Arquivos

(257) – LADRÕES E SALTEADORES – II

LADRÕES E SALTEADORES II

 

Jesus Cristo antes da morte e ressurreição, nunca dirigiu a sua doutrina a não ser para o seu povo, os judeus. Vejamos o que declarou quando enviou seus doze discípulos: “Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou dizendo: Não ireis pelo caminho das gentes, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt. 10:5-6). E depois disse: “Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt. 15:24). Jesus, nascido em carne, era o Messias de Israel. Ele mesmo o declarou quando dialogava com a mulher samaritana, aquela que teve cinco maridos. Quando ela disse:“Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo. Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo” (Jo. 4:25-26). E o apóstolo Paulo revela que Jesus, só foi de Israel segundo a carne. “Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito, eternamente. Amem” (Rm. 9:3-5). Sendo assim, a mensagem de Jesus era só para os judeus, e o assunto era o Velho Testamento e a história do povo hebreu.

Quando falou: “todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram” (Jo. 10:8), a palavra ovelha designava o rebanho de Deus no Velho Testamento. E quando falava dos ladrões e salteadores, falava dos falsos profetas, falsos sacerdotes, falsos reis e falsos príncipes. Jesus não se referia aos falsos deuses das nações pagãs. Não falava de outras religiões. O que Jesus poderia enquadrar como ladrões e salteadores, foram os sacerdotes, pois recebiam dízimos e ofertas alçadas e viviam como nababos. O dízimo era para manutenção do templo e sustento dos levitas e sacerdotes. Jeová disse: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa” (Ml. 3:10).

Outro que poderia estar enquadrado foi o rei Salomão, que cobrava violentos impostos do povo de Israel. Era tanto, que após a morte do rei, o povo foi pedir a seu filho Roboão que os aliviasse de tão pesado jugo. Eles clamaram assim: “Teu pai agravou nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai, e o seu pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos” (I Rs. 12:4). O filho de Salomão, de nome Roboão, tomou conselho errado com os jovens de seu tempo, e recebeu o seguinte conselho, como resposta para o povo: “O meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai. Meu pai vos carregou de um jugo pesado, ainda eu aumentarei o vosso jugo. Meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões” (I Rs. 12:10-11). Esse foi o ardil usado por Jeová para dividir o reino em dois. Seriam esses os ladrões e salteadores? É possível que não, pois a mensagem de Jesus Cristo é transcendente. Jesus pregava o desprezo aos bens e riquezas deste mundo (Mt. 6:19-20; 19:16-21).

Ao falar de ladrões e salteadores Jesus se referia ao poder de castrar psiquicamente os homens. O poder de roubar a alma saqueando os atributos inerentes à natureza humana. Por exemplo: Paulo revela que todos os que estão debaixo da lei são escravos: “Dizei-me os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre. Todavia o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa. O que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos; um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde a Jerusalém, que agora existe, pois é escrava com os seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é a mãe de todos nós” (Gl. 4:21-26). O texto é claro. A lei de Jeová produz escravos, isto é, pessoas que não são donas de si mesmas, isto é, que não são livres, isto é, não tem vontade.

Uma das principais funções de Jesus Cristo foi a de libertar os judeus do jugo da lei de Jeová. Na mesma carta aos Gálatas, Paulo explica: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído” (Gl. 5:1-4).Jeová, pela lei, castrou e escravizou o seu povo Israel; e Cristo tem o poder de libertá-los desse jugo maligno, restaurando suas potências, memória, entendimento, vontade e livre arbítrio.

Jeová não admitia a iniciativa particular. Tomamos como exemplo os dois filhos de Arão, o sumo sacerdote. Nadabe e Abiú, seus filhos, tomaram cada um o seu incensário, e puseram nele fogo, e puseram incenso sobre ele, e trouxeram fogo estranho perante a face de Jeová, o que não lhes ordenara. Então saiu fogo de diante de Jeová, e os consumiu, e morreram perante Jeová (Lv. 10:1-2). É evidente que Nadabe e Abiú não fizeram aquilo com o objetivo de desrespeitar Jeová, mas para agradar. Descobriram um incenso diferente, e pensaram que isso teria um valor pessoal na sua adoração, mas se enganaram. Jeová obriga a agir mecanicamente. Não havia vida naqueles rituais. É por isso que Jesus disse à mulher samaritana: “Vós adorais o que não sabeis” (Jo. 4:22). Era uma adoração cega. O povo de Israel era cego. E quem o cegou? O próprio Jeová. O profeta Isaías recebeu de Jeová o dom de cegar o povo quando se apresentou para servi-lo. Jeová então lhe disse: “Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o coração deste povo, e endurece-lhes os ouvidos, e fecha-lhes os olhos; não venha a ele ver com os seus olhos, e a ouvir com os seus ouvidos, e a entender com o seu coração, e a converter-se, e a ser sarado” (Is. 6:9-10). O Velho Testamento é feito de figuras, mas o povo não conhecia nenhuma (I Co. 10:1-6). É cheio de alegorias, isto é, parábolas, mas o povo não conhecia nenhuma (Gl. 4:21-26). Adão é figura, mas nem Israel, e para a vergonha cristã, nem a Igreja sabe de quem é figura (Rm. 5:14). O jardim do Éden é figura. Os quatro rios que regavam o jardim são figuras. Ninguém conhecia nada, nem os sacerdotes, nem os profetas. Todos cegos. “Porque Jeová derramou sobre vós, um espírito de profundo sono, e fechou os vossos olhos, os profetas; e vendou as vossas cabeças, os videntes. Pelo que toda a visão vos é como as palavras de um livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo: Ora lê isto; ele dirá: Não posso, porque está selado” (Is. 29:10-11). O povo estava tão cego e incapaz, que o Messias veio, mas não o reconheceram, apesar de tantas profecias. O povo, os profetas, os sacerdotes tinham sido reduzidos a um processo de proibições e rituais repetitivos e obrigatórios, que os anularam psiquicamente. Foram feitos escravos. Paulo chamou isto de espírito de escravidão (Rm. 8:15; Gl. 4:21-25). Foram assaltados e roubados no mais precioso que existe no homem: A liberdade de pensar, escolher, julgar e fazer. Quando veio o Messias não o reconheceram, porque um véu espesso fora colocado no seu coração (II Co. 3:15-16). Só Jesus Cristo pode libertá-los desse jugo, e devolver-lhes o dom de pensar e agir livremente. O dom da liberdade (Jo. 8:36).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(256) – LADRÃO E SALTEADOR

LADRÕES E SALTEADORES

Jesus fez pronunciamentos que tem dado dor de cabeça aos teólogos e estudiosos das Sagradas Escrituras. Uma delas, reproduzimos aqui: “Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo. 10:8-10). A quem Jesus se referia, quando disse; todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores? Referia-se a Assur, deus dos Assírios? Amom, deus dos Egípcios? Dagon, deus dos filisteus? Marduque, deus dos babilônicos?  Ormuzd, deus dos persas? Zeus, deus grego? Eram às centenas os deuses. A quem Jesus se referia? “A TODOS”. Por que Jesus não excetuou o deus de Israel? Por que não ressalvou o nome Jeová? Jesus foi categórico dizendo: TODOS QUANTOS VIERAM ANTES DE MIM. Não estamos acusando nenhum nome.

Analisemos a vida e a doutrina de Jesus Cristo, para tirarmos alguma conclusão sobre o assunto em questão. Nós vivemos, todos os homens, numa esfera material e física; Jesus viveu em outra esfera, a espiritual. Vejamos o que pregou: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e os ladrões minam e roubam, mas ajuntai tesouros no céu, onde não há traças nem ladrões” (Mt. 6:19-20). A riqueza de Jesus é na esfera espiritual. Ele disse aos escribas e fariseus, os religiosos do seu tempo: “Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo” (Jo. 8:23). A salvação que Jesus pregava, era para arrancar o homem da esfera material e assim adequá-lo para viver na esfera espiritual do reino de Deus, que não faz parte deste mundo (I Jo. 2:15-17;  Tg. 4:4; Jo. 17:13-16).

Jesus, ao ser crucificado, o foi entre dois ladrões e salteadores (Mt. 27:38; Lc. 23:39-41). É assombroso que Jesus pregou e viveu o amor, e foi morto como ladrão (Jo. 13:34; 15:13). Pregou a virtude e a caridade, e foi morto como ladrão e salteador (Mt. 6:19-20; 19:16-24). Jesus foi humilde e pregou a humildade, e foi morto como ladrão (Mt. 11:29; Is. 53:2-3). Jesus renunciou a tudo e pregou a renúncia, mas foi morto como ladrão (II Co. 8:9; Fl. 2:4-8; Lc. 14:33). Jesus pregou a justiça, mas foi morto como ladrão (Mt. 5:20).  Jesus era o Messias prometido e esperado para assentar no trono de Davi e dominar os reinos deste mundo com vara de ferro, mas foi rejeitado, despojado, escarnecido e crucificado. Quem foram os salteadores que saquearam espiritualmente a Jesus? Foram seus patrícios, os judeus. Foram os príncipes e sacerdotes que incitaram os escribas e fariseus, e estes por sua vez incitaram o povo; e a massa gritava a Pilatos: crucifica-o, crucifica-o . Pedro afirma que foram os Judeus que o crucificaram (At. 2:36). Os soldados romanos apenas deram cumprimento ao pedido dos Judeus, pois Pilatos disse: “Eu lavo as minhas mãos do sangue deste justo” (Mt. 27:23-31). Há outros textos que imputam aos judeus a responsabilidade da morte de Jesus (At. 3:14-15; 5:30; 13:27-32).

No Velho Testamento, e no tempo dos Assírios, Babilônicos, Persas, Gregos e Romanos, as cidades fortificadas eram objeto da cobiça dos reis, que formavam grandes exércitos para assaltar, saquear, tomar mulheres e escravos. Era uma carnificina. O reino vencido ficava tributário. Esse método desumano foi usado por Israel a mando de Jeová. Leiamos o texto: “Quando te chegares a uma cidade a combatê-la, apregoar-lhe-ás a paz. E será que, se te responderem em paz, e te abrir, todo o povo que se achar nela te será tributário e te servirá” (Dt. 20:10-11). “Mas se te resistir, então a sitiarás, e Jeová teu deus a dará na tua mão, e passarás a fio de espada todo o varão, salvo somente as mulheres e as crianças e os animais; porém, todo o despojo tomarás para ti” (Dt. 20:12-14). A história dos povos enquadra o povo de Jeová, como um bando de nômades que andavam assaltando, matando e saqueando outras tribos. E sob o comando de Jeová. Sendo assim, Jeová nada acrescentou no desenvolvimento social e cultural do seu povo.

Quando os povos em geral evoluíram socialmente e culturalmente, o deus Jeová se tornou paciente, meigo e salvador?

Hoje, a barbárie, o ódio, o vício, as atrocidades, a corrupção, as taras, o crime organizado, o tráfico, a corrupção de menores, o terrorismo, sequestros, chacinas, prostituição, tudo aumenta com a evolução do homem, e deus tolera? Incoerência. Mas voltamos ao passado: Jeová ensinou o seu povo a assaltar e saquear. Leiamos os textos bíblicos dessa escola divina. Sofonias, profeta que profetizou antes do cativeiro babilônico, portanto, entre 640 AC e 587 AC, quando Judá foi para o cativeiro, declarou da parte de Jeová: “Tão certo como eu vivo, diz Jeová dos exércitos, o Deus de Israel, Moabe será como Sodoma, e os filhos de Amom como Gomorra, campo de ortigas e poços de sal, e assolação perpétua; o resto do meu povo os saqueará; e os possuirá” (Sf. 2:9). Mil anos antes fez seu povo saquear o Egito (Ex. 3:19-22; 12:35-36). Na ocupação de Canãa, chefiados por Josué, ordenou o saque dos povos de Canãa depois dos assaltos (Js. 6:19, 21, 24). Durante os mil anos seguintes, entregou Israel ao saque e aos assaltantes, por causa da desobediência. “A ira de Jeová se acendeu contra Israel, e os deu na mão dos roubadores, e os roubaram; e os entregou na mão dos inimigos em redor, e não puderam estar de pé diante dos inimigos. Por onde quer que saiam, a mão de Jeová era contra eles para mal” (Jz. 2:14-15). Nesse período dos juízes foram 380 anos de saques contra Israel. Quando Nabucodonosor destruiu Jerusalém, saqueou e destruiu o templo de Jeová (II Cr. 36:18-19). Isso aconteceu no ano 587 AC.

Mas, Jeová prometeu restaurar o trono de Davi; promete levantar um rei para reinar com vara de ferro sobre as nações. Disse Jeová: “Eu, porém, ungi o meu rei sobre o meu santo monte de Sião. Recitarei o decreto: Jeová me disse: Tu és meu filho, eu hoje te gerei. Pede-me e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro” (Sl. 2:6-9). É claro que isso ainda não aconteceu, e a Igreja aguarda ansiosa o cumprimento dessa profecia, que será cumprida num tempo onde os povos estarão evoluídos socialmente, culturalmente, e historicamente, isto é, no tempo das viagens interplanetárias, da energia nuclear, do conhecimento do genoma humano, isto é, o conhecimento do DNA, o código da vida.

Neste tempo de tanta evolução científica, Israel será restaurado. O Messias se assentará no trono de Davi. “Os filhos dos estrangeiros edificarão os teus muros, e os seus reis te servirão. As tuas portas não se fecharão, e estarão abertas continuamente, para que tragam a ti as riquezas das nações, porque a nação ou reino que não te servirem, perecerão e serão assolados” (Is. 60:10-12)“Vos sereis chamados sacerdotes e ministros de Jeová; e comereis a abundância das nações” (Is. 61:6). O que estes textos revelam é que os povos serão tributários debaixo do jugo hebreu, ordenado por Jeová. Os povos tendem a evoluir historicamente, cientificamente e culturalmente. Jeová não, pois ele não muda (Ml. 3:6). Seu governo será sempre draconiano e truculento segundo a profecia. O reino de Cristo será diferente. Paulo declarou. “O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz, e paz, e alegria no Espírito Santo”(Rm. 14:17). Se Jesus fosse aprovar no futuro a política de Jeová, não teria dito: “Os que vieram antes de mim, são ladrões e salteadores” (Jo. 10:8).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(255) – A FÉ E A LEI

A FÉ E A LEI

Pergunta-se: Que é a fé? A bíblia dá uma resposta: “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hb. 11:1). Fé é uma coisa que ninguém vê, só o que a tem, e porque tem fé, tem esperança de conseguir. Isso é fé.

Mas que é fé? Para o cristão, fé é crer em Jesus Cristo, como único e suficiente Salvador. Por que único? Pedro disse: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos” (At. 4:12). Com estas palavras Pedro está declarando que todos neste mundo estão perdidos e condenados; e precisam ser salvos, isto é, precisam sair deste abismo negro, cheio de doenças, pestes, pragas, guerras, miséria e morte como prêmio final. Mas, que é fé afinal? Fé é ter convicção absoluta de que nada posso fazer por mim mesmo para escapar das maldições ordenadas por Jeová no livro de Dt. 28:15-68. Estas terríveis maldições foram ordenadas para os hebreus quando Moisés transmitiu a lei de Jeová, mas se estenderam a todos os povos, mesmo os que nunca ouviram falar de Jeová, o deus deste mundo, que declarou pela boca de Davi: “Minha é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl. 24:1). Mas, se um homem for bom e justo, e cheio de boas obras, está perdido e condenado? O apóstolo Paulo responde a esta questão, dizendo: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não das obras, para que ninguém se glorie” (Ef. 2:8-9).

Existem dois tipos de obras boas: As obras da caridade pessoal, e as obras da lei. As obras da lei são as que o jovem rico praticou para ser salvo. Mas Jesus lhe mostrou que faltava a renúncia, por amor aos pobres deste mundo (Mt. 19:16-24). Concluímos que fé é crer com certeza que a obediência aos preceitos da lei apenas provam que alguém é cristão autêntico; as obras da caridade provam que o indivíduo não é egoísta, e alheio aos sofrimentos e infortúnios dos outros. Quando alguém não tem caridade, esse tal é insensível e anormal, pois o homem, como foi criado, é imagem de Deus, e Deus é caridade (I Jo. 4:7-8).

Vamos dar alguns textos que provam que as obras da lei não levam ninguém a Deus. “Nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm. 3:20). Dele quem? Por que Paulo não disse: Deus? O verso seguinte esclarece: “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem” (Rm. 3:21-22). Se no verso 20 Paulo falou DELE, é porque Deus, o Pai, é outro. Textos auxiliares: Rm. 3:24-28; Gl. 2:16.

Vamos colher um pensamento: As obras da lei não levam a Deus, mas afastam de Deus. A parábola do fariseu e do publicano prova que o fariseu, honesto observador da lei, não foi aceito por  Deus. Concluímos que a lei é obstáculo intransponível entre o fiel e Deus. Mas foi Jeová que deu a lei (Dt. 4:1-14; Ex. 24:12; II Cr. 17:9; Is. 5:24; Lv. 26:46).

Se a lei aproxima o homem de Jeová, mas afasta de Deus Pai, Jeová não é o Pai (Lc. 18:9-14).

Mais um pensamento: As obras da lei unem o homem a Jeová e apartam de Deus Pai, logo Jeová deu a lei para que ninguém escape das suas mãos para ir a Deus. Não é lógico isso? Se as obras da lei afastam de Deus, Jeová conseguiu afastar os homens da pessoa de Deus Pai, e também de Jesus (Gl. 5:1-4).

Fé é crer com certeza que, se eu creio em Jesus Cristo como único Salvador, e buscá-lo com todas as minhas forças, Ele não vai me abandonar no meio do caminho como Jeová fez com Israel. O apóstolo João registrou no seu Evangelho as palavras de Jesus dizendo: “O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora”(Jo. 6:37). E Paulo escreveu, para fortalecer nossa esperança: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo” (Fl. 1:6).

Jeová tirou o seu povo, Israel, do Egito com grandes promessas, mas depois abandonou-os no meio do caminho. “Eu não subirei no meio de ti, porquanto és povo obstinado, para que te não consuma eu no caminho” (Dt. 33:3). “O senhor Jeová me disse: Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então disse Jeová: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele.” (Am. 7:8). E Amós continua sua profecia, dizendo: “O senhor Jeová assim me fez ver: e eis aqui um cesto de frutas do verão. E disse: Que vês, Amós? E eu disse: Um cesto de frutos do verão. Então Jeová me disse: Chegou o fim sobre o meu povo Israel; daqui em diante nunca mais passarei por ele” (Am. 8:1). O salmista revela que Jeová é o Sol de Israel (Sl. 84:11). E Jeremias declarou: “Pôs-se o seu sol sendo ainda meio-dia” (Jr. 15:9). Jeová não apenas abandonou o seu povo, mas ainda os entregou às paixões infames. “O meu povo não quis ouvir a minha voz, e Israel não me quis, pelo que eu os entreguei aos desejos dos seus corações, e andaram segundo os seus próprios conselhos” (Sl. 81:11-12). Paulo fez referência a este salmo na carta aos Romanos 1:23-27.

Mas Jeová, além de abandonar o seu povo, e entregá-los às paixões infames para desonrarem seus corpos, ainda contaminou os dons dados ao seu povo para que queimassem os recém nascidos a Moloque (Ez. 20:26). E como se não bastasse tudo isso ainda vigiou o mal sobre eles para que não pudessem se arrepender e mudar de vida (Dn. 9:14; Jr. 44:27). O povo chamava a Jeová, dizendo: “Por que, ó Jeová, nos fazes desviar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para que não te temamos?”  (Is. 63:17). Ora, se Jeová deu a lei para afastar os homens de Deus; e a lei produz as paixões pecaminosas (Rm. 7:5), também endurece o coração, e obriga a pecar.

Com Jesus é diferente. Ele pega o homem totalmente destruído pelo mal e pelo vício, e opera tal transformação, que o apóstolo João chama isso de novo nascimento (Jo. 3:3-6). Paulo chama isso de uma nova criação (II Co. 5:17). E quem opera esse prodígio? O Espírito Santo colocado por Jesus dentro do cristão (I Co. 6:10-11). 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(254) – O ÚLTIMO ADÃO – II

O ÚLTIMO ADÃO – II

O apóstolo Paulo revela que o Adão do jardim do Éden é figura de alguém que deveria vir, e que estava ligado à lei de Jeová. “Porque até a lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei. No entanto a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é figura daquele que havia de vir” (Rm. 5:13-14). É possível identificar a pessoa da qual Adão é figura? Era figura de Jesus Cristo? Não pode ser pelas seguintes razões:

1.  Adão caiu em transgressão, isto é pecou (Rm. 5:12-14), mas Jesus Cristo não pecou (Hb. 4:15; I Pd. 2:21-22). Adão foi figura de alguém que pecou.

2.  A mulher de Adão, seduzida pela serpente, induziu Adão a pecar (Gn. 3:1-6; I Tm. 2:14). Jesus, ao contrário, santificou sua mulher (Ef. 5:25-27). Lá, a mulher derrubou Adão, aqui, o último Adão levantou a mulher (II Co. 11:2-3).

3.  O primeiro Adão legou à sua descendência, pecado e morte (Rm. 5:12). Jesus Cristo, o último Adão, trouxe do Pai, uma herança gloriosa a todos os que crêem: RESSURREIÇÃO E VIDA ETERNA (I Co. 15:21-22).

4.  A primeira Eva, e esse é o nome que Adão lhe pôs, quer dizer MÃE DOS VIVENTES (Gn. 3:20). Mas isso não é verdade, pois ela é a mãe de todos os mortais. “Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e o dom da justiça, reinarão em vida por um só, JESUS CRISTO” (Rm. 5:17). A igreja, que é a última Eva, e esposa de Cristo, é a mãe dos viventes, e a semente que gera esses imortais é a PALAVRA DE DEUS (Lc. 8:11; I Pd. 1:23).

5.  O primeiro Adão é o Pai do cativeiro, pois trouxe a escravidão da corrupção a todos (Rm. 8:19-21). Cristo, o último Adão, liberta completamente o homem, com uma libertação total e perfeita; pois liberta o homem do pecado (Rm. 6:17-18). E libertados do pecado são libertos da morte, pois o salário do pecado é a morte (Rm. 6:23; Ez. 18:4). E são também libertados da lei de Jeová, pois a força do pecado é a lei (I Co. 15:56). E o cristão, percebendo que a sua carne é amiga do pecado (Rm. 7:25), e que a carne se opõe à obra santificadora do Espírito Santo (Gl. 5:16-17), e que, vivendo na carne será condenado à morte eterna (Rm. 8:13); e, percebendo que a carne é o grande mal da vida cristã (Rm. 7:18); o próprio Cristo afirmou que a carne não presta (Jo. 6:63). A única saída para a carne é a cruz; e o cristão, porque ama a Cristo, vai para a cruz. Paulo, admiravelmente, declara pelo Espírito Santo: “Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito” (Gl. 5:24-25). Cumpre-se assim as palavras de Jesus: “Se o filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”( Jo. 8:36).

6.  O primeiro Adão é autor da condenação que pesa sobre toda a humanidade (Rm. 5:18). O último Adão é o autor da graça e da salvação. “A graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens]” (Tt. 2:11; Hb. 12:2).

7.  O primeiro Adão é o fundador do reino da morte, que é o reino de Satanás (Rm. 5:17). Jesus aniquilou o império da morte de Satã, e estabeleceu o reino dos vivos ressuscitados, que é o reino de Deus (Hb. 2:14-15; Cl. 1:12-13); e que já está entre nós (Lc. 17:20-21; Cl. 3:1-3).

Vimos por estes sete argumentos bíblicos que Adão não é figura de Jesus Cristo; mas Paulo declara que Adão é figura daquele que havia de vir (Rm. 5:14). Quem será este, que devia vir? Satanás não é, pois Satã foi quem derrubou Adão através da mulher. Quem seria esse tal? Satã foi pecador e perverso desde o princípio (I Jo. 3:8), mentiroso e enganador desde o princípio (Jo. 8:44; Ap. 12:9). Adão é figura de alguém que viria depois dele e Satanás veio antes. Vamos descobrir o mistério: O jardim do Éden nos traz a solução cabal do problema, pois aquele jardim era uma pálida figura do verdadeiro, que também viria depois. Leiamos a profecia de Ezequiel. “Filho do homem, dize a Faraó, rei do Egito, e à sua multidão: A quem és semelhante na tua grandeza? Eis que a Assíria era um cedro do Líbano, de ramos formosos, de sombrosa ramagem e de alta estatura, e o seu topo estava entre os ramos espessos! As águas o fizeram crescer, o abismo o exalçou; as suas correntes corriam em torno da sua plantação, e ela enviava os seus regatos a todas as árvores do campo. Por isso se elevou a sua estatura sobre todas as árvores do campo, e se multiplicaram os seus ramos, e se alongaram as suas varas, por causa das muitas águas que enviava. Todas as aves do céu se aninhavam nos seus ramos, e todos os animais do campo geravam debaixo dos seus ramos, e todos os grandes povos se assentavam à sua sombra. Assim era ele formoso na sua grandeza, na extensão dos seus ramos, porque a sua raiz estava junto a muitas águas. Os cedros não o podiam escurecer no jardim de deus, as faias não igualavam os seus ramos, e os castanheiros não eram como os seus renovos; nenhuma árvore no jardim de deus se assemelhou a ele na sua formosura. Formoso o fiz com a multidão de seus ramos, E TODAS AS ÁRVORES DO ÉDEN, QUE ESTAVAM NO JARDIM DE DEUS, TIVERAM INVEJA DELE” (Ez. 31:2-9). Fantástico! Jeová revela por Ezequiel, que o verdadeiro jardim do Éden existiu historicamente durante o tempo do Egito, da Assíria, da Caldéia e da Pérsia. Estes quatro grandes reinos existiram num período de tempo de 1500 anos, terminando com o fim do reino de Judá no ano 587 A.C.. Nesse jardim do Éden as nações eram árvores. A Assíria era um cedro, e o Egito outro(Ez. 31:2-3). As águas eram povos (Ap. 17:15). Os regatos enviados eram exércitos conquistadores (Ez. 31:4). As aves do céu são anjos e demônios (Ez. 31:6; Mt. 13:4, 19). Os animais simbolizam raças (Ez. 31:6; Sl. 32:9; Mt. 23:33).

Adão comendo das árvores (Gn. 2:16), simboliza a supremacia de Israel sobre os outros povos (Is. 2:1-3; 61:6). A árvore da vida é a lei (Lv. 18:5, Ez. 20:11). A árvore da ciência é a desobediência. Os quatro rios do jardim são também quatro nações. O primeiro é Pisom (Jordão, que é o reino de Israel). O segundo é Giom (Nilo, que simboliza o Egito (Jr. 46:8-10). O terceiro é o Tigre, que simbolizava a Assíria(Is. 8:7). E o quarto é o Eufrates, que passava por dentro da cidade de Babilônia. Assim, foi regado o jardim do Éden por quatro rios, isto é, Israel foi regado pelo jugo egípcio, depois pelos cananeus no período dos juízes. Os assírios regaram a sangue e escravidão, a Israel (II Rs. 17:20-23). E por último foram regados a sangue na Babilônia de Nabucodonosor. É só ler o livro das lamentações de Jeremias, especialmente o capítulo cinco.

Nesta história toda faltaram dois personagens: Adão e Eva. Eva é figura de Israel, esposa de Jeová (Ez. 16:8; Is. 50:1). A charada está decifrada. O Adão a quem Paulo se refere em  Rm. 5:14, não é Jesus Cristo, mas é alguém com poder semelhante, e esse foi, e é Jeová; o cabeça de Israel, que entregou seu povo na mão de satanás, como aconteceu com Adão e Eva. Adão deveria ter protegido Eva, e Jeová deveria ter protegido Israel, mas o abandonou. E se Jeová é o marido, é o Adão figurado em Gênesis, capítulos 2 e 3. Adão e Eva expulsos do paraíso são Jeová e o seu povo, expulsos de Canaã (o jardim do Éden) (II Rs. 23:27). há uma coisa que precisa ser esclarecida. Jesus não é cabeça de Israel, mas sim da Igreja (Cl. 1:18; Ef. 1:22-23). E Paulo faz uma terrível revelação. “Cristo é cabeça de todo varão, e o varão é cabeça da mulher, e Deus é cabeça de Cristo” (I Co. 11:3). Ora, se Deus não é cabeça dos homens, e Jeová era cabeça de Israel (Is. 43:15), Jeová não é o Pai. Deus só é cabeça de Cristo, porque Cristo é submisso ao Pai, e é mediador entre o Pai e os homens (I Tm. 2:5). Deus, o Pai, não trata com os homens (I Tm. 6:16). Israel foi regado com guerras, vinganças e maldições (Is. 58:11; Jr. 31:12). A igreja de Jesus é regada com amor somente.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(253) – COERÊNCIA – IX

COERÊNCIA – IX

 

Y Jesus Cristo tem um reino que já estava preparado desde a fundação do mundo (Mt. 25:34). Um reino de amor (Cl. 1:13). Reino de paz e alegria (Rm. 14:17). E o reino de Jesus não é deste mundo onde vivemos (Jo. 18:36). E é um reino de justiça (II Pd. 3:13). Esse reino de glória, não é na terra, mas é celestial (II Tm. 4:18). No reino de Jesus Cristo, que é também o reino de Deus, não haverá crimes nem criminosos. Não haverá mentira nem mentirosos, nem inveja, nem soberba, nem egoísmo, crueldade, taras, homicídios, anormais; não haverá ladrões, traidores, vinganças, maldições, nem prisões, nem hospitais, nem bebidas, drogas, fumantes. Não haverá mais guerras nem terroristas. Não haverá bactérias, virus, germes de qualquer espécie; sífilis, enfartes, nem pontes de safena. Não haverá serpentes venenosas, nem aranhas, nem escorpiões, etc. O reino de Cristo nada tem a ver com este mundo.

Y Quem governava este mundo antes de Jesus encarnar? Jeová! Ele disse: “Minha é a terra, e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam” (Sl. 24:1). Esta palavra não tem o sentido de autoria como criador, mas de posse, como dominador. Jeová governa este mundo através dos anjos (Sl. 103:19-22; I Rs. 22:19-23).

Y Jeová se declarou rei deste mundo (Sl. 47:2-8; Is. 43:15; Sl. 22:28; 99:1; 96:10). Durante o seu reinado Jeová ordenava matanças e saques (Js. 6:19-21; 11:18-20; Dt. 2:33-34). O caso do rei Saul é gritante. Jeová ordenou a Saul que matasse Agague, rei dos amalequitas, povo odiado por Jeová há 400 anos; e ordenou também a morte dos homens, mulheres, meninos e meninas, e crianças de peito, tudo. Saul não matou Agague e se tornou maldito de Jeová; e por isso foi rejeitado e condenado à morte com seus filhos (I Sm. 15:1-8; I Sm. 28:18-19; I Sm. 31:1-2). E este juízo veio pela boca de uma feiticeira (I Sm. 28:6-19). Os anjos de Jeová são matadores como ele. (II Rs. 19:35; I Cr. 21:14-17). É interessante notar que Jesus despojou os anjos na cruz. (Cl. 2:14-15). Os anjos querem afastar os cristãos do amor de Deus (Rm. 8:38-39). E Jesus estabeleceu a Igreja para julgar os anjos assassinos de Jeová, durante seu reinado (I Co. 6:1-3).

Y A indagação é a seguinte: Por que o verdadeiro Deus, que é justo, permitiu essas atrocidades? Por que Deus esperou pelo espaço de quatro mil anos até a interferência de Jesus Cristo para despojar os anjos? Ora, a descida de Cristo foi o juízo deste mundo (Jo. 12:31; 16:11). O príncipe deste mundo, a quem Jesus se referia, era um anjo, logo, a vinda de Cristo foi o juízo dos anjos. Os anjos eram submissos a Jeová, mas não a Cristo (Sl. 103:19-22; I Pd. 3:22). Deus, o Pai, estaria esperando até hoje, se Cristo não descesse do céu, pois Cristo é o autor e consumador da fé (Hb. 12:2). Cristo desceu porque quis. O Pai é amor, e o amor não faz guerra, não mata, não condena nem se vinga. O amor só salva e faz o bem. Deus permitiu as atrocidades e as guerras de Jeová (Ex. 15:3; Nm. 21:14; I Sm. 18:17; 25:28), porque o mal e a soberba dos anjos dominadores tinha de se manifestar em obras injustas e perversas. Cristo veio na hora certa e no apogeu dos reinos conquistadores deste mundo. Cada reino era governado por um anjo. O anjo Miguel é o príncipe de Israel (Dn. 10:21; 12:1). Os persas e os gregos, cada um tinha o seu príncipe, isto é, um anjo (Dn. 10:20). O anjo do reino da Pérsia pelejou contra o profeta Daniel (Dn. 10:13). Jesus despojou os anjos, como vimos acima, e as guerras continuam? E são mais técnicas e violentas? Quando Cristo veio a este mundo, foi revelado que a obra dos anjos não foi aprovada. Jesus estabeleceu a Igreja, para continuar sua obra, e a Igreja, a partir do terceiro século começou a comandar as guerras. Parece que os anjos não se submeteram a Cristo, e ainda seduziram a Igreja. Os cânticos  espirituais nas Igrejas só falam de guerras e conquistas. É claro que os anjos serão condenados pelas obras injustas que praticaram, e também os homens serão julgados pelas obras (Ap. 20:11-15; Jo. 5:28-29). E os dois grupos, de anjos e de homens, receberão o mesmo destino, pois no Evangelho de Mateus, lemos: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos” (Mt. 25:41). E por que o destino dos homens maus será o mesmo dos anjos maus? Porque os anjos pecadores são do diabo (II Pd. 2:4). E os homens pecadores também são do diabo; quem afirma isso é o apóstolo João. “Quem comete pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou; para desfazer as obras do diabo” (I Jo. 3:8).

Y O último ponto a ser analisado, é que Jeová, o deus e rei deste mundo, não é diferente dos deuses dos povos pagãos. Todos os povos da antigüidade tinham um deus de guerra. Marte  era o deus da guerra dos romanos. Minerva ou Palhas, era a deusa da guerra. Assim como Roma e Grécia, cada povo tinha o seu deus da guerra. Gastaríamos folhas e folhas enumerando-os. Jeová, porém, era o deus da guerra de Israel. E era o mais poderoso, por isso se auto denominava EL SHADAY. Jetro, sogro de Moisés, exclamou “Agora sei que Jeová é maior que todos os deuses” (Ex. 18:11). Eram todos os deuses da guerra, e Jeová no meio deles disputava a primazia. E para mostrar sua grandeza, fazia guerra aos deuses. Qualquer israelita que prestasse culto a outro deus, era apedrejado até a morte (Dt. 13:6-15). Alguém dirá: Mas naquele tempo Jeová não podia agir diferente. O problema não é o pecado do povo, pois nenhum se salvou, mas era a vaidade de Jeová em se auto-promover usando os cegos como capacho; aliás, ele cegava, para depois usar como capacho (Is. 6:10). Se apedrejando os idólatras algum se salvasse, valeria a pena o apedrejamento. O problema do rei Jeová, é que ele perseguia o desafeto com males terríveis (Dt. 32:22-26). E Jeová, o todo poderoso, vigiava o mal (Dn. 9:14). Jeová nunca vigiou para o bem, mas só para o mal (Jr. 44:27). Ninguém foi capaz de escapar da fúria de Jeová(Am. 9:1-5). Jeová é vingativo e guarda rancor (Na. 1:2). Jeová não pratica a piedade e a misericórdia(Jr. 13:13-14; Jr. 14:11-12; Ez. 8:18). A incoerência está em que Jeová se auto-afirma misericordioso e piedoso (Ex. 34:6-7).

Jesus, porém revelou um Deus diferente, cheio de amor e de perdão. (João 3:16,17). O apóstolo João declarou que Deus é todo feito de amor.(1 Jo 4:7,8). Paulo esclarece que o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1 Cor.13:7). Este não é o caso de Jeová, que fechou os ouvidos dos filhos de Ely porque os queria matar. (1 Sam.2:22 a 25). E matou Uzá, que por zelo tentou segurar a arca que estava caindo. (2 Sam.6: 1 a 7). Com fogo do céu matou os sacerdotes, filhos de Arão, porque trouxeram incenso estranho. (Lev. 10: 1 a 3). Jeová, para cumprir Ex.34: 6,7, devia aconselhar o profeta Elias a não buscar a morte daqueles 102 soldados, para cumprir Ex.34:6,7. Mas não o fez. Incoerência.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(252) – COERÊNCIA – VIII

252 – COERÊNCIA – VIII

 

Paulo disse: “Porque já o mistério da injustiça opera” (II Ts. 2:7). Que é mistério da injustiça? Se é mistério é algo que existe mas ninguém percebe, nem vê. Paulo diz mais: quem detém o mistério da injustiça só será aniquilado quando Jesus voltar; então será revelado o iníquo (II Ts. 2:7-9). Esse iníquo não é Satanás, pois se fosse não seria mistério. Esse iníquo vem segundo a eficácia de Satanás, mas ninguém sabe quem é. Esse mistério está também em Rm. 8:19-23.

Ora, se a justiça de Deus só veio a este mundo através do Cristo encarnado, não havia justiça antes de Cristo. Leiamos alguns textos esclarecedores. Quando Jesus veio da Galiléia ter com João Batista, junto do Jordão, para ser batizado por ele, João se opôs dizendo: “Eu careço ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convêm cumprir toda a justiça” (Mt. 3:14,15). Toda justiça, disse Jesus. Não havia nada de justiça de Deus Pai até o batismo de Cristo, logo, o batismo é coisa séria. Paulo nos diz: “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fossemos feitos justiça de Deus” (II Co. 5:21). Até o batismo Jesus não conheceu pecado, isto é, até os 30 anos (Hb. 4:15). No batismo Jesus assume nossos pecados, e nós somos perdoados. É por isso que Pedro disse aos primeiros convertidos da Igreja nascente: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados” (At. 2:38). Paulo se converteu no caminho de Damasco (At. 9: 3-6). Após a conversão esteve três dias cego, e só recuperou a vista na hora do batismo (At. 9:8-18). Mais tarde, num discurso em sua defesa, Paulo narra que seus pecados só foram apagados pelo batismo. Se Paulo tivesse sido perdoado na conversão teria sido perdoado três dias antes. O texto diz: “E agora, por que te deténs? Levanta-te e batiza-te, e lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor Jesus” (At. 22:16). Em Paulo cumpriu-se a justiça de Deus através de Jesus. Ora, se antes de Jesus não havia justiça, Deus não podia declarar que havia, mas Jeová declarou que havia justiça. “Ouvi-me, vós que conheceis a justiça, vós, povo, em cujo coração está a minha lei” (Is. 51:7). Neste verso, Jeová declarou que a sua justiça estava ligada à lei. No Salmo 119:142, lemos: “A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade.” Mas a justiça não estava na lei, e nem a verdade. Paulo diz: “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem” (Rm. 3:21-22). “Concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei” (Rm. 3:28). Em Gl. 3:12 Paulo afirma que a lei não é da fé, logo Jeová errou quando disse que a justiça de Deus vem para os que guardam a lei (Is. 51:7). Paulo faz uma revelação contundente: “Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou a lei da justiça. Por que? Porque não foi pela fé, mas como pelas obras da lei; tropeçaram na pedra de tropeço” (Rm. 9:31-32).

Se a justiça de Deus não estava na lei de Jeová, a lei opera o mistério da injustiça, e o seu mentor também. Vejamos:

1.  Se no reino de Deus habita a justiça (II Pd. 3:13), por que no reino de Jeová havia injustiça? “Filho do homem, dirige o teu rosto contra Jerusalém, e derrama a tua palavra contra os santuários, e profetiza contra a terra de Israel. E dize a terra de Israel: Assim diz Jeová: Eis que sou contra ti, e tirarei a minha espada da bainha, e exterminarei do meio de ti o justo e o ímpio” (Ez. 21:2-3). E Jeová prometeu que jamais faria uma coisa dessas a AbraãoAinda mais que Jeová declara que guarda as almas dos santos (Sl. 97:10; Sl. 37:28, 39-40; Sl. 31:23).

2.  Se o reino de Deus é um reino de justiça, paz, e alegria no Espírito Santo (Rm. 14:17), por que Jeová reinava pela violência (Ez. 20:33)? Fez de Jerusalém uma fornalha de aflição (Is. 31:9; 48:10).

3.  Jesus e o Pai são um, isto é, o que um faz, o outro faz igualmente. E Jesus disse: “E, se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar” (Jo. 12:47). Ora, se Jesus e o Pai não condenam quem não crê, por que Jeová afiava a espada, e preparava o seu arco com setas inflamadas e mortais? (Sl. 7:12-13).

4.  Se Paulo afirma que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus (Rm. 14:12), “Todos devemos comparecer ante o Tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (II Co. 5:10), por que Jeová cobrava nos filhos e nas mulheres o pecado do marido e pai? (Is. 14: 21). Davi pecou, e Jeová matou seu filho (II Sm. 12:14). Cobrou nos filhos o pecado de Saul (I Sm. 28:18-19; 31:2). Fez o mesmo com Jeroboão (I Rs. 15:29). Morreram também os filhos de Acabe, rei de Israel (II Rs. 10:1-7).

5.  Jeová mentiu quando declarou na lei que os filhos não pagam pelos pecados dos pais: “Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos morrerão pelos pais; cada qual morrerá pelo seu próprio pecado” (Dt. 24:16).

6.  Se Jeová deus é a verdade (Jr. 10:10), se a palavra de Jeová é a verdade (Sl. 119:160), se “a verdade de Jeová é para sempre” (Sl. 117:2), se as obras de Jeová são verdade (Sl. 111:7), se Jeová ama a verdade (Sl. 51: 6), se Jeová é o deus da verdade (Sl. 31:5), por que Jeová colocou o espírito de mentira na boca dos profetas? (I Rs. 22:23).

7.  Os homens são responsáveis pelos seus atos, e responderão por eles no juízo final (Ap. 20:11-15; Jo. 5:28-29). Mas como os maus responderão pelo mal, se Jeová os fez maus? Jeová é o oleiro (Jr. 18:6; Is. 64:8). Paulo apóstolo se refere ao assunto: “O oleiro tem poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra. E que direis, se deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para a glória já dantes preparou” (Rm. 9:21-23). Se o oleiro fabricou os perversos, eles não podem responder pelos seus atos, pois são teleguiados. Isso é injusto e incoerente.

8.  Da mesma forma, se Jeová mudou o coração dos egípcios para que odiassem a Israel (Sl. 105:23-25), eles não são culpados; e sendo inocentes foram feridos com as dez pragas, e depois destruídos no Mar Vermelho. O culpado é o autor. O deus prepotente usou os egípcios, vítimas inocentes, para se projetar.

9.  Se Deus, o Pai, ama os pecadores (Rom 8:5-10; I Jo. 4:10), por que Jeová os odiava?  (Am. 9:8; Sl. 78:59; Sl. 106:40; Am. 6:8; Os. 9:15; Jr. 14:11-14, etc.). Mas Deus, o Pai, é amor, e salva todos (I Jo. 4:7-8; I Tm. 4:10).

10. Se quem vê o Filho de Deus, e crê nele, tem a vida eterna (Jo. 6:40), por que quem vê a Jeová morre? (Ex. 33:18-23). E Moisés, que viu Jeová pelas costas, morreu, e não entrou na terra prometida(Dt. 34:1-5). Mas, Deus, o Pai, é coerente.

 

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(251) – COERÊNCIA VII – A LEI DE JEOVÁ

COERÊNCIA VII

A LEI DE JEOVÁ

1.  É a lei que traz o conhecimento do pecado, pois sem a lei não há nem pecado e nem culpa. Paulo disse: “Onde não há lei não há transgressão (Rm. 4:15). E disse também: “Pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm. 3:20). Ora, a lei proíbe a prática do mal, isto é, do pecado, e em vez de produzir santos pelo temor, produz paixão pelo pecado, pois tudo que é proibido é mais gostoso e desejado. É por isso que Paulo diz: “Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei (I Co. 15:56). “Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, obravam em nossos membros para darem fruto para a morte” (Rm. 7:5). Ora, Paulo disse isso 1.500 anos depois, logo o povo de Israel permaneceu 1.500 anos debaixo das paixões dos pecados, e por causa disso sendo oprimidos com maldições da própria lei, entregues aos cativeiros, e debaixo das vinganças de Jeová. Depois de Cristo, quando os homens estavam mais civilizados, e nesse caso mais responsáveis, foi tirada a lei pela graça de Deus através de Jesus (Tt. 2:11; Rm. 6:14). Os homens, estando mais evoluídos hoje, estão debaixo das mesmas paixões, e todos debaixo da graça? É incoerente. A lei jamais produziu santos, mas produziu grandes e consagrados pecadores.

2.  A lei não fabrica justos. Depois de 1.500 anos debaixo da lei, o povo de Israel estava pior que quando saiu do Egito. Jesus lhes disse: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais duro Juízo” (Mt. 23:14). Todos aparentavam muita religiosidade por fora, mas por dentro a podridão da corrupção e do pecado (Mt. 23:25-27). A lei é uma forja de falsos religiosos segundo o próprio Cristo em suas parábolas. É claro que a lei só produz aparência de justiça. Os próprios sacerdotes, que eram os príncipes do povo judeu, condenaram a Jesus Cristo, e o mataram, segundo as palavras do apóstolo Paulo (At. 2:36; 3:14-15; 5:24-31). Uma coisa é certa. A lei, dada por Jeová no Monte Sinai, não fabrica justos (Rm. 3:10).

3.  A lei não aperfeiçoa o homem. “Se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei de Jeová), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse?” (Hb. 7:11). “A lei nenhuma coisa aperfeiçoou, desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus(Hb. 7:19). Em Cristo, o cristão chega a perfeição. “Até que todos cheguemos a unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, a medida da estatura completa de Cristo (Ef. 4:13). Se a perfeição do caráter só é alcançado em Jesus Cristo, e a lei produz as paixões dos pecados (Rm. 7:5), é possível que a lei seja o elemento endurecedor usado por Jeová para que os Judeus não cressem, e ao contrário, se tornassem inimigos de Jesus a ponto de crucificá-lo (Jo. 12:39-41).

4.  A lei, dada por Jeová no Sinai, não liberta ninguém das suas más inclinações e dos desejos inconfessáveis. A proibição não educa, mas reprime e represa os desejos que com o tempo se tornam incontroláveis. A lei leva os homens a condição de escravos, e não de livres. Paulo esclarece o assunto. “Dizei-me os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. Todavia o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas o que era da livre por promessa. O que se entende por alegoria? Porque estes são os dois concertos; um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde a Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que  é de cima, é livre, a qual é mãe de todos nós (cristãos)” (Gl. 4:21-26). Os que são da lei tem outro espírito, que não é o de cristão. “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: ABBA PAI” (Rm. 8:15). O espírito de adoção de filhos é o que produz liberdade (II Co. 3:17). Fica claro que o espírito da lei é contra o espírito de Cristo, pois Ismael era adversário de Isaque. Não parece que do mesmo Deus procedem os dois, que até hoje são adversários.

5.  A justiça de Deus não está na lei de Jeová, pois lemos na carta aos romanos: “Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou a lei da justiça. Por que? Porque não foi pela fé, ma como que pelas obras da lei; tropeçaram na pedra de tropeço (Rm. 9:30-32). E Paulo continua: “Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para a sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que tem zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e querendo estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram a justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm. 10:1-4). Paulo remata o assunto dizendo: “Ora, Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas” (Rm. 10:5). É a justiça da lei imposta por Jeová, como lemos em Lv. 18:5; Ez. 20:11, 13, 21; Sl. 71:3. O padrão de justiça de Jeová não corresponde ao estabelecido pelo Pai em Jesus Cristo.

6.  A lei só produz soberbos, e nunca humildes. Jesus contou uma parábola. É a história de um fariseu e um publicano. Todo o que guarda a lei, crê que é justo e despreza os outros (Lc. 18:9). Disse Jesus: “Dois homens subiram ao templo para orar; um fariseu, e outro publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo mesmo, desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de tudo quanto possuo.                                                                                             O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim pecador! Digo-vos que este desceu justificado para a sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e  qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado(Lc. 18:10-14). Segundo o padrão de Jeová de Lv. 18:5; Ez. 20:11,13, 21; Sl. 71:3, o fariseu, que era honesto e fiel, sairia justificado do templo. Mas no Novo Testamento, guardar os preceitos da lei não tem valor salvífico. Paulo declara: “Se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde” (Gl. 2:21). “Porque, se os que são da lei, são herdeiros, logo é vã a fé e a promessa é aniquilada (Rm. 4:14).

7.   O padrão de justificação usado por Jeová através da lei, é obstáculo para se chegar à justiça da fé, revelada por Paulo, e por isso mesmo  os sacerdotes e fariseus, a nata religiosa de Israel, crucificou a Jesus. Israel, até hoje, não aceita Jesus  como Messias verdadeiro, e espera em Jeová o que devia vir e não virá mais, pois o que ressuscitou não é o mesmo que morreu (Rm. 7:4; II Co. 5:16).

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(250) – COERÊNCIA VI

250 – COERÊNCIA  VI

 

O apóstolo João revelou aos homens a verdadeira natureza de Deus, dizendo: “Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; Porque Deus é amor” (1 Jo. 4:7-8). No Novo Testamento encontramos três tipos de amor: Ágape, o amor caridade, isto é, amor que está no sujeito e não no objeto. Este é o amor que é Deus. É o amor que ama, mesmo não sendo amado. Este amor se acha em dois versos do Novo Testamento (Rm. 5:8; I Jo. 4:10). Este é o amor que não cessa nunca, e que Paulo define muito bem, dizendo: “O amor é sofredor, e benigno; O amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, o amor nunca falha” (I Co. 13:4-8). Este amor não existe nos homens. Esse dom celestial só pode ser achado no homem através do Espírito Santo. É Paulo quem diz: “O amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm. 5:5; 15:30). Essa obra do Espírito Santo é explicada também por Paulo na carta aos Efésios 3:16-21. O segundo tipo de amor corresponde aos afetos familiares, é o amor Fileo. O terceiro tipo de amor é o amor Eros. Este é o amor possessivo, e está no objeto, não no sujeito. Quando muda o objeto, muda o amor. Esse amor possessivo abrange riquezas, arte, conhecimento das coisas, e também o amor erótico. Mas o nosso estudo se baseia no amor ÁGAPE, definido na primeira carta aos Coríntios 13:4-8 e Efésios 3:16-21.

  1. Se Deus é amor, e o amor não faz o mal (Rm. 13:10), por que Jeová forja o mal, e o pratica? “Fala aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Assim diz Jeová: Eis que estou forjando um mal contra vós, e projeto um plano contra vós: convertei-vos pois agora cada um do seu mau caminho, e melhorai as vossas ações” (Jr. 18:11). “Porque eu pus o meu rosto contra esta cidade para mal, e não para bem, diz Jeová; na mão do rei da Babilônia se entregará” (Jr. 21:10). “Sucederá qualquer mal a cidade, e Jeová não o terá feito?” (Am. 3:6).
  2. Se Deus é amor, e ama a todos neste mundo, e não poupou a vida de seu Filho Jesus Cristo para salvar todo aquele que crê (Jo. 3:16-17; I Tm. 1:15), por que Jeová odeia os ímpios e pecadores? (Sl. 11:5; 5:5; 78:58-59; Ml. 1:2-3).
  3. Se Deus é bom, como afirmou Jesus em Mateus 19:16-17, por que Jeová deu ao seu povo mandamentos que não eram bons? “Rejeitaram os meus estatutos, e profanaram os meus sábados, e os seus olhos se iam após os ídolos de seus pais, pelo que também lhes dei estatutos que não eram bons, e juízos pelos quais não haviam de viver; e os contaminei em seus próprios dons, nos quais faziam passar pelo fogo seus filhos; para os assolar, para que soubessem que eu sou Jeová” (Ez. 20:24-26).
  4. Se Deus, o Pai, é amor, e o amor não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, como está escrito em I Co. 13:5-7, por que Jeová se enfurecia para depois matar? Eis o que vaticinou Jeová ao seu povo Israel: “O que estiver longe morrerá de peste, e o que estiver perto cairá à espada, e o que ficar de resto e cercado morrerá de fome; e cumprirei contra eles o meu furor(Ez. 6:12). “Os filhos comerão os pais, e os pais comerão os filhos no meio de ti, e executarei juízos em ti, espalharei o remanescente aos quatro ventos (Ez. 5:10).
  5. Se no Novo Testamento, o apóstolo, cheio do Espírito Santo, disse: “Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis” (Rm. 12:14), por que Jeová amaldiçoava a seu povo? E por que o anjo de Jeová amaldiçoava os que não eram seu povo? (Gl. 3:10; Jz. 5:23). E Jesus, que é um com o Pai (Jo. 10:30), morreu para nos resgatar das maldições de Jeová? (Gl. 3:13).
  6. Disse Jesus sobre o amor e bondade do Pai: “Amai pois a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque Ele é benigno até para com os ingratos e maus” (Lc. 6:35). Se esse é o sentimento do Pai para com os maus, por que Jeová se deleitava em matar e destruir? “Assim como Jeová se  deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim Jeová se deleitará em destruir-vos e consumir-vos” (Dt. 28:63). Este prazer é mórbido nos homens. Mas…
  7. Se Deus, o Pai, é o Deus da paz, como disse Paulo: “O mesmo Senhor da paz vos dê sempre paz de toda a maneira” (II Ts. 3:16); e continua: “E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações (Cl. 3:15); ora, se o reino de Deus é um reino de paz, alegria e justiça (Rm. 14:17); se Deus chamou-nos para a paz (I Co. 7:15); se Deus é uma fonte de paz que excede o nosso entendimento, e guarda nossos corações e sentimentos em Cristo (Fl. 4:7), por que Jeová é o deus da guerra e da destruição? (Ex. 15:3). Por que Jeová tinha um livro secreto com guerras futuras? (Nm. 21:14). E por que Jeová jurava ódio e guerra eterna contra certos povos? (Ex. 17:16).
  8. Se Deus, o Deus revelado por Jesus Cristo, é amor, e por isso é bom, e quer que todos os homens se salvem, como disse Paulo: “Porque isto é bom  agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade(I Tm. 2:3-4), por que  Jeová predestinou um povo para a perdição? “Mas, ó homem, quem és tu, que a deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro; para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que dizeis se Deus [Jehovah](Jr. 18:1-6), querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição” (Rm. 9:20-22).
  9. Se Deus, por amar os seus filhos, vigia o bem sobre eles até que a obra do aperfeiçoamento seja completa, por isso o apóstolo Paulo declarou: “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fl. 2:13); “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo” (Fl. 1:6); “E o mesmo Deus de Paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts. 5:23), por que Jeová vigiava o mal para destruir o seu povo? “Eis que velarei sobre eles para o mal, e não para o bem; e serão consumidos todos os homens de Judá; que estão na terra do Egito, a espada e a fome, até que se acabe de todo” (Jr. 44:27).
  10. Se o Novo Testamento é a Palavra da Vida (Fl. 2:16), e Paulo, mais uma vez, nos diz que a manifestação e aparição de Nosso Salvador Jesus Cristo aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo Evangelho (II Tm. 1:10), por que a palavra de Jeová matava seus filhos? “Por isso os abati pelos profetas; pela palavra da minha boca os matei” (Os. 6:5).

Jeová manifesta sentimentos totalmente contrários aos do Pai. Analisando as palavras de Jeová, dá para pensar que é Deus, mas analisando suas obras, não encontramos nele nenhum traço do Pai revelado em Jesus Cristo.

 

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(249) – COERÊNCIA – V

249 – COERÊNCIA – V

 

O homem, desde épocas imemoráveis, buscou a um deus. A história de todos os povos revela isso. APIS, deus egípcio, representado por um boi; OSIRIS, principal deus egípcio. E muitos outros. ASSUR, principal deus da Assíria; BAAL, deus dos cananeus;  ASTAROTE, deusa dos sidonios; MILCOM, deus dos Hititas; DAGOM, deus dos filisteus; MARDUQUE, deus babilônico; ORMUZ, deus persa; ARIMÃ, deus do mal na PÉRSIA; BRAMA, grande deus hindu. TRIMURTI, a trindade hindu, composta de BRAMA, o criador. VISNU, conservador; CIVA, o destruidor. Os gregos têm mais de trinta deuses no monte Olimpo. Os romanos, outra carrada de deuses. Citamos alguns nomes para provar que desde o início da história os homens inventam deuses na sua cega busca, adorando o Sol, a Lua, os animais, e o próprio homem quando sentava num trono.

Deus, o verdadeiro Deus, criador de tudo e de todos, resolveu se revelar à humanidade com seus atributos reais, pois os atributos dos falsos deuses, fruto da imaginação humana, eram cruéis e impiedosos, exatamente como são os homens. Mas Deus enviou alguém em seu lugar para realizar tão grande obra. O nome dessa pessoa é Jesus Cristo. E Cristo veio no momento designado já desde a eternidade (Gl. 4:4-5). E a obra que Jesus Cristo realizou revelou o Pai, revelou o caráter do Pai, revelou as obras do Pai, revelou a justiça do Pai, revelou o amor do Pai, revelou a vontade do Pai, a graça do Pai, o reino do Pai e a criação do Pai.

Jesus declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo. 14:6). Não há dois caminhos, mas um só: o caminho dado por Moisés não leva ao Pai. Moisés disse ao povo: Deus está no Monte Sinai (Ex. 19:11, 20). Jesus disse: O Pai está em mim. “Quem me vê a mim vê o Pai(Jo. 14:8-9). O deus revelado por Moisés estava fora de Moisés, e o Deus revelado por Jesus Cristo estava dentro de Cristo. Jesus então explicou esse mistério a Felipe: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, pelas mesmas obras (Jo. 14:10-11). A diferença entre Moisés e Jesus, é que Moisés dizia: Estão vendo aquela coluna de fogo? Aquele é Jeová (Ex. 13:21-22). E Jesus dizia: Querem ver e conhecer Deus? Olhem para mim. Eu e o Pai somos um (Jo. 10:30). Quem quiser conhecer o Pai tem de me conhecer primeiro (Jo. 8:19). Deus, o Pai, o criador, nunca se comunicou com os homens antes de Jesus, por isso Paulo declarou: “Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu, nem pode ver jamais” (I Tm. 6:16). E Jesus também declarou: “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar (Mt. 11:27). Vejamos então como Deus, o Pai, pode ser visto em Jesus Cristo:

  1. O Pai enviou Jesus para mostrar que ele não condena ninguém, e nunca condenou, pois Deus, o Pai, ama as suas criaturas e não quer que pereçam (Jo. 3:16-17).
  2. Deus, o Pai, conhece o estado de miséria moral dos homens e das mulheres. Deus conhece o poder das paixões carnais que arrastam inexoravelmente todos a práticas reprováveis e perversas, mas quer que todos se salvem e venham ao conhecimento da verdade  (I Tm. 2:3-4). Para provar que Deus, o Pai, não condena ninguém, Paulo escreveu: “A graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt. 2:11). E para que não ficasse nenhuma dúvida, Paulo ainda disse o seguinte: “Porque para isso trabalhamos e lutamos, pois esperamos no Deus vivo, que é o salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis” (I Tm. 4:10). Diante de todas essas revelações sobre o caráter magnânimo de Deus Pai, o apóstolo João disse: “Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus, e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” (I Jo. 4:7-8). De Deus não desce nada mau ou danoso ao homem. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em que não há mudança nem sombra de variação” (Tg. 1:17). O Pai sempre foi, é, e será bom e misericordioso, e não muda (II Co. 1:3-4).

Jesus, imagem expressa de Deus, só fez o bem. “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com Espírito Santo e com virtude, o qual andou fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele(At. 10:38). Jesus curava a todos indistintamente. Quando João Batista, da prisão, mandou perguntar-lhe se ele era o Cristo, respondeu: “Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt. 11:4-5). Jesus, contrariando a lei do Velho Testamento, não condenou uma adúltera, pega em flagrante, e ainda a livrou dos que iam apedrejá-la (Jo. 8:1-11). Uma prostituta entrou numa casa onde Jesus fora convidado por um fariseu para comer. Jesus se sentou à mesa e a pecadora levou um vaso de alabastro com ungüento, e ungiu os pés de Jesus, e em pranto banhava os seus pés com lágrimas e os enxugava com os cabelos. O fariseu ficou escandalizado, mas Jesus perdoou os pecados da meretriz, concedendo-lhe a salvação. Jesus declarou, a respeito de si mesmo: “Ninguém tem maior amor do que este; de dar a sua vida pelos seus amigos (Jo. 15:13). Quem eram esses amigos? A resposta está em Mateus 9:9-13.

Jesus revelou aos judeus que o queriam apedrejar: Tenho-vos mostrado muitas obras procedentes de meu Pai; por quais destas obras me apedrejais?” (Jo. 10:32). As palavras que Jesus falava, não era ele que falava, mas o Pai, que nele estava (Jo. 17:7-8). Jesus fez tantas obras boas que não foram registradas. Se fossem, nem ainda no mundo todo poderia caber (Jo. 21:25). E Jesus não cansava de repetir. As obras que eu faço, não sou eu que faço, mas o Pai, que está em mim. As palavras que vos digo, não as digo de mim mesmo (Jo. 14:10).

A pergunta que se faz é a seguinte: As obras que Jesus fez, e as coisas que ensinou, o exemplo que deu, o amor com que amou, tudo vinha de Deus Pai? (Jo. 17:7-10). O apóstolo João viu o amor de Deus nas obras de Jesus, na bondade de Jesus, uma imagem tão perfeita de Deus Pai, que declarou: “No que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (I Jo. 5:20). Pois se é assim a verdade sobre Deus, o Pai de Jesus, por que Jeová se revelou a si mesmo, e de modo tão diverso? Revelou-se aos egípcios com pragas e pestes. Revelou-se diversas vezes com ira furiosa e incontida, disposto destruir o seu próprio povo (Ex. 32:10; Nm. 14:11-12). Apesar de ter prometido a Moisés que o perdoaria (Nm. 14:19-20), não perdoou, e jurou na sua ira que não entraria no seu repouso, isto é, em Canaã, conforme lhe havia prometido (Ex. 3:8-10; Hb. 3:17-19). Se de Deus, o Pai, só vem o que é bom, por que Jeová, ouvindo o clamor do povo faminto, mandou comida, e quando mastigavam, os matou? (Sl. 78:23-31). Por que Jeová se deleita em destruir os pecadores? Deus, o Pai, salva os pecadores e Jeová se deleita em destruí-los? (Dt. 28:63). Se o amor do Pai vem do céu, do reino do seu amor, por que a ira de Jeová é mais profunda que o inferno? (Tg. 1:17; Dt. 32:22-24).  As diferenças de comportamento e de caráter são tão evidentes, tão gritantes, que a teologia jamais poderá desfazer, pois tudo está escrito no Novo e no Velho
Testamentos. Quem tem olhos para ler, leia. Quem tem olhos para ver, veja.

 

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(248) – CULTO AOS ANJOS

248 – CULTO AOS ANJOS

 

Paulo na carta aos Colossenses escreve: “Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão” (Cl. 2:18). A pergunta é: Existia culto dos anjos naquele tempo? Vejamos. Existia a lei dos anjos, pois está escrito: “Vós, que recebeste a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes ” (At. 7:53).Quem afirmou isto foi Estevão, mas Paulo declarou o mesmo, dizendo: “Para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro” (Gl. 3:19). Havia também o evangelho dos anjos (Gl. 1:8). E também havia língua dos anjos (I Co. 13:1). Com uma manifestação tão intensa dos anjos em relação aos homens, não é de admirar que houvesse culto dos anjos. Examinemos a participação dos anjos desde o início da história do povo hebreu, ou melhor, de Israel.

Jeová apareceu a Moisés numa sarça, no monte Sinai. O texto diz assim: “E apareceu-lhe o anjo de Jeová em uma chama de fogo do meio de uma sarça” (Ex. 3:2). Moisés olhou firmemente para a sarça em fogo, e o texto diz: “E vendo Jeová que se virava para lá a ver, bradou deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés” (Ex. 3:4). A pergunta é a seguinte: Era o anjo de Jeová ou era Jeová que lá estava?  Ou Jeová e o anjo são a mesma pessoa? Vamos ver o que  pensam sobre isto os grandes homens da Bíblia. Quando a lei foi dada no monte Sinai, quem a deu? Disse Jeová a Moisés: “Estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia Jeová descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai” (Ex. 19:11). “E Moisés levou o povo para fora do arraial ao encontro de deus; e puseram-se ao pé do monte. E todo monte do Sinai fumegava porque Jeová descera sobre ele em fogo; e o seu fumo subia como o fumo de um forno, e todo o monte tremia grandemente. E o sonido da buzina ia crescendo em grande maneira; Moisés falava, e deus respondia em voz alta. E, descendo Jeová sobre o monte de Sinai, sobre o cume do monte, chamou Jeová a Moisés” (Ex. 19:17-20). E logo no capítulo vinte, Jeová proclamou em voz alta os dez mandamentos da lei. No livro de Deuteronômio é repetido o evento. E Moisés afirma que foi Jeová em pessoa que proclamou em viva voz os seus dez mandamentos (Dt. 4:10-14; 5:22-24). Se foi Jeová que desceu ao cume do monte para ditar suas leis, por que Estevão, o primeiro mártir da Igreja, declarou que foi um anjo? Estevão afirma que foi um anjo que apareceu na sarça em fogo (At. 7:35). Depois declara que foi um anjo que proclamou a lei, e não Jeová, ou será que Jeová é um anjo (At. 7:38)? Depois repete que a lei foi dada por ordenação dos anjos (At. 7:53). Como se não bastasse as declarações de Estevão, Paulo, a maior autoridade bíblica, também declarou que foram os anjos (Gl. 3:19). Neste texto Paulo afirma que Moisés foi o mediador entre os anjos e Israel, mas quando Jeová o chamou, o constituiu mediador (Ex. 3:1-16; 4:1-12). Na carta aos hebreus também lemos: “Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor (Jesus), foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram” (Hb. 2:2-3). De que salvação está falando? Salvação das garras dos anjos, pois deles trata o texto e o contexto (capítulos um e dois).Que anjos foram esses que subjugaram e submeteram os homens a um estado de corrupção tão deplorável, na linguagem de Paulo (Rm. 8:19-22)? Esses anjos são os anjos caídos, principados e potestades, que lutam contra os salvos tentando derrubá-los (Ef. 6:12). E que anjos caídos são esses? Pedro responde: “Porque, se Deus não perdoou os anjos que pecaram, mas havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias de escuridão, ficando reservados para o juízo” (II Pd. 2:4). A Epístola universal de Judas também registra o fato. “E os anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas, até ao juízo daquele grande dia” (Jd. 6). Que juízo é esse, no qual os anjos serão julgados; e quem vai julgar esses anjos? A Igreja vai julgar os anjos. Paulo declara: “Ousa alguém de vós, tendo algum negócio contra o outro, ir a juízo perante os injustos e não perante os santos? Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? NÃO SABEIS QUE HAVEMOS DE JULGAR OS ANJOS? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” (I Co. 6:1-3).

Só resta uma dificuldade. É que esses anjos caídos foram lançados no inferno (II Pd. 2:4). Mas onde é o inferno? O inferno está debaixo de nossos pés. “Para o entendido, o caminho da vida é para cima, para que ele se desvie do inferno que está em baixo” (Pv. 15:24). Como o inferno é o lugar dos mortos, Israel, para fugir do furor de Jeová, iria cavar até o inferno, mas Jeová afirma que os arrancaria do inferno (Am. 9:3). O profeta Isaías diz: “O inferno desde o profundo se turbou por ti, para te sair ao encontro na tua vinda; despertou por ti os mortos, e todos os príncipes da terra” (Is. 14:9). O profeta Ezequiel diz:“Ao som da tua queda fiz tremer as nações, quando o fiz descer ao inferno com o que descem a cova” (Ez. 31:16). O inferno é aqui na terra, onde estão presos os anjos caídos atormentando e corrompendo os carnais. Este mundo é o inferno, pois só no inferno existem os crimes e as monstruosidades que aqui se cometem. Abuso de poder, exploração dos mais fracos. Escravização do homem pelo homem, guerras, genocídios, taras, prostituição, corrupção de crianças. E Jeová reina sobre este mundo? “Dizei ente as nações: Jeová reina” (Sl. 96:10). “Quem não te temerá a ti, o rei das nações? Pois isto só a ti pertence” (Jr. 10:7). Se Jeová reinava sobre as nações antes de Jesus nascer, reinava sobre o inferno. E se reina hoje, reina sobre o inferno. E se no Novo Testamento lemos que foi anjo, ou anjos, que deram a lei, e no Velho Testamento lemos que foi Jeová, Jeová é anjo. E quem adora a Jeová, adora os anjos, e quem presta culto a Jeová, presta culto aos anjos. E tem mais. Jesus é o Rei dos reis e Senhor dos senhores (I Tm. 6:15). E Jesus só não reinava sobre este mundo (Jo. 18:36). E por que não reinava? Porque este mundo é o inferno, o único lugar onde Jesus não reina. Mas Jeová reinava, logo reinava sobre o inferno(Sl. 47:2-8). E tem mais: Jesus falou que todos estavam mortos antes dele vir ao mundo (Mt. 8:21-22). Estavam mortos os que morriam, e estavam mortos os que os sepultavam, e o lugar onde reina a morte dessa maneira é o inferno. E Jeová reinava sobre os mortos, logo reinava sobre o inferno. E tem mais. O endemoninhado gadareno tinha dois mil demônios (Mc. 5:13). Se um endemoninhado tinha dois mil, o mundo tinha bilhões de demônios. E Jesus disse que o reino de Deus só chega onde saem os demônios(Mt. 12:28). Ora, Jeová reinava sobre um mundo infestado de demônios, e o lugar onde moram os demônios é o inferno, logo Jeová reinava sobre o inferno. O próprio Jeová punha demônios (I Sm. 16:14-15). A salvação de Jesus, a grande salvação, consiste em arrancar os homens do inferno e levá-los ao reino do amor de Deus (Cl. 1:12-13; At. 26:18).

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(247) – O REI DA GLÓRIA – II

247 – O REI DA GLÓRIA – II

 

No  folheto de O Rei da Glória nº 1 enfocamos que Davi declarou que Jeová é o rei da glória (Sl. 24:7-10). Jeová se dizia glorificado nas pragas e pestes, nas matanças e nas vinganças descritas com minúcias no Velho Testamento. Mais ou menos como os vitoriosos generais romanos, que voltavam das conquistas trazendo os troféus da vitória. Na frente, o general garboso e soberbo; logo atrás os príncipes e generais vencidos e acorrentados como animais. Depois vinha o exército com o despojo de ouro, prata, objetos, armas, e as mulheres, belas mulheres. Em Israel não era diferente, pois Jeová nada inovou em matéria de comportamento social, apesar de se autodenominar oleiro (Jr. 18:1-6). EmDt. 21:10-14, a mulher prisioneira estava na mão do seu senhor para dispor dela como bem lhe parecesse (Nm. 31:8-9; Dt. 20:10-14; 21:10-14). O despojo e o saque faziam parte dos vencedores(Nm. 31:12;  Dt. 2:35; Dt. 3:7; Dt. 20:14; Js. 22:7-8). Quem orientou o povo de Israel? O rei da glória (Sl. 24).

Voltemos ao Novo Testamento.

Jesus declarou: “Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça” (Jo. 7:18). Na primeira parte do verso, em que Jesus diz: “Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória”, é óbvio que Jesus está reprovando o comportamento de Jeová. Esse ponto focalizamos no folheto anterior. Agora analisaremos a segunda parte, na qual Jesus diz: “O que busca a glória daquele que o enviou é verdadeiro”. Falando a respeito de si mesmo Jesus disse: “Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória nada é” (Jo. 8:54). Por que Jesus se pronunciou dessa forma? Primeiro porque está escrito: “Louve-te o estranho, e não a tua boca: o estrangeiro e não os teus lábios” (Pv. 27:2). Em segundo lugar porque a exaltação de si próprio é necessidade de quem tem falhas. Ninguém vê virtude em quem manda pragas e pestes; nem vê justiça em quem mata os filhos pelos pecados dos pais; nem tampouco vê bondade em quem manda comida ao faminto, e depois o mata enquanto come (Is. 14:21; Sl. 78:23-31). Não há misericórdia em quem não perdoa (Jr. 13:14-15). Dentro deste quadro desonroso para o rei da glória, a única saída era falar bem de si mesmo e exaltar qualidades inexistentes. Esse é o pecado da jactância.

Jesus ocupava-se de buscar a glória do Pai, e não a sua. Leiamos: “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer” (Jo. 17:4). Jesus não testificava de si mesmo (Jo. 5:31). Ele disse:“Eu não busco a minha glória; há quem a busque” (Jo. 8:50). Jesus era tão precavido em matéria de glória, que disse: “Eu não recebo glória dos homens” (Jo. 5:41).

Receber glória dos homens massageia o ego. Jeová recebia glória dos homens. “A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para a minha glória; eu os formei; sim, eu os fiz” (Is. 43:7).“Porque, como o cinto está ligado aos lombos do homem, assim eu liguei à mim toda a casa de Israel, e toda a casa de Judá, para me serem por povo, e por nome, e por louvor, e por glória” (Jr. 13:11).

Jeová não repartia a sua glória com ninguém (Is. 42:8; 48:11; 49:3). E Jesus, em contrário, repartiu com os discípulos a glória que recebeu do Pai. “Eu lhes dei a glória que a mim me destes, para que sejam um, como nós somos um” (Jo. 17:22).

É preciso fazer uma ressalva. No salmo oito lemos: “Que é o homem mortal para que dele te lembres? E o filho do homem para que o visites? Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo dos seus pés: todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo. As aves dos céus. Assim como os peixes do mar, e tudo o que passa pela vereda dos mares” (Sl. 8:4-8). Note-se que o homem foi feito por Jeová menor do que os anjos. O homem criado por Jesus é maior do que os anjos, pois vai julgá-los (II Co. 5:17; I Co. 6:3). O homem criado por Jeová teria domínio sobre os animais, mas o homem criado por Jesus tem domínio sobre os anjos. A glória que Jesus vai dar aos cristãos, seus servos fiéis, é ser igual a ele. Paulo assim se expressa sobre o assunto: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste mundo presente não são para comparar com a glória que em nós há de se manifestar” (Rm. 8:18)“Quando Cristo, que é a nossa vida se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória” (Cl. 3:4). E Paulo continua: “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade; para o que, pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo” (II Ts. 2:13-14).

Agora, Pedro está com a palavra: “Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar” (I Pd. 5:1). O apóstolo Pedro esclarece um detalhe na vida gloriosa de cristão, dizendo: “Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem aventurados sois, porque, sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus”(I Pd. 4:14). E o apóstolo Paulo, sobre a operação gloriosa do Espírito Santo, acrescenta o seguinte: “Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito de Senhor aí há liberdade. Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito de Senhor” (II Co. 3:17-18).

Notem os leitores que o cristão verdadeiro não é transformado de queda em queda; ou de pecado em pecado; ou de escândalo a escândalo, mas de glória em glória, ou de vitória em vitória. Pedro chamou a atenção de alguns cristãos do seu tempo, dizendo: “Porque, que glória será essa, se, pecando sois esbofeteados e sofreis?” (I Pd. 2:20). Cristão, quando peca, vai ser esbofeteado por Satanás. João afirma que todo cristão que é nascido de novo não peca, e o que de Deus é gerado, conserva- se a si mesmo, e o maligno não lhe toca (I Jo. 5:18). Mas, se pecar, o maligno toca. O pecado abre a porta para Satã, mas a santidade é uma fortaleza inexpugnável.

Para terminar, lembramos que Cristo nunca proclamou a sua própria glória, porque ela não consistia em palavras, mas em obras, e as obras falam mais alto que as palavras. Se Jesus fosse Jeová, como pretendem alguns, estaria matando, mandando pragas e pestes, provocando guerras entre irmãos, tomando vinganças cruéis; e neste caso estaria proclamando a sua glória com palavras. Mas graças a Deus que não foi assim. E Jesus jamais poderia ser chamado de rei da glória, pois os reis sempre erram em alguma coisa. Mas Jesus é o Deus da Glória, pois o Deus verdadeiro jamais comete injustiça ou erro(I Jo. 5:20).

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(246) – O REI DA GLÓRIA – I

246 – O REI DA GLÓRIA – I

 

 

Quem é o Rei da Glória? O salmista Davi pergunta, e ele mesmo responde, dizendo: “O rei da glória é Jeová forte e poderoso, Jeová poderoso na guerra” (Sl. 24:8-10). Uma corrente teológica afirma que Jesus Cristo é o mesmo Jeová dos exércitos, e o senhor da guerra (Ex. 15:3; I Sm. 18:17). Mas não existe no Novo Testamento nenhum verso afirmando ou declarando isso. Cristo não pregou glória durante sua passagem por este mundo. Ele, Jesus, disse: “Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça” (Jo. 7:18). Analisemos o texto mencionado.

         Quem fala de si mesmo busca sua própria glória. Ora, Jeová falava de si mesmo, logo buscava a sua própria glória. Vejamos alguns textos. “Eu sou Jeová; este é o meu nome; a minha glória pois a outro não darei” (Is. 42:8). Veremos agora que Jeová faz tudo pensando nele mesmo. “Por amor de mim, por amor de mim o farei, porque como seria profanado o meu nome? E a minha glória não a darei a outrem” (Is. 48:11). Jeová era obcecado por fama e glória entre os homens. “E porei entre eles um sinal, e os que dele escaparem enviarei às nações, a Tarsis, Pul, e Lude, frecheiros, a Tubal e Javã, até as ilhas de mais longe, que não ouviram a minha fama, nem viram a minha glória, e anunciarão a minha glória entre as nações” (Is. 66:19). Ezequiel, que profetizou sessenta  ou setenta anos depois de Isaias, assim falou: “E chegando as nações para onde foram, profanaram o meu santo nome, pois se dizia deles: Estes são o povo de Jeová, e saíram da sua terra. Mas eu os poupei por amor do meu santo nome, que a casa de Israel profanou entre as nações para onde foi. Dizei portanto à casa de Israel: Assim diz o senhor Jeová: Não é por vosso respeito que eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanaste entre as nações para onde vós fostes” (Ez. 36:20-22). A forte impressão que estes textos deixam é que Jeová usava o seu povo Israel para conseguir fama e glória, mas não os amava. No Novo Testamento, João declara que Deus, o Pai, ama tanto os perdidos, que entregou o seu unigênito Filho para resgatá-los da condenação (Jo. 3:16; Rm. 5:8-10; I Jo. 4:10). No Novo Testamento não lemos nenhuma passagem que diga que Deus se ama. Tanto que, tudo o que faz, faz por amor do seu nome. Lá no Velho Testamento deus se amava muito, e não amava os homens; no Novo Testamento, Deus ama os homens mais do que a si mesmo. É por isso que o salmista disse: “Levantai, ó portas as vossas  cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o rei da glória. Quem é este  rei da glória? Jeová dos exércitos, ele é o rei da glória” (Sl. 24:9-10). Lá, Jeová se projetava a si mesmo e comparava os homens aos animais (Ec. 3:18-21). Os homens eram comparados por Jeová a vermes (Jó 25:4-6). E Jeová fazia questão que sua glória fosse manifestada no meio das bestas feras humanas, e no meio dos vermes da podridão? É muito estranho!

Depois de 40 anos de peregrinação no deserto, o povo de Israel acampou, e Moisés designou doze homens, um de cada tribo, para espiar a terra de Canaã.  Dez deles infamaram a terra, desencorajando o povo, que começou a murmurar novamente. Jeová, então disse: “Todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais, que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram a minha voz, não verão a terra de que a seus pais jurei” (Nm. 14:22-23). Qual foi a glória de Jeová, revelada no Egito? Transformar a vara em serpente venenosa? Qual foi a glória? As águas do Nilo transformadas em sangue e matando os peixes, produzindo podridão e fedentina? (Ex. 7:10; 10:2). Produzir podridão e fedor produz glória? Depois da praga das rãs, veio a dos piolhos (Ex. 8:17). Há glória em encher de piolhos os homens, crianças, e animais? Em seguida veio a praga das moscas. Moscas comuns, moscas azuis, moscas verdes; as terríveis varejeiras. Que grande glória. “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o rei da glória. Quem é este rei da glória?” (Ps. 24:7). Jeová. Que escola fantástica. É por isso que os cientistas de hoje estão inventando gazes venenosos de todo o tipo para destruírem-se uns aos outros. O professor é bom, e os alunos também. No Novo Testamento está escrito que Deus é amor, mas os egípcios só receberam o ódio de Jeová. Este deus mudou o coração dos egípcios de bons para maus (Sl. 105:23-25), para que odiassem a Israel. E depois, para completar, lhes endureceu o coração para não crerem nele mesmo, porque queria matá-los. E matou a todos os primogênitos do Egito—de homens e de animais. Este grande rei da glória tem uma grande folha de serviços em prol da humanidade.

  1. Para Jeová, a glória consistiu em destruir a humanidade pelas águas do dilúvio. O recurso de matar para extinguir o mal, os homens têm. Mas Jeová tem mais recursos. É o que afirma em Dt. 32:39; Is. 14:27 e 43:13. Em Ezequiel 11:19 e 36:25-27, Jeová declara que pode mudar os homens, de maus para bons. Se é assim, por que os mata? Por que os destrói? Por que destruiu a fogo os sodomitas? (Gn. 19:24-25). Pois Jesus não os destrói; antes muda seus corações, de maus para bons, como lemos em I Co. 6:10-11.
  2. Jeová é glorificado na prática do mal. Jeová se arrepende do bem que promete fazer, e passa a forjar males, isto é, criar novas formas de tormento. Lemos isso em Jr. 18:10-11. Esses tormentos estão figurados nas águas de fel que deu a beber a seu povo (Jr. 8:14; 9:15). Deu a beber fezes em cálices (Sl. 75:8). Deu esse cálice ao seu povo Israel (Is. 51:17). Jeová usou Nabucodonosor e a Babilônia, torturando os cativos do seu povo, como um cálice de ouro (Jr. 51:7). Levantai, ó portas as vossas cabeças, e entrará o rei da glória. Um deus usar os bárbaros métodos, usados pelos homens até o dia de hoje, é baixar do céu ao inferno. Nos homens esse uso é vergonha; e em Jeová é glória?
  3. Jeová prometeu vingar-se da desobediência do seu povo servindo-lhe a carne de seus próprios filhos num banquete macabro. Lemos isso em Dt. 28:53. Lemos a mesma ameaça em Levítico 26:28-29. O profeta Jeremias faz referência ao hediondo projeto (Jr. 19:6-9). Por último, o profeta Ezequiel lembra ao povo judeu o que já havia acontecido a Israel (II Rs. 6:24-31). O rei da glória, Jeová, ia ordenar o banquete antropofágico também no reino de Judá; e depois ia espalhá-los pelos quatro ventos (Ez. 5:8-10).
  4. O Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, por não suportar mais a tantas e tão bárbaras atrocidades, enviou o seu único Filho a este mundo tenebroso, para servir a todos os homens um novo tipo de banquete; o banquete da misericórdia, no qual a carne de seu Filho é servida na ceia. E Jesus diz pela boca de João, o apóstolo do amor. “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu dou é a minha carne, que eu dei pela vida do mundo” (Jo. 6:51).

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(245) – TENTAÇÃO

245 – A TENTAÇÃO

 

Nós cremos na Trindade, isto é, no poder absoluto do Pai, Filho e Espírito Santo sobre tudo, e sobre todos os que crêem, pois está escrito: “Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc. 16:15-16). Existem os filhos do diabo, e esses não estão debaixo do poder da Trindade. Lemos isso em I Jo. 3:8. Jesus chamou os fariseus religiosos e zelosos da lei de Jeová de filhos do diabo (Jo. 8:44). Paulo perseguia em nome de Jeová e não era filho de Deus (At. 22:3-5). Para ser filho de Deus, teve de se converter a Cristo (At. 22:6-10). E teve de ser lavado dos pecados sendo batizado (At. 22:14-16). O que faz o verdadeiro cristão não é a fidelidade a um credo religioso, mas as obras (Tt. 1:15-16). Judas era apóstolo e era filho do diabo (Jo. 6:70; Lc. 22:1-5). Jesus disse: “Por seus frutos os conhecereis. Não se colhem uvas de espinheiros, nem figos de abrolhos. Toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus” (Mt. 7:16-17). Se Jesus  manda amar nossos inimigos, e bendizer os que nos maldizem; e manda fazer bem aos que nos odeiam (Mt. 5:44-45), fica claro que quem persegue e injuria, ou difama é filho do diabo.

Falemos da Trindade.

O Evangelho é obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo (I Co. 12:4-6; Ef. 4:4-6).

O Evangelho é mistério revelado só no Novo Testamento (Ef. 6:19).

O mistério do Reino de Deus só surgiu no Novo Testamento (Lc. 6:16; Mt. 12:28).

Pelo Evangelho nos apropriamos de Reino de Deus (Mt. 13:9-11).

Como no Velho Testamento não havia a Trindade, pois o governo era regido por Jeová e todo o exército do céu, como lemos em I Rs. 22:19-23 e Sl. 103:19-22, não havia nem reino de Deus e nem Evangelho. Continuemos a análise:

O Pai é a fonte da verdade, o Filho é a verdade, e o Espírito Santo é o revelador da verdade (Jo. 14:6; 14:16-17; 16:13; I Co. 2:7-10).

O Pai só envia; o Filho é enviado e envia. O Espírito Santo só é enviado (Jo. 16:7; 20:21-22).

O Pai santifica perdoando; o Filho santifica pelo sangue derramado; e o Espírito Santo santifica agindo no homem (Mt. 6:14-15; Hb. 10:14, 29; II Ts. 2:13; Rm. 1:4).

O Pai salva através do Filho (Jo. 3:16-17). O Filho salva dando a própria vida (Jo. 10:17-18; 15:13). O Espírito Santo salva regenerando (I Co. 6:10-11; Tt. 3:5-7; Jo. 3:3-6).

O amor vem do Pai, através do Filho e do Espírito Santo (Jo. 3:16; Rm. 5:5).

A graça vem por Jesus Cristo (II Co. 8:9; Hb. 12:2). A comunhão vem pelo Espírito Santo (II Co. 13:13).

O Pai, o Filho, e o Espírito Santo são três pessoas distintas, porém com um só propósito e objetivo. Os três pensam e agem da mesma maneira. Os três deliberam sempre da mesma forma. São três operações iguais, de três pessoas distintas. Não há discordância em nada. Quando Jesus disse: “EU E O PAI SOMOS UM” (Jo. 10:30), Jesus está declarando que são um em natureza, em intenção, e em obras. Se Jesus fizesse algo que o Pai não faria, não diria: “Eu e o Pai somos um.” Ora, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho, e é o que eles são: os três são um. João, o apóstolo, disse: “Porque três são os que testificam no céu; o Pai, a palavra e o Espírito Santo; e estes três são um” (I Jo. 5:8).

Tiago, a respeito de Deus, o Pai, declarou: “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta” (Tg. 1:13). Ora, se o Pai não tenta, o Filho também não tenta, e o Espírito Santo não pode tentar, pois é procedente do Pai e do Filho. Se o Filho tentasse alguém, deixaria de ser um com o Pai e destruiria a unidade da Trindade. Jeová caiu na tentação de Satanás, entregou-lhe Jó, duvidando da sua fidelidade. O próprio Jeová confessa isso (Jó 2:3). Satanás investiu contra Jesus, como fez com Jeová, mas Jesus não entregou os apóstolos (Lc. 22:31-32). Acontece que Jesus não tenta a ninguém e não coopera com Satanás, como fez Jeová.

É óbvio que o Espírito, procedente do Pai, e também do Filho não podem tentar a ninguém, pois neste caso procederia do diabo, ou Satanás. Mas em Mateus 4:1, lemos que Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Como fica?

O texto de Mt. 4:1 é meio vago, mas Lucas fala mais claro: “E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto; e quarenta dias foi tentado pelo diabo” (Lc. 4:1-2). Lucas se refere a dois espíritos. O Espírito Santo do Pai é que  fortalece o cristão para vencer a tentação. E por que cremos que o espírito de Jeová conduz o homem ao local da tentação? Porque Jeová é o deus que tenta. Tentou Abraão (Gn. 22:1-2). Tentou o seu povo Israel no deserto por 40 anos (Dt. 8:2). Tentou o rei Ezequias, servo fiel (II Cr. 32:31). Ora, se Jeová tenta, o espírito que procede dele também tenta.

Espírito Santo não tenta, e nem pode tentar pelos seguintes motivos:

A tentação procede da fraqueza carnal, e o Espírito Santo ajuda nas fraquezas (Rm. 8:26; II Co. 12:7-10; Gl. 4:14).

As paixões dos pecados residem na carne (Rm. 7:5). E da carne surgem as tentações (I Co. 10:13). O Espírito Santo luta contra a carne (Gl. 5:16-17). Quando habita em nós, mortifica nossa carne (Rm. 8:13; Gl. 4:14), logo não poderia tentar, pois é a força contrária à carne.

A tentação causa tristeza no coração do cristão (I Pd. 4:12-13), mas o Espírito Santo é só alegria (At. 13:52; Rm. 14:17). A unção com Espírito Santo é a unção da alegria (Hb. 1:9).

Saul foi ungido de Jeová. Davi declarou isso (I Sm. 24:6; 26:9), logo Saul foi figura do Messias que havia de vir. Jeová colocou um espírito maligno em Saul para destruí-lo. E porque Jeová fez isso? Porque Saul perdoou Agaque, rei dos amalequitas (I Sm. 15:1-9). Não matar alguém é pecado mortal? Jesus ensinou outra coisa (Mt. 5:43-48). Ora, Jesus perdoou a todos, bons e maus, injustos, adúlteros e adúlteras, ladrões e honestos. Jesus não obedeceu as ordens de Jeová, dadas no Velho Testamento. Se as coisas do Velho Testamento são figuras (I Co. 10:6,11), então Saul é figura de Jesus Cristo, e o espírito mau que veio sobre Saul é o mesmo que conduziu Jesus ao deserto para ser tentado pelo diabo com o fim de derrubá-lo. Mas Jesus, cheio de Espírito Santo, triunfou; e todos nós triunfaremos se estivermos cheios do Espírito Santo (Mt. 4:1; Ef. 5:18).

 

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(244) – SIM E NÃO

SIM  E  NÃO

         “Como Deus é fiel, a nossa palavra para convosco não foi sim e não. Porque o Filho de Deus, Jesus Cristo, que entre vós foi pregado por nós, isto é, por mim, e Silvano, e Timóteo, não foi sim e não; mas nele houve sim. Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o amém, para a glória de Deus” (II Co. 1:18-20). Estas são palavras de Paulo, e através delas Paulo declara que todas as promessas de Deus são sempre sim em Jesus Cristo, isto é, são irrevogáveis. Vejamos algumas: “quem crer e for batizado será salvo” (Mc. 16:16). Será salvo com certeza, porque Cristo morreu pelos pecados daquele que creu. Está feito e selado. Não tem como mudar o que está feito. Vamos ouvir o apóstolo Pedro, respondendo a alguns que creram e pediram orientação: “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo” (At. 2:38). O dom do Espírito Santo estava prometido em Joel 2:28-29, Lc. 24:49 e At. 1:4-5. Essa promessa, também irrevogável se cumpriu em Atos 2:1-4. Esse Espírito derramado no coração do convertido transforma-o em filho de Deus, por isso Paulo disse: “Recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Abba Pai” (Rm. 8:15). Isso é obra de Deus Pai, através de seu Filho Jesus Cristo que pagou o preço na cruz. Não há como mudar. Está feito. As coisas que Deus faz são sim, e não podem mais ser não.

Paulo, brilhantemente, declara: “Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o amém” (II Co. 1:20).       

         Passeando pelo Velho Testamento, podemos declarar com segurança, que todas quantas promessas há de Jeová, são sim e não, isto é, ele promete, e depois muda. Vejamos algumas:

  1. Jeová prometeu a Abraão que a sua descendência seria multiplicada. “Por mim mesmo jurei, diz Jeová: Porquanto fizeste esta ação, e não me negaste o teu filho, o teu único, que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas do céu; e a tua semente possuirá a porta dos seus inimigos” (Gn. 22:16-17). Foi uma promessa irrevogável de Jeová, pois foi feita com juramento. Mas Jeová voltou atrás na promessa e no juramento feito a Abraão, o seu amigo. Ele mesmo declarou o seguinte ao seu povo Israel, depois que o tirou do Egito: “E será que, assim como Jeová se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim Jeová se deleitará em destruir-vos e consumir-vos” (Dt. 28:62-63). Como pode ser isso? Um deus jogando por terra uma promessa feita com juramento? Quem pode crer nesse deus? Jeová declarou que só vai morar com ele aquele que, mesmo que jure com dano seu, não muda (Sl. 15:4). Neste caso, o homem é superior ao deus Jeová; que jura e depois muda escandalosamente!
  2. Por falar em juramento, leiamos o seguinte. O povo de Israel, perambulando pelo deserto sob a liderança de Moisés e tendo sede e fome, murmurou contra Jeová. Moisés então disse, da parte de Jeová: “Ouvindo pois Jeová, a voz das vossas palavras, indignou-se e jurou, dizendo: Nenhum dos homens desta maligna geração verá esta boa terra que jurei de dar a vossos pais” (Dt. 1:34-35).  Jeová está dizendo o seguinte: Eu juro que aquilo que jurei não vale mais. O que passa a valer é o que estou jurando agora, ou melhor, aquele juramento foi falso.
  3. Antes de entrar na terra prometida, Moisés enviou doze homens para espiar a terra de Canaã, um homem de cada tribo. Dez deles voltaram acovardados e envenenaram o povo. Dois, somente dois, Josué e Calebe, se mostraram dispostos a enfrentar os gigantes que habitavam a terra. O povo, porém, murmurou contra Moisés e contra Arão. Começam uma rebelião para voltar ao Egito. Jeová, agastado com o povo diz a Moisés: “Com pestilência os ferirei e os rejeitarei; e farei de ti um povo maior e mais forte” (Nm. 14:12). Moisés intercedeu pelo povo de forma convincente, e exigiu que Jeová perdoasse o pecado. Jeová então disse:  “Conforme a tua palavra perdoei” (Nm.  14:13-20). Mas depois matou todos, de vinte anos para cima. Somente dois se salvaram: Josué e Calebe. Que perdão esquisito. Perdoa e depois mata. Então não perdoou (Nm. 14:21-30). Acontece que Jeová é sim e não. Nada é definitivo a não ser o mal. No livro de Judas lemos o seguinte: “Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo Jeová salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram” (Jd. 5). Em outras palavras, diz que salvou mas não salvou, pois se estivessem salvos não seriam destruídos. Jeová começa com um sim e acaba com um não.
  4. Jeová desposou Israel. Ele mesmo declara isso. “Passando eu por ti; vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores: e estendi sobre ti a ourela do meu manto, e cobri a tua nudez, e dei-te juramento, e entrei em concerto contigo, diz Jeová, e tu ficaste sendo minha” (Ez. 16:8). Jeová só foi perceber que casou com uma meretriz depois de casado. E acusa sua mulher de prostituir-se com o Egito (Ez. 16:26) e com os filhos da Assíria (Ez. 16:28). Chamou-a de adúltera (Ez. 16:32-33). E Jeová, o marido traído, se divorcia. É o que diz Isaías, o profeta (Is. 50:1). Jeremias também relata com detalhes esse divórcio divino (Jr. 3:6-10). Um homem pode casar com uma meretriz sem o saber, pois é homem, e pode ser enganado. Mas Jeová que afirma que seus olhos vêem tudo? Ele sabia que a mulher não era boa, e declara isso em Isaías 48:6-8. Quando um homem sabe que a mulher é meretriz e casa com ela por amor, não a deixa. Mas Jeová casou sem amar e sabia quem era a mulher (Ez. 23:1-4; Jr. 23:24). Jesus é diferente de Jeová. Só vai casar no fim, na sua volta. Paulo o diz em II Co. 11:2. Mas Jeová disse sim no altar, e depois disse não longe do altar.
  5. Israel é uma vinha plantada por Jeová. “Eu mesmo te plantei como vide excelente, uma semente inteiramente fiel; como pois te tornaste para mim uma planta degenerada? (Jr. 2:21). Como lemos emEz. 16:1-6 e 23:1-4, ficamos sabendo que a semente era contaminada desde o ventre (Is. 48:6-8). É claro que aquele povo necessitava de cuidados especiais para vingar. Sabendo disso Jeová declara que guarda a sua vinha em cada momento, regando, para que ninguém lhe faça dano (Is. 27:2-3). Mas isso não é verdade. Ezequiel revela que a videira foi destruída (Ez. 19:10-14). E foi o próprio Jeová, o mesmo que declarou guardar a vinha, que a destruiu (Is. 5:5-7). Jeová destruiu porque  pecaram (Is. 5:1-4).

Tudo bem. Comparemos com Jesus.

Jesus, em vez de destruir os pecadores, deu a vida por eles (Gl. 1:4; Rm. 4:25; I Pd. 2:24; I Tm. 1:15). O pecador culpado, o ladrão assaltante, a meretriz e a adúltera, o sodomita, o homicida, o perverso, crendo em Cristo, seus pecados são cobertos pelo sangue da cruz. Com Jeová estava condenado. Mas o condenado antes do juízo final, deixa de ser condenado, crendo em Cristo (Jo. 3:18). E Jesus não muda como Jeová. “Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o amém para a glória de Deus por nós” (II Co. 1:20). Jesus não é sim e não. E no sermão da montanha declarou: “Seja o vosso falar sim sim, não não, porque o que passa disso é de procedência maligna (Mt. 5:37).  E os perdoou.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

(243) – A ÚLTIMA TENTAÇÃO

243 – A ÚLTIMA TENTAÇÃO

 

Jesus passava por uma cidade de Samaria, chamada Sicar, junto à herdade que Jacó tinha dado a seu filho José. E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, cansado do caminho, assentou-se junto à fonte. E era quase a hora sexta. Veio uma mulher de Samaria tirar água. Jesus lhe pediu água para beber, e assim começou um diálogo entre os dois. Lá as tantas do diálogo a mulher disse: “Eu sei que o Messias, que se chama Cristo, vem; quando ele vier, nos anunciará tudo. Jesus disse-lhe: EU O SOU, EU QUE FALO CONTIGO”(Jo. 4:25-26). Jesus declarou ser o Messias profetizado e esperado. Depois de traído por Judas, os sacerdotes que o prenderam levaram-no a Pilatos, que lhe perguntou: “És tu o rei dos Judeus?” Jesus não respondeu. Jesus lhe disse: “Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo” (Jo. 18:33-37). Quando Jesus, ouvindo a confissão de Pedro, lhe entregou as chaves do reino dos céus; ordenou aos discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Messias (Cristo, no grego) (Mt. 16:15-20). Fica assim bem provado que Jesus Cristo era o Messias prometido por Jeová—o rei que deveria libertar Israel dos cativeiros, levando-o de volta à sua terra. O reino do Messias seria o mais poderoso, e todos os reinos do mundo se submeteriam e serviriam para sempre os israelitas.

Para deixar bem claro e patente que ele, Jesus era o Messias, e para cumprir a profecia de Zacarias, Jesus mandou dois discípulos buscarem um jumentinho que nunca fora montado. Lançando sobre o jumento os seus vestidos, puseram Jesus em cima. E, indo ele, estendiam os seus vestidos. E quando já chegava perto da descida do Monte das Oliveiras, toda multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto, dizendo: Bendito o que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas (Lc. 19:28-38). Mateus narra o mesmo com outras palavras. O povo estendia os seus vestidos pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho. “Dizei a filha de Sião: Eis que o teu rei aí te vem, manso e assentado sobre uma jumenta” (Mt. 21:1-8). E Jesus entrou assim em Jerusalém, e entrando no templo de Jeová, expulsou a todos os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas (Mt. 21:10-12). A impressão que deu é que ia assumir o trono e submeter Roma e os outros reinos, mas não o fez. Parecia que ia usar a vara de ferro, mas não. Em vez de restaurar Israel, amaldiçoou a figueira, dizendo: “Nunca mais nasça fruto de ti ” (Mt. 21:18-19). A figueira é figura de Israel. Lemos isso em Jr. 24:1-10. Ora, se Jesus entra em Jerusalém montado na jumenta, sendo  aclamado como o Messias rei, em seguida rejeita a figueira, e ela se seca até a raiz, até um cego pode concluir que o reino de Israel acabou. Hoje não há mais reino. Vejamos. No capítulo 21 deMateus, depois da narrativa acima, temos ainda a parábola dos lavradores maus, na qual Jesus conta que o lavrador (Deus Pai) manda seus servos (profetas) para receber os frutos, mas foram feridos e apedrejados. Por último mandou o seu filho dizendo: Terão respeito pelo meu filho. Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: “Este  é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da herança. E, lançaram mão dele, arrastaram-no para fora da vinha, e o mataram.” O Senhor da vinha mandou destruir os maus lavradores, e arrendou a vinha a outros, melhores (Igreja). Jerusalém foi destruída no ano setenta, o templo foi queimado, e a figueira secou para sempre.

Mais tarde, após o sermão profético, Jesus foi ao Getsêmani para orar. Afastou-se dos discípulos, pôs-se de joelhos, e orava dizendo: “Pai, se queres, passa de mim este cálice, todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc. 22:42-44). Quando Jesus disse: “Faça-se a tua vontade e não a minha”, a vontade de Jesus, era diferente da do Pai. E se era diferente ele estava sendo tentado. E diz Lucas no seu evangelho que Jesus estava em agonia, e o seu suor se tornou em gotas de sangue que corriam até o chão (Lc. 22:44).

Se Jesus, ao orar, estivesse se dirigindo a Jeová, e a vontade de Jeová era que ele se assentasse no trono de Davi e restaurasse Israel, é óbvio que a vontade de Jesus, sendo diferente, era não assentar no trono de Davi. Como Jesus disse: “Faça-se a tua vontade e não a minha”, teria assumido o reino de Israel e lançado mão da vara de ferro contra a sua própria vontade. Mas como Jesus não assumiu o reino, nem assentou no trono, pois declarou a Pilatos que o seu reino não é deste mundo, Jesus não orava a Jeová, mas ao Pai, cuja vontade foi que Cristo fosse rejeitado como Messias e rei, e fosse assim crucificado, o que aconteceu. A tentação de Cristo, a última e terrível tentação, que trouxe aquela angústia atroz, fazendo com que seu suor se tornasse em gotas de sangue, era exatamente assumir a oferta de Jeová. “Pede-me e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro” (Sl. 2:8-9).

Jesus foi rejeitado e morto pelos judeus como impostor blasfemo, e os judeus até hoje esperam o Mashiach ben Yossef (Messias filho de José). Isso me contou meu professor de hebraico, que veio de Israel para ensinar a língua aos judeus que iam repatriar. O fato é que Jesus na cruz reconciliou o mundo com o Pai, segundo Paulo. “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação” (II Co. 5:19). Como Deus estava em Cristo na cruz, reconciliando o mundo, é claro que essa era a sua vontade, que era contrária à vontade de Jeová.

A grande e última tentação, sem dúvida, era partir para o caminho mais fácil, isto é, receber das mãos de Satanás todos os reinos deste mundo e a sua glória (Lc. 4:5-8). Era mais fácil transformar pedras em pães, isto é, restaurar Israel, povo petrificado pelo mal e pela corrupção. Jesus tinha poder para isso. Também, Jesus foi levado ao pináculo do templo, que é a parte mais alta, e lá seria visto como o todo poderoso, que ao atirar-se para baixo seria sustentado pelos anjos, isto é, as miríades de anjos que reinavam com Jeová, estavam agora a serviço de Jesus, o Messias (I Rs. 22:19-20; Sl. 103:19-21). Se Jesus cedesse à tentação, e assumisse o trono de Israel, a Igreja não existiria e ninguém seria salvo, isto é, o inferno seria o destino dos homens. Mas Cristo se humilhou até a morte, e morte de cruz, pelo que, Deus, o Pai, lhe deu um nome que é sobre todo o nome, exaltando-o soberanamente, para que, ao nome de Jesus, se dobre todo o joelho, dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra (Fl.  2:5-10). E o inferno e a morte perderam a guerra (I Co. 15:55). E a morte e o inferno serão lançados no lago de fogo (Ap. 20:14). E sabem donde veio tanta vitória? De Jesus não ceder à tentação. E Jesus é caminho para nós!  (Jo. 14:6).

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(242) – SIM, SIM; NÃO, NÃO!

242 – SIM, SIM; NÃO, NÃO!

Disse Jesus: “Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis, nem pelo céu porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disso é de procedência maligna” (Mt. 5:34-37). Cristão não pode jurar e depois quebrar o juramento, pois ao jurar, garante que é sim; mas não cumprindo o juramento, diz não ao que deveria dizer sim. Todo juramento deveria ser sim, sim; um sim quando jurou, e outro sim quando cumpriu o juramento. Jeová é quem age sim e não. Jurou que ia introduzir o povo em Canaã, e depois, indignado, jurou que não entrariam na terra que jurou dar. O texto diz: “Ouvindo pois Jeová a voz das vossas palavras, indignou-se e jurou, dizendo: Nenhum dos homens desta maligna geração verá esta boa terra que jurei de dar a vossos pais” (Dt. 1:34-35).

Vejamos se Jesus age de igual maneira. Ele declarou: “Se alguém ouvir as minhas palavras, e não as crer, eu não o julgo, porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo” (Jo. 12:47). Se Jesus não julga, também não condena. Jeová julgou e condenou Moisés. O próprio Moisés declarou isso: “Também Jeová se indignou contra mim por causa de vós, dizendo: Também tu lá não entrarás” (Dt. 1:37). “Então subiu Moisés das campinas de Moabe ao Monte Nebo ao cume de Pisga, que está defronte de Jericó; e Jeová mostrou-lhe toda a terra desde Gileade até Dã” (Dt. 34:1). “E disse-lhe Jeová: Esta é a terra de que jurei a Abraão, Isaque, e Jacó, dizendo: A tua semente a darei; mostro-ta para a veres com teus olhos, porém para lá não passarás. E ali morreu Moisés” (Dt. 34:4-5).

Se Jesus fosse Jeová, quando todos os crentes chegassem à sua presença, no último dia, ouviriam o seguinte: “Moisés não entrou na terra por um pequeno deslize. Vocês todos que diziam: ‘Peco e sou salvo’, não entram no meu reino.” Graças a Deus, Jesus não condena ninguém (Jo. 3:17; 8:11).

Jesus também não acusa ninguém: “Não cuideis que eu vos hei de acusar diante do Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em quem vós esperais” (Jo. 5:45). Jesus não acusa ninguém, porque é o advogado, e o advogado só defende. João disse da parte de Jesus: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (I Jo. 2:1). “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se achegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb. 7:25). Em Jesus Cristo não existe Não, nem NÃO, NÃO. Com ele é sempre SIM, e SIM, SIM. E Jesus  não muda como Jeová, que dizia sim a Davi, e mudou para não. O próprio Davi o declara. Primeiro o sim (Sl. 89:3, 20). Em seguida vem o não. “Mas tu rejeitaste e aborreceste; tu te indignaste contra o teu ungido. Abominaste o concerto do teu servo; profanaste a tua coroa, lançando-a por terra. Derribaste todos os muros; arruinaste as suas fortificações. Todos os que passam pelo caminho o desprezam; tornou-se o opróbrio dos seus vizinhos. Exaltaste a destra dos seus adversários; fizeste com que todos os seus inimigos se regozijassem. Também embotaste o fio da sua espada, e não o sustentaste na batalha. Fizeste cessar o seu resplendor e deitaste por terra o seu trono” (Sl. 89:38-44).

Deus, o Pai,  como Jesus, é só sim, e nunca não, segundo as palavras do apóstolo Paulo, que disse: “A graça de Deus se há manifestado trazendo salvação a todos os homens” (Tt. 2:11). O amor do Pai é sim para todos, bons ou maus, justos e injustos, pecadores ou santos. “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nos ainda pecadores” (Rm. 5:8). Agora vai falar João, o apóstolo do amor: “Nisto está a caridade, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (I Jo. 4:10).

A salvação do Pai é para todos. “Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (I Tm. 2:3-4). Pedro confirma as palavras de Paulo, dizendo: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham ao conhecimento da verdade” (II Pd. 3:9).

A salvação de Jeová era só para Israel e não para o Egito. “Porque eu sou Jeová teu Deus, o santo de Israel, o teu salvador; dei o Egito por teu resgate” (Is. 43:3). “Mas Israel é salvo por Jeová, com uma eterna salvação; pelo que não sereis envergonhados nem confundidos” (Is. 45:17). A idéia de que outros homens hão faziam parte do plano de Jeová, está em que Pedro se negou a ir pregar na casa do Centurião Cornélio, de naturalidade romana (At. 10:1-20). Jeová foi ‘sim’ para Israel e ‘não’ para o Egito. Depois foi ‘sim’ para Israel e ‘não’ para os cananeus, habitantes de Canaã (Lv. 20:23-24). O livro dos juízes de Israel é o livro do sim e não. Israel pecava, Jeová os entregava como escravos, dizendo sim para os cananeus, e não para Israel. Depois levantava um juiz libertador, dizendo sim a Israel e não para os cananeus. É só examinar os seguintes textos: Jz. 2:13-16; 3:7-11; 3:12-22; 4:1-7; 6:1-12; 10:6-10. E Jefté os salvou (Jz. 13:1). E Sansão os salvou. O livro de Juízes é um show de sim e não. Uma hora está do lado do rei da Síria, outra hora do lado de Israel, outra do lado dos moabitas, depois volta para Israel, outra hora está do lado de Jabim, rei de Canaã, depois do lado de Israel, outra do lado dos midianitas, outra do lado de Israel pela mão de Gideão, ainda outra vez, Jeová estava do lado dos amonitas, (malditos de Jeová), e mais tarde volta para o lado de Israel pela mão de Jefté. Por fim passa para o lado dos filisteus, entregando Israel em suas mãos por quarenta anos; depois volta para Israel por mão de Sansão. Jeová usava os bárbaros, perversos e corruptos para tentar mudar o comportamento do seu povo, pelo ‘sim’ e pelo ‘não’. O Pai usou somente o seu Filho unigênito, Jesus Cristo, que deu a vida para  nos salvar.

Mas Jeová não parou o seu método tenebroso. Passou para o lado do rei da Assíria para assolar Israel, um dos reis mais bárbaros da história, que decapitava os vencidos, ou emparedava, ou ainda esfolava vivos. Os reis e príncipes era puxados por uma corrente com uma argola presa no lábio inferior. Por esse método liquidou o reino de Israel. Cento e vinte anos depois, declarou que Nabucodonosor, rei da Babilônia, era seu servo e lhe agradava aos olhos. E entregou todos os reinos nas suas mãos cruéis, tão cruéis como os assírios, e fez uma declaração: a nação ou reino que se rebelasse, ele, Jeová, destruiria a tal nação ou reino pela espada, pela fome, e pela peste. Essas duas histórias finais e macabras estão em Isaías 7:17; 8:7-8.

O Emanuel da profecia de Jeová foi a seguinte geração levada em cativeiro para morrer. A história de Nabucodonosor, o servo de Jeová, que lhe agrada aos olhos, está em Jr. 27:1-8. É de pasmar. E dizer que esse deus do ódio é o mesmo Deus do amor e Pai de Jesus, é blasfemar do Pai (I Jo. 4:7-10).

Mas nós cremos que o Pai só salva, e jamais condena (I Tm. 2:3-4; I Pd. 3:9). Cremos no seu Filho Jesus Cristo, que por amor deu a vida por nós, malditos de Jeová, o usurpador; e cremos no Espírito Santo, que da parte do Pai e do Filho, derrama o amor do céu em nossos corações, para que, como eles, perdoemos e se possível, demos nossas vidas pelos maus (I Jo. 3:16). Glória ao Pai, que é só ‘sim’! (II Co. 1:18-20).

 

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(241) – O ÚLTIMO ADÃO

241 – O ÚLTIMO ADÃO

 

Adão não é o nome do primeiro homem que veio a existir no mundo. Adão é o primeiro homem da linhagem de Jesus Cristo. Isto está no evangelho de Lucas 3:23-38. A idéia de que Adão foi o primeiro homem da criação humana é uma conclusão absurda e arcaica da teologia da igreja nascente. A Bíblia não está errada. Errados foram os pais da igreja que interpretaram erradamente a narrativa da criação do Gênesis, capítulos um e dois. Errados estão os cristãos modernos que, em vez de investigar o texto original, por comodidade ou beatismo, tentam afirmar que o homem foi criado há seis mil anos, o que é absurdo. E errados são os que criticam o texto sagrado, quando deveriam estudá-lo para corrigir os erros humanos de exegese. Mas graças a Deus que Lucas, o médico amado (Cl. 4:14) e cooperador de Paulo (Fl. 24), esclareceu o assunto no seu evangelho.

No jornal “O Estado de São Paulo” de 19-11-1989, publicaram uma reportagem, na qual as escolas públicas norte-americanas não podiam mais ensinar aos seus alunos que a humanidade nasceu com Adão e Eva. Esse assunto só podia ser estudado nas aulas de religião, pois cientificamente o homem remonta a milhares de anos. É assombroso! Uma nação cristã proíbe o ensino bíblico nas aulas escolares por causa de um erro teológico. O primeiro Adão é o homem responsável, o Homo sapiens, de acordo com a ciência. Esse Adão era apto racionalmente. Ao cair, caiu concientemente. A partir do primeiro Adão, intelectualmente capaz, seus descendentes, também aptos para discernir entre o bem e o mal, escolhem o mal, por causa da concupiscência. Paulo diz: “Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm. 5:12). Adão não é o primeiro homem criado, mas o primeiro pecador. Esse homem pecador é obra de Jeová, que afirma ser o criador do homem. Antes de Adão, os homens eram meio macacos. Antropopitecus- Antropo (homem) Piteco (macaco). A partir de Adão saiu o piteco da raça humana.

A Bíblia, entretanto, declara que há dois Adãos: o primeiro e o último. Paulo é quem revela esse mistério: “O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em Espírito vivificante” (I Co. 15:45). O primeiro Adão deu origem aos homens animais, isto é, dirigido pelas inclinações e paixões da carne. O último Adão, Jesus Cristo, deu origem a uma raça de espirituais não submetidos a essas inclinações de apetites carnais (I Co. 15:46). Paulo delineia, isto é, traça o perfil desse novo homem, descendente de Cristo, o esposo, casado com a Igreja, a esposa que dá a luz esses seres celestiais.“Quanto ao trato passado, despojai-vos do velho homem, que se corrompe pelas concupiscência do engano; para que sejais renovados do espírito do vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef. 4:22-24). E Paulo diz mais: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Co. 5:17). Jesus chamou esse prodígio da fé de novo nascimento (Jo. 3:3-6). A mudança no caráter do cristão é tão violenta que Paulo compara com a ressurreição dos santos, quando Jesus voltar (Cl. 3:1-3). O avarento distribui a fortuna com os pobres (Cl. 3:5; Lc. 19:8). O tarado e o pedófilo crucificam a carne e se fazem eunucos para entrar no reino de Deus (Mt. 19:12). Os odiosos e vingativos passam a pregar o perdão e a paz. Os que vivem em trevas passam a ser luz deste mundo. Os soberbos e perseguidores deste mundo passam a ser os mais humildes e perseguidos (Fl. 3:3-9). Os imundos passam a ser santos; os filhos deste mundo, abandonam-no, para serem filhos de Deus e herdeiros do reino dos céus (Lc. 20:34-36; II Tm. 4:18; I Pd. 1:3-4; Fl. 3:20-21).

O primeiro Adão deu origem aos malditos, e o último Adão, Jesus Cristo, deu origem aos benditos (Gl. 3:10; Mt. 25:34).

O primeiro Adão deu origem aos mortais, o último aos eternos (Rm. 5:17).

O primeiro Adão deu origem aos homens da terra e de terra, porque todos viemos do pó e voltaremos ao pó (Jó 10:9; Sl. 103:14; Gn. 3:19). Todos os homens da terra são iguais ao primeiro Adão em suas obras. O último Adão deu origem aos espirituais e celestiais, e todos iguais ao último Adão. Paulo disse: “O primeiro homem da terra é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu. Qual o terreno, tais são também os terrenos; e qual o celestial, tais também são os celestiais” (I Co. 15:47-48). Os descendentes do primeiro Adão são todos condenados, e os descendentes do último Adão são todos salvos, por isso João disse: “Quem crê em Jesus não é condenado, mas quem não crê já está condenado”(Jo. 3:18-19).

O problema entre Jeová e o Pai, e entre a linhagem do primeiro Adão e a linhagem do último Adão é a seguinte: Todos os descendentes do primeiro Adão da terra são de Jeová, pois este disse: “Minha é a terra e a sua plenitude. O mundo e os que nele habitam” (Sl. 24:1). O povo de Israel pertence a Jeová até hoje, e não pertence ao Pai, pois não crê em Jesus Cristo como Salvador.

Três pontos principais complicam a crença de que Jeová é o Deus revelado por Jesus Cristo aos homens, a saber:

  1. Os descendentes do primeiro Adão de Gn. 2:7 são chamados no Velho Testamento de Filhos de Jeová; e os Filhos do Deus revelado por Jesus só surgiram depois de Jesus, o último Adão. Analisemos a narrativa bíblica: “Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, e…”(Gn. 6:2). Que filhos de Deus eram esses? Os descendentes do primeiro Adão. As filhas dos homens são descendentes do homem e mulher criados em Gn. 1:26-28, que se multiplicaram sobre a terra. Os filhos do Deus Pai revelado em Cristo só surgiram quatro mil anos depois do primeiro Adão. João os descreve assim: “Mas, a todos os que o receberam (Jesus), deu- lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos quais crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12-13). Aqueles filhos de deus de Gn. 6:2 não são também os anjos, pois se os filhos de Deus só surgiram através de Cristo, e os anjos existiam desde a eternidade, os anjos não são filhos.
  2. A descendência da carne e do sangue existe desde que o homem foi criado há milhões de anos. A descendência espiritual surgiu através de Cristo, como lemos em João 3:3-6. Jesus instituiu o novo nascimento espiritual, no qual, por uma intervenção milagrosa do Espírito Santo, o convertido a Cristo passa a um novo estado de comportamento. Paulo explica isso em Romanos 8:5-9. Esse novo nascimento milagroso liberta o cristão dos desejos e concupiscências carnais (Ef. 4:22-24). E Paulo afirma que os filhos da carne não são filhos de Deus em Romanos 9:8. Estranhamente os filhos da carne são filhos de Jeová, apesar de suas imundícies, segundo o Velho Testamento. Basta ler Is. 1:25; Dt. 32:16-20; Is. 30:8-9. Existem textos às carradas no Velho Testamento. O próprio Jeová se auto-denominava o deus da carne em Jr. 32:27. Jeová não pode ser o Deus revelado por Jesus Cristo. As evidências são gritantes.

 

Os filhos deste mundo não são os filhos de Deus. Jesus declarou isso em João 17:14-16. O evangelista Lucas, falando do casamento também declara isso (Lc. 20:34-35). Ora, os filhos de Jeová são os israelitas: “Filhos sois de Jeová vosso Deus; porque és povo santo a Jeová teu Deus, e Jeová te escolheu entre todos os povos que há sobre a terra, para lhe serdes o seu povo próprio” (Dt. 14:1-2). E Jesus, dirigindo-se aos judeus, disse: “Vós sois debaixo, eu sou de cima, vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo” (Jo. 8:23). É espantoso, os filhos de Jeová são filhos deste mundo, por isso Jeová põe o mundo no coração deles (Ec. 3:11).

 

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(240) – O POMO DA DISCÓRDIA

240 – O POMO DA DISCÓRDIA

 

Houve uma grande discussão entre os cristãos do início da  Igreja. Em Atos 15 fica claro que havia dois grupos discordantes. Um grupo era formado de cristãos judeus. Estes ensinavam que para se salvar era obrigatória a circuncisão de Jeová (Gn. 17:13-14). Na lei de Jeová, que Moisés transmitiu ao povo, está escrito que nenhum estrangeiro assalariado, ou hóspede, poderia participar da páscoa de Jeová a não ser que fosse circuncidado (Ex. 12:45-48). Como os judeus se julgavam os filhos legítimos de Jeová e herdeiros das promessas de Jeová, e por isso consideravam os gentios como estrangeiros e rejeitados por deus, só podiam ser de Cristo, isto é, o Messias de Jeová e libertador de Israel, se fossem circuncidados. Esse fato deu origem a uma grande discussão. Paulo e Barnabé isentavam os cristãos gentílicos da circuncisão e da lei; e os fariseus  convertidos queriam obrigá-los a se fazerem judeus com seus rituais ultrapassados, pois Paulo dizia: “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” (Gl. 6:15).

O próprio Pedro que pregava o evangelho da circuncisão foi contra essa exigência absurda (At. 15:7-11). Para Paulo e Barnabé o concerto eterno da circuncisão foi desfeito por Cristo na Igreja (Gn. 17:13). Se Jeová fosse Jesus, teria mudado, pois estabeleceu um concerto eterno que deixou de ser eterno. O fato é que, naquela contenda, o Espírito Santo tomou o lado dos gentios, e os desobrigou da circuncisão e da lei (At. 15:28-29). Mas a Igreja estava dividida. Os cristãos fariseus misturavam fé e lei, e os gentios não observavam a lei do Velho Testamento e de Jeová (Gl. 2:7-9).

Estevão, o primeiro mártir, sendo judeu, se colocou contra a lei (At. 6:13-14). O escritor da carta aos hebreus era contra a lei, declarando que o concerto da lei foi abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade, e nunca aperfeiçoou ninguém (Hb. 7:18-19). E Paulo, sendo judeu e fariseu observador da lei, se colocou contra a lei e os sacrifícios da lei. Leiamos a acusação contra Paulo: “E já acerca de ti foram informados de que ensinas a todos os judeus que estão entre os gentios a apartarem-se de Moisés, dizendo que não deviam circuncidar seus filhos, nem andar segundo o costume da lei” (At. 21:18-21; 21:28). Paulo chama o concerto da lei de ministério da morte e da condenação (II Co. 3:6-10). E disse mais: Aquele concerto e aquele ministério endurecem o coração dos que o validam, e se tornam em um véu que tira a visão de Jesus Cristo, e impede a conversão (II Co. 3:14-16).

ONDE ESTÁ A VERDADE?

A lei era o instrumento de Jeová para a salvação. Isaías diz: “A lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva” (Is. 8:20)“Atendei-me, povo meu e nação minha, porque de mim sairá a lei, e o meu juízo se estabelecerá  como luz dos povos. Perto está a minha justiça e vem saindo a minha salvação” (Is. 51:4-5)“Ouvi-me, vós que conheceis a justiça, vós, em cujo coração está a minha lei… A minha justiça durará para sempre, e a minha salvação de geração em geração” (Is. 51:7-8)“O mandamento é uma lâmpada, e a lei uma luz; e as repreensões de Jeová são caminho da vida” (Pv. 6:23). O salmista declara: “Tenho desejado a tua salvação, ó Jeová; a tua lei é todo o meu prazer” (Sl. 119:174)“Os meus estatutos e os meus juízos guardareis; os quais, fazendo-os o homem, viverá por eles. Eu sou Jeová”(Lv. 18:5). O mesmo está em Ezequiel 20:11,13,21.

A obediência e a guarda da lei unem o homem a Jeová. “E tomou o livro do concerto, e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que Jeová tem falado faremos, e obedeceremos. Então tomou Moisés aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue do concerto que Jeová tem feito convosco sobre todas estas palavras” (Ex. 24:7-8)“A misericórdia de Jeová é de eternidade a eternidade sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos; sobre aqueles que guardam o seu concerto, e sobre os que se lembram dos seus mandamentos para os cumprirem” (Sl. 103:17-18). Jeremias fala de maneira inconfundível que o concerto da lei une a Jeová. “Eis que dias vêem, diz Jeová, em que farei um concerto novo com a casa de Judá e com a casa de Israel. Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haver desposado, diz Jeová, mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz Jeová: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu deus, e eles serão o meu povo” (Jr. 31:31-33).

Se a lei de Moisés une o fiel a Jeová, surge no Novo Testamento um grande problema, pois a lei afasta de Deus, o Pai de Jesus Cristo. Vejamos o que Paulo declara: “Que diremos pois? Que os gentios que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou a lei da justiça” (Rm. 9:30-31). E Paulo continua: “Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que tem zelo de Deus, mas não com entendimento, porquanto não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram a justiça de Deus, que é Cristo” (Rm. 10:1-4). Acabamos de registrar que a  salvação estava em guardar e obedecer a lei, e agora Paulo afirma que a salvação vem pela fé e sem a observância da lei? (Rm. 3:28; Gl. 2:16).

Mas, segundo Paulo, a observância da lei não separa só do Pai, mas também de Jesus Cristo. A lei é muito perigosa. Além de ser incentivadora das paixões e dos pecados, é também a força do pecado (Rm. 7:5; I Co. 15:56). Mas, pior do que isso, a lei separa de Cristo, isto é, impossibilita a salvação. “Estai pois firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo o homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído” (Gl. 5:1-4).

Cremos que não é difícil concluir, que, se a obediência aos preceitos da lei unem a Jeová, como provamos acima, e por outro lado separam de Jesus e do Deus Pai de Jesus, Jeová é um elemento estranho aos planos do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

 

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(239) – A NINGUÉM NA TERRA CHAMEIS VOSSO PAI

239 – A NINGUÉM NA TERRA CHAMEIS VOSSO PAI

 

Jesus Cristo pronunciou a seguinte frase: “A ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus” (Mt. 23:9). Que é que Jesus está dizendo? Está dizendo que o Deus Pai não pode ser achado na terra. Também não pode ser visto na terra.

Moisés escreveu os primeiros cinco livros da Bíblia, chamados de PENTATEUCO, e são os cinco livros da lei de deus. Nesses livros, deus aparece na terra. A primeira vez aconteceu da maneira seguinte: “E plantou Jeová deus um Jardim no Edem, da banda do oriente, e pôs ali o homem que tinha formado” (Gn. 2:8).

Esse Jardim celestial, porém na terra, era maravilhoso. Era muito bem regado por quatro grandes rios. Havia nesse Jardim todo tipo de árvore frutífera, e árvores odoríferas, e árvores medicinais, e  árvores decorativas. O Jardim era todo ornamentado de flores belíssimas e perfumadas. Bem no meio do Jardim se viam duas árvores diferentes. Uma era a árvore da vida eterna; outra era a terrível árvore da ciência do bem e do mal. E Jeová Elohim encarregou o homem de lavrar e guardar o Jardim. Recebeu, entretanto, uma ordem. Não poderia comer o fruto da árvore da ciência. Se comesse morreria (Gn. 2:8-17). Vendo o homem que todos os animais tinham fêmeas, se sentiu solitário e triste. Jeová Elohim então, de uma de suas costelas formou uma mulher, que logo se apaixonou (Gn. 2:18-25).

A parte incompreensível e estranha nessa história é que Jeová Elohim colocou Satanás no Jardim, junto com Adão e Eva (Ap. 12:9). É estranho esse fato, porque Adão e Eva eram inocentes como crianças e não discerniam entre o bem e o mal, isto é, entre o certo e o errado. Eram tão inocentes que andavam sem roupa e não se envergonhavam. Nenhum pai larga os filhos inexperientes nas mãos de bandidos pra ver o que vai acontecer. A serpente, isto é, Satanás, incitou Eva com blandícias, e esta pegou do fruto proibido, comeu e deu a Adão, que comeu com ela (Gn. 3:1-6). O resultado foi trágico. Eva foi submetida ao sistema machista para ser humilhada e dominada para sempre. Adão foi condenado a duros trabalhos, tendo a natureza como adversária, pois a terra se tornou maldita, e começou a produzir pragas, espinhos e cardos. Adão e sua mulher foram expulsos do paraíso, condenados à morte com os descendentes (Rm. 5:12; Gn. 3:16-23). Para completar, Jeová Elohim fechou para sempre o Jardim do Edem, e pôs Querubins e também uma espada inflamada para guardar o caminho da árvore da vida.

Um deus que expõe os filhos a perigos mortais, sendo eles ignorantes e inexperientes, e vendo-os cair, os condena a trabalhos forçados até a morte, não pode ser chamado de pai, mas de verdugo. Há um detalhe a focalizar. Às tardes, Jeová costumava passear no seu jardim, logo estava na terra, e Jesus foi claro ao dizer: “A ninguém na terra chameis vosso pai” (Mt. 23:9; Gn. 3:8).

Os homens são maus e pecadores, mas cuidam dos filhos e protegem-nos  contra os bandidos, coisa que Jeová não fez (Mt. 7:11).

Passados quase dois mil anos dessa tragédia, Abraão habitava nos carvalhais  de Manre, o amorreu(Gn. 13:18; 14:13). Abraão estava assentado à porta da sua tenda, e apareceram três varões (Gn. 18:1-2). Um deles era Jeová. Os doutores dão uma explicação absurda. Dizem eles que os três varões eram uma teofania, imagem irreal como tela de televisão. O fato é que esses varões lavaram os pés e comeram pão (Gn. 18:4-5). Sara correu a fazer bolos, e  preparou uma vitela assada. Os três varões assentaram com Abraão e comeram até se fartar, coisa que uma  teofania não pode fazer (Gn. 18:68).

Um destes três varões era Jeová, que mandou chamar Sara e lhe prometeu o filho tão esperado e desejado, pois Sara era estéril. Sara, ao ouvir a promessa riu-se, e disse Jeová a Abraão: “Por que riu Sara? Haveria alguma coisa difícil para Jeová? Eu tornarei a ti no tempo determinado, e Sara terá um filho”(Gn. 18:9-14). Depois disso Jeová começou a falar com Abraão sobre Sodoma e Gomorra, e disse: “O pecado de Sodoma e Gomorra tem se agravado. Descerei agora, e verei se tem praticado o que tenho ouvido” (Gen. 18:20-21). Jeová declarou de viva voz que desceu até Sodoma para ver o que acontecia. Dois problemas graves surgiram. O primeiro é que Jeová não é onisciente, pois ia averiguar para se certificar do que ocorria. O segundo é que desceu à terra, e  por isso não pode ser chamado de pai, pois Jesus falou: “A ninguém na terra chameis vosso pai” (Mt. 23:9). O Pai nunca desceu à terra, pois Jesus também declarou: “NINGUÉM SUBIU AO CÉU, SENÃO O QUE DESCEU DO CÉU” (Jo. 3:13). Só Jesus desceu e só Jesus subiu, logo, o Jeová que desceu e subiu não pode ser chamado de Pai. E não pode ser chamado de pai porque desceu para condenar os sodomitas e gomorritas, e também para destruir suas cidades a fogo (Gn. 19:24-25). Ora, Jesus salva os sodomitas que crêem, e por isso não os destrói para que tenham muitas chances de se converterem. O Pai também não os destrói pois quer que todos se salvem, pois Deus, o Pai, é amor (I Tm. 2:3-4; 4:10; I Co. 6:10-11). Também, se só Jesus subiu e desceu, e ao descer, desceu para salvar e não para condenar, e veio da parte do Pai (Rm. 10:6-13). Qualquer outro que tenha descido e subido, não o fez segundo o projeto de Jesus Cristo, o autor e consumador da fé(Hb. 12:2).

Temos uma terceira vez que Jeová desceu. Foi para dar a lei, quando tirou o povo do Egito e da escravidão do Faraó. O povo foi levado por Moisés, servo  de Jeová,  ao pé do Monte Sinai. O texto diz o seguinte: “O dia em que estiveste perante Jeová teu Deus  em Horebe, quando Jeová me disse: Ajunta-me este povo e eu os farei ouvir as minhas palavras, e aprendê-las-ão, para me temerem todos os dias que na terra viverem, e as ensinarão a seus filhos; e vós vos chegastes, e  vos pusestes ao pé do monte; e o monte ardia em fogo até o meio dos céus, e havia trevas, e nuvens, e escuridão. Então Jeová vos falou do meio do fogo” (Dt. 4:10-12). Depois que Jeová falou ao povo, setenta e quatro pessoas subiram ao monte Sinai,“E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como uma obra de pedra de safira, e como o parecer do céu na sua claridade. Porém ele não estendeu a mão sobre os escolhidos de Israel; mas viram a Deus, e comeram e beberam” (Ex. 24:9-11).

Se Jeová desceu no monte Sinai e foi visto pelos homens, não pode ser chamado de pai, a não ser que os cristãos se voltem contra Cristo por amor de Jeová.

Numa outra ocasião Moisés lhe disse: “Rogo-te que me mostres a tua glória” (Ex. 33:18). Jeová respondeu: “Todo o que olhar a minha face, morre. Aqui está a fenda de uma rocha. Tu te colocarás na fenda, e eu te cobrirei com a minha mão; tu me verás pelas costas (Ex. 33:18-23).

Jeová afirmou que habita na Jerusalém da terra (Sl. 135:21; Ed. 2:68).

Jeová afirmou que habita no monte Sião (Is. 8:18; Jl. 3:17).

Jeová pretendia fixar residência na terra “E desamparou o tabernáculo em  Siló, a tenda que estabelecera como sua morada entre os homens” (Sl. 78:60).

O Pai, nosso Deus, o Pai de Jesus, nunca esteve na terra, e homem nenhum o viu, ou falou com ele (Jo. 1:18 e I Jo. 4:12, Jo. 5:37). O resto é trevas. Só em Jesus podemos conhecer o Pai (Mat.11:27 e Jo.14:6 a 11).

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(238) – PARADOXOS – V

238 – PARADOXOS – V

 

Paradoxos são passagens contraditórias entre o Velho e o Novo Testamentos. Textos que se chocam trazendo dúvida e inquietação ao leitor atencioso e meticuloso. Examinemos comparando os dois testamentos.

  1. Se Jesus aconselha os discípulos a não ajuntarem tesouros neste mundo, e os ensinava que as verdadeiras riquezas são espirituais, isto é, as virtudes decorrentes da fé, por que Jeová é o deus do ouro e da prata? Por que Jeová enriquecia uns e não outros? (Mt. 6:19-20; Ag. 2:8; Ec. 5:19; 6:2).
  2. Se Jesus estabeleceu como condição para ser rico no céu, a um mancebo que era riquíssimo, vender todas as propriedades e distribuir tudo aos pobres, por que Jeová mandava saquear os povos conquistados, destruí-los ou escravizá-los? (Mt. 19:16-22; Js. 6:19; Dt. 20:10-15; Js. 22:8).
  3. Se os ricos correm risco de vida por causa dos ladrões e salteadores (Mt.6:19) e por isso mesmo, Jesus manda aos discípulos absterem-se das riquezas, pois tinha em mira preservá-la do perigo de assaltantes e seqüestradores, por que Jeová enriqueceu seus melhores servos? Queria expor suas vidas? Enriqueceu a Abraão permitindo que Sarai fosse amante de Faraó (Gn. 12:10-16). Como Ló, sobrinho de Abraão, também enriqueceu, houve contenda entre os pastores de gado de Abraão, e os pastores de gado de Ló. O resultado foi a separação entre eles. Fica assim provado que as riquezas separam os irmãos. Jeová enriqueceu ao rei Jeosafá (II Cr. 17:5). Acabe, rei perverso, vendo a glória e a riqueza de Jeosafá, deu-lhe sua filha em casamento (II Cr. 18:1). Por causa do parentesco, fizeram aliança para guerrear. Em conseqüência Jeosafá caiu em desgraça diante de Jeová: “E Jeosafá, rei de Judá; voltou a sua casa em paz, a Jerusalém. E Jeú, filho de Hanani, o vidente, lhe saiu ao encontro, e disse ao rei Jeosafá: Devias tu ajudar o ímpio, e amar aqueles que a Jeová aborrecem? Por isso virá sobre ti grande ira de parte de Jeová” (II Cr.19:1-2). Outro que Jeová enriqueceu foi o bom rei Ezequias, rei de Judá. “E teve Ezequias riquezas e glória em abundância; e acumulou tesouros de prata e de ouro, e de pedras preciosas, e de especiarias, e de escudos, e de tudo o que se podia desejar” (II Cr. 32:27). Jeová deu grandes vitórias a Ezequias, como deu também a Jeosafá, pois ambos foram ótimos reis. Mas porque Ezequias era muito rico, e chegando embaixadores da Babilônia, lhes mostrou seus imensos tesouros, bênçãos de Jeová. Isaías, o profeta, veio então a Ezequias, e lhe disse da parte de Jeová: Porque abriste as portas dos teus tesouros aos olhos daqueles embaixadores, como castigo, tudo será levado para a Babilônia. Também teus filhos serão tomados de ti para serem eunucos no paço do rei da Babilônia (II Rs. 20:12-18). Se Ezequias não tivesse riquezas não mostraria aos embaixadores, e não seria saqueado e nem exposto a ira de Jeová. Mas foi Jeová que o enriqueceu. Davi o confirma (I Cr. 29:11-12). E Ana, mãe de Samuel também declara a mesma coisa (I Sm. 2:7). E Salomão também(Pv. 22:2). Salomão, filho de Davi, eleito desde o ventre por Jeová, pediu sabedoria e não pediu riquezas. Jeová lhe falou, dizendo: “Porquanto pediste sabedoria e não pediste riquezas, eis que fiz segundo a tua palavra, pois te dei sabedoria e também riquezas, que não pediste” (I Rs. 3:11-13). Salomão recebia 666 talentos de ouro anualmente, que em Reais somariam 777milhões. Com esse dinheirão todo, dava para ter mil mulheres. Sabemos pela Bíblia, que uma mulher louca destrói uma casa. Imaginem mil. Pois Salomão casou com mil, sendo todas loucas. Que algazarra! Quanta fofoca! Quanta ciumeira e quantas brigas (Pv. 14:1). As mil mulheres conseguiram corromper Salomão com laços tão bem trançados, que nem a sabedoria de Jeová, dada a Salomão, conseguiu mantê-lo em pé. Salomão cometeu toda a sorte de loucuras e fantasias (Ec. 2:1-3). Salomão, já velho, cansado e derrotado, revelou o motivo da sua queda estrondosa: “Cova profunda é a boca das mulheres estranhas; aquele contra quem Jeová se irar, cairá nela” (Pv. 22:14). “Eu achei uma coisa mais amarga que a morte, a mulher cujo coração são redes e laços, e cujas mãos são ataduras. Quem for bom diante de Deus, escapará dela, mas o pecador virá a ser preso por ela (Ec. 7:26). Como está escrito que a mulher boa vem de Jeová, e a perversa também, está claro que Jeová forjou a queda de Salomão, pois se Salomão fosse pobre não teria mil mulheres estranhas e loucas, e assim não seria corrompido por elas (Pv.19:14). Se o próprio Jeová declara que as riquezas são males que causam dano aos seus donos, por que enriquecia os seus eleitos? (Ec. 5:13). Riqueza é laço de Jeová (I Rs. 11:1-10).
  4. Mamom é o nome do deus da riqueza em aramaico, língua falada pelos judeus no cativeiro babilônico. Se Jesus declara que buscar ou acumular riquezas neste mundo é servir a Mamom (Mt. 6:19-24), por que Jeová é quem enriquecia as pessoas? (Ec. 5:19). Ao enriquecê-los fazia-os servir a Mamom. E por que proibia ao seu povo servir a outros deuses?
  5. A fazenda de um homem rico produziu tanto, que não cabia nos celeiros que já estavam cheios. O rico pensou: Derribarei estes celeiros, e reconstruirei outros maiores, para recolher minha colheita. Mas Deus lhe disse: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens para quem será?” (Lc. 12:13-21). É óbvio que não foi Deus, nem Jesus que o mataram. Deus quer salvar a todos, e Jesus deu a vida por todos (I Jo. 2:1-2; I Tm. 2:3-4). Quem levou a sua alma foi Satanás, o rei de um grande império, O IMPÉRIO DA MORTE (Hb. 2:14). Considerando a parábola do rico insensato, quem fica rico, se coloca na mira do diabo, que anda ao redor buscando tragar (I Pd. 5:8). Sendo assim, porque Jeová enriquecia? Queria expor o rico às unhas afiadas de Satanás?
  6. Vamos transcrever um texto de Paulo. “Os que querem ser ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e na ruína, porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviam da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (I Tm. 6:9-10). O leitor desta carta vai pensar o seguinte: “Sou rico, mas não tenho amor ao dinheiro, tudo bem”. Você não tem toda a espécie de males, mais um mal tem: A RIQUEZA. Pois Jesus afirma que é muito difícil a um rico entrar no reino dos céus. E disse mais: “É mais fácil passar um camelo no fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus” (Mt. 19:23-24). Se a porta dos céus é tão estreita para os ricos, riqueza é um mal. Se Deus só escolhe os pobres para serem ricos na fé, e nunca os ricos, entendemos que os ricos são rejeitados. Os pobres já são herdeiros do reino de Deus (Tg. 2:5), mas que fique bem claro, que esses são os pobres que repartiram suas riquezas, como fez Jesus (II Co. 8:9).

Autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(237) – PARADOXOS – IV

237- PARADOXOS  – IV

 

Um exame cuidadoso da obra de Jeová no Velho Testamento vai provar que entre Jesus e Jeová não existe o menor traço de unidade. Poderiam ser caminhos paralelos os dois testamentos, mas são caminhos totalmente contrários. O Velho Testamento trata das coisas da carne, e o Novo Testamento só trata das coisas do espírito. Jeremias diz: “as carnes santas se desviaram de ti” (Jr. 11:15). E Jeová declara pela boca de Isaías que vai criar um novo céu e uma nova terra, e que toda a carne irá adorá-lo todos os sábados (Is. 66:22-23). A carne, para Jeová é tão importante, que ele declara: “Eu sou o Deus de toda a carne” (Jr. 32:27).

         No Novo Testamento Jesus diz: “O Espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita” (Jo. 6:63). O apóstolo Paulo coloca a carne no plano mais baixo possível, na carta aos romanos: “A inclinação da carne é morte; mas a inclinação do espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita a lei de Deus, nem, em verdade o pode ser. Portanto os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm. 8:6-8). Mais à frente, Paulo diz: “Se viverdes segundo a carne morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis” (Rm. 8:13). E o grande apóstolo dos gentios revela algo profundo: “A carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção” (I Co. 15:50). É muito difícil conciliar a carne com o Espírito” (Gl. 5:16-22). O conceito de Jeová sobre a carne não se coaduna com o conceito de Jesus, Paulo, João, Pedro, etc.

Para provar de maneira insofismável as diferenças incontestáveis entre as obras do Velho e Novo Testamentos, citaremos alguns pontos:

  1. Se os cristãos, que são o povo de Deus Pai, e discípulos de Jesus, foram enviados a salvar todas as pessoas de todas as nações, por que Jeová enviava o seu povo de Israel para matar e escravizar?  Os textos bíblicos são claros. Jesus ordenou: Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt. 28:19-20). “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo” (Mc. 16:15-16). Agora a ordem de Jeová: “Não houve cidade que fizesse paz com os filhos de Israel, senão os heveus, moradores de Gibeão; por guerra as tomaram todas. Porquanto de Jeová vinha, que os seus corações endurecessem, para saírem ao encontro a Israel na guerra, para os destruir totalmente, para se não ter piedade deles; mas para os destruir a todos, como Jeová tinha ordenado” (Js. 11:19-20). Sobre Israel, Jeová disse por boca de Jeremias: “Tu és o meu martelo e minhas armas de guerra, e contigo despedaçarei as nações, e contigo destruirei reis. E contigo despedaçarei o cavalo e o seu cavaleiro, o carro e o que vai nele. E contigo despedaçarei o homem e a mulher; e contigo despedaçarei o velho e o moço, e contigo despedaçarei o mancebo e a virgem; e contigo despedaçarei o pastor e seu rebanho; e contigo despedaçarei o lavrador e a sua junta de bois, e contigo despedaçarei os capitães e os magistrados. E pagarei a Babilônia, e a todos os moradores da Caldéia, toda a sua maldade que fizeram a Sião, diz Jeová” (Jr. 51:20-24). O contra-senso é que Jeová havia entregue as nações todas nas mãos de Nabucodonosor, rei dos caldeus, dizendo que fazia isso porque esse rei era cruel e lhe agradava aos olhos (Jr. 27:5-8). Que paradoxo complicado!
  2. Se onde não há lei não há transgressão (Rm. 4:15), e se onde não há lei não há imputação de pecado, como lemos em Rm. 5:13, por que Jeová imputava a povos que não o conheciam, e nem a sua lei, que só foi dada a Israel 700 anos mais tarde? (Gn. 6:7; 19:24-25). Os antediluvianos, e os sodomitas morreram todos sem ter consciência do mal que praticaram. Hoje, quatro mil anos mais tarde, existem sodomitas aos milhões e protegidos por lei humanas, e Jeová não se manifesta? É paradoxal.
  3. No evangelho de Mateus lemos que a tentação procede do diabo (Mt. 4:1). Se as tentações procedem todas do diabo, por que Jeová, o deus do Velho Testamento, tentava os homens? “E aconteceu depois destas coisas, que tentou Jeová a Abraão” (Gn. 22:1). Jeová libertou Israel do cativeiro egípcio, levou o povo ao deserto, e lá o tentou. Assim diz o texto: “E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual Jeová teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te tentar, e para saber o que havia no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não” (Dt. 8:2).Para complicar o caso, Tiago, na sua Epístola universal, declara: “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não poder ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta” (Tg. 1:13). Ou Jeová não é o Pai, ou a Bíblia não é verdadeira. Como a Bíblia é verdadeira, Jeová não é o Pai, pois Jeová tenta, e é tentado pelo mal, mas o Pai nem pode ser tentado, e a ninguém tenta. Jeová confessa que é tentado em Nm. 14:22.
  4. Jesus desceu do céu, da parte de Deus Pai, para desfazer as obras do diabo (I Jo. 3:8). O diabo é o adversário de Cristo, da Igreja, e dos cristãos, e anda por aí armando laços, “buscando a quem possa tragar” (I Pd. 5:8). Se este é o quadro no Novo Testamento, por que no Velho Testamento Jeová e Satanás trabalhavam em conjunto? Em II Sm. 24:1 lemos que Jeová incitou a Davi. A narrativa do mesmo fato é repetida em I Cr. 21:1, só que desta vez lemos que Satanás incitou a Davi. Como explicar? É fácil. Os dois trabalharam em conjunto. O caso de Jó é semelhante. Numa reunião angelical, Satã estava no meio, quando os filhos de Jeová se apresentavam. Jeová elogiou a fidelidade e perseverança de Jó. Satã sugeriu uma prova dura para Jó. Jeová concordou com a sugestão e entregou o fiel Jó nas mãos perversas de Satã. Os dois se associaram neste projeto maligno (Jó 1:6-12). Nós sabemos que a serpente é figura de Satanás (Ap. 12:9). E o profeta Amós nos revela o seguinte sobre Israel: “E, se se ocultarem aos meus olhos no fundo de mar, ali darei ordem à serpente, e ela os morderá” (Am. 9:3). Como pode Jeová ser parceiro do diabo no Velho Testamento, e no Novo ser adversário? É que o parceiro do Pai é Jesus, e o de Jeová é Satã.
  5. Se Jesus é manso e humilde de coração, como lemos em Mt. 11:29, porque Jeová, no Velho Testamento era prepotente? “Se o homem se não converter Jeová afiará a sua espada; já tem armado o seu arco, e está aparelhado. E já para ele preparou armas mortais, e porá em ação as suas setas inflamadas” (Sl. 7:12-13). “Vivo eu, diz o senhor Jeová, que com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada, hei de reinar sobre vós” (Ez. 20:33). Jesus é o príncipe da paz, e Jeová é o príncipe da violência, e da guerra, e das vinganças. O Deus Pai também é Deus da paz e do amor, como Jesus.
  6. Realmente está difícil conciliar as obras dos dois Testamentos, isto é, as obras de Jeová, e as obras de Jesus, que são as obras do Pai (Jo. 10:32; 14:10).

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(236) – VINGANÇA CONTRA OS MORTOS

VINGANÇA CONTRA OS MORTOS

 

Na coleção CURIOSIDADES, Valmiro Rodrigues Vidal conta uma impressionante história de vingança. No volume sete, página 45, lemos a história verídica de Carlos II, rei da Inglaterra, que ao subir ao trono em 1.660, por influência do general Monk, exerceu impressionante vingança contra os que haviam decapitado seu pai, Carlos I.

O inimigo a quem visava era Olivier Cromwell, o protetor da Inglaterra, que exercia o poder como ditador. Ele havia morrido em 1.658, tendo sido enterrado na Abadia de Westminster. Segundo alguns autores, Carlos II fez desenterrar os cadáveres dos revolucionários e colocar num carro. Eram três: Cromwell, Ireton e Bradshaw, que tinham sido os seus mais encarniçados inimigos. Levou-os para Tyburn, lugar onde eram enforcados os criminosos. Os cadáveres foram aí pendurados nas forcas, onde ficaram o dia inteiro. Depois mandou retirá-los das árvores e decapitou-os, atirando em seguida os corpos num poço junto às forcas. As cabeças foram espetadas em lanças e colocadas em lugares elevados, oferecendo aos cidadãos sinistro espetáculo, testemunho expressivo dos sentimentos vingativos do monarca.

Esse tipo de vingança retrata o indescritível ódio que enchia o coração daquele rei. Foi, entretanto, vingança contra cadáveres putrefatos. Seria maior o ódio se o monarca mandasse matar os filhos dos defuntos, que não participaram do crime, cujas mães e parentes ficariam estarrecidos diante de tanta atrocidade, mas felizmente não ocorreu tal fato.

Na história de Israel, o povo de Jeová, aconteceram coisas mais monstruosas, pois Jeová, cheio de ódio e furor, não podendo se vingar no defunto que nada sente, se vingava nos filhos para que os parentes vivos, porém inocentes, sofressem a dor e a angústia que o morto deveria sofrer. Qual o sentimento de um ser que se apresentou como deus, e por ódio a alguém que matou por vingança, não satisfeito em matá-lo, estende a mão assassina sobre os filhos, para que mãe, irmãs e avós sofram a dor lancinante e pungente que desejava para o defunto?

O pior neste tipo de comportamento é que Jeová quebra a sua própria lei, que diz: “Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais; cada um morrerá pelo seu pecado” (Dt. 24:16). Como pode Jeová submeter o seu povo às mais terríveis maldições, se ele próprio não respeitou a lei que prescreveu? “Façam o que digo, mas não façam o que eu faço.” No capítulo das maldições, Jeová declarou: “E será que, assim como Jeová se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim Jeová se deleitará em destruir-vos e consumir-vos; e desarraigados sereis da terra a que passais a possuir” (Dt. 28:63). Se Deus é amor, não pode se deleitar em destruir. Cada pessoa que morre sem salvação é mais um perdido, por quem o Pai enviou o seu Filho Jesus para morrer na cruz afim de salvá-lo. Deus deve sofrer pelos que se perdem, e não se deleitar em matar e destruir.

Saul pecou, e Jeová planejou sua morte através de uma feiticeira. Como Saul perguntasse a Jeová sobre a guerra contra os filisteus, que estavam acampados em Sunem, e Jeová nada respondesse, nem por sonhos, nem por Urim, e nem por profetas, Saul, desesperado, buscou uma feiticeira, em En-Dor (I Sm. 28:6-8). E a feiticeira profetizou, da parte de Jeová, a morte de Saul e seus filhos (I Sm. 28:19). O fato se concretizou alguns dias à frente, durante a peleja contra os filisteus. Os filisteus apertaram a batalha e mataram a Jônatas, a Abinadabe, e a Melquisua, filhos de Saul. Saul apertado pelos filisteus, e apavorado, pediu a seu pagem de armas que o matasse, para não ser morto pelos filisteus. O seu pagem por temor, não quis matá-lo. Saul, então, se lançou sobre a própria espada. O exército de Saul foi dizimado pelos filisteus. Cumpriu-se assim o oráculo da feiticeira de En-Dor. Ela declarou que quem estava falando era o espírito de Samuel, fato negado por Jesus na parábola do rico e do Lázaro (I Sm. 31:1-6; Lc. 16:22-26). O próprio Jeová declarou que, quando o profeta falasse, cumprindo-se a palavra, foi ele, Jeová quem falou pelo profeta (Dt. 18:20-22). Sendo assim, Jeová falou pela feiticeira.

Morto Saul e seus três filhos, passaram-se uns trinta anos. Nesse tempo todo, Jeová continuou curtindo ódio e nutrindo vingança contra o defunto. Mas defunto não sente nada. O próprio Jeová falou pela boca de Salomão: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tão pouco eles têm jamais recompensa, mas a sua memória ficou entregue ao esquecimento” (Ec. 9:5). A morte fez cessar o mal e o pecado de Saul, mas a sanha vingativa de Jeová não cessa. Então, forjou Jeová, executar a vingança nos outros filhos de Saul para que as mães e irmãs padecessem incessantemente a aflição e a angústia que Saul deveria padecer, para deleite de Jeová, conforme Dt. 28:63. Deleitar-se no sofrimento de inocentes, no lugar dos culpados, é um deleite tenebroso. No capítulo 21 do livro de II Samuel, durante o reinado de Davi, temos essa infeliz narrativa que deslustra a justiça de Jeová. O fato deu-se da seguinte maneira: Houve uma fome de três anos, nos dias de Davi, de ano em ano. Davi consultou a Jeová, que lhe disse: “É por causa da casa sanguinária de Saul, que matou os gibeonitas.”  Davi chamou os gibeonitas, que confirmaram a perseguição atroz de Saul. Os gibeonitas pediram ao rei Davi que lhes desse sete filhos de Saul, para os enforcar a Jeová. Davi buscou os sete. Os gibeonitas enforcaram-nos, e a ira de Jeová se aplacou contra o defunto (II Sm. 21:1-14). O texto destaca Rizpa, filha de Aia, que tomou um pano de silício, e estendeu sobre uma pedra, e lá ficou em prantos dia e noite. De dia espantava as aves, e de noite espantava os animais, até que Davi mandasse recolher os ossos de Saul e seus filhos, e os sepultassem na cova de Cis, pai de Saul (II Sm. 21:10-14). Este caso não é o único do Velho Testamento. Sobre muitos outros Jeová executou sua terrível vingança contra defuntos.

  1. Gideão pecou fabricando um ídolo. Isto irritou Jeová, que depois da sua morte executou a vingança, forjando a morte de seus setenta filhos (Jz 8:22-31; 9:1-5).
  2. Jeroboão, que reinou sobre Israel, mandou fazer dois ídolos. Um colocou em Betel, o outro em Dã(I Rs. 12:26-30). Depois da morte de Jeroboão, quando reinava seu filho Nadabe, Jeová executou a sua mortal vingança sobre a descendência (I Rs. 14:20; 15:25-29).
  3. Baasa, que destruiu a casa de Jeroboão, também pecou. Jeová, então coordenou a morte de toda casa de Baasa, após a sua morte (I Rs. 15:33-34). Morreu Baasa (I Rs. 16:6-11).
  4. Acabe, rei de Israel, cometeu grandes abominações, incentivado por sua mulher Jezabel. Elias, o tisbita, anunciou a vingança de Jeová. Acabe se humilhou diante de Jeová (I Rs. 21). Jeová, depois da sua morte, executou a vingança contra a casa de Acabe, isto é, contra inocentes (II Rs. 10:1-11).

Se Saul, Gideão, Jeroboão, Baasa, e Acabe vivessem depois de Cristo, seus descendentes não morreriam, por causa do amor do Pai, conforme Jo. 3:16-17.

 

Autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(235) – O OLEIRO

 O OLEIRO

Quem é o oleiro? “Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz Jeová. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel” (Jr. 18:6). O oleiro é o fabricante de vasos de barro. Sendo assim, se o vaso sai  bonito, é o oleiro que tem bom gosto. Se o vaso é feio, o oleiro é que não sabe fazer vasos bonitos. O problema não é do barro, mas tão somente do oleiro. Ilustremos o fato. Um governador encomenda uma ponte de concreto a uma firma construtora. Depois de pronta, a ponte desaba. O governador processa a firma construtora. Esta, por sua vez, põe a culpa no engenheiro encarregado da obra. O engenheiro diz que os cálculos estão corretos, mas a empresa usou material de terceira. Ninguém assume a culpa pelo desastre.

No caso de Israel, Jeová assume o desastre, pois afirma que é o oleiro, isto é, o autor da destruição dos dois reinos. Jeremias profetizou no tempo do profeta Ezequiel, quando o reino de Judá foi levado cativo para a Babilônia; Israel há 130 anos já tinha sido levado para a Assíria. Foi o fim do reino de Jeová (Ex. 19:6; Is. 43:15; Ez. 20:33). Há dois mil e seiscentos anos se desfez o reino. O reino de Jeová não só acabou historicamente, mas moral e espiritualmente. Ezequiel declarou: “Houve duas mulheres, filhas de uma mesma mãe. Estas prostituíram-se no Egito; prostituíram-se na sua mocidade; ali foram apalpados os seus peitos. Os seus nomes eram Aola, a mais velha, e Aoliba, sua irmã; e foram minhas, e tiveram filhos e filhas; e, quanto aos seus nomes, Samaria é Aola, e Jerusalém é Aoliba. E prostituiu-se Aola, sendo minha; e enamorou-se dos amantes, os Assírios” (Ez. 23:2-5). “Vendo isto sua irmã Aoliba, corrompeu o seu amor mais do que ela, e as suas devassidões foram maiores do que as de sua irmã” (Ez. 23:11).

Depois que os dois reinos estavam corrompidos e destruídos, Jeová declara: “Eu sou o oleiro e vós o barro”. Depois que a ponte caiu, o engenheiro se apresenta publicamente, e canta bem alto: Eu sou o autor dessa desgraça. Jeová se orgulha dos escombros do seu reino? Paulo revela que o reino de Israel é vaso feito para a perdição. “Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para a honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição” (Rm. 9:21-22). O povo de Israel, ou melhor, o reino de Israel foi criado para a perdição por Jeová. E Jeová declara que os criou para a sua glória? (Is. 43:7). É por isso que Paulo revela que o ministério da morte e da condenação veio em glória (II Co. 3:7-9).

Analisemos a história de Israel desde o princípio para ver como o oleiro modelou os vasos para perdição.

O padrão moral do Egito era semelhante ao de Sodoma e Gomorra (Ap. 11:8). Jeová formou o seu povo a partir da descendência de Abraão (Gn. 12:1-2; 22:16-18). Levou a descendência de Abraão para o Egito. Por que? Não havia lugar melhor? Ezequiel revela que Israel se prostituiu no Egito (Ez. 23:1-3).O povo ficou no Egito por 400 anos se prostituindo. Foi formado neles o espírito da prostituição (Os. 5:4). Dos 400 anos passados no Egito, pelo menos 200 foram escravizados. A servidão era tão pesada que os filhos de Israel clamavam de desespero e cansaço. Quem provocou essa servidão cruel por tanto tempo? Foi Jeová, pois no Salmo 105:23-25 está escrito que Jeová mudou o coração dos egípcios para que aborrecessem Israel. Sendo assim o oleiro queria a escravidão. Jeová estava preparando no seu povo o espírito de escravidão. Jeová falou, dizendo: “Eu sou Jeová teu Deus que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” (Ex. 20:2). E Jeová levou o seu povo até o monte Sinai, e lá de cima ditou as suas leis do meio das trevas (Dt. 4:10-14; 5:22-24).

Paulo, no Novo Testamento, revela que o pacto feito entre Jeová e Israel no monte Sinai, era o concerto da escravidão. Diz assim o texto: “Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei; não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre. Todavia o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas o que era da livre por promessa. O que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos; um, do monte Sinai; gerando filhos para a servidão, que é Hagar. Ora, esta Hagar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde a Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos” (Gl. 4:21-25). As palavras do grande apóstolo são claras. O concerto do Sinai é o pacto da escravidão. Para que o povo aceitasse essa servidão escravagista, Jeová os preparou no Egito por mais de duzentos anos. Paulo diz aos cristãos de Roma: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor (Rm. 8:15). O projeto de Jeová foi bem arquitetado, quando levou Jacó e sua família ao Egito. Formar escravos. Jeová queria um povo escravo, e reinava pela violência, pois escravo não tem vontade própria. E infundia o medo e o temor pelas ameaças das maldições.

Jeová testou o povo no deserto por quarenta anos (Dt. 8:2-3). O povo murmurou e se queixou. Jeová mudou os planos, pois havia prometido expulsar os povos cananeus (Lv. 18:24-25; 20:23; Dt. 11:23). “Nisto conhecereis que o Deus vivo está no meio de vós, e que de todo lançara de diante de vós aos cananeus, e aos heveus, a aos heteus, e aos perizeus, e aos girgaseus, e aos amorreus, e aos jebuseus” (Js. 3:10). Vendo que o espírito de escravidão não estava formado, Jeová deixou na terra as seguintes nações: “Cinco príncipes dos filisteus, todos os cananeus, e sidônios e heveus (Jz. 3:1-5). Jeová declarou: “Este povo traspassou o meu concerto, por isso não desapossarei mais de diante deles a nenhuma das nações” (Jz. 2:20-21).

O povo desobedeceu e fez o mal, então Jeová por sete vezes os entregou a escravidão num total aproximado de 150 anos. O período dos juizes foi de 348 anos, dos quais 150 como escravos de povos sodomitas. Cansados desse jugo maligno, o povo pediu a Samuel, o último juiz, um rei humano (I Sm. 8:1-7). Jeová disse a Samuel: “Não é a ti que te rejeitam, mas a mim, para eu não reinar sobre eles” (I Sm. 8:7). Esta declaração de Jeová prova que durante o período de Juízes esteve reinando. E como reinava? Entregando o seu povo na mão dos reinos corruptos de Canãa, para que o espírito de escravidão se consolidasse. O povo cansado de sofrer como escravo, prefere um homem como rei, no lugar do deus Jeová. Este, ofendido, e sendo o oleiro, guiou o seu povo até a extinção dos dois reinos. O lema de Jeová é, quem não se submete, morre (Sl. 7:11-13).

Quinhentos e oitenta e sete anos após o cativeiro babilônico, nasce Jesus Cristo, o Messias prometido. Não aceita sentar no trono para implantar o reino da escravidão debaixo da lei, declarando que o seu reino não é deste mundo (Jo. 18:36), e ensinando que o seu reino não é aqui na terra (Jo. 14:2-3).

A obra de Cristo é outra, pois disse: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo. 8:32). Jesus Cristo veio libertar os cativos e oprimidos (Lc. 4:18-19). O povo Judeu teve a sua chance de escapar do jugo de Jeová e da lei. Paulo esclarece o assunto na carta aos Gálatas. “Estai pois firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão. Eis que, eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo o homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído” (Gl. 5:1-4).

 

Autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(234) – AS PORTAS DO INFERNO

234 – AS PORTAS DO INFERNO

          A primeira coisa a definir é o que é o inferno. No hebraico, a palavra SHEOL se aplica a, ou traduz, três conceitos: MORTE, SEPULTURA e LUGAR DE TORMENTO. Os tradutores do hebraico sabem qual a tradução certa pelo sentido da frase. Quando alguém era condenado por um crime, e era apedrejado até a morte, a palavra sheol podia ser traduzida por morte, ou inferno, pois o condenado era réu de condenação ao inferno, isto é, tormento após a morte.

No Novo Testamento, Jesus declarou a : “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt. 16:18). Que é que Jesus está revelando? Que neste mundo onde vivemos, o único lugar onde o inferno não entra é a sua Igreja, que ia ser edificada. Antes de Jesus, as portas do inferno prevaleceram sobre tudo e sobre todos 100%. Paulo, o apóstolo, nos diz: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm. 3:23). As portas do inferno, neste mundo estão escancaradas, e todos entraram por elas.

E  tem mais: O inferno, sendo também a morte, é o império e o reino de Satanás, pois na carta aos hebreus lemos: “E, como os filhos participam da carne e do sangue, também Jesus participou das mesmas coisas, para que, pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” (Hb. 2:14).

            Vamos ver o que as Escrituras falam sobre o assunto:

1. Jeová formou um Jardim de delícias para ele mesmo, chamado Jardim do Éden, lá na banda do oriente. E Jeová fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida. É lógico também que colocou lá árvores odoríferas, flores perfumadas de toda espécie. E plantou a árvore da vida bem no centro do jardim; e a árvore da ciência do bem do mal (Gn. 2:8-9). “E tomou Jeová o homem que havia formado, e pôs no Jardim do Éden para o lavrar e guardar” (Gn. 2:15). E Jeová vinha pelas tardes passear no seu Jardim fechado. A serpente tinha a chave e chegou mais cedo. Seduziu Eva, e esta comeu do fruto da árvore da ciência, proibida por Jeová. Eva deu o fruto também a Adão, e ele comeu, com ela (Gn. 3:1-6). Quando Jeová chegou no jardim para passear, o estrago estava feito. Vendo-se ofendido pela desobediência, Jeová lançou uma maldição sobre a serpente, lançou outra sobre a inexperiente Eva, lançou outra sobre Adão pela desobediência, e por fim amaldiçoou a terra para produzir espinhos e pragas eternamente (Gn. 3:8-19)Cheio de ira, Jeová os expulsou do Jardim e fechou a porta a sete chaves, e colocou querubins e uma espada inflamada para guardar o caminho da árvore da vida. Que desastre. A serpente acabou com o Jardim do Éden. Os homens foram condenados à morte, e as portas do inferno prevaleceram contra os planos de Jeová (Rm. 5:12). O projeto de Jeová está em Ml. 2:15.

 

2. Dois mil anos mais tarde, Jeová tomou a semente de Abrão, seu amigo (Is. 41:8) que estava cativa de Faraó há 400 anos, e a libertou pela mão de Moisés (Ex. 3:7-8). Com grande alarde, e com terríveis pragas, tirou o povo do Egito, e os levou ao pé do Monte Sinai. Lá de cima do monte, que estava coberto de trevas, nuvens, tempestades e raios, deu os dez mandamentos e fez um pacto com o povo. Moisés, que subira ao monte, lá ficou por quarenta dias. O povo, embaixo, nesse espaço de tempo exigiu que Arão lhes fizesse um bezerro de ouro, igual ao boi Apis, que eles adoraram no Egito. Fizeram uma grande festa com muita algazarra. O furor de Jeová foi tanto, que Moisés custou a convencê-lo a não destruir o povo, a descendência de Abraão, que Jeová tinha jurado multiplicar e abençoar (Gn. 22:16-18; Ex. 32:1-14)O pacto estava quebrado antes mesmo de entrar em vigor, pois Moisés quebrou as tábuas de pedra do concerto (Ex. 32:19). Que tragédia. As portas do inferno prevaleceram contra o concerto de Jeová com o seu povo eleito.

 

3. Jeová, aconselhado por Moisés, muito a contragosto, continuou o projeto, que era estabelecer o seu reino aqui na terra, pois dissera antes: “Se vocês guardarem o meu concerto, serão meu povo particular entre todos os povos, serão o meu reino sacerdotal e o povo santo” (Ex. 19:5-6). Era um reino teocrático. Jeová mesmo declara a Samuel o fim do seu reinado, quando o povo pediu a Samuel que lhes desse um outro rei, menos complicado e mais humano. Jeová, então, disse: “Ouve a voz do povo em tudo quanto te disserem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado para eu não reinar sobre ele” (I Sm. 8:4-7). Começou a desgraça do reino. O maior rei, de nome Salomão, foi o pior, pois era tirano com o povo (I Rs. 12:4-11). O reino de Israel deveria ser luz para este mundo, pois Jeová disse: “Vós sois as minhas testemunhas” (Is. 43:10-12; 44:8). Mas as portas do inferno prevaleceram contra o reino de Jeová, que declarou: “E, chegando as nações para onde foram, profanaram o meu santo nome” (Ez. 36:20; Is. 52:5). Jeová, que se declara o rei de Israel (Is. 43:15), e não tendo poder para conduzi-lo em seus caminhos, teve a infeliz idéia de dividir o reino em dois (I Rs. 11:11-12; 35-36). Os dois reinos corromperam-se ainda mais (Ez. 23:1-11). As portas do inferno prevaleceram de tal maneira  que o reino do norte se desfez pelos Assírios (II Rs. 17:20-23). O reino do sul, isto é, Judá, também foi destruído pelos caldeus (II Rs. 23:27; Lm. 5:1-16).

 

4. O inferno prevaleceu contra o sacerdócio instituído por Jeová, pois ele mesmo declara: “Porque tanto o profeta como o sacerdote estão contaminados; até na minha casa achei a sua maldade, diz Jeová. Portanto o seu caminho lhes será como lugares escorregadios na escuridão; serão empurrados e cairão nele; porque trarei sobre eles mal, diz Jeová. Nos profetas de Samaria bem vi eu loucura; profetizavam da parte de Baal e faziam errar o meu povo Israel. Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda; cometem adultérios, e andam com falsidade, e esforçam as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles tem se tornado para mim como Sodoma, e os moradores dela como Gomorra”  (Jr. 23:11-14).

 

5. Jeová disse: “Assim diz Deus, Jeová, que criou os céus e o estendeu, e formou a terra, e a tudo quanto produz; que dá a respiração ao povo que está nela, e o espírito aos que andam nela” (Is. 42:5). E o salmista diz mais: “Trema perante ele toda a terra; pois o mundo se firmará, para que não se abale. Alegrem-se os céus, e regozije -se a terra; e diga-se entre as nações: Jeová reina” (I Cr. 16:30-31). E Isaías, o profeta, declarou: “Porque Jeová dos exércitos o determinou, quem pois o invalidará? E a sua mão estendida está; quem pois o fará voltar atrás? (Is. 14:27). “Operando eu, quem impedirá?” (Is. 43:13). O apóstolo Paulo fala de outro poder mais forte que o de Jeová, que subjugou  a criação: “Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita a vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está com dores de parto” (Rm. 8:19-22). Jeová garantiu que o que determina, não pode ser mudado, pois é o todo poderoso; e Satanás subjuga toda a criação? As portas do inferno prevaleceram contra a criação de Jeová de tal modo que Pedro disse: “Os céus e a terra que agora existem, pela palavra de Deus se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios” (II Pd. 3:7). Nada se aproveita desta criação de Jeová, sobre a qual ele reina (Is. 42:5).

 

As portas do inferno só não prevalecem sobre a Igreja de Jesus Cristo nosso Senhor (Mt. 16:18). Jesus fundou um novo mundo na sua Igreja (Ap. 13:8). O reino de Deus Pai está dentro das portas da Igreja(Lc. 17:20-21). Fazem parte desse reino glorioso os que, pela fé em Jesus, nascerem de novo (Jo. 3:3-6). Nenhum homem ou mulher, nascidos da cópula carnal  são filhos de Deus Pai, mas só os nascidos do Espírito Santo (Jo. 1:12-13). Esses nascidos de novo são obra das mãos de Jesus, e uma nova criatura, como disse Paulo, são criados em verdadeira justiça e santidade (Ef. 4:22-24; II Co. 5:17).

Autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(233) – O ANJO DA GUARDA – II

233 – O ANJO DA GUARDA – II

 

A fé católica é de que as crianças tem um anjo da guarda, para proteger do mal e de Satanás, mas o texto do Salmo 34:7 se refere a adultos, pois diz: “O anjo de Jeová acampa- se ao redor dos que o temem, e os livra”. Esse temor usado pelo salmista é produzido pelo conhecimento que alguém tem sobre Jeová; por isso, Salomão disse: “O temor de Jeová é o princípio da sabedoria, e a ciência do santo a prudência” (Pv. 9:10). Ora, toda a criança é curiosa e imprudente porque não tem nenhuma sabedoria, e assim, o Sl. 34:7 se refere a adultos fiéis a Jeová, isto é, o anjo de Jeová só guarda os seus propínquos. Jeová não é deus bom para  todos, mas somente para o seu povo Israel. E, portanto, deus tribal e não universal. Vejamos se o anjo de Jeová guarda os que Jeová escolheu para si:

  1. Adão e Eva não são os primeiros seres humanos criados por Jeová há seis mil  anos, pois a ciência prova que o homem está na terra há milhões de anos. Mas Adão e Eva são os primeiros humanos criados particularmente para Jeová, por isso Adão é figura do Messias carnal que haveria de vir ao mundo, conforme Romanos 5:14. Também Adão é figura de Israel, conforme Oséias 6:7. Sendo Adão e Eva os primeiros que Jeová formou para começar a sua linhagem, deveriam ser guardados pelo anjo de Jeová, mas não foram. A serpente entrou no Jardim de Jeová e os contaminou. E a mesma serpente contaminou o povo de Israel depois que o reino estava estabelecido, e lá pelo ano 830 antes de Jesus Cristo, quando Oséias profetizou ligando Adão a Israel. Nem o anjo guardou e nem Jeová. Adão e Eva, sem ciência e sem sabedoria alguma, portanto como crianças, foram devorados espiritualmente por Satanás sob os olhos condescendentes do anjo protetor.
  2. Abel é citado no Novo Testamento como homem de fé, em Hebreus 11:4. O sangue de Abel é figura do sangue dos sacrifícios e holocausto oferecidos a Jeová no templo de Salomão. E o anjo de Jeová não guardou Abel das mãos assassinas de seu irmão Caim (Gên. 4:1-8). João revela que Abel era filho de Deus e Caim era filho do diabo. As obras de Abel eram justas, mas o anjo de Jeová não o guardou (1 Jo. 3:10-12). O mais estranho no assassinato de Abel é que o justo não foi guardado, nem pelo anjo, e nem por Jeová (Gên. 4:13-15).
  3. Abraão é o maior nome do Velho Testamento. Jeová o chama de amigo. “Mas tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi, semente de Abraão, meu amigo” (Isaías 41:8). Abraão foi o homem a quem Jeová jurou abençoar e multiplicar (Gên. 22:16-18). Sarai, mulher de Abraão, era de grande formosura. Houve fome na terra, e Abraão desceu ao Egito (Gên. 12:10). Quem produz a fome? Jeová (2 Sam. 21:1). Os príncipes de Faraó gabaram a beleza de Sara a Faraó, e ela foi tomada para o harém. Abraão, por medo aconselhara-a dizer que era sua irmã. Sarai foi possuída por Faraó por tempo suficiente até Abraão enriquecer às custas da mulher (Gên. 12: 15,16). Uma coisa é certa. O anjo de Jeová não guardou Sarai da prostituição, e assim não guardou Abraão e a sua casa.
  4. Jacó teve doze filhos, sendo oito das mulheres, Léa e Raquel, e quatro das servas Bila e Zilpa. Léa deu os primeiros quatro filhos a Jacó. Seus nomes são: Rubem, Simeão, Levi e Judá (Gên. 29:32-35).Rubem, o primogênito, cometeu incesto com Bila, concubina de Jacó (Gên. 35:22). Diná, filha de Jacó, foi violada por Siquém, filho de Hamor, o heveu. Os irmãos se enfureceram. Então o pai de Siquém foi a Jacó pedir que Diná se casasse com seu filho, e oferecer amizade entre os dois povos. Siquém se propôs a pagar o dote que pedissem. Os filhos de Jacó impuseram a eles a circuncisão ordenada por Jeová em Gên. 17:13,14. Hamor e Siquem aceitaram, e assim todos os varões foram circuncidados. Ao terceiro dia, quando a dor era mais violenta, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um da sua espada, entraram afoitamente na cidade e mataram todos os machos, e mataram também Hamor e Siquém (Gên. 34:1-29). Jacó então disse aos filhos assassinos: “Tendes-me turbado fazendo-me cheirar mal entre os moradores desta terra, entre os cananeus e perizeus, sendo eu pouco povo em número: ajuntar-se-ão e me destruirão” (Gên. 34:30). A promessa de Jeová a Jacó: “Eis que estou contigo, e te não deixarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque te não deixarei até que haja feito o que te tenho dito” (Gên. 28:15). Os cananeus e perizeus que habitavam a terra antes de Jacó chegar, vendo o crime de Simeão e Levi, ficaram inimigos de Jacó. Uma coisa é verdade. O anjo de Jeová não guardou Diná da desonra, não guardou Jacó do medo e da angústia, e não guardou uma multidão de siquenistas convertidos ao judaismo. Pobre Jacó, angustiado pelo ato incestuoso de Bila, porque o anjo de Jeová não guardou, como também não guardou Diná. Ruben perdeu a primogenitura para José e seus dois filhos.
  5. Judá, o último dos primeiros quatro filhos de Jacó também cometeu incesto com a nora, de nome Tamar. A casa de Jacó estava sendo destruída por causa do sexo desordenado (Gên. 38:6-26). O que se entende por guardar? Evitar que morra? Evitar que sofra angústia também. E a angústia é castigo de Jeová. Ao ver a casa desonrada, Jacó vivia angustiado (Jer. 30:7). A angústia de Jacó pode ser sentida em Gên. 37:34-36; 42:36-38. Textos que provam que a angústia vem de Jeová. “Enviou sobre eles sua ira ardente, fúria, verberação e aflição. Delegações de anjos trazendo calamidades”(Sl. 78:49). Tradução inglesa de 1961. “Descarregou o ardor da sua cólera, indignação, furor, tribulação, um esquadrão de anjos de desgraça” (Sl. 78:49). Edição claretiana de 1960. “Atirou para o meio deles, quais mensageiros de males, o ardor da sua ira, furor, indignação e angústia” (Sl. 78:49). João Ferreira de Almeida- Edição Revista e corrigida. Jeová pelejou contra o Egito com esquadrão de Anjos do Mal. Na edição de Almeida está traduzido “mensageiro”, porque anjo é mensageiro. Existem muitos textos que falam da angústia mandada por Jeová.

Jacó passou a vida em angústia e aflição. Começou com o propósito  de Esaú  de assassiná-lo. Então Isaque, seu pai, ordenou que fosse para a casa de seu tio Labão (Gen. 28:1,2). Na casa de Labão trabalhou como escravo durante 20 anos. Passado esse tempo, fugiu de Labão com os filhos e as mulheres. Labão o perseguiu irado (Gen. 31:2224). Ao retornar teria que enfrentar a fúria  de Esaú. Com medo buscou a benção de Jeová  numa luta durante a noite, pois a benção lha traria  consolo e esperança (Gen. 32:22-28). Começou então  a angústia pelo mau comportamento  dos filhos de Léia. Por fim, seu filho predileto não volta, pois seus irmãos o venderam como escravo, tudo dentro do projeto de Jeová, oculto a Jacó.

E o varão Jacó, abençoado com a descendência com promessa de ser guardado de todo o mal, ao chegar no Egito, disse a Faraó: “Tenho cento e trinta anos; poucos e maus foram os anos da minha vida” (Gen. 47:9).

Foi preciso que o Deus Pai enviasse seu Filho Unigênito ao mundo para revelar o seu amor, pois Deus é amor (I Jo. 4:7,8).

Jesus trouxe aos homens  a paz de Deus. Paulo disse: “E a paz de Deus, que excede  todo o entendimento, guardara os vossos corações  e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp. 4:7). E para que os homens pudessem sentir alívio das aflições e angústias vindas de Jeová e seus anjos, Jesus, com a sua vida e sua obra, revelou a natureza do Pai. “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação, que nos consola em toda a nossa tribulação” (2 Cor. 1:3,4). E o Pai salva a todos os homens do jugo das maldições impostas por Jeová em Dt. 28:15-68; 1 Tim. 4:10.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA