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(332) – A AFLIÇÃO

A    AFLIÇÃO

            Jesus disse: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo. 16:33). O Senhor está alertando que neste mundo ninguém passa sem sofrer aflições. Sofre aflição quem vê um filho enfermo, ou quando se perde o emprego e falta o pão. Quem deve e não consegue pagar passa muita aflição. Quando alguém é traído por um amigo ou irmão a quem muito ama, a aflição é insuportável. Há, entretanto, um tipo de aflição diferente. É a aflição que um cristão padece por amor a Jesus. Paulo disse a Timóteo, seu filho na fé, e companheiro de ministério“Sofre, pois, comigo, as aflições como bom soldado de Cristo” (II Tm. 2:3). Na carta aos Hebreus, lemos: “Outros experimentaram escárneos e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra” (Hb. 11:36-38). Paulo declara que o seu sofrimento foi tanto que chegou a desesperar da vida (II Co. 1:8).

Pois bem, no Velho Testamento quem era o autor das aflições dos fiéis? Muitos, logo vão pensar que é o maligno Satanás, o gênio do mal. Vejamos: Quem afligiu o povo de Israel? O povo de Israel andava em trevas totais (Is. 9:2). O salmista canta, dizendo: “Louvem a Jeová pela sua bondade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens, pois fartou a alma sedenta, e encheu de bens a alma faminta; tal como a que se assenta nas trevas e sombra da morte, presa em aflição e em ferro, porque se rebelaram contra as palavras de Deus” (Sl. 107:8-11). É estranho que Jeová bondoso ponha o seu povo em trevas, aflições, e sombra da morte, por causa do pecado. Enche de bens a alma faminta, e depois coloca em trevas e sombra da morte, presa em aflição e em ferro? De um mesmo manancial sai a benção e a maldição? (Tg. 3:10-11). A coisa fica mais clara quando Jeová promete tirar seu povo do jugo e da aflição do Egito, para levá-los a uma terra boa e larga que mana leite e mel (Ex. 3:7-8)O povo, que passou cento e vinte anos escravo, obrigado a praticar idolatria e prostituição, não corresponde, e morre no deserto como castigo, debaixo da vara, da sede, e da fome. No tempo do profeta Isaías, Jeová falou dizendo“Seus príncipes se assombrarão da bandeira, diz Jeová, cujo fogo está em Sião e cuja fornalha em Jerusalém” (Is. 31:9). E Jeová continua: “Eis que te purifiquei, mas não como a prata; provei-te na fornalha da aflição” (Is. 48:10). Uma coisa é certa: O autor das aflições de Israel sempre foi Jeová.

Davi tinha um coração conforme o de Jeová (At. 13:22). E por isso mesmo era querido de Jeová(Sl. 4:3). Então Jeová o escolheu para ser o messias, e com juramento (Sl. 89:3). Pois bem. Davi era um homem aflito. Era tanto a aflição, que em oração Davi clamava, dizendo“A minha alma está perturbada” (Sl. 6:3). “Já estou cansado do meu gemido; toda a noite faço nadar a minha cama, molho o meu leito com as minhas lágrimas” (Sl. 6:6). “O meu espírito se angustia em mim, e o meu coração em mim está desolado” (Sl. 143:4). E Davi orava sem cessar, dizendo: “Lembra-te Jeová, de Davi, e de todas as suas aflições” (Sl. 132:1). Jeová disse a Jeroboão, filho de Nebate“Eu afligirei a semente de Davi, todavia não para sempre” (I Rs. 11:39). Após o adultério de Davi, e do homicídio, Jeová disse a Davi: “Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste, e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher” (II Sm. 12:10). “A Urias, o heteu, feristes à espada” (II Sm. 12:9). E Jeová pronuncia a cruel sentença que iria afligir o coração de Davi: “Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei ao teu próximo, o qual se deitará com elas perante este sol” (II Sm. 12:11). Já imaginaram a aflição de Davi vendo o seu primogênito Amnom violentando a irmã Tamar, moça delicada e pura? E depois, Absalão, irmão de Tamar assassina seu irmão Amnom. Mais tarde Absalão promove uma rebelião, e com um exército de revoltosos marcha contra o palácio de seu pai Davi, que foge para não matar o filho; foge deixando dez mulheres em casa. Absalão arma uma tenda no terraço da casa real, e se deita com as dez mulheres de Davi à luz do dia, e diante do povo estupefato. Já imaginaram a aflição de Davi? De onde veio toda esta aflição? De Jeová (II Sm. 12:11-12). Por fim, Joabe, capitão do exército de Davi, mata Absalão.

Jeová deu testemunho de Jó, como varão sincero e reto, temente a deus e desviando-se do mal(Jó 1:6-8). Pois Jeová, tentado por Satanás, entregou Jó para padecer em suas mãos diabólicas, que mataram seus sete filhos e três filhas, e ainda destruíram tudo o que Jó tinha, plantações, rebanhos e edificações. Jó então diz: “Sobrevieram-me pavores; como vento perseguem a minha honra, e como nuvem passou a minha felicidade. E agora derrama-se em mim a minha alma; os dias da aflição se apoderaram de mim” (Jó 30:15-16). E Jó mesmo declara: “Compadecei-vos de mim amigos meus; compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou” (Jó 19:21). Quem afligia os povos que nem o conheciam? O próprio Jeová, pois o salmista disse: “Como expeliste as nações com a tua mão e os plantastes a eles; como afligiste os povos, e a eles os alargaste” (Sl. 44:2).

No Novo Testamento o nome de Jeová desaparece, e entra em cena Satanás como aquele que causa aflições aos cristãos. Cristo avisou os discípulos que no mundo sofreriam aflições (Jo. 16:33). E o apóstolo Pedro revela que essas aflições são causadas por Satanás. Leiamos o texto: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar. Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre vossos irmãos no mundo” (I Pd. 5:8-9).

Incrível, uma função que pertencia a Jeová no Velho Testamento, agora, no Novo Testamento é função de Satanás, e Jeová passa a ser o Pai das misericórdias, e o Deus de toda a consolação (II Co. 1:3)? Se é o mesmo Deus, então ele muda como camaleão; mas, não são a mesma pessoa! E o Espírito Santo, que o Pai enviou por Jesus Cristo é o consolador nas aflições e tribulações (Jo. 14:26). “E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Deus e Pai, que nos amou, e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança” (II Ts. 2:16).

É fácil entender que Satanás nos faça passar aflições, e também, se Jeová faz passar por aflições, são iguais entre si, pois duas coisas iguais a uma terceira, são iguais entre si. E o Deus Pai que é amor,(I Jo. 4:8), o Deus filho, que é amor (Jo. 15:13), e o Espírito Santo que é amor, os três, que são um em amor, consolam os que passam por aflições, e jamais são causa de alguma aflição (Rm. 5:5).

“O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm. 14:17). “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz” (I Co. 14:33). “E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine os vossos corações” (Cl. 3:15). “Ora o mesmo Senhor da paz vos dê sempre paz de toda a maneira” (II Ts. 3:16).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

 

(331) – AS DUAS CASAS – III

AS   DUAS   CASAS   3

            A pergunta é: Deus, o Pai, tem duas casas? Segundo Jesus Cristo, a casa de Deus é no céu, pois disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (Jo. 14:2-3). O apóstolo Paulo confirmou essa verdade, quando revelou que existem duas Jerusaléns. Leiamos o texto: “Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre. Todavia o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa. O que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos; um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Hagar. Ora esta Hagar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós” (Gl. 4:21-26). Analisemos o texto acima:

1- Abraão teve duas mulheres. Sara, a livre, e Hagar, a escrava, trazida do Egito. E teve dois filhos, um nascido da escrava, e outro da livre (Gl. 4:22).

2- O que era da escrava nasceu segundo a carne, isto é, da cópula carnal, mas o que era da livre, por promessa. “Pela fé também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber, e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido” (Hb. 11:11; Gl. 4:23). Foram portanto dois nascimentos diferentes. Um de semente corruptível, e outro de semente incorruptível (I Pd. 1:23).

3- Sara e Hagar são figuras de dois concertos. O da lei, dado no monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Hagar. Outro, o da graça, dado no Gólgota, onde Jesus foi crucificado em nosso lugar, fazendo-se maldição por nós (Gl. 3:13). Os da graça estão livres de guardar a lei (Rm. 7:6). O próprio Jeová declara que exerce, pela lei, um jugo de servidão sobre o seu povo: “Vendo, pois, Jeová, que se humilhavam, veio a palavra de Jeová a Semaías, dizendo: Humilharam-se, não os destruirei; antes em breve lhes darei lugar de escaparem, para que o meu furor não se derrame sobre Jerusalém por mão de Sisaque. Porém serão seus servos, para que conheçam a diferença da minha servidão e da servidão dos reinos da terra” (II Cr. 12:7-8). Hagar, a egípcia, é figura do concerto do Sinai, que gera filhos para a servidão (Gl. 4:24). O povo de Israel foi gerado escravo na terra do Egito por cem anos. Moisés os libertou do Egito pelas pragas de Jeová, levou-os ao monte Sinai, onde Jeová ordenou o concerto da lei, que é Hagar.

4- Ora, esta Hagar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde a Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. A Jerusalém que agora existe foi fundada pelos jebuseus e não por Deus (II Sm. 5:6-7). Davi venceu os jebuseus em uma guerra, tomou a cidade, e fez dela a capital de Israel (Gl. 4:25).

5- Sara corresponde a Jerusalém celestial, cujo artífice e construtor é Deus, e onde vão habitar eternamente os ressuscitados com Jesus Cristo (Gl. 4:26; Cl. 3:1-3; I Ts. 4:16-17). A Jerusalém celestial é também a Igreja santa e imaculada: “Mas chegastes ao monte de Sião, e a cidade do Deus vivo, `a Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos; à universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos no céu, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; e a Jesus, o Mediador de uma Nova Aliança” (Hb. 12:22-24). No céu não entram escravos, mas somente os livres, que foram libertados por Jesus (Jo. 8:36). “E libertados do pecado fostes feitos servos da justiça” (Rm. 6:18). “Qualquer que comete pecado, também comete iniquidade; porque o pecado é iniquidade. E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado. Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu” (I Jo. 3:4-6).

6- Isaque, filho de Sara, é figura dos cristãos nascidos do Espírito Santo (Jo. 3:3-6)“Mas nós, irmãos, somos filhos da promessa como Isaque” (Gl. 4:28). E Jesus declarou a Nicodemos: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo. 3:3).Nicodemos falou: Como pode ser isso? Jesus então disse“Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus (Jo. 3:4-5). E Jesus rematou dizendo: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo. 3:6). Os nascidos da carne, isto é, filhos de Hagar, estão fora do reino de Deus. Isaque, o filho de Sara, é figura dos cristãos. Paulo escreveu: “Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos que são de Israel são israelitas; nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência. Isto é: não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência” (Rm. 9:6-8).

7- Os gerados pela carne perseguem os gerados pelo Espírito (Gl. 4:29). À partir de 1950, as igrejas evangélicas tradicionais promoveram guerra aberta contra os pentecostais, e grande perseguição, como sacerdotes do templo fizeram nos dias de Paulo (At. 22:3-5; 26:8-11). Os nascidos do Espírito jamais perseguem os culpados e, muito menos os irmãos.

8- Os filhos da escrava não herdam com os filhos da livre (Gl. 4:30). Ora, a herança dos gerados pela carne é a terra de Canaã e a Jerusalém da terra, que é Hagar, e esta é a casa de Jeová (Nm. 12:7), que é a Jerusalém da terra, e onde Jeová declara que vai habitar eternamente: “E alguns dos chefes dos pais, vindo à casa de Jeová, que habita em Jerusalém, deram ofertas” (Ed. 2:68). “Bendito seja Jeová desde Sião, que habita em Jerusalém, louvai a Jeová (Aleluia)” (Sl. 135:21). E vai habitar nela eternamente: “Porque saltais, ó montes elevados? Este é o monte que Jeová desejou para a sua habitação, e Jeová habitará nele eternamente” (Sl. 68:16). “Porque Jeová elegeu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo: Este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei” (Sl. 132:13-14). Ora, se Jeová vai habitar na Jerusalém da terra eternamente, e esta Jerusalém é o concerto do Sinai, que também é Hagar, cujos filhos são gerados na carne, sendo escravos, fica claro que a Jerusalém do céu, que é Sara, mãe dos nascidos do Espírito Santo, e que está nos céus, nada tem a ver uma com a outra. São duas casas totalmente diferentes. São duas heranças diferentes, e Paulo falou de maneira clara: OS FILHOS DA ESCRAVA NÃO HERDARÃO COM OS FILHOS DA LIVRE (Gl. 4:30). Se alguns nascidos da carne quiserem entrar na Jerusalém celestial serão lançados fora dela, pois a herança dos filhos de Jeová é neste mundo. Jeová diz: “O que confia em mim herdará a terra.” (Is.57:13). “Aqueles que esperam em Jeová herdarão a terra” (Sl. 37:9). “Os justos herdarão a terra e habitarão nela para sempre” (Sl. 37:29). Esta é a casa de Jeová, e sua promessa.

Em relação à casa que Jesus edificou, Pedro diz: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós” (I Pd. 1:3-4).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(330) – A GLÓRIA DE CRISTO

A   GLÓRIA   DE   CRISTO

            Antes de Jesus Cristo, a glória de alguém se via na humilhação dos vencidos; via-se nos saques e despojos; via-se nos reis, rainhas e princesas submetidos como escravos, após a conquista dos reinos. A glória consistia em ser aclamado e festejado pelo povo. De Davi, as mulheres cantavam: “Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares”

(I Sm. 18:7).

Os que Jeová amava, enriquecia e glorificava: “A bênção de Jeová é que enriquece, e não acrescenta dores” (Pv. 10:22). O rei Davi cantou, dizendo“Tua é, ó Jeová, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade, porque teu é tudo o que existe no céu e na terra; teu é, Jeová, o reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe. Riquezas e glória veem de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo” (I Cr. 29:11-12). Foi Jeová que engrandeceu a Davi. Ele mesmo declarou pela boca de Natã, o profeta: “Assim diz o Senhor deus de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel, e eu te livrei das mãos de Saul, e te dei a casa de teu senhor, e as mulheres de teu senhor em teu seio, e também te dei a casa de Israel e de Judá, e, se isto é pouco, mais te acrescentaria tais e tais coisas.” (II Sm. 12:7 e 8). Elifaz, acusando o santo Jó, disse: “Se te converteres ao Todo-poderoso, serás edificado; afasta a iniquidade da tua tenda. Então amontoarás ouro como pó, e o ouro de Ofir como pedras dos ribeiros. E até o Todo-poderoso te será por ouro, e por prata amontoada. Porque então te deleitarás no Todo poderoso, e levantarás o teu rosto para deus. Tu orarás a ele, e ele te ouvirá” (Jó 22:23-27).

Jesus desceu a este mundo enviado pelo Pai, e estabeleceu um novo conceito de riqueza e de glória. Em relação a este mundo, Jesus disse“O mundo não vos pode aborrecer, mas ele me aborrece a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más” (Jo. 7:7). E disse mais“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo. 8:12).Jesus está declarando que este mundo é tenebroso e sem luz alguma. Para sair das trevas o homem precisa segui-lo. O apóstolo João declara que Deus, o Pai, enviou seu Filho, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele (Jo. 3:17). E continua, dizendo: “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado” (Jo. 3:18). João declara também que este mundo está no maligno (I Jo. 5:19). Isto quer dizer que, se este mundo está sob o poder do maligno Satanás, a glória deste mundo é conferida por ele, e as riquezas vem dele. Vejamos então qual é o outro conceito de glória e riqueza, estabelecidos por Jesus:

1- Neste mundo tenebroso, onde noventa por cento é constituído de pobres, ter um ou mais palácios, e ter mordomos e servos, é ter glória. Pois Jesus não adotou esse sistema no mundo. Preferiu nascer numa estrebaria em meio aos animais. Esse método usado por Jesus impactou de tal maneira a humanidade, que a glória da manjedoura e da humildade cada vez brilha mais (Lc. 2:1-7).

2- Jesus cresceu e se tornou adulto, e não mudou, pois ele é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente(Hb. 13:8). Quando um escriba, impressionado, disse: “Mestre, onde quer que fores, eu te seguirei. Jesus lhe disse: As raposas tem covis, e as aves do céu teem ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt. 8:19-20). A glória de Jesus era não ter um travesseiro, pois se o tivesse certamente iria repousar por causa da fome e do cansaço, e enquanto dormisse satã iria devorar algumas almas. A seara é grande, e poucos os ceifeiros, pois os homens buscam outro tipo de glória(Mt. 9:37).

3- Tiago e João estavam de olho na glória deste mundo, e fizeram um pedido a Jesus, dizendo:“Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda. Jesus lhes respondeu: Não sabeis o que pedis” (Mc. 10:37-38). E lhes ensinou, dizendo: “Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes delas se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas; mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal. E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro será o servo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc. 10:42-45). A glória de Jesus era servir, e não ser servido, e essa glória é a única que Deus, o Pai, vê.

4- Os príncipes deste mundo, os exércitos, os grandes empresários, todos usam roupa de gala e colarinho branco. Jesus, procurou de tal maneira se identificar com os desvalidos da sorte, que Isaias diz: “Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens” (Is. 52:14). Isso fez Jesus, e essa foi a sua glória, a glória de entrar na intimidade desses farrapos humanos e salvá-los. Certa vez, ao chegar a uma aldeia de samaritanos, não deixaram que entrasse na aldeia por causa da sua aparência de andarilho. Jesus valorizava o que está dentro das pessoas, não importando a condição social, ao passo que os homens valorizam muito a aparência exterior. A aparência bonita esconde víboras peçonhentas (Mt. 23:2, 33).

5- O conceito de riqueza de Jesus, difere do nosso. Para Jesus a riqueza é a caridade. Um jovem, rico em ouro e bens, aproximou-se de Jesus, e lhe perguntou: “Bom mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna? Jesus lhe disse: Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás,” etc. O moço falou“Tudo isto tenho guardado desde a mocidade; que me falta ainda?” Jesus, lhe mostrou que a lei não opera a caridade, dizendo: “Falta-te uma coisa” (Lc. 18:22). E disse-lhe: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro nos céus” (Mt. 19:16-21).

Amar os pobres e repartir com eles os bens é grande riqueza. Mas amar o próximo mais do que a mim, a ponto de dar a vida por ele, é muito maior riqueza (I Jo. 3:16). Amar o próximo como a mim mesmo, é repartir os bens, e isso é caridade. Amar o próximo mais que a mim, e morrer em lugar do culpado, não pode ser definido com palavras, mas revela no cristão a glória de Cristo (I Jo. 3:16-17).

Paulo disse: “Já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis” (II Co. 8:9). A riqueza de Cristo são as suas virtudes: Amor, misericórdia, humildade, mansidão, obediência, justiça, espírito de renúncia, etc. A pobreza de Jesus foi deixar a glória, o poder, a força, a imortalidade, isto é, Jesus se fez fraco (II Co. 13:4). E se tornou assim pobre, para que nós, pobres e miseráveis, pudéssemos enriquecer, isto é, chegar a estatura espiritual de Jesus.

Os homens dão muito valor à sua ciência e cultura, e também seus bens. João, entretanto, escreveu no Apocalipse: “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego e nu; aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e vestidos brancos, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas” (Ap. 3:17-18).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(329) – AS DUAS CASAS – II

AS   DUAS   CASAS   2

            Na carta aos Hebreus lemos: “Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão, sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa. Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou. Porque toda a casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus. E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; mas Cristo, como Filho sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim” (Hb. 3:1-6). O que este texto nos diz?

1- Que há duas vocações: a celestial e a terrena (Hb. 3:1-2). Moisés foi o mediador da vocação terrena, cuja herança eterna é a terra de Canaã (Gn. 17:8). E Jesus foi o mediador da vocação celestial, cuja herança é nos céus. Paulo declarou: “O Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial” (II Tm. 4:18).

2- Não foi Jesus que edificou a casa de Moisés, que é também a casa de Jeová; pois está escrito“Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós houver profeta, eu, Jeová, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com meu servo Moisés que é fiel em toda a minha casa” (Nm. 12:6-7).

O texto de Hebreus deixa claro que Moisés edificou a casa de Jeová como servo, e Jesus edificou a sua casa, que é a Igreja, cujos membros vão herdar um reino nos céus. Pedro se refere à vocação celestial com as seguintes palavras: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós” (I Pd. 1:3-4).

São, portanto, duas casas diferentes, edificadas por líderes diferentes, e com projetos diferentes. O Velho Testamento narra como Moisés, em obediência a Jeová, edificou a sua casa. O Novo Testamento narra como Jesus, em obediência ao Pai, edificou a sua própria casa. Por que dizemos que foi em obediência ao Pai? Porque o Pai não se agradou do projeto de Jeová: “Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram, (os quais se oferecem segundo a lei” (Hb. 10:8).

         “Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez” (Hb. 10:9-10). Ora, se a casa de Jeová não foi Jesus que edificou, mas sim Moisés, a casa que Jesus edificou é também do Pai e não de Jeová ou Moisés. E Jesus disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (Jo. 14:2-3).

3- A diferença entre as duas casas reside no método de edificar. A casa de Moisés, que é a de Jeová, foi edificada com as proibições da lei, com repreensão e violência, com as maldições da lei, com pragas e pestes para impor a lei, e com vinganças cruéis pela quebra do concerto da lei. Enfermidades malignas e sem cura (Dt. 28:27); cativeiros e escravidão, humilhação e desonra (Dt. 28:36-37; Lm. 5:3-15). E tudo isso feito com muito prazer e deleite pelo deus Jeová: “E será que, assim como Jeová se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim Jeová se deleitará em destruir-vos e consumir-vos, e desarraigados sereis da terra a qual tu passas a possuir” (Dt. 28:63). E tudo isso antes da morte.

A casa de Jesus Cristo é edificada com amor, perdão, consolação, com a graça da salvação e com a ajuda do Espírito Santo, que guia o cristão (Rm. 8:14), que intercede pelo cristão e ajuda nas fraquezas (Rm. 8:26), que abre os olhos do entendimento (Ef. 1:17-18), que ensina todas as coisas(Jo. 14:26), que revela os mistérios do reino de Deus (I Co. 2:9-10), que na hora oportuna põe as palavras certas na nossa boca (Mt. 10:18-20), que nos dá poder para operar curas e fazer maravilhas(I Co. 12:7-11). Na casa de Moisés a benção é apenas uma promessa, e as maldições são uma cruel realidade. Na casa de Jesus, a maldição foi tirada na cruz (Gl. 3:13), e as bênçãos são realidade incontestável.

4- Na casa de Moisés, satanás tinha permissão para tocar nos inocentes e nos santos, mas na casa de Jesus estão protegidos, e os escolhidos, isto é, os que crêem, recebem poder para vencê-lo e pisar sua cabeça“Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg. 4:7). O apóstolo João nos diz: “Pais, escrevo-vos, porque conhecestes aquele que é desde o princípio. Mancebos, escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevi, filhos, porque conhecestes o Pai. Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, mancebos, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno”

(I Jo. 2:13-14).

Que diferença, no Novo Testamento, mesmo não sendo santo (pois as igrejas cristãs, todas, pregam que todos pecam, mesmo os nascidos de novo), os cristãos tem podes sobre satanás. E no Velho Testamento, um homem santo como Jó, do qual Jeová falou a satã, dizendo: “Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero e reto, temente a deus, e desviando-se do mal?” (Jó 1:8). Pois este homem de tão grande envergadura espiritual, não tinha o poder espiritual para vencer o diabo, e o próprio Jeová liberou satã para cirandá-lo. Se Jó vivesse no Novo Testamento, Jesus lhe teria dito: “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca, mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (I Jo. 5:18).

5- São duas casas com duas heranças diferentes. A casa de Israel e na terra, isto é, neste mundo. O profeta Ezequiel o declara da parte de Jeová, dizendo: “Assim diz Jeová: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações, para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra. E deles farei uma nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles; e nunca mais serão duas nações, nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos” (Ez. 37:21-22). “E habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre, e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente” (Ez. 37:25). E Jeová será o rei“E Jeová será rei sobre toda a terra” (Zc. 14:9). O plano de Jeová nunca incluiu um reino fora da terra. Paulo recebeu essa revelação de Jesus: “Porque sabemos que se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (II Co. 5:1). E Jesus lhe revelou mais ainda, pois ele disse: “O Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial” (II Tm. 4:18). Na casa de Jesus todos são iguais a Jesus, pois não andam a segunda milha, mas léguas e léguas até ganhar o ofensor. Não oferecem uma ou duas vezes a face para receber o tapa, mas o fazem sempre, dez, vinte, cinqüenta vezes, pois como Cristo não muda, o cristão não muda também, pois o amor tudo suporta (I Co. 13:7).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(328) – A INVASÃO

A   INVASÃO

            Jesus Cristo, o verbo encarnado, a expressa imagem de Deus Pai, aquele que deu voluntariamente a vida para salvar os condenados ao inferno, estabeleceu a Igreja, para, através dela, aperfeiçoar aqueles que vão herdar o reino de Deus (Jo. 1:14; Hb. 1:3; Mt. 16:18). O texto de Mateus diz: “Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt. 16:18). Neste texto Jesus deixa claro que são muitas as portas que levam ao inferno, e uma só porta leva ao céu, pois em outro lugar Jesus declarou: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á” (Jo. 10:9).

Paulo, o maior dos apóstolos, tentou construir o muro da sã doutrina para evitar invasões nos arraiais dos cristãos, pois ele conhecia o perigo, e declarou: “Porque eu sei isto, que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão ao rebanho; e que dentre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos para si” (At. 20:29-30). E Paulo previu com precisão o futuro imediato da Igreja. Do segundo ao sexto séculos, a Igreja foi dilacerada por controvérsias acerca de uma série de ismos semelhantes em uns pontos e diferentes em outros. Vejamos:

Nos primeiros séculos da história da Igreja cristã, surgiram muitas interpretações diferentes sobre a pessoa de Jesus Cristo. Manés fundou a seita dos maniqueistas, isto é, eles criam em dois princípios. O do bem e da luz, que é Deus; e o do mal e das trevas que é o demônio. Estas duas forças são iguais em poder. Manés morreu no ano 274 D.C.. Outro foi Montano, que fundou a seita dos montanistas, lá pelos 160 ou 170 da nossa era. Sua crença era a da intervenção perpétua do Espírito Santo, isto é, mesmo depois da ressurreição e do estabelecimento do reino eterno de Deus, o Espírito Santo continua a ser paráclito (Jó 14:16). O monarchianismo foi outra seita. Para eles, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, não são três pessoas, mas uma só; que se manifestou como Pai no Velho Testamento, como filho durante o tempo da encarnação, e como Espírito Santo após a ressurreição e ascensão. Os monarquianistas existem até hoje, e afirmam que o Jeová do Velho Testamento é o mesmo Jesus que nasceu de Maria. São os sectários, cujas opiniões sobre a trindade não eram ortodoxas. Ario, padre de Alexandria (280 a 336) fundou a seita dos arianos, que é oposta a idéia trinitária de Deus. Ario combatia a unidade do Pai, Filho e Espírito Santo, contra a palavra do apóstolo João (I Jo. 5:7), contra Paulo (II Co. 13:13) e contra Jesus que disse: “Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt. 28:19). Para ele, Cristo era muito inferior ao Pai, e assim negava a sua divindade. Apolinário fundou o Apolinarianismo, seita que negava a natureza humana de Cristo. Para eles Cristo nunca deixou de ser Deus. O filho do homem era apenas uma aparência humana. A morte de Cristo na cruz foi uma farsa, uma representação teatral, e não houve sacrifício real. Nestório, patriarca de Constantinopla e deposto pelo concílio de Éfeso em 431 D.C., fundou o Nestorianismo, seita que admitia duas naturezas em Cristo. Uma humana e outra divina. O filho do homem e o Filho de Deus. Como Deus não pode ser tentado pelo mal (Tg. 1:13). quando Cristo era tentado, era o homem tentado, não o Deus. Quando Jesus tinha fome, era só o homem, etc.; complicado. Já Eutiques pregava que as duas naturezas eram unificadas, e assim, os discípulos de Nestório discutiam com os discípulos de Eutiques seus pontos de vista.

Foi uma verdadeira invasão de doutrinas. Paulo disse“Eu temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (II Co. 11:3). Paulo disse mais: “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (I Tm. 1:15). Fora de Cristo, o pecador está perdido, pois só Jesus morreu em lugar do pecador. As boas novas do Evangelho são tão simples, mas os doutores ficavam discutindo se Cristo era homem ou Deus; se era meio homem e meio Deus; se morreu de fome ou de brincadeira. Enquanto isso os pecadores iam para o inferno.

Mas não foram só essas doutrinas de demônios que desviaram o objetivo do evangelho. Outros males surgiram da parte do demônio para destruir a Igreja. Analisemos um pouco da história da Igreja:

Jesus, filho de Maria, era realmente o Messias prometido e esperado, o redentor de Israel. Jesus mesmo o declarou à mulher samaritana: “A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo. Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo” (Jo. 4:25-26). A mensagem de Cristo era“Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt. 4:17). Jesus nunca pregou a restauração do reino de Israel, nem que ia assentar no trono de Davi. Ele declarou a Pilatos“O meu reino não é deste mundo” (Jo. 18:36). E dizia“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar” (Jo. 14:2).Os judeus queriam o Cristo terreno, para assentar no trono de Davi e reinar com vara de ferro (Sl. 2:8-9). E por isso rejeitaram a Jesus como falso Messias, e o crucificaram como impostor (Mt. 27:20-25).

Com o pentecostes e a descida do Espírito Santo a Igreja se multiplicou rápido, embora perseguida pelos judeus (At. 2:41; 4:1-4). Quem cresse em Cristo era considerado inimigo de Israel. Estevão deu testemunho de Jesus e foi apedrejado (At. 7:53-58). Após a morte de Estevão, os sacerdotes enviaram Saulo para assolar a Igreja, e fez-se uma grande perseguição naquele dia contra a Igreja de Jerusalém (At. 8:1-3). Quanto maior a perseguição, mais crescia a Igreja (vs. 5 a 8). Com a multiplicação dos cristãos, os imperadores romanos iniciaram nova perseguição. Morreram milhares de cristãos jogados às feras; outros em fogueiras; outros crucificados; outros esquartejados. Satanás então mudou a tática. No dia 27/10/312, o imperador Constantino teve uma visão: Viu acima do sol poente uma cruz, e por cima: “POR ESTE SINAL VENCERAS”. Então adotou a cruz e a história do cristianismo mudou. Foi concedido aos cristãos a liberdade de culto e de pregar o evangelho. Constantino favoreceu os cristãos, dando-lhes cargos. Isentou os ministros de impostos e do serviço militar. Incentivou a construção de igrejas. Expediu uma nota pela qual todos os súditos deviam abraçar o cristianismo no ano 325. Encomendou feitura de Bíblias para as igrejas. Ordenou que o domingo fosse dia de descanso dos cristãos. Começou o mal. Os súditos que se convertiam, o faziam por política e interesse. Vinte anos mais tarde, Teodósio, outro imperador, decretou que era obrigatório em todo o reino, fazer parte da igreja. Em cincoenta anos, a Igreja não era mais a mesma. Teodósio começou a guerra contra as outras religiões e proibindo aos ídolos. Os templos pagãos eram destruídos e queimados pelos cristãos amotinados. Houve muito derramamento de sangue até o ano 395 D.C..

Começou na Igreja a ambição pelo domínio e poder durante os séculos IV e V. Acabou o Espírito de Cristo. Começaram as cerimônias complicadas, majestosas, imponentes, próprias dos templos pagãos. Os ministros se tornaram sacerdotes, copiados do culto judeu. Em 440 o papa Leão I proibiu o casamento dos sacerdotes. O celibato deu início a imoralidade dos sacerdotes. Surgiram escândalos medonhos.

Começou a conversão dos bárbaros. Godos, vândalos, Hunos, que derrubaram o império romano, aceitaram o cristianismo em grande escala, mas não havia conversão, e a Igreja se encheu de práticas pagãs e corruptas. Foi o fim da Igreja fundada por Jesus, que ficou sepultada por mil anos. As investidas de Satã através dos hereges não abalou a Igreja, mas o poder temporal destruiu a Igreja.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(327) – A IMAGEM

A   IMAGEM

            Cristo é a imagem expressa do Pai, e o resplendor da sua glória, e está assentado à dextra da majestade nas alturas (Hb. 1:3). Jesus Cristo disse: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo. 14:9). “Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou” (Jo. 5:23). Quem vê a glória do Filho vê a glória do Pai. “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, …, cheio de graça e de VERDADE” (Jo. 1:14).

O profeta Jeremias faz uma revelação fantástica. Leiamos: “No princípio do reinado do rei Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, veio esta palavra a Jeremias da parte de Jeová, dizendo: Assim me disse Jeová: Faze umas prisões e jugos, e po-los-ás sobre o teu pescoço. E envia-os ao rei de Edom, e ao rei de Moabe, e ao rei dos filhos de Amom, e ao rei de Tiro, e ao rei de Sidom, pela mão dos mensageiros que veem a Jerusalém ter com Zedequias, rei de Judá. E lhes darás uma mensagem para seus senhores, dizendo: Assim diz Jeová dos exércitos, o deus de Israel: Assim direis a vossos senhores: Eu fiz a terra, o homem, e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande poder, e com  o meu braço estendido, e a dou àquele que me agrada em meus olhos. E AGORA EU ENTREGUEI TODAS ESTAS TERRAS NA MÃO DE NABUCODONOZOR, REI DE BABILÔNIA, MEU SERVO; e ainda até os animais do campo lhe dei para que o sirvam. E todas as nações o servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que também venha o tempo da sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis se servirão dele. E acontecerá que, se alguma nação ou reino não servirem o mesmo Nabucodonosor, rei de Babilônia, e não puserem o seu pescoço debaixo do jugo do rei de Babilônia, visitarei com espada, e com fome, e com peste essa nação, diz Jeová, até que a consuma pela sua mão” (Jr. 27:1-8). E nos versos doze e treze deste mesmo capítulo, Jeová mandou falar a Zedequias, rei de Judá, que metesse os pescoços debaixo do jugo de Nabucodonosor, rei de Babilônia, pois quem se negasse, morreria.

(Jr. 27:12-13). 

O profeta Daniel, contemporâneo de Jeremias, conta mesma história, com lances dramáticos e esclarecedores. Nabucodonosor sonhou um sonho, e ao acordar de manhã, seu espírito estava perturbado, pois não lembrava o tal sonho. Então o rei mandou chamar os magos, astrólogos e encantadores, para que lhe declarassem qual era o sonho que lhe perturbava o espírito (Dn. 2:1-3).Nenhum deles conseguiu tal façanha, e por isso foram condenados à morte. Daniel e seus companheiros também foram condenados (Dn. 2:13). Daniel, muito prudentemente, mandou recado ao rei, que lhe desse tempo para que o deus do céu revelasse o sonho. O rei concedeu (Dn. 2:14-19). Deus revelou tudo a Daniel; o sonho e a sua interpretação. Levado à presença do rei, Daniel falou“Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua. Esta estátua, que era grande e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista era terrível. A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre; as pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro” (Dn. 2:31-33). “Tu, ó rei, és rei de reis; pois o deus do céu te tem dado o reino, o poder, e a força, e a majestade. E onde quer que habitem filhos de homens, animais do campo, e aves do céu, ele tos entregou na tua mão, e fez que dominasses sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro” (Dn. 2:37-38). É preciso notar que, toda esta glória foi dada a Nabucodonosor porque ele era agradável aos olhos de Jeová, pois era seu servo(Jr. 27:5-6).

Então Nabucodonosor, rei de Babilônia, servo de Jeová, cujos atos agradavam a Jeová, em gratidão a Jeová, pois sabia que quem se dobrasse diante dele, estava se dobrando diante do deus, que lhe deu todo aquele poder, mandou erigir uma estátua de vinte e sete metros de altura por dois metros e setenta de largura, toda de ouro. Foram chamados os sátrapas, os prefeitos e presidentes, os juizes, os tesoureiros, os conselheiros, os oficiais, e todos os governadores das províncias, para que viessem à consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado (Dn. 3:1-2). “O arauto do rei apregoava em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos, nações e gentes de todas as línguas: Quando ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, vos prostrareis, e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tem levantado. E qualquer que se não prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro do forno de fogo ardente” (Dn. 3:4-6). Esse foi o decreto: Quem honrasse a Nabucodonosor estaria honrando a Jeová que o fez rei dos reis, e cabeças das nações. Quem se prostrasse diante do rei, estaria se prostrando diante de Jeová, que o constituiu e lhe deu toda a glória, e quem adorasse a imagem de ouro, estaria adorando e glorificando o deus que estabelece os reis e os destitui quando quer (Dn. 4:17).

Os amigos de Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego, foram acusados pelos caldeus de adorarem e servirem a outro Deus, e não aos deuses de Nabucodonosor. Este rei, com ira e furor, mandou chamar os três jovens, e lhes disse: Quando ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da harpa, do saltério, e de toda sorte de musicas, vós vos prostrareis e adorareis a estátua que fiz; mas se não adorares a estátua que fiz, sereis na mesma hora lançados no forno de fogo ardente. E qual é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos? (Dn. 3:12-15). Os três jovens responderam ao rei, dizendo: “Não necessitamos de te responder sobre este negócio. Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente, e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantastes” (Dn. 3:16-18). O rei, cheio de furor, mandou que o forno se aquecesse sete vezes mais (v. 19). O rei Nabucodonosor tinha certeza que Jeová não ia socorrê-los, pois foi ele mesmo, Jeová, que lhe deu todo poder e glória, e ainda dissera: Quem não puser o pescoço debaixo do jugo do rei de Babilônia, eu visitarei com espada, com fome, e com peste essa nação (Jr. 27:8). E falou aos judeus que morreriam se rebelassem (Jr. 27:12-13). Jeová estava ao lado de Nabucodonosor, e não do lado dos judeus, que estavam abandonados por Jeová no monstruoso cativeiro caldeu (Lm. 5:1-16). Os três jovens foram lançados dentro do forno de fogo ardente. O forno estava tão quente, que os homens que os lançaram morreram queimados (Dn. 3:22). Mas, ó surpresa! Olhando o rei dentro do forno de fogo ardente, viu quatro homens que passeavam dentro das labaredas mortais; e o quarto homem era semelhante ao filho dos deuses (Dn. 3:25). Jeová determinou a morte dos três rapazes pelo fogo, mas Jesus anulou aquele propósito, e salvou os três de serem mortos pelo fogo.

O forno de fogo ardente simbolizava os padecimentos, os sofrimentos, os tormentos que os verdadeiros cristãos passam neste mundo tenebroso, por isso Paulo disse: “Por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (At. 14:22). E outra vez disse: “As aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós se há de manifestar” (Rm. 8:18). A fidelidade de Daniel e seus três amigos obrigaram a Jesus a ir libertá-los. Daniel era muito amado, pois era homem de oração, além de ser fiel (Dn. 9:23).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(326) – DRAGÃO – XII

DRAGÃO   12

A restauração de Satanás

                O apóstolo Paulo declarou: “Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não somente ela, mas nos mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção de nosso corpo” (Rm. 8:19-23). Temos nestes cinco versículos alguns pontos a considerar:

1- Se as criaturas esperam a manifestação dos filhos de Deus, até a era apostólica, eles não se manifestaram, isto é, não apareceram, ou não vieram à luz. Como explicar Gn.6:2, onde se lê“Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram”. Manifestaram-se os filhos de deus quatro mil anos antes de se manifestarem os verdadeiros. Aqueles eram falsos filhos de Deus porque se manifestaram fazendo o mal. Manifestaram-se em luxuria, e os filhos verdadeiros se manifestam libertados da servidão da corrupção, como disse Paulo em Rm. 8:21.

2- Se toda a criação esta sujeita a vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, isto é, Satanás, que é um anjo caído, e Jeová declara o seguinte: “Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum deus comigo… Ninguém há que escape da minha mão” (Dt. 32:39), e ainda: “Porque o Senhor dos exércitos o determinou; quem pois o invalidará?” (Is. 14:27), e mais: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?” (Is. 43:13), Jeová se declara com poder total sobre a criação; e mesmo que houvesse algum outro deus, jamais poderia interferir nos seus propósitos, e foi satã quem sujeitou toda a criação? Está parecendo uma pessoa que afirmou ser faixa preta de kung-fu, e que é arrasador, e um mês depois foi hospitalizado com cinco costelas quebradas. É melhor não falar, do que falar e ser vencido. É vergonhoso (Rm. 8:20).

3- Em Rm. 8:23, Paulo declara que os verdadeiros filhos de Deus, que tem as primícias do Espírito, isto é, sendo habitados pelo Espírito Santo, também gemem carregados, esperando a adoção, isto é, a redenção do seu corpo. O poder da sujeição, e da servidão da corrupção, é tão forte, que os salvos gemem carregados até a ressurreição dos corpos. Isso é problema para quem diz: “Ninguém escapa das minhas mãos”, ou “operando eu quem impedirá?”. O poder da servidão do pecado é tão forte, que os cristãos, cansado de lutar, e depois cair novamente, dizem que é impossível não pecar (I Jo. 1:8-10).Esquecem-se esses cristãos que João fala, mais à frente: “E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nosso pecados; e nele não há pecado. Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu” (I Jo. 3:5-6). Se Cristo não liberta o homem do pecado, esse tal não é nova criatura, e nem nasceu de novo (Jo. 3:3-6; II Co. 5:17).

4- A criação, portanto, está toda sujeita à Satanás: “Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo jaz no maligno” (I Jo. 5:19). Jazer é estar deitado, estar caído, estar morto. Assim está esse mundo. Onde está o poder arrogado por Jeová em Dt. 32:39; Is. 14:27; 43:13? O todo poderoso se dobrou diante de Satã?

5- O Jardim do Édem não era particular de Jeová como parece, pois Satanás tinha livre acesso, e liberdade para ministrar sua doutrina cheio de veneno mortal. A palavra do dragão prevaleceu sobre a palavra de Jeová, pois Satã levou Adão à desobediência, e Jeová não impediu, ou não pôde impedir (Gn. 3:1-6).

6- Como castigo por tamanha maldade, Jeová lançou uma maldição sobre a serpente: “Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a besta, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida” (Gn. 3:14). Acontece que as serpentes não se alimentam de pó, mas de carne. Na linguagem alegórica de Jeová, carne é pó, pois disse a Adão:“No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela fostes tomado; porquanto és pó, e em pó te tornarás” (Gn. 3:19). Antes de morrer Adão era pó, e depois de morto voltou ao pó, porque foi feito do pó da terra (Gn. 2:7). E no Salmo 22, Davi declara que pó é a morte:“Tu me pusestes no pó da morte” (Sl. 22:15). Portanto, quando Jeová disse à serpente: “Pó comerás todos os dias da tua vida”, dizia alegoricamente que Satanás se alimenta da morte do homem, pois o seu reino é formado de mortos. Na carta aos Hebreus, lemos: “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Jesus participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” (Hb. 2:14). E o diabo é também o dragão, a antiga serpente, que é Satanás (Ap. 12:9). E se a carne do homem é pó, e pó é a morte, quando Jeová se declara ser o deus de toda a carne, está declarando ser o deus do pó, e da morte (Jr. 32:27).

7- Paulo revela que a Igreja vai pisar a cabeça da serpente: “Em breve, o Deus de paz esmagará Satanás debaixo de vossos pés” (Rm. 16:20). Sendo assim, não é Jesus quem vai cumprir a profecia de Gn.3:15, mas a Igreja, isto é, os santos (Ef. 4:22-24). A explicação de Paulo para a profecia de Gn. 3:15 é Rm. 16:20. O apóstolo João nos revela qual será o destino eterno do diabo e seus aliados: “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” (Ap. 20:10). E o lago de fogo é a segunda morte: “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo; esta é a segunda morte” (Ap. 20:14). E o lago de fogo é também o destino eterno de tormento para os homens e mulheres, cujas obras são perversas, e por isso seus nomes não se acham no livro da vida do cordeiro, que tem poder para regenerá-los, mas eles não creram. O texto de João diz: “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap. 20:15). Podemos entender com certeza de fé, que no novo céu e na nova terra que Jesus Cristo vai criar, não haverá mais morte, nem dor, nem pecado, e nem condenação, e nem pranto e sofrimento (Ap. 21:3-4). Também não haverá falsos profetas, nem bestas, nem ímpios, nem Satanás, que é o dragão, e nem demônios, pois todos estarão no lago de fogo.

Jeová, porém, tinha outros planos. Ele disse“Eis que crio novo céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais delas se recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo gozo; … e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor” (Is. 65:17-19). E continuando, Jeová diz“Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o mancebo morrerá de cem anos; mas o pecador de cem anos será amaldiçoado” (Is. 65:20). Esta nova terra de Jeová não condiz com a de Jesus, pois haverá morte, haverá pecadores, e haverá maldições. Sendo assim a nova terra criada por Jeová é igual a velha. E Jeová continua falando sobre o novo céu e a nova terra algo assustador“O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; E PÓ SERÁ COMIDA DA SERPENTE” (Is. 65:25). O plano de Jeová é a restauração de Satanás, isto é, a restauração do dragão. No Apocalipse Jesus declara que Satã será lançado no lago de fogo; mas Jeová declara que Satã, o dragão, vai viver para sempre no seu reino, cuja capital é a  Jerusalém da terra, se alimentando dos israelitas que morrem. Com quem está a verdade? Com Jesus, ou com Jeová? Nós da ABIP cremos em Jesus, e não cremos em Jeová.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(325) – AMOR DE JEOVÁ

AMOR   DE   JEOVÁ

            O amor mais forte que existe é do matrimônio. Todos os outros amores não fundem dois seres para formar um só. O amor entre homem e mulher é tão forte, tão poderoso, que a mulher deixa de ser indivíduo para ser corpo daquele a quem ama“Os maridos devem amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo” (Ef. 5:28). E Jesus declara: “Portanto deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne” (Mt. 19:5). Jesus está explicando que o amor de um esposo é tão forte que ele deixa o pai e a mãe pela mulher amada.

Se, porém, esse amor louco acaba, o homem aborrece a esposa, despreza-a, maltrata-a, e dá-lhe carta de repúdio, e casa com outra.

Vejamos a amor de Jeová por Israel, a quem chama menina dos seus olhos: “Porque a porção de Jeová é o seu povo; Jacó é a corda de sua herança. Achou-o na terra do deserto, e num ermo solitário cheio de uivos; trouxe-o ao redor, instruiu-o, guardou-o como a menina do seu olho” (Dt. 32:9-10). “Porque assim diz Jeová dos exércitos: Depois da glória ele me enviou às nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho” (Zc. 2:8).Zacarias foi o penúltimo profeta, e provavelmente nasceu no cativeiro Babilônico. Isso quer dizer que Israel foi a menina dos olhos de Jeová até o fim do reino de Judá, de tanto que Jeová amou seu povo Israel. Jeová declara isso a Judá“POIS COM AMOR ETERNO TE AMEI, TAMBÉM COM AMORÁVEL BENIGNIDADE TE ATRAI” (Jr. 31:3). Israel, em realidade, era a esposa de Jeová; e esposa amada. O profeta Ezequiel descreve os lances desse casamento, dizendo da parte de Jeová: “Passando eu por ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; e estendi sobre ti a ourela do meu manto, e cobri a tua nudez, e dei-te juramento, e entrei em concerto contigo, diz o Senhor Jeová, e tu ficaste sendo minha” (Ez. 16:8). “Assim foste ornada de ouro e prata, e o teu vestido foi de linho fino, e de seda e bordadura; nutriste-te de flor de farinha, e de mel e óleo; e foste formosa em extremo, e foste próspera, até chegares a ser rainha” (Ez. 16:13). E esse encantador casamento, essa divina união matrimonial aconteceu no monte Sinai, logo que Moisés tirou Israel do jugo egípcio.“Eis que dias vêm, diz Jeová, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haverdesposado, diz Jeová” (Jr. 31:31-32). O esposo era um Deus; a esposa era humana e carnal. Não podia ser um tratamento de igual para igual, sem que o amor tivesse grande peso nessa relação. O amor tudo suporta, tudo sofre, e tudo espera, tudo crê (I Co. 13:7). E Jeová declarou amor eterno. Temos de crer na declaração de um Deus. Examinemos detalhes desse colóquio amoroso, no qual a esposa foi escolhida e buscada pelo deus Jeová, que disse:

1 “Se me não ouvirdes, mas ainda andares contrariamente comigo, também eu convosco andarei contrariamente em furor; e vos castigarei sete vezes mais por causa dos vossos pecados. Porque comereis a carne de vossos filhos, e a carne de vossas filhas comereis” (Lv. 26:27-29). Mas isso é jeito de tratar a esposa amada? Andar contra? O esposo tem que prender com amor e bondade, e não apavorar com furor. Não há mulher que ame esse marido. O pior, é obrigar a mulher a devorar os próprios filhos. Mas os filhos são do próprio pai, isto é, de Jeová. O pai que obriga a mulher a devorar os filhos é canibalesco e destrói a esposa. Jeremias revela que mulheres piedosas eram obrigadas a esse ato selvagem“As mãos das mulheres piedosas cozeram seus próprios filhos; serviram-lhes de alimento na destruição da filha do meu povo” (Lm. 4:10). Jeová declara que os israelitas são seus filhos: “FILHOS SOIS DE JEOVÁ VOSSO DEUS” (Dt. 14:1). E obrigou a esposa a comer os filhos? E Jeová confessa que foi ele que contaminou a esposa nos seus dons: “E os contaminei em seus próprios dons, nos quais faziam passar pelo fogo tudo o que abre a madre; para os assolar, para que soubessem que eu sou Jeová” (Ez. 20:26). Que marido é este que contamina e assola a esposa, fazendo passar pelo fogo os primogênitos? E os cristãos cegos ficam cantando aleluia a esse deus? Aleluia quer dizer: Louvai a Jeová. Quando cantam louvam, isto é, aprovam esses atos de canibalismo e essas assolações impostas sobre a esposa amada. Não há mulher que agüente essa tortura.

2- Jeová desposou Israel (Jr. 31:32), e ordenou uma lei dizendo: “Será porém que, se não deres ouvidos à voz do Senhor teu deus, para não cuidares em fazer todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então sobre ti virão todas estas maldições, e te alcançarão” (Dt. 28:15). Maldições não consolidam matrimônios, antes os destróem, porque desgastam os relacionamentos e sentimentos. Entre nós, os humanos, quando sabemos que um pai lançou maldição contra o filho, execramos esse pai por esse crime hediondo. Não é humano o pai que amaldiçoa o filho, ou à mãe de seus filhos. Pois Jeová amaldiçoa e obriga a passar as maiores humilhações. O povo se lamenta, dizendo: “Nossa pele se enegreceu como um forno, por causa do ardor da fome. Forçaram as mulheres em Sião, as virgens nas cidades de Judá. Os príncipes foram enforcados pelas mãos deles; as faces dos velhos não foram reverenciadas. Aos mancebos obrigam a moer, e os moços tropeçaram debaixo da lenha” (Lm. 5:10-13).

3- A esposa maltratada, ferida, apavorada, foge do marido tentando esconder-se. O marido, que é o todo poderoso El Shaday, vocifera lá do seu trono: “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? diz Jeová. Porventura não encho eu os céus e a terra?” (Jr. 23:24). E Jeová continua ameaçando: “Se te elevares como águia, e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te derribarei, diz Jeová” (Ob. 4). “Ainda que cavem até o inferno, a minha mão os tirará dali; e, se subirem ao céu, dali os farei descer. E, se se esconderem no cume do Carmelo, buscá-los-ei, e dali os tirarei; e se se ocultarem aos meus olhos no fundo filho mar, ali darei ordem a serpente, e ela os morderá” (Am. 9:2-3). Pobre virgem de Israel, cujo amor do marido acabou em ódio eterno, e com seus divinos poderes a persegue no céu, na terra, no fundo do mar, para atormentá-la com veneno de serpente (Dt. 32:22-25). Basta de amor mórbido, e falemos do amor de Jesus pelos perdidos e condenados de Jeová; que, com as suas pestes, pragas, maldições, guerras e mortandades, cativeiros e espíritos malignos tornou este mundo em um abismo. Esses males infernais são o abismo com o qual Jeová cobriu a terra (Sl. 104:6). No Apocalipse de João lemos que Abadom, que quer dizer perdição, é o rei desse abismo medonho, infestados de germes, micróbios, vírus, bactérias, todos colocados por Jeová para destruir a vida dos homens.

Pois Jesus, por amor aos condenados de Jeová, desceu a este abismo para salvar quem cresse no seu amor (Rm. 10:6-9). E o amor de Jesus está provado pelo fato de não condenar ninguém, e na cruz maldita expiar os pecados de todos; por isso Paulo diz: “Mas Deus, o Pai, prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira.

(324) – OS DOIS CONCERTOS

OS   DOIS   CONCERTOS

            Paulo apóstolo declara que existem dois concertos feitos por Deus para com os homens:“Porque estes são os dois concertos: um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão” (Gl. 4:24). Este foi o primeiro concerto feito por Jeová com o povo de Israel, depois que os libertou do jugo do Egito pelas mãos de Moisés. Este primeiro, foi o concerto da servidão sob a lei de Jeová, com suas maldições: “Serão meus servos, para que conheçam a diferença da minha servidão e da servidão dos reinos da terra” (II Cr. 12:8). A palavra servidão é escravidão, pois Israel nos cativeiros era escravo, e em horrendas condições (Lm. 5:1-16).

A história do concerto de Jeová com Israel aconteceu da seguinte maneira: O povo de Israel estava cativo no Egito por trezentos e trinta anos, que somados aos setenta anos de paz até a morte de José, perfazem quatrocentos anos. Moisés, enviado por Jeová, com a vara milagrosa, libertou Israel, e atravessando o mar vermelho, os levou até o monte Sinai. Moisés subiu o monte e recebeu as duas tábuas da lei, que também Jeová falou do alto do monte aceso em fogo, envolto me trevas e em tempestade (Hb. 12:18-21). Enquanto Moisés, por quarenta dias recebia as tábuas da lei, os estatutos e os juízos, o povo embaixo se entregava à luxuria diante do bezerro de ouro. Moisés então arrojou as tábuas quebrando-as ao pé do monte (Ex. 32:19-24). Estava assim anulado o concerto de Jeová com Israel, antes de começar. O povo peregrinou no deserto quarenta anos. Toda a geração que saiu do Egito morreu no deserto. Sobraram somente os filhos, que Jeová fez herdar a terra de Canaã juntamente com Josué e Calebe (Nm. 14:28-38).

No fim dos quarenta anos, Moisés escreveu o livro de Deuteronômio, o quinto livro do pentateuco (a palavra deuteronômio é grega e quer dizer: segunda lei). Jeová faz um segundo concerto com o seu povo, antes de entrarem na terra prometida (Dt. 29:1-13). Não houve, neste caso, dois concertos, mas a reedição do primeiro, feita quarenta anos antes. Nesta reedição Jeová promete não perdoar infração, e destruir o povo como fez com Sodoma e Gomorra (Dt. 29:18-25)Mas o povo de Israel, levado por Jeová para o Egito, lá bebeu o leite de corrupção e da idolatria no seu nascimento (Ez. 23:1-4). Jeová volta a destruir; agora estavam divididos em dois reinos. Falou Jeová, dizendo: “Também a Judá hei de tirar de diante da minha face, como tirei a Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa de que  disse: Estará ali o meu nome”

(II Rs. 23:27).

Jeová, então faz uma terceira promessa, dizendo por boca de Jeremias que iria trazer Israel e Judá do cativeiro para possuir a terra prometida (Jr. 30:3). “Eis que os trarei da terra do norte, e os congregarei das extremidades da terra; e com eles os cegos e aleijados, as mulheres grávidas e as de parto juntamente; em grande congregação voltarão para aqui” (Jr. 31:8). “Então a virgem se alegrará na dança, e também os mancebos e os velhos; e tornarei o seu pranto em alegria, e os consolarei, e transformarei em regozijo a sua tristeza” (Jr. 31:13). “Eis que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haver desposado, diz Jeová. Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz Jeová: Porei a minha lei no seu interior, e escreverei no seu coração; e eu serei o seu deus e eles serão o meu povo” (Jr. 31:31-33). Na carta aos Hebreus lemos as mesmas palavras de Jeremias sobre o novo concerto (Hb. 8:8-10). A maioria dos cristãos tem entendido que este segundo concerto é o de Cristo morrendo na cruz. Pensam que o concerto mencionado na carta aos Hebreus é o do Novo Testamento, e, neste caso, fica provado que Jeová é o Pai de Jesus Cristo. Ora, o concerto que Jeová prometeu pela boca de Jeremias, era o mesmo que Moisés fez no monte Sinai, pois diz: “Porei minhas leis em seu entendimento”. Mas os cristãos morreram para a lei (Rm. 7:6). E na carta aos Hebreus“Porque o precedente mandamento é abrogado por causa de sua fraqueza e inutilidade (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou)” (Hb. 7:18-19).

O concerto de Jeová com o Israel se baseava na obediência do judeu à lei de Moisés. O concerto do Novo Testamento se baseia no sacrifício de Cristo, e não na obediência do homem.

Sobre o novo concerto, está escrito: “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas. Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo” (Hb. 8:6-7). O texto de Hebreus é claro: ministério mais excelente, melhor concerto e melhores promessas. O ministério do Velho Testamento é diferente do Novo (II Co. 3:7-9). As heranças dos concertos são diferentes.

Quem dá a última palavra sobre os dois concertos é o apóstolo Paulo: “Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre. Todavia o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa. O que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos; um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde a Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós” (Gl. 4:21-26).

O primeiro concerto, segundo Paulo, é o de Agar e Ismael, a mãe segundo a carne e o filho da carne. Os da carne e do primeiro concerto terão como herança a Jerusalém da terra. Porém, os nascidos por promessa, isto é, os gerados pelo Espírito Santo vão herdar a Jerusalém celestial, da qual Sara é figura. Os do primeiro concerto irão herdar pó e matéria, e os da promessa vão herdar o reino dos céus(II Tm. 4:18; I Pd. 1:3-4). Os escravos da carne não podem herdar com os filhos da promessa que são espirituais, e gerados pelo Espírito Santo. Por isso, João, falando do novo nascimento, diz“O que é nascido da carne é carne, mas o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo. 3:6). Os filhos da escrava são escravos, mas os filhos da livre são livres.

Paulo continua falando sobre os dois concertos, e diz“Mas, como então aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que era segundo o Espírito, assim é também agora. Mas que diz a escritura? Lança fora a escrava com o seu filho, porque de modo algum o filho da escrava herdará com o filho da livre. De maneira que, irmãos, somos filhos, não da escrava, mas da livre” (Gl. 4:29-31). Se os filhos da escrava não herdam com os do segundo concerto, fica claro que o concerto da lei não faz parte de Jesus Cristo, logo, há dois concertos com dois autores e duas cabeças. Crer no autor do primeiro concerto é invalidar o de Jesus Cristo (Gl. 5:1-4).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira.

(323) – DEBAIXO DA LEI

DEBAIXO   DA   LEI

            Que vem a ser estar debaixo da lei? É estar debaixo da autoridade da lei de Jeová. É cumprir os dez mandamentos, isto é, é ser fariseu (Fp. 3:5); é estar debaixo dos preceitos da lei, isto é, de centenas de ordenanças comportamentais; é estar debaixo da escravidão da lei, pois o apóstolo Paulo diz: “Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre. Todavia o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa. O que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos; um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos” (Gl. 4:21-25); estar debaixo da lei é estar debaixo da justiça da lei. Sobre a justiça da lei, Paulo escreveu: “Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por que? Porque não foi pela fé, mas como pelas obras da lei” (Rm. 9:30-32). Antes, Paulo disse: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm. 3:19-20). Que coisa terrível! A justiça da lei não justifica ninguém, e se não justifica é porque não aperfeiçoa, por isso, na carta aos Hebreus está escrito“Porque o precedente mandamento é abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou)” (Hb. 7:18-19). É difícil entender, ou crer, que Deus tenha dado uma lei fraca, inútil, e que nada aperfeiçoa. Mas graças a Deus Pai, que enviou seu filho unigênito para cumprir a lei, e nos resgatar das maldições da lei (Gl. 3:13).

Há, debaixo da lei, mais coisas que precisamos saber:

1- Os que estão debaixo da lei estão sem Jesus Cristo, portanto, apesar de conhecer a Cristo, estão perdidos. Paulo disse: “Fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei”

(I Co. 9:20).

2- Que é graça? É benevolência; favor; mercê; perdão. Paulo declarou: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt. 2:11). Isto quer dizer que Deus, por amar os homens, em Cristo os perdoa (I Jo. 2:12). E em Cristo faz dos homens seus herdeiros“O Espírito Santo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e coherdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm. 8:16-17). Pois saibam que todos que, quem se coloca debaixo da lei, perde tudo. Mais uma vez é Paulo quem falou pelo Espírito Santo dizendo:“Estai firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não tornei a meter-vos debaixo do jugo da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo o homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós que vos justificais pela lei; da graça tendes caído. Porque nós pelo espírito da fé aguardamos a esperança da justiça. Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim a fé que opera por caridade” (Gl. 5:1-6). Se colocando-se debaixo da lei perde a graça e perde a Jesus Cristo, a graça não é de Jeová, pois este continua condenando. E mais: Se os que se colocam debaixo da lei perdem a graça, os que já nasceram debaixo da lei nasceram predestinados à desgraça.

3- Todos os que são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque escrito está: “Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gl. 3:10). Se a força do pecado é a lei (I Co. 15:56), e se as paixões dos pecados são provocadas pela lei (Rm. 7:5), é impossível que o homem não peque, e assim fica debaixo das maldições da lei, que se acham em Dt. 28:15-68. A única tábua de salvação é sair de debaixo da lei pela graça que há em Cristo.

4- Quem está debaixo da lei não é justificado diante de Deus (Rm. 3:20). E por quê? Porque a justificação só é possível em Cristo: “O qual por nosso pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Rm. 4:25). A justificação não vem pela morte na cruz, mas na ressurreição. A lei só condena, nunca justifica ninguém, por isso Moisés disse: “Tomai este livro da lei, e ponde ao lado da arca do concerto de Jeová vosso deus, para que ali esteja por testemunha contra vós” (Dt. 31:26).

5 – “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus mandou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei. Para remir os que estavam debaixo da lei, afim de recebermos a adoção de filhos” (Gl. 4:4-5).No Velho Testamento todos estavam debaixo da lei, e não eram filhos de Deus, pois para serem filhos de Deus teriam de ser remidos pelo sangue de Cristo, para depois serem adotados como filhos. O que funde a cabeça dos cristãos é que ao ler o Velho Testamento, encontram lá os filhos de Jeová (Gn. 6:2; Dt. 14:1, 32:19-20; Is. 1:2, 30:9, 63:8; etc.). Eram todos filhos de Jeová sem nascerem de novo (Jo. 3:3-6). Eram filhos de Jeová sem serem justificados por Cristo e pela ressurreição. Eram filhos de Jeová, mas como os verdadeiros filhos recebem a adoção através de Cristo, aqueles não eram legítimos filhos de Deus Pai (Gl. 4:4-5).

Paulo proferiu uma grande verdade: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm. 6:14).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(322) – OS REINOS DESTE MUNDO

OS REINOS DESTE MUNDO

            Jeová, libertou Israel da escravidão egípcia com dez terríveis pragas para castigar o povo que ele mesmo gerou no mal, pois o salmista diz: “Israel entrou no Egito, e Jacó peregrinou na terra de Cão. E Jeová multiplicou sobremodo o seu povo, e o fez mais poderoso que os seus inimigos. Mudou o coração deles para que aborrecessem o seu povo, para que tratassem astutamente os seus servos” (Sl. 105:23-25). Então, pela mão de Moisés, levou o povo até o monte Sinai, e lá fez um concerto, o concerto da lei. E lhe disse“E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo” (Ex. 19:6). A tribo de Levi, o terceiro filho de Léia, foi eleito para exercer o sacerdócio, depois da morte de Moisés. Jeová reinava sobre Israel através dos sacerdotes. Era o reino teocrático. Jeová falou: “Eu sou Jeová, vosso santo, criador de Israel, vosso Rei” (Is. 43:15).

Muitos cristãos pensam que Jeová era rei somente em Israel, que era o único povo monoteísta, isto é, que só adorava um deus. Os outros povos eram todos politeístas, isto é, adoravam muitos deuses, e até animais. Bois, vacas, águias, pássaros, dragões, serpentes. Adoravam o sol, a lua, as estrelas. Era um exército de deuses. Pois o que é de espantar, Jeová se declara o rei de todas essas nações. “DEUS É O REI DE TODA A TERRA, DEUS REINA SOBRE AS NAÇÕES” (Sl. 47:7-8). “Quem te não temeria a ti, ó Rei das nações? Pois isto só a ti pertence” (Jr. 10:7). “Porque o reino é de Jeová, e ele governa entre as nações” (Sl. 22:28).

O que é de estranhar é que, Jeová era o deus e o rei dos monoteístas (Israel), e era também o deus e o rei dos politeístas (I Cr. 16:31; II Rs. 19:15; Jr. 48:15). Como pode Jeová proibir a idolatria se era deus dos idolatras? Jeová disse no primeiro mandamento da lei: “NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM” (Ex. 20:3). No segundo mandamento proibiu a fabricação de ídolos, sob pena de ter filhos, netos e bisnetos amaldiçoados (Ex. 20:4-6). E era o deus dos povos idólatras? O seu povo ficava confuso. Proibiu a idolatria, e para castigar o seu povo mandou-o para o cativeiro para adorar ídolos? (Dt. 28:36-37; Jr. 16:13)Formou Israel no Egito adorando o boi Apis por quatrocentos anos, e quando fabricaram o bezerro de ouro, os rejeita e manda matar? (Ex. 32:3-10, 25-29)Aquele pobre povo padeceu tanta fome e sede, sofreu tantos castigos no deserto; e durante os trezentos anos do período dos juízes suportou sete cativeiros por cento e onze anos. No final dos juizes, cansado da teocracia, o povo pediu a Samuel um rei. Este consultou a Jeová, que lhe disse: Não é a ti que te rejeitam, mas a mim, para eu não reinar sobre eles (I Sm. 8:4-7). Jeová então escolheu e elegeu a Saul para reinar em Israel em seu lugar (I Sm. 9:16-17). Saul, porém, não correspondeu, e Jeová o rejeitou, colocando Davi em seu lugar (I Sm. 13:14). Além de desobedecer as ordens de Jeová, Saul encheu-se de ciúmes e inveja contra Davi, e procurou matá-lo de todas as maneiras. Jeová confessa que se arrependeu de ter escolhido Saul, dizendo: “Arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir, e não executou a minha palavra” (I Sm. 15:11).

Após a morte de Saul, Jeová entregou a Davi as suas mulheres, ao todo dez (II Sm. 12:8; 20:3).Estas eram concubinas. As mulheres legítimas, portanto mães dos que haviam de reinar, eram seis. Davi tinha, portanto, dezesseis mulheres. Apesar de ter dezesseis mulheres, Davi, incontinente, cometeu um adultério com Bat-Seba, esposa de Urias, o heteu. Como ela engravidou, Davi mandou matar a Urias. Tendo Davi seis mulheres, fora as concubinas, Jeová escolheu o filho da adúltera para reinar Israel? (II Sm. 12:24; I Cr. 3:1-5, 22:9-10). Jeová colocou Salomão à frente de seis príncipes, pois ele era o décimo, e Adonias o quarto. (A história de Adonias está nos três primeiro capítulos do primeiro livro dos Reis de Israel). Sentado no trono, Salomão teve mil mulheres, pois era voluptuoso e lúbrico (I Rs. 11:1-3). Como a luxúria é a mãe da frouxidão do caráter, Salomão cedeu, e pervertido pelas mulheres, adorou e serviu aos deuses estranhos: Astarote, deusa dos sidônios; Milcom, abominação dos amonitas; Quemós, abominação dos moabitas; e Moloque, abominação dos filhos de Amom (I Rs. 11:4-7). Jeová então, arrancou o reino da linhagem de Davi, dando dez tribos a Jeroboão, filho de Nebate (I Rs. 11:28-36). Deixou apenas uma tribo na mão de Roboão, filho de Salomão.

Mas como Jeová era o rei de todas as nações gentílicas, não é somente em Israel que ele tirava o rei desafeto, e entregava o trono a outro, ainda que fosse mau. Também nos reinos do mundo gentílico Jeová interferia.

O povo judeu estava na Babilônia, em cativeiro, e Nabucodonosor sonhou, mas não lembrava o sonho. Os magos não puderam advinhar, e foram condenados a morte. Daniel e seus três amigos oraram e Jeová revelou o sonho da estátua, cuja cabeça era de ouro, os peitos e os braços de prata, ventre e coxas de cobre, as pernas de ferro, os pés em parte de fero e em parte de barro (Dn. 2:29-33). Daniel então lhe disse“Tu, ó rei, és rei de reis; pois o deus do céu te tem dado o reino, o poder, a força, e a majestade” (Dn. 2:37). Foi Jeová que entregou os reinos das terras nas mãos de Nabucodonosor. Daniel declarou também que o altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens, e os dá a quem quer, mesmo ao mais baixo dos homens (Dn. 4:17-25). Nabucodonosor era perverso e soberbo, e Jeová falou dizendo: “Eu fiz a terra, o homem, e os animais que estão sobre a face daterra, pelo meu grande poder, e com meu braço estendido, e a dou àquele que me agrada em meus olhos. E agora entreguei todas estas terras na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo” (Jr. 27:5-6). Na realidade, quem reina sobre as nações e os reis é Jeová. E é ele quem entrega os reinos na mão dos homens, em geral, perversos, com algumas exceções. Foi Jeová que entregou, mais tarde, todos os reinos do mundo na mão de Ciro, o persa. Ciro mesmo declara: “Assim diz Ciro, rei da Pérsia: Jeová, deus dos céus, me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, Jeová seu deus seja com ele, e suba” (II Cr. 36:23; Ed. 1:1-2). Ciro foi chamado por Jeová de servo (Is. 44:26); chamado por Jeová de messias, isto é, ungido (Is. 45:1); e de pastor de Jeová (Is. 44:28).Mas Ciro era persa, e a religião dos persas era o zoroastrismo, fundada por Zoroastro ou Zaratustra no ano 660 antes de Cristo, que admitia a idéia de dois deuses com poderes iguais e em luta; o deus da luz, cujo nome era “A Huramazda”, e o das trevas, cujo nome era “Angra Mainya”, o demônio. Como pode ser, que Jeová, que afirmava ser o único deus todo poderoso, pôde chamar de servo, pastor e ungido (messias) um rei que cria em dois deuses? Fica provado que Jeová entregava o poder e os reinos na mão dos perversos, como Nabucodonosor, na mão de idólatras que criam no demônio como sendo deus, como Ciro, o persa. E é só ele que entrega os reinos (Dn. 4:17; 5:18-21). Leiamos a história de Satanás: “E o diabo, levando a Jesus a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero” (Lc. 4:5-6). Jesus lhe disse: Vai-te Satanás, mas não negou sua declaração. A pergunta que fazemos é: Quem entregou a Satanás, de mão beijada, todos os reinos deste mundo? Uma coisa é certa. O profeta Ezequiel declara que Jeová entrega na mão dos maus (Ez. 30:12).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(321) – FILHOS DE DEUS – IV

FILHOS  DE  DEUS  4

            Quem são, realmente, os filhos de Deus Pai? O salmista escreveu dizendo: “Vós sois deuses, e vós outros sois todos filhos do Altíssimo. Todavia, como homens morrereis e caireis como qualquer dos príncipes” (Sl. 82:6-7). Quem são estes filhos? E estes filhos, que são chamados de deuses, morrem como homens comuns?

O apóstolo Paulo lançou os fundamentos de uma doutrina sobre os verdadeiros filhos de Deus, dizendo: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, afim de recebermos a adoção de filhos”

(Gl. 4:4-5).

Temos nestes dois versos algumas verdades sobre os filhos de Deus:

1- Antes de Cristo todos estavam debaixo da lei, e os que estavam debaixo da lei não eram filhos de Deus.

2- Para serem filhos de Deus teriam de ser remidos por Cristo, pois para isso ele nasceu, e nasceu sob a lei, para cumprir a lei.

3- Os remidos por Jesus Cristo recebem a adoção de filhos, isto é, os judeus pensavam que eram filhos, mas não eram, pois para se tornarem filhos de Deus, quem quer que seja, judeu ou gentio, pecador ou santo, justo ou injusto, o tal tem de passar pelas mãos de Jesus. João disse: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder para serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12-13). Que quer dizer remir? Paulo responde: “O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tt. 2:14). Só o sangue de Jesus pode remir dos pecados. Na ceia Jesus disse, ao tomar o cálice: “Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mt. 26:28). Sem o sangue de Jesus ter sido derramado para remir o pecador, ninguém podia ser filho de Deus, logo, no Velho Testamento não havia filhos de Deus.

Mas Jeová declarou muitas vezes, antes de Jesus nascer neste mundo, e antes de seu sangue ser derramado para remir os pecadores, que tinha filhos, e filhos pecadores, pois segundo Jeová não há quem não peque (Ec. 7:20).

1- “Viram os filhos de Jeová que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” (Gn. 6:2).

2- “Filhos sois de Jeová vosso deus; não vos dareis golpes, nem poreis calva entre vossos olhos por causa de algum morto” (Dt. 14:1).

3- “Esqueceste-te da rocha que te gerou, e em esquecimento puseste o deus que te formou. O que, vendo Jeová, os desprezou, provocado à ira contra seus filhos e filhas; e disse: Esconderei o meu rosto deles, verei qual será o seu fim, porque são geração de perversidade, filhos em quem não há lealdade” (Dt. 32:18-20).

4- Jeová disse a Davi: “Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti a tua semente, que sair das tuas entranhas, e estabelecerei o teu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho” (II Sm. 7:12-14). Jeová falava a Davi de Salomão.

5- “Direi ao norte: Dá; e ao sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe, e minhas filhas das extremidades da terra” (Is. 43:6).

6- “Jeová dizia: Certamente eles são o meu povo, filhos que não mentirão; assim ele foi seu Salvador” (Is. 63:8).

7- Jeová queixa de seus filhos, dizendo: “O filho honrará o pai, e o servo ao seu Senhor; e, se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Jeová, onde está o meu temor?” (Ml. 1:6).

Como resolver uma questão delicada? Depois de tantas declarações dos profetas, e do próprio Jeová falando de seus filhos, que não foram remidos pelo sangue de Cristo, derramado na cruz para remissão dos pecados. Eram filhos de Deus ou não eram? O sangue de Cristo tem valor, ou não tem? Para ser filhos de Deus temos de ser lavados no sangue de Cristo? (Ap. 1:5). Se o sangue de Jesus Cristo tem real valor, aqueles filhos de Jeová, do Velho Testamento, estão perdidos, pois pensam ser filhos de Deus, mas não são.

Alguém dirá: Na epístola aos Romanos está escrito“(Como está escrito: Por pai muitas nações te constituí) perante aquele no qual creu, o qual vivifica os mortos, e chama as coisas que não são como se já fossem” (Rm. 4:17). Os da fé do Velho Testamento não eram, mas como no futuro tempo de Cristo haveriam de ser, Deus os chamou filhos.

O argumento é valido. Mas Jeová considerava filhos os infiéis e perversos. Leiamos alguns textos:

– “Ouvi, ó céus, e presta ouvidos, tu ó terra, porque fala Jeová: Criei filhos, e exalcei-os; mas eles prevaricaram contra mim” (Is. 1:2).

– “Vai pois agora, escreve isto numa tábua perante eles, e aponta-o num livro; para que fique escrito para o tempo por vir, para sempre e perpetuamente. Porque povo rebelde é este, filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a lei de Jeová” (Is. 30:8-9).

– “Sacrifícios ofereceram aos diabos, não a deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, dos quais não se estremeceram vossos pais. Esqueceste-te da rocha que te gerou, e em esquecimento puseste o deus que te formou. O que, vendo Jeová, os desprezou, provocado à ira contra seus filhos e suas filhas; e disse: Esconderei o meu rosto deles, verei qual será o seu fim, porque são geração de perversidade, filhos em quem não há lealdade. A zelos me provocaram com aquilo que não é deus, com suas vaidades me provocaram a ira; portanto eu os provocarei a zelos com os que não são povo, com nação louca os despertarei à ira. Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até o mais profundo do inferno, e consumirá a terra com a sua novidade, e abrasará os fundamentos dos montes. Males amontoarei sobre eles, as minhas setas esgotarei sobre eles. Exaustos serão de fome, comidos de carbúnculo e de peste amarga, e entre eles enviarei dentes de feras, com ardente peçonha de serpentes de pó” (Dt. 32:17-24). A gente não sabe qual é o pior. Se é o pecador, que peca porque é pequeno demais, ou é o que tortura porque é grande demais. Qual será o pior? Aqueles que cedem à fúria corruptora da carne, ou o que criou a carne corrupta. Paulo disse: “A carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção” (I Co. 15:50).

Uma coisa é certa: Jesus salva a todos, pois todos estão condenados (Jo. 3:18)Jesus salva, cura e liberta. Paulo disse: “Não erreis; nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus” (I Co. 6:10-11). Aqui está o amor e a misericórdia de Deus Pai. Amém.

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(320) – JESUS E OS ANJOS

JESUS  E  OS  ANJOS

            Este mundo onde vivemos, era regido por Jeová, o Rei“Vivo eu, diz o Rei, cujo nome é Jeová” (Jr. 46:18). A Bíblia revela que Jeová é o rei deste mundo: “Porque Jeová Altíssimo é tremendo, e Rei grande sobre toda a terra” (Sl. 47:2). “Jeová reina sobre as nações; Deus se assenta sobre o trono da sua santidade” (Sl. 47:8). E Jeová reinava através dos seus ministros os anjos, dos quais diz Jeová: “Faz dos ventos seus mensageiros, dos seus ministros um fogo abrasador” (Sl. 104:4).Como sabemos que este texto se refere aos anjos? Porque na carta aos Hebreus, lemos“E, quanto aos anjos, diz: O que de seus anjos faz ventos, e de seus ministros labareda de fogo” (Hb. 1:7).Sobre a forma de reger os reinos deste mundo, o Velho Testamento diz: “Jeová tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo. Bendizei a Jeová, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra. Bendizei a Jeová, todos os seus exércitos, vós, ministros seus, que executais o seu beneplácito” (Sl. 103:19-21).

O profeta Daniel conta que, à margem do grande rio Hidequel, lhe apareceu um homem vestido de linho, tendo os lombos cingidos com ouro fino de Ufaz. O seu corpo era como uma turquesa, e o seu rosto parecia como relâmpago, e os olhos como tochas de fogo (Dn. 10:4-6). Era um anjo de Jeová, que lhe disse: “O príncipe do reino da Pérsia se pôs diante de mim vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia” (Dn. 10:13). Os anjos estavam em guerra, e Miguel foi ajudar o homem dos olhos de fogo, e cingido de ouro de Ufaz, que logo em seguida diz a Daniel“Sabes porque eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra o príncipe do persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia. Mas eu te declararei o que está escrito na escritura da verdade; e ninguém há que se esforce comigo contra aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe” (Dn. 10:20-21). Cada nação e cada reino tem o seu príncipe, isto é, o seu anjo, que comanda as guerras com o fim de dominar e escravizar os homens. E cada anjo, prestava contas a Jeová; o senhor dos exércitos que comanda as guerras, e tem um livro onde se acham programadas essas guerras (Nm. 21:14).

Pois bem. Os anjos nunca foram submissos a Jesus. Paulo explica o fenômeno; revelando que Jesus só se tornou Senhor dos céus e da terra após a ressurreição. Leiamos: “E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, e sendo obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, na terra, e debaixo da terra” (Fl. 2:8-10). Ora, os que estão nos céus são os anjos. Se foram obrigados a dobrar os joelhos diante de Jesus, é porque antes não se dobravam. O apóstolo Pedro nos diz que Jesus, após a ressurreição, subiu aos céus, e está assentado à dextra de Deus, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, as autoridades, e as potências (I Pd. 3:21-22).

Como os anjos iam se submeter a Jesus, o humilde carpinteiro, e feito menor do que eles, por amor aos homens condenados, e debaixo do jugo dos anjos? Mais uma vez, a carta aos Hebreus esclarece o assunto“Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (Hb. 2:9). E Jesus, nascido em carne do pecado (Rm. 8:3), por ser menor do que os anjos, não era príncipe nem salvador: “O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vos matastes, suspendendo-o no madeiro. Deus com sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados” (At. 5:30-31).

O mistério ainda não revelado é que, sendo Jeová o rei dos reis deste mundo, e tendo os anjos submetidos ao seu poder, quando e como Satanás recebeu todos os reinos, pois ele declarou isso, e Jesus não desmentiu: “E o diabo, levando Jesus a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos deste mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu” (Lc. 4:5-7). Quando lemos: “Porque não foi aos anjos que sujeitou o mundo futuro, do qual falamos” (Hb. 2:5), este texto deixa claro que este mundo, antes de Jesus Cristo era submetido e governado pelos anjos, e os anjos não eram submetidos a Jesus, porque Jesus, o filho do homem, era um pouco menor do que os anjos. O mundo futuro de Hb. 2:5 é o mesmo mundo vindouro de Jesus, que declarou: “Mas os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição dos mortos” (Lc. 20:35). Esse mundo vindouro é o reino de Deus: “A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus” (Lc. 16:16). 

Como terminou a dispensação dos anjos, ministros de Jeová? Este foi um dos objetivos da encarnação do verbo: “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo” (Cl. 2:14-15).E agora, os anjos, cheios de poder, que governavam neste mundo e promoviam as guerras; os anjos, todos cingidos de ouro, cujo corpo era como turquesa, de rosto como relâmpago, e olhos como tochas de fogo, agora despojados por Cristo, e submetidos a seus pés depois da ressurreição, estão obrigados a adorá-lo contra a vontade, pois assim está escrito: “E quando outra vez introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb. 1:6). E o que é pior, eles, que julgavam os homens sem piedade, serão julgados pelos santos, porém, com piedade“Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida” (I Co. 6:3). Jesus salva os homens das potestades das trevas, e pela graça livra os crentes do jugo da lei, que foi ordenada pelos anjos (At. 7:53; Gl. 3:19).

Há outro mistério não explicado nos nossos dias. Os cristãos andam buscando os anjos. Isso equivale a desprezar o Senhor Jesus, que disse“Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt. 28:20). E se os anjos se submeteram a Cristo contra a vontade, é óbvio que não vão amparar os crentes. Quem tem olhos para ver, veja.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(319) – ALELUIA – II

ALELUIA  2

            O primeiro folheto sobre a palavra aleluia é o de número 138. Lá explicamos que aleluia é palavra hebraica que não foi traduzida. No hebraico são duas palavras: HALLEL e YAH. Hallel quer dizer LOUVAI, e YAH é uma abreviação do nome Javé ou Jeová. No Novo Testamento uniram as duas palavras formando ALELUIA. No Novo Testamento só se encontra no livro de Apocalipse 19:1, 3-4, 6.

Jeová estabeleceu os sacrifícios da lei: “Um altar de terra me farás, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, e as tuas ovelhas, e as tuas vacas; em todo lugar, onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti, e te abençoarei” (Ex. 20:24). Jeová ordenou também os sacrifícios de louvor“Esta é a lei do sacrifício pacífico que se oferecerá a Jeová: Se o oferecer por oferta de louvores, com o sacrifício de louvores, oferecerá bolos asmos amassados com azeite” (Lv. 7:11-12). Davi ensina como louvar com cânticos: “Cantai louvores a Jeová, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus feitos” (Sl. 9:11). Em outro Salmolemos: “Cantai louvores a Jeová, cantai louvores; cantai louvores ao nosso rei, cantai louvores. Pois Deus é o Rei de toda a terra; cantai louvores com inteligência” (Sl. 47:6-7).

Que quer dizer a palavra MARAVILHA? Ação extraordinária que causa admiração; prodígio; pessoa que por se destacar muito dos seus semelhantes se torna digna de admiração. Em geral aplica-se a palavra maravilha a grandes espetáculos, grandes eventos, grandes comemorações. Músicas belíssimas, obras literárias, grandes obras de arte, etc. Tudo o que deslumbra os olhos ou os sentidos. Tudo o que arrebata ou apaixona. A natureza tem também coisas maravilhosas. As cataratas do rio Iguaçu são maravilhosas; um pôr de sol avermelhado forma um quadro maravilhoso.

Quando se vê algo terrível, medonho, apavorante, a palavra usada nunca é maravilhoso mas sim tenebroso, ou assombroso, infernal.

Analisemos as maravilhas bíblicas“Louvai a Jeová, e invocai o seu nome; fazei conhecidas as suas obras entre os povos. Cantai-lhe, cantai-lhe salmos; falai de todas as suas maravilhas” (Sl. 105:1-2). O salmo começa com a palavras ALELUIA (Louvai a Jeová). Que maravilhas devem ser conhecidas entre os povos? São as maravilhas que proclamam a sua glória, por isso o salmista diz:“Anunciai entre as nações a sua glória; entre todos os povos as suas maravilhas” (Sl. 96:3). O próprio Jeová anuncia as maravilhas que devem ser anunciadas a todos os povos para aumentar a sua glória. Ele disse a Moisés: “Porque eu estenderei a minha mão, e ferirei o Egito com todas as minhas maravilhas” (Ex. 3:20). As maravilhas de Jeová não deslumbram os olhos e encantam os sentidos, mas apavoram e ferem. E Jeová disse mais: “Eu, porém, endurecerei o coração de Faraó, e multiplicarei no meio do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas” (Ex. 7:3). Que maravilhas foram aquelas que justificaram o fato de endurecer o coração de Faraó? Moisés nos conta: “ENTÃO JEOVÁ FARÁ MARAVILHOSAS AS SUAS PRAGAS, E AS PRAGAS DE TUA SEMENTE, GRANDES E DURADOURAS PRAGAS, E ENFERMIDADES MÁS E DURADOURAS” (Dt. 28:59). Desde quando praga é coisa maravilhosa? Pois Jeová ensinou o seu povo a dizer aleluia quando mandava pragas para os outros. Isso é se alegrar com a desgraça alheia. Se os egípcios fossem perversos seria satânico cantar aleluia com a desgraça deles. Mas não foi assim. Os egípcios eram amigos dos hebreus pelas bênçãos recebidas através de José. Antes de mandar as pragas, Jeová mudou o coração deles para que odiassem a Israel“Então Israel entrou no Egito, e Jacó peregrinou na terra de Cão. E ele multiplicou sobremodo o seu povo, e o fez mais poderoso que os seus inimigos. Mudou o coração deles para que aborrecessem o seu povo, para que tratassem astutamente aos seus servos” (Sl. 105:23-25)Jeová forjou a maldade dos egípcios para depois mandar pragas mortíferas, e depois ensina os cristãos a cantarem ALELUIA? É o mesmo Salmo 105, onde descobrimos a obra maligna de mudar os corações bondosos dos egípcios em corações malignos, que lemos: “(Aleluia). Louvai a Jeová, e invocai o seu nome; fazei conhecidas as suas obras entre os povos. Cantai-lhe, cantai-lhe salmos; falai de todas as suas maravilhas” (Sl. 105:1-2). E como Jeová achava maravilhosas as suas pragas. Ele disse a Moisés: “Faraó vos não ouvirá, para que as minhas maravilhas se  multipliquem na terra do Egito” (Ex. 11:9). Moisés, cego diante da tragédia daquele pobre povo, e também não sabendo o que os seus irmãos iam sofrer no deserto, no seu cântico, disse: “Ó Jeová, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu glorificado em santidade, terrível em louvores, obrando maravilhas?” (Ex. 15:11). O tempo passou, e Moisés vendo os filhos de Jacó, seus irmãos, com fome e com sede; vendo as crianças ressequidas debaixo do sol causticante, mudou o cântico: “E disse Moisés a Jeová: Por que fizeste mal a teu servo, que puseste sobre mim o cargo de todo este povo? Concebi eu porventura todo este povo? Gerei-o eu para que me dissesses: leva-o ao teu colo?” (Nm. 11:11-12). “Se assim fazes comigo, mata-me, eu te peço, se tenho achado graça aos teus olhos, não me deixes ver o meu mal” (Nm. 11:15).

Salmo 106 é um salmo de louvor, e começa assim: “Louvai a Jeová (aleluia), louvai a Jeová (aleluia), porque ele é bom, porque a sua benignidade é para sempre (Sl. 106:1).

1- “As águas cobriram os seus adversários” (Egípcios) – Salmo 106:11 – Aleluia!

2- “Abriu-se a terra, e engoliu a Datã, e cobriu a gente de Abirão” –  Sl. 106:17 – Aleluia!

3- “Levantou a sua mão contra eles (Israel), afirmando que os faria cair no deserto” – Sl.106:26 – Aleluia!

4- “Humilharia também a sua descendência entre as nações, e os espalharia entre as terras” – Sl.106:27 – Aleluia!

5- “Provocaram-me à ira com suas ações; e a peste rebentou entre eles” – Sl.106:29 – Aleluia!

6- “Se corromperam, pelo que se acendeu a ira de Jeová contra seu povo, de modo que abominou a sua herança” – Sl.106:39-40 – Aleluia!

Primeiro, o mal veio sobre o Egito, e os israelitas cantavam aleluia (louvai a Jeová), pelas desgraças dos outros, isto é, os egípcios. No Sl. 106, os males vieram sobre Israel, e os cristãos cantam aleluia pelos males e desgraças de Israel? Tudo isto porque Jeová habitava entre os louvores (Sl. 22:3). Os cristãos que ficam cantando aleluia (louvai a Jeová), que comprem um sítio, plantem verduras e cereais, e também árvores frutíferas, para ver se estão livres das pragas de Jeová, o pulgão, a lagarta, as formigas, etc. Que esses cristãos sejam dizimistas, e não usem agrotóxicos para ver se sua plantação não será dizimada (Ml. 3:10-12).

O cristão só deve glorificar a Jesus Cristo, e, se plantar, deve usar os agrotóxicos. Jesus não veio reformar este mundo, mas salvar os que puder para levá-los para o seu reino, que não é aqui na terra(II Tm. 4:18; I Pd. 1:3-4).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(318) – GLÓRIA DO ESPÍRITO SANTO – III

GLÓRIA  DO  ESPÍRITO  SANTO  3

            Todo cristão genuíno e fiel está revestido da glória de Deus. E essa glória resplandece mais nos padecimentos e tribulações. Um pastor foi convidado a fazer uma série de pregações em uma igreja do norte. Essa igreja o levou a pregar num leprosário. Isso aconteceu lá pelos anos de 1960. O pastor pregou numa sala cheia de leprosos. Depois foi levado a um quarto, onde, numa cama, se achava uma mulher, de certa idade, em estado terminal. Os cabelos quase todos caídos. O corpo coberto de manchas escuras e chagas. As extremidades dos dedos e das orelhas já desfeitos pela lepra. O pastor, vendo o horror daquele quadro, hesitou, e pensou: “Que é que vou pregar? Eu, cheio de saúde…” A mulher percebeu, e tirando uma Bíblia debaixo do travesseiro, assim falou: —Pastor, não sinta pena de mim, e não fique perturbado. O meu corpo está apodrecendo por fora, mas a minha alma está plena de saúde, e o meu espírito renova a cada instante. Sou uma mulher feliz porque sou de Jesus. Em breve deixarei esta casa em ruínas para viver eternamente na glória com Jesus. O Espírito Santo me consola com sonhos e visões celestiais, e eu me deleito lendo a palavra de Deus. — Esse pastor me disse: — Fui lá para pregar, mas quem deu a mensagem de Deus foi a paciente leprosa. — É por isso que Pedro disse: “Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus” (I Pd. 4:14). O cristão pode sofrer vitupérios, isto é, ultrajes, insultos, agravos, ofensas, acusações infamantes e ignominiosas, aviltamento injurioso. Pode sofrer tudo isto pelo nome de Cristo, que a sua glória mais aumenta diante de Deus (Hb. 13:12-13).

Referindo-se à glória de Deus que está em nós, os cristãos, Pedro faz a seguinte advertência:“Porque, que glória é essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis?” (I Pd. 2:20). Como pode um cristão ser esbofeteado por Satanás se está revestido da glória de Deus? Pois Pedro está declarando que, se o cristão peca, será esbofeteado por Satanás, mesmo estando cheio da glória. Lá pelos anos de 1950, eu ia com o meu violão pregar o Evangelho em uma praça da cidade de São Paulo. Um jovem de uns vinte anos, se apaixonou pelo meu trabalho, e me pediu para pregar também. Cantei alguns hinos, e a roda se formou. Dei-lhe a palavra, e ele cheio de vigor começou a pregar. Nisto, duas moças se aproximaram, puseram o dedo na cara dele e disseram: — Quem é você para falar de Jesus, seu sem vergonha? — Ele abaixou a cabeça esbofeteado por Satanás. Conheço muitos casos piores do que esse. Narrarei mais um. Um pastor, amigo meu, pregava no púlpito de sua Igreja, quando de repente uma outra voz começou a falar do auditório. Ele pensou: “Eu sou servo de Deus e estou qualificado, logo, essa voz deve ser do diabo”. Então gritou do púlpito: — Cala-te Satanás. — A voz respondeu, dizendo: — Está bem, mas saiba que o vice-presidente da Igreja é amante da mulher do Dr. Fulano. O diácono fulano de tal rouba as ofertas depositadas no gazofilácio. — E aquela voz do demônio que pegou a boca de uma visita, desmascarou diversos membros daquela Igreja. Foram todos esbofeteados por Satanás. Hoje em dia, os jornais e revistas têm, da parte de Satã, esbofeteado grandes líderes de grandes denominações.

Mas Satanás dá tapa na cara dos crentes de diversas maneiras. Uns são assaltados nas ruas, e não têm autoridade para amarrar o demônio. Outros estão morrendo de câncer como se Jesus não curasse mais. Outros vêem o filho se entregar ao uso de drogas para vergonha sua. Outros ainda assistem impotentes a prostituição da filha querida. Como se Jesus não guardasse. Quantas desgraças dentro dos lares cristãos. E Pedro continua dizendo: “Que glória é essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis?” (I Pd. 2:20). E quais os pecados tão letais que trazem conseqüências tão graves? Pode ser pecado de comissão, isto é, fazer coisas que o cristão não deve fazer. Ou pode ser pecado de omissão, isto é, deixar de fazer aquilo que todo cristão está obrigado a fazer, isto é, testemunhar fora da Igreja; perdoar ao devedor; repartir com os pobres; cuidar dos órfãos e das viúvas; visitar os enfermos e também orar pelos inimigos, se os tem. Há um terceiro pecado que abre a porta à Satanás. É o pecado de intenção, isto é, aquele que só nós sabemos, pois está encerrado no nosso pensamento e no nosso coração. Pois saibam que Satanás sabe, e nos esbofeteia publicamente. Mas não fiquem tristes, os cristãos. Paulo, o maior de todos os apóstolos, o maior dos cristãos, que dizia: Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo” (I Co. 11:1), também era esbofeteado por Satanás. Ouçamos as suas próprias palavras: “Para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, afim de me não exaltar” (II Co. 12:7). Uns pensam que o espinho era o problema que Paulo tinha nos olhos (Gl. 6:11). Outros pensam que era o fato de não ter uma companheira, isto é, a esposa (I Co. 9:5). O fato é que Paulo tinha um espinho na carne. E fez uma confissão: “E vós sabeis que primeiro vos anunciei o evangelho estando em fraqueza de carne; e não rejeitaste e nem desprezastes isso que era uma tentação na minha carne, antes me recebestes como um anjo de Deus, como Jesus Cristo mesmo” (Gl. 4:13-14). Paulo era vítima de uma tentação na carne. Esse era o espinho através do qual Satanás o esbofeteava. Paulo, entretanto, resistia àquela tentação, e dizia:“Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (I Co. 9:26-27).

Cristo, porém, conhece as nossas fraquezas, e foi esbofeteado em nosso lugar. Quando compareceu perante o sinédrio para ser julgado pelos sacerdotes. Quando confessou ser o Filho de Deus, foi condenado à morte. O sumo sacerdote rasgou os vestidos, e gritou: “Que vos parece? E eles, respondendo, disseram: É réu de morte. Então cuspiram-lhe no rosto e lhe davam punhadas, e outros o esbofeteavam” (Mt. 26:62-68).

Para terminar, conto mais um fato real: Um obreiro humilde e simples foi convidado a pregar em certa igreja. Durante a mensagem de poder, uma mulher se levantou, gritando e blasfemando, e saiu da Igreja batendo os pés. A igreja toda olhava para o pregador em silêncio. Ele então falou, dizendo: — Quero que vocês saibam que este caso é comigo. A mulher entrou na  igreja para ouvir a mensagem de Deus, e eu não admito que Satanás a arranque da Casa do Senhor, pois ela poderia ser salva. Agora, para que vocês saibam que eu sou um servo de Deus, vou dar uma ordem: Satanás, em nome de Jesus Cristo, onde você estiver, está repreendido, e vai trazer a mulher de volta para ouvir o evangelho. E para que todos saibam que eu sou servo de Deus, você vai se ajoelhar diante do púlpito”. O pregador cruzou os braços; e ficou em silêncio. Podia-se ouvir o barulho de uma mosca voando. Passaram-se uns cinco minutos, e a mulher entrou andando lentamente pelo corredor, foi até o púlpito, e se ajoelhou. Podia-se ver a glória de Deus sobre a cabeça daquele cristão cheio do Espírito Santo. E a mulher? A mulher foi libertada e salva.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(317) – GLÓRIA DO ESPÍRITO SANTO – II

GLÓRIA  DO  ESPÍRITO  SANTO  2

            Deus o Pai, é invisível: “Ora ao rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre” (I Tm. 1:17). Deus é invisível porque é Espírito, e Espírito não é matéria. É por isso que o apóstolo Paulo declara que Jesus Cristo é imagem do Deus invisível (Cl. 1:15). Não é na aparência física de Jesus que Deus pode ser visto, mas na sua bondade, na sua humildade, na sua misericórdia, na sua piedade, na sua virtude, e no seu caráter imaculado. Se o amor de Deus Pai só foi revelado na morte de Cristo na cruz pelos culpados (Gl. 1:4), fica claro que esse amor é tão imenso e sublime, que Deus jamais mataria algum homem criminoso e culpado. Mesmo porque Deus, o Pai, quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade (I Tm. 2:3-4). E toda a obra de Deus Pai é feita pelo Espírito Santo que o Cristo ressuscitado foi buscar (Jo. 16:7-11). Paulo esclarece essa verdade, dizendo: “Não erreis; nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito de nosso Deus” (I Co. 6:10-11).

O Deus Pai é o criador, o Filho é o salvador, e o Espírito Santo é o executor:

1- Para realizar a obra do Pai e do Filho, o Espírito Santo tem que ser a verdade, como Cristo é: “Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo: não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade” (I  Jo. 5:6).

2- As revelações dos mistérios de Deus e de Cristo estão no Espírito Santo: “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus” (I Co. 2:10). Jesus disse: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas” (Jo. 14:26).

3- A virtude está no Espírito Santo. Jesus, depois de ressuscitado, disse aos seus discípulos: “Eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc. 24:49). E na hora de ascender aos céus, Jesus disse: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At. 1:8). Concluímos que poder e virtude, espiritualmente são a mesma coisa. A virtude para testemunhar de Cristo, é o poder de testemunhar. A virtude para curar é o poder de curar enfermidades.

4- Deus é amor, e esse amor de Deus nunca foi conhecido pelos homens antes de Cristo. O amor que os homens conhecem é egoísta, pois ama possessivamente. Ama se convém amar. Ama com amor de concupiscência. Ama condicionalmente. O amor de Deus é diferente. Paulo nos revela: “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8). O pecador é o inimigo de Deus, é o que afronta a Deus, é o blasfemo e profano, é o filho do diabo; o ladrão, o homicida, o adúltero, a prostituta, etc. Pois Deus, que é amor, entregou seu único Filho para morrer por eles, sendo eles perversos, por isso João diz: “Nisto está a caridade, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou o seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (I Jo. 4:10). “De tal maneira amou Deus o mundo que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16). Pois esse amor imensurável, incompreensível, divino, é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado. Essa é a glória do Espírito Santo. O amor de Deus em Cristo Jesus, consegue arrancar os homens da bebida, do jogo e das drogas. Esse amor paternal e sublime arrebata os perdidos do submundo do crime; esse amor do Pai, revelado na cruz de Jesus, quebra os grilhões que mantêm cativas as meretrizes na prostituição. Esse amor celestial destrói o poder do inferno e do diabo, libertando os presos, e transportando-os das trevas para a luz. Pois esse amor é derramado em nossos corações pelo seu Espírito Santo que nos foi dado (Rm. 5:5). Deus é amor, e porque é amor, não pode deixar de amar (I Jo. 4:8). Aquele que recebe o Espírito Santo de Deus também não pode deixar de amar, porque o amor é Deus habitando dentro dele, por isso João diz: “Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (I Jo. 4:7). Deus habita na luz inacessível (I Tm. 6:16). E aquele que ama a seu irmão está na luz, isto é, está ao lado de Deus, na luz inacessível, pois os homens não conseguem definir a dimensão do amor de Deus, que é visto nas nossas obras.

5- Como Deus realiza essa obra gigantesca de sermos inundados e possuídos pelo amor de Deus? Paulo explica com detalhes: “Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; afim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef. 3:16-19).

Ora, Pedro afirmou que o Espírito da glória de Deus repousa sobre os bem-aventurados, que padecem por Cristo (I Pd. 4:14). Se o Espírito Santo habitar em nós, três coisas sobrenaturais acontecem: “Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (I Co. 6:19). Primeiramente a habitação do Espírito Santo transforma o nosso corpo em templo de Deus. Em segundo lugar passamos a ser propriedade exclusiva de Deus. Em terceiro lugar, Deus habita em nós pelo Espírito Santo: “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para templo santo do Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados PARA MORADA DE DEUS EM ESPIRITO” (Ef. 2:20-22).

A glória de Deus em nós consiste na habitação do Espírito Santo! É isto que Jesus quis dizer quando falou“Eu dei-lhes a glória que a mim me destes” (Jo. 17:22).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(316) – GLÓRIA DO ESPÍRITO SANTO – I

GLÓRIA  DO  ESPÍRITO  SANTO  1

            A glória de Deus está no Espírito Santo: “Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus” (I Pd. 4:14). É chamado Espírito da glória porque nele residem: A bondade de Deus, a misericórdia, a caridade e o amor de Deus. No Espírito estão a graça e a providência de Deus; estão a ciência e os atributos de Deus; por isso mesmo Deus é Espírito segundo as palavras do apóstolo João, que diz: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo. 4:24).

Jesus Cristo, antes de receber o Espírito Santo, permaneceu incógnito por trinta anos. Ao completar essa idade, veio da Galiléia ao encontro de João, junto do Jordão para ser batizado por ele(Mt. 3:13). “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt. 3:16-17). O apóstolo Pedro explica o que aconteceu nesse momento: “Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido” (II Pd. 1:17). É óbvio que a glória de Deus revestiu Jesus quando desceu sobre ele o Espírito Santo. A partir desse momento Jesus saiu do anonimato e deu início ao seu glorioso ministério, curas, libertações e prodígios. No livro de Atos dos Apóstolos, lemos: “Esta palavra, vós bem sabeis, veio por toda a Judéia, começando pela Galiléia, depois do batismo que João pregou. Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At. 10:37-38). Sendo assim, se alguém declara que tem o Espírito Santo, mas não se vê na sua vida a glória de Deus, esse tal é mentiroso. O fato é que o mundo tem sido escandalizado por muitos, que dizendo-se cristãos, são carnais e mundanos, andando segundo as suas próprias concupiscências; adúlteros, mercenários e sem amor pelas ovelhas de Jesus. Há uma enorme matilha de lobos que conseguem passar por pastores, e devoram as ovelhas. Paulo se refere a esses tais com as seguintes palavras: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências. Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade” (II Tm. 3:1-7).

Mas o fato é que Jesus declara que dá aos cristãos a glória que recebeu do Pai: “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um” (Jo. 17:22). Que tipo de unidade é esta? É unidade na vida reta e pura, na vida de amor e piedade, na vida de humildade e renúncia, na vida de santidade e testemunho permanente.

Pedro, que ensinava que o cristão cheio do Espírito Santo era cheio da glória de Deus, vendo muitos carnais e mundanos na Igreja, assim se refere a eles: “Porque, que glória é essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis?” (I Pd. 2:20). Um cristão cheio do Espírito Santo, sendo esbofeteado em público, é a maior humilhação que existe.

Jesus declarou que nos deu a glória de Deus porque nos batiza com o Espírito Santo, porque nos enche do Espírito Santo, e assim nos enche da glória de Deus, e essa glória não pode ficar retida e escondida. Paulo diz: “Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (II Co. 3:18). E se a glória do Espírito Santo está em nós:

1- Então haverá a unidade do Espírito, porque o Espírito sabe quem é de Deus e quem não é (Ef. 4:3).E assim a maledicência desaparece. Onde não está a glória do Espírito Santo, reina a confusão, a maledicência, a fofoca e as divisões.

2- Havendo unidade haverá paz perfeita, por isso Paulo disse: “Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef. 4:3). Mas a glória do Espírito Santo é tão grande, que é possível ter paz com todos os homens (Rm. 12:18). E a glória resplandece nos céus quando amamos os inimigos, bendizemos os que nos maldizem, fazemos bem aos que nos odeiam, e oramos pelos que nos maltratam e perseguem (Mt. 5:44).

3- Se a glória do Espírito Santo repousa sobre nós, temos sabedoria e revelação de Deus, pois são iluminados os olhos do nosso entendimento, para que saibamos qual é a esperança da nossa vocação, e quais as riquezas da glória da herança de Deus nos santos (Ef. 1:17-18)Quando Deus revela a sua sabedoria, oculta em mistério, e quando revela as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, isto é, as profundezas de Deus, podemos ver deslumbrados a glória do Espírito Santo repousando sobre a cabeça desse cristão (I Co. 2:7-10).

4- Repousando sobre nós a glória do Espírito Santo, abundarão os dons: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. A um é dada a palavra da sabedoria; a outro a palavra da ciência; a outro é dada a fé (para remover montanhas); a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; a outro a operação de maravilhas; a outro é a profecia; e a outro o dom de discernir espíritos; a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas” (I Co. 12:7-11).

5- Quando vemos o amor e comunhão reinando entre os irmãos de uma Igreja, vemos ali a glória de Deus, pois o amor é derramado pelo Espírito Santo (Rm. 5:5).

Conheci um cristão, tão cheio de virtude e caridade, tão prestativo e útil a toda a vizinhança de seu bairro, que, sendo obrigado a mudar de cidade por motivos de trabalho, anunciou aos vizinhos o inevitável. Na véspera da mudança, uma multidão de toda aquela rua reuniu-se em frente à casa daquele servo de Deus. Uns eram católicos, outros ateus, outros ainda espíritas, outros adeptos do candomblé. As mulheres choravam dizendo: Doutor, o senhor vai embora, que vai ser de nós? Aquele cristão a todos atendia. Uns nas necessidades, outros na doença, outros nas aflições, outros em acidentes. Bem disse Jesus: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam eles as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt. 5:16).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(315) – DEUS DA GLÓRIA – II

DEUS   DA   GLÓRIA   2

            Segundo o conceito humano, o que é glória? É honra, fama, celebridade adquirida por grandes obras; feitos importantes; talentos, virtudes, etc. Glória artística: Leonardo Da Vince, célebre pintor e autor do quadro “A ceia de Cristo”, foi também escultor, arquiteto, físico, engenheiro, escritor e músico. Nasceu em 1452 e morreu em 1519. Até hoje sua glória não se apagou. Seu contemporâneo Miguel Ângelo, pintor, escultor, arquiteto e poeta italiano  pintou a cúpula de São Pedro, de Roma. Também pintou a capela Sixtina. Essas pinturas se conservam até hoje. Nasceu vinte e três anos depois de Leonardo. Na poesia, Luiz de Camões, o mais ilustre poeta português, nascido em 1524, na cidade de Coimbra, na vida secular foi um fracasso. Depois dos 50 anos foi amargurado por enfermidades e miséria, e faleceu aos 56 anos. Sua grande obra foi “As Lusíadas”. Escreveu poesias notáveis, e seu brilho nestes quinhentos anos não se apagou. A Grécia produziu homens de grande glória. Sócrates se distinguiu na filosofia, isto é, a noção do bem como efeito essencial da inteligência e da ciência. Viveu de 468 a 400 AC. Exerce grande influência até hoje nas faculdades de direito e filosofia. Platão foi discípulo de Sócrates e escreveu “Os Diálogos”, onde divulga os pensamentos do mestre. A filosofia de Platão é a expressão mais alta do idealismo, e aproxima-se muitas vezes das idéias cristãs. Seu brilho é imenso. O discípulo de Platão, Aristóteles, é o maior pensador da história humana. Viveu de 384 a 322 AC. Seu gênio abrangeu todas as ciências de seu tempo. Suas obras mais importantes foram: “A Retórica”, “A Poética”, “Dois Tratados de Moral”, “A Política”, “A História dos Animais”, “A Física”, “Os Meteoros”, “O Céu”, “A Metafísica”, etc. Na Idade Média, Aristóteles era oráculo dos filósofos e dos teólogos. São Tomaz de Aquino, que viveu no século XII, na sua famosa “Suma Teológica”, no tratado sobre os anjos, faz oitenta citações de Aristóteles. Este grande pensador foi o primeiro a provar a diferença entre alma, corpo e espírito com uma clareza assombrosa.

Vamos agora falar do maior homem que viveu neste mundo: Jesus Cristo e sua glória. Jesus é o Senhor da Glória (I Co. 2:8; Tg. 2:1). Não só Senhor, mas também é o Pai da glória (Ef. 1:17). Como vimos no estudo número um, o pai é o que dá origem, o que traz à luz a glória. Jesus é o Deus da glória.

A maior glória de Jesus não é exibir a glória. Ao nascer, escolheu uma família pobre, e em uma estrebaria, entre animais sua mãe lhe deu à luz. Passou a infância no anonimato. Quando se manifestou ao seu povo depois do batismo de João, disseram: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele” (Mc. 6:3). Jesus era um pobre carpinteiro de mãos calejadas. O profeta Isaías assim o descreve: “Era desprezado, e o mais indigno entre os homens; homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum” (Is. 53:3). “Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura mais do que os outros filhos dos homens” (Is. 52:14). Com aquele seu aspecto decidiu ir até Jerusalém, e mandou mensageiros diante de sua face; e indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos para lhe prepararem pousada, mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia à Jerusalém, isto é, aspecto de andarilho pobre (Lc. 9:51-53).

Jesus poderia, se quisesse, nascer em berço rico, pois era o Messias enviado ao mundo para restaurar Israel. Por que então agia dessa forma? Estaria Jesus querendo ensinar aos discípulos que tudo neste mundo é falso? Pedro parece que aprendeu, pois disse“Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem coma a erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor” (I Pd. 1:24).Neste mundo tudo é passageiro, por isso Paulo disse: “Os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa” (I Co. 7:31). Tiago e João aproximaram-se de Jesus, e lhe disseram: “Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda” (Mc. 10:37). Jesus disse-lhes: “Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes delas se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas; mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal. E qualquer que entre vós quiser ser o primeiro será servo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc. 10:42-45). Paulo descreve o sentimento de Jesus Cristo com as seguintes palavras: “De sorte que haja entre vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp. 2:5-8).

Jesus foi tão diferente de nós, os homens. Os homens buscam ser alguém, buscam sucesso, estatus; buscam posições eminentes; buscam riquezas; buscam o conhecimento, a ciência, a fama, méritos, coisas que Cristo não buscou. Jesus disse: “Eu não busco a minha glória” (Jo. 8:50). Jesus fazia milagres e prodígios extraordinários. É claro que a divulgação dos milagres traria fama. Para evitar a fama Jesus proibia que divulgassem as curas. Um leproso foi curado da lepra. Jesus disse-lhe: “Olha, não digas nada a ninguém”. Mas o leproso começou a divulgar, e Jesus teve de sair da cidade, e se esconder no deserto (Mc. 1:40-45).

Ao mesmo tempo em que Jesus escondia-se da fama e do prestígio, apresentava-se publicamente de forma humilde e paupérrima. E do mesmo modo que não buscava glória (Jo. 8:50), também não recebia glória dos homens (Jo. 5:41). E por que não recebia? Porque os homens são volúveis. O discípulo de hoje apunhala amanhã (Jo. 2:23-25). Pela profecia, o Messias, rei de Israel, entraria em Jerusalém montado num jumentinho (Zc. 9:9). E Jesus entrou dessa maneira. O povo estendia seus vestidos pelo caminho, e muitos cortavam os ramos das árvores, e os espalhavam pelo caminho, e o seguiam clamando: “Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor; Hosanas nas alturas” (Mc. 11:1-11). Pois bem. Os mesmos que aplaudiam, persuadidos pelos anciãos e príncipes dos sacerdotes, exigiram a crucificação de  Jesus  (Mt. 27:15-25).  E   o   mudo   cordeiro   foi  levado  ao  matadouro

(Is. 53:7).

A maior glória de Jesus foi não buscar a glória, e nem receber glória. Jesus buscou a pobreza, pois queria dar exemplo da renúncia dos bens deste mundo, que são falsos e ilusórios. Mas há uma coisa que Jesus buscou com todas as forças e potências da alma: Foi buscar a glória de outro. Sim! De Deus Pai. Ele declarou: “Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça” (Jo. 7:18). Na oração sacerdotal disse: “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumando a obra que me deste a fazer” (Jo. 17:4).Jesus só vai se manifestar em glória, na sua volta e no arrebatamento da Igreja. Paulo disse: “Quando vier para ser glorificado nos seus santos, e para se fazer admirável naquele dia em todos os que crêem” (II Ts. 1:10). E outra vez: “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória” (Cl. 3:4).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(314) – DEUS DA GLÓRIA – I

DEUS   DA   GLÓRIA   1

         Estêvão era um dos sete diáconos eleitos para servir as mesas (At. 6:1-5)Estêvão era homem cheio de fé e poder, e fazia prodígios e grandes sinais entre o povo (At. 6:8)A principal virtude de Estêvão era a sabedoria. No capítulo sete do livro de Atos, é nítido o conhecimento que Estêvão tinha do povo de Israel, seu povo. Como o seu prestígio crescia, levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, e dos cirineus e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão. E não podiam resistir à sabedoria, e ao espírito com que falava (At. 6:8-10).

Estêvão fez a seguinte narrativa histórica: “Varões irmãos, e pais, ouvi. O Deus da Glória apareceu a nosso pai Abraão, estando na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã” (At. 7:2).Comparando com Gênesis 12:1-4, notamos que Jeová chamou Abraão quando estava em Harã, ao passo que pela narrativa de Estêvão, este nos revelou que o Deus da glória chamou Abraão quando ainda habitava em Hur dos Caldeus, antes de habitar em Harã. Foram portanto dois chamados semelhantes, porém com promessas diferentes.

A pergunta que fazemos é: QUEM É O DEUS DA GLÓRIA? É O PAI? Analisemos a Bíblia. Falando da acepção de pessoas na Igreja, Tiago diz na sua epístola: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da Glória, em acepção de pessoas” (Tg. 2:1). Quando a Bíblia fala de Jesus como Senhor, revela que em matéria de glória, tudo o que se pode cogitar está debaixo da autoridade de Cristo. Cristo é o Senhor da glória no céu e na terra, no tempo e fora do tempo, por isso mesmo, o apóstolo Pedro diz: “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre” (I Pd. 4:11). A Jesus Cristo pertence a glória para todo o sempre, porque é o Senhor da Glória. Os judeus não tiveram olhos para identificar o Senhor da Glória. Quem disse isso foi Paulo: “Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos tempos dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu, porque, se a conhecessem, nunca crucificariam o Senhor da Glória” (I Co. 2:7-8). O detalhe fantástico deste texto é que os príncipes deste mundo são os sacerdotes do velho concerto, e a Bíblia revela que nenhum deles conheceu a sabedoria de Deus, e por isso crucificaram o Senhor da Glória, isto é, rejeitaram-no como falso Senhor.

Paulo nos faz a segunda revelação sobre o Deus da Glória: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o PAI DA GLÓRIA, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação” (Ef. 1:17). Jesus é o Pai da glória. Quem é o Pai da Glória? É aquele que gerou a glória; é aquele que trouxe à luz a glória, por isso é o Pai da Glória. Jesus é o Pai da glória porque antes dele não havia glória; e porque fora dele não há glória; e porque sem ele não haveria glória.

A Glória de Deus não haveria sem Jesus Cristo. É Paulo que faz essa revelação: “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da Glória de Deus, na face de Jesus Cristo” (II Co. 4:6). É tremendo! A Glória de Deus só pode ser conhecida na face de Jesus Cristo. Como explicar isso? A resposta é tão simples e lógica. Paulo outra vez, trazendo luz para nós, dizendo: “Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e que habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterna. Amém” (I Tm. 6:16). Este texto revela que Deus, o Pai, nunca foi visto por homem algum, e que jamais poderá ser visto por homens. Deus, o Pai, não está ao alcance dos homens, pois habita na luz inacessível. No entanto, o apóstolo João declarou: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer” (Jo. 1:18). Se Deus só pode ser conhecido em Jesus Cristo, Cristo é o Pai da Glória, pois sem Jesus a glória de Deus Pai jamais seria conhecida.

Na epístola aos Hebreus está escrito: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos neste últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo resplendor de sua glória, e a expressa imagem de sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à dextra da majestade nas alturas” (Hb. 1:1-3). No verso três deste texto temos quatro grandes verdades: 

1. Jesus é o resplendor da glória de Deus, isto é, sem Jesus a glória de Deus seria apagada. Resplendor é resplandecer com grande fulgor, brilhar com grande fulgor; é manifestar-se brilhantemente. Enquanto os críticos não cristãos condenam a ira e o furor do deus de Israel no Velho Testamento; condenam as vinganças sangrentas e as matanças; condenam as injustiças do deus tribal que faz acepção de pessoas; o deus que mata crianças inocentes pelo pecado dos pais; olhando para Jesus Cristo no Novo Testamento, são obrigados a reconhecer a bondade, a caridade e a misericórdia de Deus Pai, pois Cristo é o resplendor da Glória de Deus (Hb. 1:3).

2. Jesus é a expressa imagem de Deus. Jesus é manso e humilde, logo, Deus é manso e humilde. Jesus amou tanto os perdidos, que deus a sua vida na cruz para salvá-los, e para livrá-los deste mundo, segundo a vontade de Deus (Gl. 1:4). Deus, que é amor, não poupou seu Filho unigênito, antes o entregou por todos nós, provando amar como o Filho amou, porque Jesus é o resplendor da sua glória. Deus Pai revestiu Jesus de Glória e honra, quando da magnifica glória falou: “Tu és o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido” (II Pd. 1:17). E Jesus declarou: “E eu dei-lhes a glória que a mim me destes, para que sejam um, como nós somos um” (Jo. 17:22). Qual é a glória que Jesus nos deu? Que fôssemos chamados filhos de Deus“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef. 2:10). O que Jesus quer para nós, os cristãos, é que Deus, o Pai, comprazendo-se nas nossas obras, possa dizer para cada um de nós: “Tu és meu filho amado em quem me comprazo” (II Pd. 1:17; Jo. 17:22). E sabem por que Jesus faz esse prodígio? Porque é o Pai da Glória; é o resplendor da glória; e a expressa imagem de Deus.

3. Jesus sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder, e assim as suas promessas não mudam quando o homem fracassa, por isso Paulo disse: “Se formos infiéis, ele permanece fiel: não pode negar-se a si mesmo” (II Tm. 2:13). Jesus é o autor e consumador da fé. Jesus salva os crentes para que possam ver a glória de Deus, e possam viver eternamente na glória, por isso Paulo declarou:“Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória” (Cl. 3:4). QUAL A CONCLUSÃO QUE ESTE ESTUDO NOS TRAZ? O DEUS DA GLÓRIA, A QUEM ESTÊVÃO SE REFERE EM ATOS 7:2 É JESUS CRISTO, QUE APARECEU A ABRAÃO EM HUR DOS CALDEUS, E LHE PREGOU O EVANGELHO.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(313) – GLÓRIA DE DEUS

GLÓRIA  DE  DEUS

         “Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor; visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude; pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo” (II Pd. 1:2-4). Poderá o cristão conhecer a Deus verdadeiramente? Poderá o cristão ser participante da natureza divina? Poderá o cristão, participando da natureza divina, escapar da corrupção que pela concupiscência há no mundo?

Só podemos ter alguma noção da glória de Deus conhecendo-o, mas Jesus disse: “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai: e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt. 11:27). Os judeus conheciam o carpinteiro, filho de José; e de mãos calejadas (Mc. 6:1-3). Jamais podiam imaginar que atrás daquela aparência humilde estava o Messias ungido, o salvador de todos os homens, o juiz universal, o Deus encarnado (I Jo. 5:20). Em outra ocasião, Jesus declarou aos religiosos judeus, que lhe perguntaram: “Onde está teu Pai?”, ao que Jesus respondeu: “Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai” (Jo. 8:19). Os príncipes dos sacerdotes, os fariseus, os escribas, os saduceus, nenhum deles conheceu Jesus, e não conhecendo Jesus também não conheceram o Pai. Paulo disse: “Falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para a nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu, porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória” (I Co. 2:7-8). João disse: “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo. 1:10- 11). Não conhecendo a Cristo, não conheceram o Pai; não recebendo a Cristo não receberam o Pai. Como iam tributar glória àquele que não conheceram? Não glorificando a Jesus Cristo não glorificaram o Pai. João fala novamente dizendo: “Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou” (Jo. 5:23). E João continua dizendo: “Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; e aquele que confessa o Filho, tem também o Pai” (I Jo. 2:23). Os judeus negaram a Cristo, e o entregaram para ser crucificado como impostor, e até hoje não o aceitam, logo não conhecem o Pai, não honram ao Pai, e não tributam glória ao Deus Pai. E se os judeus que eram o povo escolhido, não glorificam a Deus, os gentios muito menos. Muitos cristãos e doutores dos nossos dias dirão: Nós glorificamos a Deus, e vivemos para a glória de Deus. Há um detalhe que deve ser considerado: Os cristãos crêem no mesmo deus que os judeus conheciam e adoravam quando crucificaram a Jesus.

E Jesus declarou em alta voz: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo. 14:6). O deus que os israelitas conheceram, não o conheceram através de Cristo, mas através de Moisés, que foi o mediador (Gl. 3:19). Os crentes insistem em glorificar o deus que se revelou sem Jesus, e antes de Jesus, e que era ávido de glória.

Jesus, o Pai, e o Espírito Santo são uma só essência, por isso, sendo três pessoas, são uma só verdade. Este é o mistério da trindade. Jesus então declarou: “Eu e o Pai somos um” (Jo.10:30). E Jesus disse mais: “Eu não busco a minha glória” (Jo. 8:50). Como Jesus e o Pai são um, o Pai também não busca glória. E Jesus continua, falando: “Eu não recebo glória dos homens” (Jo. 5:41).Como Jesus e o Pai são um em essência, o Pai também não recebe glória dos homens. E por que o Pai e o Filho não recebem glória dos homens? Porque os homens mudam. Os mesmos que glorificaram a Cristo, quando entrou em Jerusalém montado em um jumentinho, clamando: Hosana ao filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas maiores alturas; esse mesmo povo entregou Jesus para ser crucificado (Mt. 21:8-10; 27:20-25).

Há outro detalhe a ser considerado ainda. Os adoradores de Jeová argumentam que Jeová deus se manifestou a eles, mas eles não o conheceram porque estavam cegos pelo pecado e dureza de coração. Este argumento não cola, pois é Jeová que declara que se deu a conhecer: “Assim diz o senhor Jeová: No dia em que escolhi a Israel, levantei a minha mão para a descendência da casa de Jacó, e me dei a conhecer a eles na terra do Egito” (Ez. 20:5). “O que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou Jeová, que faço a beneficência, juízo e justiça na terra” (Jr. 9:24). “Jeová é conhecido pelo juízo que fez” (Sl. 9:16). “Conhecido é deus em Judá, grande é o seu nome em Israel.” (Sl. 76:1). “Dentre os que me conhecem, farei menção de Raabe e de Babilônia” (Sl. 87:4). São fartos os textos nos quais o próprio Jeová afirma ser conhecido. Mas Jesus afirma, como vimos acima, que ninguém conhece o Pai. Jesus deveria ter dito: Vocês não me reconhecem, mas conhecem o Pai, que me enviou. Os judeus davam glória a Jeová, e não deram a Jesus, e Jesus declarou que eles não conheceram o Pai, que o enviou. Nós ficamos com Jesus. Quando Jesus voltar, os verdadeiros hereges serão conhecidos.

Não crendo em Jesus, eles não glorificaram o Pai, pois para glorificar ao Pai deveriam crer em Jesus. Como dissemos no princípio, Jesus não recebe glória dos homens (Jo. 5:41). E obviamente o Pai também não recebe glória dos homens. Mas Jesus declarou, dizendo ao Pai: “EU GLORIFIQUEI-TE NA TERRA, TENDO CONSUMADO A OBRA QUE ME DESTE A FAZER. E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo. 17:4-5).Homem nenhum poderia realizar a obra que Cristo realizou, logo jamais poderia glorificar a Deus. Deus, o Pai, só recebe glória do Filho unigênito, e o Filho só recebe glória de Deus, o Pai, por isso Pedro declarou: “Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (II Pd. 1:17).

Só Jesus pode glorificar a Deus Pai, porque o Pai só pode ser conhecido, não através de Cristo, mas em Cristo. “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer” (Jo. 1:18). Só Jesus pode glorificar o Pai, pois na carta aos Hebreus lemos: “A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor de sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas” (Hb. 1:2-3).

Como ficam os cristãos? Só servem para a vergonha de Deus e de Jesus? Não! Nós os cristãos, fomos predestinados, segundo a vontade de Deus, com o fim de sermos para louvor da sua glória (Ef. 1:11-12). A nossa e vida e nossas obras, arrancam dos ímpios os louvores. Quem glorifica a Deus, são os não crentes. Jesus disse: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céu” (Mt. 5:16).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(312) – CORDEIRO DE DEUS

CORDEIRO  DE  DEUS

         Na carta aos Hebreus lemos: “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé” (Hb. 12:2). O autor é o criador da obra. É aquele que concebe na mente e no coração. É aquele que apresenta algo que nunca ninguém pensou antes dele. Jesus tem direitos autorais da obra da salvação. Podemos dizer que Jesus engendrou a obra da salvação pela fé.

O arquiteto é o autor do projeto, e a empresa construtora constrói o prédio, isto é, vai consumar a obra. Com Jesus é diferente. Ele concebeu, e ele mesmo concluiu a obra, isto é, consumou, por isso é autor e consumador da fé. E Jesus diz mais sobre o assunto para que não fique dúvida: “Por isso o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la; Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la” (Jo. 10:17-18)

Sendo assim, ninguém persuadiu Jesus a morrer na cruz pelos pecadores perdidos. Ninguém o obrigou a subir naquela cruz maldita. Por que então, no Getsêmani Jesus orou em agonia mortal, dizendo: “Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres”

(Mt. 26:39)?

O evangelista Lucas se expressa um pouco diferente: “Pai, se queres, passa de mim este cálice, todavia não se faça a minha vontade, mas a tua”

(Lc. 22:42).

Jesus estava apavorado diante da cruz fatal? Isto pensam muitos. Muitos estudiosos concluíram que Jesus não estava suportando separar-se dos discípulos, a quem amava mais do que a vida. Outros ainda que Jesus, que veio para salvar seu povo, não estava suportando o desprezo e abandono dos que antes o louvaram como rei (Mt. 15:24; 21:4-11). Nós concluímos que Jesus, que nunca pecou, não estava agüentando a carga dos pecados e das imundícias praticados por todos os homens e mulheres de toda a humanidade, maculando o seu corpo imaculado, pois ele nunca pecou. Isaias, profeta, disse:“Jeová fez cair sobre ele os pecados de todos nós” (Is. 53:6). Jesus sorveu o cálice de esterco dos pecadores abomináveis (Sl. 75:8). Com certeza não era medo de morrer na cruz que trazia tamanha agonia para Jesus.

Jesus falou repetidas vezes aos discípulos da sua morte: “O filho do homem será entregue na mão dos homens; e matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará” (Mt. 17:22-23). Repetiu com mais detalhes em Mt. 20:18-19. O Evangelista Lucas narra essa declaração também (Lc. 18:31-33). Uma outra vez, Jesus falou de sua morte e Pedro se opôs. Jesus então disse: “Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo” (Mt. 16:23). Era tal o amor que Jesus tinha pelos perdidos, que morrer era uma paixão. E quem se opusesse era tratado como satanás (Hb. 2:9)

Se Jesus é o autor e consumador da fé como vimos acima, por que está escrito que foi obediente até a morte, e morte de cruz? Se Jesus obedeceu a alguém para morrer na cruz, não é autor e consumador (Fl. 2:6-8). E noutro lugar: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hb. 5:8). Este texto revela que padeceu obedecendo a alguém. Qual a verdade sobre a morte de Jesus na cruz? Comecemos pela profecia de Isaías: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada uma se desviava pelo seu próprio caminho; mas Jeová fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós. Ele foi oprimido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a sua boca” (Is. 53:6-7). Quem exigia sacrifício de ovelhas e cordeiros era Jeová (Lv.1:10; 3:7; 4:32). Sendo assim, Jesus como cordeiro é exigência de Jeová. O texto de Isaías, acima, diz que Jesus, como um cordeiro foi levado ao matadouro (Is. 53:7). E diz mais Isaías: “Pela transgressão do meu povo foi ele atingido” (Is.53:8). E Isaías foi mais fundo: “Todavia, a Jeová agradou moê-lo, fazendo-o enfermar.” (Is. 53:10). Ora, se os holocausto e sacrifícios foram ordenados por Jeová, como lemos em Êxodo 20:24; se as ovelhas e cordeiros foram ordenanças de Jeová, Jesus, como cordeiro de deus, é de autoria de Jeová. No Texto de Isaías deveria estar escrito o seguinte: “Jesus agradou-se de ser moído”, ou então: “Foi livremente ao matadouro”. Foi isso que Jesus declarou a Pedro em Mt. 16:20-23, e também em Jo. 10:17-18, quando se declara o bom pastor: “EU SOU O BOM PASTOR; O BOM PASTOR DÁ A SUA VIDA PELAS OVELHAS” (Jo. 10:11). Esta declaração pressupõe que há um mau pastor que tira a vida das ovelhas.

João Batista, ao ver Jesus, bradou: “Eis o cordeiro de deus, que tira o pecado do mundo” (Jo. 1:29). À semelhança dos sacrifícios de cordeiros no Velho Testamento para Jeová perdoar pecados (Lv. 4:32-35), Jesus ia ser morto para que os judeus fossem perdoados, por isso, Caifás, o sumo sacerdote, declarou: “Não considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação?” (Jo. 11:49-51). Caifás só falou da morte e não da ressurreição. Jesus, quando morreu, era unigênito (Jo. 3:16), mas quando ressuscitou era primogênito, não mais unigênito, pois este morreu para sempre. É por isso que a morte de Jesus não justifica e nem salva. “Ele por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Rm. 4:25). E logo mais a frente, lemos: “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm. 5:10). A morte de Jesus, o unigênito, não salva ninguém, apenas reconcilia. Mas a ressurreição salva, por isso Paulo disse:“Seremos salvos pela sua vida”.

Em Gn. 22:1 e 2, Jeová provou Abraão, dizendo: “Abraão, toma a teu único filho, a quem amas, vai ao monte Moriá, e ali oferece-o em holocausto a mim”. Jeová pediu o sacrifício. Ora, Abraão é figura de Deus (Lc. 16:22-25). Isaque é figura de Jesus (Rm. 9:9-10; Hb. 11:17-19). EmGn.22:1-2, em figura, o Deus Pai foi desafiado por Jeová a matar o próprio filho unigênito, isto é, o único.

Em Rm. 8:32 lemos que o Pai não poupou o seu Filho, antes o entregou por todos nós. Sendo assim, Jeová pediu e o Pai, por amor a nós, o entregou porque Jesus se prontificou a consumar o plano da salvação, logo Jesus é o autor e consumador. Para resgatar os que Jeová tinha cativos, tinha de obedecer as regras da lei ordenadas por Jeová, e ser imolado como cordeiro. Jesus, no batismo assumiu nossos pecados, por isso, no batismo somos perdoados e lavados (At. 2:38; 22:16). Tornou-se assim pecador não tendo cometido pecado; e Jesus sabia o seguinte: “Horrenda coisa é cair nas mãos do deus vivo” (Hb. 10:31). Todo o furor de Jeová caiu sobre Jesus (Dt. 29:20; 9:13-14). A vingança de Jeová sobre o seu povo caiu sobre Jesus. Mas o Pai, que é amor, ressuscitou a Jesus dentre os mortos. Jesus ressuscitado não é mais unigênito, mas primogênito, pois os que são de Cristo são seus irmãos(Rm. 8:39). Por isso também Jesus é o primogênito dentre os mortos, isto é, o primeiro de uma linhagem (Col. 1:18). “E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra. Aquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados” (Ap. 1:5).

Para o Pai, Jesus é o Filho unigênito, para Jeová é o cordeiro sem mácula. Para Jeová, segundo a carne, Jesus foi obediente até a morte, para cumprir a lei estabelecida por Jeová (Fp. 2:6-9; Mt.5:17-18). Para o Pai Jesus é o autor e consumador da fé, por isso está escrito: “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual pelo gozo que lhe estava proposto suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus” (Hb. 12:2).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(311) – O TODO PODEROSO – II

O TODO PODEROSO 2

         Já vimos no estudo No 158 que Jeová se declarou a Abraão como sendo o El Shaday (o todo poderoso). Registramos naquele estudo farto material documentando os poderes de El Shaday, isto é, Jeová, ou Javé, ou Jaldabaot, como queiram os estudiosos.

Jesus também se declara o Todo Poderoso após a ressurreição, quando deu as últimas instruções aos apóstolos: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt. 28:18). A diferença entre Jeová e Jesus é que Jeová declarou: “Antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá” (Is. 43:10). Jesus, ressuscitado, falou: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt. 28:18). Quem deu a Jesus todo o poder era maior que ele. Para Jesus havia um Deus antes dele, e para Jeová não. Jeová afirmou que depois dele nenhum deus haveria (Is. 43:10). Paulo revela que quando Jesus tiver todas as coisas debaixo dos pés, e tiver aniquilado todo império, potestade, e força, então o mesmo Jesus se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos (I Co. 15:24-28).

Vamos analisar textos bíblicos que falam da divindade de Cristo:

  1. Parece que Cristo encarnado não era Deus, pois Tiago declara que Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta (Tg. 1:13). E Jesus confessou que era tentado, quando disse: “Vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações” (Lc. 22:28). Sendo assim, o Cristo encarnado não era Deus. Além disso, na carta aos Hebreus, lemos: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb. 4:15). O descendente de Davi segundo a carne era tentado como qualquer homem, mas foi declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de Santificação, pela ressurreição dos mortos (Rm. 1:3-4).
  2.   “Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu é meu Filho, hoje te gerei” (Hb. 5:5). Ora, esta palavra foi dita pelo Pai na ressurreição de Jesus: “Nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais Deus a cumpriu, a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus; como também está escrito no salmo segundo: Meu filho és tu, hoje te gerei” (At. 13:32-33). Jesus Cristo foi gerado Deus na ressurreição. Tomé, ao vê-lo, exclamou: “Senhor meu, e Deus meu” (Jo. 20:27-28). E foi também gerado sacerdote eterno (Hb. 7:23-24).
  3. Jesus, antes da cruz, não era Senhor, muito pelo contrário, era servo, e o mais humilde. Na carta aos Filipenses, lemos o seguinte: “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp. 2:6-8). Em conseqüência disto “Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para a glória de Deus Pai” (Fp. 2:9-11). Jesus antes da ressurreição não era Senhor, pois havia outro.
  4.   O apóstolo Pedro declarou aos príncipes dos sacerdotes, dizendo: “O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro. Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados” (At. 5:30-31). Antes da ressurreição Jesus não era nem príncipe nem salvador, pois foi elevado a essa posição após a ressurreição. Na carta aos Hebreus lemos a mesma coisa: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todo os que lhe obedecem” (Hb. 5:8-9).
  5. Lemos mais na carta aos Hebreus“E quando outra vez introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb. 1:6). Jesus entrou neste mundo duas vezes. Quando nasceu na manjedoura, e quando ressuscitou, mas antes da ressurreição não era adorado pelos anjos, logo não era todo poderoso e nem Senhor.
  6. Pedro, referindo-se ao dilúvio como figura do batismo, assim falou: “Também como uma verdadeira figura, agora vos salva, batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo; o qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu; havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências” (I Pd. 3:21-22). Deus, o Pai, submeteu os anjos a Jesus. Isso prova que eram rebeldes. E os anjos despojados por Jesus eram submissos a Jeová e cumpridores de suas ordens (Sl. 103:19-20).
  7. Jesus, antes da unção com o Espírito Santo, não tinha poder nem virtude para operar prodígios e milagres. A unção de Deus só veio sobre Jesus Cristo porque amou a justiça e aborreceu a iniqüidade (Hb. 1:9). É essa unção gloriosa no batismo de Jesus. “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus, vindo sobre ele em forma de pomba” (Mt. 3:16). No livro de Atos está escrito: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At. 10:38). Concluímos que Jesus não era todo poderoso antes da cruz.
  8. Jesus, antes da ressurreição, não era juiz dos vivos e dos mortos, segundo a palavra de Pedro, que disse: “A este ressuscitou Deus ao terceiro dia, e fez que se manifestasse, não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus antes ordenara; a nós, que comemos e bebemos juntamente com ele, depois que ressuscitou dos mortos. E nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos” (At. 10:40-42).Se foi constituído depois da ressurreição não era antes. E Jesus só julgará na sua volta e no seu reino (II Tm. 4:1)Mas havia um juiz antes de Cristo (Sl. 94:1-2; Jr. 11:20). E era juiz injusto (Ez. 21:3-4).
  9. Antes de receber de Deus Pai todo poder, toda a honra e glória, Jesus teve de ser aprovado. Leiamos o texto das palavras de Pedro: “Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem o sabeis” (At. 2:22). Jesus não foi aprovado antes de descer a este mundo, pois o texto diz que foi aprovado entre os israelitas.

Afirmar que Jesus era o mesmo deus que no Velho Testamento destruía reinos, promovia guerras, mortandades, vinganças cruéis, etc., é anular as revelações do Novo Testamento. “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (Hb. 13:8).

No que Jesus foi aprovado? No amor com o qual deu a vida pelos culpados. Foi aprovado, na cura dos enfermos, no perdão aos pecadores, na humildade com que serviu aos homens, na mansidão, na renúncia da glória, etc. Isto quer dizer que aquele cheio de furor e vingança, aquele que destruiu seu próprio povo não foi aprovado. Aqueles sacrifícios inúteis, não agradaram a Deus, por isso não foi aprovado. “Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (Os quais se oferecem segundo a lei). Então disse: Eis que venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo” (Hb. 10:8-9).

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(310) – CORPO ESPIRITUAL – IV

CORPO  ESPIRITUAL  4

            Palavras de Salomão são estas“Os olhos do sábio estão na sua cabeça” (Ec. 2:14). Os olhos que estão na cabeça vêem coisas que não são visíveis. Por exemplo, Paulo disse“O que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl. 6:8). Com os olhos do rosto, o tolo vê a beleza da carne e se entrega aos prazeres; mas não tem olhos na cabeça para ver as conseqüências. O rei Davi caiu nessa ao ver Bate-Seba se banhando. Foi seduzido pela beleza, e lhe faltaram olhos na cabeça para prever o desastre que ia acontecer na sua casa. Os olhos da cabeça são os olhos do corpo espiritual. O povo de Israel só enxergava as coisas que as bestas enxergam, por isso Jeová disse: “Trazei o povo cego que tem olhos; e os surdos, que têm ouvidos” (Is. 43:8). Aquele povo não tinha olhos espirituais. Jeremias disse a mesma coisa: “Ouvi agora isto, ó povo louco e sem coração, que tendes olhos e não vedes, que tendes ouvidos e não ouvis” (Jr. 5:21). O que é um louco? Um jovem vai atravessar um rio e recebe um aviso: ‘Não entres nesse rio porque é perigoso’. O jovem entra e se afoga porque é louco. Os rebeldes em geral são loucos. Jeová disse a Ezequiel: “Filho do homem, tu que habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê” (Ez. 12:2).

No Novo Testamento é formado o corpo espiritual, e o Espírito Santo abre os olhos do entendimento: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos” (Ef. 1:17-18).

Jesus disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt. 4:4). Ora, feijão e arroz se comem com a boca, mas as palavras se comem com os ouvidos. No livro de Jó lemos: “Porventura o ouvido não provará as palavras, como o paladar prova a comida? (Jó 12:11). Incrível, mas a boca do corpo espiritual é o ouvido. No livro de Provérbios lemos:“Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça; repreende o sábio, e amar-te-á” (Pv. 9:8). O provérbio é perfeito, pois o escarnecedor é surdo no entendimento, por isso não aceita repreensão, mas o sábio, porque tem boca espiritual, ouve a repreensão e não a despreza. Mas o corpo espiritual tem outra boca, que são os olhos. Por que? Porque com os olhos comemos a palavra escrita. Diz o salmista: “Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! mais doces do que o mel à minha boca” (Sl. 119:103). Com os olhos o leitor devora os livros da escola; com os olhos, quem tem fome das Escrituras Sagradas, devora as profecias; devora os Salmos; devora os evangelhos. E essa comida espiritual vai alimentar a mente, o intelecto, trazendo saúde e vigor mental. Eva, antes de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal com a boca, comeu primeiro com os olhos.

A comida espiritual, que se come com os ouvidos, ouvindo um discurso ou uma pregação; ou, que se come com os olhos quando se lê um livro ou se estuda a Bíblia vai também para um ventre espiritual que não se localiza na barriga, mas na cabeça. Paulo diz“Estai pois firmes, tendo cingido os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça” (Ef. 6:14). A verdade e a justiça são atributos intelectuais. Assim como os querubins cingiam o lombo com couraças de proteção, isto é, a região susceptível de ser perfurada durante a batalha, assim a verdade e a justiça cingem os lombos do nosso entendimento, para não sermos escarnecidos pelos sábios incrédulos deste mundo. Por exemplo: Os escarnecedores criticam a Bíblia, alegando que na narrativa da criação de Gênesis 1:9-17, a terra e os vegetais foram criados primeiro, e o sol e a lua foram criados depois, e a ciência prova que está errado. A ciência considera a história de Adão e Eva uma lenda absurda, pois a Bíblia afirma que os homens foram criados há seis mil anos, e pelo DNA, a ciência provou que a história do homem se desenvolveu ao longo de bilhões de anos. E por isso o estudo da Bíblia foi proibido nos Estados Unidos a partir de 1989. Entretanto o próprio Jesus declarou que a narrativa de Gênesis sobre a criação é uma alegoria que necessita de revelação (Mt. 13:34-35). E Jesus disse mais: “A vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado” (Mt. 13:11).

Voltando ao assunto do corpo espiritual, Jesus assim falou“O que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas o que sai pela boca isso é o que contamina o homem” (Mt. 15:11). O que entra pela boca cai no estômago, e depois desce para o ventre, e é lançado fora (Mt. 15:17). E Jesus continua: “Mas o que sai da boca, procede do coração,” (isto é, do ventre espiritual que é o coração)“e isso contamina o homem” (Mt. 15:18). Do ventre espiritual dos maus, que é o coração, procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituições, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias (Mt. 15:19). O corpo espiritual do cristão nascido de novo está cheio de tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é pleno de virtude (Fl. 4:8).

Com a mão o guerreiro maneja a espada num combate, e com a boca o cristão maneja a espada da palavra. Paulo disse: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (II Tm. 2:15). No livro de Hebreuslemos: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb. 4:12). Como Jesus é a palavra de Deus, aparece no Apocalipse com uma espada na boca (Ap. 1:16; 19:15). Com a espada da verdade na boca, Jesus venceu os filisteus e saduceus nas suas investidas.

Falemos dos pés, pois eles nos levam aos lugares que queremos. Se o nosso coração anseia ir à casa de Deus, nossos pés para lá nos levam, mas se o nosso coração está no mundo, nossos pés nos levam para o mundo. Quando o homem se converte ouvindo o Evangelho, calça os pés na preparação do evangelho da paz (Ef. 6:15). Por que calça os pés com o evangelho? Porque o evangelho apaixona o convertido, e seus pés o levam à casa de Deus, não mais ao mundo. Se o varão vai à casa de Deus, sua base está na casa de Deus; se vai para o mundo, sua base está no mundo. Os pés são a base do homem, e essa base se afirma em dois atributos. Equilíbrio e poder; por isso diz a Escritura: “Todo o lugar onde pisar a planta do vosso pé será vosso” (Dt. 11:24). Paulo revela que Jesus vai colocar todos os inimigos debaixo dos pés (I Co. 15:25). Logo, os pés simbolizam força e poder. Quando esse poder é exercido através do amor e da misericórdia, os pés são formosos, por isso Paulo diz à respeito dos que se lançam ao evangelismo: “Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas” (Rm. 10:15). Os pés de Jesus, porém, são os mais formosos de todo o universo.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(309) – CORPO ESPIRITUAL – III

CORPO ESPIRITUAL 3

         O corpo do pecado só existe nos mortos, por isso Paulo disse à respeito da obra de Cristo: “Ele vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados” (Ef. 2:1). E Paulo continua: “O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai” (Gl. 1:4). E Paulo revela o resultado da obra de Cristo, dizendo: “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado” (Rm. 6:6). Ora, João disse: “Quem comete pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (I Jo. 3:8). É bem claro que quem peca, forma e fortalece o corpo do diabo, isto é, Satanás. Esse corpo espiritual maligno do diabo é desfeito por Jesus Cristo em nós, e é criado o corpo espiritual de Cristo. O próprio Jesus explica como surge esse corpo espiritual santo: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo. 3:3-6).

Quais as características do corpo espiritual que Jesus Cristo forma no homem? O homem nascido de novo, que possui corpo espiritual, não se adapta mais a este mundo. Jesus, orando ao Pai, disse:“Agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos. Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tire do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou” (Jo. 17:13-16). Com o novo corpo os cristãos só apetecem as coisas celestiais, o que é loucura para os deste mundo. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (I Co. 2:14-15). Jesus falou aos discípulos, dizendo: “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim. Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece” (Jo. 15:18-19).

O corpo espiritual é algo glorioso e sublime; o cristão está tão cheio do Espírito Santo e de virtude, que Paulo se refere aos cristãos do seu tempo com as seguintes palavras: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra do Pai. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória” (Cl. 3:1-4). Paulo narra uma de suas experiências gloriosas: “Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe), foi arrebatado até o terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe), foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar” (At. 22:17; II Co. 12:1-4). Essas maravilhas a que Paulo se refere, só podem ser desfrutadas por aqueles que têm corpo espiritual ativo, pois elas não estão na terra. Aliás, na terra estão as bênçãos do abismo. O patriarca Jacó revelou isso quando abençoou José: “Pelo Deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo Poderoso, o qual te abençoará com bênçãos do céu de cima, com bênçãos do abismo que está debaixo, com bênçãos dos peitos e da madre” (Gn. 49:25). Sabemos que o abismo é o lugar dos mortos (Rm. 10:7). As bênçãos do abismo que José recebeu, foram os favores de Faraó. Mas, como dissemos, as bênçãos de Deus Pai para os santos estão nos lugares celestiais: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef. 1:3). Os homens deste mundo, que são do abismo, aborrecem e perseguem, e procuram derrubar os que têm um corpo espiritual, pois se sentem inferiorizados. Ao me tornar cristão pela conversão à Cristo, os primeiros frutos do Espírito Santo na minha vida foram: Parei de fumar, parei de beber, e parei de falar palavrões. Os colegas de trabalho passaram a me oferecer cigarros o dia todo, dizendo: Se você é realmente crente, você fuma um, e não fuma mais, pois você agora é diferente. Um outro, para me deixar nervoso e explodir com alguns palavrões, dizia: Maria Madalena foi amante de Cristo. Num jantar de fim de ano, me ofereciam taças de vinho. Eu não bebia. Depois de uma hora havia seis taças à minha frente. Era uma verdadeira guerra sem trégua. Eu lhes falava de Cristo e da salvação, e eles, por todos os meios procuravam me derrubar.

A filha de um autêntico cristão que conheci, aos 15 anos estudava em um dos melhores colégios de São Paulo. A adolescente fora criada dentro dos princípios mais puros do Evangelho. O pai, com prudência e amor instruiu a filha, nas coisas que ia enfrentar no colégio. A adolescente, muito amiga do pai, contou-lhe que as colegas tentavam convencê-la que tinha cabeça feita, e não era livre para ir com elas nas lanchonetes perto do colégio. Convidavam-na também a ir a bailes dizendo que ela não sabia o que estava perdendo. Mas a garota, bem instruída, e admiradora do padrão cristão do pai e da mãe, nada ocultava, e assim não foi seduzida.

A maioria dos cristãos convertidos, teve um passado negro, e este passado formava o corpo do pecado, e constitui um material precioso nas mãos dos velhos amigos para tentar derrubá-lo. Esse corpo do pecado só é desfeito na cruz de Cristo. Leiamos: “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado” (Rm. 6:6). Mas só desfazer o corpo do pecado não é o suficiente, pois Jesus disse: “Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, donde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, habitam ali” (Lc. 11:24-26).

Há uma necessidade urgente de formar o corpo espiritual. Esse corpo espiritual não cede às tentações de Satanás; não cede às concupiscências da carne, por isso Paulo diz: “Quanto ao trato passado, despojai-vos do homem velho, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito do vosso sentido; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”

(Ef. 4:22-24).

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(308) – BUSCANDO A DEUS

BUSCANDO A DEUS

Tem o homem condições de buscar a Deus diretamente neste mundo? A Bíblia revela que o homem caiu da graça de Deus, quando Adão e Eva comeram do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Os dois foram expulsos do jardim do Éden e da presença de Deus, e o caminho da árvore da vida foi para sempre fechado: “Então disse Jeová deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente; Jeová deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs querubins do oriente do Jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida” (Gn. 3:22-24). Mas a pergunta permanece: — Pode o homem livremente buscar a Deus por sua vontade? — Parece que não, pois a Bíblia diz: “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou. Na esperança de que a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm. 8:20-21). O homem está debaixo de um poder maligno, e, portanto, impedido de buscar a Deus: “Noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Ef. 2:2). Se toda a criação está submetida a um poder maligno, não é Deus que está no comando, mas o maligno; e Deus não está neste mundo. Nós insistimos na pergunta: — Pode o homem buscar a Deus, ou não pode? — Não pode, pois o homem está submetido a Satanás e tem de ser libertado. Jesus nomeou o apóstolo Paulo, e o enviou aos gentios, para pregar, dizendo: “Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; afim de que recebam a remissão dos pecados, e sorte entre os santificados pela fé em mim (Jesus)” (At. 26:18). Mas os homens, em todas as nações, e em todas as épocas da história, insistem em buscar a Deus. Achá-lo-ão? Encontrá-lo-ão? Receberão do verdadeiro Deus alguma coisa? É impossível aos homens buscarem a Deus, pois estão todos condenados. Condenados às intempéries, tufões, tornados, ciclones destruidores; condenados a morrer de câncer, peste bubônica, peste negra, aids, enfartes, úlceras, gripes, doenças venéreas, reumatismo, artrose, bursite, sífilis, mongolismo, e outras, como a loucura, paranóias, psicoses, esquizofrenias, e centenas de outras doenças do corpo e da mente. Superabundam hospitais e farmácias. Os homens estão condenados ao sofrimento pela fome, pois 90% da população mundial é pobre; a humanidade está condenada ao tráfico de drogas; cocaína, maconha, cigarros, bebidas. Os aflitos pais levam os filhos ainda tenros à escola, e eles voltam viciados. Quantas tragédias nos lares por causa da droga. Estamos condenados às guerras destruidoras de almas, o monstruoso terrorismo, condenados a assaltos, roubos, latrocínios, escravidão, homicídios; existe tráfico de crianças, tráfico de mulheres, tráfico de órgãos, tráfico de influência. Se Deus estivesse ao alcance do homem, certamente o caos seria menor. E o fim desta infeliz jornada do ser humano é a morte inexorável, à qual está condenado. Os homens não podem buscar a Deus diretamente porque estão mortos, e Deus não é Deus de mortos. O profeta Isaías declara que o homem é mortal (Is. 51:12). Davi declara o mesmo no Salmo 8:4 “Que é o homem mortal para que te lembres dele?”. Alguém dirá: O homem é mortal, mas enquanto vive, não está morto! Mas Jesus disse a um discípulo que queria primeiro sepultar seu pai: “Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus mortos” (Mt. 8:22). Ora, aqui Jesus esclarece que o que sepulta o defunto também é defunto. Temos mais uma explicação. Quando Jeová condenou Adão disse-lhe: “No suor de teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó, e em pó te tornarás” (Gn. 3:19). Quando Deus disse: “És pó, e em pó te tornarás”, estava dizendo que não havia diferença entre o homem que vira pó, e o homem antes de virar pó, pois antes de virar pó o homem já era pó. Foi por isso que Jesus falou: “Deixa os mortos sepultar os seus mortos”. O homem sabe que vai virar pó, mas não conhece o pó que é, por isso é vaidoso, soberbo, egoísta, ambicioso. Acumula riquezas para outros, pois sendo pó, tornará ao pó. — Pode ou não pode? — Não pode, pois o homem é escravo, e escravo não tem liberdade para escolher. Tem de ser comprado. O apóstolo Pedro é quem esclarece o assunto: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes de vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (I Pd. 1:18-19). Jesus compra e liberta. Ele mesmo disse: “Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo. 8:36). E o homem, libertado por Cristo, tem o poder de buscar a Deus, e se tornar filho de Deus. Foi Jesus que declarou essa verdade: “Mas, a todos os que o receberam, deu-lhes o poder para serem feitos filhos de Deus; aos quais crêem no seu nome” (Jo. 1:12). Continuamos perguntando: — Pode o homem, de algum modo, buscar a Deus, e achá-lo? — Não pode, pois está escrito: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm. 3:23). E foi introduzido o pecado na natureza do homem desde o Jardim do Éden. “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm. 5:12). O pecado trouxe junto a maldição da morte. Para sair da morte, o homem tem de sair primeiro do pecado, que é a causa. E isso é impossível, logo, o homem não pode buscar a Deus. Mas como Deus é amor, Deus, por amor, buscou o homem. Vejamos: O homem está impedido de buscar a Deus, mas Deus busca o homem. Leiamos: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo. 3:16-17). “O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai” (Gl. 1:4). E Pedro completa o pensamento, dizendo: “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (I Pd. 2:24). O apóstolo João assim se refere sobre essa doença maligna do pecado: “Bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado. Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu” (I Jo. 3:5-6). Se o homem continua pecando depois do batismo, o homem velho não foi sepultado com Cristo (Rm. 6:3-6). E o corpo do pecado não foi desfeito. E também o homem não nasceu de novo, conforme Jo. 3:3-6. Também não é nova criatura, pois a natureza do velho Adão permanece (II Co. 5:17). E quando esses tais chegarem diante de Cristo, na sua volta, dirão: “Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt. 7:22-23). Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira