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(382) – O REINO DE JEOVÁ – II

O REINO DE JEOVÁ 2

Davi faz uma declaração reveladora: “Jeová tem estabelecido o seu trono nos céus, o seu reino domina sobre tudo” (Sl. 103:19). Entende-se por esta declaração que o reino de Jeová é nos céus. O profeta Isaías faz outra declaração: “Assim diz Jeová: O céu é o meu trono, e a terra é o escabelo dos meus pés. Que casa me edificaríeis vós? e que lugar seria o do meu descanso?” (Is. 66:1). Escabelo é um pequeno banco para descansar os pés. O rei volta da jornada, assenta-se no trono e descansa os pés no escabelo, isto é, no banco. Mas Davi faz outra revelação, dizendo: “Porque Jeová elegeu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo: Este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei” (Sl. 132:13-14). Entendemos que Sião, isto é, o reino de Israel, é o escabelo de Jeová em Canaã, a terra prometida. Jeremias deixou isso claro, quando disse: “Como cobriu Jeová de nuvens na sua ira a filha de Sião! derribou do céu à terra a glória de Israel, e não se lembrou do escabelo de seus pés, no dia da sua ira” (Lm. 2:1).Jeremias, o profeta, está dizendo que Jeová espatifou o seu banco para descansar os pés, isto é, o escabelo.

A pergunta é: Por que Jeová colocou na terra um escabelo para descansar os pés? Se ele era deus, deveria saber que o escabelo não era de boa madeira, e que ele mesmo ia destruir o banquinho, e jamais descansaria os pés nesse escabelo. Eis como Jeová destruiu o escabelo que construiu: “Disse Jeová: Também a Judá hei de tirar de diante da minha face, como tirei a Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa de que disse: Estará ali o meu nome” (II Rs. 23:27). Por causa da corrupção de Salomão, Jeová dividiu o reino em dois. Dez tribos ficaram com Jeroboão, filho de Nebate, e duas ficaram com Roboão, filho de Salomão (I Rs. 11:29-36). Eu mencionei duas tribos para Roboão, porque com a tribo de Judá ficou a tribo de Levi, que fora eleita por Jeová para ministrar no seu templo em Jerusalém. Eram, pois, dois reinos: O do norte, Israel, ficou com Jeroboão; e o do sul, Judá, que ficou com Roboão.

Jeová destruiu no furor da sua ira, o reino de Israel (II Rs. 17:20-23). E depois declara, que com o mesmo furor odioso ia destruir também o reino de Judá, o templo, a cidade, e tudo mais, como mostramos acima (II Rs. 23:27).

Vamos agora ver se o escabelo construído por Jeová era feito de boa madeira. O reino de Jeová, estabelecido na terra, foi inaugurado no monte Sinai, quando estabeleceu o concerto da lei, logo que o povo foi libertado do Egito. Ele disse, antes de dar a lei: “VÓS ME SEREIS UM REINO SACERDOTAL E O POVO SANTO” (Ex. 19:6). Logo em seguida, do meio das trevas, de tempestade, e de buzinas, ditou a sua lei tenebrosa (Hb. 12:18-21; Ex. 20). Por que escuridão? Por que trevas e fogo? Por que tempestade?

1. Pela lei vem o conhecimento do pecado (Rm. 3:20). A lei é a força do pecado (I Co. 15:56). “A lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas, e matricidas, para os homicidas, para os fornicarios, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina, conforme o evangelho da glória de Deus bem-aventurado, que me foi confiado” (I Tm. 1:9-11). Esta declaração de Paulo revela qual o tipo de povo, que formava o reino de Jeová desde o princípio, e qual a qualidade da madeira que Jeová usou para fabricar o seu escabelo. Na carta aos Hebreus lemos que a lei nada aperfeiçoou, por causa da sua fraqueza e inutilidade (Hb. 7:18-19). Muito pelo contrário. Paulo afirma que a lei desperta na carne paixões pecaminosas: “PORQUE, QUANDO ESTÁVAMOS NA CARNE, AS PAIXÕES DOS PECADOS, QUE SÃO PELA LEI, OBRAVAM EM NOSSOS MEMBROS, PARA DAREM FRUTO PARA A MORTE” (Rm. 7:5). Do começo até ao fim do reino de Jeová, o povo que o formava era de pecadores, por isso ele disse: “EIS QUE OS OLHOS DO SENHOR JEOVÁ ESTÃO CONTRA ESTE REINO PECADOR, E EU OS DESTRUIREI DE SOBRE A FACE DA TERRA” (Am. 9:8). Jeová escolheu madeira errada para fabricar o seu escabelo, ou o projeto foi intencional? Disse o salmista: “Jeová; quão variadas são as tuas obras! todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas” (Sl. 104:24).

2. Como lemos acima, as paixões dos pecados, que são pela lei, operam obras que matam (Rm. 7:5).Ora, a lei foi dada por Jeová, não para aperfeiçoar os homens (Hb. 7:18-19), mas para imputar pecados. Paulo diz: “Até a lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei” (Rm. 5:13).Jeová declarou que não há homem justo que nunca peque (Ec. 7:20). O pecado mata a alma (Ez. 18:4).Como todos pecam, todos estão mortos em delitos e pecados. Paulo declara que todas as almas estavam mortas até a ressurreição de Cristo (Cl. 2:13). O reino de Jeová era formado, desde o princípio, de defuntos espirituais. Um judeu se converteu a Cristo, e disse: “Eu te seguirei; Senhor, permite-me primeiro que vá sepultar meu pai. Jesus lhe disse: Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus mortos” (Mt. 8:21-22). Jesus estava ciente que o reino de Jeová era formado de mortos, ao contrário do reino de Cristo, que é formado de vivos. O próprio Jesus disse: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo. 5:24). Ora, se o reino de Jeová era formado de mortos, e o de Deus Pai e de Cristo é formado de vivos, Jeová nada tem a ver com o Pai, ou com Jesus; mas tem muito a ver com Satanás, que também tem um reino de mortos (Hb. 2:14-15).

3. Em terceiro lugar, o reino de Jeová era regido pela lei, e a lei inclui as pavorosas maldições de Jeová, que estão em Dt. 28:15-68. Paulo disse: “Todos aqueles pois que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gl. 3:10). De modo que o reino de Jeová é formado de malditos desde o início, no monte Sinai. Que desgraça. Um povo formado de pecadores, de malditos, e de mortos. As maldições de Jeová sempre tiveram tanta força que os cristãos esquecem que Cristo nos resgatou das maldições fazendo-se maldição por nós (Gl. 3:13). Esquecem-se também que Jesus Cristo levou os nossos pecados no seu corpo sobre o madeiro (I Pd. 2:24). O apóstolo João declara que quem peca nunca viu e nem conheceu a Cristo (I Jo. 3:5-6).

Ao contrário de Jeová, os que são de Cristo, e formam o seu reino, passaram da morte para a vida desde a conversão, foram resgatados das maldições, e Paulo declara: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef. 1:3). E por ultimo Jesus nos liberta do pecado pela ação do Espírito Santo que habita em nós (Rm. 6:18).

O reino de Jesus é diferente do reino de Jeová, por isso Lucas diz: “A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus” (Lc. 16:16).

 

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(381) – O REINO DE JEOVÁ – I

O REINO DE JEOVÁ 1

Diz a Escritura Sagrada: “Jeová tem estabelecido seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo” (Sl. 103:19). Davi, neste salmo, declara que tanto o reino, como o trono de Jeová estão nos céus. E o profeta Isaías nos diz: “Assim diz Jeová: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés” (Is. 66:1).Escabelo é uma banqueta usada diante de uma poltrona para descansar os pés.

O profeta Jeremias revela o seguinte: “Naquele tempo chamarão a Jerusalém o trono de Jeová, e todas as nações se ajuntarão a ela, ao nome de Jeová, a Jerusalém; e nunca mais andarão segundo o propósito do seu malvado coração” (Jr. 3:17). Jeová se muda do céu para a terra? A terra oferece melhores condições do que o céu para Jeová reinar? Jerusalém seria o trono de Jeová. Há dois mil e oitocentos anos atrás, Jerusalém, isto é, o trono de Jeová, era uma fornalha de fogo (Is. 31:9). Jerusalém quer dizer ‘herança da paz’, e se tornou em fornalha de fogo? Falando de abominações de Jerusalém, Jeová declarou: “Tu pois, ó filho do homem, julgarás, julgarás a cidade sanguinária? faze-lhe conhecer, pois, todas as suas abominações” (Ez. 22:2). Pela boca de Ezequiel, Jeová declara também que casou com Jerusalém, teve filhos com ela, e ela era uma prostituta (Ez. 23:1-4). Por boca de Isaías Jeová revela que Jerusalém é uma Sodoma, que publica seus pecados (Is. 3:8-9). Como pode ser? O trono de Jeová, isto é, Jerusalém, cheio de abominações, chamado de prostituta, recebendo o nome de Sodoma?

E Jeová dita o juízo terrível: “Na tua imundícia está a tua infâmia, pois te purifiquei, e tu não te purificaste; nunca mais serás purificada da tua imundícia, enquanto eu não fizer descansar sobre ti a minha indignação” (Ez. 24:13). Jeová perguntou a Amós: “Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então disse Jeová: Eis que eu porei um prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele” (Am. 7:8). E disse novamente Jeová: “Que vês, Amós? E eu disse: Um cesto de frutos do verão. Então Jeová me disse: Chegou o fim sobre o meu povo Israel; daqui por diante nunca mais passarei por ele” (Am. 8:2). E ainda mais uma vez Jeová vocifera: “Também a Judá hei de tirar de diante da minha face, como tirei a Israel, e rejeitarei a esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa de que eu disse: Estará ali o meu nome” (II Rs. 23:27). Destruindo Jerusalém, Jeová destruiu o seu trono na terra. Parece que mudar do céu para a terra foi um plano frustrado. O fato é que faz dois mil e seiscentos anos que o trono foi destruído.

Davi, entretanto, declarou: “Porque Jeová elegeu a Sião, desejou-a para a sua habitação, dizendo: Este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei” (Sl. 132:13-14). Para sempre nunca será, pois foi interrompido por dois mil e seiscentos anos, e ninguém sabe quando será restaurado, ou se será restaurado, pois Jerusalém continua uma fornalha de fogo. Mas o salmista afirmou, dizendo: “O teu trono, ó Jeová, é eterno e perpétuo” (Sl. 45:6). Como dissemos, aqui na terra não é eterno. Até Jeremias estava iludido quando disse: “Um trono de glória, posto bem alto desde o princípio, é o lugar do nosso santuário” (Jr. 17:12). Moisés também se enganou, quando disse: “Tu os introduzirás, e os plantarás no monte da tua herança, no lugar que tu, ó Jeová, aparelhaste para a tua habitação, no santuário, ó Jeová, que as tuas mãos estabeleceram. Jeová reinará eterna e perpetuamente” (Ex. 15:17-18).

Que aconteceu com El Shaday? Ele disse a Abraão: Eu sou o deus Todo-poderoso (Gn. 17:1). Todo-poderoso que não pôde evitar a destruição do seu reino na terra? Isaías assim se refere ao deus Jeová Todo-poderoso: “PORQUE JEOVÁ DOS EXÉRCITOS O DETERMINOU; QUEM POIS O INVALIDARÁ? E A SUA MÃO ESTENDIDA ESTÁ; QUEM POIS A FARÁ VOLTAR ATRÁS?” (Is. 14:27). O fato é que Jeová se mudou do céu a terra, criou um povo para sua glória (Is. 43:7). O povo criado para a sua glória o afrontou, e profanou o seu nome entre as nações (Ez. 36:20).

O Todo-poderoso não teve poder para persuadir o seu próprio povo a lhe ser fiel. E o salmista declarou, dizendo: “TUDO O QUE JEOVÁ QUIS, ELE O FEZ, NOS CÉUS E NA TERRA, NOS MARES, E EM TODOS OS ABISMOS” (Sl. 135:6). Esta declaração não é verdadeira, pois o povo que criou para a sua glória o envergonhou. Mudou do céu para Jerusalém o seu trono, que ficava sobre a arca do concerto, que era guardada no lugar santíssimo, dentro do templo. O texto diz: “Jeová reina; tremam as nações; ele está entronizado entre os Querubins; comova-se a terra” (Sl. 99:1). É por isso que Jeová habitava entre os Querubins (I Sm. 4:4). E lemos que Jeová se assentava entre os Querubins (II Sm. 6:2; Sl. 80:1). Jeová se assentava entre os Querubins, porque o seu trono ficava sobre a arca, entre os Querubins, por isso no Salmo 99:1 lemos que Jeová está entronizado entre os Querubins. O templo foi destruído por Nabucodonosor no ano 587 antes de Cristo. A arca sumiu, e com ela o trono de Jeová. No livro de Apocalipse, lemos: “E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca do seu concerto foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva” (Ap. 11:19). Este texto revela que Jeová tirou a arca do templo de Salomão, quando foi destruído, e a levou para o céu. E para que? Para lembrar eternamente a derrota do seu reino na terra. O mesmo ser espiritual que destruiu o reino de Israel, também sujeitou toda a criação a um regime de corrupção, como está escrito por Paulo em Rm. 8:19-23, portanto, Todo-poderoso é esse anjo, ou espírito, que submeteu a Jeová e todo o seu reino neste mundo. Bem diz o provérbio; ‘Quem não tem competência não se estabelece’.

Para terminar, descubramos o que é a terra onde vivemos. Diz o salmista que esta terra é o abismo, noSl. 104:5-6. Mas o que é o abismo? Paulo responde, dizendo: “Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mostos a Cristo?)” (Rm. 10:7). O abismo é o lugar onde estão os mortos, que pensam que vivem. Jesus revela que há dois tipos de mortos: Os que estão vivos na carne, mas espiritualmente mortos, e os que estão mortos no espírito e também na carne. Isto está em Mt. 8:21-22. Mas Isaías revela ainda mais, pois diz que o abismo é o inferno, onde serão lançados todos os perversos juntos com Satanás. O grande profeta assim escreveu: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da Alva! como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte, E CONTUDO LEVADO SERÁS AO INFERNO, AO MAIS PROFUNDO DO ABISMO” (Is. 14:12-15).

Jeová estabeleceu o seu reino no meio do inferno. E para que? Certamente para destruir o reino de Satanás, que é o inferno. Mas foi derrotado, e teve de voltar para o céu.

Então veio Jesus, humilde, manso e pobre; e com o amor do Pai, com o perdão dos pecados dos condenados deste inferno, através da sua morte na cruz, liberta das trevas, do crime, da animalidade, a todos os que crêem; dá-lhes a vida eterna, e leva-os para o reino do seu Pai (Jo. 14:1-3; Mt. 25:34; II Co. 5:1; Fp. 3:20-21; II Tm. 4:18, I Pd. 1:3-4). Glória, pois, a Jesus Cristo, que quebrou os grilhões do abismo com a arma da fé, e arranca das mãos do destruidor quantos crêem no seu nome, e o seguem(Mc. 16:15-16).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(380) – O JURAMENTO

O JURAMENTO

         Que é juramento? Na carta aos Hebreus temos a explicação: “Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si mesmo, dizendo: Certamente, abençoando te abençoarei, e multiplicando te multiplicarei. E assim esperando com paciência, alcançou a promessa. Porque certamente os homens juram por alguém superior a eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de toda a contenda. PELO QUE, QUERENDO DEUS MOSTRAR MAIS ABUNDANTEMENTE A IMUTABILIDADE DO SEU CONSELHO AOS HERDEIROS DA PROMESSA, SE INTERPÔS COM JURAMENTO; PARA QUE POR DUAS COISAS IMUTÁVEIS, NAS QUAIS É IMPOSSÍVEL QUE DEUS MINTA” (Hb. 6:13-18).

As duas coisas imutáveis são: a palavra que sai da boca de Deus, e o juramento feito por Deus. Fica claro que uma palavra falada por Deus pode ser mudada, mas uma palavra ou promessa, feita com juramento não pode ser mudada, ainda que os que vão receber as promessas não sejam dignos dela. É a imutabilidade do conselho de Deus, como lemos no texto de Hebreus acima citado.

Para Jeová, o juramento é algo tão sério, e expõe a risco os que juram, que ele adverte os homens, dizendo: “NÃO JUREIS FALSO PELO MEU NOME, POIS PROFANARÍEIS O NOME DO VOSSO DEUS: EU SOU JEOVÁ” (Lv. 19:12).

Não precisa nem jurar. Basta fazer um voto: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. O que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votes e não pagues. Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que foi erro; por que razão se iraria Deus contra a tua voz, de sorte que destruísse a obra das tuas mãos?” (Ec. 5:4-6).

Um juramento é coisa tão séria e perigosa que Jesus dá uma ordem contrária à de Jeová, que disse: “A JEOVÁ TEU DEUS TEMERÁS, E A ELE SERVIRÁS, E PELO SEU NOME JURARÁS” (Dt. 6:13). Jeová anuncia a criação de um novo céu e de uma nova terra, onde os que lá entrarem serão benditos no Deus da verdade; e aquele que jurar na terra, jurará pelo Deus da verdade; porque já estão esquecidas as angústias passadas, e estão encobertas aos olhos de Jeová (Is. 65:160-17).

Vejamos o mandamento de Jesus, contrário ao de Jeová: “Ouviste o que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos a Jeová. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. SEJA, PORÉM, O VOSSO FALAR: SIM, SIM; NÃO, NÃO; PORQUE O QUE PASSA DISTO É DE PROCEDÊNCIA MALIGNA” (Mt. 5:33-37). Jesus está afirmando que o juramento tem procedência maligna. BEM! Jeová entregou Jó à Satanás para sofrer a perda dos rebanhos, da fazenda, das casas, e também dos dez filhos que morreram (Jó 1:13-21). E quem deu a idéia a Jeová para fazer tamanha monstruosidade para com o justo Jó? Foi Satanás, que tentou a Jeová, dizendo: “Porventura não o cercaste tu de bens a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e o seu gado está aumentando na terra. Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti na tua face! E disse Jeová a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua mão” (Jó 1:10-12). O que Jeová fez foi de procedência maligna, pois partiu de Satã. E mais outra vez, o mal de Satanás, isto é, a peçonha da serpente, entrou fundo no coração de Jeová, que acabou entregando o corpo de Jó para ser macerado (Jó 2:1-7). Todo o mal é de procedência maligna, inclusive o juramento.

Moisés subiu ao monte Sinai para receber a lei das mãos de Jeová, e lá ficou quarenta dias. O povo, em baixo, imaginou que Moisés sumira, pediu a Arão que fabricasse um deus. Arão pediu os braceletes e pendentes de ouro, e fabricou o bezerro de ouro. O povo adorou o bezerro, dizendo: Este é o deus que nos tirou do Egito. E o povo assentou-se a comer e a beber; depois levantou-se para folgar. Jeová, cheio de ira, diz a Moisés: Este povo é obstinado; agora deixa-me, que o meu furor se acenda contra eles, e os consuma; e eu farei de ti uma grande nação (Ex. 32:1-10). Moisés, com a prudência de procedência benigna, diz: “Não se acenda a tua ira contra o teu povo que tiraste da terra do Egito com grande poder, porque os egípcios vão dizer: Para mal os tirou, para matá-los e destrui-los. Torna-te da tua ira e arrepende-te deste mal contra o teu povo. Lembra-te de Abraão, Isaque, e Jacó, e do juramento que lhes fizeste, dizendo: Multiplicarei a tua semente” (Ex. 32:11-14). E Jeová se arrependeu do mal irrefletido que ia fazer, pois era de procedência maligna.

Sobre o juramento de multiplicar a semente de Abraão como as estrelas do céu, de numerosa que seria (Gn. 15:1-6), Moisés escreveu, por mandado de Jeová, no capítulo das maldições da lei, o seguinte:“Se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e terrível, Jeová teu deus, então Jeová fará maravilhosas as tuas pragas, e as pragas da tua semente, grandes e duradouras pragas, e enfermidades más e duradouras; e fará tornar sobre ti todos os males do Egito, de que tu tiveste temor, e se apegarão a ti. Também Jeová fará vir sobre ti toda a enfermidade e toda praga, que não estão escritas no livro desta lei, ATÉ QUE SEJAS DESTRUÍDO. E FICAREIS POUCOS HOMENS, EM LUGAR DE HAVERDES SIDO COMO AS ESTRELAS DOS CÉUS EM MULTIDÃO; porquanto não destes ouvido à voz de Jeová teu deus” (Dt. 28:58-62).

Ora, como lemos na carta aos Hebreus, no início deste estudo, o juramento foi feito baseado na imutabilidade do conselho de Deus, e não na instabilidade do comportamento humano. Ao mudar a promessa feita a Abraão com juramento, fica configurada a procedência maligna do juramento de Jeová. Não dá para crer num deus, que até em matéria de juramento é mentiroso.

Jeová estava irado contra o seu povo porque, guiando-os em todo caminho, ia adiante deles, de noite numa coluna de fogo para alumiar o caminho, e de dia numa coluna de nuvem; e o povo murmurava pela falta de água e comida. Então Jeová irou-se contra eles. O texto diz: “Ouvindo pois Jeová a voz das vossas palavras, indignou-se e jurou, dizendo: Nenhum dos homens desta maligna geração verá esta boa terra que jurei de dar a vossos pais” (Dt. 1:34-35). Este segundo juramento, de procedência maligna, que anulou o primeiro, de procedência benigna, prova coisas à respeito de Jeová:

1.   Prova que Jeová não conhece o futuro.

2.   O segundo juramento torna falso o primeiro, e assim Jeová profana o próprio nome (Lv. 19:12).

3.   Todo juramento é maligno, pois o primeiro, feito a Abraão, anulado, de benigno passou a maligno, e o segundo era já de natureza maligna. Para Jeová, essas coisas são naturais. Violar juramento não tem problema. Ele é o Todo poderoso. O profeta Malaquias diz: “E agora, ó sacerdotes, este mandamento vos toca a vós. Se o não ouvirdes, e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz Jeová dos exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho amaldiçoado. Eis que eu corromperei a vossa semente, e espalharei esterco sobre os vossos rostos” (Ml. 2:1-3).

Davi, em oração, diz a Jeová: “Agora, pois, foste servido abençoares a casa do teu servo, para que esteja perpetuamente diante de ti; porque tu, Jeová, a abençoaste, e ficará abençoada para sempre” (I Cr. 17:27). Isto não é verdade, pois a casa de Davi se extinguiu em Jesus Cristo, que não casou, e não deu continuidade na linhagem de Davi. Jesus Cristo é o primeiro da nova criação, e por isso chamado de último Adão, prova que as coisas da velha acabaram (Lc. 16:16; 4:17-21; Rm. 10:4). Em Cristo acabou a lei e os profetas; acabou o Velho Testamento e o velho concerto, ficando só a história. Em Cristo acabou a primeira criação e começou uma nova, que é a do Pai.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(379) – JEOVÁ FAZ O BEM? – I

JEOVÁ FAZ O BEM? 1

 

Segundo a Bíblia, de uma mesma fonte não pode proceder água doce e água amargosa (Tg. 3:11). E Jesus declara que pelos frutos se conhece a árvore, de maneira que a árvore boa só produz frutos bons, e a árvore má só produz maus frutos (Mt. 7:16-19). Jesus declara também que Deus é bom, portanto, de Deus não pode proceder o mal, mas só o bem (Mt. 19:16-17).

Jesus disse: “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai: e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt. 11:27).  Este texto revela que o único debaixo do céu que pode revelar o Deus Pai aos homens é Jesus. Revela também que Deus, o Pai, nunca se deu a conhecer aos homens. João é quem afirma essa verdade, dizendo: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer” (Jo. 1:18). O apóstolo dos gentios, e o gênio do cristianismo, que recebeu de Jesus as revelações sobre os mistérios ocultos, isto é, o mistério da graça, o mistério da fé, o mistério do evangelho, o mistério do casamento, o mistério da piedade, etc., referenda o que João declarou em I Tm. 6:16.

Pois bem, Jeová, que se revelou a si mesmo como deus, dizendo: “Não há outro deus senão eu.” (Is.45:21). “Não há outro deus além de mim” (Is. 44:8). “Fora de mim não há deus” (Is. 44:6; 45:5). “Eu sou deus” (Is. 45:22). “Eu sou deus, e não há outro semelhante a mim” (Is. 46:9). Se Jeová só faz o bem, fica provado que ele é Deus. Se Jeová faz o bem e o mal, é uma fonte estanha; e se produz frutos maus e bons, está fora das verdades bíblicas. Vejamos:

1.   “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (I Co. 15:22). Um pecou, e Jeová imputou a morte a todos os homens, mulheres e crianças até hoje. E a morte nos vem com dor e sofrimento; vem por fome, por espada, por peste, por pragas malignas. A morte é um mal, e todos foram condenados pelo pecado de Adão, segundo as escrituras. E o texto revela também que todos serão vivificados em Cristo, que foi enviado pelo Pai. Assim, Jeová só fez o mal, condenando à extinção, e o Pai só fez o bem enviando o seu Filho. A morte estabelecida por Jeová era a extinção, porque as escritura dizem o seguinte: “És pó, e em pó te tornarás” (Gn. 3:19). “Tal como a nuvem se desfaz e passa, aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir” (Jó 7:9). “Mas, morto o homem, é consumido; sim, rendendo o homem o espírito, então onde está? Como as águas se retiram do mar, e o rio se esgota, e fica seco, assim o homem se deita, e não se levanta; até que não haja mais céus não acordará nem se erguerá de seu sono” (Jó 14:10-12). Jó declarou: “Porque decorridos poucos anos, eu seguirei o caminho por onde não tornarei” (Jó 16:22). “Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro, todos teem o mesmo fôlego; a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. Todos vão para um lugar; todos são pó, e todos ao pó tornarão. Quem adverte que o fôlego dos filhos dos homens sobe para cima, e que o fôlego dos animais desce para baixo da terra? Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; porque quem o fará voltar para ver o que será depois dele?” (Ec. 3:19-22). Está aí o homem condenado à extinção como qualquer animal. E Salomão, que nada sabia sobre Jesus Cristo, disse: “Quem o fará voltar para ver o que será depois dele?”Esse é Jesus, que desceu do céu, e aboliu a morte, e trouxe luz à vida e a incorrupção pelo evangelho(II Tm. 1:9-10). Jesus anulou na cruz, pela sua morte, o vaticínio de Jeová para destruir os homens.

2.   Jeová só faz o mal porque usa o mal para forçar os homens a obedecer a sua lei. Se o mal é o recurso supremo de Jeová para corrigir o mal, ele só faz o mal, e não sabe fazer outra coisas melhor. Jeová declarou: “Mas, se me não ouvirdes, e não fizerdes todos estes mandamentos, e se rejeitardes os meus estatutos, e a vossa alma se enfadar dos meus juízos, não cumprindo todos os meus mandamentos, para invalidar o meu concerto, então eu também vos fariseus isto: Porei sobre vós o terror, a tísica e a febre ardente, que consumam os olhos e atormentem a alma; e semeareis debalde a vossa semente, e os vossos inimigos a comerão. E porei a minha face contra vós, e sereis feridos diante dos vossos inimigos; e os que vos aborrecerem se assenhorearão de vós, e fugireis, sem ninguém vos perseguir. E, se ainda com estas coisas não me ouvirdes, então eu prosseguirei em castigar-vos sete vezes mais por causa dos vossos pecados” (Lv. 26:14-18). E Jeová, neste mesmo capítulo, prossegue aumentando cada vez sete vezes mais por diversas vezes. Não passou pelo seu coração, ardendo em furor e ódio, em nenhum momento, usar o amor. O fato é que o mal usado por Jeová deu efeito contrário. Nos dias do profeta Jeremias, que profetizou o fim do reino de Judá e o fim de Israel, Jeová declarou, dizendo: “Porquanto vossos pais me deixaram, diz Jeová, e se foram após deuses alheios, e os serviram, e se inclinaram diante deles, e a mim me deixaram, e à minha lei não guardaram. E vós fizestes pior do que vossos pais, e cada um de vós anda após o seu malvado coração, portanto lançar-vos-ei fora desta terra, para uma terra que não conhecestes, e ali servireis deuses estranhos de dia e de noite, porque não usarei de misericórdia para convosco” (Jr. 16:11-13).O mal destrói, o mal provoca rebelião, o mal tira do homem a semente do bem, o mal semeado é uma plantação de espinhos venenosos. Quem reage ao mal com outro mal, foi vencido pelo mal, e quem usa o mal para corrigir o mal, está ensinando a prática do mal. É o que fez Jeová. No Novo Testamento, Paulo, cheio do Espírito Santo, diz: “Aborrecei ao mal e apegai-vos ao bem” (Rm. 12:9). “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis” (Rm. 12:14). “A ninguém torneis mal por mal” (Rm. 12:17).“Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. NÃO TE DEIXES VENCER DO MAL, MAS VENCE O MAL COM O BEM” (Rm. 12:20-21).

3.   Jeová só faz o mal porque é o deus da guerra, isto é, ‘Jeová tsebaot’, no hebraico. Toda guerra é maligna porque é destruidora. Na guerra não há amor, nem paz, nem piedade, só morte e destruição. E porque? Porque um povo quer se apoderar dos bens de outro povo, ou escravizá-lo. Só o fato de Jeová se autodenominar Jeová tsebaot, prova que nele não há amor. O próprio Jeová declara o que acontece numa guerra. Leiamos: “Pelo que farei estremecer os céus, e a terra se moverá do seu lugar, por causa de Jeová dos exércitos (Jeová tsebaot), e por causa do dia da sua ardente ira” (Is. 13:13). “Todo o que for achado será traspassado; e todo o que for apanhado, cairá à espada. E suas crianças serão despedaçadas perante os seus olhos; as suas casas serão saqueadas, e as suas mulheres violadas. Eis que eu despertarei contra eles os medos, que não farão caso da prata, nem tão pouco desejarão o ouro. E os seus arcos despedaçarão os mancebos, e não se compadecerão do fruto do ventre; o seu olho não poupará os filhos” (Is. 13:15-18). E pensar que é Jeová o autor dessas monstruosidades.

Quando lemos que Jesus disse, cheio de amor: “Deixai vir os meninos a mim, e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus.” (Mc. 10:14). Jeová destruía os donos e herdeiros do reino dos céus. Que ódio!

Graças a Deus que o Pai, cheio de amor e piedade, enviou Jesus Cristo, seu Filho unigênito, que na cruz anulou os juízos de Jeová tsebaot, e não somente vai libertar e salvar os condenados de Jeová (Gl. 4:4-5), mas vai arrancar as criancinhas inocentes da condenação e da morte, para que vão iluminar o reino de Deus Pai com sua inocência, sua pureza, seus cânticos e sua alegria. AMÉM.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(378) – A POMBA 2

O “Cântico dos Cânticos”, segundo o ‘DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DA BÍBLIA’, Editora Vozes, é um livro de difícil interpretação. Existem numerosas e mui divergentes opiniões de muitos autores.

Orígenes, o maior teólogo até o terceiro século, vê no livro dos Cânticos, a história de uma pastora que fora sequestrada por Salomão e enclausurada no seu harém, mas que continuava fiel ao seu primeiro amor.

No dicionário de Davis, lemos a história da camponesa, desposada com um aldeão. Salomão e seus companheiros veem-na passeando pelas bandas do norte (Ct. 6:10-13). Levada a Jerusalém, rodeada das damas do palácio, recebe homenagens do rei com o fim de ganhar-lhe o afeto. A donzela resiste a esses encantos, aos galanteios de Salomão. Ela responde a Salomão enaltecendo as qualidades da alma do aldeão; suspira por ele durante o dia e sonha durante a noite, e conserva-se fiel a seus votos de esposa.

Afinal, separam-se dela os que a cortejam, e reúnem-se para admirar o valor com que resiste a todos os admiradores (Ct. 8:5-7).

Salomão aparece sempre como o sedutor perigoso, tentando persuadir a donzela a trair seu amado esposo (Ct. 7:1-9).

O poema, segundo este modo de ver, celebra o amor puro que resiste a todas as tentações de uma corte, com as artes sedutoras de um rei. Este modo de ver e entender chama-se “HIPÓTESE DO PASTOR”, e baseia-se nas exclamações apaixonadas, dirigidas ao amado ausente (Ct. 1:4,7; 2:16).

Outros intérpretes, principalmente os da Inglaterra, veem na Sulamita, não a camponesa, mas a filha de Faraó e esposa de Salomão. Ela é estrangeira, de cor morena e filha do príncipe (Ct. 1:5; 7:1).

Alguns autores pretendem aplicar o Cântico dos Cânticos à Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo, baseados em Mt. 9:15; 2 Co. 11:2; Ef. 5:23-32; Jo. 3:29. Esta interpretação não cabe, porque Cristo só vai desposar a Igreja depois do arrebatamento, na sua segunda vinda (Ap. 21:2-3).

Mas alguém dirá: Mas em Jo. 3:29 lemos que Jesus já é o esposo, e em Mt. 9:15 lemos que Jesus, o esposo, seria tirado. Jesus declarou: “Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt. 15:24). Por esta declaração, Jesus veio para ser o esposo de Israel, isto é, o Messias prometido que iria reinar no trono de Davi. Leiamos o que disse Gabriel, anjo de Jeová, à Maria: “Eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lc. 1:31-33). Mas Jesus foi rejeitado e crucificado pelos judeus (At. 2:36; 5:30-31; 13:27-33). Assim não se cumpriu o oráculo de Jeová, quando lemos: “VEIO PARA O QUE ERA SEU, E OS SEUS NÃO O RECEBERAM” (Jo. 1:11).

Há outro detalhe no livro de Cantares de Salomão que não pode se aplicar à Igreja. O livro exalta a beleza corporal: “Que formosos são os teus pés nos sapatos, ó filha do príncipe! As voltas de tuas coxas são como jóias, trabalhadas por mãos de artista. O teu umbigo é uma taça redonda, a que não falta bebida; o teu ventre como o monte de trigo, cercado de lírios. Os teus dois peitos como dois filhos gêmeos da gazela” (Ct. 7:1-3). Além de exaltar a beleza corporal, o livro tem caráter erótico e é ofensivo aos bons costumes: “Já despi os meus vestidos; como tornarei a vestir? Já lavei os meus pés; como os tornarei a sujar? O meu amado meteu a sua mão pela fresta da porta, e as minhas entranhas estremeceram por amor dele”. (Ct.5:3,4). “De noite busquei em minha cama aquele a quem ama a minha alma; busquei-o, e não o achei” (Ct. 3:1; 1:13). Estas expressões de caráter erótico não se coadunam com a mensagem do Novo Testamento. Na dimensão espiritual de Jesus e dos apóstolos, a beleza é puramente espiritual (1 Tm. 2:9,10; 1 Pd. 3:1-4), pois o reino de Deus é espiritual.

Há mais uma corrente: Muitos autores consideram o Cântico dos Cânticos uma alegoria que conta a relação ente Jeová e Israel, sob a imagem do amor conjugal e mútuo. O profeta Oséias diz: “Jeová me disse: Vai outra vez, ama uma mulher, amada do seu amigo, e adúltera, como Jeová ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses” (Os. 3:1). Outros textos paralelos: Ez. 16:8; Is. 50:1; 52:1-3; 54:4-8; 62:4-5.

Dessa forma pensam a tradição judaica, Maimômides (sábio rabino do século doze), a maior parte dos exegetas católicos, e muitos protestantes. Expomos a seguir essa exegese, que nos parece muito lógica, pois o Cântico dos Cânticos era sempre lido ao oitavo dia depois da páscoa, que marcava o início do tempo de Israel (Ex. 12:1-2). Seria um memorial eterno (Ex. 12:17). Como o livro dos Cânticos está ligado profundamente à história de Israel desde o princípio, o livro celebra a união de Jeová com o seu povo.

– A Sulamita é figura de Jerusalém (Ct. 1:5; 2:7; 3:5,7,11; 5:8,16; 6:4; 8:4).

O rei (Jeová) me introduziu nas suas recamaras. Seu amor é mais forte do que o vinho, os retos te amam” (Ct. 1:4). (A frase: ‘Os retos te amam’, indica o período da lei).

“Sou morena porque o sol me queimou” (Sl. 84:11). “Os filhos da minha mãe se indignaram contra mim, e me puseram por guarda das vinhas. A minha vinha não guardei” (Is. 5:1-7; Ct. 1:5-6).

“Dize-me tu onde apascentas o teu rebanho, pois por que razão seria eu como a que erra ao pé do caminho?” (Ct. 1:7). Este texto lembra as prostituições de Israel.

“Às éguas do carro de Faraó te comparo, ó amiga minha” (Ct. 1:9). Esta comparação faz alusão ao povo de Israel no Egito dissoluto.

“O meu amado é para mim um ramalhete de mirra; morará entre os meus seios” (Ct. 1:13).

“Eis que és formosa, ó amiga minha, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas” (Ct. 1:15).

Sendo o Cântico dos Cânticos ligado à história de Israel desde o princípio, ligado a Jeová, pois Sulamita é figura da esposa de Jeová, isto é, Jerusalém, como lemos acima, Sulamita é comparada a uma pomba como o povo de Israel é comparado às pombas (Is. 60:8).

Sulamita é comparada a uma pomba, muitas vezes, no livro de Cantares: 1:15; 2:14; 4:1; 5:2; 6:9. Como a pomba pode ser enganada e sem entendimento (Os. 7:11), então não pode ser o Espírito Santo do Pai, e como o batismo de João não era o batismo de Jesus (At. 19:1-6), a pomba que desceu sobre Jesus no batismo de João simbolizava a união de Cristo com Israel, de quem a pomba é figura.

Os quatro Evangelhos concordam que o Espírito desceu como pomba, e Lucas diz mais: “E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba” (Lc. 3:22).

O Espírito Santo que desceu sobre Jesus era o de Jeová e não do Pai.

O Espírito Santo de Jeová era inimigo de Israel (Is. 63:10) e o Espírito Santo do Pai é advogado, consolador, guia e intercessor, pois era o Paráclito (Rm. 8:26). O Espírito Santo do Pai é o amor do Pai (Rm. 5:5): opera o novo nascimento (Jo. 3:3-6): transforma os piores pecadores em santos (1 Co. 6:10-11).

Por que o Espírito Santo de Jeová desceu em forma corpórea sobre Jesus, sendo que era inimigo de Israel, e pelejava contra eles? Porque Jesus, como Messias de Israel, iria reinar com vara de ferro despedaçando e quebrando-o como vasos de oleiro (Sl. 2:7-9). Mas Jesus rejeitou o mal, isto é, reinar tiranicamente, e escolheu o bem, isto é, dar a vida pelos homens a fim de salvá-los (Hb. 1:9; At. 10:38).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(377) – A POMBA – I

A POMBA I

O evangelho de Mateus registra que, quando João Batista batizou Jesus, o céu abriu e o Espírito desceu como pomba sobre ele (Mt. 3:16). Lucas é o único evangelista que registrou ser o Espírito Santo que desceu em forma corpórea (Lc. 3:22). Todos entendem que a pomba é figura do Espírito Santo. Será assim? Vejamos: Deveria haver no Velho Testamento alguns sinais indicativos de que pomba é sinal do Espírito Santo. Não podemos esquecer que o Espírito Santo é a força realizadora de Deus, é Ele que opera o novo nascimento; é Ele que opera a regeneração dos perdidos (I Co. 6:10-11); é Ele que santifica os convertidos a Cristo (II Ts. 2:13); é Ele que fortalece os cristãos para a luta (II Tm. 1:7); é Ele que forma o corpo da Igreja (I Cr. 12:12-13); é Ele que confere dons divinos aos santos (I Cr. 12:7-11); é Ele que mortifica as concupiscências carnais do ser humano (Rm. 8:13-14), e muito mais. No Velho Testamento, a pomba nunca foi figura do Espírito Santo. Vejamos:

1.  A pomba é símbolo dos que, em perigo, em temor e tremor, querem fugir para ter descanso e paz (Sl. 55:5-6).

2.  A pomba é figura dos oprimidos e desenganados. Ezequias, rei de Israel, foi acometido de uma enfermidade mortal. Jeová falou: “Põe em ordem a tua casa, pois morrerás”. Então Ezequias caiu em prantos (Is. 38:1-2). Na sua oração, desenganado e em angústia assim falou: “Como o grou, ou a andorinha, assim eu chilreava, e gemia como a pomba; alçava meus olhos ao alto: ó Jeová, ando oprimido! Fica por meu fiador” (Is. 38:14).

3.  A pomba é figura dos vencidos, destruídos, saqueados, que desmaiam de pavor. Quando Nínive foi destruída, lemos o seguinte: “Nínive desde que existe tem sido como um tanque de águas; elas, porém, fogem agora. Parai, parai, clamar-se-á; mas ninguém olhará para trás. Saqueai a prata, saqueai o ouro, porque não tem termo o provimento; abastança há de todo o gênero de móveis apetecíveis. Vazia, e esgotada e devastada ficará; e derrete-se o coração, e tremem os joelhos, e em todos os lombos há dor, e os rostos de todos eles empalidecem” (Na. 2:8-10). Como se sentiram os ninivitas com esta desgraça? “Huzabe está descoberta; será levada cativa, e as suas servas a acompanharão, gemendo como pombas, batendo em seus peitos” (Na. 2:7).

4.  Os moabitas, descendentes de Ló, sobrinho de Abraão, temeram muito diante de Israel no deserto, e ficaram angustiados (Nm. 22:1-3). E Balaque, seu rei, quis alugar Balaão para amaldiçoar Israel (Nm. 22:6, 17). Jeová se encheu de ira vingativa contra os moabitas, e pronunciou a sentença: “Nenhum moabita jamais entrará na congregação de Jeová eternamente” (Dt. 23:3-5). Mil anos mais tarde, Jeová destrói os maobitas com uma eterna vingança, pelo ódio que jamais se apaga. São tomadas as cidades, ocupadas as fortalezas. Moabe destruída como povo, porque se engrandeceu contra Jeová. “Temor, e cova, e laço, vem sobre Moabe, diz Jeová. O que fugir do temor cairá na cova, e o que sair da cova, ficará preso no laço. É o ano da minha visitação, diz Jeová” (Jr. 48:41-44). E o coração dos moabitas? Serão como as pombas que se aninham ‘na boca das cavernas’ (Jr. 48:28). No hebraico está escrito ‘na boca do abismo’. O símbolo da pomba está longe de ser figura do Espírito Santo, mas no Velho Testamento é sempre figura dos atribulados, apavorados, vencidos, liquidados, aborrecidos por Jeová, enfim, dos apavorados e condenados. Mas continuemos:

5.  A pomba era usada pelos pobres que, não podendo oferecer touros e bezerros, recorriam às pombas com permissão de Jeová (Lv. 5:6-7). Era também usada nos sacrifícios de quem tinha doenças venéreas(Lv. 15:14-15). Na carta aos Hebreus lemos que o sangue dos touros e dos bodes não tira pecados de ninguém (Hb. 10:4). Logo, o sacrifício das pombas, estabelecido por Jeová, na lei, não tinha valor nenhum, pois está escrito: “Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei). Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez. (Hb. 10:8-10). Ora, Jeová estabeleceu os sacrifícios da lei para perdoar os pecados (Lv. 4:32-35). No Novo Testamento lemos que Deus, o Pai, não queria tais sacrifícios, pois não lhe eram agradáveis, isto é, o que Jeová fez não estava nos planos do Pai, e a pomba fez parte desses sacrifícios inúteis (Hb. 7:18-19). A pomba que desceu sobre Jesus no batismo de João, só pode prefigurar a velhice da letra e do jugo de Jeová (Rm. 7:6; II Cr. 12:5-8). É por isso que a pomba é figura dos enganados. O profeta Oséias disse: “PORQUE EFRAIM É COMO UMA POMBA ENGANADA, SEM ENTENDIMENTO” (Os. 7:11). No Velho Testamento, a pomba é figura dos  que facilmente são enganados, e aparece sobre Jesus como Espírito Santo? Mas o Espírito Santo, no Novo Testamento, é o que revela a sabedoria de Deus, oculta em mistérios (I Co. 2:7- 8). As profundezas de Deus, isto é, as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, preparadas para os que amam a Deus, são reveladas pelo Espírito Santo (I Co. 2:9-10). A pomba jamais poderia ser figura do Espírito Santo do Pai, mas sim dos enganados. De mais a mais, o Espírito Santo é a verdade (I Jo. 5:6). E o próprio Jesus declara: “Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar” (Jo. 16:13-14).Definitivamente as pombas do Velho Testamento, não apontam para o Espírito Santo do Novo Testamento.

6.  No capítulo 60 de Isaías, é proclamada a restituição da glória de Israel e Jerusalém, e começa assim:“Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória de Jeová vai nascendo sobre ti” (Is. 60:1). “As nações caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu. Levanta em redor os teus olhos, e vê; todos estes já se ajuntaram, e vêem a ti; teus filhos virão de longe, e tuas filhas se criarão a teu lado” (Is.60:3-4). E, cumprindo-se a promessa da restauração de Israel, feita por Jeová, e sonhada pelos que estavam espalhados pelas nações, assim descreve o profeta: “QUEM SÃO ESTES QUE VEM VOANDO COMO NÚVENS E COMO POMBAS ÀS SUAS JANELAS?” (Is. 60:8). Está explicado o mistério: O Espírito Santo de Jeová desceu sobre Jesus em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia:“Tu és meu filho, hoje te gerei” (Lc. 3:21-22); este texto está no grego mas foi tirado pelos teólogos. Foi gerado em carne, pelo Espírito Santo de Jeová, o Messias, que iria restaurar o trono de Davi, o reino de Israel, e também a glória de Jerusalém (Bíblia de Jerusalém, com explicação no rodapé). A restauração de Israel em glória ainda não aconteceu. O Espírito Santo em forma corpórea ainda não se cumpriu, e o batismo de João não se cumpriu, pois Jesus renunciou ao trono de Davi (Jo. 18:36). Não se cumpriu porque o reino de Israel ainda não foi restaurado, até o dia de hoje. O batismo de Jeová apontava para o reino de Israel, isto é, a pomba. 

O batismo de João nada tem a ver com o batismo de Jesus como lemos em Atos 19:1-6. O Cristo mencionado neste batismo é o Messias anunciado por Jeová no Salmo 2:7-9. A unção com Espírito Santo e com virtude feita pelo Pai sobre Jesus, aconteceu depois do batismo de João, e o Pai falou: “Tu és meu filho, hoje te gerei”, depois da ressurreição física de Jesus (At. 13:30-33). Foram dois momentos: Jeová declarou três anos antes da morte na cruz, porque predestinou Cristo para restaurar Israel na carne; o Pai declarou três anos mais tarde, após a ressurreição, não para restaurar Israel, mas para salvar a todos os homens, e levá-los para o reino dos céus (I Pd. 1:3-4). E em Atos 10:37-38, está escrito que o Pai ungiu Jesus com Espírito Santo e com virtude, depois do batismo de João. E o Espírito Santo do Pai se manifesta como línguas de fogo, e não como pomba (At. 2:2-4). O Pai ungiu Jesus depois do batismo de João. E no batismo de João não houve manifestação do Espírito Santo do Pai (At. 19:1-6).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(376) – IMPRECAÇÃO

IMPRECAÇÃO

 

Que vem a ser imprecação? Amaldiçoar, pedir a deus pragas e males para quem se odeia. Todos os homens, segundo a Bíblia, se compõem de três partes: corpo, alma e espírito (I Ts. 5:23; Hb. 4:12). A alma é a parte irracional dos homens. Nisto são iguais aos animais, que também tem alma. Com respeito à alma, a natureza e o destino dos homens é o mesmo dos animais, isto é, todos são pó, e todos ao pó tornarão (Ec. 3:18-21).

A alma irracional tem movimentos ou paixões como os animais, a saber: Amor e ódio, medo ou coragem, covardia ou valor, tristeza e alegria, concupiscência ou aversão. O corpo físico é o campo onde florescem as paixões, e é também usado para satisfazê-las, pois a carne é sensitiva.

Os animais irracionais não têm espírito como os homens. Segundo a Bíblia, o espírito do homem é parte intelectiva ou o entendimento. No livro de Jó lemos: “Na verdade, há um espírito no homem, e a inspiração do Todo-poderoso os fez entendidos” (Jó 32:8). No espírito está a razão, o raciocínio, a capacidade de discernir o certo do errado. Mais uma vez, no livro de Jó, lemos: “Eu ouvi a repreensão, que me envergonha, mas o espírito do meu entendimento responderá por mim” (Jó 20:3). Fala, agora, Salomão:“Retém as suas palavras o que possui o conhecimento, e o homem de entendimento é de precioso espírito” (Pv. 17:27). O espírito do homem está comprometido. Paulo diz: “Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Ef.2: 2-3). O espírito do homem, que é o entendimento do homem, não é livre para escolher entre o bem e o mal, isto é, não é apto para usar o livre arbítrio. Primeiro porque Jeová pôs o mundo no coração dos homens, e o mundo é mau (Ec. 3:11; Jo. 7:7). Em segundo lugar, porque colocando o mundo no coração dos homens, os colocou debaixo do príncipe das potestades do ar, que opera nos filhos da desobediência (Ef. 2:2-3). Em terceiro, o homem é escravo da carne por causa da lei de Jeová (Rm. 7:5; I Co. 15:56).

Falamos agora do espírito de Jeová: Este deus tem espírito de destruição, pois destruiu cento e duas pessoas com fogo do céu (II Rs. 1:9-12). Jesus afirma que esse espírito não é igual ao seu, e que não desceu do céu para destruir os homens, mas para salvá-los (Lc. 9:51-56). O espírito de Jeová é maléfico, pois fica forjando o mal para destruir os homens (Dt. 28:59-61; Jr. 18:10-11). Quem fica forjando o mal, acaba por fazê-lo, pois o homem é o que pensa, e Jeová também. Jeremias diz: “Fez Jeová o que intentou; cumpriu a sua palavra, que ordenou desde os dias da antigüidade; derrubou e não se apiedou; exaltou o poder dos teus inimigos” (Lm. 2:17).

O mal predominava na mente e no espírito de Jeová: “Porque pus o meu rosto contra esta cidade para mal, e não para bem” (Jr. 21:10). “Eis que velarei sobre eles para mal, e não para bem” (Jr. 44:27). E o profeta Daniel disse: “Jeová vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; porque justo é Jeová, nosso deus, em todas as suas obras” (Dn. 9:14). O bem que Jeová promete, quando o homem peca, ele retira (Dt. 1:34-35).  E o mal que determina, não anula quando o homem, ou o seu povo, se convertem (Pv. 1:24-28).Está embutido no mal que Jeová faz, endurecer os corações para que não se convertam. O povo de Israel, que amava a Jeová, orava assim: “Por que, ó Jeová, nos fazes desviar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para que te não temamos? Faze voltar, por amor dos teus servos, as tribos da tua herança” (Is. 63:17). Mas as tribos, endurecidas por Jeová, não voltaram até hoje, e as maldições pesam sobre elas. Além das maldições da lei, Jeová ainda tem as suas maldições particulares para destruir os homens. Vejamos: “Assim diz Jeová: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração de Jeová” (Jr. 17:5). “A maldição de Jeová habita na casa do ímpio, mas a habitação dos justos ele abençoará” (Pv. 3:33). “Maldito aquele que fizer a obra de Jeová fraudulentamente, e maldito aquele que preserva a sua espada do sangue” (Jr. 48:10). Neste caso, quando alguém recebe ordem para matar o infrator, e mediante propina não cumpre o seu dever. Outro texto diz: “Maldito seja o enganador que, tendo animal bom no seu rebanho, promete, e oferece a Jeová uma coisa vil, porque eu sou grande rei” (Ml. 1:14). Esse espírito amaldiçoador passa de Jeová para os seus melhores servos:

1.  “E era o varão Moisés muito manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm. 12:3).Mansa, é aquela pessoa que não se irrita e nem se ira. Moisés esteve quarenta dias no monte com Jeová, recebendo as leis e os estatutos. Quando desceu do monte, ao chegar no arraial, viu o bezerro de ouro, e o povo dançando freneticamente, acendeu-se o furor de Moisés, arremessou e quebrou as tábuas da lei. Esse furor foi o espírito de Jeová que entrou em Moisés (Ex. 32:19).

2.  Saul era um jovem tão tímido, que depois de ser ungido rei de Israel por Samuel, foi procurado, e não foi achado, pois estava escondido entre a bagagem, porém, quando o espírito de Jeová entrou em Saul, ele se encheu de ira (I Sm. 10:22; 11:6).

3.  Josué era homem fiel, e de grande valor, e foi escolhido por Jeová para suceder Moisés na conquista de Canaã. Quando a cidade de Jericó foi destruída e queimada, Josué clamou, dizendo: “Maldito seja diante de Jeová, o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó. Perdendo o seu primogênito a fundará, e sobre o seu filho mais novo lhe porá as portas” (Js. 6:26). Esta maldição se cumpriu em I Rs. 16:34. É impossível que quem crê num deus que lança maldições, não imite o seu deus amaldiçoando também.

4.  O rei Acazias enviou um capitão com cinqüenta soldados para buscar Elias, o tisbita. O capitão achou Elias, e ordenou dizendo: “Homem de deus, o rei diz: Desce”. Elias respondeu: “Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu, e te consuma a ti, e aos teus cinqüenta”. E desceu fogo do céu, e os consumiu, pois Jeová honra as imprecações lançadas pelos seus queridos. O rei mandou outro capitão com mais cinqüenta, e o episódio se repetiu. Morreram cento e duas pessoas inocentes (II Rs. 1:9-12). Jesus reprovou o fato e disse que aquele espírito era diferente do seu (Lc. 9:51-56).

5.  Eliseu, o profeta sucessor de Elias, lançava terríveis maldições. Na primeira, amaldiçoou quarenta e dois meninos porque o chamaram de careca. A maldição foi tão forte, que duas ursas saíram do mato e os mataram (II Rs. 2:23-24). Depois, Geazi, seu servo, foi atrás do rico presente de Naamã, que fora curado da lepra. Eliseu se irou e disse: “Portanto a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua semente para sempre. Então saiu diante dele leproso” (II Rs. 5:21-27).

6.  Jeremias sofreu e chorou muito nas mãos dos falsos profetas e dos príncipes de Judá, e por isso lançou a seguinte maldição: “Entrega seus filhos à fome, entrega-os ao poder da espada, e sejam suas mulheres roubadas dos filhos, e fiquem viúvas; e seus maridos sejam feridos de morte, e os seus mancebos feridos à espada na peleja. Ouça-se o clamor de suas casas, quando trouxeres esquadrões sobre eles de repente. Porquanto cavaram uma cova para prender-me e armaram laços aos meus pés” (Jr. 18:21-22).Jeremias certamente ficou orgulhoso de fazer o que Jeová fazia todos os dias.

7.  Falta um: Davi, o amado de Jeová, que tinha um coração igual ao de Jeová, e executava a vontade de Jeová (At. 13:22). Joabe, por vingança, matou Abner à traição, e Davi lançou a seguinte maldição: “Fique-se sobre a cabeça de Joabe e sobre toda a casa de seu pai, e nunca na casa de Joabe falte quem tenha fluxo, nem quem seja leproso, nem quem se atenha ao bordão, nem quem caia à espada, nem quem necessite de pão” (II Sm. 3:27-29). Muitos cristãos imitam Eliseu, Jeremias e Davi, pois são de Jeová. 

Só que Paulo, cheio do Espírito Santo do Pai, disse: “Abençoai quem vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis” (Rm. 12:14). Os que seguem a Cristo, agem diferente dos que seguem a Jeová, pois este é o deus da ira e da vingança, e Jesus é o Deus do amor e do perdão.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(375) – O ANJO DE JEOVÁ

O ANJO DE JEOVÁ

Estou, neste momento, lendo o livro TEOLOGIA ELEMENTAR, editado pela IMPRENSA BATISTA REGULAR, escrito por EMERY H. BANCROFT, traduzida para o português, edição de 1966. Nas páginas 27 e 28 temos uma explicação teológica sobre o Anjo de Jeová. Vamos descrever na íntegra a explicação, que começa assim: ‘O que é espírito é capaz de manifestar-se em forma visível, pois João testemunhou, dizendo: “Vi o Espírito descer do céu como uma pomba, e descer sobre ele” (Jo.1:32). E também em At. 2:1-4, o Espírito se manifestou em línguas de fogo, que pousaram sobre eles’.

O registro bíblico mostra que Deus se tem manifestado em forma visível. Neste caso Paulo mentiu quando afirmou que Deus nunca foi visto pelo homem em I Tm. 6:16, e João, o apóstolo, também mentiu em Jo. 1:18 e I Jo. 4:12, pois se foi visto numa teofania, ou numa pomba, ou num anjo, foi literalmente visto, e assim eles mentiram. Continuemos a leitura do livro de teologia:

‘O anjo de Jeová’, no Antigo Testamento, é uma manifestação da divindade. Clara distinção é traçada na Bíblia entre ‘um anjo de Jeová’, e ‘o anjo de Jeová’. Essa distinção, contudo, só é preservada em certas versões.

Notemos alguns exemplos nos quais ‘o anjo de Jeová’ é declarado manifestação da divindade:

1. Na experiência de Agar e Ismael (Gn. 16:7-13), ‘o anjo de Jeová’, no versículo 10, é claramente identificado no versículo 13 como Jeová. Mais a frente, no capítulo 21, quando Abraão despediu para sempre Agar com o menino, o texto bíblico diz: “E ouviu Deus a voz do menino, e bradou o Anjo de Deus a Agar, desde os céus, e disse-lhe: Que Tens Agar? não temas, porque Deus ouviu a voz do menino desde o lugar onde está. Ergue-te, levanta o moço, e pega-lhe pela mão, porque dele farei uma grande nação” (Gn. 21:17-18). Nestes versículos, também, Deus se manifesta como ‘o anjo de Jeová’. No episódio em que Abraão, tentado por Jeová, oferece seu filho Isaque para ser morto num altar: “Mas o Anjo de Jeová lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que teme a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único” (Gn. 22:11-12).

2. No livro de juizes lemos: “E subiu o anjo de Jeová de Gilgal a Boquim, e disse: Do Egito vos fiz subir, e vos trouxe à terra que a vossos pais tinha jurado, e disse: Nunca invalidarei o meu concerto convosco. E, quanto a vós, não fareis concerto com os moradores desta terra, antes derrubareis os seus altares; mas vós não obedecestes a minha voz. Porque fizestes isto?” (Jz. 2:1-2). Aqui o anjo de Jeová diz distintamente: Eu fiz o que Jeová fez.

Pergunta-se: Qual das três pessoas da trindade se manifesta como o anjo de Jeová? Resposta: O anjo de Jeová é, claramente, no Velho Testamento, uma manifestação da divindade, e é identificado com a segunda pessoa da trindade, o Senhor Jesus Cristo. O anjo de Jeová era o Deus Filho antes da encarnação definitiva. Quando o anjo de Jeová apareceu para Manoá, pai de Sansão, disse-lhe Manoá: “Qual é o teu nome? O anjo respondeu: Meu nome é maravilhoso” (Jz. 13:18). E em Is. 9:6, lemos que é um dos nomes de Jesus.

Isto é o que está escrito na página 28 do livro “TEOLOGIA ELEMENTAR”, já mencionado acima, para provar que uma teofania, isto é, Cristo, que só nasceria 1.600 anos mais tarde, foi visto espiritualmente no anjo de Jeová, que não é outra pessoa senão Jeová (Gn. 22:15-16; Ex. 3:2-4).

Teologicamente, o livro explica que há grande diferença entre ‘um anjo’, e ‘o anjo’ de Jeová. Um anjo é um mensageiro de Deus, e o anjo é Jesus antes da encarnação. Analisemos biblicamente esta afirmação teológica. No livro de I Cr. 21:15, lemos: “E Jeová mandou UM ANJO a Jerusalém para a destruir; e, ao destruí-la ele, Jeová o viu, e se arrependeu daquele mal, e disse ao anjo destruidor: Basta; agora retira a tua mão. E O ANJO DE JEOVÁ estava junto à eira de Ornã, jebuseu. E, levantando Davi os seus olhos, viu O ANJO DE JEOVÁ; que estava entre a terra e o céu, com a espada desembainhada na sua mão estendida contra Jerusalém” (I Cr. 21:15-16). Vemos que, pelas Escrituras, UM ANJO, e, O ANJO de Jeová são a mesma coisa. Erra a teologia.

1. Em Ex. 23:20-21, lemos que o anjo de Jeová mata e não perdoa. Isto está em flagrante contradição com o Novo Testamento, que diz: “E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado” (Mt. 12:32). Logo, o anjo de Jeová não é Jesus Cristo. Errou a teologia.

2. O anjo de Jeová muda a promessa que faz: “Enviarei um anjo diante de ti, e lançarei fora os cananeus, e os amorreus, e os heteus, e os perizeus, e os heveus, e os jebuzeus” (Ex. 33:2). A promessa é repetida emEx. 34:11. E no livro de juizes, o anjo diz que não lançará mais as nações. E diz isso por vingança (Jz. 2:1-3). Jesus age de outra forma: Quando um servo ou discípulo peca, ele intercede junto ao Pai (I Jo. 2:1). Jesus veio a este mundo para salvar, e não para condenar (Jo. 3:16-17).

3. O anjo de Jeová persegue o pecador (Sl. 35:4-6). Jesus, o bom pastor, vai em busca do perdido (Lc. 15:4-7). O anjo de Jeová nada tem a ver com Jesus.

4. O anjo de Jeová amaldiçoa: “Amaldiçoai a Meroz, diz o anjo de Jeová; acremente amaldiçoai aos seus moradores, porque não vieram em socorro de Jeová, em socorro de Jeová com os seus valorosos” (Jz. 5:23).Mas Jesus, com sua morte nos resgatou de todas as maldições (Gl. 3:13). E Paulo recomenda aos cristãos dizendo: “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis” (Rm. 12:14). Se um cristão não amaldiçoa um perdido, porque precisa de salvação, por que o anjo de Jeová amaldiçoa? Porque não ama. E tem mais: O texto diz que Jeová necessitava o socorro dos homens de Meroz, e Paulo declara que Deus não precisa as ajuda dos homens (At. 17:24-25).

5. O anjo de Jeová se transforma em Satanás. Quando Balaão foi encontrar-se com Balaque, rei dos moabitas, com ordem de Jeová (Nm. 22:18-21), Balaão se foi, mas a ira de Jeová se acendeu, e “O ANJO DE JEOVÁ PÔS-SE-LHE NO CAMINHO POR SATANÁS” (Nm. 22:22). Na Bíblia está ‘adversário’, mas no hebraico está SHATÃ, isto é, Satanás. No verso 32 o anjo diz a Balaão: “E vim para ser teu Satanás”. E Jesus veio a este mundo para destruir as obras de Satanás (I Jo. 3:8).

6. No livro dos Salmos está escrito: “O anjo de Jeová acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Sl. 34:7). Uzá temia a Jeová, e foi morto (II Sm. 6:6-7). O rei Josias, desde os oito anos de idade reinou, e temeu a Jeová, e andou nos seus caminhos, e purificou Jerusalém, e serviu a Jeová com todo o coração, mas o anjo de Jeová não o livrou das mãos do Faraó Neco que o matou (II Rs. 22:1-2; II Cr. 34:8). Josias celebrou a maior páscoa da história de Israel (II Cr. 35:18). Nunca antes, nem depois, algum rei de Israel se converteu a Jeová de todo o coração, como Josias (II Rs. 23:25). Pois o anjo de Jeová não se acampou ao redor dele para preservar a sua vida das mãos de Faraó Neco, que o matou (II Rs. 23:29).

Jesus, em contrario, salva os pecadores e perdidos. Salvou uma meretriz em Lc. 7:36-48. Salvou um ladrão, que estava crucificado com ele (Lc. 23:39-43). Jesus definitivamente não é o anjo de Jeová, mas é o Filho Unigênito do Pai, que desceu a este abismo para revelar o verdadeiro Deus, que é pai, que é amor, que quer salvar a todos.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(374) – MINISTÉRIO DA CONDENAÇÃO

MINISTÉRIO DA CONDENAÇÃO

O apóstolo João declara no seu evangelho: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo” (Jo. 5:22). Analisemos o texto: O Pai a ninguém julga. Quando? Só no Novo Testamento? No Velho Testamento julgava e condenava? O julgamento de Deus, o Pai, está nas mãos de Jesus Cristo, pois Paulo diz: “O Pai tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que determinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos” (At. 17:31). Se Deus, o Pai, tem determinado um único dia para julgar este mundo, e deu ao seu Filho unigênito essa responsabilidade, que só vai acontecer na sua vinda e no seu reino (II Tm. 4:1), e nesse dia serão julgados os vivos e os mortos, então, os mortos serão todos os que já não vivem mais neste mundo, desde Adão e Eva; e os vivos, serão os que estiverem vivos na sua segunda vinda. Pedro diz o mesmo: “Jesus nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos” (At.10:42).

Em At. 17:31, Paulo revela que o Juízo de Cristo é o único em que haverá justiça, logo todos os juízos que aconteceram da parte de Jeová sobre os povos, sobre cidades e sobre pessoas, foram injustos. E alem de serem injustos, foram precipitados, ceifando vidas inocentes junto com os culpados. O próprio Jeová declara essas injustiças, pela boca de Ezequiel, quando o mandou dizer: “Filho do homem, dirige o teu rosto contra Jerusalém, e derrama tuas palavras contra os santuários, e profetiza contra a terra de Israel, e dize à terra de Israel: Assim diz Jeová: Eis que sou contra ti, e tirarei a minha espada da bainha, e exterminarei do meio de ti o justo e o ímpio. E porque hei de exterminar do meio de ti o justo e o ímpio, a minha espada sairá da bainha contra toda a carne, desde o sul até o norte, e nunca mais voltará a ela” (Ez. 21:2-5).

Se Jeová declara ser juiz injusto, nenhum teólogo tem o direito de mudar o sentido de suas palavras. O profeta Jeremias, enviado por Jeová, assim falou: “Se de boa mente ficardes na terra, então vos edificarei, e não vos derribarei; e vos plantarei, e não vos arrancarei; porque estou arrependido do mal que vos tenho feito” (Jr. 42:10). Se arrependeu-se de algo mal que fez, reconheceu que foi injusto.

O Juízo de Cristo acontece em duas etapas, e já começou. Qual é a justiça do Juízo de Cristo? Paulo explica: “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fossemos feitos justiça de Deus” (II Cr. 5:21). Jesus se fez carne como nós, sofreu nossas misérias, nossas dores, nosso abandono neste mundo tenebroso, foi tentado como nós, e nos amou a ponto de tomar para si nossos pecados para resgatar-nos da morte e da condenação eterna, na cruz do calvário. A nós, compete-nos crer somente. Disse um a Paulo: “Que é necessário que eu faça para me salvar? E Paulo respondeu: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (At. 16:30-31).

Jeová deu a lei no monte Sinai para condenar e matar, por isso Moisés declarou que a lei é uma testemunha contra o pecador (Dt. 31:26). Neemias confirma isso (Nm. 9:34). Paulo declara que o ministério da lei era o da morte gravado em pedras (II Cr. 3:6-7). E esse não é o ministério de Cristo, pois o de Cristo é o ministério do Espírito. O Espírito Santo só foi derramado no Novo Testamento e a partir do pentecoste (At. 2:2-4). Não houve derramamento do Espírito Santo no Velho Testamento, pois essa promessa feita por Jeová, só se realizaria após a restauração de Israel (Ez. 11:17-20; 36:24-28). A restauração de Israel, espiritualmente, não aconteceu, logo a promessa de Joel ainda não aconteceu. O pentecoste da Igreja, de At. 2:2-4, foi promessa de Jesus (At. 1:4). Joel também disse que seria após a restauração (Jl. 2:19-27). Como o derramamento do Espírito, prometido por Jeová nunca aconteceu, e o derramamento de At. 2:2-4 só aconteceu depois da ressurreição de Cristo, não havia ministério do Espírito no Velho Testamento, mas só o da lei, que é o da morte.

Por outro lado, como só haverá condenação para os homens após o juízo final, quando todos voltarão da morte para serem julgados (Ap. 20:11-15), segue-se que todas as condenações acontecidas no Velho Testamento, sob a regência de Jeová, foram antecipadas, logo não foram justas e verdadeiras, pois visavam à destruição dos homens pela ira e furor de Jeová. Este deus, assentado como rei sobre o dilúvio, destruiu toda a humanidade, menos oito pessoas (Gn. 6:7; Sl. 29:10). E no livro de Jó está escrito que o dilúvio levou a humanidade antes do tempo (Jó 22:15-16). O MINISTÉRIO DA CONDENAÇÃO É O QUE CONDENA ANTES DO JUÍZO DO DEUS VERDADEIRO.

Os habitantes de Sodoma e Gomorra eram pecadores corruptos, segunda a Bíblia. Jeová condenava a sodomia, por isso destruiu a fogo do céu aquelas cidades, que eram quatro: Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim (Dt. 29:23). E Judas, na sua Epístola Universal, diz: “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia; assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrompido como aqueles, e ido após outra carne, foram postos por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno” (Jd. 6-7).Está escrito que vão sofrer a pena do fogo eterno, logo o juízo de Jeová foi sem apelação.

Jesus fez muitos prodígios e milagres na cidade de Cafarnaum, e não se converteram a Deus. Então Jesus clamou, dizendo: “E tu, Cafarnaum, que te ergues até os céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios e sinais que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. Porem eu vos digo que haverá menos rigor para Sodoma do que para vós, no dia do juízo” (Mt. 11:23-24). Jesus, neste texto, falou três coisas:

1. Jeová não fez nada para salvar aqueles pobres pecadores. Se estivesse lá, certamente Jesus teria feito prodígios e muitos se salvariam, e assim a cidade não teria sido destruída.

2. Todos os habitantes de Sodoma comparecerão no tribunal de Cristo para serem julgados, logo o juízo e a condenação de Jeová foram anulados.

3. Como Jesus foi enviado pelo Pai para salvar, e não para condenar, anulando o juízo de Jeová, prova que Jeová não é o Pai, pois o Pai a ninguém julga, e deu a Filho todo o juízo. Jeová passava o tempo julgando e condenando os homens, e o que é pior, fazendo o que Deus, o Pai, nunca fez e nunca fará, pois é amor, e quer salvar a todos os homens (I Tm. 2:3-4; 4:10).

Nós os cristãos participamos do ministério da justiça, que é do Espírito Santo. Paulo diz: “E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito? PORQUE SE O MINISTÉRIO DA CONDENAÇÃO FOI GLORIOSO, MUITO MAIS EXCEDERÁ EM GLÓRIA O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. PORQUE O QUE FOI GLORIFICADO NESSA PARTE NÃO FOI GLORIFICADO POR CAUSA DA EXCELENTE GLÓRIA” (II Cr. 3:7-10). Essa última sentença, no grego está assim: POIS NA VERDADE, O QUE FOI FEITO GLORIOSO, NÃO O É EM COMPARAÇÃO COM A GLÓRIA INEXCEDÍVEL.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(373) – A LEPRA

A LEPRA

Há muitas doenças que surgem das deficiências orgânicas das pessoas. Outras surgem da promiscuidade e da sujeira. Outras ainda aparecem onde há podridão. Nas guerras da antiguidade, os cadáveres de homens e animais, putrefatos, deram origem a vários tipos de pestes, que fizeram mais vítimas que as próprias guerras.

Há entretanto, doenças que são nascidas da mente de Jeová. Ele mesmo declarou: “Se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e terrível, Jeová teu deus, então Jeová fará maravilhosas as tuas pragas, e as pragas da tua semente, grandes e duradouras pragas, e enfermidades más e duradouras; e fará tornar sobre ti todos os males do Egito, de que tu tiveste temor, e se apegarão a ti. Também Jeová fará vir sobre ti toda a enfermidade e toda a praga, que não está escrita no livro desta lei, até que sejas destruído” (Dt. 28:58-61).

A lepra é praga especial de Jeová. Ele mesmo declara, dizendo: “Quando tiveres entrado na terra de Canaã, que vos hei de dar por possessão, e eu enviar a praga da lepra a alguma casa da terra da vossa possessão, então virá aquele, de quem for a casa, e o fará saber ao sacerdote” (Lv. 14:34-35). O sacerdote fechará a casa por sete dias (v. 38). Depois dos sete dias é feita uma raspagem na parede, trocam pedras, rebocam (vs. 39-42). Assim, depois de mais sete dias, o sacerdote, tornando a examinar, declarará a casa limpa (v. 48). Então o sacerdote procederá um sacrifício (vs. 49-52).

Jeová produz a lepra, e também a cura (Os. 6:1; Jó 5:18). Quando Miriã, irmã de Moisés e Arão, se rebelou contra Moisés, a ira de Jeová se acendeu, e a feriu com lepra (Nm. 12:9-10). Moisés, o mediador entre Israel e Jeová, orou, e Jeová curou Miriã (vs. 11-15).

O rei Uzias era bom, fiel e reto aos olhos de Jeová (II Cr. 26:4-5). Mas Uzias, por ser fiel e obediente, exaltou-se, e entrou no templo de Jeová para queimar incenso no altar. O sacerdote Azarias se opôs, com mais oitenta sacerdotes, dizendo: A ti, ó rei Uzias, não compete queimar incenso à Jeová, mas somente aos sacerdotes. Uzias se indignou, e tinha na mão o incensário para queimar o incenso. A lepra lhe brotou na testa para castigo, e ficou leproso até ao dia da sua morte (vs. 16-21).

Jesus estava na Galiléia ensinando, e disse aos judeus: “MUITOS LEPROSOS HAVIA EM ISRAEL NO TEMPO DO PROFETA ELIZEU, E NENHUM DELES FOI PURIFICADO, SENÃO NAAMÃ, O SIRO” (Lc. 4:27). Essa declaração envolve um momento histórico importante ocorrido em Israel. Foi assim: Elias, o tisbita, viu a decadência moral de Israel durante o reinado de Acabe, o perverso: “E fez Acabe, filho de Onri, o que parecia mal aos olhos de Jeová, mais do que todos os reis que foram antes dele. E sucedeu que (como se fora pouco andar nos caminhos de Jeroboão, filho de Nebate), ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios, e foi e serviu a Baal, e se encurvou diante dele” (I Rs. 16:30-33).

Jeová, como castigo, enviou a fome, retendo a chuva por três anos (I Rs. 17:1; 18:1-2). Jezabel, mulher perversa, mandou matar os profetas de Jeová. Obadias conseguiu esconder a muitos deles numa cova(v. 4). Acabe, por outro lado, andava caçando Elias para mata-lo (vs. 7-10). Como Jeová tinha dado ordem a Elias que fosse ao encontro de Acabe, este mandou Obadias que fosse anunciá-lo à Acabe. Quando se encontraram, Elias declarou a Acabe o seu pecado, e o castigo próximo e terrível. A condição moral espiritual era a pior possível entre o povo. Corrupção, idolatria e violência. O resultado eram as pragas e pestes de Jeová como anunciou na lei, e repetia sempre. Entre os castigos estava a lepra. Como sabemos que Jeová feriu o povo com lepra?

Jesus fez a declaração de Lc. 4:27 acima, pois ELIZEU foi o sucessor do profeta Elias, que viveu no tempo da corrupção de Israel, liderados por Jezabel e Acabe. E entre as pragas mandadas por Jeová está a lepra. Havia tantos leprosos, que andavam em bandos, mas Jeová não curava nenhum, porque era castigo de maldição.

João Batista na prisão, duvidou que Jesus fosse o messias que ele anunciou, e enviou dois de seus discípulos a perguntar se Jesus era o messias ou não. Jesus mandou a seguinte resposta: “Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis, e vedes: O cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt.11:4, 5). Por que Jesus falou: “Os leprosos são limpos”? Porque havia muitos leprosos, e a origem era a vingança implacável de Jeová.

Uma vez, Jesus indo para Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galiléia. E entrando numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos, e pediram que os curasse. Jesus disse-lhes: “Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E indo eles, ficaram limpos”. (Lc.17:11-14). O único deles que voltou para dar glória a Deus, foi um estrangeiro (vs. 15-18). Eles andavam em bandos, e Jesus curava por atacado; mas Jeová não curava nenhum. Em Lc. 5:12-15, Jesus cura outro leproso, e também manda-o mostrar-se ao sacerdote. Porque Jesus ordenava que se mostrassem aos sacerdotes? Porque a lepra era praga de Jeová, e Jesus desfazia as pragas e maldições de Jeová. E por quê Jesus desfazia as pragas, pestes, maldições e juízos de Jeová? Porque Jesus é Senhor. Ele disse: “Todo poder me foi dado no céu e na terra” (Mt. 28:18). E Paulo declara que todos, no céu, na terra, e debaixo da terra, têm de confessar que Jesus é o Senhor, para glória de Deus Pai (Fp. 2:5-11).

As pragas de Jeová tinham como último fim destruir a Israel. Jesus se opôs a esse projeto maligno (Dt.  28:20, 48, 61; Lc.9:51-56).

O interessante é que Jesus se opunha aos métodos usados por Jeová, e sempre declarava: “EU E O PAI SOMOS UM” (Jo. 10:30).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(372) – PREDESTINAÇÃO DAS CRIANÇAS

PREDESTINAÇÃO DAS CRIANÇAS

Por que nascem crianças aleijadas, sem pernas ou sem braços; coxos, cegos, surdos, mudos, corcundas, acéfalas, debilóides? Por que nascem crianças bastardas, frutos da fornicação irresponsável? Por que crianças ficam órfãs na mais tenra idade? Muita tem padrastos bêbados, desalmados ou drogados. Por que nascem tantas crianças predestinadas à mendicância e ao crime? Crianças de rua, dormindo nos becos, e na escola do crime? Os institutos correcionais não apresentam nenhum índice de educação, instrução e aproveitamento.

Jeová, o deus deste mundo, tem a resposta certa. O pai peca contra os mandamentos de Jeová, e o filho se torna maldito de Jeová. O texto diz: “Será porém que, se não deres ouvidos à voz de Jeová teu deus, para não cuidares em fazer todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então sobre ti virão todas estas maldições, e te alcançarão: Maldito serás tu na cidade, e maldito serás no campo. Maldito o teu cesto e a tua amassadeira. MALDITO O FRUTO DO TEU VENTRE” (Dt. 28:15-18). O pai desobedece à lei de Jeová, e o filho nasce maldito desde o ventre? O povo de Israel, revoltado com essa tremenda injustiça, inventou um provérbio contra Jeová, que diz: “OS PAIS COMERAM UVAS VERDES, E OS DENTES DOS FILHOS SE EMBOTARAM” (Jr. 31:29-30; Ez. 18:1-3).

Que quer dizer amaldiçoado? Quer dizer execrado, aborrecido, odiado, mal visto, mal falado, alvo de desgraças, pestes e pragas. É o amaldiçoado de Jeová, alvo das setas venenosas de Jeová (Dt. 32:22-24; Jó 6:4).

Mas o que é que fez a inocente criancinha? Simplesmente nasceu. Não mentiu, não roubou, não matou, mas nasceu predestinada para as maldições de Jeová. E não só o filho, mas também o neto, o bisneto e o tataraneto, pois Jeová visita a maldade dos pais nos filhos até terceira e quarta geração (Ex. 20:4-5).

1- Jeová fala: “Desposar-te-ás com uma mulher, porem outro homem dormirá com ela” (Dt. 28:30). O desobediente pensa que o filho é seu, mas é do vizinho, ou do amigo, ou do ladrão, pois a mulher com medo de ser punida, não fala. Em muitos casos a mulher é culpada. Mas tudo é feito por Jeová. Certamente o marido vai descobrir, para saber que a maldição vem de Jeová.

2- “Teus filhos e tuas filhas serão dados a outro povo, os teus olhos o verão, e após deles desfalecerão todo o dia; porem não haverá poder na tua mão” (Dt. 28:32). Os filhos são a coisa mais preciosa que um casal anela, mas como são malditos irão como escravos a outro povo. Os pais vêem as violências que eles sofrem, mas não tem poder para libertá-los. Então os pais se rebelam contra Jeová, e se entregam ao pecado, já que Jeová destruiu a sua casa. Foi o caso de acaz, que se vendo desamparado por Jeová, se entregou à idolatria e ao pecado. Alguém dirá: Mas acaz era mau rei, por isso Jeová o abandonou (II Cr. 28:21-25). Eu respondo: Mas Jó era fiel e Jeová o entregou na mão de Satanás. Ninguém está seguro nas mãos de Jeová. O pior de Jeová é o fato de se vingar nos filhos os pecados dos pais.

3- “Filhos e filhas gerarás, porem não serão para ti; porque irão em cativeiro” (Dt. 28:41). Pobres criancinhas! Predestinadas as serem filhos do adultério, predestinadas a viver sem família, na mão de estranhos, e predestinadas a serem escravas no cativeiro, humilhadas, pisadas, desonradas, sujeitas a toda a espécie de abusos. Com isto Jeová esperava conquistar o seu povo.

4- Mas Jeová ainda concebeu coisas piores e horrendas, pois a sua mente é fértil em conceber o mal, e é completamente estéril para conceber o bem. Leiamos horrorizados o texto: “E comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te der Jeová teu deus, no cerco e no aperto com que teus inimigos te apertarão. Quanto ao homem mais mimoso e muito delicado entre ti, o seu olho será maligno contra o seu irmão, e contra a mulher do seu regaço, e contra os demais de seus filhos que ainda lhe ficarem; de sorte que não se dará a nenhum deles da carne de seus filhos, que ele comer, porquanto nada lhe ficou de resto no cerco e no aperto com que teu inimigo te apertará em todas as tuas portas. E quanto à mulher mais mimosa e delicada entre ti, que de mimo e delicadeza nunca tentou pôr a planta do seu pé sobre a terra, será maligno o seu olho contra o homem do seu regaço, e contra seu filho, e contra sua filha; e isto por causa de suas páreas, que saírem dentre os seus pés, e por causa de seus filhos que tiver; porque os comerás às escondidas pela falta de tudo, no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará nas tuas portas. Se não tiveres cuidado de guardar as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e terrível, Jeová teu deus” (Dt. 28:53-58). E Jeová declara que se deleita em fazer estas coisas(Dt. 28:63).

O prazer maior de Jeová é ver as mães mais delicadas, e educadas e piedosas devorando os próprios filhos. Diz o texto: “As mãos das mulheres piedosas cozeram seus próprios filhos; serviram-lhe de alimento na destruição da filha do meu povo” (Lm. 4:10). Os filhos amados e desejados pelos pais, esperados ansiosamente pelos pais, são servidos como churrasco por esse deus sem entranhas. Não esqueçam. As crianças não pecaram, mas nasceram malditas e predestinadas para serem destruídas com requintes de perversidade, por quem proclamavam sempre: ‘Eu sou misericordioso e piedoso’. Moisés declara: “Jeová, o senhor, deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e em verdade” (Ex. 34:6).Jeová é declaradamente piedoso, mas não tem piedade. Ele mesmo declara: “Pelo que eu também procederei com furor; o meu olho não poupará, nem terá piedade. Ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, eu não os ouvirei” (Ez. 8:18; 7:4-9). “E fá-los-ei em pedaços uns contra os outros, e juntamente os pais com os filhos, diz Jeová; não perdoarei, nem pouparei, nem deles terei compaixão, para que não os destrua” (Jr. 13:14).

Uma coisa é certa: Jeová predestinou os filhos, desde o ventre, para a maldição, para o cativeiro, para a escravidão, para a desonra, etc.

Alguém dirá: Não é verdade! Há filhos benditos. Eu respondo: Se há filhos benditos de Jeová, esses não precisam ser resgatados das maldições de Jeová (Gl. 3:13). Os benditos de Jeová são os israelitas, não os gentios (Is. 65:23). Os gentios são rejeitados por Jeová: “Jeová é Rei eterno; da sua terra serão desarraigados os gentios” (Sl. 10:16). Ler também Jr. 10:25; Sl. 59:8; 79:6. E se os benditos se tornaram malditos por causa da lei, os que não são benditos serão despedaçados (Sl. 2:7-9).

O que é que Jesus disse contra a maléfica predestinação das crianças? “Trouxeram-lhe então alguns meninos, para que sobre eles pusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porem, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus. E, tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali” (Mt. 19:13-15).

Jeová tornava malditos desde o ventre os donos do reino dos céus, sem que houvessem cometido pecado. Jesus porem, abriu para eles a porta do reino, pois os resgatou das maldições de Jeová (Gl. 3:13).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(371) – ABISMO

ABISMO

Que é um abismo? O dicionário diz que é grande profundidade; vórtice medonho; fosso sem fundo, sem saída. Do ponto de vista espiritual, o pecador se lança no abismo. Antes da criação feita por Deus, segundo a Bíblia já havia abismo: “E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn. 1:2). No verso três começa a narrativa da criação. Observamos este ponto: Antes da narrativa da criação já havia o abismo.

E o abismo é referido muitas vezes na Bíblia, de Gênesis a Apocalipse. Nos Salmos, falando da criação da terra, onde vivemos, está escrito: “Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum. Tu as cobres com o abismo, como com um vestido; as águas estavam sobre os montes” (Sl. 104:5-6). É óbvio que o texto se refere a Jeová, pois no verso um está escrito JEOVA, que cobriu a terra com o abismo.

O sábio Salomão disse: “Antes que os montes fossem formados, antes dos outeiros, eu fui gerada. Ainda ele não tinha feito a terra, nem os campos, nem sequer o princípio do pó do mundo. Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando compassava ao redor a face do abismo” (Pv. 8:25-27). Salomão se refere a Jeová (Pv. 8:13), e o capítulo oito inteiro fala da sabedoria de Jeová. A sabedoria disse: “Desde a eternidade fui ungida, desde o princípio, antes do começo da terra. ANTES DE HAVER ABISMOS, FUI GERADA” (Pv. 8:23-24). Este texto revela que há muitos abismos, todos criados por Jeová. Quando ele compassava ao redor a face do abismo, refere-se à terra onde vivemos, feita pela sabedoria de Jeová.

Salomão continua a revelação acerca da sabedoria de Jeová, dizendo: “Então eu estava com ele e era seu aluno; e era cada dia as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo. FOLGANDO NO SEU MUNDO HABITÁVEL, E ACHANDO AS MINHAS DELÍCIAS COM OS FILHOS DOS HOMENS” (Pv. 8:30-31). A sabedoria de Jeová declara que vive folgando no mundo habitável de Jeová? E acha as delícias deste mundo com os filhos dos homens? Mas Tiago, na sua Epístola Universal, diz pelo Espírito Santo do Pai:“ADÚLTEROS E ADÚLTERAS, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quer ser amigo do mundo constitui-se em inimigo de Deus” (Tg. 4:4). A sabedoria de Jeová, isto é, Jeová, acha suas delícias com os filhos dos homens deste mundo, e a sabedoria de Deus Pai, que é Jesus, chama de adúlteros os que buscam as delícias deste mundo?

Como Jeová, pela sua sabedoria, folga neste mundo, e acha suas delícias com os filhos dos homens, Jeová põe o mundo no coração dos homens. Isto está em Ec. 3:11. Mas João, o apóstolo do amor, declara: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (I Jo. 2:15-17).

Jeová declara que este mundo lhe pertence: “De Jeová é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl. 24:1). Pois Jeová os criou (Sl. 89:11). João, entretanto, declara, dizendo:“Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo jaz no maligno” (I Jo. 5:19). Jaz quer dizer: deitado, prostrado, morto ou como morto, sepultado, etc.

Jeová declara que o mundo está firmado e que não se abala: “Dizei entre as nações: Jeová reina; o mundo também se firmará para que nunca se abale” (Sl. 96:10). Mas o apóstolo Pedro declara que vai ser destruído: “Mas os céus e a terra que agora existem, pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios” (II Pd. 3:7).

Este mundo, no qual Jeová, pela sua sabedoria anda folgando. O salmista diz que ele formou o leviatã para nele folgar (Sl. 104:26). Que é o leviatã? O jacaré. Jeová anda folgando com jacarés? Isaías declara que Jeová vai castigar com sua grande espada a leviatã, a serpente veloz, e a leviatã, a serpente tortuosa, e matará o dragão que está no mar (Is. 27:1). Leviatã é figura de Satanás; e Jeová formou Satanás para nele folgar?

Vejamos agora o que o Novo Testamento revela sobre o abismo de Jeová, isto é, este mundo, pela boca do grande apóstolo Paulo: “Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo). Ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo)” (Rm. 10:6-7). O abismo é o lugar aonde vão todos os que morrem. É a morada dos mortos. Davi declarou, dizendo: “Jeová, fizeste subir a minha alma da sepultura; conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo” (Sl. 30:3). É fantástico! Antes de este mundo ser criado, já existia o abismo, como se os homens estivessem todos predestinados para a morte.

Mas ainda há algo mais terrível que a Bíblia fala sobre o abismo, e que nós precisamos saber: Quando Satanás se exaltou pela soberba, e disse: “Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao altíssimo. E CONTUDO LEVADO SERÁS AO INFERNO, AO MAIS PROFUNDO DO ABISMO” (Is. 14:13-15). O abismo que é este mundo em que vivemos, é o lugar dos mortos onde Jesus entrou para de lá arrancar os mortos, é também o inferno, e a morada de Satanás. Sendo assim, em Gn. 1:2 o inferno já existia antes da narrativa da criação.

Quando Jacó, no leito de morte, abençoou seus doze filhos, quando abençoou José, assim falou: “Pelo deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-poderoso, o qual te abençoará com bênçãos dos céus de cima, com bênçãos do abismo que está debaixo, com bênçãos dos peitos e da madre” (Gn. 49:25). As bênçãos do céu de cima são sol e chuva na estação certa para a terra produzir fruto. As bênçãos do abismo são as bênçãos do inferno, que são: o poder, a glória, as riquezas, as propriedades, servos e servas, palácios, fama, status, e etc. Mas Jesus diz: “Aquele que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lc. 14:33).

Uma coisa para intrigar qualquer leitor da Bíblia, é a seguinte: “Porque o reino é de Jeová, e ele reina sobre as nações” (Sl. 22:28). Jeremias declara também: “Quem te não temeria a ti, ó rei das nações? pois isto só a ti pertence; porquanto entre todos os sábios das nações, e em todo o seu reino ninguém há semelhante a ti” (Jr. 10:7). Se Jeová é o rei das nações é o rei deste mundo, e se é o deus deste mundo é o rei do abismo, pois este mundo é o abismo. E é também o rei do inferno, pois o abismo é o inferno. E reina junto com Satanás, que é também o rei deste mundo (Lc. 4:5-8). E Jeová reina sobre os mortos, pois Jesus declara que todos neste mundo estão mortos (Mt. 8:21-22; Jo. 5:24).

Só Jesus reina sobre vivos, por isso declarou: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo. 5:24).

Há um detalhe que precisamos falar para finalizar: Jeová disse que vai criar céus novos e nova terra, e toda carne irá adorá-lo de sábado a sábado, e verão os corpos mortos dos que pecaram contra Jeová, onde o bicho não morre, e o fogo nunca se apaga (Is.66:22-24). E Jesus, em Mc.9:42-48, revela que esse novo céu e nova terra criados por Jeová é o inferno. Sendo assim, a criação de Jeová é precedida pelo inferno em Gn.1:2, e é o fim da sua criação, segundo a profecia do último capítulo de Isaías.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(370) – JEOVÁ E O SEXO

JEOVÁ E O SEXO

         Jeová declara que o sexo dos humanos é incompatível com a sua santidade. Ele declarou dizendo: “SANTOS SEREIS, PORQUE EU, JEOVÁ VOSSO DEUS, SOU SANTO” (Lv. 19:2). Quando Jeová ordenou a Moisés que chamasse o povo de Israel para receber a lei ao pé do monte Sinai, proibiu o povo de subir ou tocar no monte, sob pena de morte (Ex. 19:12). Então Moisés desceu do monte e falou ao povo, dizendo: “Estai prontos ao terceiro dia; e não chegueis a mulher” (Ex. 19:15). Fica assim provado que a prática do sexo é incompatível com a santidade de Jeová. Não é só neste caso, no qual condena a união sexual. Quando Davi fugia da face do rei Saul, que queria matá-lo por ciúme e inveja, cansado e faminto Davi foi a Nobe, ao sacerdote Aimeleque, e pediu alguns pães. Aimeleque lhe disse: Não tenho pão comum à mão; há, porém, pão sagrado, SE AO MENOS OS RAPAZES SE ABSTIVERAM DAS MULHERES. E respondeu Davi: Sim, em boa fé as mulheres se nos vedaram desde ontem; e anteontem, quando eu saí. Então o sacerdote lhe deu o pão sagrado (pão da proposição). Se Davi e os rapazes tivessem tocado nas mulheres não poderiam tocar nos pães da proposição, sob pena de morte (I Sm. 21:1-6).Todos os adoradores de Jeová, que praticam o sexo de um a três dias antes do culto e da pregação, estão condenados à morte por Jeová, pois declarou que ele não muda (Ml. 3:6). Estão debaixo de maldição os que não observam as ordenanças de Jeová, que disse: “Será porém que, se não deres ouvidos à voz de Jeová teu deus, para não cuidares em fazer todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então sobre ti virão todas as maldições, e te alcançarão” (Dt. 28:15).

Se você pensa que Jesus veio e mudou as ordens de Jeová, está enganado. Jesus declarou, dizendo: “Não cuideis que vim destruir a lei e os profetas; não vim abrogar, mas cumprir” (Mt. 5:17). E Tiago fala na sua epístola: “Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei como transgressores. Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, é réu de todos” (Tg. 2:9-10).

Jeová revela porque proíbe o sexo antes de alguém se achegar a ele. No capítulo quinze do livro deLevíticos, lemos que Jeová disse a Arão e a Moisés: “Falem aos filhos de Israel, dizendo: Todo o homem que padeça de gonorréia (blenorragia), será imundo” (v.2). A blenorragia é uma inflamação purulenta na uretra, causada pelo bacilo ‘Gonococo’ que, se não detectada em tempo e curada, invade o corpo comprometendo todo o mecanismo genital. Nas nossas Bíblias está escrito ‘fluxo’, mas no original hebraico está a palavra gonorréia. É uma praga infecciosa que se transmite pelo ato sexual. O tratamento era muito doloroso, mas hoje, três mil e seiscentos anos depois, com o advento dos antibióticos, foi quase erradicada. Em Lv. 15:1, em lugar de fluxo, leia-se gonorréia. Em Lv. 15:13também.

Temos em mãos a Bíblia editada pela BAC (Biblioteca de Autores Cristãos), situada em Madri, Espanha, edição de 1953. Nessa Bíblia, oficial da editora BAC, que editou quase todos os livros da patrística, isto é, dos pais da Igreja cristã dos primeiros quatro séculos, diz o texto do livro de Levíticos, que o homem ou a mulher, portadores de gonorréia, ficam imundos, e não podem entrar na tenda do tabernáculo. Todo móvel, cadeira, banco, cama, em que se assente o imundo, fica também imundo. Quem tocar nesses objetos contaminados, fica imundo também. Depois da lavagem da purificação, à tarde, fica limpo. Quando o que padece de gonorréia sara, fica sete dias fora do santuário para purificação. Ao oitavo dia tomará duas pombinhas ou duas rolas, e vai perante Jeová, à porta da tenda da congregação, e os dará ao sacerdote, que oferecerá uma para expiação do pecado, e outra para o holocausto. Assim o sacerdote fará expiação pela sua gonorréia perante Jeová. Tudo isto está emLevíticos 15:1-15.

O que é de espantar, é que Jeová compara a imundícia da gonorréia com a imundícia da semente da cópula dos homens. Isto quer dizer, que para Jeová, o esperma humano é imundo por natureza. Continuemos a leitura do capítulo quinze de Levíticos para comprovar esta verdade bíblica.

O problema é que Jeová condena o ato sexual, e não o pastor Olavo, conforme alguns críticos. Prossigamos:

Diz o texto sagrado: “Também o homem, quando sair dele a semente da cópula, toda a sua carne banhará com água e será imundo até à tarde. Também todo o vestido, e toda a pele em que houver semente da cópula, ambos se banharão com água e serão imundos até a tarde” (Lv. 15:16-18). Entretanto, para chegar ao tabernáculo, tem de esperar três dias (Ex. 19:12; I Sm. 21:1-6). Se não respeitar esse prazo de purificação e santificação depois do ato sexual, morre, tal é a imundícia da semente da cópula para Jeová.

A mulher, quando passa pela menstruação, fica imunda sete dias, e qualquer que a tocar fica imundo até a tarde (Lv. 15:19-20). Qualquer que toque o leito da mulher, ou um móvel em que ela se sentou, tem de se lavar com água e fica imundo até a tarde (Lv. 15:22-23). A mulher só fica livre da imundícia da ovulação, depois de passados sete dias (Lv. 15:28). Ao oitavo dia tomará duas rolas, ou dois pombinhos, e os levará ao sacerdote, que oferecerá um para expiação do pecado, e outro para holocausto; e o sacerdote fará por ela expiação do fluxo da sua imundícia perante Jeová (Lv. 15:29-30). TODO ESTE RITUAL É O MESMO QUE FOI FEITO PARA A PURIFICAÇÃO DA GONORRÉIA, QUE É DOENÇA VENÉREA INFECCIOSA IMUNDA.

Jeová mandou dizer também: “Ninguém da semente de Arão, que for leproso, ou tiver gonorréia, comerá das coisas santas, até que seja limpo; como também o que tocar alguma coisa imunda de cadáver, ou aquele que sair a semente da cópula” (Lv. 22:4). Nesta passagem Jeová compara a imundícia e a impureza da lepra com a impureza da gonorréia, e também com a imundícia do esperma que sai do homem. Os famintos de sexo das igrejas que se cuidem diante da ira vingativa de Jeová, que ditou a Moisés nocapítulo quinze do livro de Levíticos.

Agora dá para entender porque toda criança que nasce, fruto do sexo, nasce imunda, e a mãe fica imunda sete dias (Lv. 12:2). “Depois ficará trinta e três dias no sangue da sua purificação; nenhuma coisa santa tocará, nem irá ao santuário” (Lv. 12:4). “Mas se tiver fêmea, será imunda duas semanas, e ficará sessenta e seis dias no sangue da sua purificação” (Lv. 12:5). “Depois da purificação trará ao sacerdote um cordeiro de um ano por holocausto, e um pombinho ou rola para expiação do pecado” (Lv. 12:6). Desde quando um casal santo, unido por Deus, e que se amam, ao trazer ao mundo um filho ou uma filha, tem que fazer sacrifício por pecado? Só na cabeça de Jeová (Lv. 12:6-7).

E Jeová acaba o ensinamento, dizendo: “Assim separareis os filhos de Israel das suas imundícias, para que não morram nas suas imundícias, contaminando o meu tabernáculo, que está no meio deles. Esta é a lei daquele que tem gonorréia, e daquele de quem sai a semente da cópula, e que fica por ela imundo, como também a mulher enferma na sua separação, e daquele que padece gonorréia, seja varão ou fêmea, e do homem que se deita com mulher imunda” (Lv. 15:31-33).

Para Jesus o matrimônio é santo e limpo, e na carta aos Hebreus está escrito: “Venerado seja entre vós o matrimônio e o leito sem mácula” (Hb. 13:4). Isto quer dizer que o casamento nada tem de imundo como Jeová declarou. Além do mais, o matrimônio cristão é figura do casamento de Cristo com a Igreja(Ef. 5:25-32).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(369) – O PECADO DE MOISÉS

O PECADO DE MOISÉS

         Jeová condenou Moisés à morte para não entrar na terra de Canaã. Não foi, portanto, morte natural, mas condenatória, porque se não morresse, entraria. Leiamos o texto: “Então subiu Moisés das campinas de Moabe ao monte Nebo, ao cume de Pisga, que está defronte de Jericó; e Jeová mostrou-lhe toda a terra de Gileade até Dã. E todo Naftali, e a terra de Efraim, e Manassés, e toda a terra de Judá, até o mar último. E o sul, e a campina do vale de Jericó, a cidade das palmeiras até Zoar. E disse-lhe Jeová: Esta é a terra que jurei a Abraão, Isaque, e Jacó, dizendo: À tua semente a darei; mostro-ta para a veres com os teus olhos, porém para lá não passarás. Assim morreu ali Moisés, servo de Jeová, na terra de Moabe, conforme ao dito de Jeová. E o sepultou num vale, e ninguém sabe até hoje o lugar da sua sepultura” (Dt. 34:1-6). Pelo texto, é óbvio que Jeová o matou e o sepultou, e Satanás sabia onde estava Moisés morto (Jd. 9).

Está provado que Jeová matou Moisés para não entrar na terra prometida, Canaã. Pela pregação de todas as correntes religiosas cristãs, Canaã é figura do céu. Há um hino que declara isso, dizendo: ‘Caminhando eu vou para Canaã, glória a Deus, caminhando eu vou para Canaã’. Ora, se Canaã é figura do céu, Moisés, sendo proibido de entrar em Canaã, indica que está fora do céu. E a forma pela qual Jeová proibiu o povo de entrar na nova terra está na Epístola aos Hebreus, que diz: “Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes?” (Hb. 3:17-18). Moisés foi impedido, pela morte, de entrar no repouso, e isso pela ira de Jeová. Moisés mesmo o declara, dizendo: “TAMBÉM JEOVÁ MUITO SE INDIGNOU CONTRA MIM POR VOSSA CAUSA, DIZENDO: TAMBÉM TU LÁ NÃO ENTRARÁS” (Dt. 1:37).

Se Jeová fosse o Deus Pai, Moisés estaria no inferno eternamente, nas mãos de Satanás; e é o que aconteceu. Quando Jesus, que amou Moisés, e depois de ressuscitado mandou buscá-lo, ele estava no inferno, nas mãos de Satanás. O texto diz: “MAS O ARCANJO MIGUEL, QUANDO CONTENDIA COM O DIABO, E DISPUTAVA A RESPEITO DO CORPO DE MOISÉS, NÃO OUSOU PRONUNCIAR JUÍZO DE MALDIÇÃO CONTRA ELE; MAS DISSE: O SENHOR TE REPREENDA” (Jd. 9). Jeová condenou Moisés; Jesus Cristo o ressuscitou, logo Jeová não é nem Jesus e nem o Pai. Jeová matou e condenou Moisés ao inferno, Jesus, cheio de amor do Pai, foi buscá-lo no inferno.

O Novo Testamento revela que Moisés, o servo de Jeová era cristão legitimo. Leiamos o texto:“Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível” (Hb. 11:24-27). Moisés tinha quarenta anos (At. 7:23-29). Moisés esteve no deserto por mais quarenta anos. Aos oitenta anos, Jeová lhe apareceu numa chama de fogo, num sarçal, e disse-lhe: “Eu sou o deus de teus pais, o deus de Abraão, e o deus de Isaque, e o deus de Jacó. E Moisés, todo trêmulo, não ousava olhar. E disse-lhe Jeová: Tira as alparcas dos teus pés, porque o lugar em que estás é terra santa” (At. 7:30-33). Pela revelação do apóstolo Paulo ficamos sabendo que as alparcas de Moisés, que Jeová mandou tirar, era o evangelho da paz (Ef. 6:15). Sendo assim, como Jeová ia dar a lei, que é incompatível com o Evangelho, ordenou a Moisés a descalçar o evangelho da paz, que calçou aos quarenta anos. Vamos ler o texto que prova que a lei de Jeová é incompatível com o evangelho: “ESTAI POIS FIRMES NA LIBERDADE COM QUE CRISTO NOS LIBERTOU, E NÃO TORNEIS A METER-VOS DEBAIXO DO JUGO DA SERVIDÃO. EIS QUE EU, PAULO, VOS DIGO QUE, SE VOS DEIXARDES CIRCUNCIDAR, CRISTO DE NADA VOS APROVEITARÁ. E DE NOVO PROTESTO A TODO HOMEM, QUE SE DEIXA CIRCUNCIDAR, QUE ESTÁ OBRIGADO A GUARDAR TODA A LEI, SEPARADOS ESTAIS DE CRISTO, VÓS QUE VOS JUSTIFICAIS PELA LEI: DA GRAÇA TENDES CAÍDO” (Gl. 5:1-4). Fica assim provado que lei de Jeová é o maior obstáculo para a salvação gratuita através de Cristo.

Moisés creu em Jesus Cristo, e escolheu ser maltratado com o povo de Deus, do que desfrutar dos prazeres do Egito; e depois de servir Jeová por quarenta anos, caiu em desgraça e foi condenado à morte para não entrar no repouso, juntamente com a geração maldita que saiu do Egito. Como Moisés foi ressuscitado por Jesus e libertado do poder de Satanás, como lemos em Judas nove, aparecendo vivo no monte da transfiguração, em glória, fica evidente que foi salvo (Lc. 9:28-31). Cumpriu-se em Moisés a palavra de Paulo, que diz: “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm. 8:38-39).

Vejamos o conceito de Moisés aos olhos de Jeová. Mirian e Arão, seus irmãos, se levantaram contra Moisés, que por ser manso, se calou. Jeová tomou as dores, e lhes disse: “Se entre vós houver profeta, eu, Jeová, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras, pois ele vê a semelhança de Jeová. Por que pois, não tivestes temor de falar contra meu servo, contra Moisés? Assim a ira de Jeová acendeu-se contra eles.  E se foi” (Nm. 12:1-9). De outra feita, três varões se levantaram contra Moisés: Coré, Datã e Abirão. Jeová novamente tomou as dores, e fez a terra se abrir; e eles, suas mulheres, e seus filhos, todos desceram vivos ao sepulcro (Nm. 16:32-34). E fogo de Jeová consumiu 250 varões, maiorais do povo, que seguiram os que morreram (Nm. 16:1-2, 35). Podemos medir a grandeza de Moisés diante de Jeová. O povo judeu estava em pecado, e Jeová disse a Jeremias:“Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, eu não seria com este povo” (Jr. 15:1).

Pois Jeová rejeitou Moisés, proibindo-lhe a entrada em Canaã, e o matou, e o mandou ao inferno. E qual o tão grande pecado que Moisés cometeu contra Jeová, a ponto de ser entregue a Satanás? (Dt. 34:1-6; Jd. 9). O pecado imperdoável cometido por Moisés, que anulou quarenta anos de fieis serviços prestados à Jeová foi amor ao seu povo. Moisés amava seus irmãos. O povo, no deserto pediu a Arão que lhes fizesse o bezerro de ouro, pelo que Jeová, cheio de furor, decidiu destruir a nação toda. Moisés, por amor ao povo, suplicou a Jeová de forma tão positiva, que Jeová o ouviu (Ex. 32:10-14). Depois de peregrinar por quarenta anos no deserto, foram enviados doze espias para sondar a terra. Ao voltarem, dez deles infamaram a terra, e o povo chorou e murmurou. Novamente Jeová, cheio de furor, decidiu destruí-los. Novamente Moisés, cheio de amor, intercedeu pelo povo com tanto ardor, que Jeová voltou atras (Nm. 14:11-20).

A diferença, portanto, entre o Deus Pai e Jeová, é a seguinte: Para o Pai, quem ama a seu irmão tem a vida eterna, e para Jeová quem ama a seus irmãos mais do que a ele, morre (I Jo. 3:14). Também, para mostrar que ama a Deus, o cristão tem de amar o irmão, e no Velho Testamento, se Jeová é contra alguém, temos de aborrecê-lo também. Felizmente no Novo Testamento, Deus é amor, e não aborrece ninguém.

Davi, personagem do Velho Testamento, e amado de Jeová, disse: “Não aborreço eu, ó Jeová, aqueles que te aborrecem, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti? Aborreço-os com ódio completo; tenho-os por inimigos” (Sl. 139:21-22). Mas nós, os cristãos, amamos, inclusive os inimigos e perseguidores.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(368) – AS DUAS CRIAÇÕES

AS DUAS CRIAÇÕES

 

Em Gênesis, capítulo um, verso um, está escrito: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Agostinho, grande pregador e intérprete da Bíblia, no seu livro ‘GÊNESIS, LETRA POR LETRA’, declarou o seguinte: ‘Por céus entendam-se as coisas espirituais, e por terra entendam-se as materiais.’ Quando falamos de duas criações, ninguém pense que as espirituais são criadas junto com as materiais, pois são criações diferentes. A criação material contem o universo, as nebulosas, as galáxias, os planetas, as estrelas, os cometas, etc. (Gn.1:14 a 19). A criação espiritual não se compõe de matéria, pois é uma criação espiritual. O deus do Velho Testamento, é o dono da criação material, por isso declara a Bíblia:“De Jeová é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl.24:1; Is.42:5). Jeová também come carne e bebe leite. Ele apareceu a Abraão acompanhado de mais dois anjos. Abraão chamou Sara e mandou fazer um bolo, assar uma vitela, preparou manteiga, e comeu com Jeová (Gn. 18:1-8).

A criação espiritual começou em Jesus Cristo. No livro de Apocalipse lemos: “E Adoraram-na todos os que habitam sobre  a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap. 13:8). Se o mundo foi fundado quando Jesus morreu na cruz, não foi fundado no tempo de Adão, ou antes. Por isso mesmo, o evangelista Lucas declarou: “A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus” (Lc.16:16). A criação espiritual começou quatro mil anos depois do primeiro Adão. Jesus é portanto o princípio da nova criação, isto é, da criação espiritual; e a Bíblia o chama de último Adão. Ora, a palavra Adão, vem do hebraico Adamá (terra), pois foi feito do pó da terra (Gn. 2:7; 3:19).

Jesus é o último Adão, porque é o último homem formado do pó da terra. João declarou: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo. 1:14). E Paulo diz: “Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em Espírito vivificante” (I Co. 15:45). Jesus nascido em carne, é o Jesus feito do pó, e sujeito a todas as fraquezas e tentações próprias do primeiro Adão e sua descendência (Hb. 4:15). Cremos então que o Verbo se fez carne no batismo de Jesus, pois o Verbo é Deus (Jo. 1:1); e Deus não pode ser tentado (Tg. 1:13). Jesus, nascido em carne, foi tentado trinta anos na carne, e ao ser batizado, Deus, o Pai falou, dizendo: “Tu és meu Filho, hoje te gerei” (Lc. 3:21-2 – Bíblia de Jerusalém).

Quando Jesus foi tentado, a tentação vinha da carne, isto é, de dentro, pois foi tentado como nós. Depois do batismo foi tentado por Satanás, mas não foi tentado por dentro. Tiago explica: “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg. 1:14-15).

Vamos comparar as duas criações para vermos se são iguais ou diferentes:

1) Na primeira criação, as trevas existiam primeiro: “A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo” (Gn. 1:2). Na segunda criação, a luz existia primeiro: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. NELE ESTAVA A VIDA, E A VIDA ERA A LUZ DOS HOMENS” (Jo. 1:1-4). “Ali estava a luz verdadeira, que alumia todo o homem que vem ao mundo” (Jo. 1:9). “Esta é mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos; que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas” (I Jo. 1:5). A criação de Deus, o Pai, não começa com trevas, mas com a luz, que é Jesus (Jo. 8:12).

2) Na primeira criação prevaleciam as trevas. Sobre Israel, quando saiu do Egito, o salmista diz: “E os levou por caminho direito, para irem à cidade que deviam habitar. Louvem a Jeová pela sua bondade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens. Pois fartou a alma sedenta, e encheu de bens a alma faminta; tal como a que se assenta em trevas e sombra da morte, presa em aflição e em ferro. Por isso é que se rebelaram contra as palavras de Jeová” (Sl. 107:7-11). E mil anos mais tarde: “O juízo está longe de nós, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão” (Is. 59:9-10). Na segunda criação prevalece a luz. Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo. 8:12). E disse aos discípulos: “Vós sois a luz do mundo: não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se põe debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos os que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt. 5:14-16).

3) Na primeira criação, o Sol era negro, pois estando presente não iluminava: “Porque não chegastes ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras …” (Hb. 12:18-19). Quem falava do meio das trevas era Jeová (Dt. 4:11-2; 5:23). E Jeová é um Sol (Sl. 84:11). Portanto Sol negro. O Sol da segunda criação é luminoso, e alumia também os que andam em trevas. Jesus falou: “Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelo que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus, porque faz com que o seu Sol se levante sobre maus e bons” (Mt. 5:43-45).

4) Na primeira criação, o povo de Jeová, para onde ia, espalhava trevas: “E, chegando às nações para onde foram, profanaram o meu santo nome, pois se dizia deles: Estes são o povo de Jeová” (Ez. 36:20). O povo, antes de ser espalhado entre as nações, profanaram a sua própria terra (Jr. 19:4; Ez. 22:8). Profanaram o santuário (Ez. 23:38). Jeová queria ter um grande nome entre as nações, mas Israel profanou o nome de Jeová entre as nações (Ml. 1:11-12). Na segunda criação, o povo de Deus, o Pai, leva a luz resplandecente: “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fp. 2:14-15).

5) Na primeira criação, Eva arrasta o primeiro Adão para o pecado e a morte, e também a sua descendência (Gn. 3:6, 17-9). Na segunda, o último Adão, Jesus Cristo, salva a sua Igreja, isto é, sua Eva. Paulo explica o mistério, dizendo: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (II Co. 11:2-3). E Paulo acrescenta: “Vós, maridos, amais vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a pela lavagem da água, pela palavra, para apresentar a si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef. 5:25-27).

6) Na primeira criação, a herança futura e eterna era a Jerusalém da terra, pois o primeiro concerto, o de Jeová, só promete isso. Na segunda criação, a herança é a Jerusalém celestial, isto é, do céu. Paulo explica o enigma, revelando que a Jerusalém da terra é Hagar, a egípcia, cujos filhos são escravos com ela. Esse é o concerto do Sinai. Mas Sara é figura da Jerusalém celestial, e Isaque é figura dos filhos da promessa, isto é, dos que nasceram de novo, gerados pelo Espírito Santo. Ler Gl. 4:21-26 e Jo. 3:3-6. E que a criação espiritual já foi feita, pode-se comprovar na Epístola aos Hebreus, que diz: “Chegastes ao monte de Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos; à universal assembléia e Igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; e a Jesus, o Mediador de uma Nova Aliança” (Hb. 12:22-24). Não está escrito: Chegareis, mas: Chegastes!

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(367) – CONVERSÃO DE SAULO

CONVERSÃO DE SAULO

                Saulo de Tarso, foi circuncidado ao oitavo dia, era da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei foi fariseu, segundo o zelo, perseguidor da Igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível (Fp. 3:5-6). Saulo era, portanto, fiel a Jeová, o deus de Israel e autor da lei(Is. 51:7). Os príncipes e sacerdotes do templo condenaram Jesus a morte como impostor (Mt. 26:63-68). Saulo, judeu de grande projeção, fiel a Jeová e à lei, foi constituído pelos sacerdotes para perseguir e matar os seguidores do falso Messias, que crescia em número. A história foi assim: Estevão, o primeiro mártir, foi apedrejado diante de Saulo, que estava cheio de ira (At. 7:58-59). E Saulo, respirando ameaças e mortes contra os discípulos de Jesus, dirigiu-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para meter na prisão os membros daquela seita (At. 9:1-2, 22:4-5). E Saulo declara que fazia isso como zelador de Jeová (At. 22:3). Saulo, o crente em Jeová, perseguia e matava os crentes em Jesus.

Quando Saulo ia para Damasco, Jesus lhe apareceu num resplendor de luz, e disse-lhe: Saulo, Saulo, por quê me persegues? Saulo perguntou, caído do cavalo: Quem és Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus a quem tu persegues. E Paulo, convertido, disse: Senhor, que queres que eu faça? Dissemos Paulo, porque seu nome foi trocado de Saulo para Paulo. Saulo vem de Shaul (que significa sepultura). Paulo significa pequeno, pois ele se julgava o menor dos apóstolos. Logo após a conversão, Paulo abandonou todo o sistema religioso de Jeová. Para Paulo, agora, o sábado era uma sombra, e sombra não tem forma real (Cl. 2:16-17). O texto diz que o sábado é sombra de coisa futura. O descanso real do povo peregrinando no deserto, era Canaã. O sábado era uma sombra desse descanso. O povo nunca chegou nesse descanso até hoje.

Paulo falou que o sábado é sombra de coisa futura, isto é, do reino glorioso do Messias, que nunca aconteceu. Cristo é o corpo porque é real. Paulo, então, pertencendo a Cristo, se voltou contra o judaísmo, contra a lei, e contra Jeová; contra o Velho Testamento, e contra Moisés, o mediador de Jeová; contra a circuncisão. Vejamos:

1) Paulo, que segundo a lei, foi fariseu, depois de convertido pregava contra a lei de Jeová. Os judeus testemunharam isso, dizendo: “E já acerca de ti foram informados de que ensinavas todos os judeus que estão entre os gentios a apartarem-se de Moisés, dizendo que não devem circuncidar seus filhos nem andar segundo o costume da lei” (At. 21:21). Mais tarde, viram-no no templo, e o prenderam, clamando: “Varões israelitas, acudi; este é o homem que por todas as partes ensina a todos, contra o povo e contra a lei, e contra este lugar; e, demais disto, introduziu também no templo os gregos, e profanou este santo lugar” (At. 21:27-28).

2) A circuncisão é a base da religião judaica juntamente com o sábado. E Paulo fez as seguintes declarações: “Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem virtude alguma; mas sim a fé que opera por caridade” (Gl. 5:6). E mais à frente diz: “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão e nem a incircuncisão tem virtude alguma; mas sim o ser uma nova criatura” (Gl. 6:15). E para Jeová, quem não fosse circuncidado, morria (Gn. 17:10-14). Isto era um concerto perpétuo (Gn. 17:13). Paulo anulou o concerto de Jeová, o que prova que os de Cristo tem de deixar Jeová.

3) Paulo, no judaísmo estava cego, e após a conversão a Cristo, os seus olhos se abriram (At. 9:8-18).Ele adorava a Jeová como o deus que deu a lei (Dt. 4:10-14, 5:22-24). Quando seus olhos se abriram, percebeu que a lei foi dada pelos anjos e não por Deus. Ele disse: “Para que a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa havia sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro” (Moisés – Gl. 3:19). Estevão declara o mesmo em At. 7:53. Ora, foi Jeová que deu a lei, logo Jeová é, também, anjo. E Paulo, ousadamente, afirma que os cristãos vão julgar os anjos, logo vão julgar também a Jeová! (I Co. 6:2-3).

4) Paulo, que era tão fiel à lei de Jeová, mudou tanto com a conversão a Cristo, que declarou em alto e bom som, que quem guarda a lei divorcia de Cristo: “Estai pois firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo homem que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós os que  vos justificais pela lei: da graça tendes caído” (Gl. 5:1-4). Primeiro fala que Cristo libertou da lei, logo a lei só faz escravos. Depois compara a lei a ‘jugo e servidão’. Pedro declara o mesmo em At. 15:5-10. Ir contra a lei de Jeová é rebelião. Pois Paulo se rebelou contra Jeová.

5) Jeová, o oleiro, fez dois vasos. Um para honra e outro para desonra. Um para a salvação, e outro para a perdição (Rm. 9:21-22). E Paulo declara que os vasos de honra, que guardavam a lei nos mínimos detalhes, não alcançaram a justiça de Deus porque tropeçaram em Jesus Cristo (Rm. 9:30-3).

6) Paulo declara também que Cristo lhe deu ousadia para ser ministro do Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata mas o Espírito vivifica (II Co. 3:4-6). Nesta declaração Paulo revela que não é ministro da lei, pois a lei mata, e o Espírito vivifica. O Paulo, que, quando era de Jeová era fariseu da lei (Fp. 3:5), agora, pertencendo a Jesus, não é mais ministro da lei.

7) “E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito?” (II Co. 3:7-8). Paulo descobriu que o ministério dado por Jeová a Moisés, era o ministério da morte. É chamado ministério da morte porque toda vez que alguém errava ou pecava, morria (Ex. 32:25-29; Lv. 10:1-2; 20:10-11; 21:9; Nm.11:1; 14:28-29, 37; 16:30-33, 35 e 49; 25:9, etc.). E está dito que veio em glória porque o rosto de Moisés brilhava. Glória transitória.

8) Paulo chamou o ministério do Velho Testamento de ministério de condenação (II Co. 3:9). E por quê? Porque condenava o culpado. A glória da lei é condenar o criminoso. Nessa hora Paulo encontra alguma dificuldade para explicar. Ele diz: “Porque o que foi glorificado nessa parte não foi glorificado, por causa da excelente glória” (II Co. 3:10). Ora, todas as nações com suas leis humanas, sempre condenaram os culpados. A verdadeira glória, que não é transitória, mas permanente e eterna, está em recuperar o culpado, e não em condenar e matar como fazia a lei de Jeová. A grande obra de Jesus, que acabou com a lei, foi salvar ladrões, prostitutas, efeminados e sodomitas, homicidas e corruptos, fazendo deles pessoas tão santas e boas como o próprio Jesus. Esta glória é glória (Ef. 4:13).

9) Ao declarar que os cristãos não são ministros do Velho Testamento, e nem da lei do velho concerto, Paulo se coloca contra Jeová, o autor do mesmo (II Co. 3:6-7).

10) O apóstolo estava tão seguro do que ensinava, que declarou que Cristo aboliu o Velho Testamento. O texto diz: “E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório. Mas os seus sentidos foram endurecidos. Porque até hoje o mesmo véu está por se levantar na lição do Velho Testamento, o qual foi por Cristo abolido” (II Co. 3:13-14).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(366) – PROEZAS DE JEOVÁ – II

PROEZAS DE JEOVÁ 2

            No estudo anterior, vimos que o verdadeiro Deus não se embaraçou com as guerras entre os homens; guerras fratricidas e injustas, movidas pelo poder e pela ambição (At. 14:15-16). Jeová ensinava seus servos a guerrear. Davi disse: “Jeová instrui as minhas mãos para a peleja” (II Sm. 22:35).“Alargastes os meus passos debaixo de mim, e não vacilaram os meus artelhos. Persegui os meus inimigos, e os derrotei, e nunca me tornei até que os consumisse. E os consumi, e os atravessei, de modo que nunca mais se levantaram, mas caíram debaixo dos meus pés. Porque me cingiste de força para a peleja, fizeste abater debaixo de mim os que se levantaram contra mim. Deste-me o pescoço de meus inimigos, daqueles que me tinham ódio, e os destruí. Olharam, porém não houve libertador; sim, para Jeová, porém não lhes respondeu. Então os moí como o pó da terra; como a lama das ruas os trilhei e dissipei” (II Sm. 22:37-43).

Paulo, cheio do Espírito Santo, ensina, dizendo: “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens” (Rm. 12:18). E disse mais: “A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp. 4:7). A obra de Jeová sempre foi matar, escravizar e destruir as nações e os homens, inclusive, o seu povo, se pecasse (Dt. 28:59-63). A obra de Jesus é salvar a todos os pecadores (Jo. 3:17; I Tm. 1:15).

Jeová, para a realização das guerras destruidoras de almas, usava toda a sua ciência, todos os seus recursos, e toda a sua ira e furor. Ele disse: “Dei-te um rei na minha ira, e to tirei no meu furor” (Os. 13:11). Para destruir o seu próprio povo, proferiu a sentença infernal, dizendo: “Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até o mais profundo do inferno, e consumirá a terra com a sua novidade, e abrasará o fundamento dos montes. Males amontoarei sobre eles, as minhas setas esgotarei contra eles. Exaustos serão de fome, comidos de carbúnculo e de peste amarga; e entre eles enviarei dentes de feras, com ardente peçonha de serpentes de pó. Por fora devastará a espada, e por dentro o pavor; ao mancebo, juntamente com a virgem, assim a criança de mama, como o homem de cãs” (Dt. 32:22-25). Quanto amor e misericórdia! Quanta intenção de salvar!

Jeová usava as palavra e os seus profetas para matar e destruir. Oséias o diz: “Por isso os abati pelos profetas; pela palavra da minha boca os matei; e os teus juízos sairão como a luz” (Os. 6:5). Usava as suas pragas como aconteceu no Egito. E Jeová fez chover pragas sobre Israel; pragas que ele define como coisas maravilhosas (Dt. 28:59-60). Jeová usava para matar e destruir os seus servos mais íntimos. Usou Noé para destruir a humanidade (Gn. 6:7; Hb. 11:7). Davi, o amado de Jeová (Sl. 4:3), foi o maior matador e guerreiro (I Sm. 18:7). Mas as guerras de Davi eram promovidas por Jeová (I Sm. 25:28). Jeová usava homens ímpios e perversos para matar, escravizar, e dominar o mundo, pois entregou todas as nações debaixo dos pés do impiedoso Nabucodonosor, chamando-lhe de servo (Jr. 27:5-8; 11-13; 25:9; 43:10). Outro rei conquistador e sanguinário foi Ciro, o persa, a quem Jeová entregou todos os reinos do mundo, depois de Nabucodonosor (Ed. 1:1-2). Jeová, pela boca de Isaías, o chamou de servo e pastor (Is. 44:26-28). E o chama de Messias ungido (Is. 45:1-3). Pois Ciro, o sanguinário, foi degolado por uma mulher, e colocado numa vasilha cheia de sangue. A mulher disse: “Bebe sangue, tu, que tinhas tanta sede de sangue”. Jeová usava para matar, vespões (Dt. 7:20; Js. 24:12). Jeová usava, como exército, o gafanhoto, a locusta, o pulgão, e a aruga (Jl. 2:25). A espada de Jeová era a peste. Habacuque revela isso: “Adiante dele ia a peste, e os raios de fogo sob seus pés” (Hc. 3:5). Jeová mandou o profeta Gade dizer a Davi, depois que enumerou o povo de Israel, por mandado do próprio Jeová: “Vai, e fala a Davi, dizendo: Assim diz Jeová: Três coisas te proponho: escolhe uma delas para que eu ta faça. Ou três anos de fome, ou que três meses te consuma diante dos teus adversários, e a espada dos teus inimigos te alcance, ou que três dias A ESPADA DE JEOVÁ, ISTO É, A PESTE NA TERRA, e o anjo de Jeová destrua todos os termos de Israel” (I Cr. 21:10-12). Davi, que tinha Jeová por misericordioso, disse: “Caia eu nas mãos de Jeová, pois muitíssimas são as suas misericórdias; mas que eu não caia nas mãos dos homens” (v.13). Então Jeová brandiu a sua espada, e a peste matou setenta mil homens (v. 14). Davi, apavorado e desiludido, clamou a Jeová: “E disse Davi a Jeová: Não sou eu o que disse que se contasse o povo? E eu mesmo sou o que pequei, e fiz muito mal; mas estas ovelhas, que fizeram? Ah! Jeová meu deus, seja a tua mão contra mim, e contra a casa de meu pai, e não para castigo do teu povo” (v. 17).

Jeová declara: “Porque a minha espada se embriagou nos céus; eis que sobre Edom descerá, e sobre o povo do meu anátema, para exercer juízo. A espada de Jeová está cheia de sangue, está cheia de gordura de sangue de cordeiros e de bodes, da gordura dos rins de carneiros; porque Jeová tem sacrifício em Bozra, e grande matança na terra de Edom” (Is. 34:5-6). A tradução da palavra Bozra é ‘aprisco de ovelhas’, portanto trata-se de ovelhas de Jeová, que foram criadas para o matadouro: “Sim, por amor de ti somos mortos todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro” (Sl. 44:22). E a espada de Jeová não faz distinção entre homens e mulheres, entre velhos e crianças, e entre justos e injustos, pois tem sede de sangue. Leiamos o que diz o profeta Ezequiel: “Veio a mim a palavra de Jeová, dizendo: Filho do homem, dirige o teu rosto contra Jerusalém, e derrama as tuas palavras contra os santuários, e profetiza contra a terra de Israel. E dize à terra de Israel: Assim diz Jeová: Eis que eu sou contra ti, e tirarei a minha espada da bainha, e exterminarei do meio de ti o justo e o ímpio. E, por isso que hei de exterminar do meio de ti o justo e o ímpio, a minha espada sairá da bainha contra toda a carne, desde o sul até o norte. E saberá toda a carne que eu, Jeová, tirei a minha espada da bainha; nunca mais voltará a ela” (Ez. 21:1-5). E sabem que espada é esta, de Jeová? É a espada de Nabucodonosor, servo de Jeová: “Tu pois, ó filho do homem, propõe dois caminhos, por onde venha a espada do rei da Babilônia” (Ez. 21:19). “E a espada virá contra Rabá dos filhos de Amom, e contra Judá, em Jerusalém” (v. 20).

Jeová usava a arma da mentira para as guerras. Jeosafá, bom rei em Judá, desceu a Acabe, mau rei de Israel, e este lhe propôs unirem forças para subir contra o rei da Síria, e recuperar Ramote de Gileade (I Rs. 22:1-3). Jeosafá insistiu que primeiro consultassem a Jeová (vs. 4-5). Eram quatrocentos profetas, que, consultados, disseram: “Sobe, porque Jeová a entregará na mão do rei” (v. 6). Mas os profetas estavam enganados, porque Jeová os levou à mentira, pois queria matar a Acabe, rei de Israel. O texto diz: “Agora, pois, eis que Jeová pôs o espírito de mentira na boca de todos os profetas, e Jeová falou mal contra ti” (v. 23). E a guerra foi feita, e Acabe foi morto.

Quantas proezas, quantas tramas, quantas injustiças, de um deus enlameado no meio de homens odiosos, perversos e matadores. E os justos, as crianças de mama, mulheres inocentes, todos sendo mortos nessa lama.

Bem disse Paulo, que Deus, o Pai, revelado por Jesus Cristo, deixou todas as gentes andar em seus próprios caminhos.

Mas Jesus, desceu a este abismo, e deu a sua vida para salvar esses mesmos que Jeová matava.

No próximo estudo, veremos mais proezas do deus deste mundo.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(365) – PROEZAS DE JEOVÁ – I

PROEZAS DE JEOVÁ 1

         Qual a definição de proeza? Proeza é façanha, e façanha é um ato heróico, ato admirável. Proeza é também procedimento censurável. Quando um garoto rebelde põe fogo no capim seco, e o fogo se alastra e queima também árvores frutíferas, alguém diz: “Isso é proeza de fulano”.

Há um texto no livro de Atos dos Apóstolos que chama a atenção. Paulo curou um varão coxo desde o ventre, e as multidões, maravilhadas, chamavam Paulo de Mercúrio (deus da eloqüência), e a seu companheiro Barnabé de Júpiter (pai dos deuses). Um sacerdote de Júpiter, trouxe então um touro para  sacrifício. Paulo e Barnabé, pularam no meio da multidão, e clamaram, dizendo: “Varões, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, e a terra, e o mar, e tudo quanto há neles; O QUAL NOS TEMPOS PASSADOS DEIXOU ANDAR TODAS AS GENTES EM SEUS PRÓPRIOS CAMINHOS” (At. 14:8-16). O que estava Paulo ensinando? Que cada povo fazia a sua própria história. Noé teve três filhos, a saber: SEM, CÃO E JAFÉ. De Sem surgiram os Elamitas, os Persas, os Assírios, os Árabes, os Lídios, os Arameanos, e os Hebreus. De Jafé surgiram os Sumerianos, os Citas, os Medas, os Jônios, os Ibérios, os Moscovitas, os Trácios, e outros. De Cão surgiram os Africanos, os Egípcios, os Líbios, os Cananeus, os Amorreus, os Jebuseus, os Heteus, os Filisteus, os Babilônios, etc. Todos estes povos se desenvolveram, alguns tornando-se em grandes reinos. Pelo que lemos no livro de Atos dos Apóstolos, Deus nunca interferiu na história dos povos da antigüidade.

Deus tem um reino (Mt. 12:28; Jo. 3:3). Esse reino não é aqui na terra, pois Jesus disse: “O meu reino não é deste mundo” (Jo. 18:36). Os reinos deste mundo são de Satanás, que declarou a Jesus essa verdade: “E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu. E Jesus disse: Vai-te Satanás” (Lc. 4:5-8). Paulo declara que o reino de Deus está acima dos céus: “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (II Co. 5:1). “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp. 3:20). “O Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial” (II Tm. 4:18). “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós” (I Pd. 1:3-4).

Ora, se o reino de Deus não é neste mundo, e se os reinos deste mundo estão nas mãos de Satanás, é claro que Deus não iria interferir nos reinos deste mundo, para não entrar em luta contra Satanás. A glória de Deus não aumenta, entrando em luta contra Satanás, mas aumenta quando o cristão, que é menor que esse anjo caído, o vence, e pisa-lhe a cabeça (Tg. 4:7; Rm. 16:20; I Jo. 2:14).Quando Satanás vence o cristão, levando-o a pecar, a glória de Deus é lançada por terra. Resistir às tentações de Satanás, aumenta a glória de Deus e de Jesus, que nos comprou dele (I Co. 6:19-20; Tg. 1:12).

Deus, o Pai, só entrou neste mundo através de Jesus Cristo, que estabeleceu a sua Igreja para vencer Satanás e destruir o seu reino, pelo poder de Jesus Cristo (Mt. 16:18). A chegada do reino de Deus através de Cristo e da Igreja, também não interfere na história dos reinos deste mundo, pois os que crêem em Jesus vão herdar o reino de Deus nos céus (Mt. 25:34). E os cristãos, durante a sua peregrinação neste mundo, são mais fiéis, mais responsáveis, mais honestos, e mais produtivos. A interferência de Deus neste mundo tem por objetivo mudar o destino dos homens depois desta vida, e não mudar ou intervir na história dos reinos deste mundo. É por isso que Jesus disse: “O REINO DE DEUS NÃO VEM COM APARÊNCIA EXTERIOR” (Lc. 17:20-21).

Se Deus, o Pai, o autor e criador de todas as coisas só entrou neste mundo através de Jesus, por isso Lucas diz: “A lei e os profetas duraram até João Batista; desde então é anunciado o reino de Deus” (Lc. 16:16), quem é aquele que fazia estremecer a terra e tremer os reinos? Que punha o mundo como um deserto, e assolava as suas cidades? Que a seus cativos não deixava ir soltos para as suas casas? (Is. 14:16-17). Todos dirão: Este é Satanás. Será? Será Satanás o deus deste mundo, que andava fazendo proezas no Velho Testamento? (II Co. 4:4).

Deus, o Pai, deixou os antediluvianos andar em seus próprios caminhos, mas Jeová interferiu, destruindo a todos (Gn. 6:7). E no livro de Jó lemos que eles foram destruídos antes do tempo (Jó 22:15-16). Esta foi uma grande proeza de Jeová, mas não do Pai.

A segundo proeza foi criação do povo de Israel: “Ouve ó Jacó, servo meu, e tu Israel, a quem escolhi. Assim diz Jeová que te criou e te formou desde o ventre, e que te ajudará” (Is. 44:1). “A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para a minha glória; eu os formei, sim, eu os fiz” (Is. 43:7). E Israel profanou o nome de Jeová (Ez. 36:20-23). E Jeová, que disse: “OPERANDO EU, QUEM IMPEDIRÁ” (Is. 43:13), teve de destruir o seu reino, pois não teve poder para criar um povo que aumentasse a sua glória: “Também a Judá hei de tirar de diante da minha face, como tirei a Israel, e rejeitarei a esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa de que disse: Estará ali o meu nome” (II Rs. 23:27). Que fracasso! Mas foi uma grande proeza.

A terceira proeza foi vergonhosa. Levou a família de Jacó ao Egito com glória, pois José era o governador do Egito. E Faraó deu a melhor terra do Egito a Jacó (Gn. 47:6). Depois da morte de José, Jeová forjou uma escravidão para Israel, pois, mudou o coração dos egípcios, para que odiassem aos israelitas. Diz o texto: “Israel entrou no Egito, e Jacó peregrinou na terra de Cão. E ele multiplicou sobremodo o seu povo, e o fez mais poderoso do que os seus inimigos. MUDOU O CORAÇÃO DELES PARA QUE ODIASSEM O SEU POVO, para que tratassem astutamente o seus servos” (Sl. 105:23-25). Os egípcios se tornaram inimigos de Israel porque Jeová queria ficar famoso através das pragas e da morte dos primogênitos. Leiamos as palavras de Jeová: “E porei entre eles um sinal, e os que deles escaparem enviarei  às nações, a Tarsis, Pul, e Lude, a Tubal e Javã, até às ilhas de mais longe, que não ouviram a minha fama, nem viram a minha glória; e anunciarão a minha glória entre as nações” (Is. 66:19). Para ficar deus famoso, Jeová muda o coração do povo egípcio, tornando-o mau e perverso, para criar inimizade entre os dois povos; depois manda dez terríveis pragas para assolar o Egito; na última, mata os primogênitos, e depois trucida os exércitos de Faraó no mar, e no livro de Atos dos Apóstolos está escrito que Deus deixou nos tempos passados todas as gentes andar nos seus próprios caminhos? O comportamento de Jeová não é o mesmo do Pai de Jesus.

O que mais choca quem lê a Bíblia, é que Jeová queria ser famoso neste mundo, que o Novo Testamento condena: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que se quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tg. 4:4). Jesus não queria fama neste mundo, e proibia que divulgassem seus milagres (Mt. 9:27-31; Lc. 5:12-14). E Paulo declara que este mundo é um abismo, lugar dos mortos (Rm. 10:6-7). E o profeta Isaías declara, também, que o abismo é inferno (Is. 14:13-15). E Salomão diz que o caminho da vida é para cima, para que se desvie do inferno, que está em baixo (Pv. 15:24). E Jesus falou bem alto, dizendo: “Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo” (Jo. 8:23). Este mundo é o próprio inferno. Vejam onde Jeová faz tantas proezas para ficar famoso. E para alcançar seus objetivos lançava reinos contra reinos, matando, escravizando, destruindo. Sua filosofia é: “Os fins justificam os meios”.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(364) – SALOMÃO

SALOMÃO

         Neste mundo tenebroso onde vivem os homens, em luta constante contra a miséria e a fome, em luta contra pestes, pragas e maldições, em luta contra os próprios homens, cujos corações são fontes de maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias, segundo a declaração do próprio Senhor Jesus (Mt. 15:19-20); sim, neste mundo de crimes, mentiras, enganos, injustiças, escravidão, etc., existem alguns sortudos, bafejados pela sorte. Os mais bem aventurados de todos são aqueles que são os escolhidos por Jeová desde o ventre. Mencionaremos alguns:

Isaías, o profeta, um dos quatro maiores foi chamado desde o ventre. Ele mesmo o declara, dizendo: “Ouvi-me, ilhas, e escutai vós, povos de longe: Jeová me chamou desde o ventre, desde as entranhas da minha mãe fez menção do meu nome” (Is. 49:1). E disse mais Isaías: “E agora diz Jeová, que me formou desde o ventre para seu servo” (Is. 49:5).

Outro grande profeta, que profetizou quando o reino de Jeová, digo melhor, o reino de Judá foi levado para o cativeiro babilônico, assim falou: “Veio a mim a palavra de Jeová, dizendo: Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta” (Jr. 1:4-5). Este foi Jeremias, filho de Hilquias, o sacerdote.

Outro que foi chamado desde o ventre foi Davi, filho de Jessé, que escreveu o salmo vinte  e dois, e disse: “Tu és o que me tiraste do ventre, o que me preservaste estando ainda nos seios da minha mãe. Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu deus desde o ventre da minha mãe” (Sl. 22:9-10).

Houve mais predestinados quando ainda estavam no ventre da sua mãe, mas citaremos só mais um: SALOMÃO. Quem é Salomão? O quarto filho de Bate-Seba, a mulher com quem Davi cometeu um vergonhoso adultério, sabendo que era casada com um dos seus trinta e sete valentes (II Sm. 11:3-6; 23:39). Como a adúltera concebeu, Davi mandou buscar Urias, que estava no exército de Israel, pelejando contra os filhos de Amom (II Sm. 11:1, 6-8). Davi tentou forçar Urias a se deitar com a mulher para dizer que o filho era de Urias, mas este não entrou em casa. Passou a noite do lado de fora. Vendo que seus esforços eram inúteis, pois Urias era justo e santo, Davi deu ordem a Joabe, capitão do seu exército, que levasse Urias ao lugar mais aceso da batalha, e lá o abandonasse. O plano deu certo; a traição triunfou, e Urias, justo, morreu. E Davi casou com Bate-Seba, que teve cinco filhos. O primeiro morreu pelo pecado do pai, o que é uma aberração (II Sm. 12:13-14).

Como dissemos, Salomão foi o quinto filho de Bate-Seba (I Cr. 3:5). Salomão foi o décimo na linhagem do trono, conforme I Cr. 3:1-5. Nenhum dos que o precederam foi o predestinado desde o ventre. Só Salomão. Citemos as profecias. Jeová falou a Davi dizendo: “Eis que o teu filho que te nascer será homem de repouso; porque repouso lhe hei de dar de todos os seus inimigos em redor. Portanto Salomão será o seu nome, e paz e descanso darei a Israel nos seus dias. Este edificará casa ao meu nome, e ele me será por filho, e eu a ele por pai; e confirmarei o trono do seu reino sobre Israel, para sempre” (I Cr. 22:9-10). (Ler também I Cr. 28:4-5).

Jeová amou Salomão, quando ainda estava no ventre de sua mãe (II Sm. 12:24). E Salomão nasceu, cresceu, se tornou um jovem sábio e prudente, pois a sabedoria habita com a prudência. Quando se assentou no trono, após a morte de Davi, seu pai, orou a Jeová, dizendo: “Agora, pois, ó Jeová meu deus, tu fizeste o teu servo reinar em lugar de Davi meu pai. E sou ainda menino pequeno nem sei como sair, nem como entrar. E teu servo está no meio do teu povo que elegeste; povo grande que nem se pode contar, nem numerar, pela sua multidão. A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar o teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque, quem poderia julgar a este teu tão grande povo? E disse-lhe Jeová: Porquanto pediste esta coisa, e não pediste para ti riquezas, nem pediste a vida dos teus inimigos, mas pediste para ti entendimento para ouvir causas de juízo, eis que fiz segundo as tuas palavras. Eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti teu igual não levantará. E também até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória” (I Rs. 3:7-13). Jeová prometeu três coisas a Salomão: Paz (I Cr. 22:9); Sabedoria; riqueza e glória (I Rs. 3:12-13).

Comecemos pela riqueza. Jeová declarou dar a Salomão riqueza, mas não deu. A riqueza que Salomão recebeu veio de impostos pesados, isto é, jugo pesado sobre o povo. Expliquemos: Após a morte de Salomão, o povo falou a Roboão, seu filho, dizendo: “Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai, e o seu pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos” (I Rs. 12:4).Roboão lhes respondeu: “Assim que, se meu pai vos carregou dum jugo pesado, ainda eu aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões” (I Rs. 12:11). A Bíblia é clara. Salomão recebia anualmente 666 talentos de ouro, além do dos negócios, dos contratos, e dos reis da Arábia (I Rs. 10:14-15). 666 talentos de ouro são vinte e seis milhões de quilos de ouro tirados do sangue do povo pela grande sabedoria de Salomão. E Roboão, seu filho, confirmou essa verdade (I Rs. 12:14-15). Quanta sabedoria teve Salomão e que exemplo deu a seu filho para reinar em seu lugar.

É preciso notar que a sabedoria dada a Salomão por Jeová, era terrena, pois Jeová a comparou com a sabedoria de homens (I Rs. 3:12). Os outros reis cobravam impostos, Salomão cobrou muito mais, pois cobrou em nome de Jeová, e povo dava por temor das maldições da lei.

A tenebrosa sabedoria de Salomão, o levou à lubricidade, à voluptuosidade, à luxúria e à lascívia, pois casou com setecentas mulheres princesas, para fazer paz com reinos vizinhos, e teve mais trezentas concubinas, estas, escolhidas para deleite carnal; e todas mulheres estranhas, moabitas, amonitas, hetéias, sidônias, etc.; exatamente as que Jeová tinha proibido aos hebreus de unir-se a elas(I Rs. 11:1-3). Fica assim provado, que a sabedoria dada a Salomão por Jeová, era terrena, animal e diabólica (Tg. 3:13-17).

A coisa não fica por ai; as mil mulheres de Salomão lhe perverteram o coração, e o levaram à idolatria mais baixa, pois que adorou e seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e seguiu a Milcom, abominação dos amonitas, edificou um alto a Quemós, abominação dos moabitas diante de Jerusalém, e também a Moloque, abominação dos filhos de Amom, onde eram queimadas a fogo as crianças, e Jeová tinha proibido sob pena de morte (Lv. 18:21; 20:2-3). Pois Salomão chegou a esse extremo de estupidez, com a sabedoria dada por Jeová. E os filhos dos reis de Israel foram queimados vivos na boca do Moloque de Salomão (II Cr. 28:1-3; II Rs. 21:6).

E tem mais: O nome Salomão se traduz por pacífico. Jeová prometeu a Davi que durante o reinado de Salomão haveria paz total (I Cr. 22:9). Isso não se cumpriu, pois levantou adversários a Salomão e à Israel (I Rs. 11:14-23). E está escrito que estes dois adversários atormentaram a Salomão por todos os seus dias (I Rs. 11:25).

O maior mal causado pela sabedoria de Jeová, dada a Salomão, foi a divisão do reino de Israel em dois: “Disse Jeová a Salomão: Porquanto houve isto em ti, que não guardaste o meu concerto e os meus estatutos que te mandei, certamente rasgarei de ti este reino, e o darei a teu servo” (I Rs. 11:11). E Jeová, nos dias de Roboão, dividiu o reino de Israel em dois. Dez tribos deu a Jeroboão, filho de Nebate, e as tribos de Judá e Levi ficaram com Roboão (I Rs. 12:20).

Certamente Jeová sabia que o reino dividido não subsiste (Mt. 12:25). Se é assim, por quê dividiu? Porque queria destruir, e destruiu: “E disse Jeová: Também a Judá hei de tirar de diante de minha face, como tirei a Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa de que disse: Estará ali o meu nome” (II Rs. 23:27). Ora, Jeová afirma mil vezes que é deus, então tinha de saber que o reino dividido ia acabar. E Jeová mesmo destruiu os dois reinos, tendo poder para não destruir, pois disse a Israel: Vocês são o barro, eu sou o oleiro (Jr. 18:1-5).

No Apocalipse lemos que o número da besta é 666. Ora, um homem, que tendo recebido a sabedoria de Jeová, conseguiu fazer tanto mal ao reino de Israel, a ponto de destruí-lo, só podia ter o número da besta (Ap. 13:18; I Rs. 10:14).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(363) – FIGURAS – II

FIGURAS 2

            Os intérpretes e os pregadores, todos afirmam que a libertação de Israel do Egito e do poder de Faraó, é uma admirável figura da salvação e libertação dos cristãos do mundo. Essas comparações têm como objetivo provar que há unidade entre o Velho e o Novo Testamento. Já ouvi palestras dizendo:

1. O Egito é figura deste mundo opressivo e cruel.

2. Faraó é figura de Satanás. O profeta Ezequiel declara da parte de Jeová: “Assim diz o Senhor Jeová: Eis-me contra ti, ó Faraó, rei do Egito, grande dragão, que pousas no meio dos teus rios, e que dizes: O meu rio é meu, e eu o fiz para mim” (Ez. 29:3). No livro de Apocalipse, lemos: “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo, e Satanás, que engana a todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele” (Ap. 12:9). Duas coisas iguais a uma terceira são iguais entre si. Faraó é o dragão e Satanás é o dragão, e assim Faraó é Satanás, ou melhor, figura de Satanás.

3. A libertação do Egito é figura da libertação dos cristãos. Foi dado a Jesus o livro do profeta Isaías. Ele abriu no lugar onde estava escrito: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me para curar os quebrantados de coração, a apregoar liberdade aos cativos” (Lc. 4:17-19).

4. Os empecilhos de Faraó para reter o povo no Egito, são os laços, as armações de Satanás, para enfraquecer o cristão com o fim de derrubá-lo novamente. Pedro avisa dizendo: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (I Pd. 5:8).

5. Moisés é figura de Jesus Cristo, como mediador (Gl. 3:19; Ex. 3:10).

Segundo as leis da hermenêutica não se pode forçar as comparações figuradas, especialmente as bíblicas, pois as Escrituras Sagradas foram produzidas pelo Espírito de Deus, logo não podem ter falhas na interpretação. Segundo o plano de Jeová, o povo de Israel deveria sair do Egito com o despojo. Jeová falou assim: “Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir, nem ainda por uma mão forte. Porque eu estenderei a minha mão, e ferirei ao Egito com todas as minhas maravilhas que farei no meio deles; depois vos deixará ir. E eu darei graça a este povo aos olhos dos egípcios; e acontecerá que, quando sairdes, não saireis vazios, porque cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hospede vasos de prata, e vasos de ouro, e vestidos, os quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas, e despojareis ao Egito” (Ex. 3:19-22). E isto se cumpriu (Ex. 12:35-36).

No Novo Testamento está escrito outra coisa: “Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada poderemos levar dele” (I Tm. 6:7). E Jesus declarou: “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lc. 14:33). O Velho Testamento testifica que quem parte deste mundo nada leva dele: “Não temas, quando alguém se enriquece, quando a glória de sua casa se engrandece; porque, quando morrer, nada levará consigo, nem a sua glória o acompanhará” (Sl. 49:16-17).

Em segundo lugar, para libertar seu povo, Jeová feriu o Egito com terríveis pragas, e também matou o filho primogênito de Faraó (Satanás). Na salvação dos homens, o ferido foi Jesus Cristo, o Filho de Deus Pai. Isaías diz: “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is. 53:4-5). Êxodo 3:20 não é figura de Isaías 53:4 e 5. Está parecendo forçada a exegese.

O terceiro ponto negativo da pretensa figura, é que Israel foi libertada pela ira e pela violência de Jeová, e os cristãos são salvos pelo amor infinito de Deus. O apóstolo João diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16). E o próprio Senhor Jesus Cristo declara que não foi obrigado a morrer na cruz; Ele mesmo se ofereceu para isso, dizendo: “Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la” (Jo. 10:17-18). Em outra ocasião Jesus disse: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo. 15:13).

O quarto ponto de choque mostra que a libertação de Israel do Egito não é figura da libertação dos salvos por Jesus Cristo do mundo.

Jeová libertou carnalmente o povo de Israel do Egito e do poder de Faraó, mas espiritualmente continuavam escravos do pecado e dos costumes do Egito. Estevão, o primeiro mártir, revela essa verdade, dizendo: “Este Moisés é o que esteve entre a congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu palavras de vida para no-las dar. Ao qual nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram, e em seu coração tornaram ao Egito” (At. 7:38-39).

Jesus faz exatamente o contrário, pois liberta espiritualmente o convertido do mal e do pecado, mas carnalmente continua debaixo do ódio deste mundo. Vejamos: O cristão autêntico não tem lugar neste mundo. Jesus assim falou: “Bem aventurados sereis quando os homens vos aborrecerem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do filho do homem” (Lc. 6:22). “Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece” (Jo. 15:19). “Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas” (Mt. 10:17). “Então vos entregarão para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome” (Mt. 24:9).

Quando Estevão, um dos sete diáconos, testificava de Jesus, e repreendia os religiosos fariseus, eles, enfurecidos, rangiam os dentes contra ele e o apedrejaram até a morte (At. 6:5; 7:52-60). Depois disso, os judeus fizeram uma grande perseguição contra a Igreja (At. 8:1).

Paulo, então, revelou o seguinte: “Por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (At. 14:22). O mesmo Paulo foi mais perseguido do que todos. Ele o declara dizendo: “Não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados, mais do que podíamos suportar, de tal modo que até da vida nos desesperamos” (II Co. 1:8). Os sofrimentos e torturas de Paulo eram tão terríveis, que alguns, ao ouvirem, desfaleciam. Então Paulo tentou consolá-los e fortalecê-los dizendo-lhes: “Portanto vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, que são a vossa glória” (Ef. 3:13).

Paulo, para preparar os irmãos, os tornou cientes da realidade tenebrosa em relação a este mundo. “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E NÃO SÓ ELA, MAS NÓS MESMOS, QUE TEMOS AS PRIMÍCIAS DO ESPÍRITO, TAMBÉM GEMEMOS EM NÓS MESMOS, ESPERANDO A ADOÇÃO, A SABER, A REDENÇÃO DO NOSSO CORPO” (Rm. 8:18-23).

Realmente, o Velho e o Novo Testamento não casam.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(362) – FIGURAS – I

FIGURAS 1

         Muitas coisas do Velho Testamento são figuras de coisas do Novo Testamento. Jesus focalizou algumas delas. A de Noé por exemplo. À respeito da sua segunda vinda, assim falou: “Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente meu Pai. E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem. Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado outro” (Mt. 24:36-40). Três coisas tem que ser observadas nesta figura.

Primeira: Ninguém jamais poderá saber quando Jesus vai voltar. Alguns tolos têm marcado o dia, e têm sido publicamente humilhados.

Segunda: “No dia em Noé entrou na arca”. Como entender isto? Jesus vai se manifestar aos seus escolhidos que compõem a Igreja espiritual, da qual os carnais não fazem parte” (Rm. 8:5-8). No mesmo texto Jesus explica a entrada na arca: “Ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mt. 24:31).

Terceira: “O dilúvio os levou a todos”, isto é, não ficou ninguém vivo. Será que quando Jesus levar para o céu a sua Igreja, ficará alguém vivo na terra? Sim: Os que crêem na grande tribulação de sete anos. Estes sete anos são a última semana da profecia de Daniel, que segundo o pai desta interpretação, afirma isso (Dn. 9:25). O verso vinte e quatro declara que: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer justiça eterna, e selar a visão e a profecia, a para ungir o Santo dos santos” (Dn. 9:24). O texto é claro, dizendo: “SETENTA SEMANAS ESTÃO DETERMINADAS”, para que estas coisas aconteçam da parte de Deus Pai.

Se falta uma semana, só se cumpriram sessenta e nove. Mas o texto declara que são setenta. Se não se completaram as setenta semanas, então não foi extinguida a transgressão, e assim a graça não foi manifestada, e não houve a reconciliação dos homens com Deus, como proclamou o apóstolo Paulo, dizendo: “DEUS ESTAVA EM CRISTO RECONCILIANDO CONSIGO O MUNDO, NÃO LHES IMPUTANDO OS SEUS PECADOS; E PÔS EM NÓS A PALAVRA DA RECONCILIAÇÃO” (II Co. 5:19).

Quarta: Se falta uma semana para se completarem as setenta, não foi dado fim aos pecados, e a carta aos Hebreus está errada quando diz: “AGORA, NA CONSUMAÇÃO DOS SÉCULOS, UMA VEZ SE MANIFESTOU, PARA ANIQUILAR O PECADO PELO SACRIFÍCIO DE SI MESMO” (Hb. 9:26). Onde o pecado reina, também reina a morte; é o que diz Paulo: “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para desfazer o corpo do pecado, para que não sirvamos mais o pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos; sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado, mas, quanto a viver, vive para Deus. ASSIM TAMBÉM CONSIDERAI-VOS COMO MORTOS PARA O PECADO, MAS VIVOS PARA DEUS EM CRISTO JESUS NOSSO SENHOR” (Rm. 6:6-11). Isto só é possível se Jesus Cristo deu fiam aos pecados. Se quem está em Cristo continua pecando, a nova criatura não é nova, e as coisas velhas não passaram, e também os que não nasceram de novo, nascem com a mesma maldição de Adão (II Co. 5:17; Jo. 3:3-6).

Jesus disse: “TUDO É POSSÍVEL AO QUE CRÊ” (Mc. 9:23). Se não é possível ao homem não pecar, neste caso Jesus não falou a verdade, pois não deu fim aos pecados; mas como falta uma semana para se cumprir, Jesus não deu fim aos pecados, pois ainda não foi sacrificado para extinguir os pecados, conforme Daniel 9:24.

O que complica a vida dos que dizem: “Eu peco e sou salvo”, é o que o apóstolo João diz: “Qualquer que comete o pecado, também comete iniqüidade; porque pecado é iniqüidade. E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado. Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu” (I Jo. 3:4- 6). E João ainda esclarece que quem comete pecado é do diabo (I Jo. 3:8). Voltando às setenta semanas, encontramos algumas contradições na tese que afirma que falta uma semana para cumprir-se a profecia:

Em Lc. 16:16, Jesus declara que “a lei e os profetas duraram até João Batista; desde então é anunciado o reino de Deus”. As profecias do Velho Testamento acabaram em Jesus Cristo. Lucas também registrou que foi dado a Jesus o livro do profeta Isaías. Ele leu o seguinte: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar o quebrantados de coração, a apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; e pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável doSenhor” (Lc. 4:17-19). Jesus cerrou o livro, deu-o ao ministro, e disse-lhe: “Hoje se cumpriu esta escritura em seus ouvidos” (Lc. 4:20-21). Cumpriu-se a profecia de Isaías. Acabou! Então Jesus cerrou o livro. Fim. E Paulo diz: “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm. 10:4). Todas as profecias a respeito do Messias se cumpriram em Cristo. Agora, o próprio Jesus, autor e consumador da fé, anuncia o reino de Deus, que no Velho Testamento não existia, com nova justiça (Rm. 9:30-33); com novas promessas (II Pd. 1:3-11); nova vida (Jo. 3:3-6); nova criação (II Co. 5:17); nova herança (I Pd. 1:3-4). A herança de Jeová era só para Israel, e era terrena, isto é, a terra de Canaã. O Cristo nascido em carne anunciava isso (Mt. 15:24). Mas o Cristo ressuscitado revelou a graça para todos, e o reino dos céus para todos (Tt. 2:11).

Como está escrito em Dn. 9:24 que setenta semanas estão determinadas para expiar a iniqüidade e trazer justiça eterna, E SELAR A VISÃO E A PROFECIA, E UNGIR O SANTO DOS SANTOS, e dizem que falta uma semana, nesse caso Jesus ainda não morreu na cruz, e tudo o que falamos acima não se cumpriu. Será que não se cumpriu? Vejamos o que diz a profecia: “Desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas (483 anos), será tirado o Messias, e não será mais” (Dn. 9:25-26). Não será mais, isto é, o Cristo ressuscitado é outro, pois o plano é outro (Rm. 7:4). O Cristo que morreu, era o Messias de carne, o que ressuscitou atravessava paredes pois seu corpo foi glorificado (Rm. 1:3-4; I Co. 15:45-50).

Quem deu a ordem, do ponto de vista profético, foi Ciro, o persa (Ed. 1:1-3). E Esdras, e Zorobabel, e mais quarenta e dois mil e trezentos e sessenta varões foram, não só para construir o templo, mas também a cidade de Jerusalém e os muros, mas os inimigos escreveram a Artaxerxes falando mal de Israel (Ed. 2:64; 4:12-16). O rei Artaxerxes deu ordem para que não se edificasse a cidade e os muros (Ed. 4:21). Fica assim provado que Ciro tinha ordenado também a restauração dos muros e da cidade. Neemias, sabendo do acontecido, e sendo o copeiro do rei Artaxerxes, angustiado, pediu permissão para ir continuar a edificação, no que foi atendido.

A ordem de Ciro foi dada no ano 457 AC, que somados aos 33 anos da vida de Cristo, cumpridos na cruz, perfazem 490 anos. O concerto de uma semana de Dn. 9:27, foi: Metade, no seu ministério com os discípulos, e a outra metade, depois da ressurreição com o violento derramamento do Espírito Santo. Assim se cumpriram as setenta semanas de Dn. 9:24.

Para terminar, Jesus declara que não haverá uma semana depois da sua volta para levar a Igreja espiritual, nem haverá tribulação. Ele diz, explicando a parábola do joio e do trigo: “O que semeia a boa semente, é o Filho do homem. O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno; o inimigo que semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo e os que cometem iniqüidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo” (Mt. 13:37-43). Depois o trigo irá para o celeiro. Não vai ficar ninguém, logo, as setenta semanas já se cumpriram.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(361) – DUAS HISTÓRIAS

DUAS HISTÓRIAS 1

         Em I Co. 10:6 está escrito: “Estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram”. É preciso notar que não está escrito: Todas as coisas foram-nos feitas em figura, mas, Estas coisas. Isto quer dizer que não são todas as coisas que são figuras. Quais então, são as figuras que Paulo está focalizando no texto citado? São elas:

1. A primeira é: “Não vos façais, pois, idólatras como alguns deles, conforme está escrito”. Isto aconteceu quando Moisés subiu ao monte Sinai para receber a lei. “O povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar” (I Co. 10:7). E também o povo aderiu a idolatria fazendo o bezerro de ouro (Ex. 32:1-6).

2. A segunda figura está ligada à prostituição, quando o povo de Israel entrou às filhas dos moabitas no pecado de Baal Peor, aconselhados por Balaão, o profeta louco. E por causa disso Jeová matou vinte três mil com uma praga (Nm. 25:1- 9, 31:16; I Co. 10:8). Pedro se refere a esse assunto em II Pd. 2:12-16.

3. “Não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram, e pereceram pelas serpentes”. Esta figura está em Nm. 21:4-9, quando o povo murmurou contra deus e contra Moisés, desprezando o maná, e chamando-o de pão vil. E por esta causa Jeová mandou entre o povo serpentes ardentes, que morderam o povo; e muitos de Israel morreram. Qual a ligação com Jesus Cristo? No começo da Igreja, muitos não se conformaram com a vida de pobreza, como Ananias e Safira, envenenados pela serpente, isto é, Satanás, e morreram (At. 5:1-11). Por aqui vemos que não foi Pedro quem os matou, nem Jesus, nem o Espírito Santo, que foi o tentado, mas Satanás, que anda ao redor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar (I Pd. 5:8). Paulo focalizou a figura em I Co. 10:9.

4. “E não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor” (I Co. 10:10).Estes poucos murmuradores, que pereceram pelo destruidor, foram dez, dos doze varões, enviados à expiar a terra de Canaã, pois dois deles não murmuraram, que foram Josué e Calebe (Nm. 13:1-16). Os outros dez infamaram a terra (Nm. 13:32-33). Estes dez morreram de uma praga enviada por Jeová, que Paulo chamou “O DESTRUIDOR”. Mas quem os matou foi Jeová (Nm. 14:36-37).

Paulo termina o texto, dizendo: “Tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso” (I Co. 10:11).

Neste estudo omitimos o comentário dos primeiros cinco versos de I Co. 10, por terem outra aplicação espiritual.

5. Como Paulo falou: “Estas coisas foram-nos feitas em figura”, muitos estudiosos entendem que tudo é figura, e extravasam. Analisemos o cativeiro egípcio, se é figura ou não: Baseados na interpretação de que o Egito é figura do mundo, Faraó é figura de Satanás; o cativeiro egípcio é figura do cativeiro humano debaixo da tirania do pecado; os empecilhos de Faraó para reter o povo são as armadilhas de Satã para manter as pessoas presas ao pecado.

A comparação é muito bonita, mas não é completa. Se Faraó é figura de Satanás, onde está o primogênito de Satã? Jeová matando o primogênito de Faraó, que é figura do diabo, salvou Israel do Egito (Ex. 4:23, 12:29).

A salvação dos cristãos é diferente da salvação de Israel. Jesus, o unigênito do Pai, se deu a si mesmo ao adversário para nos salvar (Gl. 1:4; Jo. 10:17-18). Jeová deu o Egito como preço do resgate de Israel (Is. 43:3). Lá no Egito foi a ira e a vingança de deus, que fazendo chover pragas, pestes e mortes, produziram uma salvação efêmera. Aqui, na Igreja, é o amor infinito, o perdão e a graça de Deus, que salvam para sempre. Lá, os que foram salvos, morreram depois no deserto (Jd. 5). Aqui os que são salvos tem a vida eterna (Jo. 3:36). Lá, os salvos da corrupção do Egito (Ez. 23:1-4), foram levados para Canaã, terra dos cananeus sodomitas (Gn. 10:19-20). E Jeová os deixou na terra de Canaã para ensinar o seu povo (Jz. 3:1-3). Aqui na Igreja, os salvos pela fé, por amor a Cristo saem do mundo cantando salmos de alegria, e em espírito se mudam antecipadamente para o reino dos céus. Paulo diz: “Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz; o qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl. 1:12-13). E diz mais:“Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef. 2:5-6).Estar nos lugares celestiais não é um fato futuro. E Paulo continua: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas que são de cima, e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória” (Cl. 3:1- 4). O texto sugere que o corpo físico do cristão está  na terra, mas sua alma está nos lugares celestiais arrebatada pela paixão espiritual. O apóstolo Paulo estava tão absorvido pelas coisas de Deus, e a obra de Jesus, que declarou: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl. 2:20). O reino de Deus, o crescimento das Igrejas, o atendimento de todas as Igrejas estabelecidas pelo próprio Paulo nas suas viagens; as revelações dos mistérios e das alegorias do Velho Testamento, o amor pelas almas perdidas, as curas, os prodígios e os arrebatamentos, de tal modo se fundiram na mente e no coração de Paulo, que ele desligou da vida deste mundo, que declarou: “Para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo o desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne” (Fp. 1:21-24).

A história da libertação de Israel do Egito, pela mão de Moisés, enviado por Jeová, apresenta uma realidade completamente diferente. Estevão, o primeiro mártir, revela essa verdade, dizendo: “Este (Moisés) é o que esteve entre a congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu palavras de vida para no-las dar. Ao qual nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram, e em seu coração se tornaram ao Egito” (At. 7:38-39).

A figura é forçada, pois não existe. São duas histórias diferentes, duas salvações também diferentes, com duas realidades diferentes. Lá, foram salvos sem serem lavados do pecado, portanto foram salvos permanecendo imundos. Aqui, na Igreja, os que são salvos, são lavados dos pecados, por isso Ananias falou a Paulo no terceiro dia depois da conversão: “E agora por que te deténs? Levanta-te, e batiza-te, e lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor Jesus” (At. 22:16). Lá, os que foram salvos, eram mortos salvos, pois Paulo diz: “Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que receberam abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” (Rm. 5:17). Aqui, o salvo, ao crer, passa da morte para a vida (Jo. 5:24).

Aplicar figuras onde não as há, os resultados não serão bons. Concluímos que a salvação efetuada por Jesus Cristo é tão transcendente, tão sobrenatural, tão gloriosa e celestial, que nada poderia se fazer na terra, para ser sua figura.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(360) – JESUS CRISTO NÃO MUDA

JESUS CRISTO NÃO MUDA

            Na carta aos Hebreus está escrito: “JESUS CRISTO É O MESMO ONTEM, E HOJE, E ETERNAMENTE” (Hb. 13:8).

Jesus Cristo não muda, porque, sendo predestinado por Jeová para ser o Messias que havia de sentar no trono de Davi eternamente, como declarou o anjo Gabriel a Maria, dizendo: “Eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o senhor deus (Jeová deus) lhe dará o trono de Davi seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lc. 1:31-33). Por que Jesus não se assentou no trono de Davi?

Paulo declara que Cristo, segundo a carne, pertence a Israel (Rm. 9:5). No verso três Paulo declara também, que, para se unir a seus irmãos segundo a carne, seria separado de Cristo, logo, o Cristo segundo a carne não está unido à Igreja, pois a carne é inimiga de Deus Pai, como lemos em Rm. 8:5-8. Seguindo a mesma linha de pensamento, o Messias carnal e rei de Israel, que é a casa de Jacó, não está ligado ao Deus Pai, mas somente a Jeová, que o predestinou para ter domínio sobre todos os reinos deste mundo. Leiamos a previsão de Jeová à respeito de Cristo: “Recitarei o decreto: Jeová me disse: Tu és meu filho, eu hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu os esmigalharás com uma varra de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro” (Sl. 2:4-9). Jeová declarou isso por ocasião do nascimento carnal de Jesus, de Maria.

Como o anjo Gabriel declarou que Jesus ia sentar-se no trono de Davi, e Jesus, aos trinta anos, entra para a história através do batismo de João, e não pede a Jeová os reinos deste mundo, vem Satanás a ele, e afirma que os reinos deste mundo não estão mais na mão de Jeová, mas nas suas, e oferece a Jesus todos esses reinos, e a glória deles (Lc. 4:5-8). Jesus não negou a declaração de Satanás, e Paulo revela que toda a criação de Deus está submetida a um poder maligno, esperando a libertação da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus (Rm. 8:19-23). E Paulo revela mais; declarando que recebeu de Jesus a incumbência de abrir os olhos dos cegos, e das trevas os converter à luz, e do poder de Satanás a Deus para serem salvos (At. 26:18). Fica assim provado, que Cristo entrou em cena na história, realizando a vontade de Deus. Mas Jesus não assumiu o trono de Davi, segundo a predição do próprio Jeová no salmo dois. O que complica o assunto, é que Jesus declarou à Pilatos, dizendo: “Meu reino não é deste mundo” (Jo. 18:36). Se o reino de Jesus não é deste mundo, é óbvio que não aceitaria a oferta de Satanás, que na realidade, era também a oferta de Jeová (Sl. 2:8).

Ora, o anjo Gabriel afirmou que Jeová daria a Jesus o trono de Davi, seu pai. Mas o trono de Davi é terreno e carnal, e Cristo declarou que o seu reino não é deste mundo, e a promessa de Jeová é neste mundo. Ezequiel revela isso (Ez. 37:21-28). Davi, cheio do espírito de Jeová, declara o mesmo (Sl. 89:34-36).

Jesus nunca declarou que se assentaria no trono de Davi. Quem falou isso foi Jeová, e o anjo Gabriel à Maria. Jesus falava outra coisa. Vejamos: “E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; pois há de ser entregue às gentes, e escarnecido, injuriado e cuspido; e havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará. E ELES NADA DISTO ENTENDIAM, E ESTA PALAVRA LHES ERA ENCOBERTA, NÃO PERCEBENDO O QUE SE LHES DIZIA” (LC. 18:31-34). Por que não percebiam? Porque estavam impregnados da promessa do Messias carnal, que iria sentar no trono de Davi, restaurar o reino de Israel; submeter todas as nações debaixo dos pés (Sl. 47:3), dominar tiranicamente com uma vara de ferra num regime de escravidão. Pedro ao ouvir a mesma declaração de Jesus sobre a sua morte, se opôs à sua palavra, e foi chamado por Jesus de Satanás (Mt. 16:20-23). Por este texto ficamos sabendo que Satanás era favorável ao reino carnal do Messias, que era também o projeto de Jeová. Aliás, não é a primeira vez que Jeová e Satanás trabalham juntos. No caso de Jó trabalharam em parceria (Jó 1:6-12; 2:1-7). No caso da numeração do povo de Israel também (II Sm. 24:1; I Cr. 21:1). No caso de Israel se esconder da presença de Jeová, ídem (Am. 9:3). Também no caso das murmurações dos israelitas no deserto (Nm. 21:4-9). E por que não lembrar da queda de Adão e Eva, que resultou na queda da humanidade? (Gn. 3:1-6).

Ora, Paulo declarou: “Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que também tenhamos conhecido a Cristo segundo a carne, contudo agora já o não conhecemos deste modo” (II Co. 5:16). Paulo está dizendo que conheceu a Cristo segundo a carne, mas depois que o conheceu segundo o Espírito, já o não conhece segundo a carne. O Cristo segundo a carne era o Messias e rei de Israel (Rm. 9:5). O Cristo da Igreja, o Cristo do Espírito, o Cristo Filho de Deus, o Pai, foi gerado diferente do Cristo gerado no ventre de Maria. O mesmo Paulo o explica: “ACERCA DE SEU FILHO, QUE NASCEU DA DESCENDÊNCIA DE DAVI SEGUNDO A CARNE, DECLARADO FILHO DE DEUS EM PODER SEGUNDO O ESPÍRITO DE SANTIFICAÇÃO, PELA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS – JESUS CRISTO NOSSO SENHOR” (Rm. 1:3-4). Que é que Paulo está revelando? Que Jesus nasceu duas vezes. A primeira no ventre de Maria, que era da descendência de Davi (Lc. 3:23-38). A genealogia descrita em Mt. 1:1-16 é a de José, e a de Lucas é a de Maria; o nome de José é mencionado por Lucas porque as mulheres não eram contadas(Mt. 14:21, 15:38).

Como foi Jeová que fecundou Maria pelo seu espírito, pois Deus, o Pai, não gera filhos na carne (Jo. 1:12-13), depois de nascido na carne, Jesus foi gerado Filho do Deus Pai, em santificação do Espírito Santo, e pela ressurreição, como está escrito no livro de Atos dos Apóstolos: “E nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais Deus a cumpriu a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus; como também está escrito no salmo segundo: Meu Filho és tu, hoje te gerei” (At. 13:32-33). De maneira que, quando Maria deu à luz Jesus, na carne, Jeová disse: Meu Filho és tu, hoje te gerei. Mas Jeová estava gerando o Messias que ele descreveu no Velho Testamento, isto é, o Messias dominador, terreno, que iria submeter as nações debaixo dos pés, e também debaixo de Israel (Sl. 2:5-9, 47:2-3) (Esta promessa foi feita com ira e furor, ao contrário do Pai, que enviou o seu Filho com amor, conforme Jo. 3:16).

Jesus foi crucificado como impostor, pois blasfemou, ao se declarar Filho de Deus (Mt. 26:63-67). Quando estava pendurado na cruz, os que passavam blasfemavam dele dizendo: “TU, QUE DESTRÓIS O TEMPLO, E EM TRÊS DIAS O REEDIFICAS, SALVA-TE A TI MESMO; SE ÉS FILHO DE DEUS, DESCE DA CRUZ. E DA MESMA MANEIRA TAMBÉM OS PRÍNCIPES DOS SACERDOTES, COM OS ESCRIBAS, E ANCIÃOS, E FARISEUS, ESCARNECENDO, DIZIAM: SALVOU OS OUTROS, E A SI MESMO NÃO PODE SALVAR-SE. SE ÉS O REI DE ISRAEL, DESÇA AGORA DA CRUZ, E CREREMOS NELE” (Mt. 27:40-42). Mas Jesus não desceu da cruz, pois não era o Messias que Jeová descreveu, mas o Salvador de todos os homens, cujo reino não é na terra, pois é um reino de amor (Cl. 1:12-13; II Tm. 4:18; I Pd. 1:3-4).

De maneira que não é Cristo que mudou, foi Jeová que descreveu um Cristo diferente, cuja pintura, adequada a este mundo, cegou os sacerdotes e os escribas e fariseus; e até os apóstolos, como mostramos acima, por isso nós declaramos que Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente(Hb. 13:8).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(359) – TABERA

TABERA

(ACENDER FOGO)

Nm. 11:3

         Diz a palavra divina que Jeová é um fogo consumidor: “Porque Jeová teu deus é um fogo que consome” (Dt. 4:24). E no Novo Testamento, na carta aos Hebreus, também está escrito: “Porque o nosso Deus é um fogo consumidor” (Hb. 12:29). Certamente o escritor da carta aos Hebreus está se referindo a Jeová. O profeta Daniel viu, numa visão noturna, o trono de Jeová envolto em chamas de fogo, e as rodas dele fogo ardente. Um ancião de dias estava assentado no trono, e um rio de fogo manava e saia de diante dele (Dn. 7:9-10). Era o juízo de Jeová. E o profeta Malaquias noz diz: “Mas quem suportará o dia da sua vinda? e quem subsistirá, quando ele se manifestar? porque ele será como o fogo do ourives” (Ml. 3:2). (Para fundir o povo).

Que fogo é esse que envolve Jeová, e que emana dele? Fogo de amor não é, pois destruiu Sodoma e Gomorra a fogo e enxofre: “Então Jeová fez chover enxofre e fogo, de Jeová desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra” (Gn. 19:24). E Jeová fez o mesmo com os filhos de Arão, o sumo sacerdote, escolhidos para ministrar no santuário. Diz o texto: “E os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário, e puseram nele fogo, e puseram nele incenso sobre eles, e trouxeram fogo estranho perante a face de Jeová, o que lhes não ordenara. Então saiu fogo de diante de Jeová, e os consumiu; e morreram perante Jeová” (Lv. 10:1-2). Então Moisés disse a Arão: Jeová disse: Serei santificado e glorificado diante do povo (Lv. 10:3). Jeová é santificado e glorificado diante do seu povo, não pelo perdão, não pela misericórdia, não pela mansidão, não pela virtude, mas pela ira e furor que produzem o fogo que mata e consome. Certamente Nadabe e Abiú pretenderam agradar a Jeová com o fogo que trouxeram.

Todas as vezes que o furor de Jeová se acendia, o fogo devorador consumia indistintamente homens, mulheres e crianças. Quando o povo de Israel peregrinava no deserto por quarenta anos, sem rumo, o povo, cansado, reclamava: “E aconteceu que, queixando-se o povo, era mal aos ouvidos de Jeová; porque Jeová ouviu-o, e a sua ira se acendeu, e o fogo de Jeová ardeu entre eles, e consumiu os que estavam na última parte do arraial. Então o povo clamou a Moisés, e Moisés orou a Jeová, e o fogo se apagou” (Nm. 11:1-2). Moisés condenou os freqüentes acessos de cólera de Jeová, e se recusou a continuar, pedindo a morte (Nm. 11:10-15)“E era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm. 12:3). Pois nem mesmo toda a mansidão de Moisés conseguiu suportar o fogo assassino e cruel de Jeová.

Acabe, o perverso, morreu, porque um espírito de mentira, vindo de Jeová, incitou Acabe a guerrear contra o rei da Síria, por uma questão de terras. E todos os profetas, menos um, Micaías, profetizaram mentirosamente, porque Jeová queria matar Acabe, o que realmente aconteceu (I Rs. 22:23-34). Isso aconteceu porque Jeová estava vingando a morte de Nabote, que se negou a vender a sua vinha ao rei Acabe. Quem proferiu a destruição da casa de Acabe, foi o profeta Elias, que foi o matador dos quatrocentos e cincoenta profetas de Baal, e dos quatrocentos profetas de Asera, que comiam na mesa de Jezabel, mulher de Acabe (I Rs. 18:19). A prova proposta por Elias, foi que, os profetas de Baal fizessem um altar, e Elias outro. Eles clamaram de manhã até ao meio dia, mas Baal não se manifestou. Ao meio dia Elias zombava. Eles clamavam com grandes vozes, e se retalhavam com facas, mas Baal não respondeu. Então Elias preparou o seu altar com lenha, dividindo um bezerro em pedaços, colocando-o sobre a lenha. Encheu de água quatro cântaros, e mandou derramar sobre o altar três vezes. A água escorria do altar. Elias então clamou a Jeová, e caiu fogo do céu, que consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e também a água, o que, vendo todos, caíram sobre os seus rostos, e disseram: Só Jeová é deus, só Jeová é deus! Elias então os fez descer ao ribeiro de Quisom, e ali os matou. (I Rs. 18:36-40).

Mas eles tinham crido que só Jeová era deus. E cantavam repetindo: “Só Jeová é deus”. E Jeová havia declarado: “Vivo eu, diz o senhor Jeová, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis, ó casa de Israel?” (Ez. 33:11). Em outra ocasião disse: “Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o senhor Jeová; convertei-vos, pois, e vivei” (Ez. 18:32). A hora era para salvar aqueles oitocentos e cinqüenta almas, que reconheceram que seu deus era falso, e não matá-los. Mas a ordem de Elias foi taxativa: “Lançai mão dos profetas de Baal; que nenhum deles escape. E Elias os fez descer ao vale de Quisom, e ali os matou” (I Rs. 18:40). Elias nem cogitou em lhes dar uma chance de conversão. Mas Elias fazia parte do ministério da morte (II Co. 3:6-11).

Em outra ocasião, o rei Acazias, filho de Acabe, com ódio de Elias, mandou buscá-lo por um pelotão de cincoenta soldados e um capitão. Ao chegarem, disse o capitão: Homem de deus, o rei diz: Desce. E Elias respondeu: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus cinqüenta. Então fogo desceu do céu, e os consumiu. O rei mandou outro capitão com mais cinqüenta. Elias clamou e de Jeová desceu fogo do céu e os consumiu (II Rs.1:9 a 12). Sobre este fato Jesus chamou Jeová de destruidor de almas (Lc.9:55 e 56).

Jesus então, tomou forma humana no ventre de Maria, e manifestou-se ao seu povo, dizendo: “Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto” (Jo. 14:7). E Jesus revelou outro Deus. Jeová era iracundo: “Jeová é um deus que se ira todos os dias” (Sl. 7:11). “Dei-te um rei na minha ira, e to tirei no meu furor” (Os. 13:11). Ler também Dt. 9:19-26. E depois que Jesus se manifestou, Jeová ficou manso e amoroso? Deus muda? João declara: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (I Jo. 4:8). Jeová era o deus da vingança: “Jeová é um deus zeloso e que toma vingança; Jeová toma vingança e é cheio de furor; Jeová toma vingança contra os seus adversários, e guarda ira contra os seus inimigos” (Na. 1:2). E depois de Cristo se mudou em deus perdoador? Mais uma vez, a palavra é de João: “Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são perdoados os pecados” (I Jo. 2:12). Jeová era o deus só de Israel, pois disse: “Filhos sois de Jeová vosso deus; não vos dareis golpes, nem poreis calva entre vossos olhos por causa de algum morto. Porque és povo santo a Jeová vosso Deus, e Jeová te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhes seres o seu povo próprio” (Dt. 14:1-2). E por isso ia submeter todas as nações debaixo dos pés de Israel(Sl. 47:3). Depois de Jesus, Jeová quer salvar a todos? (I Tm.4:10). Jeová era o deus da carne (Jr. 32:27; Is. 66:22-23). Depois de Jesus mudou? “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm. 8:7-8). Jeová era o deus do ouro e da prata: “Minha é a prata, e meu é o ouro, disse Jeová dos Exércitos” (Ag. 2:8). Depois de Jesus passou a ser o deus dos pobres? “Deus escolheu os pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam” (Tg. 2:5). Jeová sempre foi o deus da guerra, por isso tem um livro secreto das suas guerras, e o seu nome é Jeová dos Exércitos (Nm. 21:14). Depois de Jesus mudou para o Deus da paz?: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp. 4:7).

A solução do enigma está em que Jeová não muda (Ml. 3:6). Jeová sempre será irado, furioso, vingativo, destruidor, e forjador de males. Jesus desceu do céu, e revelou na sua vida e nos seus atos, um Deus bondoso, perdoador, salvador, e benigno até para os maus e injustos (Lc. 6:35; Mt. 5:43-48). Tiago, na sua epístola, diz: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tg. 1:17).

São dois: Um tenebroso, que não muda; e outro luminoso, que também não muda (I Tm. 6:16; I Jo. 1:5).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(358) – HONRA A SATANÁS

HONRA   A   SATANÁS

        Os membros da igreja de Satanás o adoram, e o honram com as mesmas obras, e por isso mesmo são chamados servos de Satanás.

Os membros da Igreja do Senhor Jesus Cristo o adoram, e o honram praticando as mesmas obras, pois Jesus mesmo declarou“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço” (Jo.14:12). E também anda como Jesus andou: “Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (I Jo.2:6). E o apóstolo João diz mais: “Qual ele é, somos nós também neste mundo” (I Jo.4:17). E Jesus disse aos judeus fariseus do seu tempo, que o perseguiam e queriam matá-lo: “Vós fazeis as obras do vosso pai.” Eles responderam: “Temos um pai, que é Deus” (Jo.8:41). Jesus então lhes respondeu: “Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus… Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai” (Jo.8:42, 44). Ora, os israelitas, e especialmente os judeus eram todos filhos de Jeová por eleição, e não por fé (Dt.14:1-2; Am.3:2; Ml.1:6). Se eram todos filhos de Jeová, por que Jesus os chama filhos do diabo? Porque todos os que aborrecem os outros, perseguem e difamam, são filhos do diabo, pois essa é a obra do diabo.

Deus, o Pai, só pode ser conhecido na pessoa de Jesus. Os fariseus perguntaram-lhe: “Onde está teu pai? Jesus respondeu: Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai” (Jo.8:19). Deus, o Pai, só pode ser visto em Jesus. João declarou: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer” (Jo.1:18). Ninguém pode se achegar a Deus a não ser através de Jesus, pois disse:Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo.14:6).

O Deus verdadeiro, isto é, o Deus Pai, só honrou a Jesus Cristo, por isso Pedro declarou:“Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido” (II Pd.1:17).

O Velho Testamento é recheado de figura fabulosas. Focalizaremos uma: ‘NABUCODONOZOR, REI DA BABILÔNIA’. A Bíblia chama Nabucodonosor de rei dos reis (Ez.26:7). Esse rei foi guerreiro cruel, soberbo, e idólatra. Os dois deuses principais da Babilônia eram Bel e Milita. Bel, o senhor, era o deus Sol. Milita, a Lua, era a deusa da fecundidade. O templo de Bel, majestoso, tinha duzentos metros de altura. O templo de Milita era servido por sacerdotisas, que podiam ser casadas ou solteiras. Além de servir no templo, elas eram obrigadas a se entregar aos homens que visitavam o templo. Era um culto ao sexo. As mulheres casadas podiam deixar os maridos e os filhos para se consagrar ao culto, à Milita, por um ano, e depois voltavam ao lar. Era a prostituição sagrada.

Sobre o rei Nabucodonosor, Jeová declarou, dizendo: “Eu fiz a terra, o homem, e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande poder, e com o meu braço estendido, e a dou àquele que me agrada em meus olhos. E agora eu entreguei todas estas terras na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo; e ainda até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam. E todas as nações o servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que também venha o tempo da sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis se servirão dele. E acontecerá que, se alguma nação e reino não servirem o mesmo Nabucodonosor, rei de Babilônia, e não puserem o seu pescoço debaixo do jugo do rei de Babilônia, visitarei com espada, e com fome, e com peste essa nação, diz Jeová, até que a consuma” (Jr.27:5-8).

E ao rei de Judá, Jeremias falou da parte de Jeová: “E falei com Zedequias, rei de Judá, conforme todas estas palavras, dizendo: Metei os vossos pescoços no jugo do rei de Babilônia, e servi-o, a ele e ao seu povo, e vivereis. Por que morrerias tu e o teu povo, à espada, e à fome, e de peste, como disse Jeová?” (Jr.27:12-13).

Jeová chamou Nabucodonosor de SERVO diversas vezes (Jr.25:9; 27:6; 43:10). E nutria um especial carinho por esse rei corrupto, pois declarou que os atos desse rei eram agradáveis a seus olhos(Jr.27:5). Nabucodonosor era tão querido de Jeová, que este deus entregou sua espada ao rei dos reis(Dn.2:37-38). Ezequiel no-lo diz: “Eu levantarei os braços do rei de Babilônia, mas os braços de Faraó cairão; e saberão que eu sou Jeová, quando eu puser a minha espada na mão do rei de Babilônia” (Ez.30:25).

Jeová honrou a Nabucodonosor, submetendo a seus pés todas as nações, inclusive o reino de Judá, que é o seu reino, e onde está o seu templo, lugar da sua morada (I Rs.8:13). O profeta Daniel descreve como Jeová honrou Nabucodonosor, e lhe deu glória:

Ao acordar, de manhã, o rei tivera um sonho que perturbara o seu espírito. Mas não lembrava o tal sonho. Mandou então chamar os magos, os astrólogos, e os encantadores, para revelarem o sonho e sua interpretação; mas não puderam. O rei, enfurecido, decretou a morte de todos os sábios e adivinhadores da Babilônia. Daniel soube do decreto, e se apresentou ao rei, pedindo um dia para consultar Jeová. Foi revelado a Daniel o segredo numa visão noturna. Foi então, apresentou-se ao rei, e contou com detalhes o sonho da estátua, cuja cabeça era de ouro, o seu peito e braços de prata, seu ventre e coxas de cobre, as pernas de ferro, e seus pés em parte de ferro e em parte de barro, e deu ao rei a interpretação, dizendo“TU, Ó REI, ÉS REI DE REIS; POIS O DEUS DO CÉU TE TEM DADO O REINO, O PODER, E A FORÇA, E A MAJESTADE. E onde quer que habitem filhos de homens, animais do campo, e aves do céu, ele tos entregou na tua mão, e fez que dominasse sobre todos eles; TU ÉS A CABEÇA DE OURO” (Dn.2:31-38 maiúsculo nosso). Então Nabucodonosor, cujas obras más, ferocidade, tirania, e idolatria, agradavam a Jeová (Jr.27:5), mandou erigir uma estátua de si mesmo, com vinte e sete metros de altura, por dois e cinqüenta de largura, toda de ouro. Nabucodonosor sabia que quem adorasse a estátua, estaria adorando quem lhe deu poder e glória. Quem se dobrasse diante da estátua estaria se dobrando diante de Jeová. Quem honrasse Nabucodonosor estaria honrando o deus que o fez rei de reis, e cabeça das nações (Dn.3:1-15).

Há um detalhe bíblico que precisa ser analisado: Nabucodonosor é chamado de dragão devorador, e o dragão é Satanás (Ap.12:9). Quem revela isso é Jeremias, depois que Nabucodonosor levou o reino de Judá para o cativeiro (Jr.51:34). Será possível que Nabucodonosor era figura de Satanás? Pois o profeta Isaías revela isso com detalhes. No capítulo quatorze do seu livro, Jeová lhe diz“Proferirás este dito contra o rei de Babilônia” (Is. 14:4). “Já foi derrubada no inferno a tua soberba com o som dos teus alaúdes… Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra, tu, que debilitava as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo” (Is.14:11-15). Todos os cristãos de todas as correntes e denominações sabem que esta profecia fala da queda de Satanás. Mas foi dirigida a Nabucodonosor, rei de Babilônia; logo Nabucodonosor é figura de Satanás. E assim como Jeová honrou a Nabucodonosor, entregando-lhe todos os reinos deste mundo, assim também Jeová honrou a Satanás entregando-lhe todos os reinos deste mundo. E também, da mesma maneira que as obras de Nabucodonosor eram agradáveis a Jeová, assim também as obras de Satanás. E, por último, assim como Nabucodonosor era servo de Jeová, Satanás é servo de Jeová. Para onde quer que Israel fugisse da presença de Jeová, este mandaria atrás a serpente, isto é, satã, para mordê-lo (Am.9:3). Para honrar Satanás, que é a serpente, Jeová mandou Moisés fazer uma serpente de bronze, que curava os que eram picados pelas serpentes (Nm.21:9). E essa serpente de bronze permaneceu oitocentos anos sem que Jeová a mandasse destruir. O rei Ezequias o fez (II Rs.18:4).

“E o diabo, levando-o a um alto monte, e mostrou-lhe número momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu. E Jesus, respondendo, disse: Vai-te, Satanás” (Lc.4:5-8). Quem entregou os reinos a Satanás? Jeová! Quando? Jeová declarou que sempre reinou sobre Israel (Is.43:15). Declarou também que reinava sobre os reinos deste mundo (Sl.47:7-8). Até o tempo de Jeremias, 600 AC, Jeová reinava (Jr.46:18; 48:15). Satã recebeu os reinos da mão de Jeová no fim do Velho Testamento. E há um detalhe: Jesus não discordou que Jeová honrou a Satanás.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira