adorado pelos homens… Queria ser glorioso neste mundo…

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(448) – O SANTO DE ISRAEL – IV

O  SANTO  DE  ISRAEL  4

Como vimos no estudo um, santo é separado, isto é, não se une ao impuro, nem ao mal, nem à mentira, nem às trevas, nem ao crime, nem à imundícia, nem ao ódio, nem à injustiça, nem ao pecado, nem ao erro, nem à culpa, etc.

Jesus é esse Santo, como lemos na carta aos hebreus: “PORQUE NOS Convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus” (Hb. 7:26).

Jeová que se declara santo (Lv. 19:2), e que declara que o seu nome é santo, deve preencher todos os requisitos da santidade, isto é, ser separado de todas as coisas deste mundo que são malignas e injustas. João declara o que é este mundo, dizendo: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (I Jo. 2:15-17).

  1. Jeová reina neste mundo, pois está escrito: “Jeová reina sobre as nações; Jeová se assenta sobre o trono da sua santidade” (Sl. 47:8). Concluímos que Jeová não é santo, pois as obras deste mundo são más (Jo. 7:7).
  2. Jeová põe o mundo no coração dos homens (Ec. 3:11). Pondo o mundo no coração dos homens, põe toda a concupiscência e soberba do mundo, logo não é santo.
  3. Jeová é quem faz os ímpios para o dia mal (Pv. 16:4), logo não é santo. Quem deveria fazer os maus seria Satanás, e não Jeová, por isso não é santo.
  4. Quando alguém não se converte a Jeová, ele afia a sua espada e tem o seu arco armado com setas inflamadas, e tem preparadas armas mortais (Sl. 7:12-13). Logo não é santo, mas vingativo e cruel.
  5. Quando Jeová chama um homem simples, e ele não o atende: quando tal homem estiver em perdição e assolação, e sobrevier aperto e angústia, e o homem clamar a Jeová, este deus caçoa e zomba, e por mais que o homem clame, Jeová não o atende (Pv. 1:23-28), logo Jeová não é santo, pois não tem caridade.
  6. Jeová, o santo de Israel, oprime o seu povo, e os entregou nas mãos dos despojadores, logo não é santo, pois quem oprime é Satã (II Rs. 17:20).
  7. O santo de Israel é um péssimo político, pois é chefe dos tiranos e maus: “Esta sentença é por decreto dos vigiadores, e esta ordem por mandado dos santos, a fim de que conheçam que o Altíssimo dá os reinos nas mãos dos mais baixos dos homens” (Dn. 4:17; Jr. 27:6-8).Jeová nunca foi santo. 
  8. Jeová é quem contamina. Ele mesmo afirma: “Eu os contaminei em seus próprios dons, nos quais faziam passar pelo fogo tudo o que abre a madre, para os assolar, e para que soubessem que eu sou Jeová” (Ez. 20:26). Jeová é um santo que contamina.
  9. O santo de Israel é tirano: “Vivo eu, diz Jeová, que com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada, hei de reinar sobre vós” (Ez. 20:33).

10.  Jeová corrompe os filhos dos pecadores: “E agora, ó sacerdotes, este mandamento vos toca a vós. Se o não ouvirdes, e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz Jeová dos exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho amaldiçoado, porque vós não pondes isso no coração. Eis que vos corromperei a semente, e espalharei esterco sobre os vossos rostos” (Ml. 2:1-3). Semente, na linguagem bíblica são os filhos, a descendência. Além de corromper os filhos, netos e bisnetos, Jeová amaldiçoa as bênçãos conferidas. Quem faz isso, longe está de ser santo, pois o santo não muda, nem corrompe inocentes.

11.  Jeová pratica o mal na sua ira e no seu furor. Ele mesmo confessa: “Porque pus o meu rosto contra esta cidade para mal, e não para bem, diz Jeová” (Jr. 21:10). Jeová foi vencido pelo mal, logo não é santo. Paulo, cheio do Espírito Santo, disse: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm. 12:21).

12.  O povo pecava contra a lei de Jeová, então era ferido com pestes, pragas e maldições. Jeremias orava pelo seu povo, e isso irritava Jeová, que lhe deu a seguinte ordem: “Não rogues por este povo para bem” (Jr. 14:11). Como Jeová proibia Jeremias de orar para o bem, este profeta começou a orar para o mal. Leiamos: “Envergonhem-se os que me perseguem, mas não me envergonhe eu; assombrem-se eles, e não me assombre eu; traze sobre eles o dia do mal, destrói-os com dobrada porção” (Jr. 17:18). Em outra parte Jeremias diz: “Portanto entrega os seus filhos à fome, e entrega-os ao poder da espada, e sejam as suas mulheres roubadas dos filhos, e fiquem viúvas; seus maridos sejam feridos de morte, e os seus mancebos feridos à espada na peleja. Ouça-se o clamor de suas casas, quando trouxeres esquadrões sobre eles de repente. Porquanto cavaram uma cova para me prender, e armaram laços os meus pés. Mas tu, ó Jeová, sabes todos os seus conselhos contra mim, para matar-me; não perdoes a sua maldade, nem apagues o seu pecado de diante da tua face” (Jr. 18:21-23). Como é possível isso? Um profeta da envergadura de Jeremias invocando maldições sobre o povo de Deus? Já que Jeová o proibiu de orar por Israel para bem, e já que havia declarado que pôs o seu rosto contra eles para mal, e não para bem, Jeremias, para agradar Jeová lançou maldições contra seus irmãos, e pecou contra a santidade e o amor, mas agradou a Jeová, o santo de Israel (Jr. 21:10).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(447) – O SANTO DE ISRAEL – III

O  SANTO  DE  ISRAEL  3

Jeová declarou a Moisés: “Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores. Portanto desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel” (Ex. 3:7-8).  Quem lê este pronunciamento conclui que Jeová é deus misericordioso e piedoso, e que busca o bem dos aflitos e necessitados. Mas a realidade é decepcionante. Jeová usou Moisés, dando-lhe poder para produzir sinais e pragas, maravilhas nunca antes vistas pelos homens, com o único fim de se tornar famoso. O salmista nos revela isso: “Nossos pais não atentaram para as tuas maravilhas no Egito, não se lembraram da multidão das tuas misericórdias; antes foram rebeldes junto ao mar Vermelho. Não obstante, ele os salvou por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu poder” (Sl. 106:7-8).

Jeová não salvou Israel por amor a eles, mas por amor do seu nome que ia se tornar conhecido e famoso. Que Jeová andava atrás de fama, é fácil provar: “Naquele dia levantei a minha mão para eles, para os tirar da terra do Egito para uma terra que tinha previsto para eles, a qual mana leite e mel, e é a glória de todas as terras. Então lhes disse: Cada um lance de si as abominações dos seus olhos, e não vos contamineis com os ídolos do Egito; eu sou Jeová vosso deus. Mas rebelaram-se contra mim, e não me quiseram ouvir; ninguém lançava de si as abominações de seus olhos, nem deixava os ídolos do Egito; então eu disse que derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir a minha ira contra eles no meio da terra do Egito. O que fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse profanado diante dos olhos das nações, no meio das quais eles estavam, a cujos olhos me dei a conhecer a eles, para os tirar da terra do Egito” (Ez. 20:6-9). E repete logo em Ez. 20:14. As nações são a platéia, e o palco caprichosamente preparado por Jeová pelo espaço de 400 anos, foi o Egito, nação poderosa, rica e famosa (Gn. 15:13-4).

O que importava para Jeová era o seu grande nome, Israel que sofresse nos cativeiros publicitários. Quanto mais Israel era oprimido por Jeová, e isso porque não obedeciam as suas leis, mais as nações tremiam diante desse nome, por isso o salmista diz: “Jeová reina; tremam as nações; ele está entronizado entre os querubins; comova-se a terra” (Sl. 99:1).

Moisés sabia que Jeová andava atrás de fama. Quando os doze espias, ao voltar, injuriaram a terra(Nm. 14:31-33), Jeová se encheu de furor, e decidiu mandar uma peste para destruir a todos. Moisés, então, disse a Jeová: “Assim os egípcios o ouvirão; porquanto com a tua força fizeste subir este povo do meio deles. E o dirão aos moradores desta terra, que ouviram que tu, ó Jeová, estás no meio deste povo, que de cara a cara, ó Jeová, lhes apareces, que a tua nuvem está sobre eles, e que vais adiante deles numa coluna de nuvem de dia, e numa coluna de fogo de noite. E se matares este povo como a um só homem, as gentes pois, que ouviram a tua fama, falarão, dizendo: Porquanto Jeová não podia pôr este povo na terra que lhes tinha jurado, por isso os matou no deserto” (Nm. 14:11-16). Jeová então os perdoou, não porque os amasse, mas para não macular a sua gloriosa fama; mas os matou a todos no deserto, o que prova que não amava seu povo, e só se importava consigo mesmo e com a fama do seu nome (Nm. 14:19-23, 34-35).

Que santidade podemos ver nesse deus homicida e enganador?

Israel é o escabelo dos pés de Jeová. No livro de Lamentações, lemos: “Como cobriu Jeová de nuvens na sua ira a filha de Sião! derribou do céu à terra a glória de Israel, e não se lembrou do escabelo de seus pés, no dia da sua ira. Devorou Jeová todas as moradas de Jacó, e não se apiedou”  (Lm. 2:1-2; Sl. 99:5). Escabelo é um banquinho onde os monarcas descansam os pés. Israel é escabelo, pois, é a base do projeto de glorificação de Jeová, por isso Isaías, o profeta, escreveu da parte de Jeová, dizendo: “Não temas, pois, porque estou contigo; trarei a tua semente desde o oriente, e te ajuntarei desde o ocidente. Direi ao norte: Dá; e ao sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe, e minhas filhas das extremidades da terra. A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória; eu os formei, sim, eu os fiz. Trazei o povo cego que tem olhos, e os surdos que tem ouvidos” (Is. 43:5-8). Israel é o capacho onde Jeová limpa os pés. O mesmo Isaías escreveu o seguinte: “O tempo vem em que ajuntarei todas as nações e línguas; e virão, e verão a minha glória. E porei entre eles um sinal, e os que deles escaparem enviarei às nações, a Társis, Pul, e Lude, flecheiros, a Tubal e Javã, até às ilhas de mais longe, que não ouviram a minha fama, nem viram a minha glória; e anunciarão a minha glória entre as nações” (Is. 66:18-19).

Fica assim provado que o santo de Israel, nunca esteve interessado na salvação de Israel, mas em se tornar famoso e obter glória, ser adorado e louvado, por isso habita no meio dos louvores, não só de Israel, mas de todas as nações (Sl. 22:3).

Jeová também nunca cogitou na salvação dos homens deste mundo infernal, pois odiava os gentios, isto é, todos os povos não judeus (Sl. 10:16). O santo de Israel sempre foi ansioso por fama e glória pessoal. E quem busca fama e glória, não é santo! Jesus declarou: “Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça” (Jo. 7:18; 8:50).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(446) – O SANTO DE ISRAEL 2

Santo, no hebraico, é KADOSH, que se traduz por SEPARADO. Jeová, o deus que se revelou a si mesmo como sendo deus, disse a seu povo Israel: “Santos sereis, porque eu, Jeová vosso deus, sou santo” (Lv. 19:2). Traduzindo para o português seria: “Separados sereis, porque eu, Jeová vosso deus, sou separado”. Claro está que Jeová era separado de todos os outros povos, e Israel teria de ser também separado, isto é, santo. Jeová falou de novo, dizendo: “E ser-me-eis santos, porque eu, Jeová, sou santo, e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Lv. 20:26).

Jesus Cristo também é santo, pois o anjo Gabriel disse a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc. 1:35).

Pedro disse ao povo judeu que se ajuntou a ele por causa da cura de um coxo: “Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida” (At. 3:14). Quando Jesus ensinava numa sinagoga, em Cafarnaum, estava ali um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, dizendo: “Ah! que temos contigo, Jesus nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus” (Mc. 1:24).

