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(282) – MANANCIAL – IV

MANANCIAL 4

 

Existem muitos textos no Velho Testamento de difícil compreensão. Jeová condenou seu povo Israel porque deviam praticar o bem e praticavam o mal. Jeová fala por alegorias, e comparou Israel com uma videira; e sobre a sua videira falou Jeová: “Eu mesmo te plantei como vide excelente, uma semente inteiramente fiel: como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada, de vide estranha? Pelo que, ainda que te laves com salitre, e amontoes sabão, a tua iniqüidade estará gravada diante de mim, diz o senhor Jeová” (Jr. 2:21-22). Com estas palavras Jeová está dizendo que uma árvore boa não pode produzir frutos maus  (Mt. 7:16-20). A segunda coisa que Jeová está dizendo, é que, o povo que ele criou no Egito era fiel e não podia degenerar (Jr. 2:21). A terceira coisa incluída no contexto, é que Jeová não aceita quem, devendo produzir o bem, produz o mal (Is. 43:7). A respeito da sua vinha Jeová declarou:“O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil. E a cercou, e a limpou das pedras, a  plantou de excelentes vides, e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas, mas deu uvas bravas. Agora pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de Judá, julgai-vos peço, entre mim e a minha vinha. Que mais se podia fazer a minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse uvas, veio a produzir uvas bravas?(Is. 5:1-4). O que é de espantar é que, sendo Jeová deus e criador de todas as plantas boas e más, se enganasse ao plantar a sua videira, e pensando plantar uma boa videira, plantou uma parreira brava. E se foi assim, por que a destruiu? A culpa não foi da parreira! Mas o texto sagrado continua: “Agora pois vos farei saber o que hei de fazer a minha vinha; tirarei a sua sebe, para que sirva de pasto; derribarei a sua parede, para que seja pisada; e a tornarei em deserto; não será podada nem cavada, mas crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela. Porque a vinha de Jeová dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercesse Juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor” (Is. 5: 5-7). Jesus disse: “Toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons” (Mt. 7:17-18). Se Jeová não se enganasse, e tivesse plantado uma boa videira, teria colhido frutos bons. Assim, não adianta fustigar e pisar a parreira brava.

Jeová não aceita que uma árvore má de frutos maus. É incrível isso, mas é o que está escrito. Muito pior para Jeová, seria uma árvore boa dando maus frutos. A oliveira é uma árvore boa, pois produz o precioso azeite. E Jeová disse pela boca de Jeremias: “Denominou-te Jeová oliveira verde, formosa por seus deliciosos frutos; mas agora, à voz de um grande tumulto, acendeu fogo ao redor dela, e se quebrantaram os seus ramos. Porque Jeová dos Exércitos, que te plantou pronunciou o mal contra ti, pela maldade da casa de Judá, que para si mesmos fizeram, pois me provocaram a ira, queimando incenso a Baal” (Jr. 11:16-17). No primeiro caso Jeová plantou uma parreira brava, e esperava o impossível, isto é, que desse uvas boas; no segundo caso Jeová plantou uma oliveira boa, e não esperava que desse fruto mau. Nos dois casos se enganou, e destruiu a videira e a oliveira. No caso da oliveira, é incrível que desse fruto bom e mau, coisa que Jeová não aprova, pois que é abominável aos seus olhos.

     Jeová, tão exigente com o seu povo, que não aceita que o bom dê mau fruto; e quer que o mau dê fruto bom, ele mesmo dá os dois tipos de frutos. Jeová é um manancial de água doce e água amargosa. Doce para uns, e amargosa para outros.

1- Salomão disse: O ouvido que ouve, e o olho que vê, a ambos fez Jeová” (Pv. 20:12). Mas Jeová disse a Isaías: “Engorda o coração deste povo, e endurece-lhes os ouvidos, e fecha-lhes os olhos; não venha ele a ver com os seus olhos, e a ouvir com os seus ouvidos, e a entender com o coração, e a converter-se, e a ser sarado” (Is. 6:10).

2. Referindo-se ao profeta Jeremias, que disse a respeito de Jeová: “Eis que, como o vaso na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel” (Jr. 18:6). Paulo falou: “Mas, ó homem, quem és tu, que a deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?” Incrível, mas Jeová é uma árvore que produz frutos bons e frutos maus, e é também uma fonte que produz água doce e água amarga.

3- No livro dos provérbios lemos: “O rico e o pobre se encontrara; a todos fez Jeová” (Pv. 22:2). Os únicos que conseguem explicar este fenômeno são os espíritas, que afirmam que as misérias da vida atual são conseqüências dos males praticados em vidas passadas. A luz da razão, tal discriminação não obedece a nenhum princípio lógico.

4- Jeová é quem alegra o coração dos homens. Diz o salmista Davi: “Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se multiplicaram o seu trigo e o seu mosto” (Sl. 4:7). Neemias, copeiro de Artaxerxes, rei da Pérsia, que foi para Jerusalém reparar os muros junto com Esdras, o escriba e os levitas, disseram ao povo judeu: “Ide, comei as gorduras e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não tem nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto não vos entristeçais, porque a alegria de Jeová é a nossa força” (Nm. 8:10). Mas Jeová é também, o deus que amargura as almas dos justos. Noemi, uma boa mulher do tempo dos Juizes, assim chamou: “Chamai-me Mara, porque grande amargura me tem dado o Todo Poderoso” (Rt. 1:20). E Jó, o homem mais justo, fiel, e sincero que havia na terra, assim declarou: “A minha alma tem tédio; darei livre curso a minha queixa, falarei na amargura da minha alma. Direi a Jeová: Não me condenes; faze-me saber porque contendes comigo. Parece-te bem que me oprimas?” (Jó 10:1-3). E Jó termina dizendo: “Vive deus, que desviou a minha causa, e o Todo Poderoso que amargurou a minha alma” (Jó 27:2). Ai dos crentes!

5. Sobre as mulheres, Salomão diz: “O que acha uma mulher acha uma coisa boa e alcançou a benevolência de Jeová” (Pv. 18:22). E continua dizendo: “A casa e a fazenda são a herança dos pais, mas de Jeová vem a mulher prudente” (Pv. 19:14). Por outro lado, Salomão declara: “Cova profunda é a boca das mulheres estranhas; aquele contra quem Jeová se irar, cairá nela” (Pv. 22:14). E o grande sábio desabafa, desiludido, e dizendo: “Eu achei uma coisa mais amarga do que a morte, a mulher cujo coração são redes e laços, e cujas mãos são ataduras; quem for bom diante de Jeová escapará dela, mas o pecador virá a ser preso por ela” (Ec. 7:26). De Jeová sai o bem e o mal (Lm. 3:38).

E assim como o povo de Israel pediu pão e água, e Jeová deu, e com o pão deu a morte, assim também, Salomão pediu sabedoria e Jeová deu, e com a sabedoria lhe deu mil mulheres más e loucas, que o mataram espiritualmente (Sl. 78:23-31; I Rs. 3:9-12).

 

Pastor: Olavo Silveira Pereira

(281) – MANANCIAL – III

MANANCIAL 3

         1- Da mesma maneira que uma árvore boa não dá maus frutos, e uma árvore má não dá bons frutos, assim também de uma fonte de água doce não sai água amargosa. No Novo Testamento o Espírito Santo só comunica a vida. Jesus disse: “O Espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida” (Jo. 6:63). E Paulo, apóstolo, confirma pelo seu testemunho:“Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz” (Rm. 8:6). “Porque se viverdes segundo a carne morrereis; mas se pelo Espírito mortificares as obras do corpo, vivereis” (Rm. 8:13). O Espírito Santo não só comunica a vida, mas também ressuscita os que estão mortos, segundo o ensino do grande apóstolo: “E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita” (Rm. 8:11). O Espírito Santo, no Novo Testamento, não só comunica a vida, e não só ressuscita os mortos, mas também faz com que os que crêem em Jesus Cristo se transformem em fontes de água viva. O Senhor Jesus falou: “Quem crê em mim, como diz a escritura, rios d’água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito Santo que haveriam de receber os que nele cressem” (Jo. 7:38-39).

No Velho Testamento era totalmente diferente. O espírito de Jeová dava a morte, pois quando o espírito de Jeová se apoderava de Sansão, este matava os filisteus: “O espírito de Jeová tão possantemente se apoderou dele, que desceu aos asquelonitas, e matou deles trinta homens” (Jz. 14:19).Ler também Jz. 15:14-16. Como de um mesmo manancial não sai água doce e água amargosa, o espírito que se apoderou de Sansão não é o mesmo Espírito de Jesus.

2- No Novo Testamento, a função principal do Espírito Santo é promover a comunhão entre o povo de Deus, como disse Paulo: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos” (II Co. 13:13). E a comunhão entre irmãos é tão importante, que aquele que não tem comunhão com algum irmão, o sangue de Cristo não purifica dos pecados (I Jo. 1:6-7). No Velho Testamento, o espírito de Jeová promovia dissensão: “Enviou Jeová um mau espírito entre Abimeleque e os cidadãos de Siquem; e os cidadãos de Siquem se houveram aleivosamente contra Abimeleque” (Jz. 9:23).Como de uma mesma fonte não sai água doce e água amargosa, é fácil concluir que o espírito de Jeová não é o mesmo Espírito de Cristo.

3- No Novo Testamento, o Espírito Santo é fonte inexaurível de amor. Leiamos o que diz o apóstolo dos gentios: “A esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm. 5:5). O apóstolo João nos diz: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (I Jo. 4:8). Quando o homem busca a Deus, o Pai, que em essência é amor, pelo seu espírito derrama do seu amor no coração do homem, para que este seja participante da sua natureza, e pratique também as obras do amor de Deus: “Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós” (I Jo. 4:12). No Velho Testamento, Jeová derramava espírito perverso: “Jeová derramou no meio deles um perverso espírito; e eles fizeram errar o Egito e toda a sua obra como o bêbado quando se revolve no seu vômito” (Is. 19:14). Ora, como de um mesmo manancial não sai água doce e água amargosa, aquele espírito de Jeová não é o mesmo de Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

4- No Novo Testamento o Espírito Santo é aliado aos fracos e sujeitos ao pecado e os ajuda nas suas fraquezas: “E também da mesma maneira o Espírito ajuda as nossas fraquezas, porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm. 8:26). No Velho Testamento o espírito de Jeová era adversário: “Então temerão o nome de Jeová desde o poente, e a sua glória desde o nascente do sol; vindo o inimigo como uma corrente de águas, o espírito de Jeová arvorará contra ele a sua bandeira” (Is. 59:19). Isaías, o profeta, falando de Israel, disse:“Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu espírito santo; pelo que se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles” (Is. 63:10). É claro que o espírito de Jeová reflete o que Jeová é, e faz: “E eu pelejarei contra vós com mão estendida, e com braço forte, e com ira, e com indignação e grande furor” (Jr. 21:5). Como de uma mesma fonte não sai água doce e água amargosa, o espírito de Jeová não é o mesmo do Pai.

5- No Novo Testamento, o Espírito Santo de Deus, o Pai, é o Espírito de liberdade: “Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade” (II Co. 3:17). É óbvio que este Senhor é Jesus, pois ele mesmo disse: “Se pois o filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo. 8:36). A quem Jesus se dirigia? Aos religiosos fariseus (Jo. 8:13). Jesus estava declarando que eles eram escravos e precisavam ser libertos. Se recebessem o Espírito Santo seriam livres. Qual era a escravidão dos Judeus? O concerto da lei de Jeová. Paulo explica: “Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre, todavia o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas o que era da livre por promessa. O que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos; um do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Hagar. Ora, esta Hagar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde a Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós” (Gl. 4:21-26). O concerto do Sinai é o concerto de Jeová, que continua gerando escravos até hoje, pois quem precisa de lei para não agir errado é escravo. A isso Paulo chama de Espírito de Escravidão: “Porque todos os que são guiados pelo Espírito Santo de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebeste o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Abba, Pai” (Rm. 8:14-15).

Não negamos que Jeová também enviava um bom espírito para fazer o bem. Neemias declarou: “E deste o teu bom espírito para os ensinar” (Ne. 9:20). Mas o espírito era também mau (Is. 19:14; 59:14; 63:10). Como de um  mesmo manancial não se bebe água doce e água amargosa, concluímos que o projeto de Jeová não era o mesmo de Jesus e do Pai. No Velho Testamento há muita água amarga, água de fel, água envenenada, água da escravidão e do inferno, por isso o Velho Concerto é chamado de concerto da morte e da condenação (II Co. 3:6-9). Mas Jesus Cristo liberta o homem desta prisão.

 

Pastor: Olavo Silveira Pereira

(280) – MANANCIAL – II

280 – MANANCIAL 2

 

Palavras de São Tiago: “Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?” (Tg. 3:11). Existe fonte de água doce, isto é, potável; e fonte de água amargosa, isto é, não potável, pois faz mal, e até mata. O Espírito de Jeová dava sabedoria, mas sabedoria mundana, pois Jeová comparou com a sabedoria dos homens. O texto diz: “E disse-lhe Deus: Portanto pediste esta coisa, e não pediste para ti riquezas, nem pediste a vida dos teus inimigos, mas pediste para ti entendimento para ouvir causas de juízo, eis que fiz segundo as tuas palavras. Eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti teu igual não se levantará” (I Rs. 3:11-12). Foi, portanto, sabedoria deste mundo, por isso foi maior dos que viveram antes dele. E com toda a sabedoria recebida de Jeová, Salomão não falou do reino celestial, pois só julgava as coisas deste mundo (I Rs. 3:11; 3:16-28). No Novo Testamento, o Espírito dá sabedoria aos cristãos para discernirem as coisas do reino celestial de Deus. Paulo disse: “A minha palavra, e a minha pregação, não consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de espírito e poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria de homens, mas no poder de Deus. Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não porém a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam, mas falamos a sabedoria de Deus; oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos tempos dos séculos para a nossa glória” (I Co.   2:4-7). Ora, Salomão, com toda a sabedoria que Jeová lhe deu, se aniquilou a si mesmo. “O rei Salomão amou muitas mulheres estranhas, e isso além da filha de Faraó; moabitas, amonitas, edonitas, sidônias e hetéias, das nações de que Jeová tinha dito aos filhos de Israel: Não entrareis a elas, e elas não entrarão a vós, doutra maneira perverterão os vossos corações para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor” (I Rs. 11:1-2). Salomão não teve sabedoria para obedecer aos mandamentos de Jeová. Jeová mesmo enumera três homens que nunca se desviaram do bem e da justiça: Noé, Daniel e Jó (Ez. 14:14; Hb. 11:7; Dn. 1:8). Ora, José foi bom, puro e justo desde menino, e não se deixou seduzir pela mulher de Potifar; logo teve mais sabedoria que Salomão em relação a carne e a libido. Só um homem falto de entendimento poderia ser tão lascivo a ponto de ter setecentas mulheres e trezentas concubinas (I Rs. 11:3). As trezentas concubinas não eram esposas, mas só para sexo. Salomão realmente foi voluptuoso, lúbrico e luxurioso. Se as concubinas não eram esposas, Salomão era fornicário, pois fornicação é sexo fora do casamento. A sabedoria recebida por Salomão foi animal e terrena. Mas tem mais. Com a sabedoria dada por Jeová, Salomão impôs um jugo tão pesado sobre o povo, que depois da sua morte, seu filho Roboão sentou no trono, e o povo falou ao rei, dizendo: “Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai, e o seu pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos” (I Rs. 12:4). Agora não se trata de lubricidades, lascívia, e fornicação, mas do governo despótico de Salomão oprimindo e saqueando o povo. Como Jeová não chamou a atenção de Salomão pela tirania governamental, é óbvio que aprovava as injustiças praticadas (I Rs. 12:11). Mas tem mais ainda. Salomão, com toda sabedoria dada por Jeová, foi o maior idólatra de Israel, pois adotou os deuses das suas esposas estranhas. “Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com Jeová seu Deus, como o coração de Davi, seu pai: Porque Salomão andou em seguimento de Astarote, deusa dos sidônios, e em seguimento de Milcom, a abominação dos amonitas. Assim fez Salomão o que parecia mal aos olhos de Jeová, e não perseverou em seguir Jeová, como Davi, seu pai. Então edificou Salomão um alto a Quemós, a abominação dos filhos de Amom” (I Rs. 11:4-7). Moloque era cultuado e adorado com sacrifício de crianças. O rei Acaz queimou seus próprios filhos ao deus Moloque, construído com a imensa sabedoria por Salomão (II Cr. 28:3). O rei Manassés também ofereceu seu filho para ser queimado em sacrifício a Moloque (II Rs. 21:6). As dez tribos que separaram de Judá e Levi, chefiados por Jeroboão, filho de Nebote, quando, para castigar Salomão, Jeová dividira o reino de Israel em dois: O reino do Sul e o do Norte, essas dez tribos cultuavam Moloque, e queimavam os filhos em sacrifício (II Rs. 17:17). Salomão caprichou usando a grande sabedoria recebida de Jeová; e usou-a muito bem para destruir os dois reinos divididos.

Para concluir esta analise dos atos de Salomão, afirmamos com convicção que a sabedoria dada a Salomão foi terrena, carnal e inteiramente humana. Mas, como vimos no princípio deste escrito, Paulo declarou que a sabedoria de Deus dada pelo Espírito Santo, não trata das coisas deste mundo, mas das coisas eternas do reino de Deus. Leiamos: “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” (I Co. 2:9-12). O que nos deu Deus gratuitamente? “Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef. 1:3). É para estas coisas que o cristão recebe sabedoria do Deus Pai. “Para que o Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e revelação” (Ef. 1:17). Mas revelação do que? Pedro responde: “Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, seguindo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós” (I Pd. 1:3-4).

O reino celestial de Deus, o Pai, nada tem a ver com o reino de Jeová, estabelecido em Israel, e nunca foi mencionado pelos profetas do Velho Testamento. Jesus disse: “A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus” (Lc. 16:16). E outra vez: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt. 4:17).

São duas fontes, dois mananciais, dois reinos, duas heranças. O primeiro cheio de fel, de pragas, maldições, guerras, vinganças, sabedoria humana e diabólica, idolatria, sacrifício de crianças. Esta fonte é de água amarga como o fel. A segunda fonte, de manancial bendito, é cheia de perdão, misericórdia, curas, ressurreição, graça, novo nascimento, comunhão plena, bênçãos celestiais, etc. Paulo disse:“Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm. 14:17).

Como de uma mesma fonte, e de um mesmo manancial não pode sair água doce e água amargosa, aquela sabedoria dada a Salomão, que trouxe tantas desgraças ao povo de Israel, não é água doce, mas água de fel, vinda de um manancial cheio de ira e ódio destruidor.

Jesus declarou: “Quem crê em mim, como diz o Espírito, rios d’água viva correrão do seu ventre”. Este é o nosso manancial cristalino e cheio de amor.

 

Pastor: Olavo Silveira Pereira

(279) -MANANCIAL – I

Manancial 1

     O que é manancial? É uma fonte abundante de água, que corre incessantemente. Uma nascente de águas cristalinas. Na sua epístola universal, Tiago afirma que de um mesmo manancial não pode sair água doce e água amargosa (Tg. 3:11-12). É por isso que Jesus ensinou seus discípulos, dizendo:“Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios d’água viva correrão do seu ventre”(Jo. 7:38). Jesus não falou água amargosa ou água de fel, mas disse: “Rios de água viva”, e outra vez Jesus disse: “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte d’água que salte para a vida eterna” (Jo. 4:14).

Se Jeová, o deus que se revelou a Israel através de Moisés, é Jesus Cristo, ou é o Pai de Jesus, tem de ser também uma fonte de água doce, água da vida, água do amor e da graça, água da bênção, etc., pois de uma mesma fonte não se pode beber água doce e água amargosa.

1. Jeová declarou: “Quando teu irmão empobrecer, e as suas forças decaírem, então sustentá-lo-ás, como estrangeiro e peregrino, para que viva contigo. Não lhe darás o teu dinheiro com usura, nem darás o teu manjar com interesse” (Lv. 25:35-37)“A teu irmão não emprestarás à usura; nem à usura de dinheiro, nem à usura de comida, nem à usura de qualquer coisa que se empreste à usura; ao estranho emprestarás à usura” (Dt. 23:19-20). Jeová dava água doce a seu povo Israel, e água salgada aos outros povos.

2. “Quando teu irmão empobrecer, estando ele contigo, e se vender a ti, não o farás servir de escravo. No ano do jubileu sairá livre e tornará à sua família, porque são meus servos, que tirei da terra do Egito; não serão vendidos como se vendem os escravos” (Lv. 25:39-42)“E quanto a teu escravo ou a tua escrava que tiveres, serão das gentes que estão ao redor de vós; deles comprareis escravos e escravas, também os comprareis dos filhos dos forasteiros que peregrinam entre vós, deles e das suas gerações que estiverem convosco, que tiverem gerado na vossa terra; e vos serão por possessão. E possui-los-eis por herança para vossos filhos depois de vós; perpetuamente os fareis servir, mas sobre vossos irmãos, os filhos de Israel, não será assim” (Lv. 25:44-46). Jeová é uma fonte cujo manancial jorra água doce e água amarga. Água doce da liberdade para o seu povo Israel, e água amarga da escravidão para os outros povos. 

3. Sobre a paz com povos vizinhos, Jeová estabeleceu as condições seguintes: “Quando te chegares a uma cidade para combatê-la, apregoar-lhe-ás a paz. Se te responder em paz, e te abrir as portas, todo o povo que se achar nela te será tributário e te servirá. Porém, se ela não fizer paz contigo, mas antes te fizer guerra, então a sitiarás. E Jeová teu deus a dará na tua mão; e todo varão que houver nela passarás ao fio da espada. Pouparás as mulheres, as crianças, e os animais; e tudo o que houver na cidade, todo o seu despojo tomarás para ti” (Dt. 20:10-14). Se a cidade faz paz, fica pagando tributo para sempre, e com trabalho escravo. Se não faz paz, Jeová, o deus da guerra, os entrega para serem mortos, as mulheres e filhos roubados, e a cidade saqueada. O manancial de Jeová só tinha água doce para Israel; para outros povos era água de fel e amargura. Esse tipo de fonte de águas é condenado por São Tiago.

4. Sobre a guerra, Jeová deu as seguintes instruções a seu povo Israel: “Se diligentemente ouvires a minha voz, e fizeres tudo o que eu disser, então serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus adversários” (Ex. 23:22). Água doce para Israel, e água amarga para outros povos, e sem motivo, pois o povo de Israel não era diferente dos outros povos, por isso o apóstolo Paulo  declarou, dizendo: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm. 3:23). Deus, o Pai de Jesus, não faz diferença entre os povos, Paulo disse: “Porquanto não há diferença entre judeus e gregos; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam” (Rm. 10:12). Jeová não agiu dessa maneira no Velho Testamento. Para que Israel fosse escravo no Egito, como os egípcios eram como irmãos dos israelitas por causa de José; Jeová mudou o coração dos egípcios para que odiassem Israel. Lemos isso no Salmo 105:23-25. Depois endureceu o coração de Faraó para não se converter, e por fim matou a todos os primogênitos do Egito. É incrível e cruel que aquele deus, para poder dar água de fel aos egípcios, mudou seu coração de bom para mau. Quando os assírios, 700 anos mais tarde, chefiados por Senaqueribe invadiram Judá, Jeová tomou o lado do seu povo contra os assírios, isto é, água doce para seu povo e água de fel para os assírios, pois o anjo de Jeová matou cento e oitenta e cinco mil assírios numa noite, e acabou com seu exército, e também providenciou a morte de Senaqueribe (II Rs. 19:35-37). O que não se entende é, como o Deus revelado por Jesus no Novo Testamento, deixou todos os povos andarem nos seus próprios caminhos (At. 14:15-16). Jeová prometeu aos filhos de Israel a terra de Canaã como herança, mas os cananeus moravam na terra e eram os legítimos donos. Então Jeová se tornou inimigo dos cananeus. Josué registrou o seguinte: “Não houve cidade que fizesse paz com os filhos de Israel, senão os heveus, moradores de Gibeão, por guerra as tomaram todas. Porquanto de Jeová vinha, que seus corações endurecessem, para saírem ao encontro a Israel na guerra, para os destruir totalmente, como Jeová tinha ordenado a Moisés” (Js. 11:19-20). Água doce para Israel, e água amarga para os povos de Canaã. E sem piedade. Fonte benigna para Israel, e fonte maligna para outras raças. “Nenhum moabita nem amonita entrará na congregação de Jeová; nem ainda a sua décima geração entrará na congregação de Jeová eternamente; porquanto não saíram com pão e água, a receber-vos no caminho, quando saíeis do Egito” (Dt. 23:3-4).

De repente Jeová mudou. Passou a dar água doce para os povos ímpios e perversos, e água de fel para seu povo Israel. Começou dando água doce aos assírios. “Eis que Jeová fará vir sobre eles às águas do rio, fortes e impiedosas, isto é, o rei da Assíria; com toda a sua glória; e subirá sobre todos os seus leitos, transbordando, e passará a Judá, inundando-o” (Is. 8:7-8). Depois deu água doce a Nabucodonosor, seu servo, e água de fel a Judá (Jr. 27:1-8). O próprio povo Judeu declara ter bebido dessa água maligna.“Jeová nosso deus, nos fez calar, e nos deu a beber a água de fel” (Jr. 8:14). E o próprio Jeová disse:“Portanto assim diz Jeová dos exércitos, deus de Israel; eis que darei de comer alosna a este povo, e lhes darei a beber água de fel” (Jr. 9:15); (Alosna é absinto). Jeová disse mais: “Farei em ti o que nunca fiz, e o que jamais farei, por causa de todas as tuas abominações. Porquanto os pais comerão os filhos no meio de ti, e os filhos comerão seus pais; e espalharei o remanescente aos quatro ventos” (Ez. 5:9-10). E Jeová confessa como deu a seu povo essa água de fel. “Quando eu enviar as terríveis flechas da fome contra eles, para sua destruição, as quais eu mandarei para vos destruir” (Ez. 5:16). Tal foi a fome que Jeová produziu, que as mães piedosas cozinhavam e comiam os próprios filhos (Lm. 4:10).

O Deus Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo não serve água de fel. Dele só procede a água doce, pois Deus é amor (I Jo. 4:8). Dele só provém o que é bom (Tg. 1:17). Deus, o Pai, quer que todos se salvem. Os bons e os maus, os justos e os injustos, os pecadores e os santos, os hebreus e os gentios, pois Deus, o Pai, é de todos.

“Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos” (Ef. 4:6).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(278) – COERÊNCIA – XI

(278) – COERÊNCIA – XI

 

Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, é igual a Jesus nas suas obras, e Jesus é igual ao Pai nas obras. O que um faz, o outro faz igualmente. Leiamos alguns textos: “O filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o Pai; porque tudo quanto ele faz, o filho faz igualmente” (Jo. 5:19). “Assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o filho vivifica aqueles que quer” (Jo. 5:21)“Como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao filho ter a vida em si mesmo” (Jo. 5:26).“Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais?” (Jo. 10:32). “Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim, vê ao pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras” (Jo. 14:8-11). É por isso que na carta aos Hebreus, lemos: “O qual (Jesus), sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem de sua pessoa” (Hb. 1:3).Seria, não apenas um absurdo, mas uma monstruosidade que teria acabado com a Igreja logo no princípio, se Jesus ou o Pai fizessem as mesmas obras de Satanás. Por certo, hoje não haveria Igreja, e o nome de Jesus ter-se-ia apagado há dois mil anos. Aqui está a coerência entre o Pai e o Filho. Sendo assim, nós perguntamos:

1- Se a obra de atormentar pertence Satanás e aos espíritos malignos, como lemos em Mt. 8:6; Lc. 6:18 e At. 5:16, por que, no Velho Testamento, Jeová atormentava aos pobres pecadores? “Se rejeitardes os meus estatutos, eu porei sobre vós o terror, a tísica e a febre ardente, que consumam os olhos e atormentem a alma” (Lv. 26:15-16).

2- Se Deus, o Pai, é a favor dos homens, e também dos pecadores (Rm. 5:8), e o diabo é o adversário dos cristãos (I Pd. 5:8), por que Jeová era o adversário do seu povo quando pecavam? “Jeová armou o seu arco como inimigo; firmou a sua destra como adversário, e matou todo o que era formoso à vista; derramou a sua indignação como fogo na tenda da filha de Sião. Tornou-se Jeová como inimigo; devorou a Israel …” (Lm. 2:4-5).

3- Se o assolador é Satanás, e por estranho que pareça, foi Jeová quem criou o assolador (Is. 54:16; Jó 15:21), por que Jeová assolava o seu povo em vez de ajudá-lo? (Lv. 26:33; Ez. 30:12). Assolar é um péssimo método de ensinar e educar. Parece com os usados em câmaras de tortura.

4- Opressão é tirania, sufocação. Opressor é o tirano impiedoso e cruel. O diabo é o opressor, e Jesus veio para libertar os oprimidos do diabo (At. 10:38). Se o opressor é o diabo, por que Jeová era o autor da opressão? “Jeová te ferirá com loucura, e com cegueira, com pasmo de coração. E apalparás ao meio-dia, como o cego apalpa nas trevas, e não prosperarás nos teus caminhos; porém somente SERÁS OPRIMIDO E ROUBADO todos os dias, e não haverá quem te salve” (Dt. 28:28-29). “O fruto da tua terra e todo o teu trabalho comerá um povo que nunca conheceste; e tu serás oprimido e quebrantado todos os dias” (Dt. 28:33). O verdadeiro opressor é o que entrega na mão dos opressores.

5- O apóstolo Pedro declara pelo Espírito Santo que Satanás, ou o diabo, é o leão devorador de almas.“Vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (I Pd. 5:8). Paulo revela que o devorador das almas é o leão, ou o diabo em II Tm. 4:17. Se o diabo é o leão devorador, por que Jeová devorava como leão? Leiamos as palavras do próprio Jeová pela boca do profeta Oséias. “Serei, pois, para eles como leão; como leopardo espiarei no caminho. Como urso que tem perdido seus filhos, os encontrarei, lhes romperei as teias do seu coração; e ali os devorarei como leão” (Os. 13:7-8).

6- Paulo declara que o destruidor da carne é Satanás em I Co. 5:5. Se é o diabo o destruidor da carne, por que Jeová declara também a mesma coisa? Jeová disse: “O fim de toda a carne é vindo perante a minha face” (Gn. 6:13). E disse mais: “Destruirei de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até o animal, porque me arrependo de os haver feito” (Gn. 6:7). Destruir é a palavra mais falada por Jeová nos seus projetos vingativos e injustos com relação ao homem, que segundo ele é verme ou bicho(Jó 25:6). (Textos sobre destruição: Dt. 28:20, 45, 48, 51, 61 e 63). No verso 63 Jeová declara sentir prazer e deleite em destruir.

7- Jesus afirmou que todos quantos vieram antes dele foram ladrões e salteadores (Jo. 10:8). E acrescentou: “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; Eu vim para que tenhais vida, e a tenham com abundância” (Jo. 10:10). O que quer dizer “saquear”? Despojar violentamente; roubar, assolar, devastar. Saquear é roubar. Jeová usava o seu povo Israel para saquear. Israel saqueou as cidades de Siom, rei dos amorreus (Dt. 2:30-36). Jeová os levou a saquear as cidades de Ogue, rei de Basã (Dt. 3:1-7). Na destruição de Jericó, o ouro e prata foram saqueados para Jeová (Js. 6:18-21). A bênção de Jeová consistia em guerrear por Israel, destruindo o povo, e depois mandar saquear (II Cr .20:1, 17 e 25. Ler II Cr. 14:14 e Ez. 26:1-12). Ora, Jeová também destruiu e matou os homens, como vimos no ítem 6, logo, era ladrão e salteador.

8- Se as trevas são o lugar dos principados e potestades caídos; se as trevas são o poder escravizador do pecado sobre os homens, pois está escrito: “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (Jo. 3:19), então Jesus ordenou a Paulo, dizendo: “Abre-lhes os olhos, e das trevas converte-os à luz, e do poder de Satanás à Deus” (At. 26:18). Se as trevas são o lugar da condenação eterna dos perversos (Mt. 8:12; 22:13; 25:30), por que Jeová se escondia nas trevas? (Ex. 20:21). Por que haviam trevas medonhas no monte Sinai, onde Jeová estava? (Dt. 4:11-12; 5:23). Davi assim se expressou: “Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens do céu” (Sl. 18:11). E por que João, o apóstolo do amor, declarou: “Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas” (I Jo. 1:5)?

9- Se Satanás, altivo e debochado, declarou a Jesus ter recebido todos os reinos deste mundo e a sua glória, é obvio que os reinos deste mundo são todos tirânicos e corruptos, cheios de tramas assassinas, cheios de bajuladores. A intriga permeia os corredores sombrios. A história registra fatos e traições tão diabólicos, que fica difícil dizer que o diabo estava mentindo. Pois se é esta a história dos reinos, por que Jeová se declarava orgulhosamente dono deste mundo (Sl. 24:1)? E o que é pior, se declarava o grande rei deste mundo tenebroso (Sl. 47:2-8; 22:28; 99:1; 96:10; etc.). E fica difícil não crer no que Jeová declara com tanto júbilo: “EU SOU REI” (Jr.46:18). Pois é Jeová quem manipula as guerras e as matanças, os saques, e a própria corrupção (Is. 13:3-18).

10- Como dissemos no princípio, Jesus e o Pai são um nas obras. Ora, Jesus não praticou nenhuma dessas obras tenebrosas de Jeová, e declarou que as obras boas que fez, foi o Pai que fez através dele, logo Jeová não é o Pai.

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(277) – SATANÁS

277 – SATANÁS

 

No folheto de número 41, vimos que a palavra Satanás é uma adaptação da palavra hebraica SHATÃ, isto é, quando lemos na Bíblia a palavra satã ou satanás, é a palavra original, sem ser traduzida. Quando lemos “ADVERSÁRIO”, é a palavra hebraica traduzida para o português, pois SHATà QUER DIZER ADVERSÁRIO. Mas perguntamos: Quem é Satanás? Um espírito? Um homem com cabeça de bode? Um anjo caído do céu? Um demônio imundo? Mas, quem é Satanás? Satanás é a personificação do mal em todas as suas formas; é o inimigo do bem e da verdade, por isso a palavra “SATÔ quer dizer adversário; é a enfermidade do corpo e da alma dos viventes; é o vício, a droga, a cachaça, o cigarro e a maconha; é o ladrão das almas; é o crime, a imoralidade, a violência e o estupro; é o autor das deformações mentais e morais que contaminam e destroem a sociedade humana; é aquele que instila o veneno peçonhento que destrói os negócios, os matrimônios, a harmonia, a paz, e o amor entre irmãos. É o adversário da honra, da dignidade, da fidelidade, da nobreza, dos bons costumes, do bem falar, do respeito filial, e de tudo que é contrário aos dons da virtude. Satanás é um rei, o rei do estrume e do lixo, é o rei do império da morte, como lemos na carta aos hebreus (Hb. 2:14-15). Satanás é o “manda chuva” no inferno, e procura tornar a vida do cristão um inferno, para que este volte atrás na fé. Jesus declarou que Satanás é ladrão e salteador (Jo. 10:10). Deus, o Pai, é bom (Mt. 19:16-17). Deus Pai é amor (I Jo. 4:7-8); e Satanás é o oposto de Deus. Mas o leitor estará pensando: Essa explicação não é convincente. Deve haver mais mistérios envolvendo esse personagem. Será satã fruto da imaginação dos homens para justificar suas obras malignas? Será satã uma arma da religião para coibir os excessos da crueldade e da loucura humana? As Escrituras Sagradas nos fornecem detalhes elucidativos sobre satanás:

  1. Há seis mil anos atrás, este mundo já era habitado por bilhões de pessoas. A ciência e a antropologia, e também a arqueologia provam isso. Então Jeová deus plantou um jardim particular caprichado e regado por quatro rios. Fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida. No centro do jardim plantou árvores especiais. A árvore da vida, e a da ciência do bem e do mal. Formou um homem do pó da terra e o colocou no jardim para o lavrar e o guardar. Jeová, pelas tardes, passeava nesse jardim. A entrada a esse jardim era vedada aos homens que viviam fora, pois eram homens das cavernas e primitivos. Mas Jeová colocou dentro do jardim uma serpente venenosa para destruir o homem (Gn. 3:1-6). Será a serpente maligna um instrumento de Jeová colocada no Jardim para destruir os homens? (Ap. 12:9).
  2. Será Satanás a força propulsora de Jeová para incitar a prática do mal? Em II Sm. 24:1, lemos: “A ira de Jeová se tornou a acender contra Israel, e incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera Israel e a Judá”. Também em I Cr. 21:1, lemos: “Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar Israel”. Quem era contra Israel? Jeová ou Satanás? O fato é que, quando Jeová é contra, Satanás também é contra, e quando Satanás é contra, Jeová também é contra. Não é isso que está escrito no livro de Jó 1:6-12 e 2:1-7? Os dois são um. O paradoxal é que a lei de Jeová é contra seu povo(Dt. 31:26). Neemias confirma esta verdade (Ne. 9:34). A lei acusa e não defende. Como Moisés foi o mediador entre Jeová e Israel na hora que pronunciou a lei no Sinai, Jesus fala que Moisés é o acusador, mas na realidade o acusador é o autor da lei: Jeová (Jo. 5:45).
  3. Quem é Satanás? É o que se assenta no trono do império da morte, cujo autor foi Jeová quando deu a lei no Sinai. Paulo assim se expressa: “Somos ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; por que a letra mata, mas o espírito vivifica. E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória, que era transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito?” (Hb. 2:14; II Co. 3:6-8). Esse império de Satanás fundado por Jeová no Jardim do Éden quando disse: “No dia que comeres do fruto proibido, morrerás” (Gn. 2:16-17), essa morte de Jeová, passou como herança a todos (Rm. 5:12). Houve acordo entre Satanás e Jeová para fundar esse império, ou Jeová caiu no laço do diabo. Parece que não, pois foi Jeová quem colocou Satanás no jardim. Foi plano dele (Gn. 3:1).
  4. Insistimos na pergunta: Quem é, afinal, Satanás? Satanás foi aquele que ofereceu, num ato de tentação, todos os reinos deste mundo, e a sua glória, reinos esses que Jeová tinha oferecido profeticamente ao messias, no Sl. 2:7-8. Jeová profetizou, Satanás deu cumprimento a profecia. Os dois são aliados.
  5.    Satanás é o leão devorador de cristãos que não vigiam (I Pd. 5:8). Na realidade, Satanás está apenas imitando outro leão devorador, que devorou o reino de Israel inteiro numa bocada: “Serei, pois, para eles como um leão, como leopardo espiarei no caminho. Como urso que tem perdido seus filhos, lhes encontrarei, lhes romperei as teias do coração e ali os devorarei como leão” (Os. 13:7-8). “Andarão após Jeová; ele bramará como leão” (Os. 11:10). “Bramiu o leão, quem não temerá? Falou Jeová, quem não profetizará?” (Am. 3:8). São dois leões, e dois apetites vorazes. O de Jeová é mais forte: “A espada de Jeová está cheia de sangue, está cheia de gordura de sangue de carneiros e de bodes porque Jeová tem sacrifício em Bozra, e grande matança em Edom” (Is. 34:6).
  6.    Jeová e Satanás trabalharam tão unidos, e de forma tão coesa, que o anjo de Jeová que deveria tentar salvar o profeta Balaão de sua loucura, chegou-se e então:  “A ira de Jeová deus acendeu-se, porque ia, e o anjo de Jeová pôs-se-lhe no caminho por Satanás” (Nm. 22:22). No original em hebraico, está escrito Shatã, que é satanás. Balaão não via ao anjo, ou satanás, só o jumento o via. Mais à frente Jeová abriu os olhos de Balaão, que viu satanás, isto é, o anjo de Jeová (Nm. 22:31). E o anjo lhe disse: “Por que já três vezes espancaste a jumenta? Eis que saí para ser teu satanás, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim” (Nm. 22:32).

No Novo Testamento, Deus Pai enviou o seu unigênito Filho para desfazer as obras do satanás (I Jo. 3:8); para libertar do diabo, ou satanás (At. 26:18); para fortalecer os cristãos, afim de que vençam satanás (Tg. 4:7). Mas Jeová usava o diabo para atormentar seu povo. Numa profecia contra Israel, o profeta Amós bradou: “Se se esconderem no cume do monte Carmelo, buscá-los-ei, e dali os tirarei; e, se se ocultarem aos meus olhos no fundo do mar, ali darei ordem à serpente, e ela os morderás” (Am. 9:3). No livro de Apocalipse lemos que a serpente é satanás (Ap. 12:9). Satanás é, portanto, o servo de Jeová. Se Jó vivesse depois de Cristo, não teria sofrido o que sofreu. Pois era só clamar o nome de Cristo, e Satanás, num estouro sumiria. Só ficaria o cheiro de enxofre; que também existe no fogo destruidor de Jeová (Gn. 19:24).

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(276) – A SEMENTE DO HOMEM

A SEMENTE DO HOMEM

            Sobre a semente de cópula do homem, no livro de Levíticos lemos o seguinte: “Também o homem, quando sair dele a semente da cópula, toda a sua carne banhará com água, e será imundo até à tarde. Também todo o vestido, e toda a pele em que houver semente da cópula, se lavará com água, e será imundo até à tarde” (Lv. 15:16-17). Não está escrito que o homem se deitou com mulher. O texto dá a entender de forma clara, que o homem fica imundo quando sai dele semente de cópula sem o contato sexual com mulher, e neste caso a natureza da semente é imunda, isto é, a semente humana não ficou imunda por causa do pecado de Adão e Eva, mas já era de natureza imunda. O que Moisés está falando é que, quando passa a puberdade e o menino passa da infância para a adolescência, e acontece a ejaculação precoce, ele fica imundo, porque é portador de semente imunda. Quase todos os jovens, entre dez a doze anos, durante o sono da noite, dormindo, são vitimas da ejaculação noturna, e por ela ficam imundos, como também, o lençol e o pijama. No Velho Testamento, tudo ficava imundo, era lavado com água, e permanecia imundo até à tarde (Lv. 15:16-17). Em seguida, no verso dezoito, Moisés, instruído por Jeová, trata da cópula, quando um homem se deita com mulher, e ambos ficam imundos pela semente do homem, porque a semente é imunda por natureza.

Há mais textos declarando que a semente que o homem traz dentro de si é de natureza imunda.“Ninguém da semente de Arão, que for leproso, ou tiver fluxo, comerá das coisas santas, até que seja limpo; como também o que tocar alguma coisa imunda de cadáver, ou aquele de que sair a semente da cópula” (Lv. 22:4). Este texto é mais violento que o primeiro, pois compara semente da cópula com a lepra, ou com um cadáver em putrefação. A semente da cópula privava o homem e a mulher de comer as coisas santas de Jeová, tal era a gravidade da imundícia do esperma.

Vejamos o que diz a lei de Jeová sobre o ato sexual: “E também a mulher, com quem homem se deitar com semente da cópula, ambos se banharão com água, e serão imundos até à tarde” (Lv. 15:18).Vejamos o que Jeová declara sobre o assunto em geral: “Assim separareis os filhos de Israel das suas imundícias, para que não morram nas suas imundícias, contaminando o meu tabernáculo, que está no meio deles. Esta é a lei daquele que tem o fluxo, e daquele de quem sai a semente da cópula, e que fica por ela imundo” (Lv. 15:31-32). O fluxo que saí a do homem, em Lv. 15:2, 13 e 32, a Bíblia da BAC, impressa em Madrid, edição de 1951, traduz por gonorréia, uma inflamação purulenta dos órgãos genitais, altamente transmissível, e com danos colaterais. Pois Jeová compara a semente do homem com o micróbio que produz a gonorréia. É por isso que no livro de Jó lemos: “Como seria puro aquele que nasce de mulher?” (Jó 25:4). “Quem do imundo tirará o puro? Ninguém” (Jó 14:4). “Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce de mulher, para que fique justo?” (Jó 15:14). É preciso frisar que Jeová revelou que a semente de cópula do seu povo era imunda, apesar da carne ser santa, pois era santificada pelos sacrifícios e holocaustos (Jr.  11:15). Se a carne do consagrado era santa, a semente não poderia ser imunda. Se era imunda, não dependia do estado do homem. Sendo pois a semente da cópula imunda por natureza, o homem criadoem Gn. 1:26-28 era imundo. Ao serem criados, Jeová os abençoou, e disse: “Crescei e multiplicai, e enchei a terra” (Gn. 1:28). Jeová abençoou a multiplicação imunda. E tem mais: Adão e Eva eram imundos antes de pecar, pois eram portadores da semente imunda. E tem mais: Jeová declarou que eram seus filhos aqueles gerados de semente imunda, que depois de santificados pelos sacrifícios de um cordeiro de um ano por holocausto, e um pombinho ou uma rola para expiação do pecado (Lv. 12:1-7). Ora, se depois de santificado pelos sacrifícios e holocaustos, o homem, ao se deitar com mulher, torna-a imunda, a semente não foi santificada, pois é imunda por natureza (Dt. 14:1-2; 32:19-20; Is. 1:2; 30:9).

Concluímos que o homem era imundo antes do pecado, e antes de Adão e Eva serem expulsos do paraíso. O homem foi criado imundo, e, se foi criado à imagem e semelhança de deus, esse deus também não era puro.

É necessário lembrar que a ovulação mensal da mulher também era imunda, e a mulher ficava sete dias na sua separação, e qualquer que a tocasse ficava também imundo até à tarde. E tudo que a mulher tocasse ficava imundo, cama, roupas, cadeiras, etc.. Se um homem se deitasse com a mulher nesse período, ficava também imundo sete dias (Lv. 15:19-24).

Temos alguns pontos a considerar:

Se a semente do homem, e também a cópula era imunda; se a gestação do novo ser no ventre da mulher era imundo; se o nascimento da criança tornava a mãe imunda, por menino 40 dias, e por menina 80 dias; se a criança recém nascida, tinha de ser purificada da imundícia, como lemos em Lv. 12:1-8; por que Jeová se declarou o deus de toda a carne? (Jr. 32:27).

2- Se a semente da cópula do homem é fruto da imundícia da carne, como Jeová falou que no novo céu e na nova terra, toda a carne irá adorá-lo? (Is. 66:22-24).

3- No novo céu e na nova terra vai haver procriação carnal, portanto, imunda. Haverá imundícias na nova criação de Jeová? (Is. 65:17-23).

4- No Novo Testamento lemos o seguinte: “Mas, a todos que o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12-13). Isto esclarece que nenhum nascido da semente de cópula carnal é filho de Deus, mas era filho de Jeová. Como fica? O cristão, para ser filho de Deus, o Pai, tem de nascer de novo, isto é, tem de ser gerado pelo Espírito Santo (Jo. 3:3-6). O próprio Jesus Cristo, nosso Senhor, para ser filho de Deus, foi gerado pelo Espírito Santo depois do seu nascimento carnal. O apóstolo Paulo disse: “Acerca de seu filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos — Jesus Cristo Nosso Senhor” (Rm. 1:3-4). O nascimento de Jesus como filho de Deus Pai, não se deu no seu nascimento carnal, ainda que gerado pelo Espírito Santo (Lc. 1:31-35). O cumprimento do Salmo 2:7 só se realizou com a ressurreição. “E nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais Deus a cumpriu a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus”; como também está escrito no Sl. 2:7“Tu és meu filho, hoje te gerei”. Os nascidos da carne não herdam o reino de Deus (I Co. 15:50). Para o que quer ser cristão, se quer entrar no reino de Deus, tem de crer em Cristo, ser sepultado com Ele no batismo, e ser ressuscitado com Ele pelo poder de Deus (Cl. 2:12).

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(275) – DEUS É AMOR

DEUS É AMOR

            Jornaleiro era, no tempo de Jesus, a palavra grega que designava o homem que trabalhava por dia de trabalho. A palavra grega usada para o pagamento de um dia de trabalho era JORNAL. O jornaleiro, isto é, o diarista recebia diariamente o jornal, isto é, a diária de trabalho (Lc. 15:17)“Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos. Deliciosamente vivestes sobre a terra, e vos deleitastes: cevastes os vossos corações, como num dia de matança” (Tg. 5:4-5). O Senhor dos Exércitos, a quem Tiago se refere nos versos 4 e 5 é Jeová, o matador, pois no Novo Testamento, como no Velho, estão presentes, o Deus Pai de Jesus, e o deus Jeová.

Zebedeu, pai de João e Tiago, apóstolos do Senhor Jesus, tinha empregados, isto é, jornaleiros, logo, João e Tiago eram de família próspera. Todo filho de pais que têm dinheiro é meio autoritário; João e Tiago eram nervosos. Jesus, ao escolher os apóstolos, pôs o nome de Boanerges em Tiago e João. Este nome quer dizer, FILHOS DO TROVÃO, pois falavam grosso (Mc. 3:17). De uma feita quiseram sentar-se à direita e a esquerda de Jesus, no reino eterno futuro (Mc. 10:37). É claro que se julgavam superiores aos outros apóstolos. De outra feita queriam que Jeová mandasse fogo do céu sobre uma aldeia de samaritanos, para destruir homens, mulheres e crianças, conforme Jeová fazia (Gn. 19:24-25; II Rs. 1:9-12; Lv. 10:1-2). Jesus os repreendeu dizendo-lhes que o espírito que estava neles era outro e estranho (Lc. 9:51-56). Pois o poder do amor de Cristo sobre João foi tão forte, que João ficou manso e amoroso. Tão amoroso que é conhecido como o apóstolo do amor; e escreveu o seguinte: “AMADOS, AMEMO-NOS UNS AOS OUTROS; PORQUE O AMOR VEM DE DEUS; E QUALQUER QUE AMA É NASCIDO DE DEUS E CONHECE A DEUS. AQUELE QUE NÃO AMA NÃO CONHECE A DEUS; PORQUE DEUS É AMOR” (I Jo. 4:7-8). Jesus Cristo veio a este mundo revelar o amor de Deus através de seus ensinos e de suas obras, por isso disse: “Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais?” (Jo. 10:32). Jesus deu sua vida pelos pecadores para salvá-los (Gl. 1:4), e disse:“Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis” (Jo. 13:34).

A pergunta que fazemos é a seguinte: o amor que Jesus Cristo revelou, ensinou e viveu, existia no Velho Testamento, isto é, antes de Ele vir a este mundo em carne? Se Jeová, que se revelou a Moisés como o deus de Israel, praticou esse amor, ele era conhecido, mas se não praticou, não era conhecido, e neste caso Jeová e Jesus seriam estranhos um ao outro. Vejamos:

1- Jesus ensinou o perdão aos que nos ofendem na oração do Pai nosso: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores” (Mt. 6:12). “Porque, se não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celestial não vos perdoará a vós” (Mt. 6:14). O apóstolo Pedro, preocupado com o problema do perdão, perguntou a Jesus: “Senhor, até quantas vezes pecará o meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe respondeu: Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete” (Mt. 18:21-22). Ora, quem não perdoa não ama. Jeová nunca ensinou e nunca praticou o perdão que Cristo viveu e ensinou. Jeová ordenou na lei: “Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe” (Ex. 21:24-25). E Jeová proibia as pessoas de terem caridade, dizendo: “O teu olho não poupará; vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé” (Dt. 19:21). Bene-Hadade, rei dos sírios, era inimigo de Israel, e impunha um pesado jugo. O povo de Israel gemia debaixo do jugo e da opressão de Bene-Hadade. Jeová enviou um profeta, que disse a Acabe: “Assim diz Jeová: Vês toda esta multidão? Hoje te entregarei nas tuas mãos, para que saibais que eu sou Jeová” (I Rs. 20:13). Acabe reuniu seus 7.232 homens e partiu para a guerra contra trinta e dois reis aliados, e seus exércitos. Foi uma vitória arrasadora. Bene-Hadade conseguiu escapar a cavalo (I Rs. 20:13-20). Passado um ano, Bene-Hadade reuniu outro exército, e partiu contra Israel novamente. Jeová apoiou Acabe, que num dia matou cem mil sírios. Bene-Hadade fugiu de novo. Aconselhado por seus servos, Bene-Hadade e seus capitães foram diante de Acabe vestidos de saco pedir clemência. Acabe fez um acordo de paz com Bene-Hadade (I Rs. 20:26-34). Então um profeta de Jeová foi a Acabe, e lhe disse: “Assim diz Jeová: Porquanto soltaste da tua mão o homem que eu havia posto para destruição, a tua vida será em lugar da sua vida, e o teu povo em lugar do seu povo” (I Rs. 20:42).O olho de Jeová não poupa nem perdoa. É olho por olho, dente por dente, vida por vida. Acabe não matou Bene-Hadade, e morreu no seu lugar. O pior é que o povo de Israel foi destruído em lugar dos sírios. Que belo exemplo de amor de Jeová pelo seu povo.

2- O amor não tem inimigos. O pai, isto é, o Deus Pai, não tem inimigos. A Bíblia chama “mundo” aos pecadores. E por que? Porque são todos pecadores (Rm. 3:23; 5:12). Sendo assim podemos dizer que o mundo é pecador. A Bíblia diz também que quem comete pecado é do diabo (I Jo. 3:8). Como todos pecam, concluímos que o mundo todo é do diabo. O apóstolo João define a situação do mundo com as seguintes palavras: “Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo jaz no maligno”. No grego original está escrito jaz. A palavra jazigo, onde são sepultados defuntos de famílias ricas, vem da palavra jaz, que quer dizer: Estar morto, estar sepultado, estar caído. “Fulano jaz na cama há um ano”. Sendo assim, João, o apóstolo, quis dizer em I Jo. 5:19 que o mundo está caído no maligno; está morto e sepultado. Quando João diz: “Quem peca é do diabo”, diz que quem peca está não só caído, mas morto e sepultado, pois Jeová diz: “A alma que pecar morrerá” (Ez.18:4). E Paulo diz: “O salário do pecado é a morte” (Rm. 6:23). E Tiago diz mais, na sua epístola: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg. 4:4). Deus, o Pai, não é inimigo de ninguém. É o homem o inimigo. Paulo escreveu: “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm. 5:10). Deus, o Pai, é amor, e se é amor, não é inimigo de ninguém, por isso se chama PAI (ABBA).

Jeová é diferente de Cristo e do Pai, pois é inimigo dos homens. Vejam o que disse a Israel: “Se ouvires a minha voz, e fizeres o que eu disser, então serei inimigo dos teus inimigos” (Ex. 23:22). Vejam que absurdo. Deus ser inimigo dos homens, contrariando o Novo Testamento e a voz dos apóstolos. Jeová era contra os inimigos, e assim se tornava inimigo. “Levanta-te Jeová, e dissipados sejam os teus inimigos” (Nm. 10:35; Sl. 68:1). O Espírito Santo de Jeová também é inimigo dos que desobedecem (Is. 63:10).Este não pode ser o Espírito Santo do Pai, pois o Espírito Santo do Pai é amor (Rm. 5:5; 15:30). E quem ama não se torna inimigo. Jeová disse a Israel na sua ira e furor: “Te feri com ferida de inimigo, e com castigo de cruel, pela grandeza da tua maldade e multidão de teus pecados” (Jr. 30:14). E Jesus disse pela boca de Paulo: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm. 5:20). Paulo está dizendo que quanto maior é o pecador, maior a conversão e a salvação; e maior o alcance do sacrifício de Cristo. Jeová, porém, não conhece o amor de Cristo, pois é inimigo dos homens. Tornou-se inimigo do seu próprio povo (Lm. 2:2-5).

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(274) – O AMOR DE DEUS – IV

O AMOR DE DEUS 4

     O profeta Isaías, um dos quatro maiores profetas do Velho Testamento, assim se expressou: “Ai de mim, que vou perecendo porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o rei, Jeová dos exércitos” (Is. 6:5). Isaías confessou duas coisas:

1)    Aprendeu a falar torpezas com o seu povo, cujo coração era cheio de torpezas (Mt. 12:34).

2)     Confessou também que Jeová não suportava as torpezas, e por isso ia matá-lo. Então um dos Serafins que voavam acima do trono de Jeová, com uma tenaz, tomou uma brasa viva, foi até Isaías, purificou os seus lábios, e tirou a sua iniqüidade (Is. 6:6-7).

Com isso Jeová provou que, por ser santo e puro, não usa pessoas impuras e pecadoras. Seguindo essa linha da santidade de Jeová, o sacerdote não podia casar com uma mulher viúva, ou repudiada, ou desonrada, ou prostituta, mas somente com virgem (Lv. 21:13-14). Seguindo a mesma linha, por que Jeová obrigou o profeta Oséias a casar com uma conhecida prostituta, e gerar três filhos dessa prostituta? Com isso Jeová denunciou a corrupção de Israel e Judá, mas não teve caridade com o profeta Oséias, e nem com os três filhos. Isto que Jeová ordenou ao profeta é indecente, e o apóstolo Paulo, cheio do Espírito Santo, declarou: “A caridade não se porta com indecência” (I Co. 13:5). Existem hoje muitos cristãos adoradores de Jeová, que baseados em Oséias, dizem: Eu sou deste jeito porque Deus me fez assim. Se Oséias foi profeta eu posso ser pastor. Com isso acabou a doutrina do novo nascimento (Jo. 3:3-6). Mas Jeová era tão exigente na área moral. A mulher repudiada pelo marido estava proibida de tornar a ele depois de contaminada por outro homem (Dt. 24:1-4). Se a filha de um sacerdote se prostituísse era queimada viva (Lv. 21:9). Um filho desobediente e contumaz era apedrejado até a morte por ordem do pai (Dt. 21:18-21). A ordem de Jeová era: “Santificai-vos, pois eu, Jeová, vosso deus, sou santo” (Lv. 20:7). Em seguida diz: “Os adúlteros serão apedrejados e mortos” (Lv. 20:10). Se um homem se deitasse com outro homem, morreriam os dois (Lv. 20:13). Se homem ou mulher se achegasse a algum animal, eram apedrejados os dois, e também o animal (Lv. 20:15-16). E o texto termina dizendo: “Santos sereis, porque eu, Jeová, sou santo” (Lv. 20:26). Muitos doutores e teólogos me combatem dizendo: O senhor não leva em conta o contexto histórico e cultural da época? Deus tinha que ser mais duro. E eu respondo dizendo: Mas Jeová exigia deles uma santidade e um comportamento moral impossível para a época em que viviam. O que desmoraliza esses doutores e teólogos, é que, no nosso contexto histórico e cultural evoluído, aquelas coisas que Jeová proibia sob pena de morte, são praticadas livremente. O comércio pornográfico é livre no mundo todo por todos os meios de comunicação, e Jeová não manda apedrejar os cristãos que adotam essas práticas imundas.

Jeová era tão contrário à imoralidade e à corrupção de costumes, que uma vez, quando Balaão, o profeta louco, aconselhou os israelitas a se prostituírem com as moabitas, povo odiado por Jeová, e a sacrificarem com os moabitas ao seu deus Baal-peor (Senhor de Peor), Jeová mandou, na sua ira, uma praga que matou vinte e quatro mil (Nm. 25:9). Ordenou a Moisés que tomasse todos os cabeças do povo, e os enforcasse em sacrifício a Jeová (Nm. 25:4). A ira do deus matador só passou quando Finéias, filho de Eleazar, o filho de Arão sacerdote, tomou uma lança, e atravessou a ambos, o varão israelita e a moabita, pela barriga. Então cessou a ira de Jeová. (Nm. 25:7-8; 31:16).

Sendo Jeová tão santo e tão puro de olhos, que não pode ver o mal, e a vexação não pode contemplar (Hb. 1:13), porque permitiu no Velho Testamento, narrativas indecentes e de baixo nível moral? Ló, sobrinho de Abraão, separou-se do tio, e foi habitar em Sodoma. As filhas se corromperam, e quando a família foi tirada pelos dois anjos, por ocasião da destruição dos sodomitas, foram habitar numa pequena vila de nome Zoar, numa caverna. A mais velha deu a beber vinho a Ló, seu pai, e se deitou com ele, e concebeu. No outro dia disse à irmã mais nova: Vamos dar vinho ao nosso pai novamente, e tu te deitarás com ele. E assim fizeram. E as duas deram à luz seus filhos. Filhos de dois incestos praticados com o próprio pai. Por que Jeová, que não pode contemplar o mal, permitiu uma narrativa de moral ofensiva aos bons costumes? A narrativa ensina como fazer para realizar um ato abominável. No livro de provérbios temos uma narrativa pormenorizada, que estimula uma mulher a trair o marido, quando está viajando. Ela sai em busca de outro, e lhe diz: “ Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e canela. Vem, saciemo-nos de amores até pela manhã; alegremo-nos com amores, porque o marido não está em casa, foi viajar” (Pv. 7:17-19). A descrição é insinuante e sugestiva. Por que Jeová, tão contra tais atos, permitiu tais narrativas que despertam o prazer carnal? No livro de Cantares, Salomão descreve, o que, na sua amada, é desejada. Sulamita o atrai: “Que formosos são os teus pés nos sapatos, é filha do príncipe! As voltas das tuas coxas são como jóias trabalhadas por mão de artista. O teu umbigo como uma taça redonda, a que não falta bebida; o teu ventre como monte de trigo, cercado de lírios. Os teus dois peitos como dois filhos gêmeos da gazela” (Ct. 7:1-3).

O texto é cheio de poesia e malícia. Se Jeová é tão puro de olhos, por que colocou no Velho Testamento narrativas que são alimento para olhos impuros?

Israel se corrompeu muito e Jeová declara que essa corrupção vem de longe, desde o seu nascimento. Ele disse a Ezequiel o profeta: “Filho do homem, houve duas mulheres, filhas de uma mãe. Estas se prostituíram no Egito; prostituíram-se na sua mocidade; ali foram apertados os seus peitos, e ali foram apalpados os seios da sua virgindade. A mais velha é Samaria, e a mais nova Jerusalém” (Ez. 23:2-4). Jeová falou a Ezequiel mil e cem anos depois, isto é, Israel se corrompeu no Egito e acabou o reino mil e cem anos mais tarde por causa da corrupção do Egito. Mas foi Jeová que os levou ao Egito. Jeová descreve à Ezequiel a devassidão do seu povo, e ainda declara que os entregou às mesmas devassidões (Ez. 23:8-9). A narrativa de Jeová é de baixo nível, e perniciosa às crianças e adolescentes que lêem o Velho Testamento (Ez. 23:19-20). Mas Paulo, cheio do Espírito Santo, disse: “A caridade não se porta com indecência”(I Co. 13:5).

O caso de Davi foi escabroso, pois este cometeu um adultério, e ainda mandou matar o marido para poder adotar o filho da prostituição. Jeová chamou a atenção de Davi duramente, condenando seu ato terrivelmente pecaminoso. Então Jeová fala uma coisa de arrepiar os cabelos dos mais ignorantes cristãos. O que você fez Davi é muito baixo e torpe para meus olhos puros, e para minha divina santidade, e por isso eu vou fazer pior do que você. Eu vou tomar as tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei ao teu próximo, o qual se deitará com elas perante este sol (II Sm. 12:11-12). Como pôde Jeová fazer aquilo que proíbe? E a quem Jeová entregou as mulheres de Davi? A seu filho Absalão(II Sm. 16:22). Mas a caridade, isto é, o amor, não se porta com indecência; e Deus é amor. Como fica? Acontece que o amor revelado por Jesus Cristo, amor que procede do Pai, amor que é o próprio Espírito Santo, não era conhecido por Jeová, o destruidor das almas (II Rs. 1:9-12; Lc. 9:51-56). Jeová só conhecia a ira, o furor, e a vingança. Nós, graças a Jesus, conhecemos o amor de Deus, pois amamos e oramos pelos que nos perseguem e maldizem.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(273) – O AMOR DE DEUS – III

O AMOR DE DEUS 3

 

Quanto mais desprezado; quanto mais pisado; quanto mais humilhado; mais o ser humano carece de amor. O povo de Israel estava cansado da opressão egípcia e do pesado jugo. Pagavam pesados tributos, e edificaram as cidades de Pitom e Ramesses debaixo de grande aflição. As crianças do sexo masculino eram mortas para evitar a multiplicação do povo (Ex. 1:8-14; 1:22). O povo clamava aos céus. Então Jeová falou com Moisés, e disse: “Tenho visto atentamente a aflição do meu povo. Tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores” (Ex. 3:7).

Jeová então lhes faz uma promessa, dizendo: “Eu desci para livrá-los da mão dos egípcios, e para fazê-los subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel” (Ex. 3:8). O povo sentiu amor nessas palavras caídas do céu e ficou maravilhado com o amor e cuidado de Jeová. Moisés, com o poder de Jeová e das pragas, libertou o povo e os levou ao Monte Sinai.

Lá, Jeová ditou os dez mandamentos do meio das trevas e de uma terrível tempestade, e também de um barulho infernal. O quadro era tão tenebroso que o próprio Moisés tremia assombrado (Hb. 12:18-21). O povo, mais apavorado que Moisés, clamou dizendo: “Fala tu conosco e ouviremos; e não fale deus conosco, para que não morramos” (Ex. 20:19). No primeiro diálogo, o povo sentira amor por causa das promessas. Neste segundo diálogo, ameaças, pois logo no segundo mandamento Jeová promete visitar o mal dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração. Quem trabalhasse no sábado, mesmo por necessidade, seria apedrejado (Ex. 20:4-6; Nm. 15:32-36). O povo, com fome e sede, mas já apavorado com o outro lado da moeda de Jeová, murmurava baixinho. Então Jeová encolerizado, quando estavam com a comida ainda na boca, matou os escolhidos de Israel (Sl. 78:18-31). Eles se sentiram como a mulher enganada. Antes do casamento, promessas de glória. Após o casamento pancada. Aquele pobre povo, castigado pela servidão do Egito, não conheceu o amor de Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. O próprio Jeová declara que colocou uma servidão comparável com a servidão dos tiranos deste mundo. “Vendo, pois Jeová, que se humilhavam, veio à palavra de Jeová a Semaías, dizendo: Humilharam-se, não os destruirei; antes em breve lhes darei lugar de escaparem; para que o meu furor se não derrame sobre Jerusalém, por mão de Sisaque. Porém sendo seus servos, para que conheçam a diferença da minha servidão e da servidão dos reinos da terra” (II Cr. 12:7-8). O apóstolo Pedro declara que o povo de Israel não suportou a servidão dos reinos de Jeová (At. 15:1-10). E o Espírito Santo concordou com a opinião de Pedro (At. 15:28).

Vamos então continuar analisando a grandeza do amor de Deus, narrado por Paulo em I Co. 13:4-7. O verso quatro foi analisado no Folheto nº 2. Agora analisaremos o verso cinco, que diz: “O amor não se porta com indecência, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal”.

  1. Jeová pregava uma moral super elevada. O sacerdote não podia casar com uma mulher repudiada, viúva, desonrada ou prostituta, mas somente com as virgens do seu povo (Lv. 21:14). Se a mulher repudiada casasse pela segunda vez e este novo marido viesse a falecer, o primeiro, que a repudiou não podia mais tornar a tomá-la (Dt. 24:1-4). Os adúlteros eram apedrejados (Lv. 20:10).Mas Jeová obrigou Isaías, o profeta a andar nu e descalço durante três anos, para simbolizar a desgraça do Egito e da Etiópia, que, vencidos por Sargão, rei da Assíria, iriam em cativeiro, nus e com as nádegas de fora (Is. 20:1-4). Ora, se Jeová fez Isaías andar nu três anos antes, foi o autor da nudês do Egito e da Etiópia. Com que finalidade? Não salvou nenhum. Foi só par mostrar as nádegas deles? Isso é uma indecência. Um outro caso sucedeu a Oséias, que foi obrigado por Jeová a casar com uma prostituta, da qual teve três filhos de prostituição, para simbolizar os pecados de Israel (Os. 1:2-9). O que Oséias, o profeta fez daqueles filhos? E o que fez da mulher prostituta mãe de seus filhos? Foi mais uma indecência de Jeová. Quando Davi começou a reinar em lugar de Saul, a quem Jeová odiava, este lhe deu as mulheres de Saul para cumprir as maldições (II Sm. 12:7-8; Dt. 28:30; Jr. 8:10). Indecências de Jeová. Davi, carnal, cometeu um adultério vergonhoso com Bat-Seba, mulher de Urias, o heteu, e Jeová promete, como castigo, entregar suas mulheres ao seu próxmo (II Sm. 12:11). Tinha Davi, além das dezessete mulheres, dez concubinas, que deixara para guardar sua casa (II Sm. 20:3). Estas Jeová entregou a Absalão, filho de Davi, num espetáculo público e indecente (II Sm. 16:21-23). E basta de indecência. O amor, porém, “não se porta com indecência” (I Co. 13:5).
  2. O amor não busca os seus interesses. O interesse coloca o sujeito na frente de todas as coisas, por isso o interesse é egoísta. Jeová disse: “Quando Israel era menino, eu o amei” (Os. 11:1). NoSalmo 78:59 declara que odiou Israel. Porque essa tão brusca mudança? INTERESSE, pois Israel não correspondeu aos seus planos. Outra declaração de Jeová diz: “A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para a minha glória” (Is. 43:7). Israel foi criado para que a glória de Jeová fosse manifestada, logo, houve interesse particular de Jeová em criá-los. Puro interesse. Diferente de Jesus, que deu a vida para salvar os pecadores perdidos, e não buscava glória alguma (Gl. 1:4; Jo. 8:50). Jeová formou um reino para ser o rei. Lá no Sinai, antes de pronunciar a lei, disse: “Vós me sereis um reino sacerdotal e um povo santo” (Ex. 19:6). Setecentos e setenta e sete anos mais tarde, falou pela boca de Isaías: “Eu sou Jeová, vosso santo, criador de Israel, vosso rei. Israel era o trampolim para Jeová reinar sobre todas as nações. Davi sabia dos planos de Jeová e disse:“O reino é de Jeová, e ele domina entre as nações” (Sl. 22:28). O salmista disse: “Jeová reina; tremam as nações” (Sl. 99:1). E Jesus declarou: “O meu reino não é deste mundo” (Jo. 18:36). Paulo confirma isso em II Tm. 4:18. Pedro também (I Pd. 1:3-4). Jeová reina pela violência (Ez. 20:33). E Jesus reina pelo amor (Cl. 1:12-13).
  3. O amor não suspeita mal. Que quer dizer suspeitar mal? É crença desfavorável, acompanhada de desconfiança. É duvidar da honestidade de alguém sem provas. Suspeitar é conjeturar, supor, imaginar que há uma trama, ou infidelidade. Jeová suspeitou do seu próprio povo, dizendo: “E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual Jeová teu deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos ou não” (Dt. 8:2). Quem suspeita mal, procura por a prova o outro, para confirmar a suspeita. Jeová faz isso porque não ama. Quem ama não suspeita mal ainda que haja motivo.

Ezequias foi um ótimo rei, pois mandou de início purificar o templo (II Cr. 29:3-6). Depois Ezequias restabelece o culto a Jeová (II Cr. 29:31-34). Ezequias convoca todo o povo para celebrar uma grande páscoa; e incentiva o povo à conversão a Jeová (II Cr. 30:1-9). Foram sete dias de festa (II Cr. 30:21). Ezequias regula as turmas dos sacerdotes e levitas (II Cr. 31:2). Nessa atmosfera de alta espiritualidade do povo, Senaqueribe, rei da Assíria, invade Judá. Ezequias ora a Jeová, e este manda um anjo que matou 185.000 assírios (II Rs. 19:35). Depois disso, o rei da Babilônia enviou mensageiros com presentes para Ezequias (II Rs. 20:12-13). Jeová desconfiou de Ezequias e levantou suspeita sobre sua fidelidade. O caso foi assim: “Contudo, no negócio dos embaixadores dos príncipes de Babilônia, que foram enviados a ele, a perguntarem acerca do prodígio que se fez naquela terra, Jeová o desamparou, para tentá-lo, para saber tudo o que havia no seu coração” (II Cr. 32:31). Depois de tudo o que Ezequias fez, reparando e purificando o templo, restaurando o culto a Jeová, colocando em ordem os levitas e sacerdotes para ministrar no santuário, levantar suspeitas acerca da sua honestidade e fidelidade é demais. Mas o amor não suspeita mal.

 Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(272) – O AMOR DE DEUS – II

O AMOR DE DEUS 2

A Bíblia revela que há um amor falso, que é o amor só de palavras. O apóstolo João diz: “Meus filhinhos, não amemos de palavra nem de língua, mas por obra e em verdade” (I Jo. 3:18). O amor verdadeiro é amor de palavras e obras. Esse é o amor de Deus Pai. O mesmo João também disse: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16). Deus declarou o amor acompanhado de obras. Só palavras não provam nada. As obras provam. Paulo disse: “O amor seja não fingido” (Rm. 12:9). Amor só de palavras é amor fingido. Há maridos que confessam amar a esposa, mas têm amantes. Outros maltratam a mulher. Há pais que dizem amar os filhos, mas estes sentem pavor dos pais pela sua tirania. O amor não ofende. “Pais, não provoqueis a ira a vossos filho” (Ef. 6:4). Ora, se Deus é Pai, segue as normas do bom senso. Jesus assim falou: “Se vós sendo maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem” (Mt. 7:11). Repetimos a pergunta feita anteriormente: o amor que Cristo revelou aos homens da parte de Deus Pai era conhecido antes dele encarnar? Se o amor que Jesus confessou pelos homens existia antes dele encarnar, o primeiro a conhecer e revelar esse amor foi justamente Jeová, pois dizem que ele é o pai de Jesus e Deus Pai é amor. E, se conhecia, teria de praticar as obras do amor, ou o amor não era verdadeiro, e Jeová seria um ser estranho a Cristo. Vejamos: (I Jo. 4:8-10).

  1. Jeová nunca ensinou o amor verdadeiro. Ele disse: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Lv. 19:18). Este ensinamento não é perfeito, pois as pessoas são diferentes umas das outras. Por exemplo: Um homem tem negócios fora da lei, para ganhar mais. É obvio que vai ensinar ao amigo a quem ama. Outro anda com mulheres de vida fácil e convida o amigo a quem mais ama para desfrutar das noites de prazer. É claro que existem raras exeções. O homem não serve de medida para o amor; mas leiamos as qualidades do amor, segundo Paulo: “O amor é sofredor, é benigno, o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (I Co. 13:4-7).
  2. “O amor é sofredor”, isto é, quem ama, sofre, para que o objeto do seu amor não sofra. Pedro declarou: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelas injustiças, para levar-nos a Deus” (I Pd. 3: 18)“Por que Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios” (Rm. 5:6)“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si(Is. 53:4). Jeová se deleitava em fazer sofrer. Ele mesmo disse: “Assim como Jeová se deleitava em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim se deleitará em destruir-vos e consumir-vos” (Dt. 28:63). “Jeová te ferirá com tísica e com febre, e com quentura, e com ardor, e com secura, e com destruição de sementeira, e com ferrugem; e te perseguirão até que pereças” (Dt. 28:22). “Jeová te ferirá com úlceras do Egito, e com hemorróidas, e com coceira, de que não possas curar-te” (Dt. 28:27). E tudo isso feito com deleite.
  3. “O amor é benigno”. Que quer dizer benigno? Bondoso; favorável; complacente; suave; brando. Tudo isso o que Jeová não é. Ele disse: “Males montarei sobre eles, as minhas setas esgotarei sobre eles. Exaustos serão de fome, comidos de carbúnculo (ANTRÁS), e de peste amarga; e entre eles enviarei feras, com ardente peçonha de serpentes do pó. Por fora devastará a espada, e por dentro o pavor; ao  mancebo juntamente com a virgem, assim a criança de mama como ao homem de cãs” (Dt. 32:22-25).O que confunde a cabeça do leitor da Bíblia é que Jeová elogia a si mesmo, dizendo: “Por que com amor eterno te amei, também com amorável benignidade te atraí” (Jr. 31:3). Que é benignidade? É a qualidade do benigno. O conceito de benignidade e de benigno para Jeová é diferente dos nossos conceitos. Para nós é ser bondoso, favorável, complacente, brando. Para Jeová matar todos os primogênitos do Egito é ser benigno (Sl. 136:10). Matar e destruir os exércitos de Faraó, é ser benigno (Sl. 136:15). Para Jeová ferir e matar grandes reis de varias nações é ser benigno ( Sl. 136:17-20).
  4. “O amor não trata com leviandade” (I Co. 13:4). Que é leviandade? Falta de prudência; falta de juízo; irreflexão. Leviano é o imprudente, precipitado, displicente. Foi falta de prudência de Jeová colocar o homem no jardim junto com a serpente. É mais provável que houve astúcia. A queda do homem era inevitável e ansiosamente esperada. Não se larga uma criança para brincar com uma cobra. Caída a raça humana, Jeová fechou o caminho da árvore da vida, afim de que ninguém pudesse achá-la (Gn. 3:22-24). A exegese de Gn. 3:15, de que a semente da mulher é Cristo, e a mulher é Maria é católica romana, que afirma ser Maria a mãe de Deus. Jesus dá uma versão diferente em (Mt. 13:34-43). Para Jesus, a semente da mulher são os filhos do reino e a semente de Satanás são os filhos do maligno. Paulo confirma esta verdade afirmando que os filhos do reino, que são a Igreja militante, pisarão a cabeça da serpente (Rm. 16:20). Se não é Jesus quem vai pisar a cabeça da serpente, Gn. 3:15 não fala dele. No livro de Jó lemos que os antidiluvianos foram levados antes do seu tempo, de modo que houve precipitação e imprudência da parte de Jeová trazendo o dilúvio (Jó 22:15-16). Jeová queimou a fogo as cidades de Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim; e Jesus declara que serão novamente julgados em Mt. 11:23-24. E Jesus afirmou que, se naquelas cidades se operassem os sinais operados em Cafarnaum, não teriam sido destruídos. Por que Jeová não operou obras de Jesus lá? Agiu precipitadamente e levianamente matando pessoas que poderiam ser salvas.
  5. “O amor não se ensoberbece” (I Cr. 13:4). Os humildes não se ofendem, só os soberbos, pois soberba é orgulho, altivez, presunção. O soberano se julga importante; mais importante que os outros, ao contrário de Jesus, manso e humilde de coração (Mt. 11:29). Jeová se ofende facilmente, ao se sentir provocado pelos homens. “Disse Jeová a Moisés: Até quando me provocará ente povo no deserto? Com pestilência os ferirei; e farei de ti um povo maior e mais forte que este” (Nm. 14:11-12). Moisés intercedeu pelo povo e exigiu que Jeová os perdoasse, no que foi atendido, pois disse:“Conforme a tua palavra os perdoei” (Nm. 14:11-20). Mas não perdoou e os matou no deserto (Nm. 14:28-32). Como  Moisés protegesse o povo de Israel, um povo sofrido pela longa escravidão egípcia, povo rude e despreparado por causa da humilhação e jugo dos egípcios, Jeová se ofendeu com Moisés, pois ele próprio declarou: “Também Jeová  se indignou contra mim por causa de vós, dizendo: Também tu não entrarás lá. Josué, filho de Num, que está em pé diante de ti, ele entrará” (Dt. 1:37-38).

Quem era Moisés? Jeová vai dizer quem era Moisés para Mirian e Arão, seus irmãos: “Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós houver profeta, eu, Jeová, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com meu servo Moisés que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras, pois ele vê a semelhança de Jeová” (Nm. 12:6-8). Pois Jeová não só se ofendeu com Moisés, como também fechou-lhe a porta de entrada no seu repouso. Sim, pois Canaã é o repouso de Jeová. Na carta aos hebreus lemos: “Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi por ventura aos que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que não entrariam no seu repouso senão aos que foram desobedientes? E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade” (Hb. 3:17-19). Moisés foi tratado por Jeová como incrédulo. Se Canaã é figura do céu, Moisés está perdido. Como pode Jeová agir assim com seu maior servo? O problema é que a soberba endurece a tal ponto, que os amigos mais íntimos, e os servos mais fiéis, são tratados como inimigos quando defendem algum desgraçado de Jeová. O verdadeiro Deus Pai de Jesus, salva os desgraçados de Jeová; e não culpa seus servos por erro algum. Isso diz Paulo em I Tm. 4:10.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(271) – O AMOR NÃO SE IRRITA

O AMOR NÃO SE IRRITA

(1 Cor. 13:5)

     Que é irritação? É agastamento, cólera permanente. E que é irritar? É encolerizar, agravar, provocar. Irritável é aquele que se irrita facilmente. É norma que Deus se irrite? Na Bíblia lemos que Deus é amor:“Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” (I Jo. 4:8). Paulo afirma que o amor não se irrita em I Co. 13:5. Ora, se Deus é amor, e o amor não se irrita, Deus não se irrita. E se Deus não se irrita, também não fica irado, pois a ira é uma das paixões da alma, e Deus é espírito (Jo. 4:24). E se Deus, o Pai, não se irrita porque o amor não se irrita, e também não fica irado porque o amor tudo suporta, tudo sofre, e tudo espera (I Co. 13:7), é óbvio que Deus não se enfurece nem se encoleriza, pois a cólera e o furor são a irritação elevada ao infinito dos infernos; e Deus, o Pai, não é sujeito a esses movimentos das almas instáveis dos homens. Se o amor não se irrita, quem se irrita não ama. Mas em contrário, lemos no Velho Testamento que deus se irrita facilmente. O nome desse deus é Jeová. Se Deus, o Pai, porque é amor, não se irrita, e Jeová se irrita, Jeová não é o Pai. Vejamos o que dizem as Escrituras do Velho Testamento sobre a irritação de Jeová. Moisés registrou: “Com deuses estranhos o provocaram a zelos; com abominações o irritaram” (Dt. 32:16). A idolatria irrita Jeová. Jeroboão, o primeiro rei de Israel depois da divisão, fez dois bezerros de ouro. Na tradução da Vulgata lemos que isso irritou a Jeová (II Rs. 15:30). Baasa conspirou contra Jeroboão, e o matou, e reinou em seu lugar, e matou toda a descendência de Jeroboão, como Jeová predisse (I Rs. 13:34). Mas depois disso, Baasa praticou os pecados de Jeroboão. Então Jeová falou, dizendo: “Porquanto te levantei do pó, e te pus por chefe sobre o meu povo Israel, e tu andaste no caminho de Jeroboão, e fizeste pecar o meu povo Israel, irritando-me com os seus pecados, eis que tirarei os descendentes de Baasa”(I Rs. 16:2-3). A irritação produziu ódio e vingança assassina sobre os inocentes. Mas o amor não se irrita. Baasa morreu, e seu filho Ela reinou em seu lugar. E Zinri, servo de Ela, conspirou contra ele e o matou, e depois reinou em seu lugar. E estando no trono, exterminou toda a casa de Ela, filho de Baaza, para saciar a cólera de Jeová. E Jeová caprichou, pois mandou matar, além da família, os parentes, e até os amigos (I Rs. 16:6-13). Mas a caridade é benigna, e não se irrita; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (I Co. 13:5-7). E Deus, o Pai, é caridade (I Jo. 4:8). Mas Zinri, que foi usado por Jeová para exterminar a casa de Baasa (I Rs. 16:11-12), também se corrompeu e andou no caminho de Jeroboão. Então Jeová levantou Onri contra Zinri, para exterminar sua casa (I Rs. 16:15-19). Jeroboão irritou a Jeová (I Rs. 15:30). Depois Baasa irritou a Jeová (I Rs. 16:2; 16:13). Em seguida Onri irritou a Jeová (I Rs. 16:25-26). Também Acabe, filho de Onri, irritou a Jeová com seus pecados (I Rs. 16:30-33). Nessa história toda, todos estes reis, levantados pelo próprio Jeová; o irritavam com sua idolatria, e Jeová se deixava irritar, nivelando-se assim aos homens em suas fraquezas. A irritabilidade é uma fraqueza própria de homens iracundos. O estoicismo, escola filosófica fundada por Zenon no século quarto antes de Jesus Cristo, tinha como fim tornar o homem senhor de suas paixões, cultivando o domínio próprio, os movimentos da alma, isto é, a ira, o ciúme, a inveja, o medo, o temor, a vaidade, o orgulho. Sua escola e pensamentos foram divulgados por Crisipo, seu maior discípulo. Ora, se os filósofos da antigüidade conseguiam através de conceitos dominar inclinações e impulsos incontroláveis e próprios da natureza animal do homem, não dá para aceitar que um ser, que se apresenta como o Deus criador, seja susceptível de irritar-se com os atos indignos de homens decaídos. Não é compatível com a perfeição de Deus. E o que agrava manifestações impróprias dessa divindade, é o fato do apóstolo João, inspirado pelo Espírito Santo, declarar que Deus é amor (I Jo. 4:8). E Paulo, também cheio do Espírito Santo, afirmar que o amor não de porta com indecência, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, e não suspeita mal (I Co. 13:5). E Jeová, imitando os homens deste mundo, busca os próprios interesses, irrita-se facilmente, e suspeita mal dos homens. O salmista afirma que Jeová se ira todos os dias (Sl. 7:11). Se Jeová se ira todos os dias, tudo o que faz, é com ira. Para Israel, declarou: “Dei-te um rei na minha ira, e to tirei no meu furor” (Os. 13:11). Tirou Israel do Egito, e o levou ao deserto. O povo sentiu fome e pediu pão. Jeová atendeu e mandou o maná; depois mandou carne. Na hora que o povo comia, a ira de Jeová os matou (Sl. 78:24-31).

A irritabilidade de Jeová desencadeava furor. Ele declarou a Ezequiel: “Viste, filho do homem? Há coisa mais leviana para a casa de Judá, do que essas abominações que fazem aqui? Havendo enchido a terra de violência, tornam a irritar-me; e, ei-los a chegar o ramo do seu nariz. Pelo que também eu procederei com furor; o meu olho não poupará; nem terei piedade. Ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, eu não os ouvirei” (Ez. 8:17-18).

A mente da pessoa irritada fica curtindo a ira, e inventando algo para se livrar de quem o irrita. E a fórmula, posta em prática, muitas vezes, é mil vezes pior que o ato de irritar. Citamos a rebelião de Core, Data e Abirão. Estes três homens levantaram mais 250 varões, maiorais da congregação, e investiram contra Moisés. Foram colocados os três responsáveis diante da congregação e Moisés disse:“Se estes morrerem como morrem todos os homens, Jeová não me enviou. Mas se Jeová criar uma coisa nova, e a terra abrir a sua boca e os tragar com tudo o que é seu, e vivos descerem ao sepulcro, então conhecereis que estes homens irritaram a Jeová” (Nm. 16:29-30). Vejamos o que Jeová, irritado, fez: “E a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas coisas, como também a todos os homens que pertenciam a Core, e a toda a sua fazenda. E eles, e tudo o que era seu desceram vivos ao sepulcro (Nm. 16:32-33). Tudo o que era seu incluiu suas mulheres, seus filhos, e suas crianças (Nm. 16:27).

Em seguida, o fogo de Jeová consumiu os 250 varões, maiorais da congregação (Nm. 16:35). Vendo isso, o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Vós matastes o povo de Jeová. Então Jeová mandou uma praga que matou mais de 14.700 homens de Israel. E teria destruído todo Israel, se Moisés e Arão não tivessem feito expiação pelo povo (Nm. 16:46-49).

Duas coisas precisam ser frisadas.

  1. Moisés declarou que todo este mal não procedeu de seu coração, mas do coração de Jeová (Nm. 16:28).
  2. Jeová não matou de forma tão cruel seu povo para impor disciplina, mas porque estava irritado e cheio de furor. Mas Deus Pai é amor, e o amor não se irrita.

Pastor: Olavo Silveira Pereira

(270) – O INTERESSE

O INTERESSE

 

 

Epicteto, filósofo estóico, natural da Frígia, foi escravo em Roma no tempo do imperador Nero. Perguntaram-lhe:

— Que é que governa o mundo?

— O interesse — respondeu ele.

— Mas que é interesse?

— Proveito, lucro, vantagem que alguém encontra em alguma coisa. Onde há interesse não há amor, pois o interesse só busca o bem do sujeito, e o amor só busca o bem do objeto.

Paulo nos dá a seguinte regra do amor: “Ninguém busque o proveito próprio, antes cada um o que é de outrem” (I Co. 13:5).

Jeová tinha interesse na edificação de um templo, para ali ser adorado e servido. Então escolheu cuidadosamente o lugar. “Haverá um lugar que escolherá Jeová vosso deus para ali fazer habitar o seu nome; ali trareis tudo que vos ordeno; os vasos, holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão” (Dt. 12:11-13). Jeová proibiu oferecer holocaustos em qualquer lugar (Dt. 12:13-14). Jeová tinha planos para edificação de um suntuoso templo para sua habitação. Davi, servo fiel e dedicado de Jeová decidiu edificar o templo, isto é, a casa de Jeová, dizendo: “Eu moro em casa de cedros, e a arca de Jeová mora dentro de cortinas” (II Sm. 7:2). Nesse propósito, Davi fez o seguinte voto:“Certamente que não entrarei na tenda em que habito, nem subirei no leito em que durmo; não darei sono aos meus olhos, nem repouso às minhas pálpebras, enquanto não achar lugar para Jeová, uma morada para o poderoso de Jacó” (Sl. 132:2-5). Jeová, então responde a Davi dizendo: “Tu derramaste sangue em abundância, e fizeste grandes guerras; não edificarás casa ao meu nome, porquanto muito sangue tens derramado na terra perante a minha face” (I Cr. 22:8). Davi fez voto de não se deitar com mulher até construir o templo de Jeová para se redimir do adultério cometido, e Jeová lhe proíbe de construí-lo? Qual a alegação de Jeová? As guerras de Davi. Qual o drama de Davi? Ser obrigado a se tornar eunuco por causa do voto. Jeová buscou o próprio interesse com prejuízo de Davi. O voto que Davi fez se tornou um laço, a não ser que, por ser desobrigado de construir o templo, ficou desobrigado do voto. Mas Jeová não aceita desistência de voto (Ec. 5:4-6). Se Davi quebrasse o voto, a maldição de Jeová viria até a terceira ou quarta geração (Ec. 20:4-5). Na velhice, Davi sentia muito frio. Seus servos buscaram a mulher mais bela do reino de Israel, e puseram-na colada ao corpo de Davi para aquecê-lo, porém Davi não a conheceu (I Rs.1:1-4). Foi um laço, armado para derrubar Davi.

Temos outro caso nas páginas luminosas do Velho Testamento. Ao entrar na terra prometida, depois de passar o rio Jordão, a primeira cidade que Israel destruiu foi Jericó. Jeová deu as seguintes ordens ao povo: “Vocês vão rodear a cidade sete dias. Sete sacerdotes irão diante da arca de Jeová com sete buzinas de carneiros. No último dia rodearão a cidade sete vezes, e a um sinal tocarão as trombetas, o povo gritará bem alto, e Jeová dará vitória. Nada tomarão da cidade, pois é anátema a Jeová. O ouro, a prata, e os objetos de metal serão consagrados a Jeová” (Js. 6:16-21). Jeová tinha interesse no ouro e na prata, e desprezava as almas, pois todos foram mortos à espada, desde o homem até a mulher, desde o menino até o velho. No Novo Testamento, Jesus desprezava o ouro e a prata, e salvava os homens, mulheres e crianças, porque Jesus não busca os seus interesses pessoais como Jeová, mas buscava o bem dos pobres, dos doentes, aleijados e perdidos.

Há outros episódios da história de Israel, que revelam que Jeová tinha interesse particular ao formar o reino de Israel. No livro de Isaías, lemos a palavra de Jeová: “A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para a minha glória; eu os formei, sim, eu os fiz” (Is. 43:7). Quando Jeová apareceu a Moisés na sarça, e o enviou para libertar o seu povo da servidão do Egito, disse: “Tenho visto atentamente a aflição do meu povo que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores. Portanto desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel” (Ex. 3:7-8). A leitura deste trecho nos dá a impressão que Jeová buscava o bem e o interesse daquele povo, mas não é verdade. O interesse de Jeová era formar um povo para ser glorificado aos olhos dos outros povos. Como o povo perseverou nos costumes perversos do Egito, e não observou a lei de Jeová, este se encheu de furor por não ver seus interesses realizados, e destruiu o reino de Israel. A destruição do reino, tanto de Israel como de Judá prova que Jeová só buscava seu próprio interesse. Ele mesmo declara dizendo:“Não é por vosso respeito que eu faço isto, ó casa de Israel, mas por amor do meu santo nome, que profanaste entre as nações para onde vós fostes” (Ez. 36:22).

Analisemos mais um ponto obscuro. Ao tirar o povo do Egito, Jeová declarou que foi por ver a aflição do povo e ouvir o seu clamor (Ex. 3:7). Saídos do Egito, passaram o mar vermelho pelo poder de Jeová. Então foram levados ao Monte Sinai, e Jeová propôs um pacto com o povo. Era o pacto da lei, que o povo estava obrigado a guardar. Antes de ditar suas leis, Jeová disse: “Vós me sereis um reino” (Ex. 19:6). Jeová estava interessado em ser rei neste mundo e libertou o povo para se fazer simpático, e depois reinar sobre Israel. Não estava interessado no bem do povo que libertou, mas sim no reino que ia formar, e através do reino de Israel reinar sobre todos os povos da terra. O salmista declara: “Jeová reina sobre as nações; deus se assenta sobre o trono da sua santidade” (Sl. 47:8). Acontece que, a intolerância de Jeová, suas pragas, suas vinganças, e suas matanças, endureceram o coração do povo a tal ponto que pediram ao profeta Samuel um rei humano (I Sm. 8:4-5). Jeová então falou a Samuel  dizendo: “Eles me rejeitam, para eu não reinar sobre eles” (I Sm.8:6-7). O plano e os interesses de Jeová caíam por terra; então anunciou que o rei que eles pediram seria mau (I Sm. 8:9-18). Jeová declara que o rei seria tão mau, que o povo desesperado, iria orar e clamar, mas Jeová não os ouviria (I Sm. 8:18). Isto é vingança desse deus malvado, que só pensa nos seus interesses. Na realidade, levantando reis perversos, Jeová continuava reinando por trás deles. Isso é engano e tirania. E Ezequiel falou da parte de Jeová: “Vivo eu, diz o senhor Jeová, que com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada, hei de reinar sobre vós” (Ez. 20:73). Não conseguindo reinar sobre o seu povo, a quem criou, por ser o deus do mal, Jeová destruiu os dois reinos (II Rs.17:20-23; II Rs. 23:27; 24:1-3). Acabou o reino, acabou também o rei.

Jesus declarou bem alto: “O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO” (Jo. 18:36). O apóstolo Paulo também declarou: “O Senhor Jesus me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial” (II Tm. 4:18). Pedro afirmou a mesma declaração, dizendo: “Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós” (I Pd. 1:3-4). O interesse de Jesus está em salvar os homens deste mundo de Jeová (Sl. 24:1) e levá-los para o reino de Deus que não é aqui, enquanto que o interesse de Jeová é estabelecer o seu reino na terra num regime de força com vara de ferro. Zacarias diz: “E Jeová será rei sobre toda a terra” (Zc. 14:9). As nações que não se submeterem estarão debaixo da maldição de Jeová. (Zc. 14:12-18). Os três textos do apocalipse que afirmam que Jesus vai reger com vara de ferro, como Jeová predisse no Salmo 2:8-9, não fazem parte do texto original em grego, e foram enxertados indevidamente pelos adoradores de Jeová; num esforço de realizar seus interesses. (Ap. 2:27; 12:5; 19:15).

 

Pastor: Olavo Silveira Pereira

(269) – DEUS CONTRA

DEUS CONTRA

         Leiamos a palavra do profeta Jeremias da parte de Jeová, o deus de Israel: “Porque Jeová dos exércitos, que te plantou, pronunciou contra ti o mal, pela maldade da casa de Israel e da casa de Judá, que para si mesmos fizeram, pois me provocaram a ira, queimando incenso a Baal” (Jr. 11:17).

Por que Jeová se voltou contra Israel, seu povo escolhido? Porque fez um concerto com esse povo; o concerto da lei, feito no monte Sinai; mas eles quebraram o concerto: “A terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram a aliança eterna” (Is. 24:5).

Jeová declara também que não é o deus das nações e reinos deste mundo, senão só de Israel:“Porque és povo santo a Jeová teu deus, e Jeová te escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres o seu povo próprio” (Dt. 14:2). Moisés falou esta palavra; agora o profeta Amós vai falar:“De todas as famílias da terra a vós somente conheci; portanto, todas as vossas injustiças visitarei sobre vós” (Am. 3:2). Fica claro que as nações gentílicas, com as quais Jeová não fez nenhum concerto, e também não conhecem a lei de Jeová, não estão debaixo do mesmo jugo, nem podem ser julgadas e condenadas como Israel. Além disso, o apóstolo Paulo nos revela que Deus deixou, no passado, todas as gentes em seus próprios caminhos (At. 14:16). Quando as nações gentílicas pecavam ou cometiam abominações, não podiam ofender a Jeová, pois seus deuses, ídolos inventados, falsos deuses de pau e pedra, não se ofendiam; e eram inventados justamente para incentivar o povo a orgias de prostituição ou guerras. Israel aprendeu no Egito, a adorar e servir a esses deuses, e Jeová só se manifestou depois dos quatrocentos anos, quando o povo estava corrompido e viciado (Ez. 23:2-4). O povo, libertado do Egito, não mudou os costumes: “Sacrifícios ofereceram aos diabos, não a deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco” (Dt. 32:17). Jeová, cheio de ira infernal, pronuncia o juízo destruidor sobre aquele pobre povo (Dt. 32:18-25). Jeová se tornou inimigo, e passou a ser contra Israel: “Porque pus o meu rosto contra esta cidade para mal, e não para bem, diz Jeová; na mão do rei de Babilônia se entregará, e ele a queimará a fogo” (Jr. 21:10). “E eu pelejarei contra vós com mão estendida, e com braço forte, e com ira, e com indignação, e com grande furor” (Jr. 21:5). Por mil anos Jeová, como inimigo, pelejou contra o seu povo até destruí-lo (II Rs. 23:27; 24:2-3).

Mas de forma incrível e absurda, contrariando Atos 14:16, Jeová irá contra todas as nações, e pelos mais variados motivos:

1.   Jeová foi contra o Egito: “Eis-me contra ti, ó Faraó, rei do Egito, grande dragão, que pousas no meio dos teus rios, e que dizes: O meu rio é meu, eu o fiz para mim” (Ez. 29:3; Jr. 46:1-2).

2.   Jeová foi contra os filisteus: “A palavra de Jeová que veio a Jeremias, o profeta, contra os filisteus” (Jr. 47:1). “Assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu estendo a minha mão contra os filisteus, e arrancarei os quereteus, e destruirei o resto da costa do mar, e executarei neles grande vingança, com castigos de furor; e saberão que eu sou Jeová, quando tiver exercido a minha vingança” (Ez. 25:16-17).

3.  “Contra Moabe assim diz Jeová dos exércitos, deus de Israel: Ai de Nebo, porque foi destruída” (Jr. 48:1).“Assim diz o Senhor Jeová: Visto como dizem Moabe e Seir: Eis que a casa de Judá é como todas as nações; portanto, eis que eu abrirei o lado de Moabe desde as cidades fora das fronteiras, a glória da terra” (Ez. 25:8-9).

4.   Jeová é contra os amonitas, e falou pela boca de Ezequiel, dizendo: “Filho do homem, dirige o teu rosto contra os filhos de Amon, e profetiza contra eles, pois riram do meu santuário quando foi profanado; e da terra de Israel, quando foi assolada. Dize a eles que os entregarei em possessão aos do oriente; farei de Rabá uma estrebaria de camelos; e te darei por despojo às nações, e te destruirei, porque sou contra ti” (Ez. 25:1-7).

5.   Edom, isto é, Esaú, pois Esaú é Edom (Gn. 25:30), agiu vingativamente contra a casa de Judá; então disse Jeová: “Estenderei a minha mão contra Edom, e arrancarei dela homens e animais; e a tornarei em deserto, pois cairão à espada. E exercerei a minha vingança contra Edom” (Ez. 25:13-14; Jr. 49:10).

6.   Jeová foi contra os elamitas, e falou por Jeremias contra Elão, dizendo: “Trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro ângulos do céu, e os espalharei entre as nações” (Jr. 49:36).

7.   Jeová pela boca de Ezequiel contra Tiro: “Eis que eu estou contra ti, ó Tiro, e farei subir contra ti muitas nações, como se o mar fizesse subir as suas ondas. Elas destruirão os muros de Tiro, e derribarão as suas torres; e eu varrerei o seu pó, e dela farei uma penha descalvada” (Ez. 26:3-7).

8.   Profecia contra Sidom: “Veio a mim a palavra de Jeová, dizendo: Filho do homem, dirige o teu rosto contra Sidom, e dize: Assim diz Jeová: Eis-me contra ti, ó Sidom, e serei glorificado no meio de ti; e saberão que eu sou Jeová; quando nela executar juízos, e nela me santificar. Porque enviarei contra ela a peste, e o sangue nas suas ruas, e os traspassados cairão no meio dela, pela espada, e saberão que eu sou Jeová” (Ez. 28:20-23).

9.  Jeová foi contra os assírios, o reino que dominou o mundo, e que ele, Jeová, usou (Is. 7:17-20; 8:7). Quando Senaqueribe, rei da assíria, invadiu Judá, Ezequias, o rei, orou a Jeová, que assumiu a guerra contra os assírios, matando de uma só vez,  cento e oitenta e cinco mil deles, e ainda providenciando a morte do rei (II Rs.19:6-7; 19:35-37).

10.  Jeová se voltou contra a Babilônia, cujo rei, Nabucodonosor, monarca cruel e soberbo, que mandou erigir uma estátua de ouro da sua pessoa, para ser adorado como deus (Dn. 3). Pois Jeová declarou que Nabucodonosor lhe agradava aos olhos, e era seu servo, e por isso lhe entregou todos os reinos como escravos, afirmando que, a nação ou reino que não servissem a Nabucodonosor, rei de Babilônia, e não pusessem o seu pescoço debaixo do jugo desse rei, o mesmo Jeová visitaria a tal nação ou reino com espada, com fome, e com peste, até que a consumisse. Jeová foi sócio de Nabucodonosor (Jr. 27:5-8; Jr. 25:9; 43:10). Pois Jeová se voltou contra o seu sócio e servo, dizendo: “Eis que eu despertarei contra eles os medos, e os seus arcos despedaçarão os mancebos, e não se compadecerão do fruto do ventre; o seu olho não poupará os filhos. E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Jeová os transtornou, e nunca mais será habitada, nem reedificada de geração em geração” (Is. 13:17-20).

 

Jeová sempre foi contra as nações. Jeremias disse: “Os profetas que houve antes de mim e antes de ti, desde a antigüidade, profetizaram contra muitas terras, e contra grandes reinos, guerra, e mal, e peste” (Jr. 28:8). Nem os etíopes escaparam (Sf. 2:12).

Vamos ouvir agora a palavra do apóstolo Paulo, sobre o Deus e Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo: “PORQUE A GRAÇA DE DEUS SE HÁ MANIFESTADO, TRAZENDO SALVAÇÃO A TODOS OS HOMENS” (Tt. 2:11). “MAS DEUS PROVA O SEU AMOR PARA CONOSCO, EM QUE CRISTO MORREU POR NÓS, SENDO NÓS AINDA PECADORES” (Rm. 5:8). “NISTO ESTÁ A CARIDADE, NÃO EM QUE NÓS TENHAMOS AMADO A DEUS, MAS EM QUE ELE NOS AMOU A NÓS, E ENVIOU SEU FILHO PARA PROPICIAÇÃO PELOS NOSSOS PECADOS” (I Jo. 4:10). Este Deus nunca foi contra nenhum reino, e nem contra os homens pecadores, pois quer salvar a todos (I Tm. 2:3-4). E porque Deus, o Pai, é a favor de todos, Paulo declarou bem alto, dizendo:“QUE DIREMOS POIS A ESTAS COISAS? SE DEUS É POR NÓS, QUEM SERÁ CONTRA NÓS?” (Rm. 8:31).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(268) – O AMOR NÃO SUSPEITA MAL

O AMOR NÃO SUSPEITA MAL

     Que é suspeitar mal? É supor o mal sem dar provas. Suspeitar é desconfiar de alguém sem motivo aparente; o que tem olhos maus duvida da fidelidade da esposa fiel. Isso é suspeita. A suspeita não corresponde à verdade sobre um crime. São presos dois suspeitos por terem alguma ligação com o caso, mas depois da acareação descobre-se que não eram culpados. Era apenas suspeita.

As escrituras sagradas registram diversos casos de suspeita de Jeová com relação ao seu povo. Contrariando os escritos do apóstolo Paulo, que falando sobre o amor, diz: “O amor não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal” (I Co. 13:5).

Jeová livrou Israel do cativeiro egípcio, e o levou até o Monte Sinai, onde lhe deu os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra. Deu também estatutos e juízos para reger o povo. Depois disse: “Todos os mandamentos que hoje vos ordeno guardareis para os fazer, para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que Jeová jurou a vossos pais. E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual Jeová teu deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar e tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos ou não” (Dt. 8:1-2). Vamos raciocinar um pouco. Jeová estava tentando seu povo para saber se ia guardar os mandamentos ou não? Para saber o que estava no coração? Então Jeová não sabia! Estava suspeitando do povo? Estava supondo que eles iam cair, e para ter provas tentou o povo durante quarenta anos no deserto, fazendo passar fome e sede. Estava forçando uma situação desfavorável por causa de uma suspeita (Dt. 8:3).

Jeová sabia que, se a fome produz o ladrão, produz o infiel também. Salomão, com a sabedoria de Jeová, disse: “Não se injuria o ladrão, quando furta para saciar a sua alma, tendo fome” (Pv. 6:30). O que Jeová esperava? Que o povo, vendo os filhinhos secos, cadavéricos e morrendo de fome e sede por quarenta anos, levantasse as mãos aos céus, dizendo: Jeová misericordioso e amoroso, nossos filhinhos estão mirrados e morrendo todos os dias de inanição. Glória ao teu nome. Manda mais quarenta anos de fome. Como é delicioso morrer de fome e sede. É claro que o povo ia se rebelar e pecar. Em conseqüência Jeová mandava pragas e pestes (Sl. 78:18-31).

Há mais casos das suspeitas de Jeová. Ezequias foi rei de Judá. Reinou vinte e nove anos em Jerusalém, e fez o que era reto aos olhos de Jeová. Este rei fiel tirou os altos, e quebrou as estátuas, e deitou abaixo os bosques; e fez em pedaços a serpente de bronze que Moisés fizera. Diz o texto bíblico que Ezequias confiou em Jeová, de tal modo, que depois dele não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele. Porque se chegou a Jeová, não se apartou de após ele, e guardou os mandamentos que Jeová tinha dado a Moises (II Rs. 18:1-6). O rei da Babilônia ouvira que Ezequias tinha estado doente, e lhe enviou um presente, e uma carta (II Rs. 20:1; 20:12). Ezequias, homem bom e fiel, que confiou em Jeová mais do que Davi, pois o texto declara que antes dele não houve seu igual (II Rs. 18:5-6). Como dissemos, Ezequias, na sua simplicidade, e num gesto de cortesia, levou os embaixadores do rei da Babilônia, à casa do tesouro, e lhes mostrou a prata, e o ouro, e as especiarias, e os seus ungüentos. Não houve coisa que não mostrasse (II Rs. 20:13). Por isso, a mente doentia de Jeová levantou suspeitas sobre a integridade do caráter de Ezequias, e o oprimiu, para sondar o seu coração. O texto diz o seguinte: “Contudo, no negócio dos embaixadores dos príncipes de Babilônia, que foram enviados a ele, a perguntarem acerca do prodígio que se fez naquela terra, Jeová o desamparou, para  tentá-lo, para saber tudo o que havia no seu coração” (II Cr. 32:31). Mas Jeová sabia que Ezequias era fiel, e está escrito que não houve rei em toda a história de Israel que confiasse em Jeová como ele. Jeová sabia que Ezequias era apegado a ele, e suspeitou mal? (II Rs. 18:5-6). Um homem que tem olhos maus, suspeita do melhor amigo, um marido que tem olhos maus, suspeita da esposa mais fiel que existe; e o deus que tem olhos maus suspeita do servo mais fiel e dedicado. O desamparo de Jeová fez tirar tudo de Ezequias. Até os filhos (II Rs. 20:16-18).

Temos um outro caso, nas páginas verdadeiras do Velho Testamento. E é um caso escandaloso de suspeita. “Houve um dia em que os filhos de deus vieram apresentar-se perante Jeová. E Satanás estava entre eles. Jeová disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu dizendo: De rodear a terra e passear por ela. Disse Jeová a Satanás: Observaste tu meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero e reto, temente a deus, e desviando-se do mal” (Jó 1:6-8). Satanás suspeitou da retidão de Jó, alegando que sua sinceridade, santidade e perseverança eram falsas; e sugeriu ao deus Jeová que tirasse tudo o que Jó possuía, e assim ele blasfemaria de deus, isto é, Satanás semeou a suspeita no coração de Jeová. Jeová então falou: “Ele está na tua mão e tudo quanto tem; mas contra ele não estenderás a tua mão (Jó 1:9-12). E Satanás queimou a fogo as propriedades de Jó, dizimou os rebanhos e matou os filhos (Jó 1:12-19). Olhe o que uma suspeita maligna fez: Condenou à morte dez inocentes,e tornou Jó paupérrimo. Jeová aceitou a suspeita de Satã. Algum doutor vai explicar que Jeová quis provar para o diabo que Jó era sincero, reto e fiel. Desde quando um ladrão exige do rei que tire os bens do ministro fiel para provar que o ministro vai cair? E Jó depois da monstruosa desgraça aprovada por Jeová se manteve fiel (Jó 1:20-21).

Jeová confessa haver sido tentado pelo diabo sem causa, diante da sublime declaração de Jó. Satã volta a carga exigindo que Jeová tocasse no corpo de Jó na certeza de que ele blasfemaria. Pela segunda vez Jeová foi tentado pelo diabo que disse: “ele está nas suas mãos”. E o Diabo feriu Jó com uma chaga maligna (Jó 2:3-7). E Jó não blasfemou (Jó 2:8-10).

E Eu faço a seguinte pergunta: Pode um ladrão homicida, condenado e preso exigir do rei que lance na prisão o ministro fiel só por que ele suspeita do ministro sem causa? O diabo peca desde o princípio ( I Jo. 3:8). É mentiroso e homicida desde o princípio (I Jo. 8:44).Desde quando Deus dá satisfação a um anjo caído desde o princípio? Que prerrogativas tem o Diabo sobre Jeová  para exigir esses absurdos, e ser atendido? Graças a Deus Jesus repudiou as investidas do Diabo nos quarenta dias de tentação (Lc. 4:1-3). E Jesus veio ao mundo desfazer as obras do Diabo, não para apoiar o que Jeová fazia (I Jo. 3:8). E ainda dizem por aí que Jeová e Jesus são a mesma pessoa!

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(267) – CULTOS AOS ANJOS – II

CULTO AOS ANJOS 2

 

 

O apóstolo Paulo declarou enfaticamente: “Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto de anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão” (Cl. 2:18). Paulo escreveu esta carta aos colossenses, isto é, aos cristãos da Igreja fundada por Epafras na cidade de Colossos, situada na Ásia Menor. No texto acima, Paulo recomenda muito cuidado com o culto prestado aos anjos na Igreja. A história da Igreja não registra nenhum caso desse culto no Velho Testamento. Desde que Jeová tomou Israel por seu povo, e o libertou do Egito pela mão de Moisés, exigiu adoração exclusiva. Quem prestasse culto a outro deus morreria. “Ouve, Israel, Jeová nosso deus, é o único deus” (Dt. 6:4)“O que sacrificar aos deuses, e não só a Jeová, será morto” (Ex. 22:20). Jeová não perdoava quem adorasse  outro deus (Ex. 20:3-5; Dt. 13:11). E até hoje os judeus esperam o Messias de Jeová (Mashia Ben  Juseff). Vamos analisar biblicamente, sem opiniões pessoais, apenas citando textos, a natureza de Jeová, começando pelo Monte Sinai, quando o povo recebeu a lei:

Foi Jeová quem falou pessoalmente no Monte Sinai: “E subiu Moisés a deus, e Jeová o chamou do Monte dizendo: Assim falarás à casa de Jacó, e aos filhos de Israel: Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim. Agora, pois, se ouvirdes minha voz, e guardardes o meu concerto, então sereis a minha propriedade particular dentre todos os povos, porque toda a terra é minha; e vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas palavras falarás aos filhos de Israel. E veio Moisés, e chamou os anciãos do povo, e expôs diante deles todas as palavras que Jeová lhe tinha ordenado. Então todo o povo respondeu a uma vós, e disseram: Tudo o que Jeová tem falado faremos. E relatou Moisés a Jeová as palavras do povo. E disse Jeová a Moisés: Eis que eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando eu contigo, e para que também te creiam eternamente. Disse também Jeová a Moisés: Vai ao povo e santifica-os hoje e amanhã, e lavem eles os seus vestidos, e estejam eles prontos para o terceiro dia; portanto no terceiro dia Jeová descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o Monte Sinai” (Ex. 19:3-11). “E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de deus; e puseram-se ao pé do monte. E todo o Monte Sinai fumegava, porque Jeová descera sobre ele em fogo; e o seu fumo subiu como o fumo de um forno, e todo o Monte tremia grandemente. E o sonido da buzina ia crescendo grandemente; Moisés falava, e deus lhes respondia em voz alta. E, descendo Jeová sobre o Monte Sinai; sobre o cume do monte, chamou Jeová a Moisés ao cume do Monte; e Moisés subiu. E disse Jeová a Moisés: Desce, e protesta ao povo que não ultrapasse o termo para ver Jeová, afim de muitos deles não perecerem” (Ex. 19:17-21). Logo em seguida, no capítulo vinte de Êxodo, Jeová dita em voz alta os dez mandamentos (Ex. 20:1-17). Acabando Jeová de falar, diz o texto que Moisés chegou às trevas onde Jeová estava (Ex. 20:21). Mas o apóstolo João declara que Deus, o Pai, é luz, e não há nele trevas nenhumas (I Jo. 1:5). Como pode a luz se esconder nas trevas, se a luz espanta as trevas? Só se a luz estiver apagada. No Novo Testamento lemos que Jesus é luz, e quem está perto vê a luz, é iluminado, e anda na luz (Jo. 8:12; 12:46). E Jesus declarou que enquanto está presente, a luz inunda o ambiente, e só voltam as trevas quando se retira (Jo. 12:35). E neste texto Jesus afirma que quem anda em  trevas não sabe para onde vai; mas Jeová está em trevas. Há outros textos que revelam que Jeová está em trevas quando ditou os dez mandamentos(Dt. 4:10-13; 5:22-23). No livro de Hebreus lemos que as trevas eram tão medonhas, que o povo não podia suportar aquelas palavras de Jeová, e Moisés ficou todo assombrado e tremendo (Hb. 12:18-21). É que naquelas trevas estavam ocultos os anjos das trevas junto com Jeová. Estevão, o primeiro mártir do cristianismo, declarou as seguintes palavras quando estava sendo julgado pelos sacerdotes: “Vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardaste” (At. 7:53). E eles, ouvindo isto, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele. O apóstolo Paulo revela o mesmo em sua carta aos Gálatas. “Para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um mediador” (Gl. 3:19). Isto quer dizer que Moisés foi mediador entre os anjos e Israel. No livro aos Hebreus, lemos que quem falou a lei no Monte Sinai foram os anjos (Hb. 2:2). E Estevão também confirmou isso, dizendo sobre Moisés: “Este é o que esteve entre a congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no Monte Sinai” (At. 7:38).

Ora, se foi Jeová quem falou no Monte Sinai, e Estevão, e também Paulo, concordam que foi um anjo, esse anjo é Jeová, e por isso se ocultava nas trevas, para que o povo não descobrisse, pois com ele estavam outros anjos das trevas.

Jacó também sabia que Jeová é nome de um anjo. Vejamos: Quando Jacó retornava a sua terra depois de vinte anos, durante uma noite lutou com um varão até que a alva subia. E aquele varão tocou a juntura da coxa de Jacó durante a luta. E o varão suplicou a Jacó dizendo: “Deixa-me ir porque a alva já subiu. E Jacó lhe disse: Não te deixarei ir, se não me abençoares. E o varão disse: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó. E o varão lhe disse: Não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel; pois como príncipe lutaste com deus e com os homens, e prevaleceste” (Gn. 32:24-28). Este varão que mudou o nome de Jacó para Israel é Jeová, pois em Gn. 35 lemos: “E apareceu Jeová deus outra vez a Jacó, vindo de Padã-Arã, e abençoou-o, e disse-lhe deus: O teu nome é Jacó; não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel será o teu nome. E chamou o seu nome Israel” (Gn. 35:9-10). Pois o profeta Oséias revela que o deus que lutou com Jacó é anjo. Leiamos: “No ventre pegou do calcanhar de seu irmão, e pela sua força como príncipe se houve com deus. Como príncipe lutou com o anjo, e prevaleceu; chorou, e lhe suplicou. Em Betel o achou, e ali falou conosco; sim, com Jeová, o deus dos exércitos” (Os. 12:3-5). Não há dúvidas. Jeová é anjo que se passa por deus aos olhos do povo de Israel.

Quando Paulo se refere ao culto prestado aos anjos, refere-se a Jeová, que é um deles, pois se nunca houve em Israel culto aos anjos, e Paulo declara que havia, e só se prestava culto a Jeová, o culto aos anjos era o culto prestado a Jeová. Declarou o grande apóstolo: “Portanto ninguém vos julgue pelo comer ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo. Ninguém vos domine a seu bel prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado em sua carnal compreensão, e não ligado à cabeça” (Cl. 2:16-18). E Paulo continua jogando luz nas trevas: “Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro Evangelho. O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o Evangelho de Cristo. Mas, ainda que alguns de nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro Evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Gl. 1:6-8).

O mesmo Paulo fala que existem dois Evangelhos. O da incircuncisão e o da circuncisão (Gl. 2:7).Estes dois Evangelhos são o da lei de Jeová, e o da graça de Deus Pai e de Cristo (Tt. 2:11; II Co. 8:9). Quem adora a Jeová como deus e lhe presta culto, estabelece o Evangelho da circuncisão de Jeová, e quem adora e cultua unicamente a Jesus Cristo, estabelece o Evangelho da graça. Paulo declara que quem aceita o evangelho da circuncisão de Jeová, está fora de Cristo e, caiu da graça (Gl. 5:1-4). E disse mais: “Mas eu em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do Evangelho da graça de Deus” (At. 20:24).

Uma coisa é certa. Os que, como nós, aceitam o Evangelho da graça de Deus, amam a todos, oram por todos, ajudam a todos, inclusive os perseguidores. Mas os que adoram a Jeová como deus, perseguem os que descobriram que Jeová é anjo, condenam impiedosamente, e esperam que a maldição de Jeová nos mate. É grande a diferença entre a luz e as trevas.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

 

(266) – ELOHIM

ELOHIM

 

A palavra hebraica El, quer dizer deus. O plural da palavra El é Elohim, e quer dizer deuses. El, portanto, é a raiz da palavra Elohim ou Eloah, que também é usada para designar deus no singular. No aramaico bíblico, língua falada pelos judeus após o cativeiro, a palavra deus era Elah, que no plural é Elohim. Não há em toda a Bíblia nenhuma outra palavra para designar deus. Até para os falsos deuses era usada a palavra Elohim (Ex. 18:11).

O tetragrama, ou a palavra Javé, ou Jeová, que é uma tradução do tetragrama (4 letras); é suposição humana. Não há tradução para o tetragrama. Quando lemos a Bíblia, no Velho Testamento, a tradução de João Ferreira de Almeida, no lugar de Javé, colocou Senhor, mas está errado. O tetragrama não se traduz por Senhor. A palavra hebraica Senhor é ADONAY. Davi, no Salmo 110:1, diz: “Disse Jeová ao meu Senhor”. Este Senhor é a palavra ADONAY, que Jesus afirmou ser Ele em Mt. 22:41-45. Por estas palavras de Jesus ficamos sabendo que Ele e Jeová são duas pessoas diferentes. Como o tetragrama não se traduz por deus, Javé, teve de dizer a Moisés: Eu sou deus  (Ex. 3:6). E falou por Isaías que é deus (Is. 44:6; 45:21).

Jesus disse: “Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro” (Jo. 5:31). Ora, Jeová deu testemunho dele próprio. Pela declaração de Jesus Jeová é falso deus. Jesus disse também: “Eu não recebo glória dos homens” (Jo. 5:41). Ora, Jeová recebe glória dos homens, logo é contrário a Jesus (Is. 43:7; 49:3; Jr. 13:11). E disse mais Jesus: “Eu não busco a minha glória. Há quem a busque” (Jo. 8:50). Ora, Jeová buscava a própria glória (Nm. 14:22; Ex. 14:4, 17), logo Jeová é o contrário de Jesus. Jesus termina dizendo: “Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça” (Jo. 7:18). Com estas palavras, Jesus classificou Jeová, que falava de si mesmo, de injusto e mentiroso. Jesus, humilde, nunca se exaltou a si mesmo, mas buscou a glória do Pai. “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer” (Jo. 17:4).

Elohim foi o Deus que criou todas as coisas, segundo a narrativa bíblica de Gênesis. E criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança (Gn.  1:26-27). Está traduzido Deus no singular, mas está escrito Elohim, isto é, deuses. A tradição religiosa afirma que Elohim, deuses, é a trindade, isto é; o Pai, o Filho, e o Espírito Santo.  Quando lemos: Façamos o homem a nossa imagem e semelhança, é a trindade que está falando. Isso, porém é interpretação, pois está escrito outra coisa, e a Bíblia não é de particular interpretação (II Pd. 1:20).

Se a teologia cristã afirma que Elohim é a trindade criadora de Gn. 1:1, por que no Salmo 8:5traduziram a palavra Elohim por anjos e não por Trindade? Por conveniência, e não para exprimir a verdade, pois Elohim jamais poderia ser traduzido por anjos (Malakim). Deveriam ter traduzido assim: Um pouco menor o fizeste do que Deus, ou, do que a Trindade. Por que alteraram o texto bíblico? Por que puseram anjos? A resposta é simples. Se o leitor lesse: Um pouco menor do que deus o fizeste, ia pensar esse leitor: Deus é um pouco maior do que o homem. Como Jeová declara que os homens são semelhantes aos animais em Eclesiastes 3:18-21, e nesse caso deus seria um pouco maior que os animais. Jeová também declara que os homens são como gafanhotos (Is. 40:22), e neste caso deus seria um pouco maior que os gafanhotos. A pior classificação de Jeová para o homem está no livro de Jó:“Como, pois, seria justo o homem perante Deus, e como seria puro aquele que nasce de mulher? Olha, até a lua não resplandece, e as estrelas não são puras aos seus olhos. E quanto menos o homem, que é um verme” (Jó 25:4-6). Neste caso, sendo o homem um pouco menor do que Deus, Deus seria um pouco maior do que os vermes. Os intérpretes, para proteger o deus do Velho Testamento adulteraram a palavra escrita pelo próprio Deus, e trocaram Elohim (Deus), por Malak (Anjos). Puro interesse. Nós não desmerecemos a Bíblia, pois cremos nela de capa a capa. Apenas não mexemos e não adulteramos a palavra de Deus. Se no original hebraico está escrito que o homem é um pouco menor do que deus, e neste caso, aquele deus é um pouco maior do que o homem, qual é o problema? Jesus desceu a este mundo para revelar um Deus que é infinitamente superior aos homens. Um Deus que não necessita auxílio do homem, pois é Salvador do homem (Jz. 5:23; I Tm. 4:10). O pior é que Jeová afirma que é Elohim (Is. 45:21).

Quando Israel saiu do Egito, libertado pelas pragas e pestes de Jeová; foi ao deserto, teve sede e fome, e o povo murmurou contra Jeová, e reclamou aos ouvidos de Moisés e Arão, dizendo: “Quem dera que morrêssemos por mão de Jeová na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão até fartar” (Ex. 16:1-3). E Jeová disse a Moisés: “Eis que eu vos farei chover pão dos céus” (Ex. 16:4). Todas as tardes, quando caía o orvalho, chovia o maná. Mas não podia ser guardado para o dia seguinte, que apodrecia e cheirava mal (Ex. 16:20). No salmo 78 temos uma bela descrição do fato:“E falaram contra deus e disseram: Poderá deus porventura preparar-nos uma mesa no deserto? Eis que feriu a penha, e águas correram dela; poderá também dar-nos pão, ou preparar carne para o seu povo? Pelo que Jeová os ouviu e se indignou, e acendeu um fogo contra Jacó, e furor também subiu contra Israel; porquanto não creram em deus, nem confiaram na sua salvação, posto que tivesse mandado as altas nuvens, e tivesse aberto as portas dos céus, e fizesse chover sobre eles o maná para comerem, e lhes tivesse dado do trigo do céu. Cada um comeu o pão de Elohim; ele lhes mandou comida em abundância. Fez soprar o vento oriental, e choveu sobre eles carne como pó, e aves de asas como a areia do mar” (Sl. 78:19-27). Diz a Bíblia que o povo comeu a se fartar. A comida ainda estava entre os dentes, quando Jeová irado, matou os escolhidos de Israel (Sl. 78:29-31). No verso 25 lemos que comeram o pão de deus (Elohin). A pergunta que fazemos é a seguinte: está escrito que comeram o pão de deus, por que nas Bíblias está escrito que comeram o pão dos anjos? A resposta também é simples. Porque, se pusessem pão de Deus, haveria um choque com a palavra de Jesus, que negou que eles comeram o pão de Deus, dizendo: “Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo” (Jo. 6:32-33). Mudando para pão dos anjos, o deus Jeová não ficaria comprometido. Os adeptos do deus mau Jeová são capazes de tudo para colocá-lo no lugar do Pai. Está escrito: “Se alguém acrescentar alguma coisa à profecia deste livro, deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e se alguém tirar qualquer palavra do livro desta profecia, deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa” (Ap. 22:18-19).

Aviso aos navegantes. Davi confiou em Jeová e se deu mal; Israel confiou em Jeová e foi destruído; Jó confiou em Jeová e sofreu como no inferno, pois Jeová muda a bênção em maldição (Ml. 2:2). Jura uma coisa, e depois jura outra em cima do primeiro juramento (Dt. 1:34-35). E Jesus? Jesus deu a vida por aqueles que Jeová amaldiçoou e matou.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(265) – OS FILHOS DE DEUS – III

OS FILHOS DE DEUS Nº 3

 

Segundo a narrativa bíblica, Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança (Gn. 6:26-27). Cabem algumas indagações sobre o fato.

Que deus os criou? No hebraico a palavra é Elohim, que está no plural, e se traduz por deuses. O singular dessa palavra é El. Mas a palavra Elohim, na Bíblia, se aplica também para ídolos (Ex. 12:12).Também se aplica a deuses falsos (Ex. 18:11). Neste texto lemos que Jeová é maior que todos deuses. A palavra Elohim aplica-se também a anjos na Bíblia. No Salmo 8:5, lemos que o homem foi feito pouco menor que os anjos. A palavra usada é Elohim. No Salmo 78:25 lemos que o povo comeu o pão dos anjos (Elohim).

Deus (Elohim), criou o homem à sua imagem e semelhança. macho e fêmea os criou (Gn. 1:26-27). Esse homem, imagem do deus Elohim, aderiu ao partido da serpente, por cobiça e interesse, e principalmente incitado pela mulher, criada também à imagem de deus (Gn. 3:1-6; Ap. 12:9). Adão e Eva, as duas imagens dos deuses (Elohim), foram expulsas do paraíso por desobediência. Fora do jardim do Éden, abandonados por deus, e debaixo de maldição (Gn. 3:17-19), se corromperam terrivelmente, eles e seus descendentes. A corrupção e a violência foram tantas que Jeová disse: Estou arrependido de ter criado o homem à minha imagem e semelhança. Vou destruir a minha imagem (Gn. 6:1-7). E veio o dilúvio!

Antes de Jeová se arrepender pela primeira vez, pois ele se arrependeu muitas vezes, lemos que os homens eram seus filhos. “Viram os filhos de deus que as filhas dos homens eram formosas, e as tomaram para seu deleite” (Gn. 6:2). Quem eram estes filhos de deus? Anjos? Nunca, pois os anjos foram criados e os filhos são gerados. Uns afirmam que os filhos de deus são os descendentes de Sete, filho de Adão, que nasceu depois de Abel, e os filhos dos homens são os descendentes de Caim, o maldito. Outros afirmam que os filhos de deus foram os descendentes do primeiro homem, de Gn. 1:26-31. Este homem tinha glória (Sl. 8:3-9). Adão e Eva foram destituídos da glória, e por isso se tornaram os pais dos filhos e filhas dos homens. Esses dois grupos estão em Gn. 6:2.

A grande pergunta que se faz é: Deus tinha filhos antes de Jesus Cristo descer a este mundo? O Velho Testamento diz que sim. “Filhos sois de Jeová; vosso deus”(Dt. 14:1). “Jeová, provocado à ira contra seus filhos e filhas, os desprezou” (Dt. 32:19)“Jeová se esconde de seus filhos, pois não são leais” (Dt. 32:20). “Criei filhos, e exaltei-os; mas eles prevaricaram contra mim” (Is. 1:2)“Povo rebelde é este, filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a lei de Jeová” (Is. 30:9).

O Novo Testamento declara outra coisa. Para ser filho de Deus, temos de aceitar Jesus como Salvador em primeiro lugar. “Mas a todos que o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12-13). Diante desta tremenda declaração do apóstolo João, cabem as seguintes perguntas:

1.  Se os filhos do verdadeiro Deus só começam a partir do Cristo encarnado (Jo. 1:12-13), como Jeová tinha filhos que não passaram por Jesus? (Gn. 6:2).

2.  Se, para ser filho de Deus, o homem tem de nascer de novo, isto é, nascer da água e do Espírito (Jo. 3:3-6), porque os filhos de Jeová eram todos nascidos da carne e do sangue? (I Co. 15:50).

3.  Se os filhos de Deus não são gerados de semente carnal e imunda (Lv. 15:16-18; 12:1-8), por que os de Jeová eram? (II Sm. 7:12-14; Ez. 16:20-21)“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela Palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre” (I Pd. 1:23).

4.  Se Jesus gera filhos para Deus Pai, através da paixão da morte na cruz (Hb. 2:9-10), por que Jeová gerava filhos próprios, só na carne, e fora de Cristo, o autor e consumador da fé e da salvação? (II Sm. 7:12-14).

5.  Se os salvos por Jesus são todos libertados do jugo e da servidão da lei (Gl. 5:1-4), e por isso são filhos de Deus, por que os filhos de Jeová estavam todos debaixo da lei? (Lv. 18:5; Ez. 20:11-13; 20:25).

6.   Se os filhos de Deus são os que crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências (Gl. 5:24), por que Jeová chamava filhos os que viviam guiados por essas paixões infames? Davi cometeu um adultério vergonhoso, tendo outras dezesseis mulheres, e depois mandou assassinar Urias, o marido, para poder casar (II Sm. 11 e 12). Salomão, o filho eleito por Jeová antes de nascer, era voluptuoso, lascivo e lúbrico, pois teve mil mulheres (II Sm. 12:24; I Rs .11:1-3).

7.  Se os filhos de Deus são livres, pois foram libertados por Jesus (Jo. 8:36; Gl. 5:1-4), por que Jeová chamava filhos os que eram escravos da lei? (Gl. 4:21-26).

8.  Se não há imputação de pecados para os filhos de Deus, pois Cristo pagou pelos pecados na cruz (I Pd. 2:24) e também estão num estado intelectual e moral mais avançado, por que os filhos de Jeová, num estado mais atrasado, e, portanto sendo mais necessitados, eram sumariamente condenados e mortos? (Nm. 14:28-30; Hb. 3:17-19; Nm. 16:28-33, 49). E quinhentos anos mais tarde, no tempo do rei Davi, 70.000 foram mortos por Jeová sem motivo (I Cr. 21:14).

9.  Se está escrito que os filhos de Deus não pecam (I Jo. 3:9; 5:18), pois quem peca é do diabo (1 Jo. 3:8), e é claro que não peca, pois não é mais o velho homem, e nasceu de novo (Jo. 3:3-6), e é nova criatura (II Co. 5:17), e João declara que quem peca nunca viu nem conheceu a Cristo (I Jo. 3:5-6); por que os filhos de Jeová viviam mergulhados na lama da carne e do pecado como Davi e Salomão?

  1. Se os filhos de Deus não são deste mundo, como disse Jesus (Jo. 8:19, 23; 15:19; Jo. 17:14-16; I Jo. 2:15-17) e, Tiago na sua Epístola afirma que o amigo do mundo é inimigo de Deus, por que Jeová punha o mundo no coração dos homens? (Ec. 3:11). É porque o reino de Jeová é deste mundo (Sl. 47:7-8).
  2. Se os filhos de Deus são herdeiros de um reino celestial, não neste mundo, como lemos em II Co. 5:1-2; II Tm. 4:18; I Pd. 1:3-4; Mt. 25:31, 34; por que os filhos de Jeová são herdeiros de um reino terreno, sugeito a guerras e ódios? (Gn. 17: 8)
  3. Se os filhos de Deus são os que saem da morte para a vida, como lemos em Jo. 5:24, pois a morte reinou desde Abrão até Jesus como lemos em Rm. 5:17, e o próprio Jesus o declara em Mt. 8:21-22, por que os filhos de Jeová reinavam na morte? E reinavam na morte porque eram todos matadores de Jeová. Elias, um dos maiores profetas era matador. Mandou matar 450 profetas da Baal, e 400 profetas de Asera, depois que se converteram a Jeová (I Rs. 18:19; 18:38-40). De outra feita chamou a Jeová; que matou cento e dois soldados que obedeciam a ordens (II Rs. 1:9-12). Davi matou tantos que Jeová o proibiu de construir o templo (I Cr. 22:8); o caso é que Davi reinou na morte. Nós cristãos reinamos em vida com Jesus. “Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que receberam abundância de graça, e do dom da justiça, reinaram em vida por um só — Jesus Cristo” (Rm. 5:17). Que é reinar em vida? É ser portador da vida eterna (I Jo. 1:1-3).

 

Autor: Pastor Olavo Silveira Pereira

(264) – OVELHAS PARA O MATADOURO

OVELHAS PARA O MATADOURO

 

Ovelha é a fêmea do carneiro. O carneiro, quando novinho, chama-se cordeiro. A ovelha nada tem a ver com os bodes e as cabras, que são as fêmeas dos bodes. A ovelha é totalmente indefesa, pois não morde e não briga com outras ovelhas. Um lobo sozinho pode matar todo um rebanho de ovelhas (Mt. 10:16; At. 20:29). A característica das ovelhas é que elas não se agrupam. É o pastor que forma o rebanho, e tem que ficar atento, pois a ovelha é descuidada, tornando-se presa fácil quando se afasta do rebanho. A ovelha vai pastando e se perde do rebanho. É por isso que Jesus conta a parábola da ovelha perdida. Os pastores de ovelhas usam cães amestrados para ajudá-los a guardar o rebanho. A ovelha perdida de Lucas 15:3-7, não é a ovelha corrompida, mas a que esta longe do pastor e do rebanho. A ovelha corrompida é a devorada pelo lobo. Falando das ovelhas, Jesus diz: “Aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome as suas ovelhas, e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz; mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos” (Jo. 10:1-5).

Ora, Jeová se denomina pastor de Israel (Ez. 34:12; Am. 3:12). Jeová chama Israel de seu rebanho.“Ó Pastor de Israel, dá ouvidos: tu, que guias a José como a um rebanho” (Sl. 80:1). “Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão” (Sl. 77:20). Mas Israel não ouviu a voz de Jeová, que reclamou dizendo: “Ah! Se o meu povo me tivesse ouvido! Se Israel andasse nos meus caminhos” (Sl. 81:13). “Eu vos enviei todos os meus servos, os profetas, madrugando, e enviando, e dizendo: Convertei-vos agora, cada um do seu mau caminho, e fazei boas as vossas ações, e não sigais a outros deuses para servi-los, e assim ficareis na terra que vos dei a vós e a vossos pais; mas não inclinastes os vossos ouvidos, nem me obedecestes a mim” (Jr. 35:15).

O rebanho de Jeová, isto é, Israel, não ouvia a voz do pastor, isto é, Jeová. Só existem dois sentidos para explicar o fato. Ou o rebanho, ouvindo a voz de Jeová; não reconheceu a voz do pastor, pois os tirou do Egito com grandes promessas (Ex. 3:7-8), levou-os ao deserto para prová-los, para tentá-los, e para fazê-los passar fome e sede por quarenta anos (Dt. 8:2-3; Ex. 16:1-3; 17:1-3).

Jeová mandou comida e água, e quando comiam, Jeová os matou (Sl. 78:19-31). O povo era rebanho de ovelhas, e ovelha precisa ser cuidada. Como Jeová era melindroso, iracundo, vingativo, e matador, e depois de dar água e comida, matou os escolhidos de Israel, o rebanho de ovelhas não reconheceu nele a voz do Pastor (Jo. 10:1-5). E Jesus disse: “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas”. (Jô 10:11). Jeová em contrario, tirava a vida das ovelhas. Elas então começavam a fugir dele, e não reconheciam sua autoridade. A segunda explicação para o caso, é que, sendo Israel mau e perverso, Jeová não tinha outra saída senão ser duro e matar (Is. 48:8). Temos aqui dois pontos a considerar: O primeiro é que Jesus não veio salvar os justos, mas os injustos, e neste caso complicou a dureza assassina de Jeová (Mt. 9:12-13). O segundo ponto é que Jeová é quem fabricou a maldade de Israel. Paulo, o apóstolo declarou: “Ó homem, quem és tu, que a deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?” (Rm. 9:20-21). Jeová formou um rebanho mau, para morrer, por isto o salmista disse: “Por amor de ti somos mortos todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro” (Sl. 44:22). “Ó deus, por que nos rejeitaste para sempre? Por que se acende a tua ira contra as ovelhas do teu pasto? (Sl. 74:1). O salmista desnuda Jeová dizendo: “Mas agora tu nos rejeitaste e confundiste, e não sois com os nossos exércitos. Tu nos fazes retirar do inimigo, e aqueles que nos odeiam, nos tomam como saque. Tu nos entregaste como ovelhas para comer, e nos espalhaste entre asnações: TU VENDES POR NADA O TEU POVO, E NÃO AUMENTAS A TUA RIQUEZA COM O SEU PREÇO” (Sl. 44:9-12). Se a Bíblia é a Palavra de Deus, como cremos, e está escrito que Jeová nada ganhou (Sl. 44:12). Ele não está incluído no projeto de Jesus, pois Paulo declara que a queda dos judeus resultou na salvação dos gentios (Rm. 11:11-12). E por fim todo o Israel será salvo (Rm. 11:25-26).

 

Autor: Pastor Olavo Silveira Pereira

(263) – COÊRENCIA

 

COÊRENCIA – 10

     Paulo declarou: “Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; e então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo sopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (II Ts. 2:7-8). A Bíblia é o livro dos mistérios. A sabedoria de Deus está oculta em mistérios (I Co. 2:7). Existe o mistério do trasladamento da Igreja militante (I Co. 15:51). O mistério da graça (Ef. 3:2-3). O mistério do casamento (Ef. 5:32). O mistério do Evangelho (Ef. 6:19). O mistério de Cristo (Cl. 2:2; 4:3). É claro que o mistério da injustiça é mais um dentre tantos (II Ts. 2:7-8).

A teologia tem se ocupado em discernir o mistério da injustiça, interpretando que os versos três e quatro, do capítulo dois, da II Carta aos Tessalonicenses, fala do Anti-Cristo. Mas isto é uma interpretação, pois não está escrita a palavra Anti-Cristo. Segundo essa interpretação, o Anti–Cristo seria um líder político eleito por dez nações para guerrear contra o comunismo russo, que por fim resultaria numa guerra mundial. O mistério da injustiça, segundo essa exegese, seria o império da iniqüidade, pois todas as virtudes, como o amor, a justiça e a bondade, a fidelidade, a honestidade, etc., deixarão de existir nos homens.

Os escritores silenciaram com a falência do comunismo. Certamente estão buscando novas fórmulas para vender livros aos incautos.

O apóstolo João descreve o caráter do Anti-Cristo, que segundo ele, não era um homem, mas um espírito que já estava na Igreja do seu tempo (I Jo. 2:18). O Anti-Cristo não liderava um movimento político, mas era autor de uma doutrina que negava que Jesus era o Messias — o Cristo (I Jo. 2:22). Os sacerdotes, os fariseus, saduceus e escribas tinham o espírito do Anti–Cristo. João disse mais: “Todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne, não é de Deus; mas este é o espírito do Anti-Cristo, do qual já ouviste que há de vir, e eis que está já no mundo” (I Jo. 4:3).

Voltemos ao mistério da injustiça. O mistério do reino de Deus já existia desde a fundação do mundo. O mistério da graça já existia antes da criação deste mundo, e só foi revelado a Paulo (Ef. 3:1-9). Assim também, o mistério da injustiça já existia, e iria ser revelado (II Ts. 2:7-9).

O que é mistério da injustiça? Ora, se a justiça de Deus, o Pai, só foi manifestada aos homens na pessoa de Jesus Cristo, através da cruz, segue-se que antes de Jesus Cristo operava o mistério da injustiça.

Citamos alguns versos bíblicos esclarecedores e comprobatórios.

1.  A justiça de Deus começa a se cumprir no batismo de Cristo (Mt. 3:15).

2.  Paulo declara: “Aquele que não conheceu pecado, se fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (II Co. 5:21). Ora, se toda a justiça se cumpre no batismo (Mt. 3:15), e se Cristo se fez pecado por nós, para que nele sejamos feitos justiça de Deus, é obvio que no batismo, Cristo assume nossos pecados, para depois morrer na cruz em nosso lugar .

3.  É por isso que no batismo somos perdoados (At. 2:38) e lavados (At. 22:16).

4.  Israel conhecia a justiça da lei, mas não conhecia a justiça de Deus, que é a fé em Jesus Cristo; e pela lei, procurando estabelecer sua própria justiça, não se sujeitaram a justiça de Deus (Rm. 10:1-3).

5.  A lei de Jeová não opera a justiça de Deus, pois o homem só é justificado pela fé em Cristo Jesus(Rm. 3:21-23; 3:28).

6.  A justiça de Deus só foi demonstrada quando Cristo foi batizado e morreu na cruz (Rm. 3:26), e não quando Jeová deu a lei 1.600 anos antes.

VAMOS PROVAR QUE O PERÍODO DA LEI OPEROU O MISTÉRIO DA INJUSTIÇA.

1.  Os mandamentos da lei de Jeová eram fracos e inúteis, logo operavam o mistério da injustiça (Hb. 7:18).

2.  A lei nenhuma coisa aperfeiçoou, logo operava o mistério da injustiça, pois Jeová afirmou que quem guardasse a lei viveria (Lv. 18:5; Ez. 20:11; 20:21; Hb. 7:19).

3.  A lei opera as paixões dos pecados, que conduzem à morte e não à vida, logo a lei opera o mistério da injustiça (Rm. 7:5).

4.  A força do pecado é a lei de Jeová, logo a lei opera o mistério da injustiça (I Co. 15:56).

5.  O mandamento da lei opera a concupiscência carnal, logo, a lei opera o mistério da injustiça (Rm. 7:7-8).

6.  A lei é santa, e boa e espiritual, mas o seu efeito é desastroso como vimos acima, logo opera o mistério da injustiça (Rm. 7:12-14).

7.  A lei de Jeová constitue o ministério da morte, logo opera o mistério da injustiça (II Co. 3:6-8).

8.  O apóstolo Paulo declarou que a justiça da lei era esterco, e sendo ele fariseu zeloso, jogou fora o esterco para ficar com a fé em Cristo (Fl. 3:5-9).

9.  Qualquer Cristão que guardar a lei, ou parte da lei caiu da fé, e perde a salvação que há em Cristo(Gl. 5:1-4). Fica provado que a lei opera o mistério da injustiça.

  1. O absurdo é que, diante de tantas provas bíblicas de que a lei é imperfeita e inútil; e por isso mesmo Cristo mudou a lei (Hb. 7:12; Jo. 13:34), Jeová afirmasse que havia justiça de Deus na lei. Moisés disse da parte de Jeová: “E será para nós justiça quando tivermos cuidado de cumprir todos estes mandamentos perante Jeová, nosso deus, como nos tem ordenado (Dt. 6:25).
  2. E o profeta Isaías diz inspirado por Jeová: “Ouvi-me, vós que conheceis a justiça, vós, povo, em cujo coração está a minha lei; não temais o opróbrio dos homens, nem vos turbeis pelas suas injúrias, porque a traça os roerá como a um vestido, e o bicho os comerá como a lã; mas a minha justiça durará para sempre, e a minha salvação de geração em geração” (Is. 51:7-8). Que grande mentira! E QUE INCOÊRENCIA! “Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; e então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecerem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem” (II Ts. 2:7-10). O mistério da injustiça existe porque o deus deste mundo cegou o entendimento dos incrédulos (II Co. 4:4).

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(262) – MISERICÓRDIA

 MISERICÓRDIA

 

Qual a definição de misericórdia? É perdão, concedido por bondade pura. É a virtude sublime, que leva a ter compaixão pela miséria de outrem. A melhor definição é: Virtude que impele a perdoar o que se tem o direito de punir. O apóstolo Paulo, referindo-se a Deus, assim se expressa: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação” (II Co. 1:3).

Continuando Paulo diz: “Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus” (II Co. 1:4). Podemos tirar algumas conclusões deste verso.

1 – As tribulações não vêem de Deus, mas de outro todo poderoso neste mundo.

2 – Deus o Pai, não pode evitá-las.

3 – A única coisa que pode fazer por nós é consolar-nos.

4 – Estamos, nós os cristãos, no meio do inferno e o deus deste mundo quer nos massacrar por meio dos seus exércitos (II Co. 4:4).

Por que Deus é chamado de Pai das misericórdias? Porque quer salvar a todos os homens e mulheres, sem distinção de raça, cor, ou posição social, por isso Paulo declarou: “Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem. E venham ao conhecimento da verdade” (I Tm. 2:3-4). “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl. 3:27-28). Zaqueu era cobrador de impostos e ladrão, e foi salvo (Lc. 19:1-10). Pior do que Zaqueu foi um dos ladrões que foi crucificado com Cristo, que a tradição diz chamar-se Dimas. Este confessou suas culpas na cruz, creu em Jesus, e foi salvo (Lc. 23:39-43). Os inimigos de Deus foram reconciliados, para serem salvos, se cressem em Jesus (Rm. 5:8-10). Qualquer homem ou mulher, independentemente do crime ou pecado cometidos, crendo e confessando a Cristo, é salvo e regenerado pelo Espírito Santo. Paulo nos informa que muitos idólatras, e adúlteros, e efeminados, e sodomitas, e ladrões, e avarentos, e bêbados, e maldizentes, foram salvos e regenerados (I Co. 6:10-11). É por isso que Deus, o Pai de Jesus, é chamado de Pai das misericórdias (II Co. 1:3).

Vejamos se Jeová, que se revelou a si próprio como deus, tem o mesmo perfil do Pai. Ele se declara deus misericordioso e piedoso. “Passando pois Jeová perante a sua face, clamou: Jeová, deus misericordioso e piedoso, tardio em iras, e grande em beneficência e verdade, que guarda a beneficência em milhares, que perdoa a iniqüidade, e a transgressão, e o pecado” (Ex. 34:6-7). E Jeová afirma que guarda o concerto e a misericórdia até mil gerações para os que o amam e guardam seus mandamentos, porque é fiel (Dt. 7:9).

1 – Adão e Eva, no paraíso, foram proibidos de comer da árvore do bem e do mal (Gn. 2:16-17; 3:1-3). Incautos, mas abandonados por Jeová nas garras da serpente maligna e tentados, comeram do fruto proibido e pecaram. Sua condenação foi justa, mas Jeová não teve misericórdia da descendência. Toda a humanidade padece até hoje os efeitos terríveis do juízo fatal (Rm. 5:12).

2 – No ano de 1656, depois de Adão, a população da terra deveria de ser de bilhões de pessoas, pois um homem podia ter muitas mulheres e vivia de 500 a 1.000 anos. Como a corrupção foi muito grande, mas não tanto quanto hoje, Jeová destruiu toda a humanidade pelas águas do dilúvio. Havia bilhões de criancinhas inocentes, mas Jeová não usou de misericórdia com ninguém (Gn. 6:1-15).

3 – Os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram os incensários, e puseram fogo estranho neles, diferente do que Jeová ordenara. Então saiu fogo de Jeová e os matou. Mas eles não queriam ofender. Pensaram agradar com uma idéia luminosa, mas Jeová não teve misericórdia dos filhos de Arão, o sumo sacerdote(Lv. 10:1-2). Ora, Arão estava dentro do concerto de Jeová, conforme Dt. 7:9.

4 – Acã pecou, tomando os despojos, uma capa babilônica, duzentos ciclos de prata, e uma cunha de ouro (Js. 7:20-21). Por ordem de Jeová, os filhos, as filhas, suas mulheres, seus bois, e tudo quanto tinha, foram levados ao vale de Acor, foram apedrejados e queimados. Jeová não usava de misericórdia com os filhos inocentes (Js. 7:24-26).

5 – A arca do concerto de Jeová estava na casa de Abinadabe por vinte anos. Davi resolveu levar a arca para Jerusalém. Puseram a arca num carro novo. Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe guiavam o carro. No caminho, o carro inclinou, e Uzá segurou a arca para não cair. A ira de Jeová se acendeu contra Uzá, e ali mesmo o matou. Qual foi o pecado de Uzá? Zelo? Cuidado? Foi essa a paga de Jeová a Abinadabe por guardar a arca por vinte anos? Jeová não teve misericórdia de Uzá e de seu fiel e bondoso pai Abinadabe (II Sm. 6:1-7).

6  – Moisés foi o maior profeta do Velho Testamento (Dt. 34:10). Jeová testificou de Moisés quando Arão e Mirian, seus irmãos, se insurgiram contra ele, dizendo: “Vós três, sai à tenda da congregação. E saíram. Então Jeová desceu na coluna de nuvem, se pôs à porta da tenda, chamou os três e disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, Jeová, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com o meu servo Moisés que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras, pois ele vê a semelhança de Jeová. Assim a ira de Jeová se acendeu contra eles; e foi-se. E Mirian ficou leprosa” (Nm. 12:1-10). Pois este gigante da fé e da humildade cometeu um só erro em quarenta anos de dedicação incomparável. Feriu a rocha duas vezes, quando devia ferir uma só (Nm. 20:7-13). Como castigo, Jeová o proibiu de entrar na terra prometida (Dt. 1:37). Jeová não teve misericórdia de Moisés, seu servo fiel. E Jeová, para que Moisés sofresse mais ainda, o levou ao monte Nebo, de fronte de Jericó, e mostrou-lhe toda a terra de Canaã, dizendo-lhe: “Vê a terra prometida, olha com os olhos, mas para lá não passarás. E ali morreu Moisés” (certamente de desgosto e desilusão) (Dt. 34:1-5). O pior é que Jeová sepultou Moisés, e entregou seu corpo a Satanás (Dt. 34:5-7; Jd. 9). Jeová não teve misericórdia do maior homem do Velho Testamento.

7 – O grande rei Davi, o homem com quem Jeová fez um concerto eterno: “Fiz um concerto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi” (Sl. 89:3). “Achei a Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi” (Sl. 89:20). “A minha fidelidade e a minha benignidade estarão com ele; e em meu nome será exaltado o seu poder” (Sl. 89:24). “Conservarei para sempre a sua descendência, e o seu trono como os dias do céu” (Sl. 89:29). “Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei por minha santidade que não mentirei a Davi. A sua descendência durará para sempre, e o seu trono será como o sol perante mim. A testemunha do céu é fiel” (Sl. 89:34-37). Davi, que como homem, é pecador sujeito a cair, cometeu um adultério e um homicídio (II Sm. 11:1-17). Jeová não usou de misericórdia para com Davi como lemos no mesmo Salmo 89“Mas tu rejeitaste e aborreceste; tu te indignaste contra o teu ungido. Abominaste o concerto do teu servo; profanaste a sua coroa, lançando-a por terra” (Sl. 89:38-39). “Exaltaste a dextra dos seus adversários; fizeste com que todos os seus inimigos se regozijassem. Também embotaste o fio da sua espada, e não o sustentaste na peleja. Fizeste cessar o seu resplendor, e deitaste por terra o seu trono” (Sl. 89:42-44). Pobre Davi! Jeová não teve misericórdia também do filhinho recém-nascido de Bate-Seba, embora Davi orasse chorando sete dias, pois Jeová o matou (II Sm. 12:14-20). E teve mais, Jeová não teve misericórdia das dez concubinas de Davi, pois entregou-as a Absalão, seu filho. Leia-se em II Sm. 12:11-12 e 16:21-22. Jeová não teve misericórdia de Tamar, filha de Davi, que foi estuprada pelo primogênito de Davi, de nome Amnon (II Sm. 13:1-20). Jeová se vingava ferindo as pessoas mais íntimas e amadas do pecador; mas todas vítimas inocentes.

8 – Jeová mesmo declara não ter compaixão nem piedade dos culpados. “Fa-los-ei em pedaços uns contra os outros, e juntamente os pais com os filhos, diz Jeová; não perdoarei, nem terei deles compaixão, para que não os destrua” (Jr. 13:14). “Não te poupará o meu olho, nem terá piedade” (Ez. 7:9). E isto referindo-se a seu povo Israel. Não ter piedade é uma constante na linguagem de Jeová (Ez. 5:8-11; 8:18). Quem não tem piedade das criancinhas não conhece a misericórdia (Is. 14:21; Lm. 4:10).

O perfil de Jeová não é o mesmo do Pai de Jesus, nem de Jesus, pois Jesus não condena ninguém (Jo. 3:17; 5:45; 12:47; I Tm. 4:10; etc.).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(261) – BÊNÇÃOS E MALDIÇÕES

BÊNÇÃOS E MALDIÇÕES

     Jeová, que se declarou a si mesmo único deus, e afirmou que fora dele não há deus, e deu uma lei a seu povo Israel (Is. 45:21; 45:5; Dt. 4:10-14).Como o homem que Jeová declara haver criado à sua imagem era mau e inclinado ao mal (Ec. 8:11; Rm. 5:12), a forma que Jeová usou para estimular o homem a cumprir a lei, foi prometer bênçãos, e terríveis maldições para os infratores (Dt. 11:26-28). Os outros povos e raças foram desprezados e odiados, e o povo escolhido agia pelo interesse e pelo temor, que no livro de Levíticos se tornaria em traumático pavor (Lv. 26:14-36).

Passemos às bênçãos de Jeová ditadas no monte Gerizim (Dt. 27:12).

  1. Exaltar Israel sobre todas as nações da terra (Dt. 28:1). Todas as nações são desprezadas por Jeová, e são predestinadas para servirem a Israel (Is. 61:5-6; 60:10-12). Esse é Jeová, o rei da glória (Sl. 24).
  2. “Benditos na cidade, benditos no campo, bendito o fruto da terra, bendito o fruto do ventre, o fruto dos animais e dos rebanhos. Bendito o cesto e a amassadeira, bendito na entrada e na saída. Jeová, o deus da guerra, entrega os inimigos de Israel para morrer. Por um caminho marcham contra, e por sete fogem vencidos. Tudo o que seu povo puser a mão será abençoado na terra de Canaã. Todos os povos temeriam Israel. Jeová fará abundar os frutos. Jeová abre os seus tesouros do céu para mandar a chuva a seu tempo para abençoar o fruto da terra. Israel empresta a todos os povos, mas não toma emprestado de ninguém. Jeová põe seu povo por cabeça e não por cauda, e as outras nações por baixo e não por cima. Isto tudo Jeová faz para os que guardam a sua lei e seus estatutos” (Dt. 28:3-14).

É preciso notar que Jeová não deu nenhuma bênção espiritual, mas só bênção material. Só alimento carnal, e nenhum espiritual. A segunda coisa a notar, é que nenhum outro povo é focalizado por Jeová para bem.

Passemos agora às maldições, ditadas do monte Ebal (Dt. 27:13-26).

“Se não deres ouvido à voz do Senhor teu deus, não cumprindo os seus mandamentos e os seus estatutos, maldito serás na cidade e maldito serás no campo. Maldito o teu cesto e a tua amassadeira. Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e a criação das tuas vacas, e dos rebanhos das tuas ovelhas. Maldito serás ao entrares, e maldito serás ao saíres. Jeová mandará sobre ti a maldição, a turbação e a perdição em tudo o que puseres a tua mão para fazer, até que sejas destruído, e pereças por causa da maldade das tuas obras, com que me deixaste. Jeová te fará pegar pestilência até te consumir da terra que passas a possuir. Jeová te ferirá com tísica e com febre, e com quentura, e com ardor, e com secura, e com destruição de sementeiras e com ferrugem; e te perseguirão até que pereças. Os teus céus serão de bronze; e tua terra que está em baixo, será de ferro. Jeová te fará cair diante dos teus inimigos; por um caminho sairás contra eles, e por sete fugirás; e serás espalhado por todos os reinos da terra. O teu cadáver será por comida a todas as aves do céu, e aos animais da terra. Jeová te ferirá com as úlceras do Egito, com hemorróidas, e com sarna, e com coceira, de que não possas curar-te. Jeová te ferirá de loucura, e com pasmo de coração. Apalparás ao meio dia como o cego na escuridão; somente serás oprimido e roubado todos os dias. E NÃO HAVERÁ QUEM TE SALVE. Casarás com uma mulher, porém outro homem dormirá com ela. Construirás uma casa, mas não morarás nela. O teu boi será morto diante dos teus olhos, mas dele não comerás; teu jumento será roubado de ti; tuas ovelhas serão dadas aos teus inimigos, e não haverá quem te salve. Teus filhos e tuas filhas serão dados a outro povo, e desfalecerás todos os dias. Serás oprimido e quebrantado todos os dias. Jeová te ferirá com úlceras malignas nos joelhos e nas pernas, de que não possas sarar. Tu, e o teu rei serão levados por Jeová a um rei cruel, e ali servirás a outros deuses, ao pau, e a pedra. E serás por pasmo, por ditado, e por fábula entre todos os povos. Filhos e filhas gerarás, porém não serão para ti, pois irão para o cativeiro. Toda a tua plantação, e o seu fruto, comerá a largata. O estrangeiro, que mora contigo, será cabeça, e tu serás a cauda. Todas estas maldições te perseguirão sem tréguas, até que pereças e sejas destruído, pois não ouviste a voz de Jeová teu deus, para guardar os seus mandamentos, e os seus estatutos. Assim servirás aos teus inimigos, que Jeová enviará contra ti, com fome, e com sede, e com nudez, e com falta de tudo; e sobre o teu pescoço colocará um jugo de ferro até que sejas destruído. E comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas que te der Jeová teu deus, no cerco e no aperto com que teus inimigos te apertarão. Se não tiveres o cuidado de guardar todas as palavras desta lei, Jeová fará maravilhosas as suas pragas, e as pragas da tua semente, grandes e duradouras pragas, e enfermidades más e duradouras; e fará tornar sobre ti todos os males do Egito, e se apegarão a ti. E Jeová fará vir sobre ti toda a enfermidade e toda a praga, que não está escrita no livro desta lei, até que sejas destruído. E ficareis poucos homens, em lugar de haverdes sido como as estrelas do céu em multidão, porquanto não deste ouvidos a voz de Jeová teu deus. E, será que, como Jeová se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim Jeová se deleitará em consumir-vos e destruir-vos; desarraigados sereis da terra a qual passas a possuir. E Jeová vos espalhará entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até outra extremidade; e ali servireis a outros deuses. E nem ainda no meio de outras gentes descansarás, nem a planta do teu pé terá repouso; pois Jeová te dará um coração tremente, e desfalecimento de olhos, e desmaio de alma” (Dt. 28:15-65).

Todas estas maldições se situam num plano unicamente físico e material, como no caso das bênçãos já descritas. Jeová é o deus da matéria, da carne, e das torturas e suplícios. Desde quando tortura e suplício regenera criminosos? Nunca, por isso, na carta aos hebreus, lemos: “A lei nenhuma coisa aperfeiçoou” (Hb. 7:19).

Falam por aí que Jeová e Jesus são a mesma pessoa. Vejamos, Jesus não ofereceu bênçãos materiais como prêmio, para quem fosse fiel; muito pelo contrário (Mt. 10:38; 16:24-26; Mt. 6:19-20; Lc. 14:33). Para arrancar e libertar todos os que estavam debaixo das maldições de Jeová, Jesus se fez maldição pelos malditos, e os resgata do poder maligno de Jeová.(Gál.3:13).

E as bênçãos que Jesus dá aos seus discípulos não são deste mundo, e nem são materiais e físicas. Paulo o declarou: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef. 1:3). Por aqui se vê que não se trata do mesmo deus. O deus deste mundo confere bênçãos carnais, materiais, etc, mas tudo deste mundo. O Pai de Jesus só abençoa com bênçãos celestiais. E quem não é de Jesus Cristo não tem como escapar das maldições de Jeová. Por isso está escrito: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação” (Hb. 2:2).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(260) – A VINHA DE JEOVÁ

A VINHA DE JEOVÁ

Dt. 32:32-34

No livro do profeta Ezequiel lemos: “E veio a mim a palavra de Jeová, dizendo: Filho do homem, que mais é o pau da videira que qualquer outro, o sarmento que está entre as árvores do bosque? Toma-se dele madeira para fazer alguma obra? Ou toma-se dele alguma estaca, para se pendurar algum traste? Eis que é lançado no fogo para ser consumido; ambas as suas extremidades consome o fogo, e o meio dela fica também queimado, serviria, pois, para alguma obra? Ora, se estando inteiro, não servia para obra alguma, quanto menos sendo consumido pelo fogo, se faria dele qualquer obra? Portanto, assim diz Jeová: Como a videira entre as árvores do bosque, que tenho entregado ao fogo para que seja consumida, assim entregarei os filhos de Jerusalém. Porei a minha face contra eles; eles sairão do fogo, mas o fogo os consumirá; e sabereis que eu sou Jeová, quando tiver posto a minha face contra eles. E tornarei a terra em assolação, porquanto grandemente prevaricaram, diz Jeová” (Ez. 15:1-8). Agora vai falar o profeta Jeremias falando da parte de Jeová: “Eu mesmo te plantei como vide excelente, uma semente inteiramente fiel; como pois te tornaste para mim uma planta degenerada, de vide estranha?” (Jr. 2:21).  O profeta Isaías, profetizou o mesmo 135 anos antes: “Agora cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil. E a cercou, e a limpou das pedras, e a plantou de excelentes vides, e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas, mas deu uvas bravas. Agora pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de Judá, julgai vos peço, entre mim e a minha vinha. Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu não tenha feito? E como esperando eu que desse uvas, veio  a produzir uvas bravas? Agora pois vos farei saber o que eu hei de fazer a minha vinha; tirarei a sua sebe, para que sirva de pasto; derribarei a sua parede, para que seja pisada. E a tornarei em deserto; não será podada nem cavada, mas crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela. Porque a vinha de Jeová dos exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá  são planta das suas delícias; e esperou que exercessem juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor” (Is. 5:1-7).Agora fala Oséias, o profeta: “Israel é uma vide frondosa, dá fruto para si mesmo; conforme a abundância do seu fruto, assim multiplicou altares” (Os. 10:1).

         Jeová, entretanto, declara, que Israel é a massa mole nas suas mãos, e dá a forma que quer na massa. Ele disse: “Como o vaso, que o oleiro fazia de barro, se quebrou na sua mão, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos fazer” (Jr. 18:4). “Como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel” (Jr. 18:6). O apóstolo Paulo explica com clareza o plano de Jeová: “Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se deus (Jeová), querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos de ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para a glória já dantes preparou” (Rom. 9:21-23).

         Estes textos nos levam a concluir que Israel é o vaso de ira, preparado para a perdição por Jeová, o oleiro. Eles foram desobedientes porque Jeová os fez assim. Como aconteceu isso? Jacó e a sua casa, foram levados para o Egito, e lá, por 400 anos se corromperam. Corrompendo-se, eram barro na mão do oleiro. Eles se corromperam moralmente e espiritualmente. Enquanto Moisés estava no Monte Sinai, recebendo as tábuas da lei, o povo pediu para Arão fundir um bezerro de ouro, cópia fiel do boi Apis, deus dos egípcios. Jeová compara as obras más dos egípcios com as obras más dos cananeus (Lev. 18:3). Jeová declarou, pela boca do profeta Isaías, que Israel era prevaricador desde o ventre. O ventre onde Israel foi gerado e formado foi o Egito. E Jeová sabia desse fato, e ainda proclama. É óbvio que não queria um povo fiel, pois o formou entre os infiéis. E depois de introduzir Israel em Canaã, deixou lá sete povos para corrompê-los. “Estas, pois, são as nações que Jeová deixou ficar, para por elas provar a Israel, a saber: cinco príncipes dos filisteus, e todos os cananeus, e sidônios, e heveus, que habitavam nas montanhas do Líbano” (Jz. 3:1-3). “Habitando, pois, os filhos de Israel no meio dos cananeus, dos heteus e amorreus, e perizeus, e heveus, e jebuseus, tomaram de suas filhas para seus filhos, por mulheres, e deram aos filhos deles as suas filhas, e serviram aos seus deuses” (Jz. 3:5-6). É preciso não esquecer que os cananeus eram todos sodomitas (as cidades de Sodoma e Gomorra eram cananéias) (Gn. 10:19-21).  A corrupção do povo de Israel começou no Egito, e foi consolidada em Canaã. Como o convívio com aquelas nações talvez não fosse suficiente, Jeová os entregava como escravos, para que ninguém escapasse. Foram oito anos de servidão na mão de Cusã Risataim, rei da Mesopotâmia (Jz. 3:8). Depois os entregou na mão de Eglom, rei dos moabitas por dezoito anos (Jz. 3:14). Vinte anos na mão de Jabim, rei de Canaã (Jz. 4:2-3). Sete anos na mão dos midianitas (Jz. 6:1). Dezoito anos na mão dos filisteus e dos amonitas (Jz. 10:7-8). Novamente Jeová os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos (Jz. 13:1). Foram perto de 120 anos de diversos cativeiros. Os escravos eram submetidos a todas as humilhações. As mulheres e as virgens eram abusadas. Jeremias nos dá uma leve idéia desses jugos.“Servos dominam sobre nós; ninguém há que nos arranque da sua mão (Lm. 5:8). Nossa pele se enegreceu como um forno, por causa do ardor da fome. Forçaram as mulheres de Sião, as virgens nas cidades de Jud. (Lm. 5:10-11). Os príncipes foram enforcados. Aos mancebos obrigam a moer (Lm. 5:12-13). No final dos 348 anos do livro dos Juízes, o povo de Israel passou a viver como os sodomitas, pois o oleiro assim quis. No final deste livro, capítulos 18 a 20, lemos a história de um levita, que peregrinava na terra de Efraim com sua concubina. Depois foi a Gibeá, na terra de Benjamim (Jz. 19:1). Não conhecendo ninguém, assentou-se na praça com sua concubina. Apareceu um velho que voltava do trabalho, e compadecido convidou o levita e sua concubina a dormir em sua casa. Uns homens de belial, benjamitas, bateram à porta do velho, e disseram. Tira para fora esse homem para que abusemos dele, todos em Gibeá eram sodomitas. E por que? Porque o oleiro os colocou na mão dos sodomitas pelo espaço de 120 anos, como escravos submetidos totalmente. Nunca mais os israelitas deixaram os costumes de Sodoma. O próprio Jeová chama de Sodoma a Israel, e Gomorra a Jerusalém. (A história do levita está em Jz. 19:14-25; 20:1-5). Quatrocentos anos mais tarde, Isaías falou da parte de Jeová, dizendo: “Ouvi a palavra de Jeová, vós príncipes de Sodoma, prestai ouvidos à lei do nosso deus, vós, povo de Gomorra” (Is. 1:10). Ezequiel, o profeta, também se refere aos dois reinos como Sodoma e Gomorra (Ez. 16:44-56).

Duas coisas não têm explicação. A primeira é que Jeová afirmou que guardava a sua vinha, e isso não aconteceu. “Naquele dia haverá uma vinha de vinho tinto; cantai-lhe. Eu, Jeová, a guardo, e a cada momento a regarei, para que ninguém lhe faça dano; de noite e de dia a guardarei” (Is. 27:2-3). A segunda é que Jeová afirma ser o oleiro, e Israel o barro. Foi Jeová que os fez maus. Cegou-os para não entender; endureceu seu coração para não se converterem, tapou os ouvidos para não ouvirem (Is. 6:10; Jo. 12:37-41). Mas uma coisa é clara no Novo Testamento. O Deus Pai de Jesus, quer que todos se salvem(I Tm. 2:3-4). E salva a todos (I Tm. 4:10).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(259) – JOSÉ E O ABISMO

JOSÉ E O ABISMO

 

 

Como vimos no folheto 178, o abismo é a terra; e foi criado o abismo antes dos homens (Pv. 8:26-27; Sl. 104:5-6). Sendo este mundo onde vivemos um abismo medonho e coberto de trevas, “No princípio criou Deus o céu e a terra. A terra, porém estava sem forma e vazia (caos total). E havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn. 1:1-2). A casa preparada por aquele deus para os homens que ia criar, era um abismo tenebroso; um caos total. A idéia de que antes do pecado de Adão, isto aqui era um mar de rosas é inteiramente falso. Jeová afirmou que o caos começou com o pecado, em Gênesis 3:17-19, o que não é verdade. Hoje, a ciência prova que os homens primitivos, que viveram centenas de milhares de anos antes de Adão, viviam num mundo adverso, lutando contra feras e contra a fúria das tempestades. Com o passar dos anos descobriram quais eram as plantas e frutas venenosas, quando morriam por as comer. Eram dizimados por pestes, e tiveram que lutar muito para não serem devorados pelas bestas feras. Em meio ao desespero tiveram de inventar os machados de pedra lascada e lanças pontiagudas, pois viviam no meio de um verdadeiro inferno. Por falar em inferno, encontramos textos bíblicos revelando que inferno e abismo são a mesma coisa. Davi disse: “Jeová, fizeste subir a minha alma da sepultura; conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo” (Sl. 30:3).. Na passagem em que Nabucodonosor é figura de Satanás, (segundo a teologia), lemos: “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao altíssimo. E contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo” (Is. 14:13-15). Sendo o abismo também o inferno, o anjo e rei do abismo, isto é, do inferno, é Abadon, que quer dizer: “Destruidor” (Ap. 9:11). Quando Jeová declara a Faraó que o abismo o exaltou, está declarando que o poder maligno do inferno, o exaltou (Ez. 31:1-4). O abismo é algo tão medonho e infernal, que os dois mil demônios expulsos do gadareno rogaram a Jesus que não os mandassem para lá (Lc. 8:26-31). Pois bem. No Velho Testamento lemos que José, filho de Jacó, recebeu as bênçãos do abismo, isto é, do inferno. Será isso possível? Quando Jacó, antes de morrer, reuniu seus filhos e os abençoou, na vez de José disse: “Pelo deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-Poderoso, o qual te abençoará com as bênçãos dos céus de cima, com as bênçãos do abismo que está embaixo” (Gn. 49:22-25). E repete em Dt. 33:13. Da mesma maneira que o céu fica em cima e o inferno embaixo (Pv. 15:24), o abismo fica em baixo e o céu em cima. Mas a pergunta que nos assalta o pensamento é: Quais as bênçãos do abismo conferidas a José? É simples. Foram as bênçãos de Faraó. Recordemos a história: Jacó e toda a sua família habitavam em Canãa (Gn. 37:1). E Jacó amava a José, filho de Raquel, mais que a todos os seus irmãos, que eram onze. Estes, por inveja e ódio venderam-no a uns ismaelitas (Gn. 37:27). Os ismaelitas, por sua vez, indo ao Egito, venderam José a Potifar, eunuco de Faraó (Gn. 39:1). Potifar teve seus negócios multiplicados porque a bênção de Jeová estava sobre José, e Jeová é o deus do ouro e da prata (Gn. 39:1-5). José era formoso de parecer, e por isso a mulher de Potifar pôs os olhos nele, e também tentou seduzi-lo. José escapou, mas seu vestido ficou na mão dela, que sentindo-se desprezada acusou-o diante de Potifar, por vingança (Gn. 39:6-15). Potifar entregou José na casa do cárcere, onde estavam presos o copeiro e o padeiro do rei (Gn. 39:20; 40:1). Estes homens contaram seus sonhos a José, e este os interpretou pela revelação de Jeová. Não é que Jeová conhecesse o futuro, mas ele mesmo é quem manipulava todas as coisas, e o comportamento das pessoas; por isso é que surgiu a doutrina da predestinação, que, se fosse verdade, não adiantaria o condenado se converter; e o salvo podia pecar quanto quisesse, pois na última hora se converteria. A isso poderíamos chamar, o chiqueiro do Senhor. O fato é que, de acordo com os sonhos, o copeiro de faraó, em três dias foi restaurado no seu antigo cargo, mas o padeiro, ao terceiro dia foi enforcado (Gn. 40:1-23).

Aconteceu que Faraó teve um sonho terrível, depois de dois anos. Sonhou que estava em pé diante do rio, e eis que subiam do rio sete vacas, formosas a vista, e gordas de carne, e pastavam no prado. E eis que do rio, subiam após elas outras sete vacas, feias a vista, e magras de carne. E as sete vacas magras comiam as sete vacas gordas. Depois sonhou Faraó outra vez; e eis que brotavam do mesmo pé, sete espigas cheias e boas; e eis que sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental, brotavam após elas. E as espigas miúdas devoravam as sete espigas grandes e cheias. Então acordou Faraó, e pela manhã o seu espírito perturbou-se, e mandou chamar todos os adivinhadores, e sábios do Egito. Contou-lhes os sonhos, mas nenhum pode interpretá-los. Vendo Faraó indignado, lembrou-se o copeiro, de José, e narrou a Faraó como interpretara seu sonho. Faraó mandou trazer José da prisão, e este, ouvindo os sonhos, os interpretou da parte de Jeová, dizendo: Os dois sonhos são um só, e deus notificou a Faraó o que vai fazer. As sete vacas gordas são sete anos de fartura, e as sete vacas magras e feias serão outros sete anos de fome. O mesmo quadro se repete nas sete espigas cheias e nas sete espigas miúdas e queimadas. Vai haver sete anos de fartura, e em seguida sete anos de fome. Faraó deve precaver-se cobrando um quinto da produção em todo o Egito por sete anos, para enfrentar os outros sete anos de fome. O espírito de Faraó se acalmou, e disse a José: “Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo; somente no trono eu serei maior que tu. Toma o meu anel na tua mão. E Faraó vestiu José de vestes principescas, e colocou um colar de ouro no seu pescoço. E o fez subir no segundo carro que tinha, e clamavam diante dele: AJOELHA! E disse Faraó a José: Eu sou Faraó, porém ninguém levantará a mão ou o pé em toda a terra do Egito.” Estas são as bênçãos do abismo, profetizadas por Jacó em Gn. 49:25 e por Moisés em Dt. 33: 13. José recebeu as bênçãos do inferno? Se abismo e inferno são a mesma coisa, foi isso mesmo que recebeu. E Jacó também, pois José o levou para o Egito com toda a família. Mas quem é Faraó para poder dar as bênçãos do inferno?  Faraó é o dragão. Quem diz é o profeta Ezequiel. “Assim diz o Senhor Jeová: Eis-me contra ti, ó Faraó, rei do Egito, grande dragão, que pousas no meio dos teus rios” (Ez. 29:3). E quem é o dragão? “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada diabo e satanás, que engana todo o mundo” (Ap. 12:9). Ora, se o diabo é o dragão, Faraó é figura de Satanás, e a bênção do abismo que José recebeu vindo de baixo, foi dada por Satanás, o príncipe deste mundo. Pode um homem justo, puro, fiel e santo como José ser entregue por Jeová na mão de Satanás? Claro que pode, pois se Jeová entregou o fiel e justo Jó na mão de Satanás, porque concordaram ambos que na provação e na dor Jó blasfemaria de Deus, porque não entregaria também a José? A um provou com miséria e angústia, e a outro provou com poder e glória. No caso de José há um detalhe que deve ser observado, Jacó declarou que quem deu a José as bênçãos do abismo, isto é, do inferno, foi Jeová, o todo-poderoso (Gn. 49:25). Quais são as bênçãos do inferno? Riqueza, poder e glória, poder secular, poder político; todas as coisa que põem em risco a alma dos homens.

José, entretanto faz uma declaração. Toda essa história foi planejada e executada por Jeová (Gn. 45:4-8). E o que planejava? O cativeiro no Egito e a  corrupção do seu povo, pois Ezequiel diz: “Houve duas mulheres, filhas de uma mãe. Estas prostituíram-se no Egito; prostituíram-se na sua mocidade; ali foram apalpados os seios da sua virgindade” (Ez. 23:2-3). É claro que o todo poderoso poderia ter evitado isso, pois disse: “Eu sou o oleiro, e vós o barro”(Jr. 18:6).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(258) – LADRÕES E SALTEADORES – III

LADRÕES E SALTEADORES III

 

Na primeira carta do apóstolo João, lemos: “Na caridade não há temor, antes a perfeita caridade lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em caridade” (I Jo. 4:18). Que é que João está tentando ensinar? Ele afirma que quem teme, teme o castigo, e porque teme deixa de fazer inclusive o necessário, e assim nunca chegará à perfeição. O temor é prova de imperfeição. Na vida espiritual, se a caridade existe, esta lança fora o temor. O texto diz: “A perfeita caridade”. Se há uma caridade que é perfeita, existem muitas que não são perfeitas.

Vamos focalizar aqui uma caridade que não é perfeita. O mandamento da lei manda amar a Deus sobre todas as coisas, a ao próximo como a nós mesmos (Mt. 22:34-40; Dt. 6:5; Lv. 19:18).

No Velho Testamento lemos que quem fere é Jeová: “Deus disparará sobre eles uma seta, e de repente ficarão feridos” (Sl. 64:7)“Deus ferirá gravemente a cabeça dos seus inimigos e o crânio cabeludo do que anda em suas culpas” (Sl. 68:21). “Acendeu-se a ira de Jeová contra o seu povo, e estendeu a sua mão contra ele, e o feriu. Os seus cadáveres eram como o monturo no meio das ruas” (Is. 5:25). Está escrito que Jeová fere, e também cura (Os. 6:1; Jó 5:18). Está também escrito, que, se um servo de Jeová ajuda ao ímpio, o que ajuda é culpado, por isso os israelitas temiam ajudar alguém ferido, ou na miséria, ou pestiado como Jó; pois tinham certeza que o tal estava debaixo de maldição por algum pecado grave. Temos um caso interessante na Bíblia. Jeosafá, rei de Judá, era bom, e andou nos caminhos de Davi. E Jeová confirmou o reino na sua mão, e teve riquezas e glória (II Cr. 17:1-6). Jeosafá, entretanto, cometeu um erro. Casou com a filha de Acabe, e em conseqüência se aliou a ele na guerra (II Cr. 18:1-3). Jeová enviou um vidente para repreender Jeosafá, que lhe disse: “Devias tu ajudar ao ímpio, e amar aqueles que a Jeová aborrecem? Por isso virá sobre ti grande ira da parte de Jeová” (II Cr. 19:1-2). Para Jeová não importa se a pessoa é boa e fiel. Tropeçou paga caro. Não importa tempo de serviço caprichado, recheado de sacrifícios. O pobre Moisés serviu a Jeová quarenta anos humildemente, suportando todo tipo de pressões e tensão. Era tanta, que Moisés achou muito pesado o cargo e pediu a morte (Nm. 11:11-15). Depois dos quarenta anos Jeová não levou em conta a fidelidade de Moisés e proibiu-o de entrar na terra prometida (Dt. 34:1-5). Quando Davi levou a arca do testamento para Jerusalém, o carro pendeu de um lado, e Uza, com a mão protegeu a arca que estava caindo. Então a ira de Jeová se acendeu contra Uza, e o feriu ali pela imprudência; e morreu ali, junto à arca (II Sm. 6:1-7).

Passemos para uma parábola contada por Jesus a um doutor da lei, que lhe perguntou dizendo:“Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Jesus lhe disse: Que está escrito na lei? Ele respondeu e disse: Amarás a Jeová teu deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao próximo como a ti mesmo. Disse Jesus: Respondeste bem; faze isso e viverás. E ele disse a Jesus: E quem é o meu próximo? E respondeu Jesus: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu na mão dos salteadores, os quais o despojaram, e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. Ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um levita, chegando aquele lugar, e vendo o passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele, e vendo-o moveu-se de íntima  compaixão. E aproximando- se, atou- lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo- o na sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele. E Jesus perguntou ao doutor da lei: Qual, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia. Disse pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira”(Lc. 10:25-37). Ora, o sacerdote ministrava no templo, e o levita servia: e ambos conheciam sobejamente o Velho Testamento e a lei de Jeová. Para eles, um homem ferido era maldito de Jeová. Diz o salmista: “Jeová guarda a todos os que o amam, mas todos os ímpios serão destruídos” (Sl. 145:20). “O mal perseguirá os pecadores, mas os justos serão galardoados com o bem” (Pv. 13:21)“A maldição sem causa não virá” (Pv. 26:2).

Como, pois iriam socorrer o ferido, se era maldito de Jeová? Poderiam pagar com a sua vida como Uza, ou como os filhos de Arão (II Sm. 6:6-7; Lv. 10:1-2). O temor anulou a caridade, e passaram de largo. O sacerdote e o Levita foram assaltados e saqueados na coisa mais preciosa que o ser humano tem: “A CARIDADE”. O sacerdote e o levita, que adoravam a Jeová, foram saqueados da caridade pela guarda da lei e pelo temor, e incrivelmente, o samaritano, que adorava os bezerros de Jeroboão, tinha caridade. É de arrepiar os cabelos.  Jeová obriga a guardar o Sábado. Conheci dois irmãos. Um deles era adventista. Os dois trabalhavam com fotografia. O não crente vendeu ao irmão adventista sua máquina fotográfica. Depois de um ano pegou um trabalho que só aquela máquina fazia. Era Sábado. O trabalho era urgente. Telefonou para o irmão, e, pediu a máquina emprestada. O irmão se negou, afirmando que no Sábado era ilícito trabalhar. O outro, então lhe disse: Mas eu não sou crente, e assumo a responsabilidade diante de Deus. Se eu não fizer o trabalho perco o freguês. O que guardava a lei respondeu: Se eu te emprestar a máquina, serei cúmplice; não vou quebrar a lei do meu deus. Fica claro que a guarda da lei e do Sábado anulam a caridade pelo temor; e aquele que teme não é perfeito em caridade (I Jo. 4:18).

Vamos narrar um caso bíblico escabroso do Velho Testamento. “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem sincero, reto e temente a Deus, e desviava-se do mal. E nasceram- lhe sete filhos e três filhas. E era o seu gado sete mil ovelhas e três mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentos jumentos, e muita gente a seu serviço. Era este homem o maior que todos os do oriente” (Jó 1:1-3). “E num dia em que os filhos de deus vieram apresentar-se perante Jeová; veio também Satanás entre eles. E Jeová disse a Satanás: Donde vens? E Satã respondeu: De rodear a terra e passear por ela. Disse Jeová a Satã: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, temente a deus, e desviando-se do mal. Então respondeu Satã a Jeová, e disse: Porventura teme Jó a deus debalde? Porventura não o cercaste tu de bens a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? Tua benção está sobre ele; mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti na tua face” (Jó 1:6-11). O plano de Satanás era pegar Jó de assalto. Matando os dez filhos, dizimando os rebanhos, e queimando as propriedades, era o caminho para saquear Jó por dentro, roubando-lhe a sinceridade, a pureza de sentimentos, a retidão. Jeová não podia concordar com Satanás. Era obrigatório proteger e guardar seu servo de acordo com sua própria palavra. “Jeová ama o juízo e não desampara os seus santos; eles são preservados para sempre; mas a descendência dos ímpios será desarraigada” (Sl. 37:28).

Salmo 121 é um cântico que exalta a fidelidade de Jeová em guardar seus servos. Mas contrariando suas promessas, concordou com Satanás. Como pode ser isso? O grave do problema é que Satanás disse a Jeová: “Toca nele”. E Jeová o autorizou, isto é, assumiu o propósito de saqueá-lo espiritualmente. Todos os filhos mortos, os rebanhos dizimados, os campos devastados pelo fogo, mas Jó disse: “Jeová deu, Jeová tirou. Bendito seja o nome de Jeová” (Jó 1:21). Depois dessa prova terrível, Satanás volta a carga, pois sabe que o homem é carne e carne é corrupção (I Co. 15:50). E pela segunda vez Jeová concorda com o plano satânico, de destruir Jó por dentro. Sua mulher, vendo-o leproso, lhe diz: “Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a deus, e morre” (Jó 2:9). Jó não caiu, mas sua mulher foi saqueada por Jeová; que poderia tê-la ganho guardando seu marido.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira