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(307) – CORPO ESPIRITUAL – II

CORPO  ESPIRITUAL  2

         Toda a Escritura do Velho Testamento, e do Novo Testamento, faz referência a corpo espiritual. No Velho Testamento, o corpo espiritual era maligno. Vamos ler textos que comprovam esta verdade:“Porque o ajuntamento dos hipócritas se fará estéril, e o fogo consumirá as tendas do suborno. Concebem o trabalho, e produzem a iniqüidade, e o seu ventre prepara enganos” (Jó 15:34-35).Que ventre é este que prepara enganos? É um ventre que está na cabeça, logo, temos dois ventres. Um na barriga e outro na cabeça. O ventre do corpo espiritual é na cabeça. O da barriga e do homem carnal produz esterco; o ventre do homem perverso, que está na cabeça produz enganos. Da mesma maneira que um homem carnal tem dor de barriga, enjôo e mal estar, o homem perverso também sofre mal estar antes de fazer o mal. Salomão disse: “Não entres na vereda dos ímpios, nem andes pelo caminho dos maus. Evita-o, não passe por ele; desvia-te dele e passa de largo. Pois não dormem, se não fizerem o mal, e foge deles o sono se não fizerem tropeçar alguém” (Pv. 4:14-16). No livro de Jó, o seu amigo Zofar descreve as calamidades dos ímpios, dizendo: “Engoliu fazendas, mas vomita-las-á; do seu ventre Deus as lançará. Veneno de áspides sorverá, língua de víbora o matará. Não verá as correntes, os rios e os ribeiros de mel e manteiga. Restituirá o seu trabalho, e não o engolirá; conforme o poder de sua mudança, e não saltará de gozo. Porquanto oprimiu, desamparou os pobres, e roubou a casa que não edificou; porquanto não sentiu sossego no seu ventre, da sua tão desejada fazenda coisa alguma reterá” (Jó 20:15-20). É evidente que o ventre natural sente apetite por uma boa feijoada, mas o ventre do homem perverso sente um incontrolável apetite pela casa do seu próximo, ou por sua fazenda.

Nabote, o jizreelita, possuía uma vinha ao lado do palácio de Acabe, rei de Samaria. Acabe falou a Nabote, dizendo: “Dá-me a tua vinha para que me sirva de horta, pois está ao lado da minha casa; e te darei por ela outra vinha melhor do que ela, ou, se parece bem aos teus olhos, dar-te-ei a sua valia em dinheiro. Porém Nabote disse a Acabe: Guarde-me Jeová de que eu te dê a herança de meus pais”. Acabe voltou desgostoso e indignado à sua casa, por causa da palavra de Nabote. Então deitou na sua cama, virou o rosto, e não comeu pão. Sua mulher Jezabel, vendo-o triste, lhe disse: “Que há, que está tão desgostoso o teu espírito, e não comes pão?” E ele lhe contou a proposta de compra que fizera a Nabote, e como ele não quis vender a vinha. Então Jezabel, sua mulher, lhe disse:“Governas tu agora o reino de Israel? Levanta-te, come pão, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jizreelita”. A perversa rainha escreveu cartas em nome de Acabe, e as enviou aos anciãos e aos nobres da cidade. E escreveu cartas dizendo: “Apregoai um jejum, e ponde a Nabote acima do povo. E ponde defronte dele dois homens, filhos de Belial, que testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste contra Deus e contra o rei. E trazei-o fora e apedrejai-o para que morra. E aconteceu assim. E arrastaram Nabote fora da cidade, e o apedrejaram, e morreu. E trouxeram a notícia a Jezabel”. Esta, por sua vez notificou a Acabe a morte de Nabote. Acabe, alegre e feliz, ia engolir a vinha de Nabote quando lhe saiu Elias, o profeta, e anunciou a sua morte, a morte de Jezabel, e a morte de toda a sua casa, isto é, filhos e netos. Esta vingança divina está em II Rs. 10:1-10. Ahistória aqui narrada está em I Rs. 21. No Novo Testamento, temos o corpo espiritual puro e perfeito, pois o corpo do velho homem desaparece. Esse velho homem é o corpo espiritual, pois fisicamente o cristão continua neste mundo. Paulo define assim: “Quanto ao trato passado, despojai-vos do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito do vosso sentido; e vos revistais do novo homem que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef. 4:22-24). Este corpo espiritual perfeito começa a surgir no batismo, quando Paulo diz:“Não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos, pela gloria do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado” (Rm. 6:3-6). No batismo acontece o milagre do despojamento do homem velho, se é que há sepultamento com Cristo no ato do batismo. Na mesma carta aos Romanos, capítulo sete, Paulo fala da luta do homem contra a sua natureza animal e carnal. Paulo não fala de uma luta entre dois corpos espirituais, um bom e um mau. Paulo está explicando que o homem interior, isto é, o velho homem, tem prazer na lei de Deus (Rm. 7:22). Tem prazer na lei, mas diz: “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço” (Rm. 7:19). O homem velho é sempre vencido pelo mal; o novo vence o mal. O mesmo Paulo diz: “Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem” (Rm. 12:21). E Paulo continua dizendo:“Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm. 8:37). O novo homem, criado por Jesus Cristo, é vencedor, e não vencido. O apóstolo João disse:“Mancebos, escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevi, filhos, porque conhecestes o Pai. Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, mancebos, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno” (I Jo. 2:13-14). O rei Davi pecou porque era homem carnal, e não era nova criatura. Davi está enquadrado em Romanos sete. Deleitava-se nas coisas de Deus, mas caiu em pecado. Davi podia dizer: “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que trabalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros” (Rm. 7:22-23). Davi, não querendo pecar, cobiçou a mulher do próximo, um dos seus valentes, de nome Urias, e depois, ainda mandou assassiná-lo. O homem nascido de novo, não faz o mal, por isso Paulo disse: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as obras boas, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef. 2:10). Foi por isso que Jesus declarou:“Vos sois a luz do mundo: não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte” (Mt. 5:14). “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam eles as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt. 5:16). E Paulo magistralmente fala:“Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef. 5:8). “Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fp. 2:15). O novo homem tem o corpo espiritual de Cristo, porque faz parte do corpo de Cristo. “Ora vos sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular” (I Co. 12:27). “Pois todos nós fomos batizados em um espírito formando um corpo” (I Co. 12:13).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(306) – CORPO ESPIRITUAL – I

CORPO  ESPIRITUAL  1

         A pergunta é a seguinte: Existe corpo espiritual? O corpo espiritual é invisível, pois não é físico nem material. O apóstolo Paulo declara que há corpo espiritual: “Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, também há corpo espiritual” (I Co. 15:44). A idéia que fica nesta declaração de Paulo, é que o corpo espiritual só virá à luz com a ressurreição dos corpos glorificados: “Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor” (I Co. 15:43). Surge então uma nova pergunta: Terá o cristão condições de antes da morte e durante a peregrinação neste mundo, alcançar um corpo espiritual? Se não existe essa possibilidade, será impossível a santidade neste mundo, e os cristãos estão condenados a cair nas tentações, se dobrar ante o poder da concupiscência carnal, que Pedro chama de concupiscência de imundícia; que Paulo chama de concupiscência do engano que corrompe, e que João declara que é o poder deste mudo que separa o cristão de Deus (I Jo. 2:15-16). Por último, Paulo declara que a concupiscência tem a sua origem na lei de Jeová: “Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum: mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás” (Rm. 7:7). E o apóstolo Pedro revela que as concupiscências carnais têm como fim destruir a alma do homem (I Pd. 2:11). Estarão os pobres cristãos atrelados ao mundo, à carne, à concupiscência e ao pecado? Se nesta vida não existe o corpo espiritual, esta é a condição miserável dos cristãos, que por estarem presos a um corpo animal estão atados ao pecado neste corpo corruptível!

Mas Paulo fala outra coisa na carta aos Romanos: “Não reine portanto o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; nem tão pouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça” (Rm. 6:12-13).

Supondo que há corpo espiritual, como será esse corpo? Será igual ao nosso corpo físico? Será diferente? Se é diferente é possível ter noção desse corpo? Vejamos: O apóstolo João revela que “o nascido da carne é carne, e o nascido do Espírito é espírito” (Jo. 3:6). E isto disse ele do novo nascimento em Jo. 3:3-6. A comida do corpo espiritual não é arroz, feijão, ou caviar. Jesus disse: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e fazer a sua obra” (Jo. 4:34). Jesus jejuou quarenta dias, depois teve fome. E Satanás, tentando-o disse: “Se tu és o filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. Jesus, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt. 4:2-4)Quando Jesus falou: A minha comida é fazer a vontade do Pai e realizar a sua obra, colocou dois objetivos: O primeiro é fazer a vontade do Pai. Qual a vontade de Deus Pai para os cristãos? “Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (I Ts. 5:18). Dar graças a Deus quando se está sendo flagelado não é para qualquer cristão. Os apóstolos, depois do pentecostes, davam com grande poder testemunho de Jesus Cristo. Os judeus encheram-se de furor e deliberaram matá-los. Mas o sábio Gamaliel, fariseu venerado por todo o povo, dissuadiu-os desse plano assassino. Eles então açoitaram os apóstolos e lhes ordenaram que não falassem no nome de Jesus, e os soltaram. Retiraram-se pois da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus (At. 5:32-41). Certamente os cristãos de hoje diriam que Deus os abandonou na mão dos perseguidores para serem publicamente humilhados. Que glória a dos apóstolos; dando graças pela flagelação. Jó dá graças a Deus pela riqueza e pela fartura (Jó 1:5).Satanás lhe tirou os dez filhos, os rebanhos e queimou as casas. Jó ficou na miséria e sem filhos, e deu graças, dizendo: “Jeová deu, e Jeová tomou; bendito seja o nome de Jeová” (Jó 1:21). Jó foi mais glorioso dando graças na miséria e na desgraça que na riqueza e na bênção. Paulo também era assim(Fp. 4:11-13). Para Paulo dar graças a Deus pela falta de comida tinha de falar como Jesus, dizendo:“A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra” (Jo. 4:34).Jesus respondeu a Satanás: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt. 4:4). Todos têm dois ventres; um físico e um espiritual. Um sente necessidade de pão e o outro tem necessidade da palavra de Deus. O ventre espiritual faz parte do homem nascido do Espírito (Jo. 3:6). Moisés ficou oitenta dias no monte sem comer e sem beber (Dt. 9:9-18). Moisés não morreu ou desfaleceu porque a fome das coisas de Deus era prioridade. Numa igreja, durante uma pregação, um jovem atento à mensagem glorificava a Deus; ao seu lado um outro jovem dormia profundamente. Esaú e Jacó, irmãos gêmeos, eram diferentes. Esaú não tinha corpo espiritual, e por isso vendeu a primogenitura por um prato de lentilhas, porque estava com fome e cansado. Jacó, em contrário, tendo corpo espiritual, desprezou o guisado e ficou com a bênção (Gn. 25:29-34). Esaú, com quarenta anos casou com duas hetéias. Estas mulheres perversas foram uma amargura de espírito para Isaque e Rebeca (Gn. 26:34-35). Esaú é chamado no Novo Testamento de fornicário e profano porque era escravo da comida e do sexo, que são os dois mais fortes apetites do homem animal (Hb. 12:16-17). Jacó, que por ter corpo espiritual não cedeu aos apetites, permaneceu virgem até 78 anos. Provemos isso. Jacó chegou ao Egito com 130 anos (Gn. 47:9). José tinha 39 anos, pois se apresentou a Faraó com 30 (Gn. 41:46), e já se tinha passado 7 de fartura e 2 de fome (Gn. 41:36; 45:6).Tirando 39 de 130 temos a data do nascimento de José, isto é, 91; Jacó gerou José com 91 anos. Jacó passou 20 anos na casa de seu tio Labão (Gn. 31:38), e casou com Léia e Raquel. Deveria ter então casado com 71 anos, mas como serviu primeiro 7 anos, casou com 78 anos. Jacó cultivou de tal maneira o corpo espiritual que o corpo físico, amortecido, não lhe causou problemas que tanto afligem os cristãos dos nossos dias. Qual é o fruto de Jacó? Ele é o pai do reino de Israel. As doze tribos de Israel tem o nome dos doze filhos de Jacó. Jacó era tão vidrado na bênção de Deus, que lutou toda a noite com o anjo de Jeová e o venceu. Para lutar com um espírito é preciso ter um corpo espiritual. E o anjo vencido por Jacó disse: “Deixa-me ir”. Jacó respondeu: “Não te deixarei ir se me não abençoares”. E o anjo o abençoou ali. Mas Jacó afirmou que lutou com o Deus de Israel (Gn. 32:24-30).

Paulo, que tinha corpo espiritual, disse: “Eu subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ser reprovado” (I Co. 9:27).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(305) – IRA DO CORDEIRO

IRA  DO  CORDEIRO

         O filho da ovelha é o cordeiro tenro e novo, que ao se tornar adulto é o carneiro. O cordeiro é manso e indefeso, e por isso é figura de pessoas mansas e humildes, em geral crianças. São os cordeirinhos inocentes. Seguindo esta comparação, jamais um cordeiro poderia ser figura de um rei dominador e guerreiro. Seria incoerente e ilógico.

Jesus Cristo é chamado na Bíblia de Cordeiro. João Batista viu Jesus vindo em sua direção, e disse:“Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo. 1:29). Mas por que Jesus é chamado de cordeiro, se o cordeiro é o carneiro ainda criança? É que a submissão e a obediência de Jesus são tão sublimes, que só podem ser comparadas à de uma criança pura e inocente, isto é, um cordeiro. Isaías, o profeta, fala de Jesus, dizendo: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas Jeová fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a sua boca” (Is. 53:6-7). O apóstolo Paulo escreveu: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz” (Fp. 2:5-8). O próprio Senhor Jesus Cristo, fala de si mesmo, dizendo“Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt. 11:29). Os irmãos João e Tiago, apóstolos entre os doze, fizeram um pedido a Jesus:“Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda” (Mc. 10:37). Jesus lhes disse: “Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes delas se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas; mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será servo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc. 10:42-45). Jesus é Deus (I Jo. 5:20). E sendo Deus, se tornou servo dos homens. É tanta humildade que só pode ser comparado a um cordeiro. No Velho Testamento, temos 94 versículos falando de cordeiros. Cinqüenta vezes referindo-se a sacrifícios, e quarenta e quatro referindo-se a ofertas. Nenhuma vez fala de cordeiros bravos. Nos evangelhos e nas epístolas só existem três passagens. EmAtos 8:32, a primeira, quando um eunuco lia o trecho de Isaías 53:7, citado acima. A segunda em João 1:29, quando João Batista falou: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. A terceira, quando Pedro declara que fomos resgatados com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado (I Pd. 1:18).

No livro de Apocalipse lemos vinte e oito versículos com a palavra cordeiro: Alguns trechos assustam. Na quarta carta, dirigida à Igreja de Tiatira, lemos que o Filho de Deus, como castigo à profetiza Jezabel, que ensinava como enganar os cristãos crédulos a se prostituírem com sacrifícios de idolatria, vai matar seus filhos como vingança (Ap. 2:20-23). O manso cordeiro vai se transformar em lobo devorador“Aquele que foi levado como ovelha para o matadouro, e como o cordeiro diante do que o tosquia, ele não abriu a sua boca” (At. 8:32; Is. 53:7). Jesus, que deu a vida pelos perdidos, vai virar matador e tosquiador de ovelhas? Não seria mais divino e lógico chorar pelos que se perderam, e a quem tanto amou?

No mesmo livro do Apocalipse lemos que o terceiro anjo clamou dizendo com grande voz: “Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na testa, ou na sua mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do cordeiro” (Ap. 14:9-10).

Aquele cordeiro imaculado e incontaminado (I Pd. 1:18-19). Aquele cordeiro cheio de compaixão pelos pecadores condenados, cuja misericórdia é tão infinita, que Paulo define como detentor do mistério da piedade, no futuro vai se deleitar diante do tormento dos que, por cegueira, foram seduzidos pelo diabo? Não seria mais celestial e divino se o Filho de Deus, que é amor (I Jo. 4:8), chorasse por aqueles que tanto amou, mas Satanás perverteu? (At. 26:18). O cordeiro imaculado e incontaminado não vai mudar tanto.

Um terceiro problema do Apocalipse: “E ao que vencer, e guardar até o fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, e com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai” (Ap. 2:26-27). O livro do Apocalipse é atribuído ao apóstolo do amor, e no original, escrito em grego, não está escrito desse modo. No original está escrito POIMAINOS, que se traduz por APASCENTARÁ. O texto de Salmos 2:8-9 foi intercalado no Apocalipse em lugar de ‘POIMAINOS’, por técnicos da perdição, no passado.

O quarto ponto está em Apocalipse 6:14-17, em relação ao fim do mundo: “E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. E os reis da terra, e os grandes, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; e diziam os montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, E DA IRA DO CORDEIRO; porque é vindo o grande dia da sua ira; quem poderá subsistir?”. É incrível, mas o manso e humilde cordeiro vai se transformar em cordeiro iracundo e matador? Jesus tem a sua própria natureza. Ele declarou que não julga os que não crêem, porque veio, não para julgar o mundo, mas para salvá-lo (Jo. 12:47). E disse mais: “Não cuideis que eu vos hei de acusar para com o Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em quem vós esperais” (Jo. 5:45). E disse mais, em referência ao fogo destruidor de Jeová: “Porque eu não vim para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (Lc. 9:56). Cristo é o cordeiro, e os cordeiros não se iram, não fazem guerra, não matam, não são tiranos; seu reino é o reino do amor, justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Cl. 1:12-13; Rm. 14:17). E o próprio Apocalipse revela como será a eternidade dos ressuscitados: “Estes são os que vieram de grande tribulação, e lavaram os seus vestidos e os branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra. Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles. Porque o cordeiro que está no trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima” (Ap. 7:14-17). E naCarta aos Hebreus lemos: JESUS CRISTO É O MESMO ONTEM, E HOJE, E ETERNAMENTE” (Hb. 13:8).O manso e amoroso Cordeiro jamais mudará.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(304) – FÉ NA RESSURREIÇÃO

FÉ  NA  RESSURREIÇÃO

         Jesus chamou doze varões escolhidos para formar o colégio apostólico e para realizar a grande obra da evangelização dos povos após a sua assunção: “Ora o nome dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu; Simão cananita, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu” (Mt. 10:2-4). É claro que Jesus os ensinava nas coisas concernentes a grande missão. Muitas vezes Jesus falou de como seria a sua morte e ressurreição. Citamos uma: “Ora, achando-se eles na Galiléia, disse-lhes Jesus: O filho do homem será entregue nas mãos dos homens; e mata-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará. E eles se entristeceram muito” (Mt. 17:22-23). Será que os apóstolos entendiam o que Jesus lhes falava? Parece que não. Eles esperavam o Messias que não ia morrer, mas sim reinar com vara de ferro conforme a promessa feita por Jeová: “Recitarei o decreto: Jeová me disse: Tu és meu filho, eu hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro” (Sl. 2:7-9).Jesus falando que ia morrer e ressuscitar estava completamente fora da profecia e da esperança judaica. No Sl. 47:3, lemos: “Jeová nos submeterá os povos e porá as nações debaixo de nossos pés”.

O primeiro que não creu na morte e ressurreição foi Pedro, a pedra. Leiamos o texto: “Jesus mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Messias (Cristo). Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto; e ressuscitar ao terceiro dia. E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens” (Mt. 16:20-23). Por não crer na morte e ressurreição de Cristo, por estar convicto de que o Messias veio para reinar, e não para morrer, foi chamado de Satanás. Este fato nos ensina que a morte de Cristo não estava nos planos de Satã. O mais interessante é que Pedro foi chamado de Satanás logo depois que teve a revelação feita por Deus, que Jesus Cristo era o Messias, e recebeu de Jesus o primado da Igreja (Mt. 16:13-20). Fantástico! Recebe das mãos de Jesus as chaves do reino dos céus, e em seguida é chamado de Satanás porque não creu na morte e na ressurreição?

O segundo que não creu foi Judas Iscariotes, que traiu Jesus vendendo-o aos sacerdotes por trinta moedas (Mt. 26:47-56). E Judas arrependido, foi se matar (Mt. 27:1-5).

O terceiro incrédulo na ressurreição foi Tomé. O caso foi assim: Os outros nove discípulos, com medo dos judeus, estavam confabulando numa sala fechada a sete chaves. Jesus então apareceu no meio deles, que maravilhados foram contar a Tomé, que estivera ausente. Este disse: “Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos e não meter o dedo no lugar dos cravos, e não meter a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei” (Jo. 20:25). Oito dias depois estavam novamente reunidos, e Tomé com eles. “Chegou Jesus, estando as portas fechadas… e disse: Paz seja convosco. Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu” (Jo. 20:26-28).

E os outros nove discípulos? Eles creram na morte e ressurreição de Jesus Cristo? Leiamos o que escreveu o evangelista Lucas: “E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; pois há de ser entregue às gentes, e escarnecido, injuriado e cuspido; e havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará. E eles nada disto entendiam, e esta palavra lhes era encoberta, não percebendo o que se lhes dizia” (Lc. 18:31-34). Jesus tentava ensinar os doze discípulos, mas o deus deste mundo cegou-lhes o entendimento com uma promessa que não se cumpriu (II Cor. 4:4).Jesus tinha ao seu lado doze incrédulos na sua morte e ressurreição. A morte de Jesus pôs fim na promessa do Messias. Provemos: Após a morte de Jesus, foram as duas Marias, de madrugada, ao sepulcro de Jesus (Mt. 28:1). A pedra do sepulcro fora removida; elas atemorizadas viram dois varões com vestidos resplandecentes, que lhes disseram: “Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui mas ressuscitou, como predisse aos discípulos” (Lc. 24:1-7). Elas foram onde estavam os onze, e os demais, e contaram o acontecido. E as suas palavras lhes pareceram como desvario, e não as creram (Lc. 24:9-11). E se não creram, não eram salvos, pois só quem crê na ressurreição é justificado diante de Deus. Paulo escreveu: “Mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor; o qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Rm. 4:24-25). A morte de Jesus reconcilia mas não salva ninguém. Leiamos o texto: “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm. 5:10)Jesus esteve três anos com seus doze apóstolos incrédulos e carnais. Pedro, o principal deles, o negou vergonhosamente: “Ora Pedro estava assentado fora, no pátio; e aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu. Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes. E, saindo para o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o nazareno. E ele negou outra vez com juramento: Não conheço tal homem. E, daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia. Então começou ele a praguejar e jurar, dizendo: Não conheço esse homem” (Mt. 26:69-74). O que é de espantar é que os apóstolos não eram nem convertidos. Leiamos Lucas: “Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; Mas eu roguei por ti para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos” (Lc. 22:31-32). Este fato ocorreu antes da crucificação.

O evangelista Marcos narra com precisão a incredulidade: “E, ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto por ela, não o creram. E depois manifestou-se noutra forma a dois deles, que iam de caminho para o campo. E, indo estes, anunciaram-no aos outros, mas nem ainda estes creram. Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade” (Mc. 16:11-14).

Sabem quem creu na ressurreição, antes de Jesus morrer? Sabem? Foi Dimas, o ladrão crucificado com Jesus. Era o único crente. Eram três cruzes e três crucificados: “E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós. O outro repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus: SENHOR, LEMBRA-TE DE MIM, QUANDO ENTRARES NO TEU REINO. E disse-lhe Jesus: EM VERDADE TE DIGO QUE HOJE ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO” (Lc. 23:39-43)Dimas foi mais crente que os doze apóstolos! E você leitor?

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(303) – O CRISTO RESSUSCITADO

O CRISTO RESSUSCITADO

         “No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro” (Mt. 28:1). “E acharam a pedra removida do sepulcro. E, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. E aconteceu que, estando elas perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois varões, com vestidos resplandecentes. E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou” (Lc. 24:2- 6). Paulo apóstolo, pregando sobre a ressurreição, a alguns que duvidavam, disse: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados, e também os que dormiram em Cristo estão perdidos” (I Co. 15:17-18). Quem crê só na morte de Cristo está perdido, pois a morte de Jesus não justifica ninguém. Paulo disse: “Jesus por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Rm. 4:25). E Paulo disse também: “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm. 5:10). O mestre Paulo poderia ter dito: “pela sua vida ressuscitada”. Quem não crê na ressurreição de Cristo não é salvo, e está eternamente condenado. Um dos apóstolos, de nome Tomé, não creu na ressurreição de Jesus, e por isso estava perdido. Mas Jesus, chegou-se a ele, e lhe disse: “Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente” (Jo. 20:24-27). Tomé então creu, e foi justificado e salvo. A glória de Jesus está mais na ressurreição que na morte, pois morrer na cruz muitos morreram, mas Cristo foi o primeiro a ressuscitar para a eternidade. “O Cristo devia padecer, e, sendo o primeiro da ressurreição dos mortos, devia anunciar a luz a este povo e aos gentios” (At. 26:23).

Falemos desta tão grande ressurreição. Depois que Jesus, crucificado, morreu, os discípulos se espalharam decepcionados (Mt. 26:56). Cada um foi para o seu tráfico. Dois deles iam voltando para Emaús, e Jesus se chegou a eles, mas não o conheceram (Lc. 24:13-16). E Jesus começou a discorrer sobre as profecias a seu respeito no Velho Testamento, começando por Moisés, e todos os profetas. E chegaram à aldeia de Emaús. E os dois discípulos o constrangeram a comer com eles. Quando estavam à mesa, Jesus, tomando o pão, o abençoou, e partindo-o lhes deu. Abriram-se-lhes os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes (Lc. 24:25-31). O que entendemos aqui? Que o Cristo ressuscitado, não era igual ao que morreu. Vejamos o outro caso.

“E Maria estava chorando fora, junto ao sepulcro, e abaixou-se para o sepulcro. E viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras? E ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. E tendo dito isto, voltou-se para trás, e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus. Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o pusestes, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se disse-lhe: Rabboni (que quer dizer, mestre)” (Jo. 20:11-16). Maria Madalena não reconheceu Jesus a princípio, porque o Cristo ressuscitado não era igual ao que foi crucificado! Vejamos então os apóstolos: “Depois disto manifestou-se Jesus outra vez aos discípulos junto ao mar de Tiberíades; e manifestou-se assim: Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná de Galiléia, João e Tiago, filhos de Zebedeu, e os outros dois de seus discípulos. E disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Dizem-lhes eles: Também nós vamos contigo. Foram, e subiram logo para o barco, e naquela noite nada apanharam. E, sendo já de manhã, Jesus se apresentou na praia, mas os discípulos não conheceram que era Jesus. Disse-lhes pois Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não. E ele lhes disse: Lançai a rede para a banda da direita do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão de peixes. Então aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: É o Senhor. E, quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar” (Jo. 21:1-7). Nenhum dos apóstolos reconheceu Jesus depois de ressuscitado, porque o Cristo crucificado não era igual ao que ressuscitou.

O Cristo ressuscitado tinha corpo espiritual, e o Cristo que morreu na cruz tinha corpo físico, e eram diferentes. O Cristo ressuscitado atravessava paredes, como lemos em Jo. 20:19. O Cristo ressuscitado aparecia e desaparecia misteriosamente, como aconteceu com os dois de Emaús (Lc. 24:30-31)O apóstolo Paulo declarou que não só eram diferentes no aspecto, mas eram tão diferentes espiritualmente, que o que morreu era um, e o que ressuscitou era outro. Paulo disse: “Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que também tenhamos conhecido a Cristo segundo a carne, contudo agora já o não conhecemos deste modo” (II Co. 5:16). E na carta aos Romanos, Paulo diz: “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, afim de que demos fruto para Deus” (Rom. 7:4). O que morreu era o Messias de Israel, e o que ressuscitou é o Filho de Deus, gerado pelo Espírito Santo na ressurreição (Rm. 1:3-4). O Messias era salvador só de Israel, o Filho de Deus é salvador de todos, por isso Paulo disse: “Porque para isto trabalhamos e lutamos, pois esperamos no Deus vivo, que é o salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis” (I Tm. 4:10).

Jesus espiritualmente ressuscitado não era mais o Messias de Israel mas o Salvador de todo aquele que crê: “Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (I Tm. 2:3-4). Após a ressurreição, Jesus aparece aos onze apóstolos, e disse-lhes: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão a mão sobre os enfermos, e os curarão” (Mc. 16:15-18).

Terminamos dizendo: O reino do Messias seria neste mundo. Jeová disse: “E deles farei uma nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles; e nunca mais serão duas nações, nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos” (Ez. 37:22). “E meu servo Davi reinará sobre eles, e todos eles terão um pastor; e andarão nos meus juízos, e guardarão os meus estatutos. E habitarão na terra que dei a meu servo Jacó … para sempre, e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente” (Ez. 37:24-25).

O reino de Cristo não é neste mundo. Paulo declarou: “O Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial” (II Tm. 4:18). E Pedro disse: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós” (I Pd. 1:3-4).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(302) – JEROBOÃO

JEROBOÃO

                                                                                                                                                     Quem era Jeroboão? Um efraimita, filho de Nebate, muito hábil e industrioso desde a infância. Salomão, conhecendo suas aptidões fê-lo intendente dos tributos de toda a casa de José (I Rs. 11:28).

“Aconteceu que, saindo Jeroboão de Jerusalém, o encontrou o profeta Aías, o silonita, no caminho, e ele estava vestido de um vestido novo, e sós estavam os dois no campo. E Aías pegou no vestido novo que sobre si tinha, e o rasgou em doze pedaços. E disse a Jeroboão: Toma para ti os dez pedaços, porque assim diz Jeová deus de Israel: Eis que eu rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei as dez tribos. Porém ele terá uma tribo, por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, a cidade que elegi de todas as tribos de Israel. Porque me deixaram, e se encurvaram a Astarote, deusa dos sidônios, a Quemós, deus dos moabitas, e a Milcom, deus dos filhos de Amom; e não andaram nos meus caminhos, para fazerem o que parece reto aos meus olhos” (I Rs. 11:29-33). E Jeová disse mais: “Porém eu não tomarei nada deste reino da mão de Salomão nos seus dias, por amor de Davi. Mas da mão de seu filho tomarei o reino, e a ti to darei as dez tribos dele, e a seu filho darei uma tribo, para que Davi, meu servo, sempre tenha uma lâmpada diante de mim em Jerusalém, a cidade que elegi para pôr ali o meu nome” (I Rs. 11:34-36).

Este texto deixa bem claro que foi Jeová quem escolheu Jeroboão, filho de Nebate, e lhe deu as dez tribos, que formaram o reino do norte. Aconteceu que, Jeroboão pensou o seguinte em seu coração: O templo está em Jerusalém, e o povo irá lá para adorar e fazer sacrifícios. Com isso o coração do povo tornará para Roboão, filho de Salomão, e a mim me matarão (I Rs. 12:26-27). Então o rei Jeroboão fez dois bezerros de ouro, e disse ao povo: Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses, o Israel, que te fizeram subir da terra do Egito. E pôs um bezerro em Betel, e outro em Dã. E este feito se tornou em pecado diante de Jeová, e o povo se corrompeu (I Rs. 12:28-30).

Jeová então planeja destruir toda a casa de Jeroboão, o homem que ele, o deus de Israel, tinha escolhido para ser o rei das dez tribos. “Eis que trarei mal a casa de Jeroboão, e separarei de Jeroboão todo o homem até o menino, tanto o encerrado como o desamparado em Israel; e lançarei fora os descendentes da casa de Jeroboão, como se lança fora o esterco, até que de todo se acabe. Quem morrer de Jeroboão na cidade os cães o comerão, e o que morrer no campo as aves o comerão, porque Jeová o disse” (I Rs. 14:10-11).

Nesta manobra política tenebrosa de Jeová, ele cometeu no mínimo quatro erros crassos e injustos que não se coadunam com a imagem do Deus amoroso, perdoador e perfeito, revelado por Jesus Cristo no Novo Testamento.

  1. Dividiu o reino de Israel em dois. Não sabia Jeová que o “reino dividido não subsiste?” Foi Jesus, que é um com o Pai, quem revelou essa verdade dizendo: “Todo o reino, dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá” (Mt. 12:25; I Rs. 11:35-36). Divididos, os dois reinos começaram a guerrear entre si. Um Deus verdadeiro sabe isso.
  2. Jeová escolheu um mau homem para reinar sobre as dez tribos. Ora, Salomão declara que Jeová sonda os corações em Pv. 21:2. E declarou mais: “Se disseres: Eis que o não sabemos; porventura aquele que pondera os corações não o considerará? E aquele que atenta para a tua alma não o saberá?” (Pv. 24:12). O profeta Daniel disse: “Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz” (Dn. 2:22). Sobre o profeta Jeremias, o próprio Jeová disse: “Antes que te formaste no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta” (Jr. 1:5). O rei Davi declara que Jeová esquadrinha os corações, e entende todas as imaginações e pensamentos (I Cr. 28:9). E disse mais Davi: “Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento” (Sl. 139:2). Ora, conhecendo Jeová os pensamentos e intenções dos homens, e conhecendo as suas tendências, mesmo antes de nascer, não podia ter colocado um rei perverso sobre Israel, a não ser com a intenção de destruir o reino (o mal de Jeroboão está em I Rs. 12:26-30).
  3.  A terceira injustiça de Jeová está no fato de mandar destruir toda a casa de Jeroboão, incluindo os filhos e as crianças, anulando a sua própria lei, que diz: “Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos seus pais; cada um morrerá pelo se próprio pecado” (Dt. 24:16; I Rs. 14:10-11).
  4. O quarto erro com injustiça está em que Jeová pôs a culpa de ter escolhido Jeroboão para ser rei sobre Israel. Leiamos o texto: “Jeová rejeitou a toda a semente de Israel, e os oprimiu, e os deu nas mãos dos despojadores, até que os tirou de diante de sua presença. Porque rasgou a Israel da casa de Davi; e fizeram rei a Jeroboão, filho de Nebate. E Jeroboão apartou a Israel de seguir a Jeová, e os fez pecar um grande pecado” (II Rs. 17:20-21). Homem que não reconhece a própria culpa não tem honra nem dignidade. No caso de um deus essa atitude é abominável. Um deus culpando inocentes porque quer destruí-los. Nero fez isso. Mandou incendiar Roma e pôs a culpa nos cristãos porque queria matá-los.

Mas os crimes de Jeová não param aí. Salomão, em oração pediu sabedoria a Jeová. Foi atendido prontamente. Jeová lhe disse: “Eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti teu igual se não levantará” (I Rs. 3:12). A sabedoria foi tão terrena e carnal, que Salomão, o lúbrico, casou com setecentas mulheres princesas, e ainda teve trezentas concubinas para deleite sexual. A sabedoria foi tão terrena e diabólica, que Salomão a usou para oprimir o povo cobrando altos tributos. Pois para alimentar mil mulheres, os servos, os príncipes nos banquetes,“o provimento de Salomão era, a cada dia, trinta coros de flor de farinha, e sessenta coros de farinha. Dez vacas gordas, vinte vacas de pasto, e cem carneiros, afora os veados e as cabras monteses, e os corsos, e as aves cevadas” (I Rs. 4:22-23). Recebia Salomão 666 talentos de ouro cada ano, além dos negócios com outros reis (I Rs. 10:14-15). O jugo imposto por Salomão era tão pesado, que depois da sua morte, o povo foi a seu filho Roboão, o novo rei, suplicando: “Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai, e o seu pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos” (I Rs. 12:4)Roboão, abandonando a prudência, e seguindo o louco conselho dos rapazes irresponsáveis que haviam crescido com ele, respondeu ao povo, dizendo: “Meu dedo mínimo é mais grosso que os lombos de meu pai. Assim que, se meu pai vos carregou de um jugo pesado, ainda eu aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões” (I Rs. 12:10-11). Esta declaração insensata de Roboão causou a separação do reino de Israel em dois. A idéia que nos fica é que Roboão era irresponsável. Mas não é assim. As palavras de Roboão são repetidas no segundo livro das crônicas de Israel, onde se lê: “Assim o rei não deu ouvidos ao povo, porque esta mudança veio de Jeová, para confirmar a palavra falada por Aías, o profeta, a Jeroboão, filho de Nebate” (II Cr. 10:14-15). Incrível. Não foram palavras de Roboão, mas sim palavras de Jeová usando a boca de Roboão para fazer o mal. Se este era o plano de Jeová, ele também usou Salomão para fazer o mal, e assim a sabedoria dada a Salomão era maléfica.

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(301) – JEOVÁ, O PIEDOSO

JEOVÁ, O PIEDOSO

         A terra de Canaã é a herança eterna dada por Jeová ao povo de Israel, e prometida com juramento a Abraão: “E te darei a ti, e à tua semente depois de ti, a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão, e ser-lhes-ei o seu deus” (Gn. 17:8; Sl. 105:10-11). Sábado se traduz por repouso ou descanso. Moisés disse: “Seis dias trabalharás, mas o sétimo dia vos será santo, o sábado do repouso de Jeová” (Ex. 35:2) (João F. de Almeida). E o repouso de Jeová é Canaã, a terra da promessa: “Porque Jeová elegeu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo: Este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei” (Sl. 132:13-14). O sábado é, portanto, um memorial da terra prometida, onde o povo de Israel repousaria da dura servidão egípcia. O sábado de Jeová é, portanto, um lugar. Jeová declara que foram como ovelhas perdidas o seu povo, pois esqueceram-se do lugar do seu repouso (Jr. 50:6; Is. 11:10). Todo o povo de Israel, que foi libertado da terrível servidão egípcia, murmurou contra Jeová no deserto. A ira de Jeová se acendeu contra eles, e todos, salvo Josué e Caleb, morreram no deserto durante uma peregrinação de quarenta anos. Nenhum entrou no repouso, isto é, no sábado de Jeová. Foram condenados com juramento. Guardaram semanalmente o sábado literal mas ficaram sem o verdadeiro e real. Esse assunto está bem explicado na carta aos Hebreus 3:17-19 Nm. 14:27-38.

Passemos a analisar a piedade e a misericórdia de Jeová, pois Moisés declarou: “Jeová, o senhor, deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão, e o pecado” (Ex. 34:6-7).

*        Ruben, o primogênito de Jacó foi imoral, afrontoso e incestuoso, pois deitou-se com Bila, concubina de seu pai e mãe de Dã e Naftalí, filhos de Jacó (Gn. 30:1-8). Leiamos os textos sobre o pecado de Ruben e suas conseqüências. “E aconteceu que, habitando Jacó na terra, foi Ruben, e deitou-se com Bila, concubina de seu pai; e Israel (Jacó) soube-o” (Gn. 35:22). Jacó, antes de morrer, chamou os filhos para abençoar, e disse a Ruben: “Ruben, tu és o meu primogênito, minha força, e o princípio do meu vigor. Inconstante como a água, não serás o mais excelente; porquanto subiste ao leito do teu pai. Então o contaminaste; subiste à minha cama”  (Gn. 49:3-4).Perdeu a primogenitura para José (I Cr. 5:1-2). Apesar do grande pecado de Ruben, Jeová ordenou que os reinos de Siom, rei de Hesbom, e Ogue, rei de Basã, vencidos em batalha por Israel, fossem dados aos rubenitas (Dt. 29:7-8). Jeová é piedoso e misericordioso, pois Ruben teve herança e repouso.

*        Esaú, irmão mais velho de Jacó, desprezou a primogenitura, e a vendeu a seu irmão por um prato de lentilhas (Gn. 25:28-34)Em Israel, por ordenança de Jeová, o primogênito é o herdeiro dos bens e da bênção (Dt. 21:15-17). Além de desprezar a primogenitura, Esaú casou com duas mulheres hetéias, que foram uma amargura de espírito para Isaque e Rebeca, seus pais (Gn. 26:34-35). Vendo depois que Jacó recebeu de Isaque a bênção de primogênito, planejou matar seu irmão por vingança(Gn. 27:41). Na carta aos Hebreus lemos: “E ninguém seja fornicário, ou profano, como Esaú, que por um manjar vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou” (Hb. 12:16-17). Mas Jeová, misericordioso e piedoso, lhe deu herança e descanso. Jeová falou a Israel no deserto, dizendo: “Passareis pelos termos de vossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitam em Seir; e eles terão medo de vós, porém guardai-vos bem. Não vos entremetais com eles, porque não vos darei da sua terra, porquanto a Esaú tenho dado a montanha de Seir por herança” (Dt. 2:4-5; Ex. 34:6-7).

*        Quem são os moabitas e os amonitas? Filhos do incesto. Quando Sodoma e Gomorra foram destruídas a fogo enxofre, dois anjos livraram Ló, a mulher e duas filhas. A mulher, que amava Sodoma, olhou para trás, e foi transformada em uma estátua de sal. Ló, com medo, foi habitar num monte, em uma caverna. As filhas, não tendo com quem casar, decidiram gerar filhos do próprio pai. Deram então vinho ao pai, e depois deitaram-se com ele. A mais velha deu à luz a Moabe, pai dos moabitas, e a mais nova deu à luz ao pai dos filhos de Amom (Gn. 19:30-38). Além de serem filhos do incesto monstruoso, os moabitas e amonitas ainda não saíram com pão e água, a receber Israel, quando saía do Egito. E também alugaram Balaão, filho de Beor, para amaldiçoar a Israel (Dt. 23:3-4). O episódio sobre o assunto dessa maldição está em Nm. 22:1-2, 6, 14-18. Mas Jeová misericordioso e piedoso, lhes deu herança e descanso. Jeová deu ordem ao seu povo Israel, depois que saiu do Egito, dizendo: “Hoje passarás por Ar, pelos termos de Moabe; e chegarás até defronte dos filhos de Amom; não os molestes, e com eles não contendas, porque da terra dos filhos de Amom te não darei herança; porquanto aos filhos de Ló a tenho dado por herança” (Dt. 2:18-19). Moisés, o servo de Jeová, cantou em versos a bondade, piedade e misericórdia de Jeová

(Ex. 34:6-7). 

*        Quem foi Moisés? Era o mais manso e o mais humilde de todos os homens que havia sobre a terra (Nm. 12:3). Mas, continuamos perguntando: Quem foi Moisés? Deixemos que o próprio Jeová o diga, no episódio da revolta de Miriam e Arão contra Moisés: “Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós houver profeta, eu, Jeová, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com meu servo Moisés que é fiel em toda a minha casa? Boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras, pois ele vê a semelhança de Jeová. Porque pois não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés? Assim a ira de Jeová se acendeu contra eles; e foi-se. E Miriam ficou leprosa” (Nm. 12:6-10). Moisés foi o maior profeta: “E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem Jeová conhecera cara a cara” (Dt. 34:10). Moisés era cheio do espírito de Jeová. Era tanta unção que Jeová tirou do espírito que estava em Moisés e distribuiu por setenta anciãos, para ajudá-lo a conduzir o povo, pois era muito (Nm. 11:17-26). Nem por isso enfraqueceu o espírito de Moisés. Moisés foi chamado por Jeová com quarenta anos, e o serviu fielmente por mais quarenta conduzindo o povo de Israel no deserto e sofrendo suas queixas, rebeliões e lamentações por quarenta anos. Foi chamado com oitenta e serviu até os cento e vinte. O trabalho era tão exaustivo que Moisés falou a Jeová, dizendo: “Porque fizeste mal a teu servo, pondo sobre mim o cargo de todo este povo? Concebi eu porventura todo este povo? Gerei-o para que me dissesses: Leva-o ao teu colo, como a ama leva o que cria” (Nm. 11:11-12). Qual foi a paga que Moisés recebeu de Jeová? Quando Israel, chefiado por Josué, ia entrar no repouso, isto é, na terra da promessa, Jeová o levou ao cume do monte Nebo, e lhe disse: “Esta é a terra de que jurei a Abraão, Isaque e Jacó, dizendo: À tua semente a darei; mostro-ta para a veres com os teus olhos, porém para lá não passarás. Assim morreu ali Moisés, servo de Jeová” (Dt. 34:4-5).

Moisés não entrou no descanso de Jeová. Depois de quarenta anos servindo a Jeová fielmente, foi proibido de entrar, e contado com os murmuradores que morreram no deserto por desobediência. “Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que não entrariam no seu repouso? (Hb. 3:17-18). O pobre Moisés, que creu em Jeová, o Moisés cujo rosto brilhava por ter visto a Jeová no monte Sinai (Ex. 34:29); Moisés o maior profeta, o maior líder de todos os tempos, ficou sem herança, sem descanso, sem repouso, sem bênção, e o que é pior, seu corpo foi entregue por Jeová a Satanás (Jd. 9). Cuidem-se os que servem a Jeová …

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(300) – DRAGÃO – XI

DRAGÃO 11

O EGITO

 

O Egito é figura deste mundo com sua beleza, seus segredos, suas riquezas, sua glória e seu misticismo. Como provar biblicamente isso? É simples. Faraó é figura do diabo, pois é o grande dragão, e o dragão é o diabo (Ap. 12:9; Ez. 29: 3). E o diabo é o rei deste mundo como Faraó é o rei do Egito (Mt. 12:24-26). O esplendor do Egito durou 2.700 anos, ou vinte e sete séculos, e já florescia quando outras tribos habitavam em cabanas e cavernas. O Egito foi antigo para os antigos. Muito evoluído em medicina; mais do que outros povos que viveram depois. A arquitetura egípcia revela conhecimentos de astronomia e matemática, pois foram as pirâmides construídas com alinhamentos matemáticos e astronômicos, e foram erguidas no período, que durou de 2.700 a 2.200 anos antes de Jesus Cristo, pois a história da glória do império egípcio se desenvolveu em três fases, que são: o antigo império, o médio império, e o novo império. Após os 2.700 anos começou a decadência. A pirâmide de Queops foi construída com enormes pedras retangulares e nenhuma delas tinha menos de dez metros de altura. Eram tão bem aparelhadas, que é impossível introduzir uma lâmina de canivete entre elas. A pirâmide forma um relógio solar. A orientação da pirâmide é no sentido norte sul com exatidão científica.

Esse foi o Egito, como figura deste mundo. Jerusalém, no apocalipse, é chamada de Sodoma, e Egito, por causa da devassidão. Sendo assim, Sodoma era também Egito, e Jerusalém era Egito; o Rio de Janeiro é Egito; Nova York é Egito; o mundo todo é Egito, porque o mundo todo é Sodoma, pois existe até Igreja de Satanás. E a Bíblia, revela que há Igrejas Cristãs que pregam a Cristo, mas dentro está o trono de Satanás, como a Igreja de Pérgamo (Ap. 2:13; Ap. 11:8).

Vamos narrar a história do Egito, como figura deste mundo, e a história de Israel, como figura do povo de Deus.

1) Havia fome no mundo de então, e o único que tinha pão era Faraó, isto é, o dragão, que é também satanás. O texto bíblico diz: “E todas as terras vinham ao Egito para comprar de José, porquanto a fome prevaleceu em todas as terras (Gn. 41:57). O pão do Egito é figura da comida abominável de Satã. Pode um homem de Deus como José servir comida venenosa de Satã? Claro que pode. Muitos servos de Deus, hoje, estão servindo o pão da carne. Alimentando os cristãos com coisas que satanás tem para dar (Lc. 4:5-8). Jesus serve outro pão (Jo. 6:32-33).

2) Jacó, com sessenta e seis almas, desceu ao Egito, para ser alimentado com o trigo de Faraó (Gn. 46:26). Essas 76 almas são figuras da Igreja nascente, depois da ressurreição de Cristo, que, perseguida e com fome de liberdade, acabou caindo nas graças do dragão, quando Constantino se converteu e abriu as portas do poder temporal. A Igreja perseguida se transformou em perseguidora, como disse Paulo: “Aquele que era gerado segundo a carne perseguiu o que era gerado segundo o Espírito, assim é também hoje” (Gl. 4:29). “O homem do mundo não aceita as coisas do Espírito, pois lhe parecem loucura” (I Co. 2:14). 

3) No começo, enquanto José vivia, a vida dos israelitas foi um mar de rosas, mas depois da morte de José, duas coisas trágicas aconteceram. Uma escravidão com dura servidão, e também o pão imundo da prostituição (Ex. 1:6-14; Ez. 23:2-4). Assim também é hoje. O povo de Deus, formado na Igreja do Senhor Jesus, é obrigado a construir palácios e fabricas para o dragão, isto é, o diabo, e é alimentado pelas novelas imorais de televisão; assistem vídeos pornográficos; todos os canais de comunicação entram lar adentro com notícias corruptoras. Esse é o pão que alimenta nossos filhos. É a contaminação global.

4) Assim como Israel era cativo no Egito, e Faraó não os deixava sair pela mão de Moisés, acontece hoje. Há uma parte da Igreja que não aceita os falsos valores deste mundo. Digo uma parte porque a maioria se rendeu à sedução das riquezas, do conforto material, dos carrões e palácios, ao divórcio, aos divertimentos, à pílula anticoncepcional, etc. Os que não aceitam o jugo da carne, querem sair e não conseguem; esperam chorando o livramento de Deus, como o justo Ló, que vivia enfadado da vida dissoluta dos sodomitas, era afligido todos os dias pelo que via e ouvia sobre as obras injustas do seu tempo (II Pd. 2:7-8). O povo de Deus vê o mal penetrando nas Igrejas e nos lares, luta contra, e é tido como fanático, e por isso é escarnecido.

5) O cativeiro é figura de um jugo sobrenatural, pois Faraó é figura de Satã, o dragão. Nenhum homem pode escapar com as próprias forças. Jeová, o deus dos hebreus, libertou seu povo com dez terríveis pragas. O Pai livra a Igreja de Cristo, que é o seu povo, comprando-o com o sangue de Cristo. Foram duas operações diferentes (I Pd. 1:18-19; At. 20:28). Jeová libertou seu povo pela violência, e Jesus deu a vida pelo seu povo, como manso cordeiro. Parece que Moisés foi uma dupla figura. Obedecendo a Jeová; usou de violência, mas declarou que essa violência não saiu de seu coração (Nm. 16:28-33). Também, imitando a Cristo, entregou sua vida pelo povo a quem amava, dizendo: “Este povo pecou grande pecado, fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa o seu pecado, se não risca-me, peço-te, do seu livro” (Ex. 32:31-32). No fim dos quarenta anos, Jeová levou Moisés no cume do Monte Nebo, e disse-lhe: “Olha, vê com teus olhos a terra prometida, pois tu ali não entrará, como se dissesse: Morra pelo povo que tanto amou”. E ali morreu Moisés, e foi contado com os que foram rejeitados por Jeová (Dt. 34:1-5).

6) Moisés, como figura de Cristo, destruiu o poder de Faraó, assim como Cristo destruiu o poder de Satanás (I Jo. 3:8).

7) Libertado do Egito, o povo perambulou pelo deserto quarenta anos, e esses quarenta anos são figura de quarenta séculos, ou quatro mil anos, que começaram com o primeiro cristão, isto é Abraão (Gl. 3:6-9). Este mundo, para os cristãos, passa a ser um deserto de tentações e quem tenta é o próprio Jeová (Dt. 8:2-3). Deus, o Pai, a ninguém tenta (Tg. 1:13).

8) A passagem pelo mar vermelho marcou a libertação total do Egito, e a entrada na vida do deserto. Assim também, através do batismo, o Cristão sai deste mundo, e entra no deserto, pois as coisas deste mundo são vedadas aos cristãos, por isso Paulo disse: “Estou crucificado para o mundo, e o mundo para mim” (Gl. 6:14). O apóstolo João define as miragens do deserto espiritual deste mundo da seguinte maneira: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (I Jo. 2:15-16)“E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (I Jo. 2:17). É como se João dissesse: A aparência do mundo passa, pois este mundo é feito de falsas miragens. Paulo confirma isso em I Co. 7:31. Nessa longa peregrinação o povo vai caindo e morrendo no deserto.

Jesus disse: “Quando vier o Filho do homem, porventura encontrará fé na terra?” (Lc. 18:8). Em outra ocasião ainda, falou, quando lhe perguntaram: “Senhor, são poucos os que se salvam? E Jesus lhe respondeu: Porfiai por entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão” (Lc. 13:23-24). Quando veio o dilúvio sobre este mundo, somente oito se salvaram, e bilhões de pessoas foram condenadas. Quando o povo de Israel saiu do Egito, eram uns dois milhões de pessoas; só dois se salvaram. E hoje, como será? Se Jesus voltar, quantos escaparão?

O aviso de Jesus é o seguinte: “Se o pai de família soubesse a que horas havia de vir o ladrão, vigiaria, e não deixaria minar a sua casa (Lc. 12:39). O problema é que, como Israel estava na mão de Faraó; a igreja está na mão do dragão (Ap. 2:13; Lc. 4:5-8). Está, e não sabe que está. Todas as nações juntas formam a aldeia global, isto é, cristãos, ateus, feiticeiros, macumbeiros, espíritas, idólatras. A aldeia global é aquela que todos cantam a mesma música, todos vestem a mesma roupa, todos assistem os mesmos filmes, todos usam o mesmo linguajar, todos tem os mesmos ídolos, isto é, os ídolos de futebol, de fórmula um, e de vedetes. Todas têm as mesmas necessidades. A Igreja não é diferente nesses e outros pontos.

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(299) – DRAGÃO – X

DRAGÃO 10

         O Velho Testamento era cheio de figuras. Adão e Eva eram figuras  (Rm. 5:14). O dilúvio era figura(I Pd. 3:21). Na terra existem figuras de coisas que estão nos céus (Hb. 9:23-24). Figuras que são advertências (I Co. 10:11). Abraão foi uma figura, pois em Lc. 16:22 lemos que Lázaro morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão. Por que não está escrito, seio do Pai? Jesus, o filho unigênito de Deus, está no seio do Pai (Jo. 1:18).

Os que Jesus salva vão para o seio do Pai, pois Jesus disse: “Na casa de meu pai há muitas moradas; vou preparar-vos lugar” (Jo. 14:2). Quem vai para o seio de Abraão vai para outro lugar. O mendigo lázaro foi para o sei de Abraão porque padeceu fome, ao passo que o cristão comeu o pão da vida (Jo. 6:51). Lázaro desejava comer as migalhas da mesa do rico que caiam, não o pão de Cristo (Lc. 16:19-21). O rico da parábola personificava o sacerdote, pois vestia-se de púrpura e linho fino, que eram roupas sacerdotais (Ex. 28:4-6). Vemos assim, que o pobre Lázaro era israelita pobre e desgraçado, que olhando para a pompa da vida dos sacerdotes, pensava: Como pode ser que os sacerdotes vivam como ricos sem trabalhar, e eu dou um duro danado e vivo nesta miséria?

Vejamos se Abraão é figura, e de quem é figura:

Jeová falou com Abraão, dizendo: “Saibas, de certo, que peregrina será a tua semente em terra que não é sua, e servi-los-ão; e afligi-los-ão quatrocentos anos” (Gn. 15:13-14). A forma pelo qual Jeová revelou os detalhes do que ia acontecer à descendência de Abraão forma uma deslumbrante figura. Aconteceu assim:

1 – E havia fome naquela terra, e desceu Abrão ao Egito, para peregrinar ali (Gn. 12:10). Duzentos anos mais tarde, aconteceu o mesmo: “E a fome era gravíssima na terra” (Gn. 43:1).

2 – Abrão desce ao Egito com Sarai, sua mulher (Gn. 12:11). Duzentos anos mais tarde Jeová levou Israel ao Egito pelas mãos de José, filho de Jacó (Gn. 46:26). Toda a casa de Jacó se compunha de sessenta e seis almas.

3 – Abraão, na terra do Egito, não se revela como marido de Sarai, e lhe pede que declare ser sua irmã(Gn. 12:12-13). Jeová também não se revelou aos egípcios como o deus de Israel por oitenta anos, pois José foi investido de autoridade plena sobre o Egito com 30 anos, e morreu com 110 (Gn. 41:42-46; 50:26). Só após a morte de José começou o cativeiro que durou cento e vinte anos. Jeová por duzentos anos não se manifestou, enquanto o povo se multiplicava.

4 – Sarai, mulher de Abrão, foi tomada por Faraó, para ser sua esposa: “E aconteceu que, entrando Abrão no Egito, viram os egípcios a mulher, que era mui formosa. E viram-na os príncipes de Faraó, e gabaram-na diante de Faraó; e foi a mulher tomada para a casa de Faraó” (Gn. 12:14-15). A beleza de Israel, isto é, o povo de Israel, apareceu por causa da beleza do caráter de José. Quando Jacó chegou ao Egito, o texto diz: “E Jacó abençoou a Faraó, e saiu de diante da face de Faraó. E José fez habitar a seu pai e seus irmãos, e deu-lhes possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés, como Faraó ordenara” (Gn. 47:10-11). Aconteceu assim o casamento de Faraó com Israel do qual Sarai era figura. Por oitenta anos o povo de Israel foi amado por Faraó e o Egito, tempo esse que durou até a morte de José.

5 – Abrão fica rico no Egito, enquanto Sarai é esposa de Faraó. O texto diz: “E Faraó fez bem a Abrão por amor dela; e ele teve ovelhas, e vacas, e jumentos, e servos e servas, e jumentas, e camelos” (Gn. 12:16).Jeová também enriqueceu no Egito, pois disse a Jacó: “Eu sou deus, o deus de teu pai; não temas descer ao Egito, porque eu te farei ali uma grande nação” (Gn. 46:3). E a herança de Jeová é o reino de Israel. Davi cantou um salmo dizendo: “Tu, ó deus, mandaste a chuva em abundância, confortaste a tua herança” (Sl. 68:9). E Asafe canta em outro salmo: “Lembra-te da tua congregação, que compraste desde a antigüidade, da tua herança que remiste” (Sl. 74:2). O profeta Jeremias declara, dizendo: “Israel é a tribo da tua herança; o Senhor dos exércitos é o seu nome” (Jr. 51:19). O aumento do povo de Israel é o aumento da herança de Jeová, pois é sua riqueza. E foi assim que Jeová enriqueceu no Egito, pois Faraó amava Sarai, isto é, Israel.

6 – Jeová, então, feriu a Faraó com grandes pragas, e a sua casa, por causa de Sarai, mulher de Abrão(Gn. 12:17). E Jeová fere o Egito, que é a casa de Faraó com grandes pragas, isto é, dez pragas, que estão narradas no livro de Êxodo, do capítulo sete ao quatorze. Só que desta vez não foi por causa de Abraão, que já era morto a mais de trezentos anos; Jeová feriu o Egito porque revelou-se como esposo daquela nação, da qual Sarai foi figura.

7 – No tempo de Abraão, depois das pragas, Faraó devolve Sarai a Abrão, seu marido (Gn. 12:18-19). Quatrocentos anos depois, Jeová fere a Faraó e todo o Egito com nove pragas, porquanto Faraó estava endurecido. Mas a última praga, a décima, que foi a morte de todos os primogênitos do Egito, essa praga terrível, que matou o filho primogênito de Faraó, demoliu a sua resistência, e Faraó disse a Moisés: “Levantai-vos, sai do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; e ide, servi a Jeová” (Ex. 12:31). Faraó devolve a esposa de Jeová.

Fica assim provado, com a comparação figurada de Abrão e Sarai, Jeová e Israel, que Abrão é figura de Jeová no Velho Testamento. É por isso que os fariseus e saduceus afirmavam que Abraão era seu pai. O apóstolo João registrou essa declaração, quando os fariseus resistiam a Jesus, que lhes dizia não conhecerem a verdade; então responderam furiosos: “Nosso pai é Abraão” (Jo. 8:32-39). Quando afirmaram que eram filhos de Abraão, queriam dizer que eram filhos de Jeová (Is. 64:8).

Como Faraó é o dragão (Ez. 29:3), ao permitir que Sarai fosse possuída por Faraó em Gn. 12:15-16, e ao permitir que seu povo Israel fosse formado no Egito de Faraó (Gn. 46:3). Tanto Sarai, como Israel foram entregues na mão de Satanás para serem formados. É por isso que Jesus disse aos judeus:“Vós tendes por pai o diabo, e quereis satisfazer os desejos do vosso pai; ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele” (Jo. 8:44).

8 – Damos duas explicações necessárias. A primeira e que Jeová declara que desposou Israel na antigüidade, isto é, antes de ser povo grande. Isto está em Ez. 16:2-8.

A segunda coisa é que Paulo chama Abraão de pai da fé, e muitos o comparam com Jesus. O texto de Paulo diz: “Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, sabei pois que os que são da fé são filhos de Abraão. Ora, tendo a escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: todas as nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são benditos como o crente Abraão” (Gl. 3:6-9). Abrão foi o primeiro que creu, e Jesus é o autor da fé, logo Abraão não podia ser figura de Cristo; mas é o primeiro crente, o primeiro que ouviu o evangelho, e creu.

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(298) – DRAGÃO – IX

DRAGÃO 9

O Jardim do Éden

         Vamos tratar de um Jardim do Éden diferente do jardim de Gn. 2:8-15. Leiamos a Escritura Sagrada: “E sucedeu, no ano undécimo, no terceiro mês, ao primeiro do mês, que veio a mim a palavra de Jeová, dizendo: Filho do homem, dize a Faraó, rei do Egito, e à sua multidão: A quem és semelhante na tua grandeza? Eis que a Assíria era um cedro no Líbano, de ramos formosos, de sombrosa ramagem e de alta estatura, e o seu topo estava entre os ramos espessos. As águas o fizeram crescer, e o abismo o exalçou; as suas correntes corriam em torno da sua plantação, e ela enviava os regatos a todas as árvores do campo. Por isso se elevou a sua estatura sobre todas as árvores do campo, e se multiplicaram os seus ramos, e se alongaram as suas varas, por causa das muitas águas que enviava. Todas as aves do céu se aninhavam nos seus ramos, e todos os animais do campo geravam debaixo dos seus ramos, e todos os grandes povos se assentaram à sua sombra. Assim era ele formoso na sua grandeza, na extensão dos seus ramos, porque a sua raiz estava junto às muitas águas. OS CEDROS NÃO O PODIAM ESCURECER NO JARDIM DE DEUS; AS FAIAS NÃO IGUALAVAM OS SEUS RAMOS, E OS CASTANHEIROS NÃO ERAM COMO OS SEUS RENOVOS; NENHUMA ÁRVORE DO JARDIM DE DEUS SE ASSEMELHOU A ELE NA SUA FORMOSURA. FORMOSO O FIZ COM A MULTIDÃO DOS SEUS RAMOS; E TODAS AS ÁRVORES DO EDEN, QUE ESTAVAM NO JARDIM DE DEUS, TIVERAM INVEJA DELE” (Ez. 31:1-9)

O profeta Ezequiel está revelando que houve outro Jardim do Éden 2.406 anos depois de Adão e Eva? Como pode ser isso? Transcrevemos o texto acima como está na Bíblia. O Jardim do Éden de Gênesis capítulo dois é apenas uma pálida figura, formada com elementos reais; porém Ezequiel nos revela detalhes do verdadeiro Jardim do Éden. O profeta, no capítulo trinta e um, fala especificamente do rei da Assíria, que destruiu o reino de Israel, levando o povo para o cativeiro (II Rs. 17:6). O profeta faz uma comparação de Faraó com o rei da Assíria.

Ezequiel declara que a Assíria era um cedro do Líbano, de ramos formosos, de sombrosa ramagem e de alta estatura (Ez. 31:3). Depois revela que era também uma árvore do Jardim do Éden, entre as outras, que tinham inveja da sua glória (Ez. 31:9). Sendo assim, quando Jeová fez brotar de terra toda árvore agradável à vista e boa para comida, em figura falava dos reinos deste mundo (Gn. 2:9).Também, quando Jeová disse a Adão: “De todas as árvores do jardim comerás livremente”, mostrava em figura que o seu povo podia desfrutar de todos os reinos, de sua cultura, de seus bens, de suas riquezas; somente da árvore da ciência do bem e do mal não poderia comer (Gn. 2:16-17). Comparando Faraó com o rei da Assíria, Jeová revelou que era também uma grande árvore. É claro que Babilônia, Pérsia, Grécia, Roma, etc. eram todas árvores. Continuando a decifrar o enigma de Jeová (Sl.78:2), Ezequiel diz sobre o reino assírio: “As águas o fizeram crescer, o abismo o exalçou” (Ez. 31:4). Águas são povos (Is. 17:13; Ap. 17:15). O abismo é a morada de Satanás, e é aqui na terra (Ap. 20:1-3).

Podemos entender também que os reinos deste mundo são exaltados pelo poder vindo do abismo, como aconteceu com José no Egito (Gn. 49:25). Pensando um pouco, concluímos que o abismo é o lugar dos mortos, pois Paulo disse: “Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo)” (Rm. 10:7). Se a Assíria foi exalçada pelo poder do abismo, e Ezequiel compara Faraó a Assíria, o Egito também foi exalçado pelo abismo. Se as outras árvores do Jardim do Éden tinham inveja da grandeza da Assíria (Ez. 31:9). É também evidente e claro, que todas as árvores do Jardim do Éden eram figuras de todos os reinos deste mundo. O texto diz: “Os cedros não o podiam escurecer no jardim de Deus; as faias não igualavam os seus ramos; e os castanheiros não eram como os seus renovos; nenhuma árvore do jardim de Deus se assemelhou a ele na sua formosura. Formoso a fiz com a multidão de seus ramos; e todas as árvores do Éden, que estavam no jardim de Deus, tiveram inveja dele” (Ez. 31:8-9). Se as nações todas eram invejosas, todas eram exalçadas, ou exaltadas pelo abismo, que fazia parte do Jardim do Éden, e ninguém pensa nisso. Até Adão e Eva foram exalçados pelo poder do abismo, pois o dragão, ou a serpente, que é o diabo e Satanás, lá estava com liberdade total de ação. Sendo Satanás um anjo caído, portanto invisível, pois os olhos espirituais de Balaão tiveram de ser abertos por Jeová para que visse o anjo que o queria matar (Nm. 22:31). E satã acabou com o Jardim do Éden, pois foi o autor da condenação de Adão e Eva, autor das maldições da terra (Gn. 3:16-19). Satã causou a condenação e morte de toda a descendência de Adão, que hoje enchem o nosso miserável planeta, que está um caos, pois a ciência vive seus dias de glória, e é só guerra, drogas, comércio negro de cocaína e outros derivados, ervas venenosas, crimes, assassinatos, estupros, prostituição, sodomia, roubalheira, miséria e favelas, crime organizado, comércio de almas, comércio de órgãos, assaltos, latrocínios, violência, divórcios, filhos sem pais, isto é, bastardos, opressão, corrupção de costumes, etc., etc..

Mas voltemos ao Jardim do Éden, que é o nosso assunto. Ezequiel revela que todas as árvores do Éden, isto é, todas as nações, que fazem parte desse jardim infernal estão condenadas a destruição final, mesmo as mais gloriosas (Ez. 31:18). Todas condenadas ao inferno (Ez. 31:16-17). Ou o Jardim do Éden foi figura do inferno, ou foi figura da corrupção e condenação das nações futuras, mas jamais foi figura do céu e da glória primeira do homem criado.

TIRAMOS ALGUMAS CONCLUSÕES DO JARDIM DO EDEN QUE EZEQUIEL DESCREVEU:

1 – Parece que o Jardim do Éden era um verdadeiro inferno, pois Faraó tornou a existência do povo de Israel pior do que um inferno (Ex. 1:8-16).

O rei da Assíria mergulhou o Reino de Israel no inferno quando os levou ao cativeiro. Por último o rei Nabucodonosor fez do reino de Judá outro inferno quando queimou a fogo a cidade de Jerusalém, e também o templo de Jeová, e transportou o povo e os príncipes para Babilônia como escravos (Lm. 5).

2 – Jeová expulsou Adão e Eva do jardim, e fechou o caminho da árvore da vida. Ezequiel, entretanto, declara que todas as nações, que são as árvores do jardim, estavam dentro do Éden em plena glória 2.450 anos mais tarde?

3 – Adão e Eva foram expulsos do jardim porque pecaram, e Satanás, que pecou antes deles tinha e tem acesso livre em todo o tempo, pois até a Jesus tentou derrubar (Gn. 3:1-6; Lc. 4:5-8). Isto é uma incoerência. Por que Jeová fecha a porta para o homem, e deixa aberta para Satã? Se Satanás pecou primeiro, não deveria ter acesso livre (Jo. 8:44; I Jo. 3:8).

4 – Jeová fechou o caminho da árvore da vida para que os homens não pudessem jamais entrar (Gn. 3:22-24), mas de acordo com Ezequiel trinta e um, os homens pecadores e condenados estavam todos dentro? Como explicar isso? Contradição?

5 – Jeová fechou o caminho da árvore da vida (Gn. 3:24). E Jesus abriu a todos os que Jeová não queria dentro, isto é, os pecadores (Jo. 15:1; 14:6).

6 – Jeová colocou Adão e Eva no jardim com Satanás; Jeová colocou Israel no Egito com o dragão, que é Satanás (Ez. 29:3). Jeová colocou Israel na Assíria com o dragão (Is. 8:7; Ez. 31:2-3). Jeová colocou o reino de Judá na Babilônia, na mão do dragão (Jr. 51:34).

Com Jesus é diferente. Ele arranca os homens da mão do dragão, e os leva para as mãos de Deus Pai: Ele abre nossos olhos, das trevas nos converte à luz, e do poder de Satanás a Deus, afim de recebermos a remissão dos pecados, e a herança entre os santificados pela fé (At. 26:18).

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(297) – MINISTÉRIO DA MORTE

 

MINISTÉRIO DA MORTE

 

São palavras do apóstolo Paulo estas: “E se o ministério da morte gravado em pedras com letras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória” (II Co. 3:7). Que é que está se esforçando para explicar? É que o concerto de Jeová, feito com Israel no Monte Sinai, tendo como base as duas tábuas de pedra gravadas pelo próprio Jeová, contendo os dez mandamentos, era o ministério da morte e não da vida. Paulo disse também que o ministério da lei veio em glória porque o rosto de Moisés resplandecia depois que desceu do monte para falar ao povo. E como o povo não pudesse fitar o rosto de Moisés, este o cobria com um véu (Ex. 34:28-35). A terceira coisa que Paulo revela, é que a glória era transitória, ou melhor, estava sendo abolida (II Co. 3:9-11). Paulo declarou também, que o ministério da morte, regido pela lei de Jeová, era também ministério da condenação, e era igualmente glorioso (II Co. 3:9). Morte e condenação não podem vir coroadas de glória, mas de vergonha, ou de dor, ou de separação daquilo que se ama. Como diz Paulo que veio em glória?

O ministério da morte é de Jeová; pois ele deu a lei gravada em duas tábuas de pedra, e a lei acusa, condena e mata. Na lei de Jeová não está previsto o perdão, nem dos homens, e nem de deus (Jeová). Na lei de Jeová, lemos: “Se houver morte, então darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe” (Ex. 21:23-25).

Mas a pergunta continua: Porque o Ministério da Morte veio em glória? A resposta é simples. Jeová declara que é glorificado quando mata as pessoas.

Quando Jeová ia destruir o exército de Faraó pelas águas do mar vermelho, fez as seguintes declarações: “Eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó, e em todo o seu exército, e saberão os egípcios que eu sou Jeová” (Ex. 14:4). Mais tarde Jeová deu ordem a Moisés, dizendo: “E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. E eis que eu endurecerei o coração dos egípcios, para que entrem nele atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó, e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros, e os egípcios saberão que eu sou Jeová; quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros” (Ex. 14:16-18). Os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco, e os egípcios entraram também para os matar e destruir. E Jeová alvoroçou o exército egípcio para não alcançar Israel quebrando as rodas dos carros de guerra. Pela madrugada Moisés estendeu a sua vara sobre o mar depois que Israel passou, e as águas se fecharam novamente (Ex. 14:21-29). O texto termina dizendo:“Assim Jeová salvou Israel naquele dia da mão dos Egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar”(Ex.14:30). E Jeová foi glorificado na morte de todo o exército egípcio. Isto entra em choque com as palavras do apostolo João, que diz: “E a vida eterna é esta; que te conheçam a ti só, como único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste” (Jo. 17:3). Neste texto entendemos que a glória de Deus, o Deus verdadeiro, é dar a vida eterna. Deus, o Pai, nada tem a e com a morte. Voltando ao assunto da glória de Jeová, Moisés cantou um cântico: “Jeová é varão de guerra; Jeová é o seu nome. Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército; e os seus príncipes escolhidos afogaram-se no mar vermelho. Os abismos os cobriram; desceram as profundezas como pedras. A tua destra, ó Jeová, se tem glorificado em poder; a tua destra, ó Jeová, tem despedaçado o inimigo” (Ex. 15:3-6). É incrível, mas Jeová se sente glorificado matando os inimigos. Não podemos deixar de lembrar que os egípcios, como inimigos, foram forjados pelo próprio Jeová.  No Salmo 105:23-25 lemos que ele mudou o coração dos egípcios para que odiassem o povo de Israel. E depois ainda endurecia Faraó e o povo para que não se convertessem (Ex. 4:21; 7:3; 10:1, 20, 27; Ex. 11:10; 14:4, 17). Os malvados não eram os egípcios; o malvado era Jeová. Em vez de se glorificar na salvação do seu povo, glorificou-se na morte dos egípcios. “Ó Jeová, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu glorificado em santidade, terrível em louvores, obrando maravilhas? Estendes-te a tua mão direita e a terra os tragou” (Ex. 15:10, 12).

Ora, se a glória de Jeová era matar, o ministério da morte veio em glória. Paulo explica que essa glória era transitória e passageira (II Co. 3:7-11). Glória efêmera. E como Moisés foi o mediador desse concerto da morte, quando desceu do Monte Sinai com as tábuas da lei; gravadas em pedras, seu rosto também resplandecia (Ex. 34:29). Paulo explica que o brilho do rosto de Moisés era a glória do ministério da morte (II Co. 3:7).

Glória esquisita. Hoje, os ladrões e assassinos falam da glória dos seus crimes, dizendo: Eu já apaguei quarenta. Jeová também é glorificado matando, pois Isaias diz: “Porque com fogo e com a sua espada entrará Jeová em juízo com toda a carne, e os mortos de Jeová serão multiplicados” (Is. 66:16). “E serão os mortos de Jeová; naquele dia, desde uma extremidade da terra até a outra extremidade da terra; não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados, mas serão como o estrume sobre a face da terra” (Jr. 25:33). O importante destes textos, é que está escrito: “MORTOS DE JEOVÁ”. Se forem os mortos que dormem em Cristo, como lemos em I Ts. 4:14 e I Co. 15:12-18, mortos estes que deixaram o mundo; crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências; deixaram as ambições humanas de tal forma, que são chamados de mortos que morrem no Senhor Jesus (I Ts. 4:16-18). Mas os mortos de Jeová são os condenados ao inferno, vítimas da vingança de Jeová. Este é o ministério da morte, do qual não escaparam nem os que Jeová salvou do Egito (Jd. 5). E os que não entraram foram todos malditos de Jeová; como lemos em Hb. 3:17-19. Pois Moisés também foi proibido de entrar, e assim pereceu junto com os malditos e rejeitados (Dt. 34:1-5).

O ministério de Cristo e dos apóstolos é o ministério da justiça porque Cristo justifica o pecador condenado por Jeová (II Co. 3:6-9;  II Co. 5:21). Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo. 14:6). E acerca do Deus, Pai de Jesus, Paulo disse: “Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (I Tm. 2:3-4). Como Jeová condenava e matava, e o Pai só salva, concluímos que Jeová é o deus deste mundo tenebroso, e o Deus Pai nada tem a ver com este mundo de Jeová (Sl. 24:1).

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(296) – DRAGÃO – VIII

DRAGÃO 8

DINASTIA SATÂNICA

     O que é uma dinastia? Série de soberanos de uma mesma família. Governo dinástico é aquele que os sucessores seguem o mesmo sistema de governo dos que os precederam. Os Faraós, reis do Egito, formavam uma dinastia de governo draconiano, isto é, despótico, tirânico. A Escritura declara que o Faraó egípcio era grande dragão. “Assim diz Jeová: Eis-me contra ti, ó Faraó, rei do Egito, grande dragão, que pousas no meio dos teus rios, e que dizes: O meu rio é meu, e eu o fiz para mim” (Ez. 29:3). Segundo o dicionário enciclopédico, dragão é um animal fantástico, criado pela imaginação dos antigos, que o representavam com garras de leão, asas de águia e cauda de serpente. Garras de leão porque despedaça e devora os adversários, asas de águia porque voa pelas alturas do céu, e desce para pegar a presa, e cauda de serpente porque é o gênio do mal.

1) O primeiro dragão de que se tem conhecimento, foi a serpente do Éden, criada por Jeová dentro do paraíso com amplos poderes para derrubar os primeiros pais da humanidade conhecida, Adão e Eva. Quem nos revelou esse mistério foi a apóstolo João, dizendo: “E houve batalha no céu: Miguel e seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhava o dragão e os seus anjos; mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo, e satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados na terra com ele” (Ap. 12:7-9).

2) O segundo dragão, que a Bíblia faz referência é o Faraó que oprimiu o povo de Israel, impôs um jugo tirânico obrigando-os a construir as cidades de Píton e Ramesses. Os pobres cativos eram obrigados a fabricar os tijolos de barro e palha. Todas as crianças do sexo masculino eram mortas para enfraquecer o poderio israelita. Comparado ao grande dragão, Faraó é comparado a Satanás. As dez pragas que Jeová produziu no Egito, e o endurecimento do coração de Faraó revelam que quem produz a maldade de satanás é o próprio Jeová, que se declara único autor do mal em Amós 3:6, que diz: “Tacar-se-á a buzina na cidade e o povo não estremecerá?Sucederá qualquer mal à cidade, e Jeová não o terá feito? Ora, se Faraó é figura de Satã, pois ambos são dragões, o endurecimento de Faraó é figura do endurecimento de Satã para perseguir os cristãos; Satã jamais desiste. Segue os textos do endurecimento de Jeová:Êxodo 4:21; 7:2-3; 10:1; 10:20; 10:27; 11:10; 14:4; 14:8; 14:17.

3) O terceiro dragão mencionado na Bíblia é também de uma dinastia de quatro reis da Assíria. A dinastia de Salmanazar ou Salmanessér (II Rs. 18:9). Esses reis reinaram no século oito e século nove antes de Jesus Cristo. Por causa do pecado e corrupção de Salomão, Jeová dividiu o reino em dois reinos, sabendo que não subsistiriam (Mt. 12:25-26). O rei da Assíria levou o reino do Norte formado por dez tribos. Esse rei da Assíria é comparado a Faraó por Jeová. Na realidade, Faraó é comparado ao rei da Assíria no texto (Ez. 31:2-3; 31:18). O rei da Assíria foi maior dragão que Faraó.

4) O quarto dragão mencionado no Velho Testamento foi Nabucodonosor . Jeremias, o profeta, o declarou: “Nabucodonosor, rei da Babilônia, me devorou, pisou-me, fez de mim um vaso vazio, como dragão me tragou” (Jr. 51:34). Este grande dragão devorou os reis de Judá, seus filhos e filhas, e levou os príncipes e os nobres para o cativeiro em Babilônia. No livro das lamentações, Jeremias relata os padecimentos insofríveis do povo judeu. Desonra, escravidão, fome, água a preço de sangue, violação de mulheres e virgens. Esta é a água de fel que Jeová deu de beber a seu povo escolhido (Jr. 9:15; 8:14).

Pois bem, esses quatro reis da Babilônia; e satanás, o rei deste mundo, são também quatro rios. Em Ez. 29:3 lemos que Faraó repousa no meio dos seus rios, e diz: O meu rio é meu, eu o fiz para mim. E o profeta Jeremias disse: “O Egito vem subindo como o Nilo, e as suas águas se movem como os rios; ele disse: Subirei, cobrirei a terra, destruirei a cidade, e os que habitam nela” (Jr. 46:8). Os rios de Faraó são seus exércitos. O rei da Assíria é o segundo rio. Isaías, o profeta é quem fala: “Eis que Jeová fará vir sobre eles às águas de um rio, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; e subirá sobre todos os seus leitos, e transbordará por todas as suas ribanceiras, e passará a Judá, inundando-o, e chegará até o pescoço, ó Emanuel” (Is. 8:7-8). A Babilônia também é um rio, pois Jeremias diz: “Acabando de ler o livro, o atarás a uma pedra, e o lançarás no meio do rio Eufrates. E dirás: Assim será afundada a Babilônia, e não se levantará” (Jr. 51:63-64). E falando do cativeiro, Jeová declara que Judá é um cinto jogado no rio Eufrates até apodrecer. O quarto rei, que também é um rio, é o dragão, ou serpente, ou Satanás. No livro do Apocalipse lemos: “E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar” (Ap. 12:15).

O fantástico dos mistérios de Jeová, que falou por enigmas (Sl. 78:2), é que o Jardim do Eden era regado por quatro rios. O Pison, que é o Jordão, o Giom, que é o Nilo; O tigre e o Eufrates (Gn. 2:10-14). Estes quatro rios regavam o Jardim de Jeová. O primeiro rio a regar o Jardim de Jeová foi de Satã, que regou com engano, rebelião, pecado e morte (Gn. 3:1-6; Rm. 5:12). O segundo rio com o qual o Jardim foi regado foi o Nilo ou Egito. Esse rio regou o Jardim com sodomia, corrupção, prostituição e idolatria(Ez. 23:2-4). O terceiro rio foi o tigre, que simboliza a Assíria (Gn. 2:14). Este rio regou com impudicícias, violência e destruição. O quarto rio regou com jugo de ferro, escravidão, estrupos, prostituição, miséria, desintegração da personalidade (Lm. 5:1-16).

Alguém dirá: Que comparação descabida. Pois saiba o leitor que o profeta Ezequiel revela no capítulo31 do seu livro, que houve um Jardim do Éden nos tempos de Faraó e Assíria, e que a Assíria regava o Jardim com suas águas podres (Ez. 31:1-9). O Jardim do Éden de Gn. 2 é uma pálida figura material e física do verdadeiro Jardim espiritual de Jeová, que pretendia curar a ferida do povo com violência e corrupção. Jeová sabia o que ia acontecer porque foi ele que planejou.

Com Jesus é diferente. Ele amou tanto os pecadores perdidos, as vítimas da violência e da corrupção, que encarnou por amor, e derramou o próprio sangue para salva-los. Resgatou-nos daquele estado de miséria com seu próprio sangue (I Pd. 1:18-19). Jesus regou o verdadeiro Jardim de Deus com o amor de Deus Pai, pois Deus é amor, e não usa ira e furor (Jo. 3:16-17; I Jo. 4:8). Regou com a misericórdia e o perdão (II Co. 1:3; I Jo. 2:12). Regou com as dádivas celestiais, tão ricas e gloriosas, que os bens e riquezas deste mundo em convulsão agonizante, se tornam em lixo desprezível, e até esterco, como disse Paulo (Fl. 3:7-8).

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(295) – DRAGÃO – VII

DRAGÃO 7

NABUCODONOSOR 2

 

Como vimos no estudo “DRAGÃO 6”, Nabucodonosor é mais um dragão, além de Faraó e da vara de Jeová, que Moisés usou para realizar as dez pragas do Egito (DRAGÃO 5)“Nabucodonosor, rei de Babilônia, me devorou, pisou-me, fez de mim um vaso vazio, como dragão me tragou” (Jr. 51:34). O dragão é satanás. “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo, e satanás, que engana todo o mundo, ele foi precipitado na terra, e os seus anjos com ele” (Ap. 12:9). Na história do rei Nabucodonosor está figurada toda a história da elevação e queda de Satanás, o anjo do mal, criado por Jeová (Gn. 3:1). O profeta Daniel é quem nos conta com todos os detalhes.

No capitulo dois do livro de Daniel, lemos a história do primeiro sonho de Nabucodonosor, que nada tem a ver com a realidade histórica do seu reino, cujos feitos foram; a expulsão dos egípcios da Ásia; anexou a Síria, conquistou o reino de Judá, fazendo-o tributário; embelezou a Babilônia cercando-a de grandes muralhas, e construiu os famosos jardins suspensos. Mas passemos ao sonho:

Ao acordar sabia que tinha sonhado, mas não lembrava. Perturbado chamou os magos, astrólogos e encantadores, porém nenhum deles conseguia adivinhar o sonho. Ele queria saber o sonho e a interpretação, e eles garantiam interpretar se o rei lhes contasse o sonho. Encolerizado, o rei decretou a morte dos sábios. Estes por sua vez, buscaram Daniel e seus três amigos para serem mortos também.

Daniel pediu a Arioque, capitão da guarda do rei, e encarregado de mata-los, que poderia resolver o assunto. O rei aguardou mais um dia. À noite foi revelado o sonho a Daniel, que entrou na presença do rei e falou, dizendo: “Há um Deus nos céus que revela os segredos; ele fez saber ao rei o que há de acontecer nos últimos dias: Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua. Esta estátua, que era grande e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista era terrível. A cabeça da estatua era de ouro fino, o seu peito e os seus braços de prata,; o seu ventre e suas coxas de cobre; as pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro. Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, e o cobre, a prata e o ouro, os quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra que feriu a estátua, se fez um grande monte, e encheu toda a terra” (Dn. 2:31-35). E Daniel deu a interpretação do sonho dizendo: “Tu, ó rei, és rei dos reis, pois o deus do céu te tem dado o reino, o poder, e a força, e a majestade. E onde quer que habitem filhos de homens, animais do campo, e aves do céu, ele os entregou na tua mão, e fez que dominasses sobre todos eles: TU ÉS A CABEÇA DE OURO. E depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de metal, o qual terá domínio sobre toda a terra. E o quarto reino será forte como o ferro; pois, como o ferro esmiúça e quebra tudo, como o ferro quebrantará e esmiuçara. E quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa de firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo. Ferro porque uma parte do reino será forte, e lodo porque outra parte será frágil” (Dn. 2:37-43). “Mas nos dias destes reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído, e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, e será estabelecido para sempre. Da maneira como viste que do monte foi cortada uma pedra sem mãos, e ela esmiuçou o ferro, o cobre, o barro, a prata e o ouro, o deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disto” (Dn. 2:44-45).

Na tradicional interpretação, a cabeça de ouro é Nabuodonosor, rei da Babilônia (Dn. 2:37). O segundo reino que se levantou, simbolizado no peito e braços de prata, foram ao Medos e os Persas, cujo rei Ciro destruiu Babilônia] (Dn. 2:32; 2:39; Is. 45:1). O terceiro reino, simbolizado no ventre e nas coxas de bronze da estátua, é o império grego, cuja cabeça foi Alexandre Magno, que conquistou as nações pelos anos 330 AC (Dn. 2:32). O quarto e último reino foi o império romano, com pernas de ferro, e pés de ferro misturado com barro (Dn. 2:33; 2:40). É preciso notar que estes quatro grandes reinos formavam um só corpo vivo, sendo que historicamente, Ciro, o persa, destruiu a Babilônia no ano 538 AC. Mais tarde, 330 AC. Alexandre Magno, rei da Macedônia, conquistou o mundo, e o império Medo Persa deixou de existir. Esses quatro reinos não podiam formar um corpo fisicamente; mas no plano espiritual sim. Ora, Nabucodonosor é o dragão, e o dragão é satanás (Jr. 51:34; Ap. 12:9). Como Satanás disse a Jesus que todos os reinos do mundo lhe foram entregues (Lc. 4:5-8). Os quatro reinos da profecia de Daniel formavam a cabeça e o corpo de Satanás. Como em Lc. 4:5-8, satanás declarou a Jesus que recebeu todos os reinos do mundo e a sua glória, e os dá a quem quer, foi ele que formou o império babilônico, e deu glória a Nabucodonosor. Depois tirou de Nabucodonosor e deu a Ciro, o persa; depois tirou dos medos e persas e deu a Alexandre, o Grande; e depois levantou o império romano, o maior e mais feroz de todos. No sonho da estátua de Nabucodonosor como a cabeça de ouro, Jeová estava interessado em mostrar a glória de Satanás reinando sobre os reinos deste mundo, por isso Daniel profetizou, dizendo: “TU ÉS REI DOS REIS” (Dn. 2:37). Como era rei dos reis, se Ciro destruiu o reino babilônico. A interpretação teológica se fundamenta unicamente no plano material e histórico, esquecendo do plano espiritual. Ora, a história, no plano temporal, era forjada por Jeová, que deu todos os reinos primeiramente a Nabucodonosor, figura de Satanás (Jr. 27:5-8). Sendo Nabucodonosor figura de Satanás, o dragão, foi Jeová quem entregou todos os reinos a Satã (Lc. 4:5-8).

Outro ponto a ser considerado nesta profecia de Daniel, é o reino levantado por Deus, que jamais seria destruído (Dn. 2:44). Ora, o reino de Deus já existia antes de Cristo nascer neste mundo (Mt. 25:34). E este reino de Deus, revelado aos homens por Jesus Cristo, não é deste mundo (Lc. 16:16; Jo. 18:36). Não é deste mundo porque é espiritual e invisível, cujas armas não são materiais e carnais, mas sim espirituais (II Co. 10:3-5). A poderosa arma do reino de Deus é o amor (Jo. 13:34; Rm. 13:8-10; Cl. 1:12-13; Ef. 3:14-21; I Jo. 3:14-15). Essa arma nos é dada por Deus para vencer todas as batalhas (Rm. 5:5; 15:30).

Ora, a profecia de Daniel se situa no plano unicamente temporal e histórico, declarando que o reino eterno levantado por Deus iria esmiuçar e consumir todos os outros reinos, o que não aconteceu. E iria esmiuçar também o ferro, o cobre, o barro, a prata e o ouro, o que também não aconteceu, pois nunca os cristãos apreciaram e buscaram prata e ouro tanto quanto hoje. Daniel, portanto, profetizou do reino de Satanás, que é deste mundo. Cristo vai tirar deste mundo uns poucos para o seu reino (II Tm. 4:18).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(294) – DRAGÃO – VI

DRAGÃO 6

NABUCODONOSOR

 

         Babilônia era a capital da antiga Caldeia, à beira do rio Eufrates, uma das maiores e mais ricas cidades do oriente. Nabucodonosor II, o Grande, reinou na Caldeia de 605 a 562 AC. Esse grande e poderoso rei destruiu o reino de Judá, queimou o templo de Jeová e a casa do rei Zedequias, cujos filhos foram degolados diante de seus olhos; e depois foram vazados seus olhos; ataram-no com duas cadeias de bronze, e foi levado para a Babilônia. Queimaram todos os palácios de Jerusalém e derrubaram os seus muros. O povo foi levado cativo para a Babilônia, ficando somente os pobres e lavradores. Saquearam também todo o ouro, e prata e objetos preciosos. O fim do reino de Judá, e o cativeiro do povo, começou no ano 587 AC.

Pois bem. Nabucodonosor foi chamado de dragão pelo profeta Jeremias. O texto diz:“Nabucodonosor, rei de Babilônia, me devorou, pisou-me, fez de mim um vaso vazio, como dragão me tragou, encheu o seu ventre de minhas delicadezas” (Jr. 51:34). Ora, o dragão é Satanás, como lemos em Ap.12:9. Sendo assim, Nabucodonosor é figura de Satanás. O profeta Isaias faz uma profecia à respeito de Nabucodonosor, que toda a cristandade nestes dois mil anos aplica a Satanás. Isso se acha no capítulo quatorze do livro de Isaias. Vejamos a ordem dada a Isaias: “Então proferirás este dito contra o rei de Babilônia; e dirás: Como cessou o opressor! a cidade dourada acabou!” (Is. 14:4). Agora transcrevemos a profecia: “Já foi derribada no inferno a tua soberba com o som dos teus alaúdes; os bichinhos debaixo de ti se estenderão, e os bichos te cobrirão. Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo. Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão, e dirão: É este o varão que fazia estremecer a terra, e que fazia tremer os reinos?” (Is. 14:11-16). Esta profecia é usada teologicamente para explicar a queda de Satanás. Diz também que Satanás era um anjo de luz que caiu em pecado de soberba e foi lançado na terra, que é o abismo (Pv. 8:26-27; Sl. 104:5-6). Jesus quando desceu a este mundo, desceu ao abismo (Rm. 10:6-7).

Pois o apóstolo João declara que o diabo peca desde o princípio, isto é, foi criado perverso (I Jo. 3:8). A serpente do paraíso é o diabo, ou Satanás, e foi criada neste mundo, isto é, no abismo. “Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que Jeová tinha feito” (Gn. 3:1). E Jesus diz mais, à respeito dos religiosos do seu tempo: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira” (Jo. 8:44). Vemos que Satanás foi feito caído, nunca foi anjo de luz; mas anjo das trevas ele é (At. 26:18).

Voltemos a Nabucodonosor, grande figura do dragão, que é também Satanás. Jeová tinha especial apreciação e carinho para com Nabucodonosor, o dragão. Jeová declarou: “Eu fiz a terra, o homem, e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande poder, e com o meu braço estendido, e a dou àquele que me agrada em meus olhos. E agora eu entreguei todas estas terras na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, MEU SERVO; e ainda até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam” (Jr. 27:5-6). Um deus que deve ser justo e bondoso para com todos, declarar que o cruel e carniceiro Nabucodonosor lhe agrada os olhos, é grave. E entregar a terra com todos os reinos na mão desse rei feroz, é não ter caridade; mas depois que sabemos que Jeová contou a história de Satanás, figurada alegoricamente na história de Nabucodonosor, e que Jeová chama satã de seu servo, agradável aos olhos, ficamos com os cabelos arrepiados. E Jeová diz mais: “E acontecerá que, se alguma nação e reino não servirem ao mesmo Nabucodonosor, rei de Babilônia, e não puserem o seu pescoço debaixo do jugo do rei de Babilônia, visitarei com espada, e com fome, e com peste essa nação, diz Jeová, até que a consuma pela sua mão” (Jr. 27:8-9). Satã, servo de Jeová, tenta a Jesus com os reinos deste mundo, e a sua glória, afirmando que foi presente de Jeová (Lc. 4:5-8). E Jeová era contra qualquer profeta que profetizasse contra o dragão, isto é, Satanás, isto é, Nabucodonosor; e avisou que, todos os que se submetessem ao dragão, seriam obsequiados por Jeová (Jr. 27:9-11).

E Jeová falou aos judeus, seu povo, que ele salva do cativeiro egípcio: “Metei os vossos pescoços no jugo do rei de Babilônia, e servi-o, a ele e ao seu povo, e vivereis. Por que morrerias tu e o teu povo, à espada, e à fome, e de peste, como Jeová disse da gente que não servir ao rei de Babilônia?” (Jr. 27:12-13). Estas palavras foram ditas por Jeremias, o profeta, a Zedequias, rei de Judá, antes de lhe degolarem os filhos, e lhe vazarem os olhos, e o atarem com cadeias, e o levaram preso para a Babilônia.

Analisando a tentação de Jesus, através da qual, satã lhe ofereceu todos os reinos deste mundo, afirmando que lhe foram entregues, temos o seguinte a dizer: Jeová era o rei deste mundo: “Porque Jeová altíssimo é tremendo, e Rei grande sobre toda a terra” (Sl. 47:2). “Pois Jeová é o Rei de toda a terra; cantai louvores com inteligência. Jeová reina sobre as nações” (Sl. 47:7-8)“Dizei entre as nações: Jeová reina; o mundo também se firmará para que não se abale” (Sl. 96:10). “Quem te não temeria a ti, ó Rei das nações” (Jr. 10:7). “Jeová reina, tremam as nações” (Sl. 99:1). “Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra; e diga-se entre as nações: Jeová reina” (I Cr. 16:31). É incrível, acabamos de mostrar que a Escritura declara que a terra é o abismo (Pv. 8:26-27; Sl. 104:5-6; Sl. 30:3). E também lemos na carta aos Romanos que Jesus desceu ao abismo para tirar os homens da morte e salvá-los (Rm. 10:6-7). E Jeová reinava sobre este abismo habitado por mortos? (Rm. 5:17; Jo. 5:24-25). E no Apocalipse lemos que o rei do abismo se chama Abadom em hebraico e em grego Apoliom? (Ap. 9:11). Será que Jeová é Abadom? Abadom quer dizer destruidor, e Jeová disse: “Destruirei de sobre a face da terra o homem que criei” (Gn. 6:7). Foi Jeová que destruiu os primogênitos do Egito (Ex. 12:23). Foi Jeová que destruiu seu próprio povo (Dt. 28:20, 45, 48 e 61).

Mas existe uma luz para o pecador que está em trevas: JESUS (Jo. 12:46). Existe um remédio que arranca dos nossos ombros o peso do pecado: O SANGUE DE JESUS (Ap. 1:5).

Existe alguém que ama o pecador perdido, e deu a vida para que ele não seja destruído por Jeová. JESUS (Lc. 9:56).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(293) – DRAGÃO – V

DRAGÃO 5

 

Como vimos no estudo “Dragão IV”, José, filho de Jacó, sendo obediente, fiel, virtuoso, puro e santo, foi usado por Jeová para levar sua família ao Egito, pensando que estava fazendo o maior bem, mas não sabia que os levava para uma escola de corrupção moral e espiritual, e também para uma cruel escravidão sob o tacão do Faraó seguinte. Sobre a corrupção moral o texto bíblico diz o seguinte: “E as impudicícias que trouxe do Egito, não as deixou; porque com ela se deitaram na sua mocidade, e eles apalparam os seios da sua virgindade, e derramaram sobre ela a sua impudicícia”. (Ez. 23: 8). “Ela multiplicou, todavia as suas prostituições, lembrando-se dos dias da sua mocidade, em que se prostituíra na terra do Egito”. (Ez. 23: 19). E Isaías diz: “Nem tu as ouviste, nem tu as conheceste, nem tampouco desde então foi aberto o teu ouvido, porque eu sabia que obrarias muito perfidamente, e que eras prevaricador desde o ventre”. (Is. 48: 8). Quem lê este texto pensa que o povo era mau e Jeová estava buscando educa-lo, mas não era assim. Vejamos: “Assim diz Jeová, que te criou e te formou desde o ventre”. (Is. 44: 2). “Assim diz Jeová, o teu redentor, e que te formou desde o ventre: Eu sou Jeová, que faço todas as coisas”. (Is. 44: 24). O povo de Israel tinha consciência de que Jeová foi o autor da sua decadência, pois Isaías disse:“POR QUE, Ó JEOVÁ, NOS FAZES DESVIAR DOS TEUS CAMINHOS?  POR QUE ENDURECES O NOSSO CORAÇÃO, PARA QUE NÃO TEMAMOS? FAZE VOLTAR, POR AMOR DOS TEUS SERVOS, AS TRIBOS DA TUA HERANÇA”. (Is. 63: 17). É Jeová, o oleiro que fabricou os vasos de desonra para a perdição, respondeu dizendo: “Pelo que também eu procederei com furor; o meu olho não poupará, nem terei piedade. Ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, eu não os ouvirei”. (Ez. 8: 18 e Rom. 9: 21, 22).

Quanto ao jugo da cruel escravidão, o texto bíblico diz: “Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera José”. (Ex. 1: 8). Este novo Faraó, vendo o povo de Israel se multiplicar, e temendo pelo futuro, fez duas coisas. Impôs uma dura servidão para os afligir, pois edificaram à Faraó cidades de tesouros, Pitom e Ramesses. E fez amargar a vida dos israelitas com pesados tributos. A segunda coisa, foi mandar matar os filhos machos, para evitar a multiplicação. (Ex. 1: 9 a 22). Somente um menino escapou, pois foi colocado numa cesta de juncos betumada, no rio Nilo. A filha de Faraó indo lavar-se no rio, achou o menino, e movida de compaixão, adotou-o, e deu-lhe o nome de Moisés. O menino, segundo a ordem da filha de Faraó, foi criado pela própria mãe, como pajem. (Ex. 2: 1 a 10). E Moisés foi adotado como filho da filha de Faraó, e foi instruído em toda a ciência dos egípcios. (At. 7: 21,22). Tendo já quarenta anos, viu um egípcio ferindo um varão hebreu do seu povo, e Moisés matou o egípcio. Sendo descoberto o crime, Moisés fugiu de diante da face de Faraó, que decidiu mata-lo. (Ex. 2: 11 a 15). Chegando da terra de Mídiã, Moisés conheceu as sete filhas de Reuel, sacerdote de Mídiã, que deu-lhe sua filha Zípora por mulher. (Ex. 2: 15 a 21). Passaram-se quarenta anos. Moisés agora estava com oitenta anos e apascentava o rebanho do seu sogro em Horebe; e eis que viu uma sarça em fogo que não se consumia. Chegando para ver, o anjo de Jeová o chamou, e Jeová se apresentou, nomeando-o para libertar Israel da escravidão. Moisés perguntou: Se me perguntarem, dizendo: Quem te enviou, que direi? Jeová lhe disse: “Eu serei me enviou”. Nas bíblias, está escrito EU SOU ME ENVIOU, mas no hebraico está escrito. EU SEREI. Moisés então disse: Eles não vão crer em mim. (Ex. 3: 1 a 15). Jeová lhe disse: Que é o que tens na mão? E ele disse: Uma vara. E ele disse: Lança-a na terra. E Moisés lançou na terra e tornou-se em cobra, e Moisés fugia dela. Jeová disse: Estende a mão e pega pelo rabo. E a serpente voltou a ser vara na mão de Moisés. E Jeová mandou Moisés enfiar a mão no seio. E tirando-a estava leprosa. Depois, tornando a meter a mão no seio ficou curado. (Ex. 4: 1 a 7). Moisés e Arão entraram diante de Faraó e ordenaram que libertasse o povo, para adorar Jeová no deserto. Diante da negativa de Faraó,deu ordem, e Arão lançou a sua vara diante de Faraó e seus servos, e ela se transformou em dragão. Os magos do Egito também lançaram suas varas na terra, e se transformaram em dragões. (Tanin). E o dragão de Arão tragou os dragões de Faraó e seus feiticeiros. (Ex. 7: 7 a 13).

Os leitores devem estar espantados, pois nas bíblias está escrito que as varas se tornaram em serpentes. Em Gênesis 3: 1, está escrito serpente, que em Hebraico é NAACH. Em Num. 21: 4 a 9, está escrito NAACHIM SERAFIM(Serpentes dos serafins). Esses mesmos Serafins estavam sobre o trono de Jeová em Isaías 6: 1,2. Mas em Ex. 7: 10, 11 está escrito dragão. (Tan, no plural Tanin).

A vara de Moisés era também o dragão, o satanás. Moisés tinha na mão o poder do dragão, mas está escrito que a vara era de deus. (Ex. 4:20 e Ex. 17: 9). Quem guardava essa vara, ou dragão era Jeová. Em Num. 20: 9 está escrito: “E Moisés tomou a vara de diante de Jeová como lhe tinha ordenado”. Acontece que Faraó também é dragão. “Eis-me contra ti Faraó, grande dragão”.  No hebraico “Tanin Gadol”. Como uma vara é  dragão, satanás é também dragão. Sendo a vara de Jeová, o dragão, ou satã, é o poder através do qual Jeová opera o mal e as  pragas, as pestes, as guerras, as mortandades. Quem lê a história de Balaão, nos capítulos 22 a 24 do livro de números, vai ler que o anjo de Jeová se pôs em frente a Balaão como adversário, mas no hebraico está escrito satanás, cuja tradução é adversário. (Num. 22: 22 e 22: 32). Se o anjo de Jeová se torna em satanás, se tornou em dragão ou serpente, como lemos em Ap. 12: 9.

E Jeová levou Jacó e seus filhos, ao todo sessenta e seis almas, que se multiplicaram no Egito, formando a nação de Israel, aproximadamente um milhão e meio de pessoas que se corromperam e foram condenadas por Jeová. (Judas 5). Mas, terminemos o assunto do dragão. Quem transformou a água em sangue no Egito? (Ex. 7: 19 a 22). Briga de dragões. Quem encheu o Egito de rãs? O dragão Ex. 8: 6,7. Briga de dragões. Quem encheu de piolhos o Egito? O dragão, porém os magos do Egito não puderam fazer; então o dragão de Moisés começou a tragar os dragões do Egito. (Ex. 8: 17 a 19). E a praga das moscas? Desta vez não foi a vara (dragão), mas o próprio Jeová. (Ex. 8: 24). A praga da peste também foi Jeová. (Ex. 9: 6). Afinal, a vara era de Jeová, e a vara se transformava em dragão. Tudo o que o dragão faz, Jeová faz igualmente. No caso de Jó, Jeová usou o dragão para tentar destrui-lo. No caso de Israel também. (Amós 9: 3).

COM JESUS É DIFERENTE, ELE DESTROI AS OBRAS DO DRAGÃO. (1 JÕ 3: 8). E DÁ PODER AO CRISTÃO PARA PISAR O DRAGÃO E VENCE-LO. (RM. 16: 20 E AP. 12: 9 A 11).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(292) – DRAGÃO – IV

 

O DRAGÃO 4

No folheto “DRAGÃO 2”, narramos como Jeová levou Abrão e Sarai para o Egito. Por causa da fome, Abrão lá desceu; Sarai foi tomada para amante de Faraó; Abrão enriqueceu pelos favores de Faraó; Jeová feriu Faraó e sua casa com terríveis pragas; Faraó então devolve Sarai, e Abrão parte do Egito rico. Jeová falou a Abrão que sua descendência seria peregrina em terra estranha por quatrocentos anos como servos, e depois sairiam com grandes riquezas (Gn. 15:13-14). A forma que Jeová usou foi fazer acontecer na vida de Abrão e Sarai, o que aconteceria no tempo de Moisés. Vejamos como se cumpriu a figura. Duzentos anos mais tarde, Jacó tinha mais de cem anos, seus filhos foram apascentar o rebanho de seu pai em Siquem (Gn. 37:12). Eram onze, pois José, o preferido de Jacó ficara em casa. Como se demorassem, Jacó enviou José para ver se estava tudo bem (Gn. 37:13-14). Seus irmãos viram-no e conspiraram contra ele para o matarem, por inveja e ciúme (Gn. 37:18). Rubem, o primogênito de Jacó se opôs ao crime (Gn. 37:21). Passava por ali uma caravana de ismaelitas. Judá propôs vendê-lo como escravo. Aprovada a idéia, mataram um cabrito e sujaram de sangue a túnica de várias cores que José vestia, e era presente de seu pai Jacó (Gn. 37:26-31). Os perversos filhos contaram ao pai Jacó que uma fera havia matado José, mostrando-lhe a túnica suja de sangue. Jacó rasgou os vestidos, pôs sacos sobre os ombros, e lamentou a morte do filho querido muitos dias (Gn. 37:32-35). Os ismaelitas (descendentes de Ismael, filho de Abraão), venderam José no Egito a Potifar, capitão da guarda (Gn. 39:1). Jeová abençoava tudo o que José fazia, e os negócios de Potifar, eunuco de Faraó, prosperavam muito (Gn. 39:1-6). A mulher de Potifar tentou seduzir José, que por ser reto e fiel, se nega. Ofendida ela agarra seu vestido e o acusa diante de Potifar. Furioso, Potifar manda encarcerar José. Na prisão, estavam com José, o copeiro e o padeiro de Faraó, por haverem pecado contra o rei. O copeiro contou a José um sonho, e disse-lhe: “Havia uma vide diante de mim. Na vide três sarmentos, que brotavam; as flores saiam e os cachos amadureciam em uvas; o copo de Faraó estava na minha mão, e eu tomava as uvas, e as espremia no copo de Faraó; e dava o copo na mão de Faraó” (Gn. 40:9-11). José, interpretando, disse: “Os três sarmentos são três dias. Dentro de três dias Faraó levantará a tua cabeça, e te restaurará no teu estado, e darás o copo de Faraó na sua mão” (Gn. 40:12-13). E aconteceu exatamente como José falou. Passaram-se dois anos, e Faraó teve um sonho: “Eis que subiam do rio sete vacas, formosas a vista e gordas de carne, e pastavam no prado. E subiram do rio após elas outras sete vacas, feias a vista e magras de carne, e paravam junto às outras vacas na praia do rio. E as vacas feias e magras comiam as sete vacas formosas e gordas” (Gn. 41:1-4). E Faraó sonhou outro sonho: “Brotam de um mesmo pé sete espigas cheias e boas; e eis que sete espigas miúdas e queimadas pelo vento oriental, brotavam após elas. E as espigas miúdas devoravam as sete espigas grandes e cheias” (Gn. 41:5-7). Faraó, perturbado, mandou chamar os sábios do Egito, mas nenhum sabia interpretar os sonhos. O copeiro lembrou-se então de José, e contou-lhe como foi restaurado na suas funções (Gn. 41:10-13). Faraó mandou urgente buscar a José, e contou-lhe os dois sonhos. José então, iluminado por Jeová, que é o autor desta fenomenal história, disse com segurança a Faraó: “O sonho de Faraó é um só; o que Jeová há de fazer, notificou-o a Faraó. As sete vacas formosas são sete anos; as sete espigas cheias e formosas também são sete anos. As sete vacas magras e feias à vista, que subiam depois delas, são sete anos, como as sete espigas miúdas e queimadas pelo vento oriental serão sete anos de fome. Eis que vêem sete anos, e haverá grande fartura, em toda a terra do Egito. Depois deles levantar-se-ão sete anos de fome, que consumirá a terra” (Gn.41:25-30). E José disse a Faraó: “O sonho foi duplicado a Faraó, porque esta coisa é determinada por deus, e deus se apressa a fazê-la. Portanto Faraó se proveja de um varão sábio e entendido, e ponha sobre a terra do Egito. Faraó deve cobrar a quinta parte de tudo o que a terra produzir nos sete anos de fartura. Faraó, maravilhado, põe José como governador do Egito. Faraó tirou o anel da sua mão direita e pôs na mão de José, e lhe disse: “Eu sou Faraó, porém sem ti ninguém levantará sua mão na terra do Egito” (Gn. 41:42-44). A terra produziu por sete anos, e José fez encher os celeiros do Egito por sete anos. Chegados os sete anos de fome, o ouro do Egito e das nações vizinhas passaram para as mãos de Faraó (Gn. 47:13-14). Depois os rebanhos passaram para Faraó (Gn. 47:15-17). Depois os proprietários de terras venderam-nas a Faraó por comida, e no final, as pessoas se tornaram servos de Faraó por comida (Gn. 47:19-24). Ora, Jeová declarou que Faraó é o grande dragão (Ez. 29:3). No livro do Apocalipse lemos que o dragão é Satanás (Ap. 12:9). Faraó é figura de Satanás. Sendo assim, quem constituiu José como Senhor de todo Egito? Foi Satanás que disse: Somente no trono serei maior que tu (Gn. 41:40). A glória de José veio de Satanás. José trabalhou para aumentar as riquezas de Faraó, isto é, de Satanás, o grande dragão. José declarou para seus irmãos que eles não eram culpados em vendê-lo como escravo aos ismaelitas. O autor do projeto todo, com todos os seus detalhes, foi Jeová. E falou-lhes que foi posto como senhor do Egito para socorrê-los no tempo da fome (Gn. 45:1-8). Mas o plano de Jeová era levar a família de Jacó para o Egito, o que aconteceu. José mandou buscar seu pai (Gn. 45:9-10). E Jacó foi correndo para o Egito com sessenta e sete almas da sua casa (Gn. 46:26). O inocente José pensava estar salvando seu povo da morte pela fome, mas em contrário, levava seu pai e família para serem nutridos com o leite de Sodoma, pois no Apocalipse, Sodoma e Egito eram iguais em corrupção de costumes (Ap. 11:8). O projeto de Jeová era destruir o povo de Israel antes de se tornar reino. Ele mesmo disse: “Houve duas mulheres, filhas de uma mesma mãe. Estas prostituíram-se no Egito; prostituíram-se na sua mocidade; ali foram apertados os seios de sua virgindade. E os seus nomes eram: Aolá, a mais velha, e Aolibá, sua irmã; e foram minhas, e tiveram filhos e filhas; e quanto aos seus nomes, Samaria é Aolá, e Jerusalém é Aolibá” (Ez. 23:2-4). “As suas impudicícias que trouxe do Egito, não as deixou, porque com ela se deitaram na sua mocidade” (Ez. 23:8). Pobre José, que foi usado para fazer o mal ao seu povo pensando que fazia o bem. (Continua no DRAGÃO 5) Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(291) – DRAGÃO – III

DRAGÃO 3

            Como mostramos no folheto “DRAGÃO 2”, Jeová disse: “Abrirei a minha boca numa parábola; proporei enigmas da antigüidade” (Sl. 78:2). E o apóstolo Paulo nos revela uma parábola de Jeová no Novo Testamento: “Dizei-me os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve dois filhos. Um da escrava e outro da livre. Todavia o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa. O que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos. Um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Hagar. Ora, esta Hagar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde a Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós” (Gl. 4:21-26). Nesta alegoria Paulo revela que o concerto de Jeová é neste mundo; e revela que o povo de Israel, que é povo de Jeová, é escravo da lei. A Jerusalém da terra é a base deste concerto, e Jeová declara que habita na Jerusalém terrena. “Porque Jeová elegeu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo: Este é o meu repouso para sempre, aqui habitarei, pois o desejei” (Sl. 132:13-14). “Bendito seja Jeová desde Sião, que habita em Jerusalém. Louvai a Jeová” (Sl. 135:21). “E alguns dos chefes dos pais, vindo à casa de Jeová, que habita em Jerusalém, deram ofertas voluntárias para a casa de Deus” (Ed. 2:68). “E vós sabereis que eu sou Jeová vosso deus, que habito em Sião, o monte da minha santidade; e Jerusalém será santidade” (Jl. 3:17).

Ora, Jesus declarou, dizendo: “Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo” (Jo. 8:23). E disse mais: “O meu reino não é deste mundo” (Jo. 18:36). E Paulo declarou: “O Senhor Jesus me livrará de toda má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial” (II Tm. 4:18). São portanto dois reinos com duas cabeças diferentes. Jeová só pregava o reino terreno, e Jesus só pregava o reino celestial, que nunca foi mencionado no Velho Testamento. Jesus falou, dizendo: “A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus” (Lc. 16:16). Quando Jeová chamou Abrão, este habitava em Harã, e tinha setenta e cinco anos (Gn. 12:1-4). E o chamou para lhe mostrar a terra dos cananeus como herança eterna. “E te darei a ti, e a tua semente depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão, e ser-lhes-ei o seu deus” (Gn. 17:8). Mas Estêvão declara outra coisa acerca do chamado de Abrão: “Varões, irmãos, e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão, estando na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã, e disse-lhe: Sai da tua terra e dentre a tua parentela, e dirige-te à terra que eu te mostrar. Então saiu da terra dos caldeus e habitou em Harã. E dali, depois que seu pai faleceu, deus o trouxe para esta terra (Canaã) em que habitais agora. E não lhe deu nela herança” (At. 7:2-5). Em Gn. 12:1-4 Jeová chamou Abrão quando morava em Harã. Estêvão, no texto acima de At. 7:2-5, declarou que houve outro chamado, quando Abrão morava em Ur dos Caldeus, portanto Abrão deveria ser muito jovem, pois seu pai morou muito tempo em Harã, e só depois de sua morte Abrão se mudou para Canaã. Certamente foi Jesus, o Deus da glória, que apareceu a Abrão em Ur dos Caldeus, e lhe pregou o evangelho, como lemos em Gl. 3:5-9. E João, sobre isto, revela que Abrão viu o dia de Cristo e se alegrou (Jo. 8:56). E Cristo também lhe falou do reino de Deus, o Pai, e da Jerusalém celestial, e da ressurreição dos salvos, e da cruz, etc.. E Abrão creu em Cristo, de forma que, quando mais tarde, Jeová lhe prometeu a terra de Canaã como herança, Abrão ficou com a herança celestial, isto é, a Jerusalém celestial, e não aceitou a dádiva de Jeová (Hb. 11:8-10). Jeová, frustado porque Abrão ficou firme na promessa futura de Cristo, o levou ao Egito, para lá corromper Sarai, como amante de Faraó; e deu-lhe Hagar, esperando que Abrão caísse com ela, o que não aconteceu, pois Abrão era reto. Sendo o Egito corrupto como lemos em Ez. 23:1-4, 8, 19 e 27, se Jeová levou Abrão e Sarai para o chiqueiro, é óbvio que os queria na lama. A escrava dada a Abrão era formosa e sensual. O projeto era perfeito, para estragar e inviabilizar o plano de Cristo, e configurar o seu plano terreno. O fato é que Abrão voltou do Egito tão fiel como quando entrou, e habitou na terra da promessa de Jeová, como em terra alheia por cem anos, pois foi para Canaã com 75 anos e morreu com 175 (Gn. 25:7). E Abraão, pois foi mudado o seu nome, viveu em Canaã, o presente de Jeová, como estrangeiro e peregrino, com ânsias de partir para a celestial pátria (Hb. 11:13-16).

Sobre Faraó, a escritura diz: “Assim diz Jeová: Eis-me contra ti, ó Faraó, rei do Egito, grande dragão, que pousas no meio dos teus rios, e que dizes: O meu rio é meu, e eu o fiz para mim” (Ez. 29:3). Sobre o Egito, no livro do Apocalipse, falando das duas testemunhas de Jesus, lemos: “E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe dos abismos lhes fará guerra, e os vencerá, e os matará, e jazerão seus corpos mortos na praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado” (Ap. 11:7-8). A corrupção do Egito, pelo livro do Apocalipse, era igual a corrupção de Sodoma, e também de Jerusalém, que foi amamentada pelo leite impuro do Egito, como lemos em Ez. 23:1-4. E sobre o dragão, que era Faraó, lemos: “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo” (Ap. 12:9). Este foi o cenário preparado por Jeová para contaminar Sarai, que é figura da nação de Israel, como Abrão é figura do próprio Jeová. Também Jeová introduziu a escrava egípcia na família de Abrão. Como tinha prometido a Abrão um filho (Gn. 15:1-4). Por dez anos Abrão e Sarai esperaram o filho desejado e prometido. Por fim, já desiludida, Sarai força Abrão a se deitar com a egípcia Hagar, e assim gerar o filho prometido. Nasceu o filho de Hagar, que o anjo de Jeová deu o nome de Ismael, e que quer dizer “deus está ouvindo”. Depois do nascimento de Ismael, quando este tinha quatorze anos, Sara, sem o concurso da cópula, concebeu milagrosamente, e nasceu Isaque, o filho prometido, que não é figura de Israel, mas da Igreja, como lemos em Gl. 4:21-26. A figura de Israel é Ismael. Vemos que Faraó, o grande dragão, desempenhou papel importantíssimo no projeto de Jeová, que a influência corrupta do Egito se amalgamou no coração de Israel a tal ponto, que causou a destruição dos dois reinos, e o livro de Apocalipse, escrito mais de cem anos depois de Cristo chama Jerusalém, a cidade onde Jeová habitava de Sodoma e Egito (Ap. 11:7-8). Como Jeová se auto-denomina o oleiro, que fabrica o povo a seu gosto, como o oleiro fabrica o vaso, é o autor da corrupção, e destruição do reino de Israel.

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(290) – DRAGÃO – II

O DRAGÃO  2

         Jeová chamou a Abrão, quando este tinha setenta e cinco anos e morava em Harã. O texto bíblico diz: “Ora, disse Jeová a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. Assim partiu Abrão, como Jeová lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã” (Gn. 12:1-4).

“E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e toda a sua fazenda, que haviam adquirido; e as almas que lhe acrescentaram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e vieram à terra de Canaã. E passou Abrão por aquela terra até ao lugar de Siquém, até ao carvalho de Moré; e estavam então os cananeus na terra. E apareceu Jeová a Abrão, e disse: À tua semente darei esta terra. E Abrão edificou ali um altar a Jeová” (Gn. 12:5-7).

“Depois disso moveu-se Abrão dali para a montanha à banda do oriente de Betel, e armou suas tendas, tendo Betel ao ocidente, e Ai ao oriente. Continuou depois andando para a banda do sul. E havia fome naquela terra” (Gn. 12:8-10). “Fugindo da fome, aconteceu que, chegando ele para entrar no Egito, disse a Sarai, sua mulher: Ora, bem sei que és mulher formosa à vista; e será que, quando os egípcios te virem, dirão: Esta é sua mulher. E matar-me-ão a mim, e a ti te guardarão em vida. Dize, peço-te, que és minha irmã, para que me vá bem por tua causa e que viva a minha alma por amor de ti” (Gn. 12:11-13).

“E aconteceu que, entrando Abrão no Egito, viram os egípcios a mulher, que era mui formosa. E viram-na os príncipes de Faraó, e gabaram-na diante de Faraó; e foi a mulher tomada para a casa de Faraó” (Gn. 12:14-15). O incrível nesta passagem da vida de Abrão, é que Jeová sabia que Faraó ia tomar Sarai para concubina, isto é, amante, e permitiu que Abrão mentisse. Fica assim evidente que era plano de Jeová que Sarai fosse amante de Faraó, senão não permitiria aquela mentira. A fome também foi produzida por Jeová, para forçar a descida de Abrão ao Egito. Para Jeová, mulher é objeto de negócio para enriquecimento, e o adultério não era configurado. “E Faraó fez bem a Abrão por amor de Sarai, e ele teve ovelhas, e jumentos e camelos” (Gn. 12:16). A prostituição de Sarai foi plano de Jeová para enriquecer Abrão.

Depois que Abrão estava rico, e Sarai moralmente maculada, Jeová feriu Faraó e a sua casa com grandes pragas, por causa de Sarai mulher de Abrão. “Então chamou Faraó a Abrão, e disse: Que é isto que me fizeste? Por que não me disseste que ela era tua mulher? Porque disseste: É minha irmã? De maneira que a houvera tomado por minha mulher; agora, pois, eis aqui tua mulher; toma-a e vai-te” (Gn. 12:17-19).

Ora, se Jeová teve poder, através das pragas, para que Faraó devolvesse Sarai a Abrão, seu marido, por que permitiu que Abrão mentisse e que Sarai fosse tomada para a casa de Faraó como amante? A resposta é conclusiva. Era seu plano secreto. Algo misterioso estava figurado nesse episódio imoral e desonesto. “E Faraó deu ordens aos seus varões a respeito de Abrão, e acompanharam-no a ele, e a sua mulher, e a tudo o que tinha” (Gn. 12:20). “Subiu, pois, Abrão do Egito, para a banda do sul, ele e sua mulher, e tudo o que tinha, e Ló com ele. E ia Abrão muito rico em gado, em prata, e em ouro” (Gn. 13:1-2).Uma coisa ficou clara. Para Jeová, quando se trata do enriquecimento, vale tudo, até alugar ou prostituir a mulher; finalmente o ouro e a prata tem muito valor para Jeová, pois ele é o deus do ouro e da prata(Ag. 2:8). A maior bênção de Jeová para um homem era o ouro, prata, e a glória deste mundo. Do rei Davi, o eleito de Jeová lemos: “Assim Davi, filho de Jessé, reinou sobre Israel. E foram os dias que reinou sobre Israel, quarenta anos. E morreu numa boa velhice, cheio de dias, riquezas e glória” (I Cr. 29:26-28). Do bom rei Jeosafá, rei de Judá lemos: “E Jeová confirmou o reino na sua mão, e todo Judá deu presentes a Jeosafá; e teve riquezas e glória em abundância” (II Cr. 17:5). Ezequias também foi um ótimo rei, fiel a Jeová. Dele se lê o seguinte: “E teve Ezequias riquezas e glória em abundância; e fez-se tesouros de prata, e de ouro, e de pedras preciosas, e de especiarias, e de escudos, e de tudo o que se podia desejar” (II Cr. 32:27). Salomão declara que a bênção de Jeová é riqueza sem sofrimento. “A bênção de Jeová é que enriquece e não acrescenta dores” (Pv. 10:22). Jeová dava e dá tudo o que Jesus manda não buscar. “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e os ladrões minam e roubam” (Mt. 6:19). Houve um jovem muito rico que se chegou a Jesus. Além de rico era muito religioso e fiel. Guardava todos os preceitos da lei. Era dizimista, dava esmolas e jejuava de acordo com a tradição. Este jovem perguntou a Jesus, dizendo: “Que me falta ainda, para herdar a vida eterna? Jesus lhe disse: Vai, vende tudo o que tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro nos céus; e vem, e segue-me” (Mt. 19:16-21). O moço retirou-se.

O fato é que o conceito de riqueza e glória de Jesus não é o mesmo de Jeová.

Mas voltemos a história de Abrão e Sarai. Jeová provocou a fome onde Abrão vivia anteriormente, para forçá-lo a descer ao Egito, e também entregar Sarai, sua mulher a Faraó, rei do Egito. Jeová fazia alegorias e parábolas com pessoas vivas. Paulo revelou isso na epístola aos Gálatas: “Dizei-me os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve dois filhos. Um da escrava e outro da livre. Todavia o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas o que era da livre por promessa. O que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos. Um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Hagar” (Gl. 4:21-24). Jeová levou Abrão ao Egito também para lhe dar Hagar, que é figura de Israel, pois é o concerto do Sinai, e da lei, gerando escravos. Com isto introduziu no plano do Pai, que é a Jerusalém celestial, o seu próprio plano, a Jerusalém terrena. O projeto do Pai era a herança celestial. Jeová intercalou a herança terrena. O Egito é figura do mundo, e Faraó o grande dragão segundo o profeta Ezequiel (Ez. 29:3). E o dragão é Satanás (Ap. 12:9). Sendo assim, Sarai foi amante do dragão, isto é, de Satanás, o rei deste mundo (Lc. 4:5-8). E o dragão, isto é Satanás, enriqueceu a Abrão por amor de Sarai. Depois, Jeová fere o dragão com grandes pragas como se não fosse o autor do infernal acontecimento. Mais tarde, Abraão diz a Abimeleque, rei de Gerar, que Sara é sua irmã. Jeová então, protege Sara ameaçando Abimeleque e sua casa de morte. Com isto convence os cristãos que guarda seus servos. Mas não guardou Sarai de Satanás, o dragão.

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(289) – DRAGÃO – I

DRAGÃO 1

     JEOVÁ declarou: “Abrirei a minha boca numa parábola; proporei enigmas da antiguidade” (Sl. 78:2). E Jeová usava pessoas vivas para formar os enigmas, que constituíam o seu particular tesouro. Suas são as seguintes palavras referentes a Israel, seu povo: “Porque a sua vinha é a vinha de Sodoma e dos campos de Gomorra; as suas uvas são uvas de fel, cachos amargosos tem. O seu vinho é ardente veneno de dragões, e peçonha cruel de víboras. Não está isto encerrado comigo? Selado nos meus tesouros? (Dt. 32:32-34). Selado por que o fato só aconteceria no futuro, oitocentos anos mais tarde, no tempo do profeta Isaías, que disse a Israel da parte de Jeová: “Ouvi a palavra de Jeová, vós, príncipes de Sodoma; prestai ouvidos à lei do nosso deus, vós, povo de Gomorra. De que me serve a mim a multidão dos vossos sacrifícios? Diz Jeová. Já estou farto dos holocaustos de carneiros ” (Is. 1:10-11).

A primeira alegoria ou parábola de Jeová foi a de Adão e Eva. Começa assim: “E formou Jeová Elohim o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn. 2:7). A primeira coisa a se notar é que este homem Adão foi criado da morte, pois pó, na linguagem alegórica de Jeová é morte. No Salmo Sl. 22:15, lemos: “A minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar, e me puseste no pó da morte”. E quando Adão foi condenado à morte, Jeová ditou a sentença, dizendo: “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes a terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó, e em pó te tornarás” (Gn. 3:19). Ao ser formado do pó, Adão foi criado mortal. O Salmista diz: “Que é o homem mortal para que dele te lembres?” (Sl. 8:4)“Eu, eu sou aquele que te consola; quem pois és tu, para que temas o homem que é mortal?” (Is. 51:12).

Adão, no paraíso do Édem, não era mortal. Enquanto comesse da árvore da vida viveria. No momento que lhe foi vedada a árvore da vida, morreu, porque era mortal. A vida estava na árvore, não em Adão(Gn. 3:22-23).

Vamos narrar a história de Adão e Eva. As palavras hebraicas  usadas para designar deus no capítulo dois de Gênesis é Jeová Elohim. Jeová é o nome convencionado pelos teólogos para traduzir o tetragrama. Dizemos, “convencionado”, porque o tetragrama, isto é, as quatro consoantes que formam o tetragrama não tem tradução. Fica então Jeová, ou Javé. A outra palavra hebraica é Elohim, que se traduz por deuses, pois está no plural. O singular seria El, ou Eloá. Então, ao pé da letra fica JEOVÁ DEUSES, pois eram muitos. Narremos o episódio: “Jeová Elohim plantou um jardim no Éden da banda do oriente, e pôs ali o homem que tinha formado” (Gn. 2:8). Era um jardim de delícias, onde Jeová Elohim fez brotar a árvore da vida no meio do Jardim, e a árvore do bem e do mal (Gn. 2:9). Era o jardim de Jeová; onde às tardes vinha passear. “E saía um rio do Édem para regar o Jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços. O nome do primeiro é Pison; este é o que rodeia toda a terra de Havila; onde há ouro. E o ouro dessa terra é bom; e ali há obdélio, e a pedra de sardônica. E o nome do segundo rio é Gion; este é o que rodeia toda a terra de Cusi. E o nome do terceiro rio é o tigre; este é o que vai para a banda do oriente da Assíria. E o quarto rio é o Eufrates” (Gn. 2:10-14). Que jardim maravilhoso. Quatro grandes rios cheios de corredeiras, quedas d’água, terra fértil toda florida e perfumada. O perfume das flores e das frutas atrai e encanta os olhos e os sentidos. O jardim era todo cercado. As águas do Pison brilhavam pelas pepitas de ouro, e das pedras preciosas. Todos os animais do jardim eram mansos. Aves de todo tipo enchendo o ar de melodias e cores (Gn. 2:19). Vendo Adão que todos os animais tinham suas companheiras, sentiu falta da sua companheira (Gn. 2:20).

Para tornar completa a felicidade do homem, Jeová Elohim fez cair um profundo sono em Adão; enquanto dormia, tomou uma de suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar. E da costela formou uma mulher, e trouxe-a a Adão (Gn. 2:21-22). Adão ficou encantado. A mulher era formosa, com seus cabelos esvoaçando pela brisa. Então Adão, realizado disse: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gn. 2:23). Que felicidade. Era o céu na terra. Que mais se podia desejar? O casal era totalmente inocente e puro. Não tinham nenhuma malícia nem conheciam a diferença entre o bem e o mal. Eram como duas crianças que precisavam ser cuidadas.

Como dissemos, Jeová costumava passear pelo jardim de delícias pelas tardes amenas (Gn. 3:8).

Havia, entretanto, naquele Jardim de delícias um senão. Jeová Elohin ao criar os animais, criou também a serpente, um animal peçonhento, no meio dos outros animais, e dentro do jardim. Outra coisa inexplicável é que Jeová Elohin saíram do jardim deixando aquelas duas crianças sozinhas na companhia da serpente. A serpente falava, e era astuciosa. Aproveitando-se da ignorância e da inocência do casal, convenceu Eva a comer da árvore da ciência do bem e do mal, que fora proibida por Jeová Elohin (Jeová deuses). A serpente convenceu Eva afirmando que ela não morreria se comesse. Muito pelo contrário; ela se tornaria igual a Elohin. Eva enganada, comeu, e deu o fruto a seu marido, e ele comeu com ela(Gn. 3:1-6). Depois que comeram o fruto proibido, apareceram Jeová Elohin para condená-los, e a condenação para a mulher foi: “Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gn. 3:16).

Para Adão, Jeová Elohin disse: “Maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá, e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó, e em pó te tornarás” (Gn. 3:17-19).

Mas, que é a serpente? “E foi precipitado o dragão, a antiga serpente, chamada o diabo, e Satanás, que enganava todo o mundo” (Ap. 12:9). Satanás, o dragão, ou a serpente, foi criado mau e perverso desde o princípio. Lemos isso em João 8:44 e I João 3:8 e Gênesis 3:1-5.

A pergunta que fazemos é: Se nenhum pai humano larga seu filhinho inocente e ignorante nas mãos de um criminoso perverso, como Jeová Elohin abandonou Adão e Eva nas mãos corruptas e enganadoras do dragão, isto é, de Satanás, isto é, da serpente? Certamente queria a queda de Adão e Eva, pois a serpente, ou melhor, satanás, que é o dragão, era astuto e conhecedor do bem e do mal como Jeová (Gn. 3:22). E Adão e Eva eram totalmente cegos e indefesos, pois não conheciam nem o bem nem o mal. Foram lançados na boca do dragão propositalmente, e foram condenados como culpados o que não parece justo. O pior é que toda a descendência foi condenada também (Rm. 5:12).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(288) – A RESTAURAÇÃO DE SATANÁS

A RESTAURAÇÃO DE SATANÁS

Pela pregação evangélica, o diabo ou satanás, está falido. Tiago, na sua epístola universal, nos diz:“Sujeitai-vos pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg. 4:7). Como pode ser isso? Satanás, que é o mesmo diabo segundo Ap. 12:9, o destruidor da raça humana, que violou o Jardim do Éden sem permissão, e, pela sua astúcia e sabedoria, venceu o homem Adão, e implantou o seu reino da morte, que dura até hoje, agora foge dos cristãos covardemente? É claro que os cristãos vão argumentar que quem reduziu o diabo a esse estado de miséria foi Jesus Cristo na cruz do calvário. O apóstolo João descreve essa verdade, dizendo: “Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte” (Ap. 12:11).

Pelo Novo Testamento, e especialmente pelo livro do Apocalipse, satanás será destruído para sempre. João, no Apocalipse revela que haverá um tempo de mil anos, no qual um anjo, que tinha a chave do poço do abismo, e uma grande cadeia na mão, prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e satanás, e amarrou por mil anos, e lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois será solto por um pouco de tempo (Ap. 20:1-3).

“Acabando-se os mil anos, satanás será solto da sua prisão e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para os ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu e os devorou. E o diabo, que os enganava foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” (Ap. 20:7-10). O que é o lago de fogo? O mesmo João explica. “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo: ESTA É A SEGUNDA MORTE” (Ap. 20:14).

Fica assim bem explicado e bem claro que Satanás vai ser tirado de circulação e condenado para sempre. Jesus Cristo, assim se expressa a respeito do destino final de satanás e os que o seguem no mal. “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos” (Mt. 25:41).

O Velho Testamento descreve um destino completamente diferente para satanás. Pelo Velho Testamento, satanás será restaurado na sua antiga função. Depois de cair em pecado, Eva acusou a serpente diante de Jeová, dizendo que fora enganada (Gn. 3:13). Jeová então lançou uma maldição sobre a serpente: “Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a besta, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida” (Gn. 3:14). É claro que a serpente é satanás (Ap. 12:9; 20:2). E o pó, o que significa? Davi responde: “A minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar, e me puseste no pó da morte”. Pó é morte, e ser pó é ser comida de satanás, pois satanás tem um império; o império da morte (Sl. 22:15). Na carta aos Hebreus, lemos: “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha império da morte, isto é, o diabo; e livrasse a todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos a servidão” (Hb. 2:14-15).

O que passa despercebido pelos cristãos é que até Jesus a morte reinava, e assim reinava soberano satanás sobre todos, inclusive sobre o reino de Jeová, que é Israel. “Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só – Jesus Cristo” (Rm. 5:17). Os judeus estavam todos mortos. “E outro de seus discípulos disse: Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar o meu pai. Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa aos mortos sepultar os seus mortos” (Mt.8:21-22). E a vida chegou com Jesus Cristo. E Ele disse: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passa da morte para a vida” (Jo. 5:24). Se quem crê em Jesus passa da morte para a vida, segue-se que todos estão mortos. Os judeus não creram em Cristo, antes o condenaram, logo estão mortos como o resto dos homens que não creram (Rm. 5:12). Todos são pó, comida de satanás, e membros do seu reino tenebroso.

Quando Jeová fez a promessa a Jacó, disse: “A tua semente será como o pó da terra” (Gn. 28:14). Jeová estava revelando que a descendência de Jacó seria de mortos. Basta considerar que os árabes, descendentes de Ismael, filho de Abraão, passam de um bilhão de pessoas, e os judeus, remanescentes de Isaque, irmão de Ismael, são hoje quatorze milhões. O resto morreu; todos viraram pó. Só a Alemanha, na grande guerra, matou seis milhões de judeus. Essa tragédia é chamada o grande holocausto.

Pois bem, Jeová revelou que vai criar um novo céu e uma nova terra. O texto diz assim: “Porque eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais delas se recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo gozo. E folgarei em Jerusalém, e exultarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de clamor. Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; PORQUE O MANCEBO MORRERÁ DE CEM ANOS, MAS O PECADOR DE CEM ANOS SERÁ AMALDIÇOADO” (Is. 65:17-20).

No novo céu e na nova terra que Jeová prometeu criar vai haver maldição, e vai haver morte? E isso eternamente, pois o verso dezoito declara que esse novo céu e nova terra serão perpétuos, isto é, eternos. Incrível, mas Jeová vai estabelecer no seu reino futuro e eterno e na nova terra criada, maldição e morte, portanto, maldição e morte eterna. O texto termina com as seguintes palavras. “O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; E PÓ SERÁ A COMIDA DA SERPENTE” (Is. 65:25).

É óbvio que, havendo morte, pó será comida de satanás, pois ele se alimenta da morte, como vimos acima. Pasmem os leitores, pois satanás faz parte do reino futuro de Jeová, e comerá pó eternamente. Por este texto de Isaías ficamos sabendo que satanás não será lançado no lago de fogo, como está no livro de Apocalipse. Para Jeová, satanás será restaurado eternamente na sua antiga função no Jardim do Éden.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(287) – GLÓRIA DE JEOVÁ

GLÓRIA DE JEOVÁ

         Vamos definir glória dentro da concepção humana. Para os homens a glória é honra, fama, celebridade adquirida por obras, feitos, virtudes, talentos, etc. Glória artística. Leonardo da Vinci imortalizou-se na arte. Picasso também. Glória literária. Luiz de Camões foi o maior poeta português, autor do poema épico “OS LUSÍADAS”, focalizando a história e a glória do reino português. Machado de Assis é uma glória das letras brasileiras. Grande romancista do Rio de Janeiro. O Brasil tem uma constelação de grandes poetas. Olavo Bilac, Guerra Junqueira, Gonçalves Dias, e muitos outros, que são a glória da literatura brasileira.

A glória de um governo está em manter o equilíbrio social e econômico da nação; dirigir a nação buscando sempre o bem estar do povo; promover o crescimento intelectual, científico, e moral do povo, e assim por diante.

Os governos, em geral, dão muito valor à vida humana, cujos direitos inalienáveis são: “VIDA, LIBERDADE, CONQUISTA DA FELICIDADE”. Até os criminosos têem respeitados os seus direitos. Houve neste mês de Maio de 2004 uma tremenda rebelião na casa de custódia de Benfica, no Rio de janeiro, na qual trinta criminosos foram mortos. Foi uma chacina. O secretário de segurança pública fez uma declaração pelo rádio dizendo com grande satisfação: “Nenhum criminoso foi morto pelos policiais; todos foram mortos pelos próprios criminosos”. Com isto quis dizer que a polícia do Rio de Janeiro respeita a vida dos criminosos.

Vamos falar de Jeová deus, que preza muito a sua glória. Ele declarou o seguinte: “Eu sou Jeová; este é o meu nome; a minha glória pois a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura” (Is. 42:8). Jeová está dizendo que a glória da sua justiça e bondade é tão grande e sublime em ralação ao homem que não pode ser compartilhada. E completa dizendo: “Faço chegar a minha justiça, e não estará ao longe, e a minha salvação não tardará; mas estabelecerei em Sião a salvação, e em Israel a minha glória” (Is. 46:13). E diz mais: “Porque, como o cinto está ligado aos lombos do homem, assim eu liguei a mim toda a casa de Israel, e toda a casa de Judá, diz Jeová, para me serem por povo, e por nome, e por louvor, e por glória” (Jr. 13:11).

Jeová tem especial prazer em exibir a própria glória. Salomão terminou a edificação do suntuoso templo em Jerusalém. No dia da dedicação do templo, os sacerdotes trouxeram a arca do concerto de Jeová ao seu lugar, ao oráculo da casa, ao lugar santíssimo, até debaixo das asas dos querubins (I Rs. 8:6)“E sucedeu que, saindo os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a casa de Jeová. E não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória de Jeová enchera a casa” (I Rs. 8:10-11). Moisés escreveu num livro os estatutos e juízos de Jeová, leu diante do povo, que se comprometeu a cumprir; depois Moisés espargiu sobre o povo o sangue do concerto. Depois o texto diz:“E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel, e viram o deus de Israel, e debaixo dos seus pés havia como uma obra de pedra de safira, e como o parecer do céu na sua claridade. Porém ele não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel; mas viram a deus, e comeram e beberam” (Ex. 24:9-11). Então Jeová ordenou a Moisés que subisse. “E subindo Moisés ao monte, a nuvem cobriu o monte. E habitava a glória de Jeová sobre o monte do Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e ao sétimo dia chamou Moisés do meio da nuvem. E o parecer da glória de Jeová era como um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de Israel” (Ex. 24:15-17). Há uma coisa, entretanto, que deslustra a glória de Jeová. É o fato dele próprio ligar a sua glória às pragas do Egito. Ele declara dizendo: “E que todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais, que fiz na terra do Egito” (Nm. 14:22). Praga nunca aumentou a glória de ninguém. Ainda mais que foi Jeová que mudou o coração dos egípcios para odiarem Israel (Sl. 105:23-25). É comparável ao policial que protege e incentiva o bandido, mediante propina, mas depois, descoberta a trapaça, mata o bandido. E depois diz que ferir o criminoso pré-fabricado, revela grande glória? É o fim!! Jeová deveria ter mudado o coração deles para amar e não para odiar, pois João declara que “Deus é amor” (I Jo. 4:8). E “o amor não faz mal ao próximo” (Rm. 13:10). Como pode viver e ensinar o amor um deus que mudou em ódio o amor que os egípcios tinham por Israel por causa de José? Ora, o Deus verdadeiro é amor, e porque é amor, quer dar a vida eterna a todos os homens, e por isso mesmo o apóstolo João diz: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo. 17:3). Jeová declarou outra coisa: “E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó, e em todo o seu exército, e saberão os egípcios que eu sou Jeová” (Ex. 14:4). E Jeová ordena a Moisés, dizendo: “E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. E eis que eu endurecerei o coração dos egípcios, para que entrem nele atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó, e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros. E os egípcios saberão que eu sou Jeová” (Ex. 14:16-18). Se Jeová não fosse o autor do ódio dos egípcios, ainda assim não haveria glória em matar e destruir um povo cego espiritualmente, mas depois de tornar mau seus corações, ainda endurece-os para depois matar, revela ausência total de amor e bondade.

A Bíblia revela que trevas são obras más. “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (Jo. 3:19). Revela também que as trevas estão ligadas ao poder maligno de Satanás. Jesus falou a Paulo dizendo: “Eu te envio aos gentios para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; afim de que recebam a remissão dos pecados, e sorte entre os santificados pela fé em mim” (At. 26:18).

Quando Jeová ditou em voz alta a lei do monte Sinai, Moisés declarou ao povo as seguintes palavras: “E sucedeu que, ouvindo a voz do meio das trevas e vendo o monte ardendo em fogo, vos achegastes a mim, todos os cabeças das vossas tribos, e vossos anciãos; e dissestes: Eis aqui Jeová, vosso deus, nos fez ver a sua glória, e a sua grandeza, e ouvimos a sua voz do meio do fogo” (Dt. 5:23-24). Jeová se manifesta em glória do meio das trevas? Sempre pensei que a glória do verdadeiro Deus se manifestasse em luz. Jesus Cristo se manifestou em luz no monte da transfiguração (Mt. 17:1-2). E Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo. 8:12). E João testificou de Jesus, dizendo: “Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo o homem que vem ao mundo” (Jo. 1:9). E Paulo nos diz: “E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fl. 2:11). Se a glória de Deus Pai é manifestada em Jesus, que é a verdadeira luz, certamente a glória de Jeová, que se manifestava em trevas, nada tinha a ver com Jesus, mas com Satanás (At. 26:18). Ou com as potestades das trevas que querem destruir os cristãos (Ef. 6:12).

Nós, porém, andamos na luz com Jesus, pois não aborrecemos ninguém, não perseguimos ninguém, não injuriamos ninguém; pois a missão dos cristãos é amar aos perdidos, como Deus os amou (Jo. 3:16-17).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(286) – AS COISAS QUE O OLHO NÃO VIU

AS COISAS QUE O OLHO NÃO VIU

 

O grande apóstolo Paulo faz a seguinte e estonteante declaração: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam” (I Co. 2:9). Que é que Paulo está dizendo? Que as coisas preparadas por Deus nunca foram vistas por homem nenhum, nunca foram ouvidas pelo ouvido humano antes de Cristo encarnar, e são coisas tão diferentes das coisas que compõem a esfera deste mundo, que jamais poderia subir ao coração de qualquer homem, isto é, são coisas  totalmente alheias as coisas deste mundo. Isto nos leva a concluir, que as coisas que o olho viu, e o ouvido ouviu, e subiram ao coração do homem, não foram preparadas por Deus.

1) Que é que o olho viu e o ouvido ouviu? O povo viu o Monte Sinai ardendo em fogo, e a escuridão, e as trevas, e a tempestade, e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual os que a ouviram pediram que se lhes não falassem mais; porque não podiam suportar o que se lhes mandava: Se até um animal tocasse o monte seria apedrejado. E tão terrível era a visão, que Moisés disse: “Estou todo assombrado e tremendo” (Hb. 12:18-21). Certamente este espetáculo aterrorizante não foi preparado por Deus, o Pai de Jesus e  Nosso Pai, pois as que preparou para os salvos nunca o olho viu, nem o ouvido ouviu.

2) Que mais o olho viu e o ouvido ouviu? O povo viu as dez terríveis pragas com as quais Jeová feriu toda a terra do Egito; a praga das águas do Egito que se tornaram sangue (Ex. 7:19). A praga das rãs, que subiram até na cama de Faraó e encheram o Egito (Ex. 8:6-8). A praga dos piolhos (Ex. 8:17). A praga das moscas (Ex. 8:21-24). A praga da peste nos animais (Ex. 9:4-7).  A praga das úlceras (Ex. 9:8-12). A praga da saraiva (Ex. 9:23-26). A praga dos gafanhotos (Ex. 10:12-15). A praga das trevas (Ex. 10:21-23). A décima e última praga foi a da morte de todos os primogênitos do Egito, na qual o povo de Israel viu os mortos e ouviu o grande pranto (Ex. 12:29-30). Certamente estas horríveis pragas acompanhadas de lamentos não foram preparadas por Deus, o Pai, pois as que ele preparou, ouvido nenhum ouviu, e olho nenhum viu desde a criação deste mundo.

3) O povo de Israel, saído do Egito, viu o mar vermelho se abrir em dois. As águas pareciam um grande e altíssimo muro à direita e à esquerda; e o povo passou pelo meio do mar em seco por toda a noite. O povo viu também Jeová arrancando as rodas dos carros de guerra de Faraó; e causando grande confusão. O povo viu o ruído do quebra-quebra. Depois viram o mar se fechar destruindo o exército de Faraó. Os corpos mortos foram arrastados para a praia. Um espetáculo macabro; mas tudo isto não foi preparado por Deus, nosso Pai, pois as coisas que ele preparou para os seus, o olho não viu, nem o ouvido ouviu (Ex. 14:21-31).

4) O povo de Israel peregrinou quarenta anos pelo deserto antes de entrar em Canaã, a terra prometida. Foram quarenta anos de castigo e sofrimento, porque não creram, até que toda aquela geração que saiu do Egito morresse no deserto (Nm. 14:28-34). Claro que não foi o Deus que Jesus revelou que preparou esta peregrinação fúnebre de quarenta anos, morrendo de 100 a 150 pessoas por dia. Mais um espetáculo macabro.

5) O povo peregrinando sem rumo quarenta anos, era guiado de dia por uma coluna de nuvem, e de noite por uma coluna de fogo. O texto bíblico diz: “E Jeová ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite” (Ex. 13:21-22). Jeová ia adiante do carro fúnebre. O povo caminhava de dia e de noite, condenados à morte. Saíram do Egito com a promessa de receber um lugar de descanso e paz, e agora, caminhando a marcha fúnebre. Iam caindo e morrendo de fome e sede, queimados e ressecados pelo sol ardente. Jamais o Deus Pai faria uma atrocidade destas, pois dele só vem o bem (Tg. 1:17). E o Deus Pai é salvador de todos os homens (I Tm. 4:10).  E viram e ouviram muitas coisas mais.

Mas o que é que até os dias de Cristo, o olho não viu, e o ouvido não ouviu? “QUE DEUS É AMOR” (I Jo. 4:8). O amor, que é benigno, “não trata com leviandade, não se ensoberbece, mas é sofredor, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha” (I Co. 13:4-8). Que contraste. O deus de Israel era furioso e iracundo (Dt. 32:22; Sl. 7:11; Os. 13:11).

Que mais o ouvido não ouviu e o olho não viu? Que Deus ama os inimigos. E se os ama, não é inimigo de ninguém, pois é, amor (Rm. 5:8-10; I Jo.  4:10).

Há mais coisas que o olho não viu e o ouvido não ouviu? Claro que há. Um pecador não precisa mais ser destruído a fogo como em Sodoma e Gomorra, pois ele pode crer e nascer de novo (Jo. 3:3-6). O bandido que se converte a Cristo pode se tornar uma nova criatura. Paulo nos diz: “Não erreis; nem os devassos, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, herdarão o reino de Deus. E é o que alguns de vós tem sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do Nosso Deus” (I Co. 6:10-11).

     Que mais? O novo nascimento é uma nova geração, e os que foram novamente gerados pela palavra da verdade são os primeiros criados pelo Deus Pai (Jo. 3:3-6; Tg. 1:18). O velho homem, descendente de Adão deixa de existir para vir à luz um novo homem justo e santo (Ef. 4:22-24).

E, que mais o olho não viu e o ouvido não ouviu? O apóstolo João o diz: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, como Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste” (Jo. 17:3). No Velho Testamento ver o deus era ser condenado à morte (Ex. 33:18-23). No Novo Testamento, ver a Deus é ter a vida eterna. “A vontade daquele que me enviou é esta; que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo. 6:40).

E há mais coisas que o olho não viu. A glória de Deus é dada aos que crêem em Cristo. Mas que glória? Não a glória falada no Sl. 8:49, mas a glória do próprio Deus. Jesus disse: “Eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um como nós somos um” (Jo. 17:22). E Paulo diz: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu poder” (Fl. 3:20-21). Todas estas coisas, antes de Cristo, o ouvido não ouviu e o olho não viu. GLÓRIA A DEUS!

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(285) – CIRCUNCISÃO 2

 

Jeová declara ser o criador do homem sobre a terra. “Assim diz Jeová, o santo de Israel, aquele que o formou… Eu fiz a terra, e criei nela o homem; eu o fiz. As minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens” (Is. 45:11-12)“Eu fiz a terra, o homem e os animais que estão sobre a terra, pelo meu grande poder” (Jr. 27:5).

Jeová declara também que o esperma do homem criado por ele é imundo. “Também o homem, quando sair dele a semente da cópula, toda a sua carne banhará com água, e será imundo até à tarde” (Lv. 15:16). Alguém dirá: O esperma ficou imundo depois da queda de Adão. Nós contra argumentamos lembrando que o texto revela que o homem fica imundo quando sai a semente da cópula, isto é, antes de sair a semente o homem não era imundo, logo o homem estava limpo, mas a semente era imunda. O caso se repete no verso dezoito. “E também a mulher, com quem o homem se deitar com semente da cópula, ambos se banharão com água, e serão imundos até à tarde” (Lv . 15:18). A mulher estava limpa e se tornou imunda por causa do esperma do homem, logo, o esperma é imundo por natureza. Foi criado imundo por Jeová. É por isso que as crianças nascem imundas, tanto do sexo masculino como do feminino; pois a semente donde nascem é, por natureza, imunda (Lv. 12:1-8). É por isso também, que no livro de Jó lemos: “Quem do imundo tirará o puro? Ninguém” (Jó 14:4). Jó não está dizendo que a mãe é imunda. A mãe é limpa, mas a semente é imunda, e o filho vai nascer imundo.

Tanto homens quanto mulheres se tornam imundos quando se corrompem. “Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um” (Sl. 14:3). Ficaram imundos porque se desviaram. O verso um diz: “Disse o néscio no seu coração: Não há deus. Teem-se corrompido, fazendo-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem” (Sl. 14:1). Concluímos que a imundície decorreu da corrupção.

O fim da análise é a seguinte. Todos os homens são limpos, mas são portadores de uma semente imunda (esperma). E também o homem e a mulher tornam-se imundos pela corrupção de costumes.

Jeová tomou a descendência de Jacó por povo: “Agora, pois ouve ó Jacó, servo meu, e tu Israel, a quem escolhi. Assim diz Jeová; que te criou e te formou desde o ventre, e que te ajudará” (Is. 44:1-2). A esse povo chama de filhos: “Filhos sois de Jeová vosso deus; não vos darei golpes, nem poreis calva entre vossos olhos por causa de algum morto, porque é povo santo a Jeová teu deus, e Jeová te escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres o seu povo próprio” (Dt. 14:1-2). Antes, porém, de Jeová tomá-los por filhos, os levou ao Egito, e lá o povo se corrompeu, portanto era imundo. O profeta Ezequias declarou: “Veio a mim a palavra de Jeová dizendo: Filho do homem houve duas mulheres, filhas de uma mãe. Estas prostituíram-se no Egito; prostituíram-se na sua mocidade; ali foram apertados os seus peitos, e ali foram apalpados os seios da sua virgindade. E os seus nomes eram: Aolá, a mais velha, e Aolibá, sua irmã; e foram minhas, e tiveram filhos e filhas; e, quanto aos seus nomes, Samaria é Aolá, e Jerusalém é Aolibá” (Ez. 23:1-4). Fica assim bem claro que Jeová gera filhos imundos, pois os levou ao Egito para serem corrompidos. Como pode Jeová gerar, e tomar para si filhos imundos?

No Novo Testamento é totalmente diferente. Para alguém ser filho de Deus Pai tem de nascer de novo. “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo” (1 Pd. 2:2). Esse novo nascimento é operado pelo Evangelho, isto é, as boas novas de Cristo, e pelo Espírito Santo. Jesus disse a Nicodemos: “Na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo. 3:5-6). É por isso que Paulo nos diz: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co. 5:17). No Novo Testamento aqueles filhos de Jeová não são filhos de Deus.

Mas Jeová inventou um jeito para diferenciar os seus filhos carnais dos outros povos, a quem rejeitava. Foi a circuncisão. Tudo começou com Abraão. Disse Jeová ao patriarca: “Este é o meu concerto, que guardareis entre mim e vós, e a tua semente depois de ti: Que todo o macho será circuncidado aos oito dias. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal do concerto entre mim e vós” (Gn. 17:10-11). Esse concerto será eterno (Gn. 17:13)“A criança que não for circuncidada na carne do seu prepúcio, aquela alma será extirpada dos seus povos; quebrantou o meu concerto” (Gn. 17:14). Os incircuncisos eram imundos para Jeová; logo a circuncisão santificava. “Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te dos teus vestidos formosos, ó Jerusalém, cidade santa; porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo” (Is. 52:1). É óbvio que os circuncidados eram santificados na carne. Jeremias revela que havia carne santa (Jr. 11:15). Eram os circuncidados de Jeová.

Mas o Novo Testamento traz a luz uma revelação surpreendente sobre a circuncisão. “A circuncisão é nada, e a incircuncisão nada é” (1 Co. 7:19). Se a circuncisão é nada, por que Jeová dava tanto valor? Se for nada, perdeu o valor. Por que Jeová declarou que era uma aliança pérpetua? As coisas pérpetuas não cessam. Paulo quebrantou o concerto de Jeová, e tinha de morrer (Gn. 17:14). Mas Paulo continua falando: “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” (Gl. 6:15). A circuncisão da carne é para a velha criatura carnal e sujeita as concupiscências da carne, o que Pedro chama de concupiscências de imundície (2 Pd. 2:10). Paulo declara que a concupiscência engana o cristão em Ef. 4:22-24, pois o homem nascido de novo é criado em verdadeira justiça e santidade.

A fé acabou com a circuncisão. “Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão” (Rm. 2:29-30). E Paulo termina dizendo: “Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão o que o é exteriormente na carne, mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, e não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rm. 2:28-29).

Para os espirituais da fé em Cristo, Paulo diz: “Estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo da carne; a circuncisão de Cristo” (Cl. 2:11).

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(284) – MANANCIAL – VI

MANANCIAL 6

            Amor é uma palavra derivada do grego “caritas”. Os gregos viram no amor uma força unitiva e harmonizadora, e entenderam-na sobre o fundamento do amor sexual, da concórdia política e da amizade. Hesiodo e Parmênides foram os primeiros a sugerir que o amor é a força que move as coisas, as mantém e conduz juntas. Empédocles reconheceu no amor a força que mantém unidas todas as coisas, e na discórdia a força que os separa. Platão nos deu o primeiro tratado sobre o amor, no qual focaliza que o amor é o desejo de adquirir e de conquistar o que não se possui. Em segundo lugar, o amor se dirige para a beleza, que é o desejo do bem; e em terceiro lugar, o amor é o desejo de vencer a morte, e é, portanto, a via pela qual o ser mortal procura salvar-se da mortalidade, deixando após si, em troca do que envelhece e morre, algo novo que se lhe assemelha, isto é, o filho. Em quarto lugar Platão distingue tantas formas de amor quantas são as formas do belo, começando pela beleza sensível e acabando pela beleza da sabedoria. Aristóteles detêm-se na consideração positiva do amor. Para ele, o amor e o ódio, como todas as outras afeições da alma, pertencem, não só a alma como tal mas ao homem enquanto é composto de alma e corpo, e portanto enfraquecendo-se com o enfraquecimento da união de alma e corpo. Afirma também que o amor que está ligado ao prazer pode começar e acabar rapidamente. Aristóteles declarou que Deus, como primeiro motor, move as outras coisas “como objeto de amor”, isto é, como termo do desejo que as coisas tem de alcançar a perfeição. Estes filósofos todos viveram antes de Cristo. Vamos citar alguns que viveram depois de Cristo. Descartes, filósofo francês do século XVI, disse que o amor é uma afeição e depende do corpo, difere do juízo que também induz a alma, de sua livre vontade, a unir-se às coisas que julga boas. O amor distingue-se do desejo, que é dirigido para o futuro. Descartes rejeita a distinção medieval entre amor de concupiscência e amor de benevolência, no qual o amor de concupiscência busca o bem próprio, e o amor de benevolência busca o bem do próximo. Para ele, essa distinção concerne aos efeitos e não à essência do amor. Leibiniz, que veio logo depois, exprimiu de forma clara, que, quando se ama sinceramente uma pessoa, não se procura o próprio proveito nem um prazer desligado do amor da pessoa amada, mas se procura o próprio prazer na satisfação e na felicidade dessa pessoa. Segundo Leibiniz, o amor tira o contraste entre duas verdades.

Existiram muitos outros pensadores e filósofos, tanto antigos como modernos, que se ocuparam e escreveram sobre o amor. Todos esses pensadores formaram um rico manancial para a humanidade. Os intelectuais psíquicos encontraram nesse enorme manancial uma fonte de conhecimento sobre a beleza do amor, o poder do amor, a virtude do amor, e a multiforme graça do amor.

Vamos falar agora de um outro manancial cuja fonte não nasceu no coração nem na mente do homem, mas no coração de Deus, o Pai, e nos foi manifestado por Jesus Cristo, seu Filho, na pessoa do Espírito Santo. Esse amor, descido do coração de Deus pelo Espírito Santo, torna o homem perfeito, e Paulo, que recebeu esse amor ao crer em Jesus, declarou: “Revesti-vos pois, como eleitos de Deus, santos, e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cl. 3:12-14). Fantástico. O amor de Deus, comunicado ao homem pelo Espírito Santo, torna o homem humilde, manso, longânimo, e com entranhas de misericórdia, isto é, seja qual for a ofensa, ou o insulto, o que é ofendido perdoa com entranhas de misericórdia, com humildade e mansidão. É o amor que faz suportar as cargas mais pesadas, isto é, a cruz mais pesada e dolorosa, que nos torna iguais a Cristo. Jesus amou tanto os homens que deu a sua vida pregado numa cruz. Ele mesmo disse: “Ninguém tem maior amor que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo. 15:13). E disse mais: “Por isso o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de  mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la” (Jo. 10:17-18). Jesus não deu a sua vida porque o Pai ordenou, mas sim porque amou os perdidos, os ladrões, os infiéis, os homicidas e adúlteros, os mentirosos, as prostitutas, enfim todos. Ele mesmo disse: “Porque o Filho do homem veio salvar o que se tinha perdido” (Mt. 18:11). Esse tipo de amor, os filósofos e poetas nunca imaginaram, porque nunca subiu ao coração dos homens. O amor que os filósofos ensinaram é muito bonito, e é recheado me máximas de extrema beleza; mas não exclui a lei. Quando o criminoso fere a lei dos homens é encarcerado ou morto, mas o amor revelado em Jesus Cristo é tão poderoso que anula a lei de deus. Paulo declarou pelo Espírito Santo: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros: porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Com efeito: Não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás, e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rm. 13:8-10). É maravilhoso! O amor derramado do céu no coração do cristão é mais poderoso que a lei, e tira a força e o poder da lei. O amor revoga a lei. Mas não pode ser o amor nascido no coração e na mente do homem, nem dos pensadores, pois, como dissemos, este amor está abaixo da lei e não a suprime. Jesus disse, falando do amor celestial: “Ouviste o que foi dito: Amarás ao teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes aos que vos amam, que galardão havereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mt. 5:43-48). Este é o manancial de Jesus Cristo, que torna o cristão perfeito como Deus é perfeito, e por isso revoga a lei. E, se torna o homem perfeito, esse homem é também igual a Cristo em perfeição.“Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef. 4:13). E tem mais: Esse amor celestial, infundido no homem pelo Espírito Santo, traz ao homem a vida eterna, por isso João declara: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte” (I Jo. 3:14).

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(283) – MANANCIAL – V

MANANCIAL 5

 

Todas as denominações religiosas cristãs, e todos os teólogos afirmam categoricamente que a Bíblia, isto é, o Velho e o Novo Testamentos são a palavra de Deus. Todas as igrejas e todos os pregadores declaram que as Escrituras Sagradas são a palavra inspirada por Deus, pois os profetas e apóstolos falaram inspirados pelo Espírito Santo de Deus (I Pd. 1:21). E o próprio Jesus Cristo, o Deus encarnado declarou: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo. 17:17). Tanto o Velho como o Novo Testamentos são palavra infalível de Deus, pois Deus não pode mentir (Tt. 1:2).

Jesus, que é Deus com o Pai, declarou: “Toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons” (Mt. 7:17-18). E São Tiago, na sua Epístola universal diz: “Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?” (Tg. 3:11). Invalidar estas duas declarações seria invalidar Jesus Cristo, e colocar em cheque a inspiração da Bíblia. Fizemos quatro estudos provando que de Jeová saem dois tipos de água; a doce e a amargosa. Analisemos os fatos do anjo de Jeová:

1) Jacó declarou que o anjo de Jeová o livrou de todo o mal (Gn. 48:16). E é preciso não esquecer que Jacó nunca foi modelo de perfeição. A conselho de sua mãe enganou seu irmão Esaú ficando com a bênção de primogênito (Gn. 27:6-29). Mais tarde, ensinado pelo anjo de Jeová, enganou Labão, seu tio, apoderando-se do rebanho (Gn.31-11-12). Apesar de pecador, o anjo de Jeová o guardou e livrou. No entanto o próprio Jeová declara também, que enviaria o seu anjo para guardar o povo no caminho rumo à terra prometida, mas avisa dizendo: “Guarda-te diante dele, e ouve a sua voz, e não o provoques à ira, porque não perdoará a vossa rebelião, porque o meu nome está nele” (Ex. 23:21-22). Jeová enviou o anjo para guardar, mas o anjo nem guardou nem perdoou, porque é fonte de duas águas: uma doce e uma amargosa.

2) Quando o povo de Israel saiu do Egito, caminhou até defronte do Mar Vermelho. Faraó tinha ordenado aos seus exércitos que passassem a fio de espada a todos sem piedade, tanto homens e mulheres, como velho e crianças. Era a vingança por causa da morte dos primogênitos. O povo, desesperado, clamou a Moisés, pois estava encurralado entre o mar e os exércitos furiosos de Faraó. Moisés levantou a vara em direção ao mar, e o povo viu estupefato um caminho se abrir no meio do mar. O povo, jubiloso, entrou mar adentro. Os egípcios apressaram o passo para matá-los. O anjo de Jeová se pôs entre os egípcios e Israel. O anjo produziu uma enorme coluna, tenebrosa para os egípcios e luminosa para Israel. Isso durou por toda a noite, e o povo passou a pé enxuto. A coluna se desfez, e os exércitos entraram mar adentro. Então Moisés estendeu a sua mão e o mar se fechou sobre os egípcios. Todos morreram. Neste caso o anjo guardou da morte o povo de Israel. Foi uma festa. O povo rejubilava. Moisés cantou um cântico para a glória de Jeová. As mulheres cantavam e dançavam (Ex. 14 e 15). Numa outra ocasião, o próprio Jeová incitou a Davi para que enumerasse o povo de Israel, e Davi prontamente obedeceu, apesar da oposição de Joabe, general do exército (II Sm. 24:1-4). Por incrível que pareça, o mesmo Jeová que incitou a Davi, como castigo, enviou o seu anjo que matou setenta mil varões de Israel (II Sm. 24:15). Fica mais uma vez provado que o anjo de Jeová é fonte de água doce e amargosa, pois uma vez livrou o povo de Israel de morrer pelas mãos dos egípcios, e outra vez matou setenta mil inocentes, pois Davi clamou dizendo: “Eis que eu sou o que pequei, e eu o que iniquamente obrei; porém estas ovelhas, que fizeram? Seja pois a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai” (II Sm. 24:17).

3) No livro dos Salmos lemos: “O anjo de Jeová acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Sl. 34:7).Quando Jacó sonhou com a escada que subia da terra ao céu, e os anjos subiam e desciam por ela, no topo estava Jeová que lhe disse: “Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque te não deixarei até que haja feito o que te tenho dito” (Gn. 28:15). E de fato, Jacó foi guiado e guardado pelo anjo de Jeová (Gn. 48:16). Mas surpreendentemente as Escrituras Sagradas declaram que o anjo de Jeová também persegue os adversários de Davi. O texto diz assim: “Sejam confundidos e envergonhados os que buscam a minha vida; voltem atrás e envergonhem-se os que contra mim intentam mal. Sejam como pragana perante o vento; o anjo de Jeová os faça fugir. Seja o seu caminho tenebroso e escorregadio, e o anjo de Jeová os persiga” (Sl. 35:4-6). O deus de Davi era particular, isto é, deus tribal, pois era deus só de Israel. O Deus Pai revelado por Jesus é Deus de todos, inclusive dos inimigos. “É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente” (Rm. 3:29). O Pai, revelado por Jesus, é Deus dos pecadores, e não só dos justos. “Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8). O Pai, que Jesus nos revelou, É Deus também dos inimigos. “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm. 5:17). O Pai salva os devassos, os idólatras, os adúlteros, os afeminados, os sodomitas, os ladrões, os avarentos, os bêbados, os maldizentes, etc. (I Co. 6:10-11). Estes todos, no Velho Testamento, seriam apedrejados ou passados a fio de espada. E se o Pai, que quer salvar a todos, e os reconciliou consigo pela cruz de Cristo (II Co. 5:19), era o mesmo que matava os pecadores e desobedientes, Deus mudou, mas a Bíblia afirma que Deus não muda (Tg. 1:17). O anjo de Jeová é fonte de água doce e amargosa.

4) O anjo de Jeová é a expressa imagem de Jeová. Quem vê o anjo de Jeová, vê a Jeová. Pois Moisés viu o anjo de Jeová na sarça em fogo ao pé do monte Sinai. E Jeová bradou a Moisés do meio da sarça em fogo ao pé do monte Sinai. Como pode isso ser? Se era o anjo que lá estava, o anjo deveria bradar, mas quem bradou foi Jeová? A resposta é simples. Onde está o anjo, ali está Jeová (Ex. 3:1-4). O mesmo fato aconteceu com Abraão. Jeová pediu-lhe o filho Isaque em sacrifício. Quando Abraão levantou o cutelo para imolar o filho, o anjo bradou desde o céu, dizendo: “Abraão, não estendas a mão sobre Isaque, pois agora sei que me temes, e não me negaste o teu filho”. Quem pediu o filho? Jeová. Quem bradou do céu? O anjo (Gn. 22:1-12).

Temos um outro caso no Velho Testamento. Balaque, rei dos moabitas e inimigo de Israel, procurou Balaão, profeta de Jeová e ofereceu-lhe ouro para amaldiçoar Israel. Balaão repeliu a oferta, mas orou a Jeová sobre o caso. Jeová ordenou que Balaão fosse com eles mas, orientado por Jeová. Balaão se foi com eles. Então o anjo de Jeová se pôs contra Balaão como satanás (Nm. 22:22). A mula viu satanás, mas Balaão não, e espancou a mula três vezes para andar. O anjo, então, abriu os olhos do profeta, e disse-lhe: “Eu saí para ser o teu satanás” (Nm. 22:32). MARAVILHA. O anjo de Jeová, quando convém se apresenta como Jeová, e outras vezes se apresenta como satanás. Fonte de água celestial e também de água infernal!!!

Pastor: Olavo Silveira Pereira