Jeová é santo, e Jesus é santo. Isto poderia nos levar a conclusão que seriam a mesma pessoa, e que o deus do Velho Testamento seria o mesmo do Novo.

Vejamos a diferença:

Jesus por ser santo é separado deste mundo. Ele mesmo declarou aos fariseus: “Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo” (Jo. 8:23). E por que Jesus não é deste mundo? Porque testificava que as obras deste mundo são más (Jo. 7:7).

Jeová, em contrário, não é separado deste mundo mau. Eram maus os antediluvianos, tão maus que Jeová os destruiu a todos; menos a família de Noé. Os assírios eram perversos, os egípcios eram perversos, os caldeus eram perversos, os medos e persas eram perversos, e Jeová declara que o seu povo era pior. E Jeová fundou o seu reino neste mundo. Junto ao monte Sinai, disse ao povo de Israel, antes de dar a lei: “Vós me sereis reino sacerdotal e o povo santo” (Ex. 19:6). O que é pior, está escrito que Jeová reina sobre as nações deste mundo. Porque o reino é de Jeová, e ele governa as nações (Sl. 22:28). “Deus é o rei de toda a terra; cantai louvores com inteligência. Jeová reina sobre as nações; Deus se assenta sobre o trono da sua santidade” (Sl. 47:7-8). Como Jeová, sendo santo, pode reinar sobre nações ímpias e idólatras? Se é santo, é separado delas, e não poderia jamais reinar sobre elas.

Jesus, nessa área, é coerente, pois declarou que o seu reino não é deste mundo (Jo. 18:36).

Ao ser ligado a este mundo, Jeová não é santo. Ele é quem comandou os exércitos da Assíria. Isaías disse: “Eis que Jeová fará vir sobre eles as águas de um rio, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; e subirá sobre todos os seus leitos, e transbordará por todas as suas ribanceiras” (Is. 8:7). Jeová Tzebaot era o comandante e chefe dos exércitos da Assíria. Jeová estava politicamente ligado àquelas nações guerreiras, e promovia as guerras, logo não é separado nem santo. Por falar em política mundial, Jeová declarou séculos mais tarde: “Eu fiz a terra, o homem, e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande poder, e com o meu braço estendido, e a dou àquele que me agrada em meus olhos. E agora eu entreguei todas estas terras na mão de Nabucodonosor, meu servo, rei de Babilônia, e ainda até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam. E todas as nações o servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que também venha o tempo da sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis se servirão dele” (Jr. 27:5-7). É Jeová quem entrega as nações como escravas nas mãos de um tirano. E declarou também que o tirano Nabucodonosor era seu servo, e era agradável aos seus olhos. E, se Nabucodonosor era agradável a Jeová, e também seu servo, Jeová nunca foi santo, mas mundano, pois o povo caldeu era guerreiro, conquistador e cruel. Quem quiser saber o que os judeus sofreram na Babilônia, é só ler os cinco capítulos do livro de Lamentações. Para se ter uma idéia da crueldade de Nabucodonosor, Zedequias, rei de Judá, fugiu, mas foi preso, e degolaram seus filhos diante de seus olhos; e vazaram os olhos de Zedequias, e o ataram com duas cadeias de bronze, e o levaram à Babilônia (2 Rs. 25:5-7). Lá em Babilônia, o rei assou Zedequias no fogo (Jr. 29:22).

Além da crueldade, os babilônicos, em matéria de religião, eram idólatras. Os dois principais deuses eram Bel, o Sol, e Milita, a Lua. Milita era a deusa da providência e da fertilidade. O templo de Milita era enorme, e todas as mulheres tinham de servir como sacerdotisas por um ano. Nesse período as sacerdotisas se prostituíam com qualquer que passasse diante do templo. As mulheres casadas que quisessem, podiam servir a Milita como prostitutas sagradas pelo período de um ano, depois voltavam ao lar.

Pois Jeová chamava o rei da Babilônia de seu servo, e que lhe agradava aos olhos, e por isso lhe entregou todos os reinos para o servirem. E, se alguma nação ou reino não servissem a Nabucodonosor, e não pusessem o seu pescoço debaixo do jugo desse rei cruel, o próprio Jeová visitaria essa nação com espada, com peste, e com fome até consumi-la (Jr. 27:8). E Jeová entregou Judá a esse rei monstruoso (Jr. 27:12-13).

Essa é a santidade de Jeová, isto é, em vez de estar separado das baixezas humanas, é ele mesmo o cabeça dessas baixezas. O incrível é que faz isso declarando que é santo.

Jeová e Jesus não são iguais.

Seus conceitos de santidade são diferentes.

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(445) – O SANTO DE ISRAEL – I

O SANTO DE  ISRAEL 1

“Porque assim diz o alto e o sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é SANTO: Num alto e santo lugar habito, e também com o abatido e contrito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos” (Is. 57:15). Jeová é tão sublime que o salmista diz: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia” (Sl. 46:1). Davi declara: “Dá-nos auxílio para sairmos da angústia, porque vão é o socorro da parte do homem” (Sl. 108:12).

Os oprimidos deste mundo, os pobres e famintos, mesmo não conhecendo, clamam a Deus. No momento do desespero, os lábios se abrem, dizendo: Deus, ajuda-me. No momento final, quando não há mais esperança, os olhos se elevam para o céu.

Salomão disse: “O que é já foi, e o que há de ser também já foi” (Ec. 3:15). Como Jeová declara que não muda, em Ml. 3:6. Assim o que ele fez no passado, vai fazer no futuro.

Jeová criou um povo para sua glória, povo que era chamado pelo seu nome (Is. 43:7). Jeová declara amor eterno pelo seu povo (Jr. 31:3). Declara em Dt. 14:1 que são seus filhos. Vejamos o tratamento que dá a seus filhos amados:

  1. JEOVÁ AFLIGE OS SEUS FILHOS – O texto bíblico diz: “Então dirá à geração vindoura, os vossos filhos que se levantarem depois de vós, e o estranho que virá de terras remotas, vendo as pragas desta terra, e as suas doenças, com que Jeová a terá afligido, e toda a sua terra abrasada com enxofre e sal, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma, assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que Jeová destruiu na sua ira e no seu furor; e todas as nações dirão: Por que fez Jeová assim a esta terra? Qual a causa do furor e desta tão grande ira? Então se dirá: Porquanto deixaram o concerto de Jeová” (Dt. 29:22-25). Pode um pai santo e puro tratar seus filhos com tão grande furor, a ponto de destruí-los a fogo, pragas e maldições, até que se acabem de todo? Se santidade é isso, não produz amor e misericórdia, mas ódio mortal e vingativo. 
  2. JEOVÁ TIRANIZA OS SEUS FILHOS SEM PIEDADE – O profeta Ezequiel diz: “vivo eu, diz Jeová Deus, que com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada, hei de reinar sobre vós” (Ez. 20:33). No segundo livro de Crônicas de Israel está escrito a respeito do reinado de Roboão, filho de Salomão: “Vendo, pois, Jeová, que se humilharam, veio a palavra de Jeová a Semaías, dizendo: Humilharam-se, não os destruirei; antes em breve, lhes darei lugar de escaparem, para que o meu furor se não derrame sobre Jerusalém, por mão de Sisaque. PorÉm serão seus servos, para que conheçam a diferença da minha servidão e da servidão dos reinos da terra” (II Cr. 12:7-8). Faz parte do governo de Jeová entregar o seu povo na mão dos maus. “E os rios farei secos, e venderei a terra, entregando-a na mão dos maus, assolarei a terra e a sua plenitude pela mão dos estranhos; Eu, Jeová, o disse” (Ez. 30:12). Este tipo de comportamento é incompatível com a santidade, pois santidade é o mais alto grau de virtude, e Jeová trata os seus filhos despoticamente.
  3. JEOVÁ ATORMENTA SEUS FILHOS – Atormentar é coisa dos demônios e espíritos imundos. O evangelista Lucas nos revela isto: “Grande multidão de povo de toda a Judéia, e de Jerusalém, e da costa marítima de Tiro e de Sidom, vinham para ouvir a Jesus, e serem curados das suas enfermidades, e também os atormentados de espíritos imundos, e eram curados” (Lc. 6:17-18). Pedro seguiu os passos de Jesus curando e libertando: “E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados” (At. 5:16).Pois é de pasmar. Jeová colocou no rei Saul um espírito maligno, que o atormentava: “E o Espírito de Jeová se retirou de Saul, e o assombra um espírito maligno da parte de Jeová” (I Sm. 16:14). Os protetores de Jeová, para protegê-lo, mudaram a expressão: “O ATORMENTAVA UM ESPÍRITO MALIGNO DA PARTE DE JEOVÁ” para “O ASSOMBRAVA UM ESPÍRITO MAU”. O fato é que Jeová confessa que atormenta seu povo, pois seu nome é Jeová Jirê, que quer dizer Jeová proverá. Ele disse: “Então eu também vos farei isto: Porei sobre vós terror, a tísica e a febre ardente, que consumam os olhos eatormentem a alma; e semeareis a vossa semente, e os vossos inimigos a comerão” (Lv. 26:16). Como pode um deus que declara que o seu nome é santo, agir como os demônios imundos, ao atormentar como eles?
  4. JEOVÁ ASSOLA – Jeová declara que criou o assolador para destruir (Is. 54:16). Depois declara que ele é que fere e assola por causa do pecado (Mq. 6:13). Para se vingar de Israel, ele diz: “E porei as vossas cidades por deserto, e assolarei os vossos santuários, e não cheirarei o vosso cheiro suave, e assolarei a terra, e se espantarão disso os vossos inimigos que nela morem, e vos espalharei entre as nações, e desembainharei a minha espada atrás de vós; e a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas” (Lv. 26:31-33). “E os vossos rios farei secos, e venderei a terra, entregando-a na mão dos maus, e assolarei a terra e a sua plenitude pela mão dos estranhos; eu, Jeová, o disse” (Ez. 30:12). Jeová declarou a Abraão que é o Todo-poderoso — El Shaday. O Todo-poderoso é exatamente o rei dos assoladores. É o profeta Isaías quem o diz: “Uivai porque o dia de Jeová está perto; vem do Todo-poderoso como assolação. Pelo que todas as mãos se debilitarão, e o coração de todos os homens se desanimará. E assombrar-se-ão, e apoderar-se-ão deles dores e ais, e se angustiarão, como a mulher parturiente; cada um se espantará do seu próximo; os seus rostos serão rostos flamejantes. Eis que o dia de Jeová vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação, e destruir os pecadores dela” (Is. 13:6-9).

O santo de Israel, Jeová, o Altíssimo, tem como função assolar os moradores da terra? É isso a sua santidade? Se é, é falsa, pois a verdadeira santidade perdoa, ama, serve, cura, guia, ensina, enfim, age como Jesus agiu (Hb. 2:9-11).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(444) – EL SHADAY

 EL SHADAY

 

El Shaday quer dizer: ‘DEUS TODO PODEROSO’, isto é, pode tudo, é onipotente. Para ser Todo poderoso, tem de ser perfeito. Já imaginaram um Deus onipotente, que não é perfeito? Os estragos que faria? Onde há poder e não há perfeição, reina o caos. Mas El Shaday é perfeito. Zofar declara isso:“Porventura alcançarás os caminhos de Deus, ou chegarás à perfeição do Todo-poderoso?” (Jó 11:7). Bildade disse: “Porventura perverteria Deus o direito, e perverteria o Todo-poderoso a justiça?” (Jó 8:3). Moisés confirma isso, dizendo: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos juízo são. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. justo e reto é” (Dt. 32:4). Jeová visitou a Abraão, e disse-lhe: “Eu sou o Deus Todo-poderoso; anda em minha presença e sê perfeito” (Gn. 17:1). Como Jeová e El Shaday são a mesma pessoa, a obra de ambos é a mesma. Ora, Jó era servo de Jeová (Jó 42:7). E Jeová testificou da retidão de Jó dizendo a Satanás: “Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero e reto, temente a Deus, e desviando-se do mal” (Jó 1:8). Satanás, com a maligna intenção de levar Jó a pecar, incitou Jeová contra ele, dizendo: Porventura teme Jó a Deus debalde? Tu o cercaste de bens, a ele e a sua casa, e tudo quanto tem? Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti na tua face. Jeová então disse a Satanás: Eis que ele está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão (Jó 1:8-12).

Jó, em nenhum momento, atribuiu suas desgraças a Satanás, mas a Jeová (Jó 19:21). As queixas de Jó não se dirigem a Jeová, mas contra o Todo poderoso. Vejamos:

  1. Jó queixa-se do Todo poderoso porque amargurou a sua alma (Jó 27:2). Se Jó era servo de Jeová, homem sincero e reto, temente a Deus, e que desviava-se do mal, parece que o Todo poderoso não agiu com perfeição, e nem foi justo. Parece que o Todo poderoso perverteu o direito e a justiça.
  2. Jó clama dizendo: “Do preceito de seus lábios nunca me apartei; e as palavras da sua boca prezei mais do que o meu alimento” (Jó23:12). E logo à frente Jó desconsolado diz: “Porque Deus macerou o meu coração, e o Todo-poderoso me perturbou” (Jó23:16). Somente um deus satânico pode agir dessa maneira com um servo tão consagrado como Jó, que preferia ficar sem comer por amor da palavra de Deus.
  3. Jó não esqueceu de Deus; Jó não pecou contra Deus; quando seus dez filhos foram mortos, e quando Satanás destruiu tudo o que tinha, casas, rebanhos, lavouras, Jó disse: “Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. Jeová o deu, e Jeová o tomou; bendito seja o nome de Jeová” (Jó 1:21).Pela segunda vez, Satã incitou Jeová contra Jó. Mais uma vez Jeová disse: Eis que ele está na tua mão; poupa porém a sua vida (Jó 2:6). E Satanás saiu, e feriu Jó de uma chaga maligna. A mulher de Jó o incitou a amaldiçoar Jeová, pelo tamanho da injustiça e da crueldade. Mas diz a Escritura que Jó repreendeu a mulher; e não pecou Jó com seus lábios (Jó 2:7-10). Como pode ser? Ao entregar o fiel e justo Jó na mão de Satanás, Jeová agiu como um juiz injusto, que entrega um homem honesto na mão de carrascos para ser torturado. E a perfeição do Todo poderoso? Não há nele injustiça e não perverte o direito? Se, neste abismo onde vivemos, um juiz age como Jeová agiu, vai preso.
  4. Leiamos as palavras de Jó: “Ah! Quem me dera ser como fui nos meses passados, como nos dias em que Deus me guardava! Quando fazia resplandecer a sua candeia sobre a minha cabeça, e eu com a sua luz caminhava pelas trevas. Como era nos dias da minha mocidade, quando o segredo de Deus estava sobre a minha tenda; quando o Todo-poderoso ainda estava comigo, e os meus meninos em redor de mim” (Jó 29:2-5). Jó deixa claro que foi abandonado pelo Todo poderoso. E revela que o Todo poderoso era seu adversário (Jó 31:35). Como adversário transtornou a vida de Jó, cercou-o com a sua rede, entrincheirou o caminho de Jó, pôs trevas nas suas veredas, despojou-o da sua honra, tirou a sua coroa, e arrancou a esperança daquele servo fiel (Jó 19:6-10). É essa a perfeição do Todo poderoso? É essa a justiça daquele que não perverte o direito de um justo?
  5. Sufocado pela tempestade que desabou sobre a sua cabeça, sem causa, pois é o próprio Jeová que confessa isso (Jó 2:3), Jó reclama, dizendo: “Porque as frechas do Todo-poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno o bebe o meu espírito; os terrores de Deus se armam contra mim” (Jó 6:4). Ao atirar frechas cheias de ardente veneno, fica claro que o Todo poderoso El Shaday e Satanás são a mesma pessoa, pois Paulo diz: “tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno” (Ef. 6:16). Onde já se viu que Deus, o Pai, que quer salvar a todos os homens, atire frechas venenosas e mortais naqueles que quer salvar? Deus, o Pai, não está inflamado de furor para matar os pecadores, mas está inflamado de amor para salva-los, e enviou o seu Filho unigênito, não para condenar, mas para salvar. Jeová é que vivia cheio de furor assassino contra seus filhos (Dt. 32:22-25).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(439) – DEUS DA CONFUSÃO – II

DEUS  DA  CONFUSÃO  2

Vimos no primeiro estudo que os homens se uniram com o objetivo de chegar ao céu. Jeová declarou que quando os homens se unem num propósito, não há restrição para tudo o que queiram fazer. E Jeová os confundiu e os espalhou sobre a face da terra para que não pudessem levar a efeito o projeto(Gn. 11:1-5). Será que foi só essa vez que Jeová confundiu os homens? A respeito do seu povo Israel, que é seu filho primogênito (Ex. 4:22), em caso de desobediência aos mandamentos, Jeová diz: “Jeová mandará sobre ti a maldição, e a turbação e a perdição em tudo em que puseres a tua mão para fazer” (Dt. 28:20). Turbação é desorientação, confusão. E Jeová diz mais: “Jeová te ferirá com loucura, e com cegueira, e com pasmo de coração” (Dt. 28:28). Pasmo é o mesmo que pasmado, isto é, embasbacado, atônito, assombrado, desmaiado de pavor. O assombro e a confusão é tão grande, que o povo fica descontrolado e perdido. O texto diz: “E apalparás ao meio-dia, como o cego apalpa na escuridão, e não prosperarás nos teus caminhos; porém somente serás oprimido e roubado todos os dias, e não haverá quem te salve” (Dt. 28:29). Que confusão para um filho eleito e amado (Os. 11:1). A confusão de Israel começou no monte Sinai, quando fizeram o bezerro de ouro (Ex. 32:1-6). Estêvão, o primeiro mártir, revela que deus abandonou Israel para que servissem aos exércitos do céu; e durante os quarenta anos de peregrinação serviram a esses ídolos (At. 7:41-43). Esdras, o escriba, lá pelo ano 457 A.C., mil e duzentos anos depois, em plena diáspora, disse: “Desde os dias de nossos pais até o dia de hoje estamos em grande culpa, E Por causa das nossas iniqüidades fomos entregues, nós, E nossos reis, e os nossos sacerdotes, nas mãos dos reis das terras, à espada, ao CATIVEIRO, E ao roubo, e à confusão do rosto, como hoje se vê” (Ed. 9:7). Amós, o profeta, também declara que Jeová lançou confusão sobre seu povo, dizendo: “O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que um espinhal. Veio o dia dos teus vigias, veio a tua visitação; agora será a sua confusão” (Mq. 7:4). Miquéias viveu de 790 a 750 anos antes de Cristo. 

Jó, o homem sincero em reto, temente a deus, que desviava-se do mal, segundo as palavra do próprio Jeová, ficou confuso (Jó 1:6-8). Crendo nas escrituras, onde se lê que Jeová guarda as almas dos seus santos (Sl. 97:10). “Jeová livra do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa” (Sl. 91:3). “Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda” (Sl. 91:10). Jó tinha dez filhos, e era muito rico em gado e ovelhas. E Jó, fiel a Jeová, santificava os filhos, e levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia Jó: Porventura pecaram os meus filhos, ou blasfemaram. Assim fazia Jó continuamente (Jó 1:5).

Qual a colheita de tão boa semeadura de Jó? Jeová o entregou nas mãos de Satanás, dizendo: “E Disse Jeová a Satanás: EIS que tudo o quANTO tem está nA tuA MÃO; somente contra ele não estenda a TUA mão” (Jó 1:12). Satanás matou os dez filhos de Jó, destruiu sete mil ovelhas, e três mil camelos, quinhentas juntas de bois, e quinhentos jumentos, e muitíssima gente de serviço (Jó 1:3, 15-19). Qual a reação do fiel Jó? Ele disse: “NU SAÍ DO VENTRE DE MINHA MÃE, E NU TORNAREI PARA LÁ; JEOVÁ DEU E JEOVÁ O TIROU; BENDITO SEJA O NOME DE JEOVÁ” (Jó 1:21).

Satanás, espumando de ódio pela fidelidade de Jó, volta à carga a Jeová, para fazer Jó blasfemar. Jeová novamente entrega Jó na mão de Satanás, que desta vez o fere de uma chaga maligna desde a planta dos pés até o alto da cabeça (Jó 2:7). Pela segunda vez Jó não pecou com os seus lábios (Jó 2:10). Mas entrou em confusão: Jeová então não guarda a casa dos seus santos como está na escritura? (Sl. 128).

Jó confuso declara: “TOdAVIA aguardando eu o bem, EIS que me veio o mal, E esperando eu a luz, veio a escuridão. As minhas entranhas FERVEM E não estão QUIETAS; os dias da aflição me sUrPREeDERAM” (Jó 30:26-27). E continua o confuso Jó a falar, dizendo: “A minha alma tem tédio DA MINHA vida; darei LIVRE curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma. Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo. Parece-te bem que me oprimas; que rejeites o trabalho das tuas mãos e ReSPLANDEças SOBRE o conselho dos ímpios?” (Jó 10:1-3). Confuso, Jó perguntou a Jeová: Por que está acontecendo este terrível mal comigo? E tuas promessas: “Se pequei, que te fAREI, ó GUARDA dos homens? Por que fizeste DE MIM UM alvo para tI, para que a mim mesmo me FAÇa pesado?” (Jó 7:20). Jó continua inquirindo a Jeová, dizendo: “Desvia tua mão para longe de mim, e não me eSPAnte o teu terror. chama, POIS, e EU te responderei; ou EU falarei, e TU responde-ME. QuantAs CULPAS e pecados tenho eu? Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado. Por que escondes o teu rosto, e me tens por inimigo?” (Jó 13:21-24).

Jó estava tão confuso e transtornado, que disse ao amigo Bildade, que o acusava: “Sabei agora que Deus é que me transtornou, e com sua rede me cercou. Eis que clamo: Violência! mas não sou ouvido; grito: Socorro! mas não há justiça. O meu caminho ele entrincheirou, e não posso passar; e nas minhas veredas pôs trevas. Da minha honra me despojou, e tirou-me a coroa DA MINHA cabeça. QuebrOU-me de todos os lados, e eu me vou; E arrancOU a minha esperança como a uma árvore” (Jó 19:6-10).

Jeová declara que a maldição sem causa não virá (Pv. 26:2). E Jó diz: “PORQUE me quebranta com uma tempestade, e multiplica as minhas chagas sem causa” (Jó 9:17). “Entrega-me Deus ao perverso, e na mão dos ímpios me faz cair” (Jó 16:11). “PORQUE Deus maCEROU o meu coração, E o Todo-poderoso me perturbou” (Jó 23:16). “PORQUE As fRechas do Todo-poderoso estão em mim, e o Seu ADENTE veneno O BEBE O MEU espírito; os terrores de Deus se armam contra mim” (Jó 6:4).

Quem lê o Velho Testamento fica apavorado com as barbáries de Jeová, e sua crueldade contra todos. Não escapou ninguém, por isso Paulo declara que o Velho Testamento é o ministério da morte e da condenação (II Co.3 :6-9).

Jeová é o deus da confusão! E se faz o que fez com o justo Jó, o que não fará com o ímpio e pecador?

Declaramos que cremos nas escrituras sagradas de capa a capa. Elas são a Palavra de Deus. Não cremos em Jeová, o deus da ira, das pragas, das pestes, das maldições, da morte, e das vinganças. Cremos sim, em Jesus Cristo, que mergulhou neste abismo feito por Jeová, para nos arrancar das suas mãos.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(443) – EMANUEL

EMANUEL

 

Jesus disse aos discípulos: “Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto” (Jo. 14:7).

“Disse-lhe Felipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta” (Jo. 14:8).

“Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Felipe? quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras” (Jo. 14:9-10).

Já que Deus, o Pai, é quem falava em Cristo, e que fazia as obras, usemos de ousadia, tirando a palavra Jesus Cristo e colocando a palavra Pai.

  1.  O Pai disse: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt. 11:29).
  2. O Pai é tão humilde, que ao habitar entre os homens pela carne de Cristo (Jo. 1:14), escolheu nascer numa estrebaria, e não num palácio e em berço de ouro (Lc. 2:6-7).
  3. O Pai é tão humilde e desprovido de vaidade, que percorria as cidades com vestimenta de carpinteiro e dos andarilhos que visitavam Jerusalém. “E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir até Jerusalém. E mandou mensageiros diante de sua face; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada, mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém. E os seus discípulos Tiago e João, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu, e os consuma, como Elias também fez? Voltando-se porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois? Porque Deus, o Pai, não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (Lc. 9:51-56).
  4.  Se Deus estava em Cristo, por que Cristo era desfigurado? Isaías disse: “Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens” (Is. 52:14). A explicação está na carne. No evangelho de João lemos: “E o verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo. 1:14). É que a carne é pecado, e o germe do pecado é tão forte que tornou enferma a lei (Rm. 8:3). A lei de Jeová, enferma pela carne, opera na carne as paixões pecaminosas que levam à morte (Rm. 7:5). Pedro diz: “Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados; mas principalmente aqueles que segundo a carne andam em concupiscências de imundícias, e desprezam as dominações; atrevidos, obstinados, não receando blasfemar das dignidades” (II Pd. 2:9-10). E Pedro diz mais: “Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma” (I Pd. 2:11). A carne é tão podre que os discípulos de Jesus aborreciam a roupa manchada de carne (Jd. 23). Os deleites carnais são tão venenosos que matam; o único remédio capaz de anular o veneno da concupiscência carnal é o Espírito Santo, em doses diárias (Rm. 8:13). É por isso que Paulo diz: “A inclinação da carne é morte, mas a inclinação do Espírito é vida e paz” (Rm. 8:6). E Paulo conclui, dizendo: “A carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção” (I Co. 15:50).
  5. Pois o verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo. 1:14). A aparência desfigurada de Jesus era a radiografia da carne, que Paulo, cheio do Espírito Santo descreveu em Gl. 5:19-21.
  6. Na pessoa de Jesus, O VERBO, isto é, Deus, se fez carne, ou melhor, se vestiu da nossa roupagem podre e contaminada para nos salvar, arrancando-nos da carne pelo novo nascimento (Jo. 3:3-6).
  7. Paulo disse: “Já estou crucificado com Cristo, e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl. 2:20).O velho Saulo, perseguidor da Igreja, não existia mais. Morreu na cruz. O que ressuscitou agora era Cristo. O verbo se fez carne em Paulo. Por isso Paulo teve a revelação dos mistérios ocultos em Deus(Ef. 3:1-5).

Da mesma maneira, Deus estava em Cristo, pois disse a Felipe: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim?” (Jo. 14:10). Neste mesmo verso Jesus diz: “O Pai, que está em mim, é quem faz as obras”. Isto é, o que quer dizer “EMANUEL”, que traduzido é: ‘Deus conosco’.

Paulo declarou na primeira epistola a Timóteo: “Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver: ao qual seja a honra e poder sempiterno. Amém” (I Tm. 6:16). Na mesma epístola, o grande apóstolo disse: “Ora ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém” (I Tm. 1:17). E disse mais: “Cristo é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl. 1:15). Isto quer dizer que Deus só pode ser visto em Jesus Cristo, por isto disse: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo. 14:9). Em Cristo Deus é EMANUEL – DEUS CONOSCO.

Deus conosco não é só salvação, mas união total. Quando Cristo está conosco, Deus está conosco; Quando Cristo habita em nós, Deus habita em nós; quando o amor de Deus está em nós, Deus está em nós. Quando o Espírito Santo de Deus está em nós, Deus, o Pai, está em nós (Ef. 2:20-22). João declara:“Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeita a sua caridade” (I Jo. 4:12). EMANUEL!

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(442) – AS DUAS ÁRVORES

AS  DUAS  ÁRVORES

Toda a criação foi feita por um só Deus: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn. 1:1). Por céus entendam-se as coisas invisíveis e espirituais. Por terra entendam-se as coisas visíveis e materiais que estão no universo. A palavra hebraica que designa Deus é ELOHIM. Está no plural, pois o singular de ELOHIM é EL. A teologia cristã dos primeiros séculos entendeu que Elohim é, portanto, a trindade, isto é, O Verbo, isto é, a palavra saiu da boca de Deus, quando disse: “Haja luz” (Gn. 1:3). E esse verbo está em Jo. 1:1-3. Temos aqui o Pai e o Filho. E o Espírito Santo? Em Gn. 1:2, lemos: “E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. No hebraico, a palavra RUAR é espírito. Está aí a trindade desde o princípio.

O tetragrama, isto é, Jeová, não aparece no capítulo um de Gênesis, mas só a palavra Elohim. No capítulo dois, quando é formado Adão do pó da terra estão juntos Jeová e Elohim. Ora, se no capítulo um só aparece Elohim, e nos capítulos dois e três aparecem Jeová e Elohim, é claro que são dois deuses. É possível provar isso? Vamos provar:

A trindade é um Deus que se manifesta de três formas diferentes (I Jo. 5:7). E Paulo diz: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém” (II Co. 13:13). Ora, na trindade nenhum dos três poderia dizer: “Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal” (Gn. 3:22). Se um da trindade soubesse o bem e o mal, e os outros não, estava desfeita a trindade, logo, a diferença estava entre Jeová e Elohim, ou entre Jeová e Jesus.

A árvore da vida sabemos que é Jesus, porque Jesus mesmo declarou: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador” (Jo. 15:1). E a árvore da ciência do bem e do mal, quem plantou? Jesus declara que há plantas que Deus, o Pai, não plantou, e estas plantas estranhas serão arrancadas (Mt. 15:13).Analisemos a árvore da ciência do bem e do mal:

  1. Esta árvore tem luz, mas também tem trevas. Davi diz: “Jeová é a minha luz e a minha salvação” (Sl. 27:1). O mesmo Davi diz: “Porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz” (Sl. 36:9).Por outro lado o mesmo Davi diz: “Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas” (Sl. 18:11). Em Jeová se acham juntas luz e trevas. Em Deus, o Pai, só luz (I Jo. 1:5).
  2. Na árvore da ciência estão o bem e o mal, e em Jeová também: “Porventura da boca do Altíssimo não sai o bem e o mal?” (Lm. 3:38). Quando Jeová promete um bem, e o beneficiado faz o mal, Jeová se arrepende do bem prometido e forja males em seu lugar. Onde o mal e o bem estão juntos, prevalece o mal sobre o bem (Jr. 18:9-11).
  3. Na árvore da ciência do bem e do mal há dois espíritos. O do bem e o do mal. O do bem procede de Jeová, pois Neemias diz: “E deste o teu bom espírito, para os ensinar” (Ne. 9:20). E Jeová põe no homem espíritos malignos (I Sm. 16:14-15). Jeová derrama espíritos perversos (Is. 19:14).
  4.  Na árvore da ciência existem juntos bênção e maldição. Diz Salomão: “A maldição de Jeová habita na casa do ímpio, mas a habitação dos justos ele abençoará” (Pv. 3:33). Como onde o mal e o bem estando juntos prevalece o mal, Jeová diz: “E agora, ó sacerdotes, este mandamento vos toca a vós. Se o não ouvirdes, e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz Jeová dos exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho amaldiçoado” (Ml. 2:1-2).
  5. Na árvore da ciência do bem e do mal estão juntos o amor e o ódio. Jeová ama o seu povo (Os. 11:1; Dt. 23:5). Mas Jeová, quando seu povo pecou, passou a odiá-lo (Sl. 78:58-59; 106:40-41).Onde o amor e o ódio estão juntos, o ódio prevalece (Dt. 32:22-25).
  6. Na árvore da ciência estão o bem e o mal, a liberdade e a servidão. Jeová desceu do céu para libertar Israel da escravidão egípcia, e para levá-los a uma terra paradisíaca (Ex. 3:7-8). De fato, Jeová os levou à terra de Canaã, terra que mana leite e mel. Depois de instalados lá, descobriram que não era bem assim, pois foram levados para a fornalha de fogo (Is. 31:9). E foram submetidos a um jugo pior que o do Egito.
  7. No tempo de filho de Salomão, Roboão deixou a lei de Jeová, e com ele todo o Israel, pelo que Jeová enviou contra eles Sisaque, rei do Egito, com grande exército, e com reforço de líbios, suquitas e etíopes, e tomou Jerusalém. Então se humilharam, o rei e os príncipes de Israel. Então Jeová disse: Eles se humilharam, não os destruirei, porém serão escravos de Sisaque por um tempo, para que conheçam a diferença da minha servidão e da servidão dos reinos da terra (II Cr. 12:1-8).
  8.  Na árvore da ciência estão a salvação e a condenação. No Novo Testamento lemos: “Quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo Jeová salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram” (Jd. 5).

Na árvore da vida, só há salvação, não condenação: “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo. 3:17). Também só há luz, pois Jesus disse: “Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo. 8:12). Na árvore da vida só há um espírito, que é o do amor (Ef. 4:4; Rm. 5:5). Na árvore da vida não há maldição, pois Jesus nos resgatou das maldições de Jeová fazendo-se maldição por nós (Gl. 3:13). Na árvore da vida só há amor. O Pai é amor (I Jo. 4:8). O Filho é amor (Jo. 13:34). O Espírito Santo é amor (Rm. 15:30). Na árvore da vida só há liberdade, nunca escravidão. Jesus declarou: “Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo. 8:36).

É uma questão de bom senso. Os de Jeová sempre serão comida de serpente (Is. 65:25). Os de Cristo terão vida eterna no reino de Deus

(I Pd. 1:3-4).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(441) – VAIDADE – II

 VAIDADE  2

Que é vaidade? É desejo de brilhar, de atrair a atenção, de causar admiração aos outros, presunção ridícula, vanglória, ostentação, buscar fama, causar sensação ou espanto, ser aplaudido, festejado, elogiado, é aparecer, roubar a cena, sobrepor-se em tudo a todos; é assentar-se em sublime trono; é elogiar-se, gabar-se dos próprios feitos, promover-se, etc, etc.

A vaidade é a mãe da ostentação e da soberba. O soberbo ama-se a si mesmo mais do que tudo, pois isso é o que faz a vaidade, valorizar excessivamente os dons. Se a beleza não é acompanhada de humildade e modéstia, se transforma em presunção. O excesso de justiça se transforma em crueldade, como o excesso de misericórdia se transforma em tolerância maléfica.

Quando alguém faz um ato digno de louvor, o vaidoso procura de alguma forma depreciar, para não ser ofuscado. O vaidoso é sempre crítico, e tem olhos maus. Satanás é vaidoso, tão vaidoso que se julga digno de assentar no trono de Deus. O profeta Isaías revela isso: “Já foi derrubada no inferno a tua soberba com o som dos teus alaúdes; os bichinhos debaixo de ti se estenderão, e os bichos te cobrirão. Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; no monte da congregação me assentarei, na banda dos lados do norte. Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo” (Is. 14:11-15).

Examinando as escrituras do Velho Testamento, não encontramos nada escrito sobre a vaidade de Satanás em querer ser como Deus. Todas as passagens mostram Satanás como tentador, enganador, matador, adversário (Gn. 3:1-6; I Cr. 21:1; Nm. 22:31; Jó 1:6-12; Zc. 3:1-2; Sl. 109:6). A teologia mundial afirma que quem submeteu a criação foi Satanás, lá no jardim do Edem. Carece de provas essa afirmação.

Pela definição da vaidade, acima descrita, encontramos um vaidoso na Bíblia:

  1. Quando Moisés pediu para ver a glória de Jeová, este lhe disse: “Eu farei passar toda a minha bondade diante de ti” (Ex. 33:19). Ora, Jeová disse, a respeito de seu povo Israel: “Eu pus o meu rosto contra esta nação para mal, e não para bem” (Jr. 21:10). E disse mais: “Qualquer mal que suceda a uma cidade, fui eu o autor” (Am. 3:6). E disse mais: “Males amontoarei sobre eles” (Dt. 32:23). Praticar tantos males, e querer exaltar a própria bondade, isso é vaidade irrefletida (Sl. 107:31; Is. 63:7).
  2. Jeová usa a guerra para se promover, e toda guerra é um genocídio. Jeová se declara Senhor dos Exércitos – JEOVÁ TZEBAOT. E diz que foi glorificado na derrota dos exércitos egípcios no mar Vermelho. Ser glorificado na matança de impotentes humanos é vaidade desmedida (Ex. 14:17).
  3. Jeová se acha formoso: “Adorai a Jeová na beleza da sua santidade; dai a Jeová a glória de seu nome; trazei presentes” (I Cr. 16:29; Sl. 29:2; 96:9). Qual a santidade de Jeová? Nenhum sacerdote da linhagem de Arão, que tivesse alguma deformidade, cego, coxo, nariz chato, pé quebrado, etc., podia oferecer ofertas queimadas ao seu deus. Jeová não levava em conta a perfeição moral, mas só a física e exterior. Essa santidade é falsa; pura vaidade.
  4.  Todo vaidoso quer ser apreciado, aplaudido, louvado, badalado: “Louvem a Jeová pela sua bondade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens. E ofereçam sacrifícios de louvor, e relatem as suas obras com regozijo” (Sl. 107:21-22). Quem manda divulgar seus feitos é vaidoso, e quer se promover. Jesus era contra esse método (Mc. 7:36, 5:43; Mt. 9:30, 12:16, 17:9).
  5.  Jeová habita no meio dos louvores de Israel (Sl. 22:3). Nabucodonosor, rei de Babilônia (605 a 562 A.C.), era tão poderoso e tão vaidoso que, julgando-se um deus, mandou erigir uma estátua de ouro à sua imagem, cuja estatura era de vinte e cinco metros de altura. O arauto apregoava em voz alta, dizendo: “Ordena-se a vós, ó povos, nações e gentes de todas as línguas: Quando ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, vos prostrareis, e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tem levantado. E qualquer que se não prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro do forno de fogo ardente” (Dn. 3:4-6).

Querer ser adorado, louvado, aplaudido, é coisa de homens vaidosos, soberbos e medíocres. Se um deus age do mesmo modo, se iguala aos homens na sua jactância, mesmo porque, Jesus que é Deus (I Jo. 5:20), era manso e humilde (Mt. 11:29), ensinava os discípulos a não buscar grandezas e glórias (Mc. 10:36-45). O exemplo de Jesus era servir e não ser servido. Proibia que as suas obras fossem proclamadas (Mc. 1:44).

Como Jeová usava todos os meios para se promover, era destituído de humildade e pleno de vaidade.

PAULO DECLARA: “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou. Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm. 8:20-21). Enquanto Jeová, na sua vaidade, diz que é todo poderoso (Gn. 17:1), enquanto, na sua vaidade, proclama que tudo o que quer, faz (Sl. 135:6), enquanto declara em voz alta que Israel é o barro, e ele é o oleiro (Jr. 18:6), enquanto proclama afirmando que o seu reino domina sobre tudo (Sl. 103:19; 99:1), enquanto declara que o seu conselho está determinado sobre todas as nações, e o que determina ninguém pode mudar (Is. 14:26-27).

Toda a história dos reinos deste mundo está mergulhada na corrupção, nas guerras fratricidas, nas traições, na hipocrisia, na mentira e na vaidade. E o reino que Jeová criou para a sua glória (Is. 43:7), e que ele, Jeová, que é o oleiro, forma o coração do seu povo, sempre foi pior que as nações, a ponto de Jeová destruir os dois reinos, o templo, tudo (II Rs. 23:27; 24:1-3). Era só papo e vaidade!

Jesus realizou toda a sua obra sem vaidade!

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(440) – DEUS DA CONFUSÃO – III

DEUS DA CONFUSÃO 3

 

Jeová plantou uma vinha num outeiro fértil. E a cercou, e a limpou das pedras, e a plantou de excelentes vides, e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas, mas deu uvas bravas (Is.5:1~3). Jeová esperava que desse uvas boas, mas deu uvas bravas? Jeová não conhece o futuro. E Jeová declara por boca de Jeremias o seguinte: “Eu mesmo te plantei como vide excelente, uma semente inteiramente fiel; como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada, de vide estranha?” (Jr.2:21). Aqui Jeová entrou em confusão, pois declara que a vide era excelente, uma semente inteiramente fiel. Então exclama confuso: Como pois te tornaste para mim uma planta degenerada, de vide estranha? Jeová está surpreso, embasbacado, confuso. Não entendeu como aconteceu uma mudança tão grande. Era vide excelente e se tornou degenerada e estranha? Contra a vontade de Jeová?

Está escrito que Jeová mudou o coração dos egípcios para que odiassem o seu povo Israel. O objetivo de Jeová era fazer prodígios fabulosos para libertar o seu povo por mão de Moisés. Como os dois povos eram amigos, pela atuação de José como governador, foi preciso mudar o coração dos egípcios (Sl.105:23~27). Teve poder para mudar o coração dos egípcios, e não teve poder para preservar da corrupção seus filhos? Tinha poder para endurecer o coração de Faraó para não crer nos sinais, e não teve poder para amolecer o coração de seu povo para crer? Jeová disse a Moisés: “Quando voltares ao Egito, atenta que faças diante de Faraó todas as maravilhas que tenho posto na tua mão; mas eu endurecerei o seu coração, para que não deixe ir o povo” (Ex.4:21). A impressão clara que dá, é que Jeová tem todo o poder para fazer o mal, mas não tem todo o poder para fazer o bem. É uma confusão. Jeová esperava que a sua vinha desse uvas boas, mas deu uvas bravas. Jeová declara com firmeza: “Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum Deus comigo; eu mato e eu faço viver, eu firo e eu saro; e ninguém há que escape da minha mão” (Dt.32:39). Mas a sua vinha querida escapou, e de tal maneira que ele mesmo declara: “Agora pois vos farei saber o que hei de fazer à minha vinha; tirarei a sua sebe, para que sirva de pasto; derribarei a sua parede, para que seja pisada; e a tornarei em deserto; não será podada nem cavada, mas crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela. Porque a vinha de Jeová dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delicias; e esperou que exercessem juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor” (Is.5:5~7). Está bem claro. Jeová não teve poder para que seu povo praticasse juízo e justiça, mas teve poder para destruí-lo. No caso dos egípcios, eles amavam Israel, e eram bondosos para eles, mas Jeová teve poder para fazê-los aborrecer e escravizar o seu povo. CONFUSÃO! O pior é que, o mesmo Isaías fala da parte de Jeová, dizendo que haverá um livramento para Israel: “Naquele dia se entoará este cântico na terra de Judá: Uma forte cidade temos, a que Jeová pôs a salvação por muros e antemuros” (Is.26:1). “Naquele dia o Jeová castigará com a sua dura espada grande e forte, o leviatã, a serpente veloz, e o leviatã, a serpente tortuosa, e matará o dragão que está no mar. Naquele dia haverá uma vinha de vinho tinto; cantai-lhe. Eu, Jeová, a guardo, e a cada momento a regarei; para que ninguém lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei” (Is.27:1~3). Jeová promete guardar a vinha daquele dia? Se não guardou a primeira, quem vai crer que guardará a segunda? Se Jeová não muda, como ele mesmo afirma em Ml.3:6, deveria dizer: Eu espero que esta segunda vinha de uvas boas. Se a primeira era fiel deveria ser guardada. “Confusão”! Por outro lado, a vinha de Jeová é o reino de Israel. E o reino de Israel, no ano 720 antes de Cristo foi levado para a Assíria em cativeiro e lá desapareceu. O texto diz: “Pelo que o Jeová rejeitou toda a semente de Israel, e os oprimiu, e os deu nas mãos dos despojadores, até que os tirou de diante da sua presença. Porque rasgou Israel da casa de Davi; e fizeram rei a Jeroboão, filho de Nebate …” (II Rs.17:20~23). Cento e trinta anos depois Jeová levou o reino de Judá para a Babilônia, dizendo: “Também a Judá hei de tirar de diante da minha face, como tirei a Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém que elegi, E também a casa de que disse: Estará ali o meu nome” (II Rs.23:27). No capitulo vinte e quatro lemos: “Nos SEUS dias subiu Nabucodonosor, rei de Babilônia, e Jeoiaquim ficou três anos SEU SERVO; depois SE VIROU, e se revoltou contra ELE. Jeová enviou contra eLE as tropas dos caldeus, as tropas dos siros, E as tropas dos moabitas, e as tropas dos filhos de Amom, E AS Enviou contra Judá, para o destruir, conforme a palavra dE Jeová, que falara pELo MinISterio de seus servos, os profetas. E, Na verdade, conforme o mandado dE Jeová, assim SUCEDEU A Judá, que A tirou de diante da sua face, por causa dos pecados de Manassés” (II Rs.24:1~3).

Jeová acabou com os dois reinos. Não existem mais. A linhagem de Davi, que Jeová prometeu que seria eterna, foi destruída pelos romanos quando Tito destruiu Jerusalém. E a vinha? Qual vinha! Já se passaram dois mil e seiscentos anos, e hoje Israel não é mais reino. Toda a história dos reis de Israel até Jesus Cristo durou um mil e seiscentos anos. E já passaram dois mil e seiscentos anos que o reino de Judá acabou. Mateus, o evangelista diz: “porque todos os profetas e a lei profetizaram até João” (Mt.11:13). E Lucas diz: “A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus” (Lc.16:16). Acabou em Jesus o projeto de Jeová. QUE CONFUSÃO!

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(438) – DEUS DA CONFUSÃO – I

DEUS DA CONFUSÃO 1

Diz a sagrada escritura, que depois do dilúvio, a terra toda era de uma mesma língua, e de uma mesma fala. E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali. E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos, e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume por cal. E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra (Gn. 11:1-4).

“Então desceu Jeová para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens tinham edificado” (Gn. 11:5). PARA VER? Jeová ficou míope? Teve astigmatismo? Ele disse por boca de Jeremias: “Sou eu apenas Deus de perto, diz Jeová, e não também deus de longe? Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? diz Jeová. porventura Não encho eu o céu e a terra? diz Jeová” (Jr. 23:23-24). E diz mais a escritura:“Jeová olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, NEM UM sequer”  (Sl. 14:2-3). O fato é, que desta vez Jeová teve de descer para ver de perto. E o que viu? “E disse: EIS que O povo é um, e todos têm uma mesmA língua; E Isto é o que começam a fazer; E agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer” (Gn. 11:6).

“Eia, desçamos, e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a lÍngua do outro. Assim Jeová os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. Por isso se chamou o seu nome Babel, porque ali confundiu Jeová a lÍngua de toda a terra, e dali os espalhou Jeová sobre a face de toda a terra” (Gn. 11:7-9). Jeová é o deus da confusão pelos seguintes motivos:

  1.    Não interessa a Jeová que os homens se entendam. Ele quer uns contra os outros. Por isso Jeremias diz: “Maldito o homem que confia no homem, que faz da carne o seu braço” (Jr. 17:5). Já no Novo Testamento João pregou a comunhão, isto é, dois contrários devem se amar e ter paz: “Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo. Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir, porque as trevas lhe cegaram os olhos (I Jo. 2:10-11). No tempo de Jeová, Esaú e Jacó eram inimigos desde o ventre da mãe (Gn. 25:22-23). No tempo de Jesus tem de ser diferente, pois ele disse: “Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigoEu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus” (Mt. 5:43-45).
  2.    Não interessa a Jeová que os homens sejam um, isto é, que tenham o mesmo propósito, pois quando os homens se unem a força se multiplica, pois a união faz a força, segundo a sabedoria popular. Os homens se uniram com o propósito de chegar ao céu (Gn. 11:4). Jeová não permitiu que esse propósito se consolidasse. A arma usada foi a confusão, pois é o que quer dizer BABEL, o nome da torre que edificavam. Babel se tornou sinônimo de balbúrdia, algazarra, confusão total. No lugar onde era babel, na terra de Sinar, ergueu-se a cidade de Babilônia dos caldeus, inimigos do povo de Israel.

No livro de Jó lemos que Jeová não tinha prazer em que Jó fosse justo, e também não tinha lucro algum na perfeição dos caminhos de Jó (Jó 22:3). Se Jeová tivesse prazer em que seu povo fosse perfeito nos seus caminhos, não os entregaria aos desejos de seus corações (Sl. 81:11-12). Também não venderia o seu povo, sem aumentar a sua riqueza com o seu preço, isto é, o povo foi vendido ao cativeiro, e lá se tornou pior do que era, pois anexou às suas próprias maldades, as maldades do povo que os escravizou. Se Jeová tivesse prazer em que seu povo fosse justo, não o contaminaria nos seus dons, ele mesmo (Ez. 20:26). Se Jeová tivesse prazer em que seu povo Israel fosse justo, não lhes daria estatutos que não eram bons, juízos pelos quais não haviam de viver (Ez. 20:25). Se Jeová tivesse prazer em que seu povo fosse justo, não desviaria ele mesmo o seu povo dos caminhos bons, e ainda endurecia o coração deles para que não o temessem (Is. 63:17). Se Jeová tivesse prazer em que seu povo fosse santo e justo, não colocaria o seu espírito santo como inimigo, a pelejar contra Israel. O texto diz: “Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu espírito santo; pelo que se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles” (Is. 63:10).

Ora, todo homem é pecador e destituído da glória de deus (Rm. 3:23). Sendo assim o homem é mais animal do que espiritual, e por isso fraco e sem recursos para resistir o mal. O próprio Paulo testifica isso em Rm. 7:18-24.

Jesus, com sua morte, trouxe do céu outro Espírito Santo, isto é, não o espírito que peleja contra os fracos como o de Jeová, mas o Espírito que é Paráclito (palavra grega não traduzida, que quer dizer INTERCESSOR, CONSOLADOR, ADVOGADO). Por que o Pai tem prazer em que sejamos santos e justos, enviou o seu Filho Jesus para criar em nós um novo ser. Diz Paulo: “Que quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso SentIdo; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef. 4:22-24).

Jeová no Velho Testamento promoveu confusão.

Nós cremos na Bíblia como palavra de Deus. Cremos no Velho e no Novo Testamento. Cremos em Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Mas não cremos em Jeová, o usurpador, como Deus Pai.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(437) – MANQUEJAR – II

MANQUEJAR  2

O profeta Jeremias ouviu uma murmuração, isto é, um comentário às escondidas a seu respeito, que lhe causava terror. Havia falsas denúncias contra ele por profetizar o mal (Jr. 21:8-10). Os que não eram inimigos declarados esperavam que Jeremias pisasse na bola para caírem matando em cima dele (Jr. 20:10). Mas Jeremias não manquejou até o fim. Contamos no folheto anterior a história de Gideão, herói do Velho Testamento, que deu grandes vitórias a Israel, e julgou por quarenta anos (Jz. 8:28). Mas cometeu um pecado, e Jeová destruiu a sua casa, matando sessenta e nove filhos, não levando em conta seus préstimos (Jz. 8:27). É o próprio Jeová que declara que qualquer mal que aconteça a uma cidade, vem dele (Am. 3:6). Neste folheto vamos falar de Jefté.

Quem foi Jefté? Foi um varão valente e valoroso, apesar de ser filho de uma prostituta. O pai de Jefté era Gileade, que tinha diversos filhos de sua legítima esposa. Quando seus filhos cresceram, repeliram a Jefté, dizendo: Não herdarás em casa de nosso pai, pois és filho de outra mulher. Então Jefté fugiu de diante de seus irmãos, e habitou na terra de Tobe. E homens levianos se ajuntaram com Jefté, e saíam com ele (Jz. 11:1-3).

Aconteceu, que depois de um tempo, os filhos de Amom pelejaram contra Israel. Então os anciãos de Gileade foram buscar Jefté na terra de Tobe. Os irmãos de Jefté, que por presunção o expulsaram de casa eram uns inúteis. O único varão de valor que havia era Jefté, que fora rejeitado por ser filho de uma prostituta. Isso prova que naquele tempo, em Israel, a prostituição era normal, pois uns trezentos anos mais tarde, no tempo de Ely, o sumo sacerdote, bandos e bandos de mulheres se prostituíam na porta da tenda da congregação com os dois filhos de Ely, Hofni e Finéias (I Sm. 2:22-25, 34).

Os homens de Gileade falaram a Jefté, dizendo: “Vem, e sê-nos por cabeça, para que combatamos contra os filhos de Amom. Jefté lhes respondeu: Porventura não me aborrecestes a mim, e não me repelistes da casa de meu pai? por que, pois, agora viestes a mim, quando estais em aperto? Os anciãos disseram: Nós viemos a ti porque queremos que nos sejas por cabeça sobre todos os moradores de Gileade. Disse então Jefté aos anciãos de Gileade: Se eu for, e Jeová me der vitória sobre os filhos de Amom, então eu serei cabeça em Gileade? Eles então confirmaram, dizendo: Jeová é testemunha de que nós faremos como a tua palavra”(Jz. 11:4-10). E Jefté foi com eles. Incríveis os caminhos desta vida! Os irmãos de Jefté o repudiaram por ser filho de uma prostituta, mas não repudiaram o pai, que irresponsavelmente, por ser corrupto, gerou um filho na prostituta. Agora, o capricho do destino levanta Jefté para ser cabeça dos seus irmãos, e de todos os de Gileade.

Jefté então enviou mensageiros aos filhos de Amom para se informar das razões daquela guerra. Descobrindo que a alegação dos filhos de Amom era injusta, preparou-se para a guerra. Então o espírito de Jeová veio sobre Jefté, e atravessou ele por Gileade e Manassés, até Mizpa de Gileade (Jz. 11:29).

E Jefté votou um voto a Jeová, dizendo: “Se, totalmente deres os filhos de Amom nas minhas mãos, aquilo que, saindo da porta da minha casa, me sair ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso será de Jeová, e o oferecerei em holocausto” (Jz. 11:30-31). Assim Jefté combateu os filhos de Amom, e Jeová os deu em sua mão, e os feriu com grande mortandade. Vinte cidades foram saqueadas (Jz. 11:32-33).

“Vindo, pois, Jefté à Mispa, à sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com adufes e com danças, e era ela só a única, não tinha outro filho nem filha. E aconteceu que quando a viu, rasgou os seus vestidos, e disse: Ah! filha minha, muito me abateste, e dentre os que me turbam! Porque eu abri a minha boca a Jeová, e não tornarei atrás” (Jz. 11:34-35). Pobre Jefté. Fez um voto na certeza de que o cãozinho de estimação viesse correndo como sempre, e eis que a sua única filha, sua unigênita, veio ao seu encontro. Ele a amava tanto; daria a vida por ela, mas abriu sua boca num voto, e como ele era varão valoroso, jamais tornaria atrás. Para Abraão, Jeová-Jiré arrumou uma saída, mas Abraão não fez voto, e o voto é um contrato de palavra com Deus. A Escritura diz: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo, porque Deus não se agrada de tolos. O que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votes e não pagues” (Ec. 5:4-5). O problema dos filhos de Amom não era de Jefté, mas dos gileaditas. Eles é que deveriam fazer votos. Jeová aceitou o negócio, mas cobrou muito caro. Jeová não cobra barato as dívidas, e pediu o que de mais precioso Jefté tinha: a sua amada e preciosa filha. Jeová deu a vitória a Jefté, o problema dos gileaditas acabou; todos foram comemorar, dançar, gozar a vida, mas Jefté foi amargar e chorar a morte de sua filha, e isso até a morte. Sua filha era tão fiel a Jeová, tão submissa ao pai, e para proteger seu pai, disse: “Pai meu, abriste a tua boca a Jeová; faze de mim o que saiu da tua boca, pois Jeová te vingou dos teus inimigos, os filhos de Amom” (Jz. 11:36).

Jeová, tudo o que faz, não o faz por caridade, pois cobra muito caro tudo o que faz. Quando Davi pecou, Jeová lhe disse: “Eu te ungi rei sobre Israel, e eu te livrei das mãos de Saul. Eu te dei a casa de teu senhor, e as mulheres de teu senhor em teu seio, e também te dei a casa de Israel e de Judá, e, se isto é pouco, mais te acrescentaria. Por que desprezaste a palavra de Jeová, etc.” (II Sm. 12:7-12). Quem alega o que fez no passado está cobrando o que fez. Negócio. Só que Jeová dá um e cobra quatro. Como tudo o que faz, Jeová faz pensando em cobrar no futuro. Quando Jefté fez o voto, ficou devedor, e pagou o que não podia suportar. Quem não leva em conta o sofrimento alheio não tem caridade. Jefté fez um voto por necessidade pois os efraimitas se negaram a ajudá-lo e ele se viu em aperto (Jz. 12:1-3).

Exige a caridade que deus, que é amor, arrumasse uma saída para Jefté ficar com a filha. Jeová não proveu para Abraão? Jefté era reto, fiel; libertou o povo de Gileade; tomou sobre si a responsabilidade de salvar o povo. Por que Jeová não foi para Jefté, o Jeová-Jiré (Jeová proverá)? Porque Jeová queria intimidar o povo. E o temor a Jeová é maior que o amor que ele tem aos seus servos. Quando Jefté fez o voto não sabia que tinha caído no laço de Jeová. Manquejou. Pobre Jefté.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(436) – MANQUEJAR – I

MANQUEJAR 1

 

Que é manquejar? É o que manqueja; o manco. O manco é o coxo. Manquejar é mancar, pessoa que não consegue andar direito, pois tem defeito em um dos pés. Jeremias, o profeta, disse estas palavras, quando padecia na mão de Pasur, que era o presidente dos sacerdotes, no templo de Jeová: “Porque ouvi a murmuração de muitos, terror de todos os lados: Denunciai-no-lo, e o denunciaremos; todos os que têm paz comigo aguardam o meu manquejar, dizendo: Bem pode ser que se deixe persuadir; então prevaleceremos contra ele, e nos vingaremos dele” (Jr. 20:10).

A pressão sobre Jeremias era muito grande. Ferido pelo cruel Pasur e preso no cepo, em crise espiritual com Jeová (Jr. 20:7-9), perseguido pelos falsos profetas, proferiu estas palavras: “todos os que tem paz comigo aguardam o meu manquejar, dizendo: Bem pode ser que se deixe persuadir; então prevaleceremos contra ele, e nos vingaremos dele” (Jr. 20:10). Todos os homens retos e justos, fiéis e perseverantes, são vigiados pelos que se dizem amigos, esperando que ele manqueje, isto é, pise na bola; então caem em cima e se vingam, roubando-lhe a honra e o nome.

Quem os ensinou essa tática, foi o próprio Jeová que se apresenta, dizendo: “Eu sou Deus” (Is. 43:12).Ele declara: “Desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniqüidade, fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; Na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá” (Ez. 18:24).

Falemos de Gideão. Os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos de Jeová, e Jeová os entregou na mão dos midianitas por sete anos. Os midianitas e os amalequitas destruíam as suas plantações, roubavam ovelhas, bois e jumentos. Vinham como gafanhotos em multidão destruindo tudo. Israel empobreceu, e clamou a Jeová na angústia.

O anjo de Jeová apareceu a Gideão, filho de Joás, que malhava o trigo no lagar, e disse a Gideão: “Jeová é contigo, varão valoroso” (Jz. 6:12). Jeová lhe disse: “Eu hei de ser contigo e tu ferirás aos midianitas” (Jz. 6:16). Gideão ofereceu um presente a Jeová. O anjo esperou, e Gideão trouxe um cabrito e bolos asmos, e o anjo lhe disse: “Toma a carne e os bolos asmos, e põe-nos sobre esta penha e verte o caldo. E assim o fez. E o anjo estendeu a ponta do cajado e tocou a carne e os bolos asmos; então subiu fogo da penha e consumiu a oferta. E desapareceu o anjo” (Jz. 6:18-21). Com esta prova conheceu Gideão que estava a serviço de Jeová para libertar Israel (Jz. 6:22). Jeová exige um altar com sacrifícios e holocaustos (Jz. 6:25-26). O espírito de Jeová revestia a Gideão (Jz. 6:34). O povo, vendo isso, se aliou a Gideão. Eram vinte e dois mil (Jz. 7:3). Por ordem de Jeová, Gideão selecionou trezentos homens (Jz. 7:4-6). Com estes Gideão venceu Zeba e Zalmuna, com seus quinze mil homens (Jz. 8:10-12). O povo de Israel, encantado com Gideão, lhe disse: “Domina sobre nós, tu e teus filhos” (Jz. 8:22).

Gideão, muito educadamente não aceitou o cargo, mas pediu um presente, dizendo: “Dai-me cada um de vós os pendentes do seu despojo, porque tinham pendentes de ouro. O peso dos pendentes foi de mil e setecentos ciclos de ouro, fora as luetas, e as cadeias, e os vestidos de púrpura. E fez Gideão disso um efode (ídolo), e pô-lo na cidade de Ofra. E ali Israel se prostituiu, e foi por tropeço a Gideão e a sua casa” (Jz. 8:22-27). Gideão tinha setenta filhos, porque tinha muitas mulheres (Jz. 8:30). E uma sua concubina lhe deu um filho, cujo nome era Abimeleque. Este Abimeleque, na cobiça de dominar Israel, matou os setenta filhos de Gideão menos um que escapou, de nome Jotão. Perder um filho bom causa uma dor insuportável, imaginem perder sessenta e nove. Pobre Gideão. Serviu Jeová quarenta anos (Jz. 8:28). E a paga que recebeu de Jeová porque manquejou, foi ter a casa destruída por Jeová, o guarda dos homens (Jó 7:20). Cumpriu-se a palavra do profeta Ezequiel: “Desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniqüidade, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; no seu pecado com que pecou, nele morrerá” (Ez. 18:24).

O problema que compromete o comportamento cruel e ingrato de Jeová, é que no Novo Testamento lemos: “Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho da caridade que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis” (Hb. 6:10). E Jesus declarou: “E qualquer que tiver dado só que seja um copo d’água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão” (Mt. 10:42).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(435) – ANARQUISMO – III

ANARQUISMO  3

Jeová teve um sonho: Criar um reino de deus aqui na terra. É verdade que a humanidade toda está mergulhada num regime de corrupção depois da queda de Adão e Eva. Paulo, o apóstolo, reduz a um versículo a condição deste mundo: “Porque todos pecaram, e destituídos foram da glória de Deus” (Rm. 3:23). Mas Jeová pensou: “Mas eu sou o El Shaday, o Todo-poderoso” (Gn. 17:1). “Fora de mim não há deus” (Is. 44:6). “Tudo o que eu quero, eu faço, no céu e na terra” (Sl. 135:6). “Operando eu, quem impedirá?” (Is. 43:13). Jeová pensou, refletiu, e partiu para a execução.

Através de José, levou a descendência de Jacó ao Egito, à nação mais evoluída da época, e lá, por duzentos anos multiplicou o seu povo e os formou. Moisés, o varão escolhido para libertar o povo, foi instruído em toda a ciência dos egípcios (At. 7:22). Na época da libertação o povo de Israel, uns dois milhões, estavam debaixo de terrível escravidão. Jeová para mostrar seu poder, endureceu o coração de Faraó, e feriu dez vezes o Egito com pragas. Na última, a morte dos primogênitos, Faraó amoleceu, pois todo o Egito chorava. O povo saiu jubiloso, com cânticos de vitória, e as bolsas cheias de ouro (Ex. 12:33-36).

Num milagre prodigioso, o mar se abre, o povo de Israel passa a pé enxuto. Os exércitos de Faraó entraram atrás para vingar a morte dos primogênitos. Jeová entrou na peleja quebrando os carros egípcios; depois o mar se fechou enfurecido e destruiu o exército inimigo (Ex. 14:24-31). Jeová conduziu o povo ao monte Sinai, que fumegava como uma fornalha, e saia fumaça negra. O monte todo tremia(Ex. 19:18). Jeová ordenou a lei, os dez mandamentos, do meio das trevas (Dt. 4:11-13; 5:23). Nas trevas foi feito o concerto da lei.

Assim foi formado o reino de Jeová, tão meticulosamente elaborado pelo espaço de quatrocentos anos. O reino era sacerdotal: “Vós me sereis um reino sacerdotal” (Ex. 19:6). Então Jeová elegeu a tribo de Levi para ministrar sobre o povo. Os levitas eram os mediadores para fazer sacrifícios e holocaustos. Era o governo teocrático.

O povo, formado pela idolatria egípcia por duzentos anos, e moralmente corrompido pelos seus costumes, vendo que Moisés se demorava no monte, obrigou a Arão a lhes esculpir um bezerro de ouro, pois o boi Apis era a suprema expressão da divindade para os egípcios. Foi feito um culto de adoração ao bezerro (Ex. 32:4-6). O povo se despiu e começou um bacanal. Jeová ordena a Moisés descer. Ao chegar, vendo aquele quadro carnavalesco e satânico, lança das mãos as tábuas da lei e as quebra. Estava desfeito o concerto da lei, antes de começar. JEOVÁ, TOMADO DE FURIA INCONTIDA, QUER DESTRUIR O POVO (Ex. 32:10). Moisés, o mediador, intercede; Jeová se arrepende (Ex. 32:11-14).

Declara Jeová a Moisés que não subira com o povo, para não destruí-lo no meio do caminho (Ex. 33:3).Então envia um anjo em seu lugar (Ex. 33:2). Estava consumada a separação de Jeová e Israel. Jeová tem dois tipos de anjos: Os maus e os bons. O mau é o destruidor, que matou setenta mil hebreus (I Cr. 21:14-15). O que segue Israel no deserto não era bom, pois Jeová declarou: “Eis que enviarei um anjo diante de ti, para que te guarde neste caminho, e te leve ao lugar que te tenho aparelhado. Guarda-te diante dele, e ouve a sua voz, e não o provoques a ira, porque não perdoará a vossa rebelião; porque o meu nome está nele” (Ex. 23:20-21). Anjo que não perdoa é mau, pois Jesus disse: “se não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mt. 6:15). Se um homem, não perdoando é rejeitado por Deus como mau, imaginem um anjo, que foi enviado para ajudar (Sl. 34:7).

Há outro motivo maior para provar que o anjo era perverso. Jeová disse a Moisés: “Eu enviarei um anjo diante de ti, e lançarei fora os cananeus, e os amorreus, e os heteus, e os perizeus, e os heveus, e os jebuseus” (Ex. 33:2). E disse mais: Guarda o que eu te ordeno hoje; eis que eu lançarei fora de diante de ti os cananeus, ao amorreus, etc. (Ex. 34:11, 24; Dt. 7:1).

Depois que Josué introduziu o povo de Israel na terra prometida, passados quarenta anos de peregrinação, e sofrendo todo tipo de privações nas mãos do anjo, pois Jeová se apartou de Israel. Jeová tinha dito: “Segundo os dias que espiastes a terra, quarenta dias, por cada dia um ano, levareis sobre as vossas iniqüidades quarenta anos, e conhecereis o meu apartamento” (Nm. 14:34).

O povo estava ainda debaixo das ordens do anjo; o texto diz: “E subiu o anjo de Jeová de Gilgal a Boquim, e disse: Do Egito vos fiz subir, e vos trouxe à terra que a vossos pais tinha jurado, e disse: Nunca invalidarei o meu concerto convosco (Gn. 17:7). “E quanto a vós, não fareis concerto com os moradores desta terra, antes derrubareis os seus altares; mas vós não obedecestes à minha voz. Por que fizestes isto? Pelo que também eu disse: Não os expelirei de diante de vós; antes estarão às vossas ilhargas, e os seus deuses vos serão por laço” (Jz. 2:1-3).

O anjo mudou a promessa de Jeová, feita com juramento a Abraão, Isaque, e Jacó. Jeová jurou e o anjo quebrou o juramento, logo é mau e perverso. Vejamos o que aconteceu, pois Jeová concordou com o anjo: “Habitando o povo de Israel no meio dos cananeus, dos heteus, e amorreus, e perizeus, e heveus, e jebuseus, tomaram as suas filhas para si por mulheres, e deram aos filhos deles as suas filhas, e serviram aos seus deuses. E os filhos de Israel fizeram o que parecia mal aos olhos de Jeová, e se esqueceram de Jeová seu deus, e serviram aos baalins e a Asterote” (Jz. 3:5-7).

ESTAVA ESTABELECIDA A ANARQUIA. É obvio que foi um plano armado contra o povo de Deus, isto é, Israel, com o fim de destruí-lo, sob a capa do castigo. Jeová devia castigar o anjo e não o povo de Israel. Se o anjo tivesse cumprido a promessa de Jeová e expulsado os habitantes corruptos da terra, o povo de Deus não teria se corrompido.

Por outro lado, caía por terra o tão sonhado reino de deus que Jeová tão meticulosamente engendrou. E Jeová pensou: Entrou areia no meu projeto.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(434) – ANARQUISMO – II

ANARQUISMO 2

Jacó chegou ao Egito com cento e trinta anos e sessenta e seis filhos (Gn. 47:9; 46:26). A descendência de Jacó se multiplicou no Egito por setenta anos e em liberdade plena, até a morte de José. Quando Jacó chegou, José tinha trinta e nove anos, pois se apresentou a Faraó com trinta, e já se haviam passado sete anos de fartura e dois de fome, quando mandou buscar seu pai Jacó (Gn. 41:46; 45:6-9).Ora, José morreu com cento e dez anos (Gn. 50:22). Tirando de 110 os 39 anos que tinha quando seu pai chegou, sobram 71 anos nos quais o povo se multiplicou em plena liberdade. Depois da morte de José, se levantou outro Faraó que não conhecera José, e começou a oprimir o povo de Israel (Ex. 1:8-11). Quanto tempo durou isso? Levi, irmão mais novo de José, gerou Coate (Ex. 6:16). Coate gerou Anrão (Ex. 6:18). E Anrão gerou Moisés.  Os filhos de Jacó chegaram todos casados no Egito, e Jacó já tinha cinqüenta e três netos (Gn. 46:26). Sendo assim, Coate gerou Anrão no Egito, e Anrão gerou Moisés no Egito. Supondo que estas duas gerações se processaram em cinqüenta anos, que somados aos oitenta que Moisés tinha quando foi chamado, formam 130 anos (At. 7:23, 29-30). O total foram 200 anos vivendo no Egito, e aprendendo a adorar os treze deuses do Egito, e prostituindo-se no Egito.

É óbvio que o povo de Israel, depois de duzentos anos de corrupção, não iria virar santo quando ouviu Jeová proclamar a lei do monte Sinai, em meio a buzinas, trovões e relâmpagos (Hb. 12:18-21).Ninguém, ouvindo cinco frases, repete-as de cor. E muito menos dez, que são o número dos mandamentos.

Jeová libertou o povo por mão de Moisés operando dez pragas aos olhos dos egípcios. Saindo do Egito, atravessaram o mar Vermelho a pé enxuto, e viram os exércitos de Faraó serem destroçados pelo mar em fúria. Foram depois levados ao monte Sinai, onde Jeová proclamou verbalmente os dez mandamentos com voz de muitas águas. A cena era tão tétrica, que o próprio Moisés ficou assombrado e tremendo (Hb. 12:21). Depois disso Moisés subiu ao monte, e lá ficou quarenta dias. O povo, imaginando que Moisés os abandonara, exigiu que Arão lhes fizesse um bezerro de ouro com os anéis e braceletes de ouro provenientes do saque no Egito (Ex. 12:35-36). O bezerro era semelhante ao boi Apis, expressão máxima da divindade, e muito cultuado no Egito, que tinha nada menos do que treze deuses. O povo então, no dia seguinte, ofereceu holocaustos e sacrifícios ao boi Apis. E o povo assentou-se a comer e a beber; depois levantaram-se a folgar (Ex. 32:6).

Moisés desceu do monte, e vendo aquela algazarra, pois o povo estava nu (Ex. 32:25), arremessou as tábuas da lei de sua mão, quebrando-as; depois queimou o bezerro a fogo reduzindo-o a pó (Ex. 32:19-20). ESTAVA QUEBRADO O CONCERTO DA LEI QUE JEOVÁ PLANEJARA FAZER COM SEU POVO ISRAEL, SEU FILHO PRIMOGÊNITO (Ex. 4:22). O castigo da rebelião foi a morte de três mil homens, passados a fio de espada pelos filhos de Levi, para que a bênção de Jeová descesse novamente (Ex. 32:25-29).

Estevão, o primeiro mártir do cristianismo, descreve a visão apostólica de todo esse episódio:

“Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel: Jeová vosso Deus, vos levantará dentre vossos irmãos um profeta como eu; a ele ouvireis. Este é aquele que esteve entre a congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu palavras de vida para no-las dar. Ao qual nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram, e em seu coração tornaram ao Egito, dizendo a Arão: Faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque a este Moisés, que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu. E naqueles dias fizeram o bezerro, e ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegraram nas obras das suas mãos. Mas Deus se afastou, e os abandonou a que servissem o exército do cÉu, como está escrito no livro dos profetas: porventura me Oferecestes vítimas e sacrifícios no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? Antes tomastes o tabernáculo de Moloque, e a estrela de vosso deus Renfã, figuras que vós fizestes para as adorar. Transportar-vos-ei, pois para além da Babilônia” (At. 7:37-43).

Analisemos: Jeová considerou o pecado de Israel imperdoável. Então os abandonou e os entregou para que servissem o exército do céu. O que é o exército do céu? Proibindo o povo de adorar ídolos, Jeová disse: “E não levantes os teus olhos aos céus, e vejas o sol, e a lua, e as estrelas, todo o exército dos céus, e sejas impelido a que te inclines perante eles, e sirva Àqueles que Jeová teu Deus repartiu a todos os povos debaixo do céu” (Dt. 4:19). Jeová entregou Israel para adorar o exército dos céus antes de libertá-los dos ídolos do Egito. E os abandonou por quarenta anos no deserto. A estrela do deus Renfã, é a de Saturno, o planeta que para nós parece uma estrela.

Jeová não somente abandonou espiritualmente o povo como também se apartou deles. Ele disse a Moisés, depois da história do bezerro: “Eu enviarei um anjo adiante de ti, (e lançarei fora os cananeus, os amorreus, os heteus, os perizeus, os heveus e os jebuseus), a uma terra que mana leite e mel; porque eu não subirei no meio de ti, porquanto és povo obstinado, para que te não consuma eu no caminho”(Ex. 33:2-3). O anjo de Jeová era mau e deixou ficar os cananeus na terra (Jz. 2:1-3). E disse o anjo que deixou os cananeus para que os seus deuses servissem de laço para Israel. Os crentes não sabem que o anjo era maligno porque não entendem o hebraico, e os teólogos não os instruem. Em Nm. 22:22 está escrito que o anjo de Jeová é Satanás, mas nas Bíblias está traduzido por adversário e repete novamente emNm. 22:32.

O fato é que depois de quarenta anos Jeová não voltou para Israel. No período dos juízes, que durou uns quatrocentos anos, está escrito: “Naqueles dias não havia rei em Israel; cada qual fazia o que parecia bem aos seus olhos” (Jz. 17:6).

ESTAVA ESTABELECIDA A ANARQUIA!

Esdras, o escriba, no ano 457 antes de Jesus Cristo, nos disse: “Desde os dias de nossos pais até o dia de hoje estamos em grande culpa e, por causa das nossas iniqüidades fomos entregues, nós, e os nossos reis, e os nossos sacerdotes, nas mãos dos reis das terras, da espada, ao cativeiro, e ao roubo, e à confusão de rosto, como hoje se vê” (Ed. 9:7).

Para terminar, Jeová declara: “Segundo o número dos dias que espiastes esta terra, quarenta dias, por cada dia um ano, levareis as vossas iniqüidades sobre vós, quarenta anos, e conhecereis o meu apartamento” (Nm. 14:34). Jeová os tirou do Egito, prometendo levar a uma terra paradisíaca, e os abandonou no deserto nas mãos de um anjo maligno.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(433) – O ANARQUISMO – I

ANARQUISMO  1

Que quer dizer ANARQUIA? Quer dizer SEM CHEFE, SEM GOVERNO, CORPO SEM CABEÇA. “Anarquia é ausência de autoridade legal. Onde há anarquia impera a lei do mais forte. Da anarquia surge a tirania e a opressão” (Dicionário de Filosofia de José Ferrater Mora).

“ANARQUISMO é a doutrina segundo a qual o indivíduo é a única realidade, e por isso deve ser absolutamente livre; toda coerção sobre ele é ilegítima, de onde deriva a ilegitimidade do estado. A justiça não pode ser imposta ao indivíduo, pois é uma faculdade do eu individual, que, sem sair do seu foro interior, sente a dignidade da pessoa do seu próximo como a sua própria, e portanto adequa-se à realidade coletiva” (Dicionário de Filosofia de Nicola Abbagnano).

O homem é um ser social que necessita ser guiado. O homem não pode guiar-se a si mesmo, pois sua natureza animal tende para a degeneração. A Bíblia, que é a palavra de Deus, diz: “Porque todos pecaram e destituídos foram da glória de Deus” (Rm. 3:23). E também está escrito: “Não há justo, neNHum sequer” (Rm. 3:10). E Salomão declara: “Visto como se não executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente inclinado para praticar o mal” (Ec. 8:11).

Jeová Elohim plantou um jardim no Édem, da banda do oriente; e pôs ali o homem que tinha formado(Gn. 2:8). E o colocou lá para o lavrar e o guardar (Gn. 2:15). O Jardim pertencia a Jeová Elohim, e tinha demarcações (Gn.2:10~14). E plantou Jeová Elohim além de todo tipo de árvore, mais duas: a árvore da vida, e a árvore da ciência do bem e do mal, no meio do Jardim (Gn. 2:9). E deu uma ordem a Adão, dizendo: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; pois no dia em que dela comeres certamente morrerás” (Gn. 2:16-17).

Adão e Eva eram completamente inocentes, como crianças, pois não conheciam nem o bem e nem o mal. Apesar disso Jeová Elohim colocaram dentro do Jardim a serpente (que é também Satanás) (Gn. 3:1).Astutamente Satanás seduziu Eva que, iludida, tomou do fruto e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos (Gn. 3:6-7). O castigo pela desobediência foi a expulsão do Jardim de Jeová Elohim; e claro, expulsos também da presença de Jeová deus: “Os homens começaram a se multiplicar sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas. Viram os filhos de deus que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” (Gn. 6:1-2).Com o fechamento do caminho da árvore da vida, e a ausência de deus para guiá-los, os descendentes de Adão e Eva se misturaram com outros povos existentes fora do Jardim, e foi estabelecido o anarquismo. Esse anarquismo, sem princípios éticos e morais, gerou uma geração corrompida e perversa. Naquele tempo, os anjos se comunicavam diretamente com os homens: “Havia naqueles dias gigantes na terra, e também depois, quando os filhos de deus entraram as filhas dos homens, e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antigüidade, os varões de fama. E viu Jeová que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn. 6:4-5). A palavra gigantes no verso 4, no hebraico, é NEFILIM, cuja tradução é: REBELDES, GIGANTES, ANJOS QUE DEIXARAM O MUNDO EM QUE VIVIVAM E VIERAM PARA A TERRA, cujos desenhos ainda existem na África, na gruta dos gigantes (Gn. 6:4). Na epístola de Judas, lemos: “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até o juízo daquele grande dia” (Jd. 6). O singular da palavra nefilim éNEFEL, e quer dizer: ABORTO, EPILÉTICO, BELICOSO, PESSOA QUE SAI DO SEU LUGAR E MUDA PARA OUTRO, FUGITIVO. Outra variante é NAFAL, e quer dizer: CAIR, FALIR. Outra variante é NAFIL, que quer dizer: DEMÔNIO, ESPÉCIE DE LAGARTO.

Em Gn. 6:4 haviam três raças atoladas na corrupção e na imoralidade: Os anjos caídos (Nefilins), os filhos de deus, e as filhas dos homens. Era o anarquismo negro, e da mais baixa expressão. Não restou a Jeová outra alternativa senão a destruição daqueles que se tornaram inferiores às bestas (Gn. 6:7) (o significado das palavras hebraicas foi tirado do dicionário de Sábado Dinotos).

Os problemas que envolvem o acontecimento trágico que envolve toda a humanidade há seis mil anos, são os seguintes:

Jeová é o guarda dos homens. Jó clama, dizendo: “Se pequei, que te farei, ó guarda dos homens? Por que fizeste de mim um alvo para ti, para que a mim mesmo me seja pesado? E por que não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniqüidade?” (Jó 7:19-21). Nos salmos lemos: “Jeová é quem te guarda; Jeová é a tua sombra à tua direita. O sol não te molestará de dia, nem a lua de noite. Jeová te guardará de todo o mal; ele guardará a tua alma” (Sl. 121:5-7). Jeová não guardou Adão e Eva, que eram inocentes como crianças, pois não conheciam nem o bem e nem o mal. Jeová não guardou Abel, o justo (I Jo. 3:12).Por que Jeová colocou Satanás dentro do Jardim? Por que Jeová expulsou Adão e Eva do Jardim, condenando com eles toda a humanidade? Adão e Eva precisavam de ajuda e não de condenação. E por que Jeová permitiu que por 1650 anos prevalecesse o anarquismo e a corrupção, para depois declarar que vai destruir tudo no dilúvio?

Jeová é El Shaday, o todo poderoso. O salmista declara: “Tudo o que Jeová quis, ele o fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos” (Sl. 135:6). Muitos intérpretes afirmam que a serpente foi colocada no Jardim para proteger, e corrompeu Eva, baseados em Ez. 28:13-14, mas esta interpretação é falsa, pois está escrito que Jeová é o guarda dos homens, como vimos acima. Satanás sempre foi perverso desde o princípio (I Jo. 3:8; Jo. 8:44). O querubim que caiu tinha por cobertura as pedras preciosas que o sumo sacerdote de Jeová também tinha (Ez. 28:13; Ex. 28:17-21).

Jeová declara que todo e qualquer mal que possa acontecer vem dele, logo não vem de Satanás (Am. 3:6; Lm. 3:37). Sendo assim, Jeová colocou a serpente no Jardim por que queria derrubar Adão. Jeová não guardou Adão porque não quis. Jeová expulsou Adão do Jardim e deixou o anarquismo perverso proliferar porque queria destruir a humanidade; TUDO FORJADO.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira