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(357) – PROMESSAS FALSAS

PROMESSAS   FALSAS

        Que é promessa falsa? É a promessa que não é cumprida por quem tem o poder para cumpri-la. Jeová é o deus das promessas.

1-   Prometeu que a descendência de Abraão seria como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar (Gn.15:5; 22:17). Essa promessa não se cumpriu, pois a população judaica mundial não chega a catorze milhões de pessoas, sendo cinco milhões em Israel, cinco milhões nos Estados Unidos, e menos de quatro milhões espalhados pelo mundo. É certo, que na lei, Jeová declarou, que se eles se desviassem da lei, ficariam poucos homens (Dt.28:62). Mas a promessa foi feita a Abraão, 430 anos antes, e sem exigências. Hoje, há varias nações que ultrapassaram a casa de um bilhão de habitantes, como a China, a Índia, e os Árabes. O Brasil, pais de 500 anos, tem seus cento e setenta milhões. Jeová tinha poder para fazer cumprir a promessa, mas não cumpriu.

2-  Jeová prometeu que expulsaria todas as nações idólatras da terra de Canaã, para não haver miscigenação. Jeová falou: “Da tua semente não darás para a fazer passar pelo fogo perante Moloque, e não profanarás o nome do teu deus: eu sou Jeová. Com varão não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é. Nem te deitarás com um animal, para te contaminares com ele; nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele; confusão é. Com nenhuma destas coisas vos contamineis, porque em todas estas coisas se contaminaram as gentes que eu lanço fora diante da vossa face” (Lv.18:21-24). “Não andeis nos estatutos da gente que eu lanço fora diante da vossa face, porque fizeram todas estas coisas; portanto fui enfadado deles” (Lv.20:23). “A ti te foi mostrado para que soubesses que Jeová é deus; nenhum outro há senão ele. Desde os céus te fez ouvir a sua voz, para te ensinar, e sobre a terra te mostrou o seu grande fogo, e ouviste as suas palavras do meio do fogo, e, porquanto amava teus pais, e escolheu a sua semente depois deles, te tirou do Egito diante de si, com sua grande força; para lançar fora de diante de ti gentes maiores e mais poderosas do que tu, para te introduzir na terra e ta dar por herança, como neste dia se vê” (Dt.4:35-38). “Quando Jeová teu deus te tiver introduzido na terra, a qual vais a possuir, e tiver lançado fora muitas gentes de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os perizeus, e os heveus, e os jebuseus, sete gentes mais numerosas e mais poderosas do que tu” (Dt.7:1). E há mais textos: Dt.9:1-5, 18:9-12; Js.13:6; 21:44; Ex.23:28-30. E Jeová falou a Moisés, dizendo: “Vai, sobe daqui, tu e o povo que fizeste subir da terra do Egito, à terra que jurei a Abraão, a Isaque, e a Jacó, dizendo: À tua semente a darei. E Enviarei um anjo diante de ti, (e lançarei fora os cananeus, e os amorreus, e os heteus, e os perizeus, e os heveus, e os jebuseus.”) (Ex.33:1-2).

E Jeová não cumpriu o que prometeu a Abraão, Isaque e Jacó. O anjo de Jeová falou ao povo e disse: “Não os expelirei de diante de vos; antes estarão às vossas ilhargas, e os seus deuses vos serão por laço” (Jz.2:3). “Estas, pois, são as nações que Jeová deixou ficar, para por elas provar a Israel, a saber, a todos os que não sabiam de todas as guerras de Canaã; tão somente para que as gerações dos filhos de Israel delas soubessem (para lhes ensinar a guerra), pelo menos os que dantes não sabiam disso: cinco príncipes dos filisteus, e todos os cananeus, e sidônios, e heveus, que habitavam nas montanhas do Líbano. Estes, pois, ficaram para por eles provar a Israel, para saber se dariam ouvidos aos mandamentos de Jeová ou não” (Jz.3:1-4). E é claro que o povo se corrompeu, habitando no meio dos sodomitas; então Jeová os vendeu em mão de Cusã Risataim, rei da Mesopotâmia (Jz.3:5-8). O fato é que Jeová não cumpre o que promete.

3-  Jeová prometeu, que, libertaria o seu povo do jugo e escravidão egípcia, e os levaria a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel (Ex.3:8). E ao entrarem lá, começaram novos cativeiros, como lemos acima. E na terra prometida, Israel passou por sete cativeiros, cada vez se corrompendo mais(Jz.3:8; 12-14; 4:1-3, 6:1; 9:1-6, 10:6-8; 13:1). Pobre povo de Israel! Creu e foi enganado. A terra boa e larga, que mana leite e mel, era pior que o Egito, pois Jeová lhe deu a beber água de fel(Jr.23:15)Lá na terra boa e larga, que mana leite e mel, as mulheres piedosas cozeram os próprios filhos para comer, tal era a fome (Lm.2:20; 4:10).

Alguém dirá: Mas eles pecaram contra Jeová, e profanaram o concerto do Sinai. A resposta é: As promessas de Deus dependem da fidelidade do homem ou da fidelidade de Deus? E se Jeová não perdoou aqueles que pecaram (Hb.3:17), quem garante que vai perdoar hoje os que pecam? Alguém mais uma vez dirá: Mas Jesus morreu pelos pecadores (Gl.1:4; I Tm.1:15). Muito bem; se aqueles pecaram e os de hoje também pecam, são iguais diante de Deus quanto a culpa. Aqueles não conheceram a Jesus e foram condenados. Os de hoje conhecem a Jesus, portanto a responsabilidade é maior, e a culpa também é maior conforme Lc.12:47-48. E se Jesus salva hoje os pecadores conscientes, ele e Jeová não são um em propósito. E Paulo mente quando diz que Cristo liberta o homem do pecado em Rm.6:18.

A Bíblia diz que quem comete pecado é do diabo (I Jo.3:8). E se o cristão não é libertado do pecado, não é libertado do diabo. Como fica? Os filhos de Deus pertencem a Satanás? Ou Cristo não tem poder para libertar o cristão? Eu creio que ele tem todo o poder. E creio que Jesus cura, não somente doenças do corpo, mas principalmente as da alma. Afirmar que é impossível não pecar, é confessar que o diabo é mais forte que Jesus. É confessar também que o Espírito Santo, que habita no cristão, não o regenera, conforme I Co.6:10-11 e Tt.3:4-5. É confessar que ninguém chega a estatura completa de Cristo, como lemos em Ef.4:13-14. O que parece, é que os cristãos estão comendo pão podre, e bebendo leite falsificado (I Pd.2:2). E por isso estão sujeitos a serem tocados pelo maligno (I Jo.5:18).Jesus Cristo salva e liberta, não tem panela. Mas Jeová não cumpriu a promessa.

4-   Jeová prometeu que o povo de Israel iria descansar na terra prometida, pois está escrito: “Hoje, se ouvirdes a sua voz não endureçais os vossos corações, como na provocação. Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por meio de Moisés. Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão os que foram desobedientes? E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade” (Hb.3:15-19).O fato é que o povo de Israel nunca teve paz. Leiam o que Jeová declarou: “E de medo passará a sua rocha, e os seus príncipes se assombrarão da bandeira, diz Jeová, cujo fogo está em Sião e cuja fornalha está em Jerusalém” (Is.31:9).

Quem fala que Jeová prometeu e não cumpriu foi o profeta Jeremias, que diz: “Ah Senhor Jeová! verdadeiramente trouxeste grande ilusão a este povo e a Jerusalém, dizendo: Tereis paz; pois a espada penetra-lhe até a alma” (Jr.4:10). Que é ilusão? O dicionário diz que é engano dos sentidos e da inteligência; o que se nos afigura ser o que não é; aparência enganosa. Jeová fez isso com o seu povo, ou Jeremias se enganou. Mas a Bíblia é a palavra de Deus de capa a capa. E Jeová testifica de Jeremias como um grande profeta (Jr.1:4-7). Que vem a ser iludir? É causar ilusão; enganar; zombar; lograr. Isto é o que diz o dicionário. Será que Jeová estava zombando do seu povo? É incrível! Salomão, o mais sábio dos homens, cuja sabedoria foi dada por Jeová (I Rs.3:12), afirma que Jeová zomba. E zomba na hora que a pessoa precisa dele. Leiamos o que disse Salomão sobre Jeová: “Convertei-vos pela minha repreensão; eis que abundantemente derramarei sobre vós o meu espírito e vos farei saber as minhas palavras. Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a minha mão, e não houve quem desse atenção; antes rejeitaste todo o meu conselho, e não quiseste a minha repreensão; também eu me rirei da vossa perdição, e zombarei, vindo o vosso temor. Vindo como assolação o vosso temor, e vindo a vossa perdição como tormenta, sobrevindo-vos aperto e angústia, então a mim clamarão, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, mas não me acharão” (Pv.1:23-28).

O fato é que Jeová promete, e não cumpre, logo, ilude o seu pobre povo. E quando ilude está zombando. Nós, porém, podemos confiar em Jesus Cristo, pois tomou o lugar dos pecadores diante de Jeová, e morreu por eles para resgatá-los das maldições de Jeová (Gl.3:13).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(356) – DEUS DESCONHECIDO – I

DEUS   DESCONHECIDO   1

         O apóstolo Paulo foi levado a Atenas, cidade grega; e enquanto esperava Silas e Timóteo, seus companheiros, pregava aos judeus na sinagoga, e também na praça da cidade, todos os dias. Alguns filósofos o ouviram e levaram-no ao Areópago, dizendo“Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas” (At.17:19). E Paulo, no meio do Areópago disse“Varões atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse pois que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio” (vs. 22 e 23). (O Areópago era o supremo tribunal de Atenas, onde eram julgadas as causas mais importantes).

O Deus desconhecido a que Paulo se referia não era Jeová, pois Deus desconhecido é aquele que nunca foi conhecido por ninguém, por isso João diz: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer” (Jo.1:18). E o próprio Jesus disse:“Ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt.11:27).

Mas Jeová era deus conhecido. Primeiro foi conhecido por seu povo Israel. O salmista disse:“Conhecido e deus em Judá, grande é o seu nome em Israel. E em Salém está o seu tabernáculo, e a sua morada em Sião” (Sl.76:1-2). “Assim diz o Senhor Jeová: No dia em que escolhi a Israel, levantei a minha mão para a descendência da casa de Jacó, e me dei a conhecer a eles na terra do Egito” (Ez.20:5).

Jeová foi conhecido pelos moradores de Jericó. Josué enviou dois homens para espiar a terra e a cidade de Jericó, que se esconderam no telhado da casa de uma prostituta de nome Raabe. E ela lhes disse:“Bem sei que Jeová vos deu esta terra, e que o pavor de vós caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra estão desmaiados diante de vós. Porque temos ouvido que Jeová secou as águas do Mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito, e o que fizestes aos dois reis dos amorreus, a Siom, e a Ogue, que estavam dalém do Jordão, os quais destruístes. Ouvindo isto, desmaiou o nosso coração, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque Jeová vosso deus é deus em cima nos céus e em baixo na terra” (Js.2:9-11). E Jeová declara sobre esta prostituta, dizendo“Dentre os que me conhecem, farei menção de Raabe” (Sl.87:4). Raabe conheceu Jeová Tsebaot, o deus das guerras.

Declarou também ser conhecido pela Babilônia, Filistia, Tiro e Etiópia (Sl.87:4).

Vamos ver como Jeová se dá a conhecer. Na profecia contra Gogue, Jeová disse: “E contenderei com eles por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre farei cair sobre ele, e sobre suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele. Assim eu me engrandecerei e me santificarei, e me farei conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou Jeová” (Ez.38:22-23). Jeová fazia questão de ser conhecido. Ele dizia: “Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou Jeová, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz Jeová” (Jr.9:24). “Fará um homem para si deuses, que contudo não são deuses? Portanto, eis que lhes farei conhecer, desta vez lhes farei conhecer a minha mão e o meu poder; e saberão que o meu nome é Jeová” (Jr.16:20-21).

Mas Paulo pregou o Deus desconhecido. Por que Deus desconhecido? Porque os deuses conhecidos até aquela data eram todos deuses da guerra, da morte, do prazer, da força, da beleza, da fecundidade, etc. e etc. Jesus revelou o Deus que é amor, que nunca foi conhecido por homem nenhum. Paulo fala desse Deus, que é amor, que perdoa os inimigos. Para convencer que Deus, o Pai, era realmente desconhecido, Paulo declarou“Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu e nem pode ver: ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém” (I Tm.6:16). Jeová foi visto por Adão (Gn.3:8). Apareceu a Abraão“Sendo pois Abraão da idade de noventa e nove anos, apareceu Jeová a Abraão, e disse-lhe: Eu sou o deus Todo-poderoso” (Gn.17:1). “Depois apareceu-lhe Jeová nos carvalhais de Manre, estando ele assentado à porta da tenda, quando tinha aquecido o dia. E levantou os seus olhos, e olhou, e eis três varões estavam em pé junto a ele” (Gn.18:1-2). Jeová declara que apareceu a Abraão, Isaque e Jacó: “Falou mais deus a Moisés, e disse: Eu sou Jeová. E eu apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó, como o deus Todo-poderoso; mas pelo meu nome, Jeová, não lhes fui perfeitamente conhecido” (Ex.6:2-3). Depois que Jeová deu a lei no monte Sinai, subiram ao monte: Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel, e viram o deus de Israel, e debaixo dos seus pés havia como uma obra de pedra de safira, e como o parecer do céu na sua claridade. Porém ele não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel; mas viram a Deus, e comeram e beberam (Ex.24:9-11). Muitos outros viram a Jeová. Mas João declarou que Deus nunca foi visto por alguém (Jo.1:18). O que viram era outro. Ninguém poderia ver a Deus Pai, pois é invisível (Cl.1:15; I Tm.1:17).

Jeová habita em Sião. Davi disse: “Porque Jeová elegeu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo: Este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei” (Sl.132:13-14). “E vós sabereis que eu sou Jeová, vosso deus, que habita em Sião, o monte da minha santidade” (Jl.3:17).

Jeová habita na cidade de Jerusalém: “E alguns dos chefes dos pais, vindo à casa de Jeová, que habita em Jerusalém, deram voluntárias ofertas para a casa de deus, para a fundarem no seu lugar” (Ed.2:68). “Bendito seja Jeová desde Sião, que habita em Jerusalém. Louvai a Jeová” (Sl.135:21).

Jeová habitava no templo. Salomão, terminada a construção do templo, disse em oração: Certamente te edifiquei uma casa para morada, assento para a tua eterna habitação” (I Rs.8:13)E Moisés disse no seu cântico: “Tu os induzirás, e os plantarás no monte da tua herança, no lugar que tu, ó Jeová, aparelhaste para tua habitação, no santuário, ó Jeová, que as tuas mãos estabeleceram” (Ex.15:17).

Paulo, porém, declara“O Deus que fez o mundo e tudo o que neles há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens” (At.17:24). O Deus desconhecido não habitava em templos construídos por mãos de homens.

Os levitas foram escolhidos para o serviço de Jeová, e Arão e seu filhos foram separados para esse ministério; Arão era bisneto de Levi, ele e Moisés (Ex.28:1).

Jeová era também servido pelo povo de Israel, pois disse a Faraó: “Eu te tenho dito: Deixa ir o meu filho, para que me sirva; mas tu recusaste deixá-lo ir; eis que eu matarei o teu filho, o teu primogênito” (Ex.4:23)E repete Moisés, dizendo: “O deus dos hebreus, me tem enviado a ti, dizendo: Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto” (Ex.7:16). E Moisés falou ao povo de Israel: “A Jeová teu deus temerás, e a ele servirás, e pelo seu nome jurarás” (Dt.6:13). Quem serve, socorre; e Débora no seu cântico, disse o seguinte: “Amaldiçoai a Meroz, diz o anjo de Jeová, amaldiçoai acremente os seus moradores; porquanto não vieram em socorro de Jeová, em socorro de Jeová com os valorosos” (Jz.5:23).

Mas o Deus desconhecido, que é o Deus de amor e da paz, e o Deus da graça total, não é servido pelos homens. O texto diz: “Deus não habita em templos feitos por mãos de homens; nem tão pouco é servido por mãos de homens, como que necessitado de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a vida a todos, e a respiração, e todas as coisas” (At.17:24-25). O único que serve ao Deus Pai é Jesus Cristo, que disse: “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer” (Jo.17:4). Nós que temos o nome de cristãos, servimos a Jesus Cristo, que disse: “Qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt.10:32).E outra vez: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo.14:6).

O único Deus conhecido e verdadeiro, conhecido pelos homens, é Jesus Cristo (I Jo.5:20).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(355) – A BÊNÇÃO

A   BÊNÇÃO

            Existem nas Escrituras Sagradas dois testamentos. O Velho Testamento compõe-se de trinta e nove livros na Bíblia evangélica, e quarenta e seis na Bíblia católica romana. O Novo Testamento compõe-se de vinte e sete livros, na Bíblia católica e na evangélica. O Velho Testamento foi feito com o povo hebreu, por Jeová. O Novo Testamento foi feito com a Igreja, por Deus, o Pai. O mediador entre Jeová e o povo hebreu foi Moisés (Ex.33:11-12; Gl.3:19); e o mediador entre Deus, o Pai, e os homens é Jesus Cristo (I Tm.2:5). O Concerto do Velho Testamento tinha como base a lei de Jeová, e os sacrifícios de bezerros, carneiros, bodes, pombos e ovelhas. O Concerto do Novo Testamento tem como base a graça de Deus para todos (Tt.2:11), e o sacrifício de Cristo para expiar os pecados dos que crêem (Gl.1:4).

Cada testamento tem uma herança. Pelo de Jeová, a herança era a terra de Canaã, onde o povo iria repousar das guerras, da escravidão e da fome, por isso Canaã era uma terra que manava leite e mel, e terra de fartura. A herança dos santos da Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo, não é na terra, mas no céu. É um reino celestial com a glória de Deus (II Tm.4:18; I Pd.1:3-4).

A diferença gritante entre os dois testamentos, é que, não é mencionada nenhuma herança celestial para os do Velho Testamento, e no Novo Testamento, a herança é toda nos lugares celestiais, e os da fé são chamados peregrinos e forasteiros neste mundo. O texto sagrado diz: “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela donde haviam saído, teriam oportunidade de tornar. Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade” (Hb.11:13-16). O próprio Abraão rejeitou a herança do Velho Testamento, feita por Jeová, para ficar com a herança de Jesus Cristo, pois foi o primeiro a ouvir o Evangelho, isto é, as boas novas. O texto diz: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que haveria de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa (de Jeová – Gn.17:8), como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Hb. 11:8-10).

Jesus assim se refere aos dois testamentos“A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo homem emprega força para entrar nele” (Lc.16:16). Se duraram até João, extinguiram-se.

As promessas do reino de Deus não estão no Velho Testamento. É cômico ver milhares ou milhões de cristãos, presos ao Velho Testamento, e querendo demonstrar que há profecias que ainda vão se cumprir. Se Jesus falou que acabou em João Batista, vamos nós desdizer o que Jesus falou?

Outra diferença espantosa entre os dois testamentos, é que, no Velho Testamento, quem morriam eram os herdeiros, e não o dono da herança, isto é, Jeová. No Novo Testamento morre o testador, e os herdeiros entram na posse da herança imediatamente. O texto diz: “Jesus é o Mediador dum novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. Porque onde há testamento, necessário é que intervenha a morte do testador. Porque um testamento tem força onde houve morte; ou terá ele algum valor enquanto o testador vive?” (Hb.9:15-17).

No concerto da lei de Jeová, a própria lei anula a herança, pois pela lei é imputado o pecado, e alma que peca morre (Ez.18:4). Morrendo perde a herança para outro. A herança de Jeová é uma ilusão. Entendemos porque a bênção passa de pai para filho, no Velho Testamento. Abraão recebeu a bênção de Jeová, e abençoou a Isaque, e Isaque abençoou a Jacó (Gn.27:26-29)A bênção garantia os favores de Jeová. O texto diz: “Assim te dê Deus do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto; sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos os que te abençoarem” (Gn.27:28-29). A bênção de Jeová, que passa de pai para filho, visa bens terrenos, prole, poder sobre outros.

A bênção do Pai, que Jesus nos dá, Paulo descreve: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef.1:3). A bênção do Novo Testamento não é hereditária. Só recebe quem crê e Jesus, e o segue de perto.

Há grande diferença entre as duas bênçãos. As de Jeová só são terrenas e materiais. Foi o que lemos em Gn.27:26-29. As bênçãos de Jeová não incluem as celestiais. De igual forma, as bênçãos celestiais não incluem as terrenas. É fácil provar isso. Jeová é o deus do ouro e da prata (Ag.2:8). E Salomão diz“A bênção de Jeová é que enriquece, e não acrescenta dores” (Pv.10:22). Jeová dá tanto valor ao ouro e a prata que saqueava as nações vencidas na guerra. Quando Israel destruiu Jericó, ele ordenou, dizendo: “Porém toda a prata, e o ouro, e os vasos de metal, e de ferro, são consagrados a Jeová; irão ao tesouro de Jeová” (Js.6:19). Jeová enriqueceu Davi (I Cr.29:28).Deu também a Salomão riqueza e glória (I Rs.3:13). Deu riqueza e glória a Ezequias (II Cr.32:27). E pasmem. Foi Jeová quem deu poder, majestade, e glória a Nabucodonosor (Dn.5:18). Um rei ímpio, cruel e soberbo. E Jeová submeteu todos os povos a seus pés, sob pena de maldição (Jr.27:1-8). E Jesus proíbe ajuntar tesouros (Mt.6:19-21). Aos que o tem, ordena que apliquem em caridade para os pobres (Mt.19:16-21).

Jesus ordenou também a João e Tiago, que não buscassem glória e poder (Mc.10:37; 42-45).São dois reinos. O de Jeová é terreno, e o de Jesus é celestial. É claro que os valores são também diferentes. O ouro do reino de Jesus é a caridade, por isso disse ao moço rico: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me” (Mt.19:21).

A diferença entre as duas bênçãos é gritante:

1- A bênção de Jeová era para o homem fiel à lei, e à sua descendência carnal (Sl.128).

S A bênção do Pai é para a descendência espiritual de Jesus (Hb.2:9-10; Rm.8:29; Ef.4:13).  

2- A bênção de Jeová é para os deste mundo (Ec.2:24-25; 3:11; 5:18-19; 8:15; 9:9).

S A bênção do Pai é para os que não são deste mundo (Rm.15:29; Cl.3:1-3; Ef.1:3-4).

3- Os dons de Deus Pai são sem arrependimento, e incluem a bênção (Rm.11:29).

S  A bênção de Jeová pode ser roubada diante de seus olhos (Gn.27:6-19). Se alguém reprovar o argumento, leia Dt.21:15-17, onde Jeová determina que a bênção do primogênito não pode passar a outro.

4- Por último, o profeta Malaquias declara que a bênção de Jeová pode ser transformada em maldição:“Sacerdotes, este mandamento vos toca a vós. Se o não ouvirdes, e se não propuserdes em vosso coração dar honra ao meu nome, diz Jeová dos exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho amaldiçoado, porque vós não pondes isso no coração” (Ml.2:1-2).

Quem quiser uma bênção que pode ser amaldiçoada, fique com a bênção de Jeová, que afirma que não há homem que não peque, e claro, pecando, herda a maldição em lugar de bênção (Ec.7:20; I Rs.8:46).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(354) – O VENTRE DE SATANÁS

O  VENTRE  DE  SATANÁS

        Jeová declarou a Faraó que Israel era o seu filho primogênito (Ex.4:22). Isto quer dizer que antes de Israel, Jeová não teve filhos. Sobe-nos ao pensamento como foi gerado esse filho? O primogênito de Jeová foi gerado no Egito. Essa gestação foi anunciada a Abraão. Jeová lhe disse: “Saibas, de certo, que peregrina será a tua semente em terra que não é sua, e servi-los-ão; e afligi-los-ão quatrocentos anos; mas também eu julgarei a gente, a qual servirão, e depois sairão com grande fazenda” (Gn.15:13-14). A terceira geração depois de Abraão, por causa de uma grande fome, foi obrigada a ir ao Egito. Aconteceu da seguinte maneira: José, tendo sido vendido por seus irmãos, por mercê de Jeová, acabou como senhor do Egito, pois ao interpretar o sonho de Faraó, caiu nas suas graças (Gn.41:38-46).

Jacó chegou ao Egito, a chamado de José, com setenta almas, e já velho, pois tinha cento e trinta anos (Gn.46:27; 47:9). Quando seu pai chegou ao Egito, José tinha trinta e nove anos. Como sabemos isso? Quando José foi elevado sobre o Egito tinha trinta anos (Gn.41:46). A interpretação do sonho de Faraó, à respeito das sete vacas gordas e sadias, e depois as sete vacas magras e feias, que devoraram as gordas, José declarou a Faraó o sentido do sonho, que eram sete anos de fartura no Egito, seguidos de outros sete anos de fome. As vacas magras devorando as gordas, era os povos ao redor, indo ao Egito em busca de comida, e passando para Faraó todo o seu ouro, depois suas terras, e por fim servindo como escravos, por comida. Quando Jacó tinha cento e trinta anos, José declarou que sete anos de fartura se tinham passado, e mais dois de fome, que somados aos trinta que tinha ao assumir autoridade no Egito, perfazem trinta e nove anos (Gn.45:6). Como José morreu com cento e dez anos (Gn.50:26)Israel começou a se multiplicar por setenta e um anos, que foi o tempo decorrido até a morte de José. Nesses setenta anos o povo viveu e absorveu aos maus costumes do Egito. Ali, vivendo debaixo dos favores de Faraó, o povo se corrompeu. Depois da morte de José, levantou-se outro Faraó. Como o povo de Jeová se multiplicou e se fortaleceu, Faraó começou a oprimir o povo. A opressão durou oitenta anos, que foi a idade com a qual Jeová chamou Moisés, dizendo“Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores. Portanto desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel; ao lugar do cananeu, e do heteu, e do amorreu, e do perizeu, e do heveu, e do jebuzeu” (Ex.3:7-8).

O Egito, no tempo de José, era festa, fartura, corrupção e idolatria. Após a morte de José, o Egito se tornou o próprio inferno. ESSE FOI O VENTRE QUE GEROU O FILHO PRIMOGÊNITO DE JEOVÁ. Quem tem ventre para gerar filhos é a mulher, assim o Egito foi a mulher que deu à luz a Israel. Quem era o marido dessa mulher? Era Faraó. E o próprio Jeová declara em alto e bom som quem é Faraó na linguagem espiritual, pois Jeová fala por enigmas (Sl.78:2). E falou pela boca profética de Ezequiel:“Assim diz o Senhor Jeová: EIS-ME CONTRA TI, O FARAÓ, REI DO EGITO, GRANDE DRAGÃO, QUE POUSAS NO MEIO DOS TEUS RIOS, e que dizes: O meu rio é meu, e eu o fiz para mim” (Ez.29:3).

Se Faraó personifica o diabo e Satanás, que é também o dragão, o Egito era a mulher do dragão, isto é, Satanás. Assim, o primogênito de Jeová foi gerado no ventre de Satanás. Olhem só onde foi gerado o filho primogênito de Jeová: SATANÁS! É por isso que Jeová, referindo-se ao seu povo Israel, declara: “Nem tu as ouvistes, nem tu as conhecestes, nem tão pouco desde então foi aberto o teu ouvido, porque eu sabia que obrarias perfidamente, e que eras prevaricador desde o ventre” (Is.48:8; 44:2). 

A grande incoerência está em que Jeová anunciou a Abraão, quatrocentos anos antes o que ia acontecer, logo foi projeto de Jeová. Esse projeto incluía educar o seu povo na corrupção, na prostituição, na idolatria e na escravidão. Depois arranca o povo do Egito e o proíbe de praticar as obras do Egito? Jeová mandou Moisés dar a seguinte ordem ao povo, depois que saiu do Egito: “Eu sou Jeová, vosso deus. Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes” (Lv.18:2-3).O povo viveu cento e cinqüenta anos debaixo daquela sociedade corrupta, e teria de mudar em trinta dias? Ora, se os cristãos com vinte, trinta, cinqüenta anos de vida cristã afirmam que é impossível viver sem pecar, e tendo o Espírito Santo como ajudador, o que se esperaria de um povo, cristalizando maus hábitos por cento e cinqüenta anos, e não tendo o Espírito Santo? Sem chance. Jeová, entretanto, continuava a exigir fidelidade, e atormentava o povo com doenças, pestes e terror (Lv.26:16).

O comportamento desse deus é sádico. Colocou o povo num lugar de degeneração conscientemente, e depois atormenta-os porque não conseguem mudar.

Outra incoerência daquele deus é o fato de se declarar contra Faraó. Ele, Jeová, declara que sabe o futuro, pois disse: “Eu anuncio o fim desde o princípio, e desde a antigüidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade” (Is.46:10).

Jeová poderia terra levado José para um lugar que fosse o ventre de Deus, e não o ventre de Satanás, pois é o todo poderoso El Shaday, que diz: “Operando eu, quem impedirá?” (Is.43:13). Ao levar seu povo para o Egito não o queria santo, mas imundo, e depois de usar o dragão, isto é, Faraó, diz: “Eis-me contra ti, Faraó, grande dragão”. Fabrica um dragão e se diz contra o mesmo?

Mudemos de assunto. Jesus desceu ao abismo de Jeová (Sl.104:5-6), para libertar o povo de Israel do terrível e tenebroso jugo a que foi lançado; estabelece a sua Igreja, que é o seu ventre, e onde são geradas as novas criaturas por obra do Espírito Santo. Jesus pregou dizendo: “Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo.3:3). Os espíritas usam essa passagem para afirmar o fenômeno da metempsicose ou transmigração da alma, isto é, a alma de alguém que morreu encarna em outro ser que está sendo gerado no ventre de alguma mulher, e nasce de novo (Jo.3:4).Mas o que Jesus está revelando é outra coisa. A mulher a quem Cristo se refere é a Igreja. Leiamos as palavras de Paulo: “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja” (Ef.5:25). “Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne. Grande é este mistério: digo-o, porém, a respeito de Cristo e da Igreja” (Ef.5:31-32).Sendo assim, o ventre onde são gerados os filhos de Deus está na casa onde se reúnem os crentes. Do púlpito é lançada a semente de Deus que é a sua palavra (Lc.8:11). A semente fecunda o coração do ouvinte, e ele é novamente gerado de semente incorruptível (I Pd.1:23). Para o novo nascimento a que Cristo se refere não ocorre a morte física, mas a morte espiritual simbolizada no batismo (Rm.6:3-6).

A diferença do ventre no qual Jeová gerou o seu filho primogênito, e o ventre no qual Jesus traz à luz os filhos de Deus e tão grande, que vai do inferno ao céu. O ventre da esposa de Jesus, que é a sua Igreja, dá à luz filhos puros e santos, porque Jesus lava seus pecados pelo seu sangue, derramado na cruz (Ap.1:5; Ef.4:22-24).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(353) – CORRUPTOR DE CRIANÇAS

CORRUPTOR DE CRIANÇAS

        Jeová declarou por boca de Oséias: “Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu filho” (Os.11:1). Alguns pontos chamam a atenção neste verso bíblico:

1- Por ocasião do Êxodo, no início, Jeová mandou Moisés dizer a Faraó: Israel é meu filho, meu primogênito” (Ex. 4:22). Para Jeová, um povo é um homem, ou uma mulher, ou um menino.

2- Jeová declara também que Israel, ao sair do Egito, era menino, e era amado.

3- Ao ser tirado do Egito, o povo de Israel estava saindo do ventre onde fora gerado, isto é, o Egito, um país corrompido e idólatra na época.

Quando Jesus nasceu, Herodes, rei da Judéia, tendo ouvido que o Messias, isto é, o rei de Israel nascera em Belém de Judá, mandou matar todas as crianças judias, de dois anos para baixo (Mt.2:16).Mas o anjo de Jeová apareceu em sonhos a José, e mandou que fugisse para o Egito. José e Maria, sua mulher, foram para o Egito até a morte de Herodes (Mt.2:19-20). Quando José voltou, cumpriu-se a profecia de Oséias, que disse“Do Egito chamei meu filho”Assim fica bem provado que Israel era menino, pois foi figura de Jesus, que era menino.

É óbvio que o povo de Israel era menino espiritualmente. Do ponto de vista físico e natural, de homens que arrancavam da espada para a guerra, foram contados seiscentos e três mil e quinhentos e cinqüenta varões (Nm.1:46)fora velhos, mulher e crianças.

Fazemos uma pergunta: Obriga-se uma criança a obedecer e guardar uma lei que é difícil de ser guardada por adultos? É justo punir uma criança com terríveis maldições quando transgride essa lei? Leiamos a resposta feita àquelas crianças:

“Eis que hoje eu ponho diante de vós a benção e a maldição: A benção, quando ouvirdes os mandamentos de Jeová vosso deus, que hoje vos mando; porém a maldição, se não ouvirdes os mandamentos de Jeová vosso deus, e vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes” (Dt.11:26-28).

D Passemos ao Novo Testamento, onde a idéia de adultos que são crianças, é um fato.

João, o apóstolo, declara, que para ser filho do Deus Pai, todo homem tem de nascer de novo. No Velho Testamento, os nascidos na carne, e da carne, eram chamados de filhos de Jeová (Dt.14:1; 32:18-20; Is.1:2; 30:9). Mas no Novo Testamento, os nascidos da carne não são filhos, mas somente os que crêem em Jesus Cristo, nascem de novo por um milagre do Espírito Santo e da água (Jo.3:5-6).A água é a palavra de Cristo (Ef.5:25-26).  

Pois este nascido de novo pelo evangelho, tendo vinte, ou trinta, ou sessenta anos, é considerado criança espiritual. Paulo diz: “E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tão pouco ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. Pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?” (I Co.3:1-3). O convertido a Cristo, só deixa de ser carnal quando deixa as contendas, dissensões e invejas.

D  Outro tipo de criança espiritual é o cristão preso aos rudimentos da doutrina. Na carta aos Hebreus lemos: “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos havíeis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque ainda é menino” (Hb.5:12-13).

D  Há ainda, um outro tipo de menino. São aqueles que vão atrás de ventos de doutrina. Paulo novamente nos ensina, dizendo“Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, à varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente” (Ef.4:13-14). Já viram cristãos deslumbrados, que ao ouvir que um evangelista ou missionário faz milagres, corre para lá, como criança que vai ao circo? Outros se encantam com pregadores que fazem shows. Outros ainda vão atrás dos que prometem as riquezas deste mundo. Tudo vento, tudo vaidade. Como dizia Salomão, o sábio:“Vanitas vanitatis, vanitas vanitatis, et omnia vanitas” (Ec.1:2). A Bíblia fala muito dos meninos de quarenta anos, de cinquenta e até de sessenta, que andam disputando os dons do Espírito Santo, que são nove (I Co.12:8-11). Vi na placa de uma igreja o seguinte: “Pastor ‘Fulano’, o homem dos nove dons.” Paulo fala dos dons no capítulo doze de I Coríntios. No capítulo treze fala que acima dos dons está a caridade; e no fim, diz: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (I Co.13:11).

D  Voltemos à história de Israel. Quando Israel era menino? Quando saiu do Egito. Eram todos adultos na carne, mas recém nascidos no espírito. O ventre que gerou o primogênito de Jeová era carnal, corrupto e idólatra. Conheçamos alguns dos deuses do Egito no tempo de Moisés:

O BOI APPIS – A mais completa expressão da divindade sob a forma de um boi.

AMMON – Deus egípcio do Sol.

OSIRIS – Protetor dos mortos, marido de Isis.

ISIS – Irmã e mulher de Osiris, mãe de Horus, deusa da medicina, do casamento, do trigo, da cultura.

HÓRUS – Homem com cabeça de gavião. Aparecia como gavião ou como homem.

ANUBIS – Tinha corpo de homem e cabeça de chacal.

THOT – Corpo de homem e cabeça de pássaro com bico comprido e curvado para baixo.

PHTAH – Adorado na cidade de Menfis. (Jeová executou juízo sobre esses deuses (Ex. 12:12)).

Quanto ao comportamento moral, Ezequiel registrou o seguinte“Filho do homem, houve duas mulheres, filhas de uma mãe. Estas prostituíram-se no Egito, prostituíram-se na sua mocidade; ali foram apertados os seus peitos, e ali foram apalpados os seios da sua virgindade. E os seus nomes eram: Aolá, a mais velha, e Aolibá, sua irmã; e foram minhas, e tiveram filhos e filhas; e, quanto a seus nomes, Samaria é Aolá, e Jerusalém é Aolibá” (Ez.23:2-4). Como Jeová declarou que amou quando era menino, e Israel foi gerado no Egito, pois, como povo, não existia antes, esse povo foi corrompido quando ainda era criança.

As obras do Egito eram as mesmas de Sodoma, por isso João, no Apocalipse, diz: “E Jazerão os seus corpos mortos na praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado” (Ap.11:8). E Jeová declarou que Israel era prevaricador desde o ventre (Is. 48:8). A corrupção desse povo foi planejada quatrocentos anos antes, pois Jeová falou a Abraão (Gn.15:13-14). Ora, Jeová se declara o oleiro, afirmando que Israel era o barro; cuja forma era dada a gosto do oleiro (Jr.18:1-6).

Se um pai humano corrompe seus filhos ainda crianças, é processado pelo governo como praticante de pedofilia, é execrado pela sociedade, e vai preso como anormal. Jeová, que proíbe o pecado, o adultério e prostituição sob pena de morte, corrompe meninos e crianças num projeto maligno, e todos o louvam e o glorificam? Ele mesmo declara que corrompe as crianças, pois disse aos sacerdotes: “Se o não ouvirdes, e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz Jeová dos exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho amaldiçoado, porque vós não pondes isso no coração. EIS QUE EU VOS CORROMPEREI A SEMENTE, e espalharei esterco sobre os vossos rostos” (Ml.2:2-3).

Jesus desceu a este mundo e estabeleceu a Igreja, cujo ventre traz à luz os santos, os puros, os fiéis, os humildes e misericordiosos. Jesus se declara cabeça da Igreja, pois assume a responsabilidade por ela, que é sua esposa. O adversário enche a igreja de joio, mas Jesus vai separar o trigo do joio na sua volta (Mt.13:36-43).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(352) – SALMO DE LOUVOR – I

SALMO   DE   LOUVOR  1

        O Salmo 136 exalta e louva a benignidade de Jeová. Leiamos:

1- Louvai a Jeová, porque ele é bom; porque a sua benignidade é para sempre;

2- Louvai ao Deus dos deuses, porque a sua benignidade é para sempre;

3- Louvai ao Senhor dos senhores, porque a sua benignidade é para sempre;

4- Aquele que só faz maravilhas, porque a sua benignidade é para sempre;

5- Aquele que com entendimento fez os céus, porque a sua benignidade é para sempre;

6- Aquele que estendeu a terra sobre as águas, porque a sua benignidade é para sempre;

7- Aquele que fez os grandes luminares, porque a sua benignidade é para sempre;

8- O sol para governar o dia, porque a sua benignidade é para sempre;

9- A lua e as estrelas para governar a noite, porque a sua benignidade é para sempre;

10- QUE FERIU O EGITO NOS SEUS PRIMOGÊNITOS, PORQUE A SUA BENIGNIDADE É PARA SEMPRE.

Aqui o salmista certamente errou. Desde quando matar adultos e crianças revela benignidade? Se o Deus revelado por Jesus Cristo quer salvar a todos (I Tm.2:3-4), matar pessoas que Jesus quer salvar, segundo a vontade de Deus Pai, matar os primogênitos do Egito, entre os quais haviam muitas crianças inocentes, não revela benignidade, mas malignidade. E para agravar a situação, foi Jeová que mudou o coração dos egípcios para que odiassem o seu povo (Sl.105:23-25). Sendo assim eles eram vitimas inocentes, e o salmista deveria ter dito“FERIU O EGITO NOS SEUS PRIMOGÊNITOS, PORQUE A SUA MALIGNIDADE É PARA SEMPRE”. E o salmista continua a louvar a malignidade de Jeová, dizendo:

15. Jeová derribou a Faraó com o seu exército no Mar Vermelho, porque a sua benignidade é para sempre;

18. Deu a morte a reis famosos, porque a sua benignidade é para sempre;

19. Siom, rei dos amorreus, porque a sua benignidade é para sempre;

20. E Ogue, rei de Basã, porque a sua benignidade é para sempre. (Sobre Siom, está escrito que Jeová endureceu o seu espírito, e fez obstinado o seu coração. Então Siom se pôs contra Israel, e Jeová o entregou a Israel. Foram destruídas todas as cidades, e mortos a fio de espada homens, mulheres e crianças. E o despojo foi tomado (Dt.2:30-35)). Neste caso deveria estar escrito: “Jeová matou Siom, rei de Hesbom, homens, mulheres e crianças, porque a sua malignidade é para sempre”. Mas, contrariando a todos os princípios da ética, da virtude e da justiça, os salmistas sempre escrevem, quando Jeová comete um crime: LOUVAI A BENIGNIDADE DE JEOVÁ. Segundo esse falso princípio de justiça podemos dizer:

1- Jeová fez de Jerusalém uma fornalha, porque a sua benignidade é para sempre (Is.31:9).

2- Mandou fogo do céu e matou 102 soldados, porque a sua benignidade é para sempre (II Rs.1:9-12).

3- Declarou guerra eterna a Amaleque, porque a sua benignidade é para sempre (Ex.17:16).

4- Incitou Davi a pecar, e por isso matou 70.000 pessoas, porque a sua benignidade é para sempre (II Sm.24:1-15).

5- Fez com que, mortos de fome, os pais comessem os filhos, porque a sua benignidade é para sempre. (Esta era uma das maldições de Jeová“E comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te der Jeová teu deus, no cerco e no aperto com que os teus inimigos te apertarão” (Dt.28:53)).

6- “As mãos das mulheres piedosas cozeram seus próprios filhos; serviram-lhes de alimento na destruição da filha do meu povo”, porque a sua benignidade é para sempre (Lm.4:10).

7- Tapou os ouvidos dos filhos do sumo sacerdote Eli, para não ouvirem os conselhos do pai, porque os queria matar, porque a sua benignidade é para sempre (I Sm.2:22-25).

8- Jeová falou ao seu povo idólatra: “Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até o mais profundo do inferno, e consumirá a terra com a sua novidade, e abrasará os fundamentos dos montes. Males amontoarei sobre eles, as minhas setas esgotarei contra eles. Exaustos serão de fome, comidos de carbúnculo e de peste amarga; e entre eles enviarei dentes de feras, com ardente peçonha de serpentes do pó. Por fora devastará a espada, e por dentro o pavor; ao mancebo, juntamente com a virgem, assim à criança de mama, como ao homem de cãs;”  porque a sua benignidade é para sempre (Dt.32:22-25).

9- O salmista disse: “Tu vendes por nada o teu povo, e não aumentas a tua riqueza com o seu preço”, porque a tua benignidade é para sempre (Sl.44:12).

10- Jeová declara-se o autor de todo e qualquer mal que possa acontecer a uma cidade, porque a sua benignidade é para sempre (Am.3:6).

11- Fica forjando males contra seu povo, e tenta convertê-los com ameaças terríveis e não com amor, porque a sua benignidade é para sempre (Jr.18:11).

12- Lançou sobre o seu povo as monstruosas maldições da lei, porque a sua benignidade é para sempre (Dt.27:15-26, 28:15-68; Gl.3:10).

13- Destruiu a humanidade no dilúvio antes do tempo, porque a sua benignidade é para sempre (Jó 22:15-16).

14-  Jeová põe espírito malignos nas pessoas a quem aborrece e rejeita, porque a sua benignidade é para sempre (I Sm.16:14-15).

15-  Irado contra seu povo, assim falou: “Eis que eu encherei de embriaguez a todos os habitantes desta terra, e aos reis da estirpe de Davi, que estão assentados no seu trono, e aos sacerdotes, e aos profetas, e a todos os habitantes de Jerusalém. E fá-lo-eis em pedaços uns contra os outros, e juntamente os pais com os filhos, diz Jeová; não perdoarei nem pouparei, nem terei deles compaixão, para que os não destrua”, porque a sua benignidade é para sempre (Jr.13:13-14).

 16- E disse mais Jeová: “Eis que eu sou contra ti, e tirarei a minha espada da bainha, e exterminarei do meio de ti o justo e o ímpio. E, por isso que hei de exterminar do meio de ti o justo e o ímpio, a minha espada sairá da bainha contra toda a carne, desde o sul até o norte;”, porque a sua benignidade é para sempre (Ez.21:3-4).

 17- Jeová envia espírito de mentira para enganar os profetas, quando quer matar alguém, porque a sua benignidade é para sempre (I Rs.22:19-23).

18- Jó, entregue por Jeová na mão de Satanás, disse: “Porque as frechas do Todo poderoso (El Shaday) estão em mim, e o seu ardente veneno o bebe o meu espírito; os terrores de Jeová se armam contra mim”, porque a benignidade de Jeová é para sempre (Jó 6:4).

 19- “Cova profunda é a boca das mulheres estranhas; aquele contra quem Jeová se irar, cairá nela”, porque a benignidade de Jeová é para sempre (Pv.22:14).

 20- Quando Israel pecou em Baal Peor, Jeová mandou Moisés enforcar todos os cabeças das dez tribos, diante do sol, e só assim o ardor da sua ira se retirou de Israel, porque a benignidade de Jeová é para sempre (Nm.25:4).

21- Um bando de meninos chamou Eliseu de careca; este os amaldiçoou, e Jeová mandou duas ursas, que despedaçaram quarenta e dois deles, porque a benignidade de Jeová é para sempre (II Rs.2:23-24).

22- Ordena seu povo a não ter piedade dos povos de Canaã, como ele não tem piedade, porque a benignidade de Jeová é para sempre (Dt.7:2). Ensina a não ter piedade do irmão que pecou, porque a sua benignidade é para sempre (Dt.13:6-10). Proibiu Jeremias de orar pelo seu povo a quem amava, porque a benignidade de Jeová é para sempre (Jr.7:16).

 23- Jeová ordena a não ter piedade, porque ele, Jeová, não tem piedade de ninguém, porque a benignidade de Jeová é para sempre (Ez.5:11; 7:4, 9, 8:18)Jeová não tem piedade das crianças, porque a sua piedade é para sempre. Isaias diz: “Preparai a matança para os filhos por causa da maldade de seus pais” (Is.14:21). Mas Jesus disse: “Deixai vir a mim as criancinhas, e não as impeçais, porque delas é o reino de Deus” (Mt.19:13-14).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(351) – OS DOIS REPOUSOS

OS   DOIS   REPOUSOS

        Descanso é ato ou efeito de descansar, repouso, cessação de movimento, cessação de trabalho. O quarto mandamento da lei de Jeová, diz: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra; mas o sétimo dia é o sábado de Jeová teu deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez Jeová os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou Jeová o dia de sábado, e o santificou” (Ex.20:8-11).

Mas Deus cansa? Deus, o criador, precisa descansar? Deus não descansou, pois Jesus disse“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo.5:17). E Jesus fazia questão de trabalhar no sábado, para provar, que para ele, Jesus, o sábado não tinha valor algum (Jo.5:16-17). Curava doentes no sábado (Mt.12:9-14). Expulsava demônios no sábado (Mc.1:21-26). Jesus ensinava o povo no sábado (Mc.6:1-3; Lc.13:10-16, 14:1-5). “E por esta causa os judeus perseguiram a Jesus, e procuravam matá-lo; porque fazia estas coisas no sábado” (Jo.5:16). E por que fazia quase tudo no sábado? Porque Jesus é maior que o sábado“Jesus dizia-lhes: O Filho do homem é Senhor até do sábado” (Lc.6:5). No evangelho de Mateus, no mesmo episódio, Jesus disse: “Eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo” (Mt.12:6).

Paulo, o apóstolo, esclarece que o sábado é sombra (Cl.2:16-17). Sombra do que? De Canaã, a terra prometida. Vejamos o que Davi falou: “Porque Jeová elegeu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo: Este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei pois o desejei” (Sl.132:13-14). E Canaã seria o repouso, ou melhor, o descanso do povo de Israel“Ovelhas perdidas foram o meu povo; os seus pastores as fizeram errar, para os montes as deixaram desviar; de monte em outeiro andaram, esqueceram-se do lugar de seu repouso” (Jr.50:6). O repouso seria para Jeová e o seu povo, por isso Jeová descansava no sábado e o povo também, segundo a lei. Jeová disse pela boca de Moisés: “Guardarão pois o sábado os filhos de Israel, celebrando o sábado nas suas gerações por concerto perpétuo. Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez Jeová os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou, e restaurou-se” (Ex.31:16-17). Se Jeová restaurou-se no sábado, isso revela que ele ficou debilitado com o esforço despendido na obra da criação. Se Jeová necessita de restauração do esforço gasto, é mais humano que divino.

Mas, como lemos no salmo de Davi, o repouso de Jeová e do seu povo é Canaã, o descanso de Jeová é simplesmente a terra.

Lá em Canaã, Jeová escolheu um terreno para construção da sua casa, isto é, o templo que seria construído (Dt.12:11). E lá Salomão construiu o suntuoso templo, todo revestido de ouro, pois Jeová é o deus do ouro e da prata (Ag.2:8). E Davi nos revela o seguinte: “E pôs-se o rei Davi em pé, e disse:Ouvi-me, irmãos meus, e povo meu. Em meu coração propus eu edificar uma casa de repouso para a arca do concerto de Jeová e para escabelo dos pés do nosso deus” (I Cr.28:2). E Salomão, depois de construído o templo, orou assim: “Levanta-te agora, Jeová deus, para o teu repouso, tu e a arca da tua fortaleza” (II Cr.6:41; Sl.132:8).

Ficamos então sabendo, que o povo de Jeová guardava a sombra de Canaã, o sábado verdadeiro, e o eterno repouso, tanto de Israel, como de Jeová. Mas não deu certo. Nem Jeová, nem Israel entraram em repouso. O povo que ia entrar no repouso, caiu em desgraça no deserto. Jeová disse: Vossos pais me tentaram, me provaram, e viram a minha obra. Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não tem conhecimento dos meus caminhos. Por isso jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso” (Sl.95:9-11). Aquele povo não entrou em Canaã, isto é, no sábado de Jeová. Este fato é repetido na carta aos Hebreus 3:7-18. O pior é que Jeová garantiu que os filhos entrariam no repouso, isto é, Canaã (Nm.14:28-32). E Josué introduziu os filhos e lhes deu repouso (Js.23:1). Jeová, o deus dos exércitos e das guerras, tinha dado ordem para que os hebreus destruíssem os povos de Canaã (Js.11:19-20). O povo se acomodou e não expeliu os habitantes da terra (Jz.1:27-36). Então o anjo de Jeová lhes disse: “Do Egito vos fiz subir, e vos trouxe à terra que a vossos pais tinha jurado, e disse: Nunca invalidarei o meu concerto convosco. E, quanto a vós, não fareis concerto com os moradores desta terra, antes derrubareis os seus altares; mas vós não obedecestes à minha vós. Por que fizestes isto? Pelo que também eu disse: Não os expelirei de diante de vós; antes estarão às vossas ilhargas, e os seus deuses vos serão por laço” (Jz.2:1-3).

O povo guardou o sábado quarenta anos iludido. Jeremias diz“Então disse eu: Ah Senhor Jeová! verdadeiramente trouxeste grande ilusão a este povo e a Jerusalém, dizendo: Tereis paz; pois a espada penetra-lhes até a alma” (Jr.4:10). O fato é que o povo, por um período de quase quatrocentos anos passou cento e dez, divididos em sete cativeiros pavorosos em meio a sodomitas. Nunca Israel teve repouso, e nem Jeová. Este deus furioso ficava forjando males contra o seu povo(Jr.18:11), e Jerusalém foi transformada numa fornalha (Is.31:9).

Hoje, depois de dois mil e seiscentos anos que o povo foi rejeitado por Jeová, o estado de Israel se formou novamente, mas é uma fornalha.

Mas o escritor da carta aos hebreus nos diz que há um outro repouso: “Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia. Portanto resta ainda um repouso para o povo de Deus” (Hb. 4:8-9).

Jesus Cristo disse: “Vinde a mim, todos vos que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt. 11:28-29). O repouso que Jesus tem para os que crêem na sua palavra, não é na terra, mas no céu. Ele disse: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (Jo.14:1-3).O apóstolo Paulo declarou: “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (II Co.5:1). E disse mais: “O Senhor me livrará de toda má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial” (II Tm.4:18). E Pedro, no mesmo Espírito, diz: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós” (I Pd.1:3-4).

E no livro de Apocalipse, lemos: “Estes são os que vieram de grande tribulação, e lavaram os seus vestidos e os branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra. Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles, porque o Cordeiro que está meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima” (Ap. 7:14-17).

Cuidado, leitor, não vá escolher o descanso errado e cair na fornalha.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(350) – PARA SEMPRE – II

PARA   SEMPRE   2

            Lembramos as palavras de Salomão, que são palavras de Jeová, que disse: “Eu sei que tudo quanto Jeová faz durará eternamente” (Ec. 3:14).

Jeová escolheu Israel para ser seu povo: “Filhos sois de Jeová vosso deus; não vos dareis golpes, nem poreis calva entre vossos olhos por causa de algum morto. Porque és povo santo a Jeová teu deus, e Jeová te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres seu povo próprio” (Dt. 14:1-2). Israel foi escolhido por Jeová para ser um reino sacerdotal (Ex.19:6). Jeová declarou que era o rei de Israel, dizendo: “Eu sou Jeová, vosso santo, o Criador de Israel, vosso rei” (Is. 43:15)A terra de Canaã pertencia a Jeová, muito embora fosse habitada pelos sodomitas, os cananeus: “Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha” (Lv. 25:23; Gn. 12:5-6, 10:19). A cidade de Jerusalém, tomada dos jebuzeus por Davi, foi escolhida para habitação de Jeová eternamente, pois está escrito: “E alguns dos chefes dos pais, vindo à casa de Jeová, que habita em Jerusalém, deram ofertas voluntárias para a casa de Jeová” (Ed. 2:68; Sl. 135:21). Esdras não disse: Jeová habitará, mas Jeová habita, e isso no ano 530 AC. Como fica? Jeová habitava nos escombros? Esdras foi enviado com Zorobabel para reconstruir o templo, pois tudo fora destruído e queimado por Nabucodonosor (II Cr. 36:19). Não está escrito que tudo o Deus faz durará eternamente? O reino de Israel foi dividido em dois nos dias de Roboão, filho de Salomão. E foram destruídos pelo próprio Jeová, como também a cidade onde morava e o templo de sua glória. Ele mesmo falou, dizendo: “Também a Judá hei de tirar de diante da minha face, como tirei a Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa de que disse: Estará ali o meu nome” (II Rs. 23:27). Jeová assumiu a destruição total porque se não assumisse estaria sendo despejado da sua casa por Nabucodonosor. Que fiasco! E Jeová tinha dito que santificou o templo para sempre (I Rs. 9:3). Tinha também confirmado o reino e o trono para sempre (II Sm. 7:16). E Jeová não cumpriu a promessa. Não pôde? Satã foi mais forte? Isaias falou, dizendo: “Porque Jeová dos Exércitos o determinou; quem pois o invalidará? e a sua mão estendida está; quem pois a fará voltar atrás?” (Is. 14:27).

As promessas de Jeová deixam muito a desejar, pois não se cumprem. Ele salvou o seu povo do jugo egípcio, e os levou ao deserto para matá-los na sua ira e no seu furor infernal (Dt. 32:22). Não os matou na hora para que as nações não falassem mal (Ex. 32:10-12). Mais tarde quis destruí-los novamente, mas Moisés impediu o massacre, pois os egípcios iriam dizer que Jeová não teve poder para concluir a obra (Nm. 14:11-16). E Jeová confessa que ficou cheio de ira por quarenta anos. É o que lemos no Sl. 95:10-11. O mesmo texto é repetido na carta aos hebreus, dizendo: “Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto?” (Hb. 3:17). Não matou na hora para satisfazer a fúria sanguinária, porque iriam falar mal dele; então, por quarenta anos matava 150 por dia. O Sl. 7:11 diz que Jeová é o deus que se ira todos os dias. Mas no Sl. 121:4 lemos que deus não dorme. Já pensaram? Quarenta anos de ira e furor ininterruptos? A mim, me dá pena, pois é tão bom amar. E amar os inimigos é ainda melhor. Mas Jeová não teve descanso, nem de dia e nem de noite. Foram quarenta anos sendo roído pelo ódio (Sl. 78:59).

O fato é que, todo o bem que Jeová promete, ou promete realizar, não o consegue. Jeová tinha dito que a casa do sumo sacerdote Eli andaria perpetuamente diante dele. Mas porque os filhos de Eli pecaram, Jeová, dominado pela ira mudou o projeto, e destruiu a casa de Eli (I Sm. 2:30-36). E lançou terríveis e eternas maldições para sempre. O mal de Jeová é eterno, a benção e o bem, não.

Quando uma nação ou homem peca contra Jeová, ele se arrepende do bem que prometeu, e forja males monstruosos (Jr. 18:10-11). Quando Jeová abençoa, e a pessoa peca, ele amaldiçoa a própria benção, e para sempre: “E agora, ó sacerdotes, este mandamento vos toca a vós. Se o não ouvirdes, e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz Jeová dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho amaldiçoado, porque vós não pondes isso no coração. Eis que vos corromperei a semente, e espalharei esterco sobre os vossos rostos, o esterco das vossas festas; e com ele sereis tirados” (Ml. 2:1-3).

O homem mais abençoado do Velho Testamento foi Davi. Vejam o que Jeová falou dele a Saul, rei de Israel: “Agora não subsistirá o teu reino; já tem buscado Jeová para si um homem segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado Jeová, que seja chefe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que Jeová ordenou” (I Sm. 13:14). E disse mais Jeová: “Achei a Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi. Com ele a minha mão ficará firme, e o meu braço o fortalecerá. O inimigo não o importunará, nem o filho da perversidade o afligirá. E eu derribarei os seus inimigos perante a sua face, e ferirei os que o aborrecem” (Sl. 89:20-23). E continua, dizendo: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu deus, e a rocha da minha salvação. Também por isso lhe darei o lugar de primogênito; fá-lo-ei mais elevado do que os reis da terra. A minha benignidade lhe guardarei para sempre, e o meu concerto lhe será firme. E conservarei para sempre a sua descendência, e o seu trono como os dias do céu. Se os seus filhos deixarem a minha lei, e não andarem nos meus juízos, se profanarem os meus preceitos, e não guardarem os meus mandamentos, então visitarei com vara a sua transgressão, e a sua iniqüidade com açoites. Mas não retirarei totalmente dele a minha benignidade, nem faltarei à minha fidelidade. Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei por minha santidade que não mentirei a Davi. A sua descendência durará para sempre, e o sue trono será como o sol perante mim. Será estabelecido para sempre como a lua; e a testemunha no céu é fiel” (Sl. 89:26-37).

Continuando a leitura do salmo, leiamos o que Davi respondeu a Jeová: “Mas tu rejeitaste e aborreceste; tu te indignaste contra o teu ungido. Abominaste o concerto do teu servo; profanaste a sua coroa, lançando-a por terra. Derribaste todos os seus muros; arruinaste as suas fortificações. Todos os que passam pelo caminho o despojam; tornou-se o opróbrio dos seus vizinhos. Exaltaste a dextra dos seus adversários; fizeste com que todos os seus inimigos se regozijassem. Também embotaste o fio da sua espada, e não o sustentaste na peleja. Fizeste cessar o seu resplendor, e deitaste por terra o seu trono. Abreviaste os dias de sua mocidade, cobriste-o de vergonha” (Sl. 89:38-45). Depois do adultério de Davi, Jeová executou cruel vingança contra ele. Matou o filho nascido do adultério (II Sm. 12:14-19). Jeová, também, despertou uma louca paixão entre Amnom e a sua irmã Tamar. Depois de consumado o incesto, Amnom aborreceu a irmã, e a pôs na rua. Em seguida, Absalão, irmão de Tamar, numa festa, assassinou Amnom, o primogênito de Davi (II Sm. 13). Absalão forma um exército de queixosos e marcha contra o palácio do rei, seu pai. Este, para não matar o próprio filho, foge (II Sm. 15). Dez concubinas de Davi ficaram no palácio. Absalão manda armar uma tenda no terraço do palácio, e, à vista do povo, violenta sexualmente as dez mulheres (II Sm. 16:21-23). Joabe, então, mata Absalão contra a vontade de Davi (II Sm. 18:9-15).Davi se considera amaldiçoado por Jeová (II Sm. 16:5-12). A vida de Davi se tornou um inferno.

Por fim, Salomão, filho de Davi e Bate-Seba, escolhido por Jeová para reinar no lugar do pai, voluptuoso e lúbrico, casa com mil mulheres, moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, e a filha de Faraó. Estas mil corromperam Salomão, que se tornou idólatra, e o reino se dividiu em dois, antes de acabar (I Rs. 11:1-13; II Rs. 23:27). Jeová trocou em maldição todas as bênçãos de Davi para sempre.bbbb

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(349) – PARA SEMPRE – I

PARA   SEMPRE   1

            Salomão, o homem cuja sabedoria, homem algum teve antes dele, nem teria depois dele, pois foi dada por Jeová, disse: “Eu sei que tudo o que Jeová faz durará eternamente” (Ec. 3:14; I Rs. 3:12).

Os moabitas e os amonitas são descendentes de Ló, e frutos do incesto que suas duas filhas cometeram com o próprio pai, depois que saíram de Sodoma (Gn. 19:30-38). Quatrocentos anos mais tarde, quando Israel saiu do Egito pelas mãos de Moisés, os moabitas e os amonitas se puseram contra no caminho, e as conseqüências foram as seguintes: “Nenhum moabita ou amonita entrará na congregação de Jeová, nem ainda a sua décima geração entrará na congregação de Jeová eternamente; porquanto não saíram com pão e água, a receber-vos no caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto  alugaram contra ti a Balaão, para te amaldiçoar. Porém Jeová teu deus não quis ouvir a Balaão; antes Jeová teu deus trocou em benção a maldição, porquanto Jeová teu deus te amava” (Dt. 23:3-5).

1) O primeiro ponto absurdo da vingança de Jeová, é que por quatrocentos e vinte anos, todos os moabitas e amonitas que nascessem estavam condenados para sempre e eternamente. Dez gerações, a quarenta e dois anos por geração, herdaram a culpa dos pais. Milhares de pessoas inocentes e completamente alheias ao pecado dos antepassados, condenados pelo ódio vingativo de Jeová.

2)  O segundo ponto absurdo da justiça de Jeová, é que ele não quis ouvir Balaão para amaldiçoar. Esta declaração nos leva a crer que há outros que Jeová ouve para amaldiçoar. Por exemplo: Elizeu era careca, e subiu a Betel; e, pelo caminho, uns garotos saíram da cidade, e zombavam dele, dizendo: sobe calvo, sobe calvo! E, virando-se ele para traz, os viu, e os amaldiçoou no nome de Jeová. Então duas ursas saíram do bosque, e despedaçaram quarenta e dois daqueles pequenos (II Rs. 2:23-24). Ora, se Elizeu amaldiçoou aquelas crianças em nome de Jeová, é porque ele sabia com certeza que Jeová atende qualquer tipo de maldição. Se Jeová fosse bom não ouviria tal imprecação (Lc. 9:54-55). Se ouviu e executou era do seu gosto.

3) A terceira coisa a considerar, é saber qual a benção, pois toda aquela geração que Jeová tirou do Egito, morreu no deserto debaixo de maldição. E os filhos, que Josué fez entrar e herdar a terra da promessa, caíram em maldição por causa da desobediência (Jz. 2:1-3).

Outro caso é o do sumo sacerdote Eli. Jeová impôs à casa da descendência de Eli uma condenação eterna. É de estarrecer. Qual foi o pecado? Leiamos: “Disse Jeová a Samuel: Eis aqui vou eu a fazer uma coisa em Israel, a qual todo o que ouvir lhe tinirão ambas as orelhas. Naquele mesmo dia suscitarei contra Elí tudo quanto tenho falado contra a sua casa; começá-lo-ei e acabá-lo-ei. Porque já eu lhe fiz saber que julgarei a sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia, porque, fazendo-se os seus filhos execráveis, não os repreendeu. Portanto, jurei à casa de Elí que nunca jamais será expiada a iniquidade da casa de Elí com sacrifício nem com oferta de manjares” (I Sm. 3:11-14). Declarar que Elí não repreendia a seus filhos não é verdade. Leiamos o texto: “Era Elí já muito velho, e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo Israel, de como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta da tenda da congregação. E disse-lhes: Porque fazeis tais coisas? Porque ouço de todo este povo os vossos malefícios. Não, filhos meus; porque não é boa fama esta que ouço. Fazeis transgredir o povo de Jeová. Pecando o homem contra homem, os juizes o julgarão; pecando, porém, o homem contra Jeová, quem rogará por ele? MAS NÃO OUVIRAM A VOZ DE SEU PAI, PORQUE JEOVÁ OS QUERIA MATAR” (I Sm. 2:22-26). Duas coisas notamos nesta história: Elí, já velho, aconselhou os filhos, que mais podia fazer? Os filhos não ouviram porque Jeová lhes tapou os ouvidos porque os queria matar. E por que Jeová os queria matar? Porque na lei de Jeová, no capítulo que trata do filho contumaz e rebelde, que não obedece a voz de seu pai, não lhe dando ouvidos, manda então que seu pai o leve aos anciãos da cidade, e dirá: “Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz. Então todos aqueles homens da sua cidade o apedrejarão com pedras, até que morra” (Dt. 21:18-21). Jeová queria que Eli mandasse apedrejar seus filhos. Como Eli era bom e misericordioso, Jeová lhes tapou os ouvidos para que não ouvissem, porque os queria matar. E o seu furor foi tanto que matou os dois filhos(I Sm. 2:34). Matou o pai, o sumo sacerdote Eli (I Sm. 4:18). Matou a mulher de Finéias, um dos filhos de Eli (I Sm. 4:19-20). E Jeová lançou a terrível maldição sobre a casa de Eli, dizendo: “Na verdade tinha dito eu que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém agora diz Jeová: Longe de mim tal coisa, porque os que me honram honrarei, porém aos que me desprezam serão envilecidos. Eis que vem dias em que cortarei o teu braço e o braço da casa de teu pai, para que não haja mais velho algum em tua casa. E verás o aperto da morada de deus, em lugar de todo o bem que houvera de fazer em Israel; nem haverá por todos os dias velho algum em tua casa. O homem, porém, que eu te não desarraigar do meu altar será para vos consumir os olhos e para te entristecer a alma; e toda a multidão da tua casa morrerá quando chegar à idade varonil” (I Sm. 2:30-33). Que sede de vingança! Que maldições para sempre! Jeová lançou quatro maldições eternas sobre a casa de Eli, e uma para a casa de Israel:

1) Elí era da linhagem de Levi, escolhida para o sacerdócio no templo perpetuamente. Jeová voltou atrás dizendo: Longe de mim o que falei. A promessa que fiz não valeu. Vou lançar maldições sobre a linhagem sacerdotal (I Sm. 2:30).

2) Cortou o braço de Eli e de seu pai, isto é, todos morreriam jovens, na idade varonil, e isso para sempre (I Sm. 2:31).

3) O descendente que Jeová não matar, será para trazer desgosto e angústia, isto é, Jeová tornou maus todos os descendentes de Eli. Não seria mais fácil não tapar os ouvidos de Hofni e Finéias? Eles ouviriam o pai, mudariam o comportamento, e todas as desgraças futuras seriam Eliminadas. Acontece que Jeová não faz o bem, só o mal (Am. 3:6; I Sm. 2:33).

4) Toda a multidão dos descendentes de Eli morreriam ainda jovens, pois pela maldição, na casa de Eli não haveriam mais velhos (I Sm. 2:33-34).

5) A maldição sobre toda Israel, por causa de Eli, o inocente, é a mais tenebrosa. Jeová disse: “Verás o aperto da morada de deus, em lugar de todo o bem que houvera de fazer a Israel” (I Sm. 2:32).Todo o reino condenado a receber de Jeová o mal, e não o bem que fora prometido a Abraão, Isaque e Jacó. Esse é o maligno! (Mt. 5:37).

Depois de Jeová matar Eli, e arquitetar a morte de Hofni e Finéias, seus filhos, disse: “Eu suscitarei para mim um sacerdote fiel, que obrará segundo o meu coração e a minha alma, e eu lhe edificarei uma casa firme, e andará sempre diante do meu ungido” (I Sm. 2:35). Realmente, o próximo sacerdote foi perfeito. O nome dele é Samuel, filho de Ana, que o dedicara a Jeová (I Sm. 1:11; 12:1-5).

Aconteceu porém, que os dois filhos de Samuel, Joel e Abias, foram péssimos, pois se deram à avareza, e perverteram o juízo, motivo pelo qual o povo de Israel exigiu um rei, e rejeitou o sacerdócio dos filhos de Samuel (I Sm. 8:1-5)Fica assim provado que Jeová não cumpriu sua promessa de edificar a casa de Samuel (I Sm. 2:35). Melhor dizendo, Jeová não tem poder sobre o bem, mas somente sobre o mal. Depois das cinco maldições, Jeová lançou mais uma: “E será que todo aquele que ficar de resto da casa de Eli, virá a inclinar-se por uma moeda de prata, e por um bocado de pão” (I Sm. 2:36).

O único que só faz o bem, porque é amor, e o amor não faz o mal, é o Pai (Rm. 13:10). De Deus, o Pai, veio Jesus, que morreu em lugar dos malditos de Jeová para salvá-los das terríveis maldições perpétuas (Gl. 1:4).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(348) – A IRA – IV

A   IRA   4

         Que é a ira? A alma do homem, segundo os pensadores antigos, é sujeita a movimentos, isto é, paixões. Eles concluíram que são sete os movimentos da alma, a saber: Medo, ou temor; seu movimento contrário é a ousadia. O segundo é o ódio, cujo antônimo é o amor. O terceiro é o orgulho; seu contrário é a humildade. O quarto é a avareza; seu antônimo é a caridade. O quinto é a preguiça, cujo oposto é a diligência. O sexto é a tristeza, cujo movimento contrário é a alegria. A sétima paixão é a ira, que não tem contrário. A ira é a paixão que nos incita contra alguém. É raiva, cólera, ódio, furor. Que é o iracundo? É aquele que fica irado por qualquer coisa que o contrarie. Eu e um amigo íamos à cidade de carro. Ele guiava. Numa esquina, quase trombou com outro carro. Aquele cristão amigo, que conversava comigo alegremente, repentinamente foi tomado de um furor irreprimível. Desceu do carro, vermelho de ódio e aos gritos. Não parecia mais aquele irmão calmo, sereno e alegre. A ira não tem movimento contrário, porquanto o iracundo é propenso à ira, e sempre reage com cólera, jamais com amor.

No salmo sete, verso onze, está escrito que deus se ira todos os dias. Ora, se ele se ira todos os dias, é propenso à ira. Suas reações são sempre acompanhadas de ira incontida. O Deus revelado por Jesus é amor, e o amor não se ira nunca. Diz o apóstolo Paulo que “o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (I Co. 13:7). O deus revelado por Moisés é totalmente diferente do Deus revelado por Jesus.

Na primeira vez que Jeová se manifestou a Moisés, no monte Horebe, ordenou-lhe que voltasse ao Egito para negociar a libertação dos hebreus da escravidão egípcia. Moisés, humildemente disse: Senhor Jeová, eu não sou homem eloqüente. Sou pesado de boca e pesado de língua. Escolhe outro que seja melhor do que eu (Ex. 4:10). Diz a palavra que a ira de Jeová se acendeu contra Moisés (v. 14). Este teve de aceitar a função. Depois das dez pragas, Faraó transtornado mandou que o povo se retirasse, e depois da dramática passagem do mar vermelho, dirigiram-se ao monte Sinai, pelo tempo de alguns dias. Jeová chamou Moisés, que subiu ao monte, e lá ficou quarenta dias. Embaixo, o povo forçou Arão a fazer o bezerro de ouro. Jeová ficou colérico, e decidiu trucidar o povo. Só não o fez pelas súplicas de Moisés (Ex. 32:10-14). Jeová declara que não irá com o povo, pois num acesso de cólera consumiria o povo (Ex. 33:5). Enviou, pois, um anjo para guiá-los (Ex. 32:34). Jeová ordenou a construção do tabernáculo, a arca do concerto, o altar do holocausto, o propiciatório, as colunas e os véus do tabernáculo, que separam o lugar santo do santíssimo. Arão e seus filhos são ungidos para ministrar o sacerdócio santo. Isto está nos capítulos 36 a 39 do livro de Êxodo. Os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram os incensários, puseram neles fogo, e puseram incenso sobre eles, e trouxeram fogo estranho perante a face de Jeová, o que lhes não ordenara. Então desceu fogo da ira de Jeová, e os consumiu; e morreram perante Jeová (Lv. 10:1-2). Jeová sempre foi propenso à ira, nunca ao amor. É o deus iracundo e assassino.

O povo começou a grande jornada pelo deserto escaldante, sem água e sem comida. De dia, a coluna de nuvem os guiava, e de noite a coluna de fogo para alumiar (Ex. 13:20-21)O povo queixou-se, e isso pareceu mal aos ouvidos de Jeová. Sua ira se acendeu, e fogo desceu de Jeová consumindo os que iam atrás (Nm. 11:1). Jeová mandou o maná, mas o povo não se deu bem com o maná e chorou. Então a ira de Jeová se tornou a ascender contra o povo cansado e faminto. E essa ira pareceu mal aos olhos de Moisés (Nm. 11:6-10). Não havia da parte de Jeová nenhuma manifestação de bondade e consolo. Só ira! Só ira! Só ira! Moisés então falou: É teu povo, e não meu. Mata-me, eu te peço (Nm. 11:11-15)Mais a frente, Miriã e Arão se voltaram contra Moisés, seu irmão. A ira de Jeová acendeu-se, e Miriã ficou leprosa pela praga de Jeová (Nm. 12:1-10). Moisés clamou a Jeová, que se tornou da sua ira, e curou Miriã. A rebelião de Coré, Datã e Abirão, que se arvoraram em líderes, para desbancar Moisés, Jeová, irado, abriu a terra, e eles com suas famílias desceram vivos ao sepulcro (Nm. 16:32-34). E fogo desceu do deus irado, e consumiu os duzentos e cincoenta maiorais da congregação, que seguiram a Coré, Datã e Abirão (Nm.16:1-2, 35). O povo não gostou dessa matança, e murmurou. Então Jeová, irado, mandou uma praga que matou mais catorze mil e setecentos (Nm. 16:49).

O povo murmurou por causa da sede, e Jeová mandou Moisés ferir a rocha com a vara de deus. Moisés, irado, feriu duas vezes. Jeová se ofendeu, e chamou o episódio de águas de Meribá, por causa da contenda. Jeová culpou Moisés e Arão (Nm. 20:12). E por causa disso, Moisés não entrou no repouso de Jeová, isto é, Canaã dos cananeus (Dt. 1:37). E Jeová declarou que Moisés e Arão não entrariam na terra prometida, porque Moisés feriu a rocha duas vezes (Nm. 27:12-14). O próprio Jeová enterrou Moisés, depois que lhe mostrou, do monte Nebo, a terra prometida. Moisés e Arão ficaram de fora, e foram contados com os malditos da ira (Sl. 95:8-10). E Jeová deu uma caprichada entregando o corpo do servo Moisés na mão de Satanás (Jd. 9).

A ira de Jeová não se apaga. Ela é permanente. Ele disse: “Porquanto me deixaram, e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira por todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar, e não se apagará” (II Rs. 22:17). Josias foi um dos melhores reis de Israel. Começou a reinar com oito anos, e foi fiel nos trinta e um anos que reinou. Mandou reparar o templo. Achado o livro da lei no meio dos entulhos, foi lido. Josias ouviu e se prostrou diante de Jeová, e ajuntando o povo, renova o pacto de Jeová. Extirpou todos os ídolos; acabou com os feiticeiros e adivinhos. Diz a palavra que antes dele não houve rei semelhante em conversão a Jeová de todo coração, e depois dele não houve outro igual (II Rs. 23:24-25). Celebrou a maior páscoa que se teve notícia em Israel (II Rs. 23:21-22). Com tudo isso, está escrito que Jeová não se demoveu do ardor da sua grande ira com que ardia contra Judá, por causa das provocações de Manassés; e disse Jeová que ia destruir e rejeitar o reino e a cidade de Jerusalém para sempre (II Rs. 23:26-27). Jeová guarda a ira para sempre. Ela não se apaga (Na. 1:2). A ira e o furor de Jeová eram tantos, que a ira destruidora passou dos homens para os animais, e para as árvores, e sobre os frutos; e diz ele que a ira se acendeu e não apagará (Jr. 7:20). Era tanta a ira e o furor, que Jeová grita que era fogo do inferno (Dt. 32:22).

Levando em conta as palavras de Jeová, que afirmam que ele guarda a ira, e também, aceitando como verdadeiras as suas declarações, quando diz que a sua ira se acendeu e não se apagará mais, dá para entender quando ele nos revela que ficou quarenta anos irado com seu povo (Sl. 95:10-11).Finalmente quarenta anos de furor contra seu povo não representam nada diante de uma ira eterna.

Se Jeová declara que a sua ira infernal não se apaga, pois é eterna, quando lemos no Novo Testamento que Deus, o Pai, é amor, só podemos chegar a duas conclusões: Ou Jeová e o Pai não são a mesma pessoa, ou, os que afirmam que Jeová é o Pai, tem de aceitar que ele se converteu e mudou a sua natureza. E se ele se converteu da ira para o amor, está fingindo, pois Isaías diz: “Eis que o dia de Jeová vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação e destruir os pecadores dela” (Is. 13:9). E no Apocalipse lemos: “Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o seu sinal na sua testa, ou na sua mão, também o tal beberá do vinho da ira de deus, e será atormentado com fogo e enxofre para todo o sempre” (Ap. 14:9-10). Como a ira de Jeová não muda, e nunca vai mudar, ele não tem amor para com ninguém, por isso não tem piedade dos próprios filhos (Jr. 13:14). O Pai é diferente. Ele ama os pecadores, por isso enviou o seu Filho, não para condená-los, mas para dar a sua vida por eles, e salvá-los da ira fumegante de Jeová (Jo. 3:16-17; Lc. 9:51-56).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(347) – A IRA – III

A   IRA   3

            A ira é um movimento da alma, que a torna cruel, melindrosa, raivosa, mal humorada, cega às virtudes, vingativa e assassina. A ira é uma paixão satânica, por isso João revela que Satanás estava em guerra contra Miguel. Dois exércitos de anjos em confronto mortal. Certamente Satanás queria estabelecer seu trono nos céus; mas Satã não prevaleceu, e vencido foi precipitado na Terra, ele e seus anjos, para enganar os homens. A Terra foi invadida por esses espíritos das trevas, e dominada. Paulo diz: “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou” (Rm. 8:20). E satã e seus anjos corromperam os homens e as mulheres, plantando a vaidade no coração deles, por isso Paulo diz: “Na esperança de que a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm. 8:21). E João termina a sua revelação, dizendo que Satanás desceu a nós, e tem GRANDE IRA, sabendo que tem pouco tempo(Ap. 12:12). Jesus Cristo é o único que pode quebrar os grilhões da vaidade e da corrupção, e arrancar os homens das garras de Satanás. Jesus disse a Paulo, quando apareceu em pessoa para ele, para o pôr como ministro e testemunha das coisas futuras do reino de Deus Pai, e disse mais a Paulo sobre sua missão: “Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; afim de que recebam a remissão dos pecados, e sorte entre os santificados pela fé em mim” (At. 26:18).

Como a ira é coisa própria do diabo, a ira é própria de loucos, por isso Salomão nos diz: “A ira do louco se conhece no mesmo dia” (Pv.12:16). É incrível que Jeová, ou Javé, também tenha grande ira, pois se ira todos os dias (Sl. 7:11). E cada vez que fica irado, manda pestes, pragas e fogo destruidor dos céus. Certa vez, quando Davi levou a arca do concerto de Jeová, da casa de Abinadabe para Jerusalém, o carro que a levava, pendeu de um lado, e para que a arca não caísse, Uzá, filho de Abinadabe, que vigiava a carroça, segurou com a mão a arca, no seu zelo. A ira de Jeová se acendeu, e feriu de morte a Uzá. Bem disse Salomão que a ira do louco se conhece no mesmo dia. Moisés estava enganado quando disse que Jeová é tardio em iras (Ex. 34:6).

Salomão disse outro provérbio: “Pesada é a pedra, e a areia também; mas a ira do insensato é mais pesada que elas ambas” (Pv. 27:3). Que é a insensatez? É o que não tem senso; oposto à razão; contrário ao bom senso. Cá entre nós, Jeová mandar duas ursas matarem quarenta e dois meninos só porque Elizeu os amaldiçoou, é falta de bom senso (II Rs. 2:23-24). Davi é outro caso. Ao cometer adultério com Bate-Seba, nasceu uma criança. Jeová passou por cima do pecado de Davi, que cometeu o crime, e mata a criança inocente? (II Sm. 12:15-19). Isso é contrario à razão e ao bom senso. Mas Salomão nos diz mais, com a sabedoria que lhe veio de Jeová“Não te apresses no teu espírito a irar-te, porque a ira abriga-se no seio dos tolos” (Ec. 7:9). Isto quer dizer que, quanto mais tolo é alguém, mais se ira. E Jeová se ira todos os dias, isto é, todos os dias faz papel de tolo. É fácil provar. O povo de Israel pediu a Samuel que constitui-se um rei sobre eles, pois os filhos do mesmo Samuel não eram bons. Quem escolheu o novo rei foi o próprio Jeová. É claro que, se o rei fosse bom, o povo iria louvar e glorificar o nome de Jeová; mas Saul foi desobediente, rebelde e insensato. Então Jeová disse: “Arrependo-me de haver posto a Saul como rei, porquanto deixou de me seguir, e não executou as minhas palavras” (I Sm. 15:11). Não fica bem para um deus, escolher um rei para o seu povo, e depois se arrepender do que fez. Ficou desmoralizado diante do povo, fazendo papel de tolo. A única forma de obrigar o povo a se dobrar é mandar pragas e pestes, recurso diabólico, pois não se pega moscas com vinagre.

Todo espírito maligno, ou demônio, é violento e iracundo. Certa vez, ao expulsar um espírito imundo do possesso, o espírito me ameaçou de morte antes de sair, para tentar me amedrontar. E quando saía, saía espalhando brasa. Jesus libertou um endemoninhado: “O Espírito imundo, convulsionando-o, e clamando com grande voz, sai dele” (Mc. 1:26). Jeová meteu um espírito maligno em Saul, que só sentia alívio quando Davi tangia a sua harpa. Pois o espírito maligno produziu tal furor em Saul, que por duas vezes tentou encravar a lança em Davi (I Sm. 16:23; 18:10-11; 19:9-10). Pois Jeová, quando a sua ira se acende por qualquer motivo, mata indiscriminadamente homens, mulheres e crianças. Jeremias disse que Jeová “fez a terra com o seu poder, e ordenou o mundo com a sua sabedoria, e estendeu os céus com o seu entendimento” (Jr. 51:15). E se ira como Satanás? E quando se ira sai-lhe fumo pelas narinas, da sua boca sai um fogo devorador; e sai soltando carvões que se incendeiam, e debaixo dos pés há trevas e escuridão? (II Sm. 22:8-10). É realmente um espetáculo do inferno. Ele mesmo diz que a sua ira se acende até o mais profundo do inferno (Dt. 32:22). Onde está o entendimento divino nesses espetáculos das trevas?

Jeová condena sacrifícios humanos. Declara que tais sacrifícios profanam o seu nome sagrado (Lv. 18:21). Quem cometesse tal abominação morreria (Lv. 20:2-5). Mas quando a sua ira se acende, cheio de ódio, aceita sacrifícios humanos, como Moloque. Em Baal Peor, quando os hebreus se prostituíram com as moabitas a conselho de Balaão, Jeová deu a seguinte ordem: “Toma todos os cabeças do povo, e enforca-os a Jeová diante do sol, e o ardor da ira de Jeová se retirará de Israel” (Nm. 25:4). Quanta sabedoria há em se fazer igual ao ídolo.

Mas a coisa vai mais longe. O pecado de Balaão foi muito grave, e o furor de Jeová passou dos limites, quando o profeta louco, seguiu os profetas de Moabe, até a presença de Balaque, que queria pagar alto preço por uma maldição contra Israel. O texto diz: “E a ira de Jeová acendeu-se, porque ele se ia, e o anjo de Jeová pôs-se-lhe no caminho por Satanás” (Nm. 22:22). Nas Bíblias está escrito adversário, mas no original hebraico está escrito SHATÃ (Satanás). O anjo repete novamente no verso trinta e dois. O anjo de Jeová e Jeová são a mesma pessoa (Ex. 3:2-4; Gn.22:15-16). Manda a lógica e a razão que o anjo deveria dizer: Eu vim para te punir, ou, Jeová me enviou para te castigar. Mas dizer que veio para ser Satanás, nos leva a concluir que, quando a ira é muito grande, Jeová se iguala a Satanás. Foi o que sucedeu quando Jeová se irou contra Israel sem motivo. O reino estava em paz perfeita. Davi, já velho, estava na presença de Jeová em retidão, e propõe construir a casa de Jeová (I Cr. 17:1-2). Como reinava a paz, e houve uma fome de três anos, de ano em ano. Davi, em oração perguntou a Jeová qual o motivo. Jeová lhe respondeu que estava irado com Saul, morto a mais de trinta anos, pois a ira de Jeová contra alguém não se apaga jamais (II Sm. 21:1-14).

Sem motivo aparente, diz a escritura“A ira de Jeová se tornou a acender contra Israel, e incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá” (II Sm. 24:1). Nas crônicas de Israel está diferente a narrativa: “Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar a Israel” (I Cr. 21:1). Nem Davi, nem o povo de Israel tinham dado motivo para que Jeová se irasse. Jeová simplesmente teve um ataque de furor gratuito, e incitou Davi a pecar, isto é, instigou, impeliu, moveu; e Davi obedeceu. Foi tão descabida a ação de Jeová, tão criminosa, pois o que ele queria era dizimar o povo, pois matou pela peste setenta mil homens (I Cr. 21:11-14).

Felizmente Deus, o Pai, enviou Jesus para revelar, através das obras de Jesus, o caráter do Deus verdadeiro (Jo. 10:31-32, 37-38; 14:6-11).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(346) – O DEUS DESTE MUNDO

O   DEUS   DESTE   MUNDO

            Quem é o deus deste mundo? Noventa e nove por cento dos terráqueos são adoradores de Mamom. Quem é Mamom? A palavra Mamom é aramáica, e se traduz por riqueza. Em Mt. 6:24, Jesus diz“Não podeis servir a Deus e a Mamom”, ou melhor, não podeis servir a Deus e às riquezas. EmLc. 16:9, lemos“Granjeai amigos com as riquezas da iniqüidade”. No aramaico está escrito: “Mamona iniquitatis”. Por que Jesus manda granjear amigos com as riquezas da iniqüidade? Porque quem ganhou dinheiro injustamente só poderá ser salvo fazendo muita caridade. Como Zaqueu, por exemplo (Lc. 19:1- 10)O fato é que neste mundo a corrida pelo ouro é violenta. Usam-se todas as táticas, subtilezas, enganos, fraudes, assaltos, traições. É uma vergonha.

Os humanistas endeusam o homem. Existem neste mundo muitos povos e raças. Cada um cultua o seu Deus. Para a maioria dos cristãos o deus deste mundo é Satanás, baseados em três versos bíblicos:

1- Satã chegou a Jesus, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos deste mundo, e disse-lhe:“Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-a a quem quero” (Lc. 4:5-6).

2- “Toda a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou” (Rm. 8:20).

3- “Este mundo jaz no maligno” (I Jo. 5:19). Estes três textos ligados a II Co. 4:4, que diz: “O deus deste mundo cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”. Ora, o diabo é pai da mentira (Jo. 8:44); e pode ser vencido pelo cristão: “Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg. 4:7). A função da Igreja é esmagar a cabeça de Satanás (Rm. 16:20)Por outro lado, Satanás não é deus porque é um anjo caído desde o início (I Jo. 3:8; Lc. 10:18).

As escrituras sagradas fazem menção de um outro deus deste mundo; e é o deus que fez este mundo, ou melhor, formou o mundo. Moisés, que descreveu em Gênesis a criação de tudo, declara:“Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo” (Sl. 90:2). E Jeová mesmo se declara o deus deste mundo, dizendo por boca de Davi: “De Jeová é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl. 24:1). O salmista Asafe disse por Jeová: “Se eu tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e a sua plenitude” (Sl. 50:12). Etã declarou:“Teus são os céus, e tua é a terra; o mundo e a sua plenitude tu os fundaste” (Sl. 89:11). Agora vai falar o profeta Jeremias: “Ele fez a terra pelo seu poder; ele estabeleceu o mundo por sua sabedoria” (Jr. 10:12). “Ele fez a terra com o seu poder; e ordenou o mundo com a sua sabedoria, e estendeu os céus com o seu entendimento” (Jr. 51:15). O que produz confusão na cabeça de quem lê a Bíblia, é que Jesus disse: “O mundo não vos pode aborrecer, mas ele me aborrece a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más” (Jo. 7:7). O mundo feito com a sabedoria de Jeová é mau. Que sabedoria é essa? Diabólica? Jeová põe o mundo no coração dos homens. O texto diz:“Tudo fez formoso a seu tempo; também pôs o mundo no coração deles, sem que o homem possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim” (Ec. 3:11). Jeová põe o mundo no coração dos homens, e João, cheio do Espírito Santo, diz o seguinte: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (I Jo. 2:15-16). Jeová, com a sua sabedoria, fez o mundo com esses três malefícios destruidores, e põe o mundo no coração dos homens? E João declara que essas coisas não vêem de Deus? E porque Jeová põe o mundo no coração dos homens, eles amam o mundo em suas vaidades e concupiscências. Então Tiago, discípulo de Jesus, diz: “Adúlteros e adulteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg. 4:4). Quem ama o mundo porque Jeová pôs o mundo em seu coração torna-se inimigo de Deus Pai? Complicado para os que adoram Jeová.

A sabedoria de Jeová falou assim: “Jeová me possuiu no princípio de seus caminhos, e antes de suas obras mais antigas” (Pv. 8:22). “Quando firmava as nuvens em cima, quando fortificava as fontes do abismo, quando punha ao mar o seu termo, para que as águas não trespassassem o seu mando, quando compunha os fundamentos da terra, então eu estava com ele e era o seu aluno; era cada dia as suas delícias, folgando perante ele todo o tempo; folgando no seu mundo habitável, e achando as minhas delícias com os filhos dos homens” (Pv. 8:28-31). A sabedoria de Jeová folga no seu mundo habitável, achando as delícias dos filhos dos homens? E Paulo diz que este mundo está condenado com os filhos dos homens (I Co. 11:32; II Pd. 3:7). E este mundo mau e condenado por Jesus é firmado e guardado por Jeová: “Jeová reina, está vestido de majestade. Jeová se revestiu e cingiu de fortaleza; o mundo também está firmado, e não poderá vacilar” (Sl. 93:1). “Dizei entre as nações: Jeová reina; o mundo também se firmará para que não se abale” (Sl. 96:10).

Os homens do mundo são abençoados por Jeová“Dos homens, com a tua mão, Jeová, dos homens do mundo, cuja porção está nesta vida, e cujo ventres enche do teu tesouro oculto; seus filhos estão fartos, e estes dão os seus sobejos às suas crianças” (Sl. 17:14). Mas Jesus disse“Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo” (Jo. 8:23). E Jesus falou aos discípulos, dizendo: “Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece” (Jo. 15:19).

Na oração sacerdotal, Jesus falou assim: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou” (Jo. 17:14-16).

O plano de Jeová era, através da lei, implantar justiça neste mundo: “Com minha alma te desejei de noite, e com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça” (Is. 26:9). O projeto de Jeová fracassou, e ele destruiu o reino de Israel, que fora incumbido dessa missão. Jeová disse:“Também a Judá hei de tirar da minha face, como tirei a Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa de que disse: Estará ali o meu nome” (II Rs. 23:27).Pela lei jamais a justiça de Deus Pai seria estabelecida. Paulo nos revela o porquê“Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por que? Porque não foi pela fé, mas como pelas obras da lei” (Rm. 9:30-32). E o grande apóstolo acrescenta: “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm. 10:4).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(345) – LEI DO AMOR

LEI   DO   AMOR

            A lei de Jeová, com seus dez mandamentos, foi dada no monte Sinai, em meio às trevas e à tempestade. Essa lei se acha no livro de Êxodo, capítulo vinte, versos um a dezoito.

A lei do amor foi dada por Jesus Cristo, que disse“Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis” (Jo. 13:34). Convém lembrar que o mandamento do amor que Jeová deu está em Lv. 19:18, que diz: “Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Digamos que uma pessoa, no seu fraco juízo, gosta de beber e fumar; se ama o próximo como se ama, vai ensiná-lo a fumar e a beber. Se gosta de jogar cartas, vai convidar o amigo a quem ama. Amar o próximo como a si mesmo é de nível inferior e muitas vezes baixo. O amor com que Cristo nos amou é sublime e celestial, amor que tudo renuncia, tudo dá, tudo perdoa, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. E é essa a medida do mandamento de Cristo. Amar como ele nos amou. Todo cristão deve amar como Cristo nos amou, ou não é cristão. E aquele que assim não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor (I Jo. 4:8).

O amor é superior à lei de Jeová, pois o apóstolo Paulo diz“A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros: porque quem ama aos outros cumpriu a lei” (Rm. 13:8). (E é óbvio que ama os outros como Cristo amou). E Paulo continua: “Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás, e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rm. 13:9-10). Se amo ao próximo como Cristo ama, cumpro a lei, pois esse amor é superior à lei. É por isso que o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê (Rm. 10:4).

A lei manda aborrecer o inimigo: “Ouviste o que foi dito: Amarás o teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo” (Mt. 5:43). E Jesus prossegue dizendo: “Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus” (Mt. 5:44-45). O amor é superior a lei infinitamente.

Quando o povo ouviu a lei, falada em voz alta do alto do monte, havia fogo, escuridão, trevas, e a tempestade (Hb. 12:18). Mas quem ama está na luz, e nele não há escândalo (I Jo. 2:10), logo o amor é mais sublime e perfeito que a lei.

Ora, se amor é superior à lei, esta não é a verdade pura, por isso João, no seu evangelho, disse:“Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo. 1:17). Em outras palavras, a verdade não veio através de Moisés, mas através de Cristo. Se a lei fosse a verdade, Moisés seria o Cristo, e Jesus não precisava ter vindo, visto que o homem seria salvo guardando a lei, mas a salvação só chegou aos homens através de Jesus Cristo (I Tm. 1:15). E a lei de Moisés anula o sacrifício de Cristo fazendo o salvo cair da graça, logo a lei não é só inferior ao amor, mas é inimiga do amor, como lemos em Gl. 5:1-4, que diz: “Estai firmes com a liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão. E de novo protesto a todo homem que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei: da graça tendes caído”.

Em segundo lugar, a graça é superior a lei, logo a lei não é verdade, pois a lei imputa o pecado, mas a graça é perdão total (Rm. 5:13). Como na graça há perdão total, Paulo diz: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm. 6:14). Por ser superior à lei, a graça anulou a força do pecado, que é a lei, por isso Paulo disse“O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (I Co. 15:56). Sem a graça de Cristo, a lei opera na carne as paixões dos pecados, que levam à morte (Rm. 7:5). Mas graças a Deus, agora estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra (Rm. 7:6).

Em terceiro lugar, a fé é superior à lei, pois está escrito“E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por Jesus é justificado todo aquele que crê” (At. 13:39). Concluímos definitivamente que a lei não é a verdade.

“Nenhuma carne será justificada diante de Deus pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm. 3:20). Logo a lei não é a verdade. A lei não torna o homem justo, ou melhor, cumprindo os preceitos da lei o homem não é justo. Davi orou a Jeová, dizendo“Não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achara justo nenhum vivente” (Sl. 143:2). O apóstolo Paulo nos revela o seguinte: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm. 3:23). “Como está escrito: Não há justo, nenhum sequer” (Rm. 3:10). A lei não é perfeita porque despertas paixões pecaminosas que levam à morte (Rm. 7:5)e também despertando as concupiscências carnais que são imundas (Rm. 7:7-8; II Pd. 2:10), como diz Jeová que o que guarda a lei é justo“Andando por meus estatutos, e guardando os meus juízos, para obrar segundo a verdade, o tal justo viverá, diz o Senhor Jeová” (Ez. 18:9). “Aos justos nasce a luz nas trevas; ele é piedoso, misericordioso e justo” (Sl. 112:4). É uma grande incoerência lermos tanto no Velho como no Novo Testamento que não há justo sobre a terra, e no Velho Testamento termos cem passagens se referindo á justos.

No Novo Testamento, os justos são os que são justificados por Jesus Cristo, como disse Paulo: “O Qual por nosso pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Rm. 4:25). Por que a justificação se opera na ressurreição e não na morte de Cristo? Porque na morte o pecador deixa de existir, pois é condenado, e neste caso só há justificação se o condenado voltar a viver. Ora, Cristo assumiu nossos pecados, e passou a ser culpado em nosso lugar, por isso foi morto na cruz. Mas o Cristo culpado ressuscita de entre os mortos, e justifica os que crêem, e que por fim serão também ressuscitados. Na carta aos Hebreus, lemos: “Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação” (Hb. 9:28). Por que está escrito que aparecerá segunda vez sem pecado? Porque quando morreu era pecador em nosso lugar, mas a ressurreição aniquila o pecado dos que crêem. Concluímos que a fé é superior à lei.

Como vimos, a lei do amor é muito superior à lei de Jeová; a graça de Cristo é muito superior à lei de Jeová; a fé também é muito superior à lei de Jeová; logo o concerto da lei caducou e vai acabar (Hb. 8:13). A lei caducou e se tornou velha e ineficaz (Rm. 7:6). E por que caducou? Porque o ministério da lei, que é o da letra, gravado em pedras, só mata, e por isso é chamado de ministério da morte (II Co. 3:6-7). No Novo Testamento, o ministério do espírito vivifica. O ministério da lei é o da condenação e não de salvação, por isso é transitório (II Co. 3:9-11). É por isso que, corajosamente, o escritor da carta aos Hebreus, assim se refere à lei de Jeová“Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chagamos a Deus” (Hb. 7:18-19). Qual esperança? Crer em Jesus Cristo, pois fora dele não há salvação, e adotar e obedecer à lei do amor, isto é, amar os errados e culpados como Cristo nos amou a nós.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(344) – O BEM – II

O  BEM  2

         O sumo bem, ou o bem supremo consiste na felicidade, e a felicidade está no contentamento, no êxito, na alegria, na ventura, no bem estar, na satisfação pessoal, na realização pessoal. Existe, entretanto, o bem perfeito e o imperfeito. O bem perfeito, ou bem supremo, é tudo aquilo que é bom conforme os preceitos da moral, pois as pessoas seguem suas próprias inclinações e impulsos, que nem sempre se ajustam aos preceitos da moral. Existem pessoas que só são felizes praticando o mal. No livro de provérbios de Salomão lemos: “Não entreis na vereda dos ímpios, nem andes pelos caminhos dos maus. Evita-o, não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo. Pois não dormem, se não fizerem mal, e foge deles o sono se não fizerem tropeçar alguém” (Pv. 4:14-16).“Como o louco que lança de si faiscas, frechas e mortandades, assim é o homem que engana o seu próximo, e diz: Fiz isso por brincadeira” (Pv. 26:18-19). “O filho sábio ouve a correção do pai, mas o escarnecedor não ouve a repreensão” (Pv. 13:1). “Àquele que cuida fazer o mal, mestre de maus intentos o chamarão” (Pv. 24:8). “Os homens escarnecedores abrasam a cidade, mas os sábios desviam a ira” (Pv. 29:8). “Dos seus caminhos se fartará o infiel de coração” (Pv. 14:14).Jesus assim falou: “O que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt. 15:18-19). E Jesus disse mais“O homem bom tira boas coisas do seu bom tesouro, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más” (Mt. 12:35). Por isso mesmo dissemos acima que existem dois bens: o perfeito e o imperfeito. O bem imperfeito é daqueles que se realizam na astúcia, no engano, na fraude, na espoliação do desavisado, nos abusos, no vício, na impureza, nos maus hábitos, nas bebedices e glutonarias, na desonestidade, etc.

O bem conforme a razão e a virtude, é tudo aquilo que edifica, que traz paz e justiça, cujo fruto é o bem estar geral.

Tudo aquilo que fazemos visando unicamente o nosso proveito, pode ser um mal, pois diz a máxima: “O bem comum é mais sublime que o bem particular.” O egoísmo é sempre um mal, pois pensa só no sujeito; o altruísmo é um bem que a todos beneficia.

E o mal. Que é o mal? É tudo o que é contrário ao bem. É aquilo que prejudica ou fere; é tudo o que é contrário à ordem, à justiça, e à virtude. Existem dois tipos de males: o mal físico e mal moral. Um defeito físico é um mal; uma doença é um mal; a decrepitude é um mal sem remédio. O mal moral é um defeito do caráter; uma distorção da personalidade. Os males morais são muitos: Ódio, inveja, preguiça, soberba, presunção, impureza e outros. Uma pessoa, possuidora do mal da iracúndia, num acesso de ódio fere o próximo causando-lhe um mal físico.

Existem os males causados por Jeová, o deus da ira e das vinganças injustas. Jeová declarou a Moisés, dizendo“Quem fez a boca do homem? ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, Jeová? (Ex. 4:11). Jeová declarou sobre a praga da lepra: “Quando tiverdes entrado na terra de Canaã, que vos hei de dar por possessão, e eu enviar a praga da lepra a alguma casa da terra da vossa possessão, então virá aquele, de quem for a casa, e o fará saber ao sacerdote” (Lv. 14:34-35). O mal se evidencia nos aleijados, coxos, corcundas, mongolóides, sifilíticos, aidéticos e centenas de outras deficiências, e isso no ponto de vista físico. Do ponto de vista moral e espiritual, estão os tarados, paranóicos, esquizofrênicos, psicóticos, loucos, malignos, perversos, incontinentes, assassinos, e por aí vai um corolário interminável de deficiência psíquicas ou espirituais. E Jeová declara que não há debaixo do céu nenhuma outra entidade capaz de produzir tantos males. Ele, Jeová, é o autor de todos“Cairá a ave no laço em terra, se não houver laço para ela? Levantar-se-á o laço da terra, sem que tenha apanhado alguma coisa? Tocar-se-á a buzina na cidade, e o povo não estremecerá? Sucederá qualquer mal à cidade, e Jeová o não terá feito?” (Am. 3:5-6). Para Jeová, mandar pragas é o máximo da perfeição. Ele acha maravilhoso mandar pragas, e assim se expressa: “Se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e terrível, Jeová teu deus, então Jeová fará maravilhosas a tuas pragas, e as pragas da tua semente, grandes e duradouras pragas, e enfermidades más e duradouras” (Dt. 28:58-59). Falando ao seu povo, libertado do Egito, Jeová disse“Todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais, que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram à minha voz, não verão a terra que a seus pais jurei” (Nm. 14:22-23). Jeová declarou que a sua glória se manifestou através das pragas e das pestes? A glória de Jeová é tão tenebrosa, destruidora e assassina, que faz estremecer o homem mais empedernido que possa existir.

A glória de Deus Pai, foi manifesta através do amor de Cristo, crucificado para salvar todos os homens. Paulo disse“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8). Tiago disse“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança e nem sombra de variação” (Tg. 1:17).

A diferença gritante entre Jeová e Jesus pode ser comprovada em dois episódios: Moisés pediu a Jeová, dizendo: “Rogo-te que me mostres a tua glória. Porém Jeová disse: Eu farei passar a minha bondade por diante de ti, e apregoarei o nome de Jeová diante de ti; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem me compadecer. E disse mais: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá” (Ex. 33:18-20). Esta é a glória que mata, isto é, a glória do ministério da lei e da morte, que Paulo fala (II Co. 3:6-7). Quem vê Jesus e a sua glória, vive, pois disse: “Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo. 6:40). E Jesus disse mais: “E A VIDA ETERNA É ESTA: QUE TE CONHEÇAM, A TI SÓ, POR ÚNICO DEUS VERDADEIRO, E A JESUS CRISTO, A QUEM ENVIASTE” (Jo. 17:3). E Jesus termina dizendo: “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que deste a fazer. E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo. 17:4-5).

A glória que Jesus tinha com o Pai, foi a glória de dar a vida eterna a todos que vêem o Filho e conhecem o Pai. GLÓRIA A DEUS.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(343) – O SINAL DE JONAS

O SINAL DE JONAS

            Os homens são todos iguais. Se iludem com sinais. E os sinais não são exclusivos dos homens de Deus. Os falsos também fazem sinais. Jesus falou, dizendo: “Porque surgirão falsos Cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mt. 24:24). Os profetas de Satanás são especialistas em sinais e prodígios, segundo Paulo: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira” (II Ts. 2:9). Como os homens gostam de sinais, proliferam os falsos profetas. Mas Jesus não aceitava fazer sinais. Uma vez Jesus expulsou um demônio da mudez, e o mudo falou. A multidão se maravilhou, mas logo alguém disse: Ele expulsa demônios por belzebu, príncipe dos demônios. Outros disseram: Faze um sinal do céu e creremos em ti (Lc. 11:14-16). Eles viram o mudo falar. Para que pedir outro sinal? Jesus não correspondeu o pedido. Em outra ocasião, perto da páscoa, Jesus viu no templo os cambiadores vendendo bois, ovelhas e pombos. Então, com um azorrague, lançou-os fora do templo, dizendo: Não façais da casa de meu Pai casa de venda (Jo. 2:13-16)Os judeus disseram a Jesus: “Que sinal nos mostra para fazeres isto? Jesus respondeu, dizendo: Derribai este templo, e em três dias o levantarei. Disseram os judeus: Em 46 anos foi edificado este templo, e tu o levantará em três dias? Mas Jesus falava do templo do seu corpo” (Jo. 2:18-21). A ressurreição de Jesus foi sinal somente para os seus discípulos (Jo. 2:22). Logo Jesus não fez sinal para os judeus. Noutra ocasião os fariseus perguntaram a Jesus“Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou. Disseram-lhe pois: Que sinal pois fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti?” (Jo. 6:28-30).A resposta de Jesus os confundiu, pois eram incrédulos.

Houve uma vez que Jesus mostrou um sinal, quando os fariseus e saduceus, acercando-se dele, disseram: “Mestre, quiséramos ver da tua parte algum sinal. Jesus, respondeu dizendo: Uma geração má e adultera pede um sinal, porém não se lhes dará outro sinal senão o do profeta Jonas. Pois como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra” (Mt. 12:38-40). Todos entendem que Jesus falava do tempo que ficou no sepulcro, e por isso criou-se o seguinte problema: Jesus morreu aproximadamente às dezessete horas da sexta feira. Para ficar três dias e três noites no seio da terra, teria de permanecer até segunda feira às dezessete horas. Mas Jesus ressuscitou no domingo, às quatro da madrugada, isto é, trinta e sete horas antes de completar os três dias. Não há explicação para esse mistério, do ponto de vista literal. Só pode ser resolvido espiritualmente, pois Jesus só falava por parábolas: “Tudo isto disse Jesus por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem parábolas” (Mt. 13:34). O mesmo declara também o evangelista Marcos (Mc. 4:33-34).

Lucas não diz que o sinal é ficar debaixo da terra. Lucas diz que Jonas é o sinal: “Porquanto, assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim o Filho do homem o será também para esta geração” (Lc. 11:30). Analisemos a narrativa do livro do profeta Jonas alegoricamente, pois no Salmo 78:2, lemos: “Abrirei a minha boca numa parábola; proporei enigmas da antigüidade”.

+ O mar é figura das nações, povos e línguas (Ap. 17:15).

+ O barco é figura do povo judeu cruzando a história dos reinos deste mundo, pois grandes nações e grandes reinos que oprimiram Israel já não existem, mas Israel persiste até hoje.

+ Jonas dormindo no porão do barco um profundo sono é Jesus, humilde, pobre, sem se manifestar aos homens por trinta anos (Jn.1:5).

+ O mestre do navio, que acordou Jonas, é o Espírito Santo que levou Jesus ao batismo, ponto inicial de sua obra (Jn. 1:6; Mt. 3:13-17). Quando Jesus foi batizado, o céu se abriu, e o Espírito de Deus desceu sobre ele em forma de pomba; e o nome de Jonas se traduz por pomba!

+ A tempestade desencadeada por Jeová, como lemos em Jn. 1:4, foi Jeová cegando os olhos dos fariseus, saduceus, escribas e dos príncipes e sacerdotes do templo de Jeová, pois Paulo nos revela essa verdade“O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (II Co. 4:4). É claro que Satanás não é Deus, pois é anjo caído (Lc. 10:18). Mas Paulo falou claro: “O DEUS DESTE SÉCULO”. Se dissermos que Satanás é Deus, declaramos que existem dois, mas como só há um Deus, quem cegou foi Jeová, o deus deste século, pois ele mesmo ordenou a Isaías que cegasse o povo (Is. 6:10). E ele mesmo declara que é o deus dos reinos deste mundo: “Jeová é o rei de toda a terra; cantai louvores com inteligência. Deus reina sobre as nações” (Sl. 47:7-8). Logo, Jeová é o deus deste mundo. E foi a cegueira provocada por Jeová que levou os judeus a não crerem em Jesus (Jo. 12:37-41). E também foi desencadeada uma feroz perseguição religiosa contra Jesus, com o intuito de destruí-lo.

+ Jonas atirado ao mar para salvar o barco e os tripulantes, é Jesus sendo rejeitado pelos seus (Jo. 1:10-11). Caifás, o sumo sacerdote profetizou a morte de Cristo (Jo. 11:49-53; Jn. 1:7-15).

+ Jonas engolido pelo peixe é Jesus tragado pelos fariseus e saduceus, e pelos príncipes e sacerdotes do templo (Jn. 1:17). O grande peixe era o poder religioso. Tragado pelo peixe era a certeza que tinham de matá-lo, usando como arma a lei de Jeová. O ditado moderno para esse tipo de crime é: “ESSE TÁ NO PAPO”. Usavam eles a astúcia para pegá-lo em alguma contradição, para poderem matá-lo(Jo. 5:15-16). E também porque Jesus declarava que Deus era seu Pai (Jo. 5:18). Jesus lhes disse:“Não vos deu Moisés a lei? E nenhum de vós observa a lei. Por que procurais matar-me?” (Jo. 7:19). Os judeus, cheios de ira, expulsaram Jesus da cidade e o levaram ao cume de um monte, para dali o precipitarem; mas Jesus se retirou (Lc. 4:28-30). Quiseram apedrejar Jesus, por ter falado que        existia antes de Abraão (Jo. 8:56-59)Jesus passava o tempo escapando das mãos assassinas dos perseguidores (Jo. 10:37-39). Era tanta a perseguição que Jesus não tinha descanso. E nem onde reclinar a cabeça (Mt. 8:19-20). Depois da profecia de Caifás, o sumo sacerdote, eles decidiram de uma vez por todas, matá-lo (Jo. 11:49-53). Dai por diante Jesus não podia andar manifestamente às claras (Jo. 11:54).

Jonas no ventre do peixe é linguagem figurada da Bíblia (Jó 20:15-19). Os fariseus afirmavam que Jesus expulsava demônios por Belzebu (Mt. 12:22-24)Chamavam Jesus de Belzebu, escarnecendo (Mt.10:25). Para eles, Jesus era endemoninhado (Jo. 7:19-20, 8:48, 52, 10:20).

A pressão era tão forte que Jesus, nos dias de sua carne, oferecia, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte (Hb. 5:7). Era como se Jesus estivesse no ventre do inferno, entre os religiosos do seu tempo. Nisto, Jonas foi figura perfeita, pois no ventre do peixe: “E orou Jonas a Jeová, seu deus, das entranhas do peixe. E disse: Na minha angústia clamei a Jeová, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz” (Jn. 2:1-2). E Jesus no ventre dos sacerdotes e dos fariseus, orava, e sua angústia era tanta, que dizia: Pai, se possível, passa de mim este cálice, mas não se faça a minha vontade, mas a tua. E posto em agonia, o seu suor se transformou em grandes gotas de sangue, que corriam até o chão (Lc. 22:42-44). Este é o sinal do profeta Jonas. Não foi propriamente o tempo que ficou no seio da terra, mas a crueldade com que padeceu nas mãos dos religiosos.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(342) – O BEM – I

O  BEM  1

Jeová, segundo as Escrituras, é o criador do mal“Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, Jeová, faço todas essas coisas” (Is. 45:7). A explicação teológica para a criação do mal, é que, se Deus não criou o mal, há outro deus que também tem poder para criar. Como o deus do mal para os cristãos é Satanás, este, como criador do mal estaria se opondo a Deus em igualdade de condições. Este raciocínio não tem base racional, pois nas Escrituras está escrito: “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou” (Rm. 8:20). Há um poder que sujeitou a criação de Deus, e se sujeitou é mais forte do que Deus, ou Deus lhe permitiu, e neste caso é co-autor com o inimigo: ‘Quem cala consente’. Até os filhos de Deus estão debaixo desse jugo maldito, por isso está escrito: “Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm. 8:21-23). Só após a ressurreição final os santos, isto é, os filhos de Deus, que receberam o dom do Espírito Santo, estarão livres dessa servidão maldita.

Como, pelas Escrituras, o mal é criação de Jeová, analisemos o mal, vindo de Jeová. Este deus, criador do mal, afirma que exerce uma servidão sobre o seu povo, que ele mesmo compara com a servidão dos reinos da terra, ou melhor dizendo, escravidão. Leiamos a história de Roboão, filho de Salomão, como rei de Israel, após a morte de seu pai: “Sucedeu pois, que, havendo Roboão confirmado o reino, e havendo-se fortalecido, deixou a lei de Jeová, e com ele todo o Israel. Pelo que sucedeu, no ano quinto do rei Roboão, que Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalém (porque tinham transgredido contra Jeová). Com mil e duzentos carros, e com sessenta mil cavaleiros; e era inumerável a gente que vinha com ele do Egito, de líbios, suquitas e etíopes. E tomou as cidades fortes, que Judá tinha, e veio a Jerusalém. Então veio Semaías, o profeta, a Roboão e aos príncipes de Judá que se ajuntaram em Jerusalém por causa de Sisaque, e disse-lhes: Assim diz Jeová: Vós me deixastes a mim, pelo que eu também vos deixei nas mãos de Sisaque. Então se humilharam os príncipes de Israel, e o rei, e disseram: Jeová é justo. Vendo, pois, Jeová que se humilhavam, veio a palavra de Jeová a Semaías, dizendo: Humilharam-se, não os destruirei; antes, em breve, lhes darei lugar de escaparem, para que o meu furor se não derrame sobre Jerusalém, por mão de Sisaque. PORÉM SERÃO SEUS SERVOS, PARA QUE CONHEÇAM A DIFERENÇA DA MINHA SERVIDÃO E DA SERVIDÃO DOS REINOS DA TERRA” (II Cr. 12:1-8). Jeová nivela por baixo o seu padrão de vida, concedido a seus filhos. É tão baixo que é comparado ao padrão egípcio, e o padrão egípcio era mau e corrupto.

Jeová usa o mal como único instrumento para produzir o bem. Através do mal pretendia curar a ferida do seu povo. Usava o mal como antídoto contra o mal. Falou pela boca de Jeremias: “Todos os teus amantes se esqueceram de ti, e não perguntam por ti; porque te feri com ferida de inimigo, e com castigo de cruel, pela grandeza de tua maldade” (Jr. 30:14). O profeta Oséias explica esse método:“Vinde e tornemos para Jeová, porque ele despedaçou, e nos sarará; fez a ferida, e a ligará” (Os. 6:1). Vamos transcrever as palavras ditas por Jeová sobre o seu método de tentar corrigir o mal pelo próprio mal. Ele disse a Jeremias, o profeta: “Não rogues por este povo para bem. Quando jejuarem, não ouvirei o seu clamor, e quando oferecerem holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei deles; antes eu os consumirei pela espada, e pela fome e pela peste” (Jr. 14:11-12).“Ora pois, fala agora aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Assim diz Jeová: Eis que estou forjando mal contra vós, e projeto um plano contra vós; convertei-vos pois agora cada um do seu mau caminho, e melhorai os vossos caminhos e as vossas ações” (Jr. 18:11). “Assim diz Jeová dos Exércitos, o deus de Israel: Eis que trarei sobre esta cidade, e sobre todas as suas cidades, todo o mal que pronunciei contra ela, porquanto endureceram a sua cerviz, para não ouvirem as minhas palavras” (Jr. 19:15). “Porque pus o rosto contra esta cidade para mal, e não para bem, diz Jeová; na mão do rei de Babilônia se entregará, e ele a queimará a fogo” (Jr. 21:10).

Jeová declarou que pôs o rosto contra Jerusalém para mal, e não para bem, isto é, ele não cogitava nenhum resultado bom. E ainda acrescentou: “Eis que velarei sobre eles para mal, e não para bem; e serão consumidos todos os homens de Judá, que estão na terra do Egito, à espada e à fome, até que se acabem de todo” (Jr. 44:27). Jeová não pretendia salvar ninguém. O seu objetivo final era matar todos.

Não deu certo o método de Jeová, pois quanto mais pisava e oprimia, mais o povo se revoltava e desobedecia. As pessoas pensam: ‘Eu não pedi para vir a este mundo de escravidão, de exploração, de guerras, traições, enganos, crimes, etc., quero viver a minha vida como me parece melhor, e vem um deus furioso e iracundo, dizendo: Você vai viver a vida que eu quero, e se não aceitar, mando pragas, pestes, fome, enfermidades malignas, maldições terríveis, e por fim, vingança sem piedade’. O plano de Jeová falhou e ele mesmo declara que seu povo foi pior que os outros povos: “E Manassés tanto fez errar a Judá e aos moradores de Jerusalém, que fizeram pior do que as nações que Jeová tinha destruído de diante dos filhos de Israel” (II Cr. 33:9).

Jeová então confessa o seu fracasso, dizendo“Se de boa mente ficardes nesta terra, então vos edificarei, e não vos derribarei; e vos plantarei, e não vos arrancarei; porque estou arrependido do mal que vos tenho feito” (Jr. 42:10). O problema é que Balaão, o vidente, alçou a sua parábola, dizendo: “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa” (Nm. 23:19).

Jeová, porém se arrependeu outras vezes, isto é, confessou que errou. Foi ele que escolheu Saul para ser rei de Israel. Saul foi rebelde contra Jeová, e cometeu erros conscientes e imperdoáveis. Então Jeová confessou, dizendo: “Arrependo-me de haver posto Saul como rei; porquanto deixou de me seguir, e não executou as minhas palavras” (I Sm. 15:11).

Se alguém crê em Jeová de todo o coração, tenha certeza que, depois que Jeová o salvar, e esse alguém pecar, Jeová vai se arrepender de ter salvado, e vai destrui-lo (é o que está em Jd. 5). Todos duvidam das promessas de Jeová, pois promete uma coisa e faz outra. O Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, enviou o seu filho unigênito para morrer em lugar do pecador (Jo. 3:16-17; Gl. 1:4). E Cristo já morreu pelos pecadores que Jeová ia condenar. Com isso, Deus, o Pai, revelou aos homens que ele não muda, não volta atrás, e não se arrepende. Quem crer está garantido (Jo. 5:24).

 

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(341) – AS DIAS CASAS – V.c

AS    DUAS    CASAS    5C

            Continuação das anteriores 5, 5a, 5b.

10- Na casa de Jeová todos eram escravos. O apóstolo Paulo explica a alegoria de Jeová. A escrava Agar, a egípcia, que Abrão trouxe do Egito, encerrava um mistério de Jeová, que ninguém jamais saberia, se Paulo não revelasse pelo Espírito Santo: “Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e o outro da livre. Todavia o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa. O que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos; um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora esta Agar é Sinai, um monte da arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos” (Gl. 4:21-25). E o próprio Jeová declara que o seu povo vive um regime de escravidão igual ou pior do que o dos reinos deste mundo. Ezequiel registrou: “Vendo, pois, Jeová que se humilhavam, veio a palavra de Jeová a Semaías, dizendo: Humilharam-se, não os destruirei; antes em breve lhes darei lugar de escaparem, para que o meu furor se não derrame sobre Jerusalém, por mão de Sisaque. Porém serão seus servos, para que conheçam a diferença da minha servidão e da servidão dos reinos da terra” (II Cr. 12:7-8). Na casa de Jesus e do Pai de Jesus passa-se outra coisa. Jesus disse:“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo. 8:32). E prossegue: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo. 8:36). E Paulo remata o assunto, dizendo: “E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor Jesus, então o véu se tirará. Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor ai há liberdade. Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (II Co. 3:15-18).

11- Na casa de Jeová, os que Jeová salvou, morreram no deserto, de sede, de fome, de pestes e de pragas. A promessa era levá-los ao paraíso (Ex. 3:7-8). Se tivessem ficado no Egito, teriam tido melhor sorte. Em vez de levá-los direto à Canaã conforme a promessa, parou no deserto de Sinai, ordenou o concerto da lei, e estabeleceu condições a serem cumpridas: “Andareis em todo o caminho que vos manda o Senhor vosso deus, para que vivais e bem vos suceda, e prolongueis os dias na terra que haveis de possuir” (Dt. 5:33).

* Não terás outros deuses diante de mim.

* Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o senhor teu deus, sou deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos.

* Não tomarás o nome de Jeová teu deus em vão; porque Jeová não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão.

* Lembra-te do dia de sábado para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra; mas o sétimo dia é o descanso do senhor teu deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez Jeová os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou Jeová o dia de sábado, e o santificou.

* honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que Jeová teu deus te dá.

* Não matarás.

* Não adulterarás.

* Não furtarás

* Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

* Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo (Ex. 20:3-17) – OS DEZ MANDAMENTOS).

A condição imposta por Jeová era guardar a lei: “Portanto os meus estatutos e os meus juízos guardareis; os quais, fazendo-os o homem, viverá por eles” (Lv. 18:5).

Na casa do Pai do Senhor Jesus Cristo é o contrário“Estai pois firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós que vos justificais pela lei; da graça tendes caído” (Gl. 5:1-4)A morte de Cristo na cruz gerou a graça que liberta de toda a lei: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm. 6:14). Isto quer dizer que os que adotam a lei de Jeová estão debaixo do domínio do pecado, por isso Paulo disse: “O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (I Co. 15:56).

12- Na casa de Jeová todos são condenados, porque está escrito“Nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Jeová” (Rm. 3:19). Porque é condenável quem está debaixo da lei? “Porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm. 3:20). Se alguém deseja algo, não se apossa do objeto do desejo, porque a lei proíbe, e então o desejo, reprimido, aumenta. Isso é concupiscência produzida pela lei“O pecado, tomando ocasião pelo mandamento, obrou em mim toda a concupiscência” (Rm.7:8). A concupiscência, reprimida pela lei, vai aumentando, aumentando, e por fim produz anormais e tarados irresponsáveis, cobiçosos e ladrões. É por isso que o ministério da lei, do Velho Testamento, é chamado de ministério da condenação, e todos foram condenados (II Co. 3:6-9).Até aqueles que Jeová consumou a salvação com grande poder, foram condenados: “Quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo Jeová salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram” (Jd. 5).

Na casa do Pai, Jesus morreu na cruz para salvar os condenados por Jeová, por isso João declarou: “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado” (Jo. 3:18). E todo aquele que crê, recebe o Espírito Santo para o guiar no caminho da santificação, e tirá-lo da lei:“Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei” (Gl. 5:18).

13- Na casa de Jeová o pecado matava sem apelação“A alma que pecar, essa morrerá.” (Ez.18:4).E Jeová declarou que não há homem que não peque (Ec. 7:20). Na casa do Pai tudo mudou: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm. 6:23). Como se dá este milagre? O efeito prodigioso do amor de Deus revelado em Jesus Cristo na cruz, e a ação gloriosa dos dons do Espírito Santo na alma do homem, geram uma virtude tão frutífera e gostosa, que não há mais espaço para o pecado. É por isso que João diz“E bem sabeis que Jesus se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado. Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu” (I Jo. 3:5-6). O provérbio latino diz: “Aquila non capit muscas” (A águia não se entretêm a apanhar moscas). Isto é, o nascido de novo, voa tão alto, que não baixa à terra para perder tempo com o pecado.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(340) – AS DUAS CASAS V.b

AS    DUAS    CASAS    5B

         Continuação do anterior – 5A.

6- Na casa de Jeová predominava a poligamia. Davi, o ungido de Jeová e figura do messias prometido, tinha sete mulheres e dez concubinas só para satisfação carnal. Salomão com a sabedoria divina, dada por Jeová, teve setecentas mulheres princesas, e trezentas concubinas só para a satisfação da carne. Gideão, grande herói bíblico do Velho Testamento, teve muitas mulheres (I Cr. 3:1-5; II Sm. 20:3; I Rs. 11:1-3; Jz. 8:30), e assim por diante. No Novo Testamento, na casa de Jesus Cristo que é a Igreja, os filhos de Deus só têm uma mulher. Diz a palavra: “Convém que o Bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar” (I Tm. 3:2; Tt. 1:6). “Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas.” (I Tm. 3:12). Paulo faz uma referência a presbíteros e diáconos porque o exemplo vem de cima, e para que tivessem autoridade, para ministrar e disciplinar os carnais.

7- Na casa de Jeová o divórcio fazia parte da lei: “Quando um homem tomar uma mulher, e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa inconveniente, ele lha fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. Se, pois, saindo da sua casa, for, e se casar com outro homem, e este último homem a aborrecer, e lhe fizer escrito de repúdio, e lho der na sua mão, e a despedir da sua casa; ou se o último homem, que a tomou para si por mulher, vier a falecer; então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada” (Dt. 24:1-4). O caso fica grave, pois o segundo marido, depois que a despediu, também não poderá tornar a tomá-la. A mulher vai em busca do terceiro, e assim por diante, até virar prostituta. Essa lei de Jeová não visava a restauração da mulher repudiada, mas sim sua prostituição. Na casa de Jesus é diferente, pois Jesus visa a restauração. Um fariseu, lhe perguntou: “É lícito a um homem repudiar a sua mulher por qualquer motivo? Jesus respondeu: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio, macho e fêmea os fez? E disse: Portanto deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem. Disseram-lhes eles: Então por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza de vossos corações vos permitiu repudiarvossas mulheres; mas no princípio não foi assim. Eu porém vos digo, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério” (Mt. 19:3-9). Convém esclarecer que a lei não era de Moisés, mas de Jeová, e na lei, quem casasse com a repudiada não cometia adultério, porém para Jesus, quem casar com a repudiada comete adultério, logo são casas completamente diferentes.

8- Na casa de Jeová há duas leis contrárias. No segundo mandamento da lei está escrito“Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o senhor teu deus, sou deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam aos meus mandamentos” (Ex. 20:4-6). Está claro neste mandamento da lei, que os filhos pagam pelos pecados dos pais; e isto até a quarta geração. Há, porém, um outro mandamento contrário: “Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais; cada qual morrerá pelo seu pecado” (Dt. 24:16). Isaías diz, da parte de Jeová: “Preparai a matança para os filhos, por causa da maldade de seus pais” (Is. 14:21). E Elí, o sacerdote, morreu por causa dos pecados de seus filhos Hofni e Finéias. Jeová falou a Samuel, dizendo: “Porque já eu lhe fiz saber que julgarei a sua casa para sempre, pela iniqüidade que ele bem conhecia, porque, fazendo-se os seus filhos execráveis, não os repreendeu. Portanto, jurei à casa de Elí que nunca jamais seria expiada a iniqüidade da casa de Elí com sacrifício nem com oferta de manjares” (I Sm. 3:13-14).Que falta de caridade. Que têm a ver as gerações futuras com o meu pecado de hoje? Jeová amaldiçoou a casa de Eli para sempre. E depois ficou vigiando o mal. Cem anos mais tarde, Abiatar era um bom sacerdote, mas o ódio de Jeová o alcançou no tempo de Salomão, que lhe disse: “E a Abiatar, o sacerdote, disse o rei Salomão: Para Anatote vai, para os teus campos, porque és homem digno de morte; porém hoje te não matarei, porquanto hoje levaste a arca de Jeová deus diante de Davi, meu pai, e porquanto foste aflito em tudo quanto meu pai foi aflito. Lançou, pois, Salomão fora a Abiatar, para que não fosse sacerdote de Jeová; para cumprir a palavra de Jeová, que tinha dito sabre a casa de Elí em Siló” (I Rs. 2:26-27). Na casa do Pai, edificada por Jesus, ninguém paga pelos pecados de ninguém, mas Jesus morreu na cruz pelos pecados dos pais, dos filhos, e também pelos pecados de todos (Gl. 1:4). João disse: “Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (I Jo. 2:2; Gl. 3:13).

9- Na casa de Jeová, ele elege, e depois rejeita quem escolheu. Onde fica a sua onisciência? Onde fica a sua onipotência? Ou Jeová elege não conhecendo o futuro, e depois tem de rejeitar; ou elege, mas Satanás corrompe, e neste caso Satanás tem mais poder. Jeová elegeu a Saul como o primeiro rei de Israel. Saul porém, deu pra traz, e caiu. Então Jeová disse: “ARREPENDO-ME DE HAVER POSTO A SAUL COMO REI; PORQUANTO DEIXOU DE ME SEGUIR” (I Sm. 15:11). “Então disse Jeová a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel?” (I Sm. 16:1).Como fica a declaração de Jeová, dizendo: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?” (Is. 43:13). Jeová também disse: “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antigüidade; que eu sou deus, e não há outro deus, não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antigüidade as coisas que ainda não aconteceram” (Is. 46:9-10). E depois se arrepende de ter escolhido Saul? E teve de rejeitá-lo? Esse deus é inseguro. Fala uma coisa e faz outra? Jurou a Abraão que a sua descendência seria como as estrelas do céu (Gn. 22:15-18), e depois muda dizendo que não serão mais como as estrelas do céu (Dt. 28:62)? E o seu juramento a Abraão? Não valeu o juramento (Jr. 9:15-16)?

Na casa do Pai de Jesus é diferente, Jesus morre no lugar daqueles que vão sofrer as vinganças mortais de Jeová, e anula suas infernais maldições, como as  que seguem: “Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até o mais profundo do inferno, e destruirá a terra com a sua novidade, e abrasará os fundamentos dos montes. Males amontoarei sobre eles, as minhas setas esgotarei contra eles. Exaustos serão de fome, comidos de carbúnculo (ANTRAZ) e de peste amarga; e entre eles enviarei dentes de feras, com ardente peçonha de serpentes do pó” (Dt. 32:22-25).

Amigo leitor. Só há uma forma de escapar dessa fúria assassina“CRÊ NO SENHOR JESUS CRISTO E SERÁS SALVO, TU E A TUA CASA” (At. 16:31).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(339) – AS DUAS CASAS – V.a

AS    DUAS    CASAS    5A

            Como lemos na carta aos Hebreus, capítulo três, versos um a seis, existem duas casas. A casa de Moisés, que é também a casa de Jeová, e que foi edificada por um servo, não pelo Filho de Deus: “E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; mas Cristo, como Filho sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós” (Hb. 3:5-6). Não há dúvida de que são dois edificadores. Vamos comparar as duas casas para saber se são a mesma, ou se são diferentes:

1- Na casa de Jeová, imperaram as pestes: “Jeová te ferirá com úlceras malignas nos joelhos e nas pernas, de que não possas sarar, desde a planta do pé até o alto da tua cabeça” (Dt. 28:35). “Também Jeová fará vir sobre ti toda enfermidade e toda a praga, que não está escrita no livro desta lei, até que sejas destruído” (Dt. 28:61). Na casa de Jesus impera a cura, pois ele tomou sobre si as nossas enfermidades: “E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos; para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: ‘Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças’ ” (Mt. 8:16-17).

2- Na casa de Jeová, havia sacerdotes cegos, coxos, aleijados, e por isso eram excluídos do templo. E note-se que os levitas foram eleitos por Jeová para ministrar no santuário (Nm. 1:50). “Fala a Arão, dizendo: Ninguém da tua semente, nas suas gerações, em que houver alguma falta, se chegará a oferecer o pão do seu deus. O cego, o coxo, ou de nariz chato, o de membros compridos, o de pé ou mão quebrados, ou corcovado, ou anão, ou sarnento, etc. Nenhum homem da semente de Arão, o sacerdote, se chegará para oferecer as ofertas queimadas de Jeová; falta nele há” (Lv. 21:17-21).No salmo cento e três, verso três, está escrito“Jeová perdoa todas as tuas iniqüidades, e sara todas as tuas enfermidades”. Se Jeová não curou as doenças e aleijões dos levitas, seus predestinados, não cura ninguém. Jesus disse: “Muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro” (Lc. 4:27). Mas na casa de Jesus Cristo e do Pai, todos são curados. Jesus mandou dizer a João Batista: “Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o Evangelho” (Mt. 11:5).

3- Na casa de Jeová só entram os hebreus. Os outros povos ficam de fora: “Filhos sois de Jeová vosso deus; … Porque és povo santo a Jeová teu deus, e Jeová te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres o seu povo próprio” (Dt. 14:1-2). O que é pior, os outros povos foram predestinados por Jeová para, no futuro, depois da restauração, serem escravos dos hebreus: “Porque Jeová é altíssimo e tremendo, e rei grande sobre toda a terra. Ele nos submeterá os povos e porá as nações debaixo dos nossos pés” (Sl. 47:2-3). Na casa do Pai, todas as nações são iguais, e aceitas no seu reino. Jesus ordenou aos discípulos, dizendo: “Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinado-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amem” (Mt. 28:19-20). “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc. 16:15-16).

4- Na casa de Jeová, quem não guardasse a lei nos seus mínimos detalhes, estava debaixo de terríveis maldições. O maldito plantava muito e não colhia nada. Se houvesse colheita os ladrões levavam tudo. A plantação era destruída pelo gafanhoto, a lagarta e o pulgão. Os filhos eram malditos desde o ventre, e nasciam raquíticos, aleijados ou mortos. Os sãos eram levados como escravos. Há dois capítulos inteiros sobre maldições (Dt. 27:11-26; 28:15-68). No livro dos provérbios, lemos: “A maldição de Jeová habita na casa do ímpio, mas a habitação dos justos ele abençoará” (Pv. 3:33). Mas Paulo disse: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer (Rm. 3:10). E também disse: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de deus” (Rm. 3:23). Concluímos que não há justos, e assim todos estão debaixo de maldição. Quando um rei em Israel se corrompia, levava o povo à corrupção e à idolatria, e então as maldições vinham sobre toda a nação, e os justos eram condenados com os ímpios. Não havia piedade. Jeová falou pela boca de Ezequiel: “Dize à terra de Israel: Assim diz Jeová: Eis que sou contra ti, e tirarei a minha espada da bainha, e exterminarei do meio de ti o justo e o ímpio” (Ez. 21:3).

Na casa de Jesus e do Pai as coisas mudaram. Jesus falou pela boca de Paulo, dizendo: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gl. 3:13; Dt. 21:22-23). Para os que crêem em Jesus, não há mais maldições de Jeová, ou melhor, Jeová perdeu a força, pois se não há maldições, também não há lei, pois as maldições fazem parte da lei: “Todos aqueles que são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão no livro da lei, para fazê-las” (Gl. 3:10).Se Jeová fosse o Pai, teria mudado, mas ele declarou que não muda (Ml.3:6).

5- Na casa de Jeová os filhos eram carnais e nascidos de semente humana, que é imunda. O próprio Jeová declarou que os hebreus, ou melhor, os filhos de Israel, eram seus filhos, diversas vezes (Dt. 14:1- 2, 32:19-20; Is. 1:2, 30:9, 43:6, 63:8, 64:8; Ml. 1:6). E Jeová declarou que o sêmen humano é imundo (Lv. 15:16). A mulher quando recebe do homem a semente da cópula fica imunda (Lv.15:18). Os filhos nascidos de cópula carnal eram imundos (Lv. 12:1-8). Eram filhos de Jeová, pois Jeová é o deus de toda a carne (Jr. 32:27).

Na casa de Jesus e de seu Pai nenhum nascido de cópula carnal vai entrar, mas só os nascidos do Espírito Santo. Jesus falou a Nicodemos, dizendo: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre da mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo. 3:3-6). E o apóstolo João disse: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de  Deus” (Jo. 1:12-13).

Amigo leitor. A qual casa você pertence? Pense, reflita, e faça a sua opção agora. Saia de debaixo do jugo e das maldições; saia das trevas para a luz; saia da ira para o amor; saia da condenação para a salvação; saia da morte para a vida, com Jesus.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(338) – OS FORA DA LEI

OS    FORA    DA    LEI

            Em geral os fora da lei são bandidos, assaltantes, homicidas. Vejamos o que Paulo diz sobre o assunto“Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas, e matricidas, para os homicidas, para os fornicários, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina” (I Tm. 1:9-10). Os fora da lei agem no escuro, às ocultas, ou cobrem o rosto com um pano para não serem identificados. Os fora da lei vivem nas favelas, nos cortiços, e também nos palácios. Existem muitos fora da lei, tão astutos, que a lei não consegue puni-los.

Existem também outro tipo de foras da lei. São aqueles varões corretos, fiéis, honestos, limpos. Estes estão fora da lei pois são intocáveis, pois a lei não foi feita para o justo, como diz o apóstolo Paulo.

Analisemos a lei de Jeová. Sobre ela, Davi disse: “A lei de Jeová é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho de Jeová é fiel, e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos de Jeová são retos, e alegram o coração; o mandamento de Jeová é puro, e alumia os olhos” (Sl. 19:7-8). Outro salmista diz“A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade” (Sl. 119:142). E Davi declara: “A lei do seu deus está no seu coração; os seus passos não resvalarão” (Sl. 37:31). Jeová disse: “Meu concerto com Levi foi de vida e de paz, e eu lhas dei para que me temesse, e me temeu, e assombrou-se por causa do meu nome. A lei da verdade esteve na sua boca, e a iniqüidade não se achou nos seus lábios” (Ml. 2:5-6).

O Novo Testamento, entretanto, diz outra coisa sobre a lei de Jeová, aniquilando a justiça da lei: “Nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm. 3:20). Paulo diz também que os cristãos não estão mais debaixo da lei de Jeová, mas debaixo da graça, e por isso o pecado não tem domínio sobre eles (Rm. 6:14). Graça é perdão total e incondicional. Esse perdão, ou melhor, essa graça foi decretada por Deus, o Pai, na cruz, onde Jesus Cristo morreu por todos os pecadores (I Tm. 1:15). Somos libertados da lei através da graça, pois a lei traz à luz o pecado. Como pode ser isso? Se a lei proíbe o pecado, como pode trazê-lo à luz? Tudo aquilo que não está ao nosso alcance produz o desejo de possuí-lo. E esse desejo é concupiscência. A lei proíbe o pecado, ou melhor, a lei proíbe cobiçar as coisas do próximo. A proibição da lei aumenta o desejo de possuir o que ele tem de bom. Esse desejo, ou concupiscência, leva o indivíduo a usar meios ilícitos para conseguir o que cobiça. Sendo assim, a lei alimenta a concupiscência pela proibição. Paulo diz: “Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum: mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, obrou em mim toda a concupiscência: porquanto sem a lei estava morto o pecado” (Rm. 7:7-8). Se sem a lei estava morto o pecado, a lei ressuscita o pecado, e este por, sua vez, mata o pecador (Rm. 7:9). A conclusão que Paulo chegou é: “O mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte, porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou” (Rm. 7:10-11).Na epístola universal de S. Tiago, temos a explicação“Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, da à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg. 1:14-15). Ora, se a lei opera, pela proibição, a concupiscência, e esta concebe o pecado, que, sendo consumado, gera a morte, podemos afirmar que a lei dá à luz o pecado, e também a morte.

É por isso que o profeta Ezequiel, declarou“A alma que pecar, essa morrerá” (Ez. 18:4). Mas Paulo, continua a sua análise, dizendo“A lei é santa, e o mandamento é santo, justo e bom” (Rm. 7:12). “Porque bem sabemos que a lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido sob o pecado” (Rm. 7:14). Uma lei santa e espiritual não poderia ser dada ao homem carnal e vendido sob o pecado. Não se dá comida espiritual para o nascido carnal, pois o pecado habita na carne. Paulo diz: “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que eu não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim; que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo” (Rm. 7:19-21). Na carne habita a lei do pecado, que é mais forte que a lei de Jeová. Essa lei é a natureza má e pecaminosa do homem carnal, por isso Paulo acrescenta: “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros” (Rm. 7:22-23). Sem dúvida, a lei do pecado, que habita na nossa carne, é mais forte que a lei de Jeová, e o homem peca, mesmo não querendo pecar. Mas fique bem claro que a lei é fraca e inútil para o homem natural; o homem nascido de semente carnal e corruptível. Paulo, no-lo diz: “Ora o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido” (I Co. 2:14-15).

O homem espiritual é uma nova criatura. Paulo diz: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisa velhas já passaram, eis que tudo se fez novo” (II Co. 5:17). “Porque somos feitura sua, criados em Jesus Cristo para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Ef.2:10). “Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef. 4:22-24). Os homens e mulheres que Deus, o Pai de Jesus Cristo, criou, só vieram à luz a partir de Jesus, e são os verdadeiros filhos de Deus. João falou: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; os quais crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12-13). E Tiago completa, dizendo“Segundo a sua vontade, ele nos gerou de novo pela palavra da verdade, para que fossemos como primícias das suas criaturas” (Tg. 1:18). Primícia é primeiro criado. A criação de Deus, o Pai, começou em Cristo Jesus.

Há um detalhe. Essas novas criaturas de Deus, à partir de Jesus, são libertadas da lei (Rm. 7:6).E não estão debaixo da lei (Rm. 6:14). E por que? Porque a nova criatura não é guiada pela lei, mas pelo Espírito Santo, por isso o apóstolo dos gentios diz: Mas, se sois guiados pelo Espírito Santo, não estais debaixo da lei. E os que são guiados pelo Espírito Santo, esses são os filhos de Deus (Rm. 8:13-14). Portanto, os que estavam debaixo da lei não podiam ser filhos de Deus, mas eram filhos de Jeová(Dt. 14:1-2).

Se a lei de Jeová, sendo espiritual e santa, e dada ao povo de Jeová, que não era nova criatura, só serviu para multiplicar o mal (Rm. 7:5; I Co. 15:56)e, se também a lei é tirada do cristão, que é nascido de novo, e é guiado pelo Espírito Santo, então a lei foi inútil (Hb. 7:18-19). Os sacrifícios da lei foram inúteis (Hb. 10:1, 8-10). Que assombro! Muitos cristãos pensam que a lei foi dada para ajudar a corrigir o homem, mas, em contrário, foi dada para destruir e matar, pois ela não serve para o homem espiritual. Foi um laço. João diz: “A lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo. 1:17).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(337) – TODO PODEROSO – IV

TODO   PODEROSO   4

            O chefão é o manda chuva. Na Itália, a máfia tinha um chefão, que a comandava. A lei era severa. Pisou na bola morria. Não havia acordo. Quando havia duas quadrilhas fortes, uma guerra sem tréguas decidia quem seria o chefão. O chefão é o todo poderoso. Desafiado o todo poderoso chefão, a vingança era cruel e impiedosa.

Jeová libertou Israel do Egito com grandes promessas, pois o povo gemia debaixo de um jugo de ferro. A promessa era levar o povo à uma terra boa e fértil, um lugar de paz e repouso. A promessa foi assim: “E disse Jeová a Moisés: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as usa dores. Portanto, desci para livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel; ao lugar do cananeu, e do heteu, e do amorreu, e do perizeu, e do heveu, e do jebuseu” (Ex. 3:7-8). O povo creu e saiu do Egito pela mão de Moisés. Jeová os tirou com grandes pragas, e eles não tiveram olhos para ver, que aquele deus ia fazer com eles o que fez com os egípcios. Primeiro Jeová fez promessas para tirá-los do Egito; depois lhes deu leis dizendo: Se vós quebrardes minhas leis, trarei sobre vós todos os males do Egito. O texto diz: “Então, Jeová fará maravilhosas as suas pragas e as pragas de tua semente, grandes e duradouras pragas, e enfermidades más e duradouras. E fará tornar sobre ti todos os males do Egito, de que tu tiveste temor; e se apegarão a ti” (Dt. 28:59-60). Em vez de levá-los diretamente para a terra prometida, e lá ensiná-los a guardar os mandamentos, Jeová os levou ao deserto para tentá-los e prová-los, para saber se eram dignos de herdar a terra da promessa. O texto diz: “Todos os mandamentos que hoje vos ordeno guardareis para os fazer, para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que Jeová jurou a vossos pais. E te lembrarás de todo o caminho pelo qual Jeová, teu deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos ou não” (Dt. 8:1-2).

O regime do chefão é o do terror. Ele pisa, humilha, tenta, deixa passar fome, e ai de quem reclama. O povo de Israel, no deserto, reclamou, e todos morreram no deserto (Nm. 14:28-30). Eram mais de um milhão, pois só de varões aptos para a guerra eram seiscentos e três mil e quinhentos e cinqüenta (Nm. 1:46). O regime do chefão, isto é, do Todo poderoso, era de ferro. Não era teocracia, mas tirania violenta. Leiam o que ele disse: “VIVO EU, DIZ O SENHOR JEOVÁ, QUE, COM MÃO FORTE, E COM BRAÇO ESTENDIDO, E COM INDIGNAÇÃO DERRAMADA, HEI DE REINAR SOBRE VÓS” (Ez. 20:33). Roboão, filho de Salomão, depois da morte do seu pai, assumiu o trono de Israel, mas deixou a lei de Jeová, ele e todo o Israel. “Pelo que sucedeu, no ano quinto do seu reinado, que Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalém, (porque tinham transgredido contra Jeová). Sisaque subiu com mil e duzentos carros, e com sessenta mil cavaleiros; e era inumerável a gente que vinha com ele do Egito, de líbios, suquitas e etíopes. E tomou as cidades fortes que Judá tinha e veio a Jerusalém. Então, veio Semaias, o profeta, a Roboão e aos príncipes de Judá que se ajuntaram em Jerusalém por causa de Sisaque e disse-lhes: Assim diz o Todo poderoso: Vós me deixastes a mim, também eu vos deixei nas mãos de Sisaque. Então, se humilharam os príncipes de Israel e o rei e disseram: Jeová é justo. Vendo, pois, Jeová que se humilhavam, veio a palavra de Jeová a Semaias, dizendo: HUMILHARAM-SE, NÃO OS DESTRUIREI; antes, em breve, lhes darei lugar de escaparem, para que o meu furor se não derrame sobre Jerusalém, por mão de Sisaque, PORÉM SERÃO SEUS SERVOS, PARA QUE CONHEÇAM A DIFERENÇA DA MINHA SERVIDÃO E DA SERVIDÃO DOS REINOS DA TERRA” (II Cr. 12:2-8).

O Todo poderoso Jeová declara com a sua boca que o seu regime era tirânico e escravagista. Era tão pesado o jugo que o povo optou voltar ao Egito, mas o chefão, ofendido, os matou a todos no deserto (Nm. 14:1-4; 14:28-29).

Os chefões da máfia italiana criavam um regime de terror para serem temidos e obedecidos. O Todo poderoso usou o mesmo método. No monte Sinai, quando deu a sua lei, produziu um espetáculo tão tenebroso, que ninguém suportava: “Porque não chegastes ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual, os que a ouviram pediram que se lhes não falasse mais; porque não podiam suportar o que se lhes mandava: se até um animal tocar o monte, será apedrejado. E tão terrível era a visão, que Moisés disse: Estou todo assombrado e tremendo” (Hb. 12:18-21). O povo também, ficou tão aterrorizado com o infernal quadro, que disse a Moisés: “Fala tu conosco, e ouviremos; e não fale Jeová conosco, para que não morramos” (Ex. 20:19). O povo estava aterrorizado! Moisés aterrorizado! Quando Davi enumerou o povo, por ordem do próprio Jeová, e foi por isso considerado culpado injustamente, Jeová matou setenta mil israelitas com uma peste, e ainda o anjo de Jeová estava entre o céu e a terra, com a espada desembainhada na sua mão para destruir Jerusalém. A visão era infernal e tenebrosa, que Davi não podia ir ali para consultar a Jeová; porque estava aterrorizado (II Sm. 24:1, 15-16; I Cr. 21:30).Davi, o eleito de Jeová; Davi o ungido, o messias, aterrorizado? E os menos favorecidos? Davi falou, dizendo: “O meu coração está dorido dentro de mim, e os terrores de morte sobre mim caíram. Temor e terror me sobrevêm, e o horror me cobriu” (Sl. 55:4-5). Um outro salmista exclama“Eu, porém, Jeová, clamo a ti, e de madrugada te envio a minha oração. Jeová, por que rejeitas a minha alma? Por que escondes de mim a tua face? Estou aflito e prestes a morrer, desde a minha mocidade; quando sofro os teus terrores, fico perturbado. A tua ardente indignação sobre mim vai passando; e os teus terrores fazem-me perecer” (Sl. 88:13-16). O pobre salmista, desde a infância, nem sabia o porquê dos terrores de Jeová, que o afligiam mortalmente!

Vejamos agora Jó, o homem, que segundo Jeová, era sincero, reto, temente a Jeová, e desviava-se do mal (Jó 1:8). Este varão fiel e justo foi de tal modo assolado por Jeová, que levantou sua voz, dizendo: “Desvia a tua mão para longe de mim e não me espante o teu terror” (Jó 13:21). É neste capítulo que se dirige ao Todo poderoso (Jó 13:3). Jó disse também: “Porque as flechas do Todo poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno, o bebe o meu espírito; os terrores de Jeová se armam contra mim” (Jó 6:4). Se, para Jó, varão justo, reto, e fiel, Jeová só revelou a face do terror, está na cara que ele não é o Deus que é amor (I Jo. 4:8).

Jeová se revela a quem nunca o viu, e nem o conhece, como deus do terror e não o Deus de amor. Antes de Israel entrar em Canaã, Jeová lhes disse: “Enviarei o meu terror diante de ti, desconcertando a todo o povo aonde entrares” (Ex. 23:27). Deus, o Pai, enviou diante dele o seu amor, dizendo por boca de João: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16). O povo de Deus no Novo Testamento foi incumbido de revelar o amor de Deus a todos os homens, mas o povo de Jeová foi incumbido de revelar o terror de Jeová a todas as nações. Eis o que ele disse: “Neste dia, começarei a por um terror e um temor de ti diante dos povos que estão debaixo de todo o céu” (Dt.2:25).

Qual o deus que você, leitor, crê e segue? O do terror ou o do amor?

 

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(336) – TODO PODEROSO – III

TODO   PODEROSO   3

            O profeta Isaías declara em seu livro: “Uivai, porque o dia de Jeová está perto; vem do Todo poderoso como assolação. Pelo que todas as mãos se debilitarão, e o coração de todos os homens se desanimará. E assombrar-se-ão, e apoderar-se-ão deles dores e ais, e se angustiarão como a mulher parturiente; cada um se espantará do seu próximo; o seu rosto será rosto flamejante. Eis que o dia de Jeová vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação e destruir os pecadores dela” (Is. 13:6-9).

Jeová, o Todo poderoso, vai assolar os homens? Que é assolação? É devastação; ruína; estrago; desolação. Assolação nunca foi castigo ou correção. Assolação é destruição. Assolar é devastar, arrasar, destruir. Este ofício destruidor e devastador devia pertencer somente a Satanás. É estranho e incompreensível que um Deus que é amor, segundo o Novo Testamento (I Jo. 4:8), se apresente no Velho Testamento com as características de Satanás. Jeová declara que criou o assolador para destruir, e se apresenta como assolador? (Is. 54:16). É incoerente.

No tempo dos juizes de Israel, houve um homem de nome Elimeleque, que traduzido é: MEU DEUS É REI. Devia, portanto, ser um israelita sem dolo. Sua mulher se chamava Noemi, nome que traduzido é: AMÁVEL, AGRADÁVEL. Noemi deveria ser meiga, simpática e alegre. Os nomes do Velho Testamento traduziam em geral o caráter da pessoa. Como exemplo citaremos o nome de Isaque, que quer dizer “riso”, porque seu nascimento e vida trouxeram alegria a seus pais Abraão e Sara. Jeremias se traduz por “Jeová estabelece”, pois depois de adulto foi eleito por Jeová para destruir ou estabelecer reinos(Jr. 1:9-10)Davi quer dizer “amado”, e foi o amado de Jeová. E assim por diante …

Pelo nome que tinha, Elimeleque honrava a deus como supremo rei, e sua esposa Noemi era uma esposa virtuosa, amável e extremamente simpática. Não há na Bíblia nenhuma referência que denuncie alguma falha de caráter nesse casal. Pois bem. Esta família era de Belém de Judá, e havendo uma grande fome, saíram a peregrinar nos campos de Moabe, eles e seus dois filhos, Malom e Quiliom. E morreu Elimeleque, e morreram também Malom e Quiliom. E Noemi ficou só, apenas com suas noras, viuvas de seus filhos. E Noemi, peregrinando, voltou a Belém. Todos os que a encontravam, diziam:“Não é esta Noemi? Porém ela lhes dizia: Não me chameis Noemi; chamai-me Mara, porque grande amargura me tem dado o Todo poderoso. Cheia parti, porém vazia Jeová me fez tornar; por que, pois, me chamareis Noemi? Pois Jeová testifica contra mim, e o Todo poderoso me tem afligido tanto” (Rt. 1:1-5, 19-21). A casa de Noemi e Elimeleque foi assolada e destruída pelo Todo poderoso, pois no Velho Testamento, a morte do primogênito cortava a linhagem, e a casa era destruída e apagada (Dt. 25:5-6).

El Shaday (deus todo poderoso), é outro nome, através do qual Jeová se apresentou à Abraão, Isaque e Jacó. Ele declarou: “Eu aparecia a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como o deus Todo poderoso; mas pelo meu nome, Jeová, não lhes fui perfeitamente conhecido” (Ex. 6:3). O Todo poderoso não reflete exatamente o que Jeová é, mas um cognome que revela uma das facetas dele. Para Jó, o Todo poderoso foi Satanás. Jacó viu naquele deus dois deuses; um que abençoa com as bênçãos do céu em cima, e outro que abençoa com as bênçãos do abismo, que está em baixo (Gn. 49:25). Paulo revela que o abismo é o lugar dos mortos (Rm. 10:7). Se o abismo está em baixo e o inferno também, as bênçãos do abismo são as bênçãos do inferno (Pv. 15:24). Se as bênçãos de Jeová incluem as bênçãos do inferno, louco é quem nele crê!

Vejamos o que diz Jó, que foi abundantemente abençoado com as bênçãos do inferno:

1 – “Ah, quem me dera um que me ouvisse! Eis que o meu intento é que o Todo poderoso me responda e que o meu adversário escreva um livro” (Jó 31:35). Para Jó, o Todo poderoso era seu adversário. Em nenhum momento Jó atribui seus males e tormentos a Satanás. Ele estava seguro que vinha do Todo poderoso ou Jeová.

2 – “Desvia a tua mão para longe de mim e não me espante o teu terror. Chama, pois, e eu te responderei; ou, eu falarei, e tu responde-me. Quantas culpas e pecados tenho eu? Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado? Por que escondes o teu rosto e me tens por inimigo? (Jó 13:21-24). Notamos que o Todo poderoso infundia em Jó uma expectativa de medo e terror, apesar de ser justo e reto, e não ter lembrança de ter cometido algum pecado. Jó acusa o Todo poderoso de o considerar inimigo talvez porque o Todo poderoso não tinha nenhum prazer em que Jó fosse justo, e não tivesse lucro algum em que Jó andasse no caminho da perfeição (Jó 22:3). E disse mais Jó: “Limpo estou, sem transgressão; puro sou; e não tenho culpa. Eis que ele acha contra mim ocasião e me considerou como seu inimigo (Jó 33:9-10).

3 – Jó afirma que o Todo poderoso o abandonou sem motivo: “Ah! Quem me dera ser como eu fui nos meses passados, como nos dias em que Jeová me guardava! Quando fazia resplandecer a sua candeia sobre a minha cabeça, e eu, com sua luz, caminhava pelas trevas; como era nos dias da minha mocidade, quando o segredo de Jeová estava sobre a minha tenda; quando o Todo poderoso ainda estava comigo, e os meus meninos, em redor de mim” (Jó 29:2-5). Se a luz do Todo poderoso só serve para andar pelas trevas, Jó nunca conheceu a luz de Jesus (Jo. 8:12). E se Jó disse“Quando o Todo poderoso ainda estava comigo”, é porque não estava mais (Jó 29:5). Jesus não agiu dessa forma, pois disse: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt. 28:20).

4 – Jó se lamentou dizendo: “Darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma. Direi a deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo. Parece-te bem que me oprimas?” (Jó 10:1-3). E no verso sete, fala: “Bem sabes tu que eu não sou ímpio; todavia, ninguém há que me livre da tua mão”. Jeová, o Todo poderoso El Shaday, oprimindo um homem justo e inocente? É o que vemos em II Sm. 24:1, quando Jeová incitou Davi. Incitar é instigar, mover, impelir. Incitar é mais que tentar, pois quem move ou impele outrem, passa por cima de sua vontade. No livro deI Cr. 21:1, lemos que foi Satanás quem incitou Davi.

5 – Isaías diz que o Todo poderoso assola. “Uivai porque o dia de Jeová está perto; vem do Todo poderoso como assolação” (Is. 13:6). Jeová deu ordem à Nabucodonosor para assolar as cidades de Judá (Jr. 34:22; Lm. 3:47).

Mas, voltando a Jó é à sua queixa: “Porque as flechas do Todo poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno, o bebe o meu espírito, os terrores de Jeová se armam contra mim” (Jó 6:4). Que perdoem os adoradores de Jeová, o Todo poderoso, mas Deus, o Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, está cheio de amor infinito, e de verdade inquestionável.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(335) – O REINO DE JEOVÁ

O REINO DE JEOVÁ

            Jeová arrancou com mão forte o povo de Israel do Egito. Levou o povo pelo deserto depois da travessia do mar vermelho, até o monte Sinai. “Lá de cima do monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual os que  ouviram pediram que se lhes não falasse mais; porque não podiam suportar o que se lhes mandava: Se até um animal tocar o monte, será apedrejado. E tão terrível era a visão que, Moisés disse: Estou todo assombrado, e tremendo” (Hb. 12:18-21).

Nesse cenário tétrico e de terror, Jeová fez o concerto da lei com seu povo, e funda um reino, no qual ele seria o rei: “E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo” (Ex. 19:6).

A pergunta que fazemos é a seguinte: O reino de Jeová era constituído de vivos ou mortos? Convém explicar que nas Escrituras Sagradas existem dois conceitos de mortos. O primeiro, são os que morrem fisicamente. O segundo são os que pecam, e vivendo fisicamente, para Deus estão mortos. Paulo disse: “Estando nós ainda mortos em nosso pecados, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef. 2:5). E Jesus Cristo fala dos dois tipos de mortos, quando um discípulo lhe disse: “Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar o meu pai. Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa aos mortos sepultar os seus mortos” (Mt. 8:21-22). Quando falamos do reino de Jeová, nos referimos a estes mortos pelo pecado. A pergunta que fizemos é: O reino de Jeová era formado por vivos ou por mortos, isto é, de pecadores ou de não pecadores? Se é de pecadores, então é um reino formado só de mortos.

Mas alguém vai logo responder: O reino de Jeová é formado por vivos, e não por mortos, pois Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos (Mt. 22:32). Mas Paulo diz: “Se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só – Jesus Cristo” (Rm. 5:17). Ora, a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus (Jo. 1:17). Se só reinam em vida os que recebem a abundância da graça, e esta só chegou com Jesus, e não com Moisés, o reino de Jeová era formado só por mortos. Paulo diz também:“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm. 5:12). Jesus disse:“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo. 5:24).Ora, Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras (I Co. 15:3). Como Cristo morreu pelos nosso pecados, ficamos sem pecado, passamos da morte para a vida, e reinamos em vida com Jesus. Os do Velho Testamento estavam debaixo da lei, e sem o sacrifício de Cristo, logo estavam todos mortos nos pecados. Esse era o reino de Jeová! A vida só entrou através de Jesus Cristo, que disse: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo. 11:25). 

O ministério de Jeová era ministério da morte e da condenação, segundo o evangelho de Paulo (II Co. 3:6-9). Logo, o reino de Jeová era só de mortos“Em Jesus Cristo estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo.1:4). Ora, o povo de Israel andava em trevas. O salmista disse à respeito do povo de Israel: “Tal como a que se assenta nas trevas e sombra da morte, presa em aflição e em ferro. Por isso que se rebelaram contra a palavra de Jeová, e desprezaram o conselho do Altíssimo” (Sl. 107:10-11). As trevas se ligam à morte, logo o reino de Jeová se ligava aos mortos.

O profeta Isaías diz“Porque com fogo e com sua espada entrará Jeová em juízo com toda a carne; e os mortos de Jeová serão multiplicados” (Is. 66:16). Fala agora o profeta Jeremias“E serão os mortos de Jeová, naquele dia, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade da terra; não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; mas serão como estrume sobre a face da terra” (Jr. 25:33). Jeová é o deus dos mortos. No Novo Testamento lemos que Cristo participou da nossa carne e do nosso sangue, para que, pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo, e livrasse os cativos (Hb. 2:14-15). Se Jeová é o deus dos mortos, e o diabo tem o império da morte, os dois são sócios.

Quando Jeová condenou Adão à morte, disse: “Tu és pó, e em pó te tornarás” (Gn. 3:17-19). E pó, na linguagem bíblica, é morte. O salmista Davi, disse: “A minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar, e me puseste no pó da morte” (Sl. 22:15). E Jeová, narrando a criação do novo céu e da nova terra, declara que pó será a comida da serpente, igual a Gn. 3:14Se na nova terra e na nova Jerusalém vai haver morte, e o pó será a comida da serpente, Jeová é o deus dos mortos, e o seu reino é formado de mortos (Is. 65:17-25).

Jeová, para castigar o voluptuoso e lascivo Salomão, dividiu o reino em dois. Dez tribos ficariam com Jeroboão, filho de Nebate, e uma tribo, a tribo de Judá ficaria com Roboão, filho de Salomão (I Rs. 11:11, 35-36). Os judeus do tempo de Jesus formavam o remanescente do reino de Judá. E um judeu, que se tornou discípulo de Jesus, lhe disse: “Eu te seguirei, mas permita-me que primeiro vá sepultar o meu pai. Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus mortos” (Mt. 8:21-22). Para Jesus, portanto, o reino de Jeová era formado por mortos. Mortos na carne, e mortos em delitos e pecados.

A lei de Jeová não é pecado, mas faz conhecer o pecado e alimenta a concupiscência (Rm. 7:7). O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei (I Co. 15:56). Paulo declara, que, todos os que ainda estão na carne, as paixões do pecado, que são inflamados pelas proibições da lei, operam nos membros da carne para darem fruto para a morte (Rm. 7:5). Todos os que estão debaixo da lei sucumbem pelas paixões. Como o reino de Jeová era regido pela lei, Jeová é o deus dos mortos e reinava sobre os mortos; mesmo porque se declara o deus de toda a carne (Jr. 32:27).

Lemos na carta aos Hebreus: “Porque é impossível que a sangue dos touros e dos bodes tire os pecados” (Hb. 10:4). Jesus tira os pecados: “E bem sabeis que Jesus se manifestou para tirar os nossos pecados” (I Jo. 3:5). Como os sacrifícios da lei não tiravam os pecados, eram uma enganação e não aperfeiçoava ninguém (Hb. 10:1). E na mesma carta aos Hebreus, lemos: “A lei nenhuma coisa aperfeiçoou, e desta maneira é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus” (Hb. 7:19). Vemos aqui, que pelos sacrifícios da lei ninguém chega a Deus, mas chega a Jeová, que se agrada de sacrifícios (Lv. 1:9-17). Como os sacrifícios da lei não tiravam os pecados, todo o povo de Israel, estava debaixo do pecado, e o pecado mata (Ez. 18:4). Vemos assim que o reino de Jeová era reino de defuntos.

Mas Jesus arranca os mortos da mão de Jeová, e lhes dá vida eterna. Jesus declarou: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo. 5:24).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(334) – O TORMENTO DE JÓ

O   TORMENTO   DE   JÓ

            Jeová, o deus conhecido no tempo de Jó, dá testemunho da retidão deste varão. Num certo dia, em que os filhos de deus vieram apresentar-se perante o mesmo Jeová, Satanás estava entre eles (Jó 1:6). Se Satanás veio entre os filhos de deus, é claro que tinha algum cargo na reino de Jeová. Essa verdade é comprovada no fato de Jeová ter autorizado satã a atormentar Jó. Satanás era ministro de confiança absoluta de Jeová para ser incumbido de tarefa tão importante. Esse fiel servidor de Jeová recebeu ordem para não tocar em Jó, somente no que possuía. Satã, com autorização de, pelas mãos dos sabeus feriu a fio de espada seus dez filhos; um outro mensageiro declarou que desceu fogo de Deus consumindo tudo; o terceiro mensageiro contou a Jó que os caldeus cometeram o hediondo crime; um quarto mensageiro chegou com a notícia: um vento deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os filhos matando-os (Jó 1:12-19). Jó, humilde e fiel, disse: “Nu sai do ventre da minha mãe, e nu tornarei para lá; Jeová deu, e Jeová tirou; bendito seja o nome de Jeová” (Jó 1:21).

Vindo um outro dia em que os filhos de deus vieram apresentar-se diante de Jeová, lá estava de novo Satanás entre eles (Jó 2:1). Jeová, pela segunda vez, diz a satã: Donde vens? De rodear a terra e passar por ela (Jó  2:2)E pela segunda vez Jeová lhe diz: “Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero e reto, temente a deus, e desviando-se do mal?” Satã novamente tenta a Jeová, dizendo“Estende, porém, a tua mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema de ti na tua face!” (Jó 2:3-5). “Satã então feriu a Jó duma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto da cabeça” (Jó 2:7-8). Incitado pela mulher a amaldiçoar aquele deus e depois morrer, Jó respondeu: Receberemos o bem de deus, e não receberíamos também o mal? E Jó não pecou com os seus lábios (Jó 2:9-10).

Daí para frente, Jó inicia uma série de acusações contra Jeová:

1- “Entrega-me Jeová ao perverso, e nas mãos dos ímpios me faz cair. Descansado estava eu, porém ele me quebrantou; e pegou-me pelo pescoço, e me despedaçou; também me pôs por seu alvo. Cercaram-me os seus frecheiros; atravessa-me os rins, e não me poupa, e o meu fel derrama por terra. Quebranta-me com quebranto sobre quebranto; arremete contra mim como um valente” (Jó 16:11-14). Jeová entregou Jó na mão de Satanás, e Jó afirma que o mal que o assola vem de deus?

2- “Sabei agora que Jeová é que me transtornou, e com a sua rede me cercou. Eis que clamo: VIOLÊNCIA! Mas não sou ouvido; grito: SOCORRO! Mas não há justiça. O meu caminho ele entrincheirou, e não posso passar; e nas minhas veredas pôs trevas. Da minha honra me despojou, e tirou-me a coroa da minha cabeça. Quebrou-me de todos os lados, e eu me vou; e arrancou a minha esperança, como a uma árvore. E fez inflamar contra mim a sua ira, e me reputou para consigo como a um de seus inimigos. Juntas vieram as suas tropas, e prepararam contra mim o seu caminho, e se acamparam ao redor da minha tenda” (Jó 19:6-12). Estas palavras de Jó põem em cheque a fidelidade e a justiça de Jeová, pois quando Satanás sugeriu que Jó, tocado pelo mal, iria blasfemar, e Jeová atendeu. E quando Jó, o servo fiel e puro clamou por socorro a deus, não foi ouvido. Para Jeová as desconfianças injustas de satã tem mais peso do que a oração e o pedido de socorro do servo fiel. Jesus agiu diferente, dizendo: “Tudo o que pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado na Filho” (Jo. 14:13). E quando o diabo quis cirandar os apóstolos, sem que eles pedissem, Jesus intercedeu junto ao Pai para anular o plano nefasto daqueles dois sócios (Lc. 22:31-32).

3- “Jeová guarda a sua violência para os seus filhos, e lhes dá o pago, para que o conheça” (Jó 21:19). Jesus fala outra coisa com relação a Deus, seu Pai: “Qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vosso filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhos pedirem?” (Mt. 7:9-11).

4- “Compadecei-me de mim, amigos meus; compadecei-vos de mim, porque a mão de Jeová me tocou” (Jó 19:21). “Desvia tua mão para longe de mim, e não me espante o teu terror” (Jó 13:21). As mãos de Jesus só curavam (Mc. 5:23). As mãos de Jesus só abençoam (Mc. 10:16).

5- “Vive deus, que desviou a minha causa, e o Todo-poderoso (El Shaday), que amargurou a minha alma” (Jó 27:2). Jó não atribui a Satanás as suas amarguras, mas ao todo poderoso El Shaday, de onde vem as assolações. Isaías diz: “Uivai, porque o dia de Jeová está perto; vem do Todo-poderoso como assolação” (Is. 13:6). Jesus declarou a sua missão, dizendo: “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt. 11:28).

6- “Porque Jeová desatou a sua corda, e me oprimiu” (Jó 30:11). Pode Deus oprimir alguém? Essa função de oprimir é para Satanás, por isso o apóstolo Paulo disse: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com Espírito Santo e com virtudes; o qual andou fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At. 10:38). Jeová, em contrário, oprimia seu povo escolhido: “Pelo que Jeová rejeitou a toda a semente de Israel, e os oprimiu, e os deu nas mãos dos despojadores” (II Rs. 17:20; Am. 6:14; Is. 3:4-5; Dt. 28:29, 33).

7- Jó disse: “Sou justo, e Jeová tirou o meu direito. Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão” (Jó 34:5-6). Foi Jeová quem testificou que Jó era justo e sem transgressão (Jó 1:8). O próprio Jeová confessa-se o autor da desgraça de Jó. Ele disse a Satanás: “Observaste a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero e reto, temente a deus, e desviando-se do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa” (Jó 2:3).

8- Disse Jó a Jeová: “Quantas culpas e pecados tenho eu? Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado. Porque escondes o teu rosto, e me tens por inimigo?” (Jó 13:23-24, 33:9-10). Jó não sabia que estava nas mãos do maligno e perverso Satanás, e por isso atribuía a Jeová o seu flagelo, mas Jeová nunca revelou a Jó a trama que causava o seu tormento. É por isso que Jó declara que com a luz de Jeová caminhava em trevas (Jó 29:3). Os de Jesus Cristo não andam em trevas (Jo. 8:12; 12:46). E mais: Os de Jesus são a luz deste mundo (Mt. 5:14-16). Paulo diz que os cristãos são astros de luz (Fp. 2:15).

9- No final do livro de Jó, Jeová fala a Elifaz, e seus amigos“Minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos, pois não dissestes de mim o que era reto, como meu servo Jó (Jó 42:7). Mas aqueles três homens só defenderam Jeová. E Jó atribuiu todo seu mal a Jeová. Como fica? Jeová se sentiu louvado por Jó quando o acusou do mal que o oprimia, pois Jeová se deleita em fazer o mal. É o que lemos em Deuteronômio 28:63. E Jeová não permite que o mal seja atribuído a Satanás, pois ele, Jeová, é o criador do mal (Is. 45:7). E afirma com orgulho que todo e qualquer mal que possa suceder debaixo do céu, tem como causa o seu furor maléfico. Diz isso em Amós 3:6“Tocar-se-á a buzina na cidade, e o povo não estremecerá? Sucederá qualquer mal à cidade, e Jeová não o terá feito?”

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(333) – AS DUAS CASAS – IV

AS   DUAS   CASAS   4

            A primeira casa do deus de Jacó é o povo de Israel. Isaías, o profeta, diz: “E acontecerá, nos últimos dias, que se firmará o monte da Casa de Jeová no cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. E virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte de Jeová, à casa do deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra de Jeová. E ele exercerá o seu juízo sobre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças, em foices; não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear. Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz de Jeová” (Is. 2:2-5; Nm.12:7).

A segunda Templo de Salomão“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi a Jeová assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo” (Is. 6:1-4). Jeová fala da sua casa, dizendo: “Também os levarei ao meu santo monte e os festejarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos” (Is. 56:7; 37:1; 64:11).

A casa de Jeová é também a casa de Moisés: “E disse Jeová: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, Jeová, em visão a ele me farei conhecer ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa” (Nm. 12:6-7). “Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão, sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa” (Hb. 3:1-2). Os dois textos lidos provam que a casa de Moisés é a mesma casa de Jeová em relação ao povo de Israel.

A casa de Moisés e Jeová foi edificada sobre a lei: “E Moisés escreveu todas as palavras de Jeová, e levantando-se pela manhã de madrugada, edificou um altar ao pé do monte e doze monumentos, segundo as doze tribos de Israel; e enviou certos mancebos dos filhos de Israel, os quais ofereceram holocaustos e sacrificaram a Jeová sacrifícios pacíficos de bezerros. E Moisés tomou a metade do sangue e a pôs em bacias; e a outra metade do sangue espargiu sobre o altar. E tomou o livro do concerto e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que Jeová tem falado faremos e obedeceremos. Então, tomou Moisés aquele sangue, e o espargiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue do concerto que Jeová tem feito convosco sobre todas estas palavras” (Ex. 24:4-8).

A casa de Jesus Cristo foi edificada sobre a graça, isto é, benevolência, favor, mercê, perdão. Ninguém se obriga a fazer nada, apenas crê em Jesus Cristo; por isso Paulo disse: “A graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt. 2:11). E Paulo diz mais“Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm. 6:14). Com isto Paulo está dizendo que todos os que estão debaixo da lei são dominados pelo pecado, pois a força do pecado é a lei (I Co. 15:56). O pecado é o cupim que derrubou a casa de Jeová e de Moisés, pois está escrito: “Até a lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei” (Rm. 5:13). E Paulo, com brilhantismo, fala: “Veio, porém, a lei, para que a ofensa abundasse; ou melhor, para que o pecado abundasse” (Rm. 5:20). Cristo, então, declarou o que iria acontecer à casa de Jeová e Moisés“Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta” (Mt. 23:38).Nabucodonosor mandou seus exércitos, que queimaram a fogo a casa de Jeová, e também a cidade de Jerusalém (II Cr. 36:19). Então, segundo a promessa de Jeová, setenta anos depois, tudo seria restaurado (Jr. 29:10). O fato se cumpriu, pois Ciro, o persa, destruiu a Babilônia, e deu ordem para edificar o Templo, isto é, a casa de Jeová em 537 AC (II Cr. 36:22-23). Doze anos depois foi Neemias com um grupo para reedificar a cidade e os muros (Ne. 2:1-18). Mas o Templo foi destruído pela segunda vez no ano 170 AC pelas mãos de Antíoco, rei da Síria. No ano 40 AC, Herodes magno toma Jerusalém e ordena a reconstrução do Templo pela segunda vez, trabalho que durou 46 anos (Jo. 2:20). Pela terceira vez foi destruído o Templo, por Tito, general romano, no ano 70 DC. Os judeus foram escorraçados de Jerusalém e da palestina e ficaram sem pátria por 1948 anos, vagueando pelo mundo. Do Templo, a casa de Jeová, só restou o muro das lamentações. As duas casas de Jeová deixaram de existir. O reino e o Templo.

A única casa que ficou de pé foi a de Jesus Cristo, isto é, a Igreja. E há um detalhe. Moisés edificou a sua casa, que é também a casa de Jeová. Moisés não edificou a casa de Jesus Cristo. E Jesus não edificou a casa de Jeová e de Moisés, mas somente a sua própria casa. São duas edificações diferentes, e uma nada tem a ver com a outra. Isto está em Hb. 3:5-6.

E os judeus não crêem em Cristo, logo não têm casa para morar. E os evangélicos querem edificar a casa de Moisés, que não é a de Jesus Cristo. E ao tentar edificar a casa de Moisés, afastam ainda mais os judeus do Messias Salvador do mundo.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira