Arquivos

(232) – O ANJO DA GUARDA – I

232 – O ANJO DA GUARDA 1

      “O anjo de Jeová acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Sl. 34:7). O verso sete do Salmo trinta e quatro foi o ponto de partida para uma tradição que já dura três mil anos. Será que as crianças têm um anjo da guarda? Parece que essa tradição se baseia na inocência infantil. Uma criança só pratica algo errado ou maléfico imitando a alguém que admira, pois não tem nenhuma consciência do que faz. Um adulto pode iludir uma criança com agrados e abusar criminosamente da sua inocência. Olhando por esse prisma concluímos que as crianças precisam de um anjo da guarda. Como as crianças não têm consciência do perigo, podem ser vítimas de acidentes. Uma criança pega uma navalha para brincar, ou se aproxima de um cão raivoso para abraçar. Que maravilha seria se as crianças tivessem um anjo da guarda. O povo de Israel começou a se multiplicar no Egito e Faraó deu ordem ao povo, dizendo: “A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas todas as filhas, guardareis com vida” (Ex. 1:22). O único que escapou foi Moisés. Aquelas crianças inocentes, ou não tinham anjo da guarda, ou não foram guardadas. O fato é que as crianças israelitas estavam debaixo de uma promessa e de uma grande bênção concedida a Abraão. “E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que  te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn. 12:2-3). Abraão recebeu a bênção da multiplicação da semente. “Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente” (Gn. 15:5). Se eram crianças benditas e predestinadas, por que o anjo da guarda não as protegeu contra o Faraó assassino? Mil e seiscentos anos depois, no tempo do nascimento do Messias, isto é, Jesus Cristo, o fato se repete .

Herodes Magno, sabendo das profecias a respeito do Messias, e com medo de perder o trono e o poder, manda matar a todos os meninos que havia em Belém, de dois anos para baixo (Mt. 2:16). Jesus foi o único que escapou porque José, avisado em sonhos pelo anjo de Jeová, fugiu para o Egito (Mt. 2:13-15). Se o anjo de Jeová ordenou a José que fugisse para que o menino Jesus não morresse, não tinha a mínima intenção de guardar em vida as almas de todas as crianças de Belém e dos contornos. E se o anjo de Jeová não guarda as crianças inocentes, é lógico que não vai guardar os adultos cheios de pecado, conforme Ec. 7:20 e Sl. 14:1-3. Se o anjo de Jeová não guarda em vida as crianças predestinadas para ser como as estrelas do céu, de acordo com o juramento feito a Abraão, quem crer no anjo da guarda está condenado à morte. “O anjo de Jeová bradou desde os céus a Abraão pela segunda vez dizendo: Por mim mesmo jurei; diz Jeová: Porquanto fizeste esta ação, e não me negaste o teu único filho, que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas do céu, e como a areia que está na praia do mar; e tua semente possuirá a porta dos seus inimigos” (Gn. 22:15-17). Deixando Faraó matar todas as crianças do sexo masculino e não cumprindo o juramento, e deixando Herodes matar todos os meninos  de dois anos para baixo em Belém de Judá é quebrar a promessa feita tantas vezes a Abraão. Há um detalhe que deve ser analisado. Hoje, a população judaica mundial é de treze milhões e novecentos mil pessoas, e a população árabe sobe a um bilhão. Parece que a semente abençoada é a descendência de Ismael e não a de Isaque.

Vamos focalizar os nomes de alguns varões do Velho Testamento pelos seus feitos heróicos em fidelidade a Jeová, para ver se seus filhos eram guardados pelo anjo de Jeová? Comecemos por Jefté. Este varão gileadita, apesar de ser filho de uma prostituta era valente e valoroso (Jz. 11:1). Naqueles dias, os filhos de Amom pelejaram contra Israel. Os anciãos de Gileade foram buscar Jefté, e lhe disseram: Vem, e sê-nos por cabeça para combatermos os filhos de Amom. Jefté, depois de muita insistência, acabou aceitando. Como a situação estava difícil, diz o texto que o espírito de Jeová veio sobre Jefté, e então votou um voto a Jeová dizendo: “Se totalmente deres os filhos de Amom na minha mão, aquilo que, saindo da porta da minha casa, me sair ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso será de Jeová, e o oferecerei em holocausto” (Jz. 11:29-31). E o anjo de Jeová não livrou a filha de Jefté, o herói de Israel.

Gideão foi outro grande herói. Os filhos de Israel estavam oprimidos pelos midianitas  por sete anos, e ficaram na miséria. O povo clamou, e Jeová lhes levantou a Gideão. O anjo de Jeová lhe apareceu e disse: “Jeová é contigo varão valoroso” (Jz. 6:12; 6:14). E Gideão, com trezentos homens somente, venceu os midianitas, e amalequitas, e a todos os filhos do oriente, uma multidão inumerável (Jz. 7:12). Gideão, entretanto, cometeu um pecado, depois de tão brilhante vitória. Pediu ao povo pendentes de ouro, do despojo, e com isso fez um éfode, e pô-lo na cidade de Ofra. E todo o Israel vinha ali se prostituir. E diz o texto que esse pecado se tornou em tropeço à casa de Gideão, isto é, Jeová não perdoou, e o castigo foi a morte de seus setenta filhos (Jz. 8:24-30). E Abimeleque, filho de uma concubina de Gideão, matou seus setenta irmãos, que nada tinham a ver com o pecado do pai. E o anjo de Jeová não guardou a nenhum daqueles inocentes, que estavam debaixo da bênção e do juramento feito a Abraão (Jz. 8:30-31; 9:4-5).

Vamos citar agora um israelita, que além de estar coberto pela bênção de Abraão, era amado e eleito de Jeová. Esse varão se chamava Davi, de quem Jeová deu testemunho dizendo: “Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade (At. 13:22). Pois bem. Reinando Davi em Jerusalém, viu uma mulher nua banhando-se. E o varão que tinha o coração segundo o coração de Jeová, e que executaria toda a vontade de Jeová, cheio de cobiça, mandou buscá-la, adulterou com ela, que era casada com um dos seus trinta e sete valentes, de nome Urias (II Sm. 23:39). A mulher concebeu, e Davi, para legitimar o filho, mandou matar Urias, o heteu. Temos aqui um caso sui-generis. Davi temia a Jeová, logo o anjo de Jeová deveria guardá-lo de cair num pecado grave. Mas não guardou(Sl. 34:7). Urias o heteu, era de uma honestidade e fidelidade a toda prova, mas o anjo de Jeová não o guardou, e nem a sua casa. Bate-Seba tornou-se esposa do rei Davi, e deu a luz uma linda criança. O anjo de Jeová não guardou a criança, pois Jeová a matou (II Sm. 12:13-15). O texto diz que Jeová perdoou o pecado de Davi, mas matou a criança inocente? E o anjo da guarda? Onde estava? O caso não para aí. Jeová prometeu fazer em público, o que Davi fez em segredo (II Sm. 12:11). Jeová  prometeu tomar as mulheres de Davi, e prostituí-las com outro. E quem foi o outro? Absalão, filho de Davi, que armou uma tenda no terraço de palácio, e copulou com dez mulheres de Davi, à vista de todo o povo (II Sm. 16:22; 20:3). E o anjo de Jeová não guardou as dez inocentes mulheres da desonra. E tem mais. Amnom, o primogênito de Davi, cobiçou sua irmã Tamar, jovem pura, e de sentimentos nobres. Usou da mentira para tê-la nas mãos e violentou-a. O anjo de Jeová estava sendo cúmplice em todos esses crimes divinos. Ainda bem que Jeová não é o Deus Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. E fiquem sabendo, todos os cristãos, que o nosso anjo da guarda nos protege do mal, dos laços do maligno, perdoa todos os nossos pecados, livra-nos da condenação instituída por Jeová, e ainda conseguiu para nós uma herança celestial e eterna. Seu nome é Jesus Cristo (I Pd. 1:3-4; II Tm. 4:18; Jo. 14:1-4).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(231) – O AUXÍLI0

231 – O  AUXÍLI0

         PERGUNTA-SE: Deus necessita do auxílio do homem? No Novo Testamento está escrito que Deus não necessita de auxílio. O evangelista Lucas escreveu o seguinte: “O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da Terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas” (At. 17:24-25). Quem necessita de ajuda é o homem e não Deus. Paulo afirma que o cristão não sabe pedir como convém, e por isso o Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm. 8:26). Tiago, na sua epístola universal, diz: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg. 4:3). E o apóstolo João nos recomenda pedir conhecendo primeiro a vontade de Deus, para podermos receber (I Jo. 5:14). Como é Deus quem supre todas as nossas necessidades reais e necessárias, devemos conhecer primeiro a sua vontade, para depois pedirmos. Jesus ensina a pedirmos o pão nosso de cada dia. Quem se empolgar e pedir uma padaria, pode não receber  (Mt. 6:9-11). Há cristãos que prometem dar o dízimo se Deus lhes der  uma cadeia de padarias. A grande verdade é que Deus não necessita do auxílio do homem. Este é que é o pobre e necessitado. Se Deus necessitasse auxílio, o homem seria o socorro de Deus, mas é o contrário.

E o deus revelado no Velho Testamento? Será que ele necessitava ser socorrido pelos homens? Absurdo, pois nos Salmos, lemos: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia” (Sl. 46:1). “Elevo os meus olhos para os montes, de onde me virá o socorro? O meu socorro vem de Jeová, que fez o céu e a terra. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não tosquenejará. Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel. Jeová é quem te guarda, Jeová é a tua sombra a tua direita. O Sol não te molestará de dia nem a lua de noite. Jeová te guardará de todo o mal; ele guardará a tua alma. Jeová guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre” (Sl. 121:1-8). Noutro Salmo lemos:“Não há rei que se salve com a grandeza de um exército, nem o homem valente se livra pela muita força. O cavalo é vão para a sua segurança; não livra ninguém com a sua grande força. Eis que os olhos de Jeová estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia; para livrar as suas almas da morte, e para os conservar vivos na fome. A nossa alma espera em Jeová, ele é o nosso auxílio e nosso escudo” (Sl. 33:16-20). Jeová sempre agiu sem ajuda de ninguém. Ele mesmo o declara: “Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum Deus comigo; eu mato e eu faço viver, eu firo e eu saro, e ninguém há que possa fazer escapar da minha mão” (Dt. 32:39). Jeová apareceu para Abraão e disse-lhe: “Eu sou o Deus todo-poderoso” (Gn. 17:1). Quem é todo-poderoso só pode auxiliar e nunca ser auxiliado; só pode socorrer e nunca pode ser socorrido. Depois que o povo de Israel entrou em Canaã, Jeová os exortou, dizendo.“Não se eleve o teu coração e te esqueças de Jeová teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão; que te guiou por aquele grande e terrível deserto de serpentes ardentes, e de escorpiões, e de secura, em que não havia água, e tirou água para ti da rocha do seixal; que no deserto te sustentou com maná,  que teus pais não conheceram; para te humilhar, e para te provar, para no teu fim te fazer bem; e digas no teu coração: A minha força e a fortaleza do meu braço, me adquiriu este poder” (Dt. 8:14-17).Quando o homem se vangloriava de algo, Jeová se irava. Quando Senaqueribe, rei dos assírios, invadiu Judá, ameaçou o rei Ezequias, e blasfemou de Jeová, este mandou Isaías declarar a Ezequias, que ia pelejar contra Senaqueribe e seus exércitos. Esta história está no II livro dos Reis de Israel, capítulos 18 e 19. Na mesma noite, o anjo de Jeová feriu a 185.000 assírios. Senaqueribe, vencido, voltou para Nínive. Desolado e prostrado diante de seu deus Nisrogue, seus dois filhos, Adrameleque e Sareser, o assassinaram. (2 Rs. 19: 35 a 37).

Realmente, Jeová não necessita do auxílio do homem; por isso está escrito nos Salmos: “Dá-nos auxílio na angústia, porque vão é o socorro do homem” (Sl. 60:11; 108:12). Pois se o homem não pode auxiliar o próprio homem, como se julga com autoridade e poder para socorrer Jeová? Jeová destruiu a humanidade toda no dilúvio (Gn. 6:7-8). Jeová destruiu as cidades de Sodoma e Gomorra com fogo e enxofre (Gn. 19:24-25). Jeová não aceita o auxílio do homem. Como poderia Jeová aceitar o auxílio do homem, se este estava sob maldição desde o Jardim do Éden? Aceitaria Jeová  o auxílio do pó? “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes a terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó, e em pó te tornarás” (Gn. 3:19). Aceitaria Jeová auxílio da erva da terra? “Tu os levas como corrente d’água; são como um sono; são como a erva que cresce de madrugada; de madrugada cresce e floresce; à tarde corta-se e seca, pois somos consumidos pela tua ira, e pelo teu furor somos angustiados” (Sl. 90:5-7). Aceitaria Jeová auxílio dos vermes?  “Como, pois, seria justo o homem perante Jeová, e como seria puro aquele que nasce de mulher? Olhe, até a lua não resplandece, e as estrelas não são puras perante os seus olhos. E quanto menos o homem, que é um verme, e o filho do homem, que é um bicho” (Jó 25:4-6). Aceitaria Jeová o auxílio dos imundos? “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido. Fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem. Jeová olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia alguém que tivesse entendimento e buscasse a deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um” (Sl. 14:1-3). Aceitaria Jeová o auxílio de defuntos? Paulo nos revela que antes de Jesus Cristo estavam mortos espiritualmente todos os homens. “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm. 5:12).

         O Senhor Jesus Cristo, o Deus encarnado (I Jo. 5:20), quando um discípulo se prontificou a segui-lo, mas precisava sepultar o pai que havia morrido, lhe disse: “Segue-me, e deixa aos mortos sepultar os seus mortos” (Mt. 8:21-22).

         É inacreditável, é inaceitável, mas o fato é que Jeová não só aceitava o auxílio dos que desprezava, mas exigia sob pena de maldição. Havia uma cidade, de nome Meroz, cujos habitantes não auxiliaram Israel no combate contra Sísera. O anjo de Jeová então bradou desde os céus, dizendo:“Amaldiçoai a Meroz, diz o anjo de Jeová, acremente amaldiçoai os seus moradores; porquanto não vieram em socorro de Jeová, em socorro de Jeová e com seus valorosos” (Jz. 5:23). É estranho e paradoxal, que um deus que provocou um dilúvio para destruir a humanidade; destruiu a fogo e enxofre Sodoma, Gomorra e as cidades circunvizinhas; que matou centro e oitenta mil assírios num momento, necessitasse do auxílio de vermes imundos e malditos.

O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, e o Deus de toda a compaixão(II Co. 1:3), enviou o seu Filho unigênito para salvar a todos os condenados à morte por Jeová desde Adão, todos os vermes e imundos, todos os malditos de Jeová. Paulo, o apóstolo dos gentios declarou:“Porque para isto trabalhamos e lutamos, pois esperamos no Deus vivo. Que é Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis” (I Tm. 4:10).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA

(230) – PAULO E O VELHO TESTAMENTO – II

PAULO E O VELHO TESTAMENTO – II

 

É tão difícil a alguém que está preso à lei de Jeová sair livre, que Paulo, num esforço monumental, revela, que, para se desembaraçar daquele velho concerto, temos primeiro que considerá-lo velho, inútil, caduco e sem valor nenhum para o homem que busca a Deus. Aliás, a lei de Jeová não une o crente a Deus, mas separa; e não separa o crente do pecado, mas ensina a pecar. Vamos focalizar alguns pontos nos quais Paulo se coloca contra o Velho Testamento de Jeová (Hb. 7:18-19; Rm 3:20; 7:5):

  1. O grande apóstolo dos gentios foi quem teve a revelação da graça de Deus e do mistério de Jesus Cristo: “Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como me foi este mistério manifestado pela revelação de Deus” (Ef. 3:2-3). “Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus – Cristo” (Cl. 2:2). E Paulo disse: “A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou” (Ef. 3:8-9). O verdadeiro propósito de Deus para com os homens esteve oculto até a vinda de Jesus Cristo. “Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na Terra” (Ef. 1:9-10). É por isso que o Evangelho da graça de Deus é também mistério. Paulo falou dizendo: “E por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho” (Ef. 6:19).
  2. No Velho Testamento vigorava a justiça da lei, que consistia na observância dos mandamentos da lei de Jeová, que falou dizendo: “Ouvi-me, vós que conheceis a justiça, vós, povo, em cujo coração está a minha lei” (Is. 51:7). Mas Paulo, que recebeu a revelação de Deus, declarou: “Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por que? Porque não foi pela fé, mas como pelas obras da lei” (Rm. 9:31-32). E continua, dizendo: “Sendo justificados gratuitamente pela graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus, para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm. 3:24-26). “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (II Co. 5:21). “Se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde” (Gl. 2:21). Paulo condenou a justiça da lei!
  3. Paulo revelou, não a restauração do Velho Testamento e o velho concerto como lemos em Hb. 8:8-11, mas um Novo Testamento com um novo concerto, totalmente diferente. Eis o que Paulo pregou:“Jesus nos fez capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito, porque a letra mata, mas o Espírito vivifica” (II Co. 3:6). Como a lei de Moisés nunca vivificou a ninguém, Paulo nos diz: “Se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais pelo seu Espírito que em vós habita” (Rm. 8:11). Em segundo lugar, Paulo revela que a lei, gravada nas pedras, era o ministério da morte(II Co. 3:7). Em terceiro lugar, Paulo afirma que o ministério da condenação foi o da lei, e tinha a glória de Jeová (II Co. 3:9). No verso 10, Paulo diz que aquele ministério da condenação, que veio em glória, não foi glorificado, e por que não foi glorificado? Porque Jesus Cristo aboliu o Velho Testamento em relação à justiça da lei, que finalmente não era a justiça do verdadeiro Deus (Rm. 3:24-28). Paulo condenou a justiça da lei de Jeová, e condenou as bases do Velho Testamento.
  4. O evangelho da circuncisão, pregado pelo apóstolo Pedro, incluía não só a circuncisão mas toda a lei de Jeová. Paulo declarou: “Quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro o da cincuncisão” (Gl. 2:7). O da circuncisão era o evangelho para judeus somente, e o da incircuncisão era o evangelho somente para os gentios. Vejamos como Paulo põe fim a essa estória dos dois evangelhos: “Estai, pois firmes, na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo o homem que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós que vos justificais pela lei; da graça tendes caído” (Gl. 5:1-4). Paulo condenou o Evangelho da circuncisão pregado por Pedro. E condenou também a circuncisão estabelecida como concerto perpétuo entre Jeová e Abraão com sua descendência (Gn. 17:13-14). “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” (Gl. 6:15).
  5. Paulo pregava direto contra a lei e a circuncisão. Chegando em Jerusalém, encontrou muitos discípulos judeus, convertidos a Jesus Cristo, que já tinham sido minados pelos fariseus, que lhes disseram o seguinte a respeito de Paulo: “E já acerca de ti foram informados de que ensinas todos os judeus que estão entre os gentios a apartarem-se de Moisés, dizendo que não devem circuncidar seus filhos nem andar segundo o costume da lei” (At. 21:21). Avisado dessas coisas, no dia seguinte Paulo foi ao templo. Os judeus da Ásia, vendo-o no templo, fizeram grande alvoroço, dizendo: “Varões israelitas, acudi: Este é o homem que por todas as partes ensina a todos, contra o povo e contra a lei, e contra este lugar” (At. 21:28).
  6. Paulo se confessa judeu de alta linhagem. “Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei fui fariseu, segundo o zelo, perseguidor da Igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível” (Fl. 3:5-6). Então, em seguida, Paulo diz: “Na verdade, tenho por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça quem vem de Deus pela fé” (Fl. 3:8-9). Para Paulo, a linhagem nobre, a circuncisão, a justiça da lei, tudo era esterco diante da fé na obra de Cristo. Paulo realmente foi contra aquele conjunto complicado de ordenanças, mandamentos, abluções e tradições que para nada serviam (Hb. 7:18-19).

As maldições de Jeová sobre os pecadores estão em Dt. 28:15-68. Quando essas terríveis maldições caem sobre os homens? Quando quebram a lei de Jeová. Paulo descreve com clareza: “Todos aqueles pois que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei,  para fazê-las” (Gl. 3:10; Dt. 27:26). Quem pecasse, isto é, quem infringisse um dos preceitos da lei, cometia pecado e ficava debaixo da maldição, e a maldição permanece por muitas gerações, pois na lei de Jeová, o segundo mandamento declara que Jeová visita a maldade dos pais nos filhos até a terceira ou quarta geração. Há muitos casos em que a maldição se torna hereditária e eterna. Foi assim a maldição do rei dos amalequitas (Ex. 17:16). A maldição de Geazi (II Rs. 5:27). Paulo revela que Cristo nos resgatou das maldições da lei, fazendo-se maldição por nós (Gl. 3:13). Jeová sempre usou o método de mandar pragas, pestes, maldições e toda sorte de opressão e violência para intimidar o homem, afim de que não peque. O método de Jesus é totalmente diferente. Não é castigar, mas resgatar. Não é prometer desgraças, mas acumular de bênçãos, pois violência não atrai ninguém. Eis o que Paulo falou: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef. 1:3). Jeová inspirava medo, pavor, terror. Jesus inspira amor, paz e alegria.

 

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

(229) – O APÓSTOLO PAULO – I

O APÓSTOLO PAULO – I

Os fariseus eram uma das principais seitas dos Judeus, e de grande influência sobre o povo. Insistiam no cumprimento rigoroso da lei e das tradições. Existiam dois grupos de fariseus. Os hipócritas e os sinceros e fiéis.

Antes da sua conversão a Cristo, seu nome era Saulo (no hebraico Shaul). Após a conversão, seu nome foi mudado para Paulo. Shaul vem da mesma raiz hebraica sheol, que se traduz por morte, inferno, sepultura. O nome grego Paulo quer dizer pequeno, pois se considerava o menor dos apóstolos  (I Cor.15:9).

Paulo faz a sua confissão religiosa antes de conhecer Jesus Cristo como Filho de Deus, o Pai. “Se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu. Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus, segundo a lei, fui fariseu, segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível”(Fp. 3: 4-6). Paulo era sincero e extremamente rigoroso em matéria de religião. “ A minha vida, pois, desde a mocidade, qual haja sido, desde o princípio, em Jerusalém, entre os da minha nação, todos os judeus o sabem, sabendo de mim desde o princípio (se o quiserem testificar), que, conforme a mais severa seita na nossa religião, vivi  fariseu” (At. 26:4,5).

Paulo confessa também, que, como bom judeu, fiel a seus princípios religiosos, perseguia a Igreja de Deus. “Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a Igreja de Deus e a assolava. E na minha nação excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais”. Gál. 1: 13,14. Como todo israelita zeloso da sua religião e fiel  ao seu deus, de nome Jeová, Paulo procurava por todos os meios combater, destruir e eliminar da face da terra a seita dos nazarenos (Atos 24: 5). E continua sua confissão: “Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zelador de Deus, como todos vos hoje sois. E persegui este caminho até a morte, prendendo e metendo em prisões, tanto varões como mulheres, como também o suma sacerdote me é testemunha, e todo o conselho dos anciões; e, recebendo destes cartas para os irmãos, fui a Damasco, para trazer manietados para Jerusalém aqueles que ali estivessem, afim de que fossem castigados” (At. 22:3-5). E continua sua tenebrosa confissão, dizendo: “Bem tinha eu imaginado que contra o nome de Jesus nazareno devia eu praticar muitos atos; o que também fiz em Jerusalém. E, havendo recebido poder dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e quando os matavam, eu dava o meu voto contra eles. E, castigando- os muitas vezes pelas sinagogas, os obriguei a blasfemar. E, enfurecido demasiadamente contra eles, até nas cidades estranhas os persegui” (At. 26:9-11).

Essa fúria odiosa e perseguidora vinha do deus a quem Paulo servia quando ainda era Saulo. “Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até o mais profundo do inferno, e consumirá a terra com a sua novidade, e abrasará os fundamentos dos montes. Males amontoarei sobre eles, as minhas setas esgotarei contra eles. Exaustos serão de fome, comidos de carbúnculo (antraz) e de peste amarga; e entre eles enviarei dentes de feras, com ardente peçonha de serpentes do pó. Por fora devastará a espada, e por dentro o pavor; ao mancebo, juntamente com a virgem, assim à criança de mama, como o homem de cãs” (Deut. 32:22-25).Esse espírito odioso de Jeová passou para seus servos. O rei Davi, tão justo e bondoso recebeu esse espírito. “Não aborreço eu, ó Jeová, aqueles que te aborrecem, e não me aflijo pelos que se levantam contra ti? Aborreço- os com ódio completo; tendo- os por inimigos” (Sl. 139 21,22). É o espírito de Jeová; passando para os seus fiéis servos. O espírito santo de Jeová não é a favor dos homens como no Novo Testamento, mas é contra. “Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu  Espírito Santo; pelo que se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles” (Is. 63:10). Sansão recebia o poder de matar quando o espírito de Jeová se apoderava dele (Jz. 14:19; 15:14,15). A unção trazia o espírito de Jeová sobre o eleito. “Então Samuel tomou o vaso de azeite, e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e desde aquele dia em diante o espírito de Jeová se apoderou de Davi” (1 Sam. 16:13). Jeová mandou Elias ungir  Hazael rei sobre a Síria, ungir Jeú rei sobre Israel, e ungir Elizeu profeta em seu lugar. Os três receberam pela unção o poder de matar pelo espírito de Jeová (1 Reis 19:15-17). Jeová, então, pela boca do profeta Oséias, diz: “Por isso os abati pelos profetas; pela palavra da minha boca, os matei” (Os. 6:5).

Quando Saulo teve um encontro pessoal com o Senhor Jesus Cristo, o espírito assassino e perseguidor de Jeová saiu, e pela imposição das mãos de Ananias recebeu o Espírito Santo do Pai (At. 9:17,18). Paulo mudou de senhor e mudou de vida e de nome. De perseguidor furioso e fiel a Jeová, mudou para o servo humilde e perseguido de Jesus. O ódio saiu, e o seu coração transbordou do amor de Cristo que vem pelo Espírito Santo, conforme Romanos 5:5 e 15:30. O antigo matador agora dava a vida pelos que perseguia (At. 21:10-14; 14:19; 1 Cor. 15:31).

O religioso fiel e zeloso da lei, que perseguia e matava seguindo o exemplo de Elias, Elizeu, Jeú, Davi, Sansão, Samuel e tantos outros que obedecem a Jeová, agora, em obediência a Jesus Cristo e cheio do Espírito Santo do Pai, rejeitou toda aquela bagagem espiritual herdada dos pais. Não é fácil se desligar de conceitos e tradições. Paulo compara essa conquista com uma crucificação tão dolorosa como a de Jesus e declarou: “Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscência” (Gal. 5:24).

Paulo conseguiu essa façanha. “Já estou crucificado com Cristo, e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim, e a vida que agora vivo na carne vivo- a na fé do Filho de Seus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gal. 2:20). Paulo estava tão convencido de sua antiga fé em Jeová e de sua lei, que nos legou a seguinte confissão: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem pela lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé” (Fp. 3:8-9). É preciso notar que Paulo não disse: Sofri a perda de todas as, mas disse: Sofri a perda de todas estas coisas. Quais coisas? As que Paulo se refere neste capítulo. Para Paulo, ser circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu  de hebreus; fariseu segundo a lei; tudo esterco, tudo lixo, tudo tradição que não leva a nada, tudo soberba. Paulo, quando Cristo entrou no seu coração, deixou de ser deste mundo, deixou de ser carnal, e nos diz: SEDE MEUS IMITADORES, COMO TAMBÉM EU SOU DE CRISTO (1 Cor. 11:1).

 

Autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

(228) – EU E O PAI SOMOS UM – II

EU E O PAI SOMOS UM – II

 

Jesus declarou em João 10:30: “EU E O PAI SOMOS UM”. Que quer isso dizer? Queria Jesus porventura revelar que Ele, o Pai, e o Espírito Santo são uma só pessoa manifestada em três formas diferentes? Essa doutrina absurda foi inventada por um herege do terceiro século, de nome Sabélio, que não aceitava a doutrina da trindade, isto é, que existem três pessoas: Pai, Filho, e Espírito Santo, conforme ensino do próprio Jesus em Mt. 28:19. Sabélio caiu porque não tinha sustentação bíblica. O Pai não pode ser tentado, (Tg. 1:13), e Jesus foi tentado (Hb. 4:15; Lc. 22:28). Há muitos textos que provam que o Pai e Jesus são duas pessoas distintas (Jo. 11:40-42; At. 7:56; Jo. 20:17; At. 2:36; 5:30-31; 13:27-33). Estes foram alguns textos entre centenas.

Mas que ensinava Jesus, ao dizer: “EU E O PAI SOMOS UM”?  Jesus ensinava que o amor com que nos amou é igual ao amor do Pai (I Jo. 4:8). Jesus ensinava que, Ele e o Pai, desde a eternidade, sempre concordaram e concordam. Ambos querem salvar, e nunca matar. Ambos só querem ajudar e nunca oprimir. Ambos querem absolver e nunca condenar e acusar. O propósito eterno é o mesmo. A bondade e a misericórdia de ambos é eterna e imutável. Diante dessa realidade exposta no Novo Testamento, registramos aqui pontos contraditórios entre Jeová, o deus de Israel no Velho Testamento, e o que Jesus ensinava:

  1. Se só se vai ao Deus Pai através de Jesus Cristo conforme João 14:6, por que Jeová podia ser encontrado sem ser através de Jesus? “Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr. 29:13;  I Cr. 28:9; II Cr. 15:15; Ed. 8:22; etc).
  2. Se só Jesus conhece o Pai, e só Jesus revela o Deus Pai aos homens, por que Jeová se revelou através de Moisés; e antes de Jesus? “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt. 11:27; Ex. 3:7-15; Ez. 20:5).
  3. Se aceitarmos Jeová como o Deus e Pai de Jesus, e Jeová deu a lei no Sinai, por que Jesus mudou a lei? Em Ex. 20:1-17 está escrito que Jeová deu os dez mandamentos, e em Hb. 7:12 lemos que a lei foi mudada. E no mesmo capítulo lemos que a lei era fraca e inútil (Hb. 7:18-19). O Filho e o deus do Velho Testamento não eram um, segundo estes textos.
  4. Se só Jesus pode salvar os pecadores (I Tm. 1:15), e essa salvação está vinculada à ressurreição, pois Paulo ensinou que, se Cristo não houvesse ressuscitado, todos os fiéis estariam perdidos para sempre, (I Co. 15:12-18), por que Jeová salvava sem a mediação de Cristo? Disse Jeová: “Eu sou Jeová, e fora de mim não há salvação” (Is. 43:11).
  5. Jesus declarou que a vida eterna estava em conhecer ao único Deus verdadeiro, e também a ele, Jesus, que foi enviado por Deus (Jo. 17:3). Os judeus e os sacerdotes eram fiéis a Jeová e a Torá, e não aceitaram a Jesus; e por isso o mataram na cruz pelas mãos dos soldados romanos. Nos dias de hoje permanecem leais à lei e a Jeová, e não aceitam Jesus. A pergunta é: Eles, conhecendo Jeová, e repudiando Jesus estão salvos? Se estão, como entender At. 4:10-12?
  6. Se o Deus Pai é amor, conforme I Jo. 4:8, por que Jeová era tão vingativo, conforme Na. 1:2, sendo que o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, conforme I Co. 13:7?
  7. Se Jeová confessa que não conhecia nenhum outro povo, a não ser Israel, conforme Dt. 14:2 e Am. 3:2,  por que chamou a Nabucodonosor, rei da Babilônia, de seu servo e agradável a seus olhos, sendo que Nabucodonosor era cruel, soberbo e tirano? (Jr. 27:1-8; 25:9; 43:10)
  8. Se Jesus, enviado pelo Pai, veio para destruir as obras do diabo, conforme I Jo. 3:8, por que Jeová as apoiava? Porventura, quando Satanás duvidou da fidelidade de Jó, Jeová foi contra? Antes apoiou o propósito maligno de Satã (Jó 1:6-12; 2:1-7). Jesus se colocou contra Satanás em Lc. 22:31-32.
  9. Se Jeová estabeleceu na lei e nos profetas que a vida consistia na observação e obediência à lei(Lv. 18:5; Ez. 20:11, 13 e 21), por que no Novo Testamento está escrito que quem guardar a lei cai da graça e perde a vida? Paulo falou pelo Espírito Santo, dizendo: “De novo protesto a todo o homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído” (Gl. 5:3-4).
  10. Se a justiça do Pai, no Novo Testamento, é Jesus Cristo crucificado por  nós (Rm. 10:4; II Co. 5:21), por que Jeová estabeleceu a lei como base da justiça? “Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiçaPor que? Porque não foi pela fé, mas como pelas obras da lei” (Rm. 9:31-32).E Paulo afirma que Israel, que conhecia o padrão de justiça de Jeová, não conheceu a justiça de Deus. Cristo e Jeová não são um (Rm. 10:3; At. 13:39).
  11. Jeová permitia o divórcio por qualquer motivo. “Quando um homem tomar uma mulher, e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia (inconveniente), ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa” (Dt. 24:1).  Outro caso  está em Dt. 21:10-14. Jesus proibiu o divórcio por qualquer motivo, logo não é um com Jeová (Mt. 19:3-6).
  12. Jeová se declara o deus do ouro e da prata em Ageu 2:8. E por isso mesmo, é o deus que enriquece ou empobrece os homens (I Sm. 2:7; Ec. 5:19). Se é Jeová que dá as riquezas, por que Jesus ordenou aos seus discípulos que não as buscassem? (Mt. 6:19-21).
  13. Jeová enriqueceu a Salomão (I Rs. 3:13). Enriqueceu a Jeosafá (II Cr. 17:5). Enriqueceu Ezequias(II Cr. 32:27). Por que Jesus manda deixar as riquezas? “Qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lc. 14:33). Um moço rico quis, seguir a Jesus e este lhe disse: “Vai, vende tudo quanto tens, dá aos pobres, depois vem, e segue-me” (Mt. 19:16-22). Um outro, muito rico, quis construir celeiros maiores, mas Jesus lhe disse: “Louco, hoje lhe pedirão a alma, e o que tens para quem será?” É claro que quem deu a riqueza, cobrou a alma (Lc. 12:16-21).
  14. O conceito de riqueza de Jeová era inteiramente material, pois era o ouro e a prata que nós usamos neste mundo. E era este o tesouro de Jeová guardado no Templo de Salomão (Js. 6:18-19; I Rs. 7:51; etc). Por que Jesus anula este conceito de riqueza e estabelece outro conceito em Mt. 6:19-21? Jesus e Jeová não são um.
  15. Jeová deu a sua medida para o amor, na Lei, “Amarás, pois a Jeová teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder” (Dt. 6:5). “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Lv. 19:18). Jesus estabeleceu outro padrão, dizendo: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei a vós” (Jo. 13:34). O amor com que Jesus ama os homens é tão imenso, divino e glorioso, que coloca o mandamento de amar o próximo como a si mesmo no pó, de tão inferior que é. O padrão de Jeová é carnal e humano, mas o padrão de Jesus é espiritual e divino. Jesus e Jeová têm conceitos diferentes.
  16. Jeová amava mais a si mesmo do que aos homens, e disse que, porque Israel não foi fiel, derramou o seu furor sobre eles no Egito, e fez isso porque se amava (Ez. 20:8-9). Essa é a medida do amor de Jeová. A medida do amor do Senhor Jesus Cristo é outra, pois amando mais aos homens perdidos do que a si mesmo, deu a sua vida na cruz para salvá-los. Qual o amor maior? Uma coisa é certa. Jeová nem pode ser Jesus, e nem pode ser o Deus Pai.

Autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

(227) – PÃO DO CÉU

PÃO DO CÉU

 

Diz o provérbio: “Nem tudo que reluz é ouro”. O primeiro banquete que o homem participou foi servido pelo diabo. Jeová proibiu Adão de tocar na árvore da ciência, mas seduzido pela mulher que estava associada a Satã, comeu do fruto proibido e morreu. Jeová não foi responsável, pois proibiu Adão de comer do fruto. A culpa de Jeová está em deixar a porta do Jardim aberta para Satanás. A conseqüência foi inevitável e cruel. Essa história fúnebre está em Gênesis 3:1-6 e 3:22-24. Foi a ceia da morte. Se alguém pensa que a cena não se repete está enganado, pois Paulo, o apóstolo, revela na Igreja do seu tempo: muitos cristãos ceavam na mesa de Jesus nas reuniões, mas saindo, sentavam-se na mesa de Satanás. “Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (I Co. 10:21). O fato é que hoje, muitos cristãos seguem o exemplo de Adão, e não o exemplo de Jesus Cristo. O exemplo de Adão foi tão difundido que culminou com  a condenação de toda a humanidade no dilúvio (Gn. 6:2-7). É possível que o fato esteja se repetindo hoje.

Jeová formou um povo para servi-lo, adorá-lo e glorificá-lo. “A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para a minha glória; eu os formei, sim, eu os fiz” (Is. 43:7). O povo de Israel estava cativo no Egito, e Jeová o libertou com suas dez pragas, usadas para quebrar a soberba de Faraó. O povo, saindo do Egito, se deparou com o mar vermelho. A passagem pelo mar era o caminho da salvação operada por Jeová. Foi então instituída a Páscoa; no hebraico PESAH, cuja tradução é PASSAGEM. Na hora da Páscoa, o sangue do cordeiro, ou cabrito, era passado nos umbrais das portas dos israelitas, e quando Jeová passasse pelo Egito matando os primogênitos, pouparia os de Israel. Por isso, páscoa quer dizer passagem.

O paradoxo é que, ao sair do Egito, o povo de Israel passou pela morte sem morrer, mas antes de entrar em Canaã morreram no deserto (Nm. 14:29).

A segunda ceia servida por Jeová a seu povo foi a do maná. O povo, debaixo de um sol abrasador, e sem água, vendo os filhinhos chorando, murmurou pedindo comida. Jeová, compadecido, fez chover o pão do céu, isto é o maná. Este maná, o pão do céu, dado por Jeová, apodrecia de um dia para o outro(Ex. 16:20). E Jesus, referindo-se ao pão do céu de Jeová, disse: “Moisés não vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu” (Jo. 6:32). Essa referência de Jesus dá a entender que o pão de Jeová era falso. Falso porque não dava vida. E Jesus continua dizendo: “Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão viverá para sempre” (Jo. 6:48-51). É preciso lembrar que, em seguida ao maná, Jeová fez chover carne do céu, pois codornizes caíram como areia do mar. Eles começaram a comer, e ainda estavam com a comida na boca quando a morte levou os escolhidos de Israel (Sl. 78:24-31).

É verdade que o povo de Israel era pecador, e chegado à desobediência. Mas eram humanos e rudes. Jeová se dizia o misericordioso e piedoso (Ex. 34:6). Mas Jeová baixou o padrão da sua ceia. Mandou seu povo para o cativeiro, dizendo: “Assim comerão os filhos de Israel o seu pão imundo, entre as nações, para onde serão lançados” (Ez. 4:13). O pobre Ezequiel se negou a comer. Os protetores de Jeová insistem em dizer que as fezes serviram para fazer o fogo e não para amassar o pão. Mas quando Ezequiel reclamou, Jeová disse: “Vê, tenho-te dado esterco de vacas em lugar do esterco de homem, E COM ELE PREPARARÁS O TEU PÃO” (Ez. 4:12-15). Parece que os defensores de Jeová se enganam. Jeová tinha uma certa predileção para servir ceia de esterco. Jeová mandou o povo ao cativeiro para comer pão imundo, isto é, esterco. O profeta Isaías profetiza sobre o assunto: “Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, que bebeste da mão de Jeová o cálice do seu furor, bebeste e sorveste as fezes do cálice da vacilação” (Is. 51:17). No Salmo está escrito: “Porque, na mão de Jeová há um cálice, cujo vinho ferve, cheio de mistura, e dá a beber dele; certamente todos os ímpios da terra sorverão e beberão as suas fezes” (Sl. 75:8). Francamente! Jeová usa um linguajar que ficaria bem na boca de um pai humano, porém cruel. Digamos que um pai, hoje, tivesse um filho de 14 ou 15 anos, rebelde, irresponsável e desobediente. O pai, como castigo lhe diz: Vou te dar, como castigo, fezes para comer até você obedecer. O que o filho iria pensar a respeito desse pai? Mas, se essa linguagem, usada pelo pai, fosse em sentido figurado? O mínimo que poderia acontecer com o filho seria: em primeiro lugar a revolta, e em seguida, quando tivesse um desafeto, iria fazer o que aprendeu com o pai, isto é, dar fezes para comer. A pedagogia e a psicologia condenam esse tratamento nos homens; porque os cristãos  acham natural esse método num deus que se diz justo, reto, perfeito? Foge a qualquer análise racional (Dt. 32:4). Se nos homens, a quem Jeová compara com os vermes (Jó 25:6), esse tipo de comportamento é reprovável, para um deus que é tido como justo, verdadeiro e reto, esse comportamento é abominável, e reprovado pelo mesmo homem, se é que pensa e compara as coisas e os fatos.

Mas, Jeová fica forjando males para atormentar os homens (Jr. 18:11). E Jeremias, o profeta, nos conta dos manjares oferecidos e servidos por Jeová. “Assim diz Jeová dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que darei a comer alosna a este povo, e lhe darei de beber água de fel” (Jr. 9:15). Que é alosna? É uma planta cuja raiz é amarga como o absinto, que também é uma planta amarga. O fel é um líquido muito amargo, segregado pelo fígado do homem e de alguns animais; bilis; vesícula, que contém esse líquido; coisa azeda ao estremo. Jesus aceitou todo tipo de flagelo por amor as almas perdidas, mas na cruz quiseram lhe dar vinho misturado com fel, e isso Jesus não suportou (Mt. 27:34). O pior manjar, ou a melhor ceia servida por Jeová foi preparada com a carne das criancinhas inocentes, pois não há maior tormento. Uma das maldições da lei de Jeová era essa; “Comerás o fruto do teu ventre, a carne dos teus filhos e de tuas filhas, que te der Jeová teu Deus, no cerco e no aperto com que os teus inimigos te apertarão” (Dt. 28:53-58). No tempo de Jorão, rei de Israel, 780 anos depois, Jeová deu cumprimento a essa maldição pavorosa (II Rs. 6:24-30). Após a divisão do reino nos dias de Roboão, filho de Salomão, a ceia de canibalismo se repete no cativeiro Babilônico, conforme nos conta Jeremias. “Os mortos à espada mais ditosos são do que os mortos a fome; porque estes se esgotam como traspassados, por falta dos frutos do campo. As mãos das mulheres piedosas cozeram seus próprios filhos; serviram-lhes de alimentos na destruição da filha do meu povo” (Lm. 4:9-10).

Jesus, vendo lá do céu, tantas atrocidades cometidas contra Israel, concebeu o plano da redenção. Ele disse ao Pai“Pai, deixa-me  descer entre o povo de Israel, tomando a carne dos homens (Jo. 1:14); vou pagar o mais alto preço para resgatá-los para ti. E eu servirei a minha carne e o meu sangue numa ceia de amor e misericórdia. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue terá vida eterna. O Pai lhe disse: Vai filho, eu aprovo o teu plano; todos os que crêem em ti receberei como filhos do meu amor”. Pouco antes de ser crucificado, para expiar os pecados de todos, Jesus reuniu os discípulos, e na ceia disse: “Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne que eu darei pela vida do mundo” (Jo. 6:48-51).

 

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

(226) – PARADOXOS – III

PARADOXOS III

 

Reino de paz e o de guerra, da luz e das trevas.

Jeová deu a Abraão a terra de Canaã por perpétua possessão, e naquela terra seria o deus da descendência de Abraão (Gn. 17:7-8). Abraão foi levado pelo próprio Jeová à terra prometida (Gn. 12:1-6). Abraão passou a morar em Canaã desde os 75 anos até a sua morte, aos 175 anos (Gn. 25:7). Foram cem anos morando em Canaã. Isaque, seu filho, nasceu quando Abraão tinha cem anos (Gn. 21:5). Isaque, seu filho, casou quando Abraão estava com 140 anos e vivendo a 54 anos na terra que Jeová lhe prometeu (Gn. 25:20). Para casar seu filho Isaque, Abraão mandou buscar uma mulher em Harã, dizendo a seu servo: “Põe tua mão debaixo da minha coxa, e jura por Jeová, deus dos céus e da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus no meio dos quais eu habito, mas irás à minha terra e a minha parentela, e daí tomarás mulher para meu filho Isaque” (Gn. 24:1-4). Nesta declaração Abraão afirmou que a sua terra não era Canaã, que Jeová lhe dera por concerto perpétuo(Gn. 15:18). Na carta aos hebreus, ficamos sabendo porque Abraão não aceitou a dádiva de Jeová. Leiamos o texto: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que haveria de receber por herança; e saiu sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa, porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Hb. 11:8-10). A verdade é que Jeová nunca prometeu à Abraão a cidade celestial, construída pelo próprio Deus. E Abraão com seus filhos não aceitaram a terra de Canaã. No mesmo capítulo da carta aos hebreus, continua: “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as, e abraçando-as, confessaram que eram peregrinos e forasteiros na terra. Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela donde haviam saído, teriam oportunidade de voltar. Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial” (Hb. 11:13-16). Este texto da carta aos hebreus prova que Abraão não creu na promessa terrena de Jeová, e por isso é chamado o pai da fé em Gl. 3:7-9. Fica também provado que a promessa de Jeová não é a mesma de Jesus, nem foi figura. Os cristãos têm misturado as duas promessas, gerando confusão teológica. Para abrir os olhos aos que os têm, vamos registrar algumas contradições paradoxais entre o reino terreno de Jeová e o reino celestial de Jesus:

  1. Paulo nos diz: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm. 14:17). Se o reino de Deus é um reino de paz e alegria, por que o reino estabelecido por Jeová no Velho Testamento era de guerra?  Pela boca de Jeremias, Jeová declarou a respeito de Israel: “Tu és meu martelo e minhas armas de guerra, e contigo despedaçarei nações e contigo destruirei reis. Contigo despedaçarei o cavalo e o seu cavaleiro, e contigo despedaçarei o carro e o que vai nele. Contigo despedaçarei o homem e a mulher: e contigo despedaçarei o velho e o moço; e contigo despedaçarei o mancebo e a virgem” (Jr. 51:20-23). 
  2. O Deus revelado em Jesus Cristo é o Deus da paz, e como Deus da paz, Jesus evangelizou a paz da parte de Deus (Ef. 2:17-18). O seu reino é o reino da paz (Rm. 14:17). Para evitar que o pecador não consiga se santificar, o Deus da paz os santifica (I Ts. 5:23). É por isso que a paz de Deus guarda nossos corações e nossos sentimentos (Fl. 4:7). E também por isso, a saudação cristã era:“Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (Rm. 1:7; I Co. 1:2; Gl. 1:3; Ef. 1:2). Se o Deus Pai de Jesus é só de paz, por que Jeová é o deus da guerra? (Ex. 15:3). E seu nome é Jeová dos exércitos (I Sm. 17:45). O nome de Jeová é Senhor dos exércitos (Is. 47:4; 48:2; 51:25; 54:5).
  3. Se o império de Satanás é o império da morte, isto é, Satã reina sobre os mortos e não sobre os vivos (Hb. 2:14), por  que Jeová era rei sobre os homens no Velho Testamento, já que todos estavam mortos, e formavam o império de Satanás? (Rm. 5:17; Mt. 8:21-22; Jo. 5:24-25).
  4. Se o império da morte é de Satanás, como vimos acima, e Jesus Cristo estabeleceu o reino dos vivos, e por isso arranca os homens da morte—(Jo. 5:24-25)“Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” (Rm. 5:17), pelo primeiro Adão começou o reino da morte, e pelo último Adão começou o reino da vida (I Co. 15:45)—Jeová, se fosse o Pai, tiraria os homens da morte para formar o reino de Jesus e do Pai. Mas em contrário, Jeová só matava, e assim fortalecia o império de Satanás. Por que?
  5. Se o império da morte pertence a Satanás, conforme Hb. 2:14, o matador dos homens deveria ser o próprio Satanás. Mas o matador dos homens é sempre Jeová. É paradoxal. Condenou Adão e Eva à morte, e também todos os descendentes.  Paulo diz isso: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm. 5:12). Ao condenar Adão e a descendência, Jeová fundou o império de Satanás. Por que?
  6. Se no reino de Deus Pai não entram pecadores, conforme I Co. 6:10 e Gl. 5:19-21, por que o reino de Jeová é composto de pecadores? “Todos os pecadores do meu povo morrerão a espada” (Am. 9:10).Este texto de Amós nos dá a impressão que havia quem não pecasse, mas não é assim. O próprio Jeová afirma que não há quem não peque. “Na verdade, que não há homem justo sobre a terra, que faça o bem e nunca peque” (Ec. 7:20).
  7. Se Deus é luz (I Jo. 1:5), se Cristo é luz (Jo. 8:12; 12:46), e se o reino de Deus, o Pai, é um reino de luz, e por isso o salvo sai das trevas para a luz, conforme I Pd. 2:9, por que o povo de Jeová, que compunha o seu reino, vivia em trevas? O povo de Israel clamava, dizendo: “O juízo está longe de nós, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão. Apalpamos as paredes como cegos; sim, como os que não têm olhos andamos apalpando; tropeçamos ao meio dia como nas trevas, e nos lugares escuros somos como mortos” (Is. 59:9-10).   
  8. Se o reino das trevas é o reino do diabo—pois Paulo recebeu de Jesus a incumbência seguinte:“Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres a luz, e do poder de Satanás a Deus; afim de que recebam a remissão dos pecados” (At. 26:18)—por que o reino de Jeová andava em trevas? Jeová favorecia o diabo? Jeová cegou o seu povo, e os fez andar em trevas. Jó declara que Jeová pôs trevas no seu caminho (Jó 19:8). Jeremias confessa que Jeová o fez andar em trevas e não na luz (Lm. 3:21; Is. 6:10). Por que?
  9. Se a carne e o sangue não herdam o reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção, conforme I Co. 15:50, por que Jeová declara que, no novo céu e na nova terra que vai criar,  toda a carne irá adorar perante a sua face? (Is. 66:22-24).
  10. Se no livro do Apocalipse 11:50 lemos que os reinos deste mundo só serão do Pai e de Jesus após o toque da última trombeta, por que os reinos deste mundo eram de Jeová, quem está errado, o Velho Testamento ou o Novo? “Por que o reino é de Jeová, e ele governa as nações?” (Sl. 22:28). “Jeová reina sobre as nações. Deus se assenta sobre o trono da sua santidade” (Sl. 47:8). “Dizei entre as nações: Jeová reina” (Sl. 96:10). Satanás falou a Jesus que ele é quem reina neste mundo, e sobre os reinos (Lc. 4:5-8). Quem tem olhos para ver veja.

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

(225) – PARADOXOS – II

PARADOXOS II

 

A teologia insiste em unir os dois testamentos, isto é, o Velho Testamento de autoria de Jeová, cuja herança é terrena, e o Novo Testamento, cujo autor é Jesus Cristo, e cuja herança não é terrena, mas celestial, isto é,  no céu, pois Jesus disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar” (Jo. 14:2). Vejamos a declaração do apóstolo Pedro:“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segunda a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo, dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós” (I Pd. 1:3-4).Vejamos agora o que o apóstolo Paulo diz: “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos,  eterna, nos céus. E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu” (II Co. 5:1). E Paulo diz mais: “E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial” (II Tm. 4:18). Não dá para misturar as coisas do céu com as da terra, ou as coisas deste mundo. Jesus disse: “Meu reino não é deste mundo”  (Jo. 18:36). E disse mais para os judeus: “Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo” (Jo. 8:23). E aos discípulos que o seguiam, Jesus disse: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo; assim como eu não sou do mundo” (Jo. 17:14). As coisas da terra são coisas do mundo físico e material, e as coisas do céu são coisas do mundo invisível e espiritual. São duas dimensões. Para entrar na dimensão celestial o homem tem de sair da carne sensível e corruptível, por isso Paulo diz: “Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências” (Gl. 5:24). E diz também: “Já estou crucificado com Cristo, e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl. 2:20). É tão penoso sair da carne por causa dos apetites carnais, que Paulo compara a uma crucificação; mas os que conseguem essa façanha mudam de dimensão. Paulo assim se refere a esses gigantes da fé: “Portanto se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado a destra de Deus” (Cl. 3:1). Paulo, que saiu da dimensão terrena, foi arrebatado para a dimensão celestial. Ele mesmo nos conta: “Conheço um homem em Cristo que há quatorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei: Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei:  Deus o sabe), foi arrebatado ao paraíso, e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar” (II Co. 12:2-4).

         Ora, o Velho Testamento é deste mundo; a herança de Jeová para Israel é deste mundo, o povo escolhido por Jeová era deste mundo, e o próprio Jeová se declara ser o deus de toda a carne (Jr. 32:27). Misturando os dois testamentos complica. Como as coisas deste mundo são táteis e sensíveis e produzem prazer sensível, e as coisas do céu são futuras e invisíveis, é lógico que, misturando os dois testamentos, o povo de Deus passa a amar este mundo e as coisas desta dimensão temporal, e assim será privado da eterna. Vamos mostrar uma série interminável de paradoxos e contradições entre o Velho e o Novo Testamento, para tentar abrir os olhos de quem os tem.

  1. Se o reino de Jesus Cristo não é deste mundo (Jo. 18:36), por que Jeová é o rei deste mundo?“Porque Jeová Altíssimo é tremendo; e Rei grande sobre toda a terra” (Sl. 47:2). “Jeová reina sobre as nações. Deus se assenta sobre o trono da sua santidade” (Sl. 47:8). Jeremias se dirige a Jeová com as seguintes palavras: “Quem te não temeria a ti, ó Rei das nações?” (Jr. 10:7). Davi também: “Porque o reino é de Jeová, e ele domina entre as nações” (Sl. 22:28).
  2. Se o reino de Deus, o Pai, só chegou através de Jesus Cristo: “Veio Jesus para a Galiléia, pregando o Evangelho do reino de Deus, e dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo” (Mc. 1:14-15), e Lucas diz: “A lei e os profetas duraram até João;  desde então é anunciado o reino de Deus” (Lc. 16:16), este texto deixa claro que o reino de Deus não faz parte do Velho Testamento. Por que Jeová, declarando-se deus, implantou o seu reino antes do reino de Deus? (Ex. 19:6; Is. 43:15).
  3. Se Deus, o Pai de Jesus Cristo, é Deus dos vivos e não dos mortos (Mt. 22:32; Lc. 20:38) e a Bíblia afirma que antes de Jesus todos estavam mortos; “Porque, se pela ofensa de um só (Adão), a morte reinou, por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só – Jesus Cristo” (Rm. 5:17), e, quando um discípulo lhe disse: “Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar o meu pai, Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa aos mortos sepultarem os seus mortos” (Mt. 8:21-22), se para Jesus e seu Pai não há diferença entre os mortos vivos e os mortos mortos, por que Jeová estabeleceu o seu reino entre os mortos (Ex. 19:6), e por que se dizia rei de um povo que para Jesus estava morto? (Is. 43:15).
  4. Se Satanás é o rei deste mundo, pois declarou isto a Jesus em Lc. 4:5-8, se o próprio Jesus declarou que Satanás é o rei deste mundo, quando os fariseus o acusaram de expulsar demônios por Belzebu, príncipe dos demônios, dizendo: “Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. E, se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá o seu reino? (Mt. 12:24-26, o reino de Satanás chama-se império da morte (Heb. 2:14), como é possível, que Jeová, dizendo-se deus, fundou o seu reino junto com o reino de Satanás, sendo que, os homens que compunham o seu reino não eram nascidos de novo, e eram todos defuntos? (Jo. 3:3). Jeová reinou e reina sobre os mortos, com Satã!
  5. Se Satanás é o rei deste mundo, e reina sobre todas as nações como em Lc. 4:5-8; I Jo. 5:19; Mt. 12:24-26, como é possível que Jeová se declare rei das nações? “Dizei entre as nações: Jeová reina” (Sl. 96:10). “Jeová reina, tremam as nações” (Sl. 99:1). “Porque o reino é de Jeová, e ele reina entre as nações” (Sl. 22:28; 47:8).
  6. Se o reino eterno de Deus, o Pai de Jesus, não existia no Velho Testamento, e só começou a ser anunciado no Novo Testamento, depois que cessaram a lei e os profetas, conforme Lc. 16:16, por que Jeová fundou um reino, quando não havia o reino de Deus? Logo o reino de Jeová não era o reino de Deus.

Se o reino de Deus, o Pai, só é implantado onde são expulsos os demônios, pois Jesus diz: “Se eu expulso demônio pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a vós o reino de Deus” (Mt. 12:28).Como é possível que Jeová, o rei deste mundo e das nações punha os espíritos malignos nas pessoas? Colocou um espírito maligno no rei Saul, para atormentá-lo (I Sm. 16:14-15). Colocou o espírito da mentira na boca dos seus próprios profetas, porque queria matar Acabe (I Rs. 22:23). Jeová derramou um perverso espírito no povo egípcio, para que errassem na sua obra como bêbados (Is. 19:13-14). O espírito da prostituição que dominava Israel foi colocado por Jeová (Os. 5:3-4).

 

Autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

(224) – A DOUTRINA DE JESUS

A DOUTRINA DE JESUS

 

Jesus tinha doutrina própria. E era uma doutrina nova, pois quando pregava os Judeus ficavam admirados, pois era diferente do que estavam acostumados a ouvir no templo ou nas sinagogas. “E aconteceu que, concluindo Jesus o discurso, a multidão se admirou da sua doutrina” (Mt. 7:28). Foi o fim do sermão da montanha. Num Sábado, Jesus entrou na sinagoga, e começou a ensinar. Os ouvintes maravilhados da sua doutrina, ouviam atentos. Estava  ali um homem com um espírito imundo que foi libertado “E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem” (Mc. 1:21-28). Os sacerdotes que serviam no templo achavam normal vender pombos, ovelhas e bois para os sacrifícios. Havia no templo uma verdadeira feira. Jesus expulsou os cambiadores, dizendo: “Está escrito: A minha casa será chamada por todas as nações casa de oração. Mas vós a tendes feito covil de ladrões” (Mc. 11:17). “Os escribas e os príncipes dos sacerdotes, tendo ouvido isto, buscavam ocasião para o matar, porque toda a multidão estava admirada da sua doutrina” (Mc. 11:18). Fica claro, que, se Jesus pregasse a mesma coisa que os sacerdotes do templo de Jeová pregavam, eles não pensariam em matá-lo. O que Jesus estava pregando era totalmente novo e assombroso. O vinho velho que estava nos odres velhos era a doutrina de Moisés e de Jeová, com quem Moisés aprendeu. O vinho novo, se colocado em odres velhos, ia romper os odres. Isto está em Mateus 9:16-17. Jesus ensinava a maior parte da sua doutrina por parábolas, para não enfurecer os fariseus, escribas, e sacerdotes. O evangelistas Marcos narra a parábola do semeador, dizendo no começo: “Jesus ensinava-lhes muitas coisas por parábolas, e lhes dizia na sua doutrina: Eis que saiu o semeado a semear” (Mc. 4:2-3). Jesus era obrigado a ensinar por parábolas para não ser apedrejado, pois os fiéis de Jeová não aceitavam a nova doutrina.

Na festa dos tabernáculos, numa certa hora, Jesus subiu ao templo e começou a ensinar. “Os judeus. maravilhados, diziam: Como sabe este letras, não as tendo aprendido? Jesus lhes respondeu: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo” (Jo. 7:15-17). Se Jesus pregava a doutrina de Deus, porque os escribas e sacerdotes queriam matá-lo? Se queriam matá-lo é porque pregava contra a velha doutrina de Jeová e Moisés. Na doutrina de Moisés, eram as ovelhas, bodes e bezerros que morriam pelo pecado no altar do sacrifício. Na nova doutrina Jesus afirma que ele mesmo daria  a vida pelas ovelhas (Jo. 10:11). No Velho Testamento as ovelhas morriam pelos pecados, e no Novo Testamento, o Sumo Pastor morre pelas ovelhas? Isso era demais para os ouvidos dos sacerdotes, escribas e fariseus. Então diziam: “Ele tem demônio” (Jo. 10:20). No Velho Testamento nunca ninguém expulsava espíritos malignos, pois era Jeová que os mandava entrar nos homens. No primeiro livro dos reis lemos que Jeová pôs espírito da mentira na boca dos 400 profetas do templo (I Rs. 22:23). Em Isaías 19 lemos que Jeová pôs um espírito de perversidade no povo egípcio (Is. 19:13-14). Foi Jeová que pôs em Saul um espírito maligno que o atormentava (I Sm. 16:14-15). O tormento era tanto que só a harpa de Davi, quando tocada, trazia algum alívio (I Sm. 16:23). Como podiam os sacerdotes e fariseus ousar expulsar os maus espíritos que Jeová punha? Quando Jesus os expulsava era chamado de Belzebu, príncipe dos demônios (Mt. 12:22-24).

Outro ponto da doutrina de Jesus eram as curas. Quem mandava pragas, pestes, e enfermidades maligna era Jeová. Ao curar as pessoas, Jesus ia contra Jeová, pois ninguém ousava tamanha façanha(Dt. 28:21-22,27,35,59-63; Hc. 3:5; Lv. 26:16). Ao desfazer as coisas que Jeová estabelecia como castigo, era  se tornar igual a Deus. Isso era blasfêmia para os Judeus (Jo. 10:33; 5:18). Todos seguiam a doutrina de Moisés e rejeitavam a Jesus dizendo que eram discípulos de Moisés. Um cego de nascença, curado por Jesus, começou a defendê-lo diante dos fariseus, e quando este jovem lhes perguntou: Quereis vós porventura fazer-vos também seus discípulos? Então eles o injuriaram, e disseram: Discípulo dele sejas tu; nós, porem, somos discípulos de Moisés (Jo. 9:27-28). Os sacerdotes nada sabiam da doutrina de Jesus Cristo. Quando Jesus foi preso, o Sumo sacerdote interrogou-o acerca dos seus discípulos e da sua doutrina (Jo. 18:19). Os  pontos principais da nova doutrina, que chocavam com a vigente eram:

  1. A doutrina da piedade, que não existia o Velho Testamento (I Tm. 6:3). Jeová não tinha piedade dos pecadores (Jr. 13:14; Ez. 5:11; 8:18; 7: 8-9).
  2. A doutrina de Jeová, a da lei, era amar o próximo como a si mesmo (Lv. 19:18; Mt. 22:35-40). A doutrina de Jesus era amar como Jesus amou (Jo. 13:34).
  3. A de Moisés era a da Lei, e de Jesus é a da graça, pois a lei condena o pecador, mas a graça é o perdão de Deus (Tt. 2:11; Gl. 5:1-4).
  4. Segundo as palavra de Jesus, todos estavam mortos até Jesus (Mt. 8:21-22). Paulo também ensinava o mesmo (Rm. 5:17). João também (Jo. 5:24-25). Como Jeová reinava no Velho Testamento, era o deus dos mortos (Is. 43:15; Sl. 47:2, 7, 8). O Pai de Jesus é Deus dos vivos e não dos mortos (Lc. 20:38).
  5. Havia ressurreições no Velho Testamento, mas não para a vida eterna. Jesus pregava a ressurreição para a vida eterna (Jo. 11:25-26; 3:36). Jeová prometeu uma herança terrena por toda a eternidade (Gn. 17:7-8). Jesus pregava o reino dos céus para a eternidade. A doutrina de Jesus era tão nova e tão diferente, que foi condenado a morte como blasfemo (Mt. 26:63-68). Estas foram apenas algumas diferenças das doutrinas de Jeová e Jesus. Acontece que os príncipes da Igreja adotaram o Velho Testamento como verdade suprema, e fundiram as duas doutrinas. Só falta as Igrejas construírem altares de sacrifício. Qualquer um que tenha os olhos abertos pode ver que o que Jeová edificou caiu por terra pois não tem sustentação. Esse tal vai ser  condenado como blasfemo como Jesus. A cena se repete.

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

(223) – O PAI

O PAI

 

O apóstolo João esclarece um ponto da doutrina do Novo Testamento, que é muito importante, dizendo: “Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; e aquele que confessa o Filho, tem também o Pai” (1 Jo. 2:23). Para João é impossível chegar ao Pai sem primeiro confessar o Filho, por isso Jesus disse: “Qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus” (Mat. 10:32-33). O povo de Israel confessava Jeová como Deus diretamente, sem a intermediação de Jesus, chamando-lhe de Pai. “Mas agora, ó Jeová, tu és o nosso Pai; nós o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós obra das tuas mãos” (Is. 64:8); Jeová se declara pai de Israel. “O filho honrará o Pai, e o servo ao seu senhor; e se eu sou pai, onde está a minha honra? (Ml. 1:6). Moisés declarou: “Filhos sois de Jeová vosso a Deus” (Dt. 14:1). E Jeová também declarou: “Ouvi, ó céus, e prestai ouvidos, tu ó terra, porque fala Jeová: Criei filhos, e exalcei-os, mas eles prevaricaram contra mim” (Is. 1:2). Não nos interessa o argumento falso de que Jesus é Jeová, pois Jeová se declarou ser o Pai, e o povo de Israel se dirigia a ele como pai sem a mediação de Jesus. E Jesus é taxativo ao dizer: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo. 14:6). Como Jesus não foi revelado no Velho Testamento, o caminho para o Pai estava fechado. O povo de Israel chamava de pai um deus que não era o Pai, e Jeová os chamava de filhos sem que eles confessassem primeiro a Jesus Cristo. “Mas, a todos que o receberam (Jesus), deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos quais crêem no seu nome” (Jo. 1:12). Paulo, o apóstolo dos gentios, fala: “Como me foi este mistério manifestado pela revelação; pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito Santo” (Ef. 3:3-5). “O mistério que estava oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifestado aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória” (Cl. 1:26-27). Se Jesus era mistério oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, ninguém tinha acesso a ele para confessá-lo, e assim chegar ao Pai. Sendo assim, os israelitas confessavam Jeová como Pai, mas essa confissão não era verdadeira; e Jeová os chamava filhos, porém Deus, o Pai de Jesus, só teve filhos através da confissão de Cristo, dizendo: “Pai, estes são os teus filhos.”

Cabe uma pergunta. Por que, sem Jesus, ninguém chega ao Pai? Em primeiro lugar, Jeová deu a lei, mas Paulo diz: “Nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm. 3:20). A lei separa de Deus, e jamais une, pois produz inimizade entre o homem e Deus. Novamente, Paulo esclarece: “Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades” (Ef. 2:15-16). E na carta aos hebreus, lemos: “Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade, (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta maneira é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus” (Hb. 7:18-19). A melhor esperança é a carne e o sangue de Cristo. “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hb. 10:19-20). O verbo encarnado, que deu a vida pelos pecadores culpados, e ressuscitou para nossa justificação, é a única porta de acesso ao Pai, por isso ninguém chegou ao Pai antes de Cristo, e depois de Cristo ninguém chegará sem primeiro confessá-lo como Salvador (I Tm. 1:15; Rm. 4:25; Jo. 14:6; At. 4:12). O povo de Israel confessava como Deus e Pai, um ser truculento, vingativo, egoísta, amante de si mesmo, que matava inocentes pelo pecado dos pais, cujo método de educação era mandar pestes, pragas e maldições medonhas. Com isso fica provado que não conheciam a Deus, pois Deus é amor (I Jo. 4:8). Como Jesus durante o tempo do seu ministério só praticou boas obras, perdoou pecadores e culpados, curou enfermos, libertou cativos dos demônios, alimentou os famintos, perdoou a todos. Transbordando de bondade e compaixão, dizia sempre: “Não me conheceis a mim nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim também conheceríeis a meu Pai” (Jo. 8:19). Para conhecer o Pai, primeiro temos de conhecer Jesus. Como as obras de Jesus no Novo Testamento foram totalmente diferentes das obras de Jeová no Velho Testamento, os judeus não aceitando Jesus como o Messias de Deus, com isso provaram não conhecer nem a Jesus Cristo e nem o Pai: “Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou a tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido Filipe? Quem me vê a mim, vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras” (Jo. 14:8-10). Jesus está ensinando cinco princípios desse grande mistério.

  1. O Deus Pai não se revela aos homens a não ser através de Jesus, que nos diz:”Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt. 11:27). Foi Moisés que revelou Jeová.
  2. O Deus Pai não se revela aos homens a não ser em Jesus Cristo. “Deus nunca foi visto por ninguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer” (Jo. 1:18). Deus, o Pai, não está fora de Cristo, mas dentro, por isso Jesus disse. “Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo. 14:6).
  3. O Pai não realiza obra nenhuma a não ser através de Jesus. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. TODAS AS COISAS FORAM FEITAS POR ELE, E SEM ELE NADA DO QUE FOI FEITO SE FEZ” (Jo. 1:1-3).
  4. Jesus, é o autor e consumador da fé (Hb. 12:2)“O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder. Havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se a destra da majestade nas alturas” (Hb. 1:3).
  5. O Pai é manso e humilde como o Filho (Mt. 11:29); por isso Jesus e o Pai são um (Jo. 10:30). O Pai não se glorifica a si mesmo como Jeová (Is. 42:8; 48:11). É Jesus quem glorifica o Pai, pois Deus não recebe glória dos homens (Jo. 5:41; Jo. 17:4), onde se lê: “Eu glorifiquei-te na Terra, tendo consumado a obra que  me deste a fazer.”
  6. Se fora de Jesus ninguém pode conhecer o Pai, pois o Deus Pai só pode ser conhecido através das boas obras de Jesus, e as obras de Jeová não são as mesmas obras de Jesus, segue-se que o Pai nunca esteve no Velho Testamento, por isso Paulo declara: “Aquele que tem, ele só a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver” (I Tm. 6:16).
  7. Jeová se dava a conhecer através de suas gloriosas obras. As pragas do Egito foram os sinais de Jeová (Ex. 10:1). A serpente satânica e a lepra são os sinais de Jeová (Ex. 4:2-7). Jeová se deu a conhecer através de obras tenebrosas, e Cristo revelou o Pai através de obras luminosas e piedosas. Vamos transcrever a forma de Jeová se dar a conhecer: “Eu contenderei com ele por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre farei cair sobre ele, e sobre suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele. Assim eu me engrandecerei e me santificarei, e me farei conhecer aos olhos de muitas nações, e saberão que eu sou Jeová”  (Ez. 38:22-23). Jesus só revelou o amor do Pai, e a graça do Pai.

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

(222) – TUDO DEBAIXO DOS PÉS

TUDO DEBAIXO DOS PÉS

 

Jeová fez um convite a Adonay: “Disse Jeová a Adonay: Assenta-te a minha direita até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés” (Sl. 110:1). Os tradutores puseram: “Disse o Senhor ao meu Senhor”, mas a palavra Jeová não se traduz por “senhor”. Adonay, no hebraico, é Senhor. Jesus explica aos discípulos o texto do Salmo 110:1 da seguinte forma: Os fariseus estavam reunidos. Jesus chegou, e lhes perguntou: “Que dizeis vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: De Davi. Jesus disse- lhes: Como é então que Davi, em espírito lhe chama Senhor, dizendo: Disse Jeová ao meu Senhor: Assenta-te a minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés”. Este texto prova que Jeová não é Jesus; se Jeová fosse Jesus, estaria dizendo para ele mesmo: “Disse Jeová a Jeová, assenta-te a minha direita”, o que é absurdo.

Mas Jeová disse a Jesus que poria os inimigos de Jesus debaixo dos pés de Jesus, e neste caso, Jesus não seria autor e consumidor da fé (Hb. 12:2). Os inimigos de Jeová eram os homens. “Era pois que, partindo a arca, Moisés dizia: Levanta-te Jeová, e dissipados sejam os teus inimigos, e fujam diante de ti os teus aborrecedores” (Nm. 10:35). “Assim, ó Jeová, pereçam todos os teus inimigos” (Jz. 5:31;  Sl. 92:9).No Salmo dois lemos: “Os reis da terra se levantam, e os  príncipes juntos se mancomunam contra Jeová e contra o seu ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas” (Sl. 2:2-3).No mesmo Salmo, Jeová promete gerar o seu filho, isto é, o Messias, que é o ungido de Jeová, para reinar sobre as nações inimigas com vara e ferro. Leiamos e texto: “Aquele que habita nos céus se rirá; Jeová zombará deles. Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os confundirá. Eu, porém, ungi o meu rei sobre o meu santo monte de Sião. Recitarei o decreto: Jeová me disse: Tu és meu filho, eu hoje te gerei. Pede-me e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro” (Sl. 2:4-9).

O texto é claro. Jeová se coloca contra as nações que se mancomunam contra ele, e na sua ira e furor vai levantar o Messias para reinar sobre os inimigos com vara de ferro. É isso que está no Salmo 110:1.

Se Jeová é o não é o Pai de Jesus não vem ao caso. O fato é que Jesus não aceitou reinar sobre este mundo, quando disse: “O meu reino não é deste mundo” (Jo. 18:36). Jesus não aceitou a oferta de Jeová, profetizada no Sl. 110:1 e cumprida quando Satanás lhe ofereceu os reinos deste mundo (Lc. 4:5-8). Deveria ser Jeová a oferecer e não Satanás. Se Jesus aceitasse sentar à mão direita de Jeová, não seria o autor e o consumador da fé, pois  quem submeteria os inimigos aos pés de Jesus seria Jeová. Como Jesus é o autor e consumador da fé, como lemos em Hebreus 12:2, é o próprio Jesus que vai submeter os inimigos debaixo de seus pés. Referindo-se a Jesus, Paulo escreveu: “Porque convém que reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de seus pés” (I Co. 15:25). Quais inimigos? Os inimigos de Jeová e do seu ungido eram os reis e príncipes das nações que se mancomunaram contra Jeová (Sl. 2:1-9). Quais são os inimigos de Jesus? Não são os homens pecadores, pois Jesus morreu para salvá-los (I Tm. 1:15). Os inimigos de Jesus acham-se na esfera espiritual. Paulo escreveu: “Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte” (I Co. 15:26). O pecado era inimigo de Jesus, e tão forte, que Jesus várias vezes foi tentado (Lc. 22:28). E Jesus orava ao que o podia livrar da morte com grande clamor e lágrimas (Hb. 5:7).  Pois como nós em tudo foi tentado, mas sem pecado (Hb. 4:15).

O segundo inimigo que Jesus aniquilou foi o pecado. “Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb. 9:26). A lei de Jeová não livra do pecado, pois é a força do pecado (I Co. 15:56). Por isso Paulo registrou o seguinte: “O que era impossível à lei; visto que estava enferma pela carne, Deus, enviando o se Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou  o pecado na carne” (Rm. 8:3). Só Jesus Cristo liberta o homem do pecado (Rm. 6:18). E João declara que quem não foi libertado do pecado não viu nem conheceu a Cristo (I Jo. 3:5-6).

Para aniquilar a morte, tem de aniquilar primeiro o pecado, pois o salário do pecado é a morte (Rm. 6:23; Hb. 9:26).

Outro inimigo de Jesus são as trevas, por isso disse: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo. 8:12). No Velho Testamento não havia luz espiritual, pois sobre Israel lemos: “O povo que andava em trevas viu uma grande luz” (Mt. 4:16). Dizem os teólogos que Jeová é Jesus. Sendo assim, quando Jesus ditasse a lei no Sinai, não haveria trevas espessas (Dt. 4:11-12). É impossível a luz se ocultar nas trevas (Sl. 18:11). O fato é que Jeová falou do meio das trevas, e se ocultou nas trevas, e trevas são o mal (Jo. 3:19-21). Para complicar, as trevas fazem parte do reino de Satanás, pois a missão de Paulo foi: “Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres a luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão dos pecados” (At. 26:18). Se Jeová se ocultava nas trevas, se ocultava no reino de Satanás, e com isso revela não ser luz.

O arqui-inimigo de Jesus é Satanás. Na parábola do trigo e do joio lemos que o reino dos céus é semelhante ao homem que semeou a boa semente no seu campo; mas dormindo os homens, veio o inimigo e semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se (Mt. 13:24-25). Ao explicar a parábola, Jesus disse: “O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno. O inimigo que o semeou é o diabo” (Mt. 13:38-39). Este inimigo Jesus deixou para a Igreja vencer e pisar, pois Paulo nos revelou o seguinte: “E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo de vossos pés” (Rm. 16:20), e assim se cumpre Gn. 3:15, que diz: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. A semente da mulher são os cristãos santos, gerados na igreja pelo Espírito Santo (I Co. 6:10-11). João nos exorta a vencer Satanás.“Mancebos, escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevi filhos, porque conhecestes o Pai. Eu vos escrevi, pois, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, mancebos, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e  já vencestes o maligno” (I Jo. 2:13-14). Se nós não pregarmos o Evangelho, Jesus  não vai pregar em nosso lugar (Mc. 16:15-16). Se nós não pisarmos a cabeça de Satanás, ele não vai fazer o que é nossa missão. O resto ele já fez.

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

(221) – A ALMA QUE PECAR MORRERÁ

A ALMA QUE PECAR MORRERÁ

 

“Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá” (Ez. 18:4). Quem falou estas palavras ao profeta Ezequiel foi Jeová, o deus de Israel. Quais verdades estão implícitas neste verso?

1) Que todas as almas são de Jeová, tanto a dos pais como a dos filhos. Muitas vezes Jeová declarou isso. “Minha é a terra e sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam”(Ps. 24:1). Pertencem a Jeová os maus e os bons, os fiéis e os infiéis, os monoteístas, os politeístas, e os ateus. “Levanta-te, ó Deus, e julga a terra, pois te pertencem todas as nações” (Sl. 82:8). No Novo Testamento, o conceito é diferente. Para alguém pertencer a Deus, o Pai, é necessário nascer de novo (Jo. 3:3). Nenhum homem ou mulher, nascidos somente da carne, são filhos de Deus. João disse: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome. Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12-13).

Como este mundo está nas mãos do diabo (I Jo. 5:19), os reinos deste mundo pertencem ao diabo(Lc. 4:5-8). E todos os homens estão na mão do diabo (At. 26:18). A morte de Jesus Cristo na cruz foi o preço pago pelo Pai para comprar o homem das mãos do diabo, e dar início ao processo do novo nascimento. “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais, pertencem a Deus” (I Co. 6:20). Jesus revelou que os filhos deste mundo não são filhos de Deus. “Disse-lhes Jesus: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento; mas os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro e a ressurreição dos mortos, nem hão de casar, nem ser dados em casamento; porque já não podem mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição” (Lc. 20:34-36).

2) A Segunda verdade declarada por Jeová em Ez. 18:4, é que, a alma que pecar, morre. Ao falar isto, Jeová está declarando que há almas sem pecado. Por isso, quando pecar, morre. A morte é o prêmio pelo pecado cometido, ou melhor, a morte é o castigo. A morte  é o castigo final pelo pecado cometido. Morto o pecador, estava livre de uma segunda condenação, pois estava já morto. Vamos, entretanto, provar biblicamente essa verdade do Velho Testamento e de Jeová.

Judá, filho de Jacó, teve três filhos de uma mulher cananéia. Cresceram os filhos, e Judá arrumou para o seu primogênito, de nome Er, uma mulher, cujo nome era Tamar. Mas Er, primogênito de Judá, era mau, pelo que Jeová o matou (Gn. 38:6-7). Está assim provado que o salário do pecado é a morte(Rm. 6:23). Vamos citar um caso coletivo. Quando os filhos de Israel estavam às portas de Canaã, Moisés enviou doze homens para espiar a terra. Quando voltaram, dez deles se acovardaram, dizendo que os habitantes da nova terra eram de gigantes, e povo poderoso para a guerra. Por esse pecado Jeová os condenou à morte, pois contaminaram o povo de Israel pelo medo, e assim murmuraram contra Jeová (Nm. 14:28-37; Hb. 3:17-19).

Não podia haver condenação eterna no Velho Testamento porque não havia vida eterna. A vida eterna só surgiu com a ressurreição de Jesus Cristo. Paulo registrou o seguinte: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, o qual, porem, não ressuscitou, se, na verdade os mortos não ressuscitam. Porque, se os motos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também, os que dormiram em Cristo estão perdidos” (I Co. 15:14-18). No tempo de Jeová não havia vida eterna, mas havia morte eterna, isto é, o morto era apagado (Dt. 9:14)“Repreendeste as nações, destruíste os ímpios; apagaste o seu nome para sempre e eternamente” (Sl. 9:5).

3) No Novo Testamento, a alma que peca não morre fisicamente. Foi mudada por Jesus a forma de tratar com o homem. Como Cristo trouxe vida eterna para todos, o critério de juízo mudou: “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. Os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação” (Jo. 5:28-29). Como os ímpios não serão apagados com a morte, e vai haver juízo após a ressurreição; não morrendo o pecador na hora do pecado, Jesus lhe concede tempo para se arrepender e mudar de vida, coisa que Jeová não fazia.

4) O ponto mais alto da doutrina de Novo Testamento é que não morre na hora que peca, como Jeová falou em Ez. 18:4. As pessoas já nascem mortas e pecadoras, isto é, nascem predispostas para pecar. Paulo disse: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que são todos pecadores” (Rm. 5:12). Não é o pecado que Adão passou para os filhos, mas a morte; a morte, passando de pai para filho, é prova de que todos são pecadores. Todos já nasceram mortos espiritualmente, embora vivos fisicamente. Adão era pecador antes de pecar, pois que Jesus declarou que a boa árvore dá bom fruto, e não pode dar fruto mau (Mt. 7:18). Como Adão deu mau fruto, era pecador antes de pecar. É pelo fruto que se conhece a árvore (Mt. 7:17).

Recapitulando. Paulo afirma que todos nascem mortos porque todos nascem pecadores (Rm. 5:12). Jeová declara em Ez. 18:4 que só morre quem peca, dando a entender que quem não peca tem a vida, logo quem não peca salva-se por mérito próprio, e assim anula o sacrifício de Cristo. Paulo declara:“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef. 2:8-9). Como todos já nasceram mortos espiritualmente, Jesus diz o seguinte a um jovem que queria segui-lo, mas precisava enterrar o pai que havia morrido: “Segue-me tu, e deixa que os mortos enterrem os seus mortos” (Mt. 8:21-22). Jesus estava ensinando que um morto em delitos e pecados, porém vivo na carne, estava sepultando outro, também morto em delitos e pecados, mas morto também fisicamente. Morto duas vezes. Na alma e no corpo. Só Jesus Cristo arranca o homem da dupla morte. Paulo, mais uma vez, fala inspirado pelo Espírito Santo. “Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo. (Pela graça sois salvo). E nos ressuscitou juntamente com ele”. É por isso que quem crê em Jesus Cristo passa da morte para a vida (Jo. 5:24).

 

Autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

www.verdadesbiblicas.com.br

(220) – OS DEFUNTOS

OS DEFUNTOS

 

Para Jesus Cristo, a morte física tem menor valor que a morte espiritual. A morte física é a cessação da vida na carne. Morre um homem como morre um cão ou um gato. A morte espiritual é a morte da alma, isto é, da parte espiritual. Sendo assim, um homem, estando vivo neste mundo, pode estar espiritualmente morto. Essa morte espiritual, no campo religioso, é causada pelo mal do pecado, conforme ensino de todas as denominações cristãs. Transcrevemos uma frase de Jesus: “Outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar o meu pai. Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa aos mortos sepultar os seus mortos” (Mt. 8:21-22). Para Jesus, as pessoas que acompanham o enterro do defunto também estão mortos. Há uma semelhança entre o defunto e os que o enterram: o defunto não sabe que está morto porque morreu, e os que o enterram não sabem que estão mortos porque pensam que são vivos.

Vamos ao assunto. Biblicamente a morte reinou sobre todos desde Adão até Jesus, pois Paulo declarou: “Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” (Rm. 5:17).  Cristo é a ressurreição e a vida, por isso declarou: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá” (Jo. 11:25-26). E continua o Senhor a falar: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo. 5:24).

            Os mortos começaram em Adão, “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos são pecadores” (Rm. 5:12). Os vivos começaram em Jesus Cristo. “Assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (I Co. 15:22). Fica assim provado que antes de Jesus Cristo só havia defuntos, isto é, pessoas espiritualmente mortas, que mais cedo ou mais tarde iriam morrer fisicamente. Morriam os mortos.

O deus Jeová matava no Velho Testamento. Vejamos. “E disse Jeová: Destruirei de sobre a face da Terra, o homem que criei, desde o homem até o animal, até ao réptil, e até a ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito” (Gn. 6:7). E veio o dilúvio. Trezentos anos depois, os homens, descendentes de Noé, tinham-se multiplicado, e a sodomia se alastrou. Então Jeová destruiu Sodoma e Gomorra com fogo do céu. Só escapou Ló com suas duas filhas (Gn. 19:24-25). Os Assírios, chefiados por Senaqueribe, invadem Judá, cujo rei era Ezequias. Este rei era bom e Jeová se pôs à frente do exército de Ezequias, e mandou um anjo assassino, que de noite matou cento e oitenta e cinco mil assírios (II Rs. 19:35). No tempo do rei Davi, Jeová resolveu matar o próprio povo. Então incitou Davi a enumerar o povo. Davi, submisso, obedeceu cegamente. Jeová considerou esse ato de obediência de Davi, grave pecado, e para puni-lo enviou a peste que matou setenta mil homens (II Sm. 24:1; 24:15). O problema grave é que Jeová matava defuntos. As pessoas estavam espiritualmente mortas em delitos e pecados, e Jeová os matava fisicamente tirando-lhes qualquer chance de mudança de vida, ou de conversão; pois  o Espírito de Cristo estava no Velho Testamento, revelando a obra futura (I Pd. 1:9-11).

Jeová matava defuntos. É espantoso e grotesco, porém real. Eram mortos por Jeová sem ter consciência. O mais estranho é que Jeová matava fisicamente aqueles que infalivelmente iam morrer, ou de velhice, ou por acidente, ou por doença. Jeová só adiantava a morte. O que intriga nossa mente é: Se Jeová matava quem já era morto, por que não lhes dava a chance de sair da morte? A resposta é simples. Jeová não tinha vida para dar, só morte, pois disse a Moisés, quando este pediu para ver a sua glória: “Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá” (Ex. 33:20). O que Jeová estava dizendo a Moisés é que, se Moisés olhasse para sua face, morreria. Mas Moisés era o maior profeta (Dt. 34:10). Era o mais manso (Nm. 11:17). Era o mais fiel (Nm. 12:7). Era cheio do espírito de Jeová (Nm. 11:17). Era o mediador do concerto de Jeová com Israel (Ex. 24:1-8). Moisés era posto como deus sobre o Egito (Ex. 7:1). O rosto de Moisés resplandecia (Ex. 34:29-35). E se Moisés olhasse a face de Jeová morreria? Moisés serviu a Jeová por quarenta anos, e sabe qual o prêmio que recebeu? Foi proibido de entrar no repouso de Jeová, isto é, Canaã. Josué e Calebe que foram inferiores a Moisés, entraram. Leiamos o texto: “Nenhum dos homens desta maligna geração verá esta boa terra que jurei dar a vossos pais, salvo Calebe, filho de Jefoné; ele a verá, e a terra que pisou darei a ele e a seus filhos, porquanto perseverou em seguir a Jeová. Também Jeová se indignou contra mim por causa de vós, dizendo: Também tu, lá não entrarás. Josué, filho de Num, que está em pé  diante de ti, ele ali entrará” (Dt. 1:35-38).

            A glória de Jeová consistia em matar. Destruiu a humanidade no dilúvio (Gn. 6:7). Destruiu a fogo quatro cidades pecaminosas (Dt. 29:23). Matou a todos os primogênitos do Egito (Ex. 12:23,29). Ao destruir no mar os exércitos egípcios, o próprio Jeová declara ser glorificado com essa matança (Ex. 14:4,17; 15:6).

Jesus Cristo tem um ministério oposto ao de Jeová, pois confere vida aos defuntos. “Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida (Jo. 5:24). Jesus não mata defuntos como Jeová fazia; Jesus ressuscita os defuntos. “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão” (Jo. 5:25). A grande obra de Jesus sempre foi, e é, ressuscitar defuntos, e declarou: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim ainda que esteja morto viverá” (Jo. 11:25).

            A Glória do Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo era dar-lhes a vida eterna, por isso Jesus declarou: “E a vida eterna é esta; que te conheçam a ti só como verdadeiro Deus, e a Jesus Cristo a quem enviaste (Jo. 17:3). E mais, Jesus declarou bem alto, dizendo: “ORA, DEUS NÃO É DEUS DE MORTOS, MAS DE VIVOS” (Lc. 20:38).

 

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

www.verdadesbiblicas.com.br

(219) – PARADOXOS

PARADOXOS

1 – No evangelho de João lemos: “Mas a todos os que o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; os quais crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12-13).

Se nenhum homem ou mulher nascido da carne e do sangue e da cópula carnal é filho de Deus, por que Jeová, no Velho Testamento tinha filhos nascidos do sangue, da carne, e da vontade do varão? (Dt. 14:1; 32:18-20; Is. 1:2; 30:9; 63:8).

E eram os filhos da carne gerados pelo próprio Jeová (Ez. 16:20-21; 23:37).

O povo de Deus precisa saber a verdade.

2 – Se Deus não gera os filhos que são nascidos da carne e do sangue e da cópula carnal, como lemos em Jo. 1:12-13, por que Jeová declarou que gerava esses filhos? (Ez. 16:20-21; 23:37).

3 – Se Deus, o Pai, não gera filhos do sêmen humano e do ventre carnal como lemos em Jo. 1:12-13 e I Pd. 1:23 que diz: “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre”, por que Jeová gerou Isaque na carne? (Gn. 18:10-14; 21:1-2).

4 – Se Jeová é o deus que abre e fecha os ventres das mulheres para terem filhos na carne, e para os não terem, conforme lemos em Gn. 20:17-18; 25:21; 29:31; 30:17; 30:22-23, fica claro que todos os que nascem da carne são nascidos de Jeová. Por que então João afirma que Deus, o Pai, não gera filhos na carne? (Jo. 1:12-13).

5 – Se o reino dividido não subsiste como disse Jesus em Mt. 12:25, por que Jeová dividiu o reino de Israel em dois, nos dias de Roboão, filho de Salomão? E divididos, os reinos começaram a guerrear destruindo-se um ao outro (I Rs. 11:1-12; 14:30; 15:6-7,16,32).

O povo de Deus precisa ser esclarecido.

6 – Os cristãos fiéis precisam conhecer o que está por trás do véu do Velho Testamento (II Co. 3:14).

Se os endemoninhados, isto é, todos os que têm espíritos malignos, são obra de Satanás, e não de Deus, e por isso mesmo o Deus Pai enviou o seu Filho ao mundo para libertá-los, por que Jeová fez Saul, rei de Israel, ficar endemoninhado? (I Sm. 16:14-15; 18:10-11; 19:9-10).

Se Saul, possesso pelo espírito colocado por Jeová queria matar Davi, não era Saul quem queria matar, mas Jeová, o dono do espírito maligno.

7 – Se Deus, o Pai de Jesus quer que todos os homens se salvem, pois é amor e ama a todos (I Tm. 2:3-4; I Jo. 4:7-8; Jo. 3:16-17), a pergunta é a seguinte: Por que Jeová endureceu o coração de Faraó e dos egípcios para depois mandar pragas e pestes, matar todos os primogênitos, e também os exércitos de Faraó no mar? Se Jeová endureceu seus corações, eles não foram culpados, mas sim o próprio Jeová(Ex. 4:21; 7:3; 9:12,34,35; 10:1,20,27; 11:10; 14:4 8).

Há um detalhe tenebroso que aqui registramos: “Israel entrou no Egito e Jacó peregrinou na terra de Cão. E ele multiplicou sobremodo o seu povo Israel, e o fez mais poderoso que os seus inimigos. MUDOU O CORAÇÃO DELES PARA QUE ABORRECESSEM O SEU POVO” (Sl. 105:23-25). A história prova que Jeová só condenou o Egito e Faraó, e nunca  pensou em salvá-los. Isso choca com  I Tm. 2:3-4; 4:10; II Pd. 3:9.

8 – Se Deus, o Pai, não faz acepção de pessoas (Rm. 2:11; At. 10:34), e o próprio Jeová declarou isso na lei (Dt. 10:17), porque Jeová fez tantas acepções entre povos e raças? Moisés o declara: “Para que saibais que Jeová fez diferença entre os egípcios e os israelitas” (Ex. 11:7). “És povo santo a Jeová teu Deus, e Jeová te escolheu, de todos os povos, que há sobre a face da terra, para lhes seres o seu povo próprio” (Dt. 14:2). O Pai de Jesus é Deus de todos os povos. “É porventura Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Também dos gentios certamente” (Rm. 3:29). Escolher um e rejeitar outro aleatoriamente é a acepção mais injusta que pode acontecer.

9 – Na lei dada por Jeová no monte Sinai; lemos: “Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais; cada qual morrerá pelo seu pecado” (Dt. 24:16). Novecentos anos mais tarde o profeta Isaías disse: “Preparai a matança para os filhos por causa da maldade de seus pais” (Is. 14:21). O que os cristãos precisam saber é o seguinte: Foi Jeová que falou pela boca de Isaías, ou não? Pois Isaías contradiz a lei de Jeová. E Isaías declara que quem falava pela sua boca era Jeová (Is. 16:13-14; 20:2; 37:21-22; 38:7-8). Jeová tem dois pesos e duas medidas?

10 – Os sacrifícios humanos, tanto de adultos como de crianças eram feitos pelos povos bárbaros para aplacar a ira dos seus deuses. Jeová, na sua lei, condenava tais sacrifícios. “Qualquer que dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam em Israel,  der a sua semente a Moloque, certamente morrerá; o povo da terra o apedrejará com pedras” (Lv. 20:2-5). Dar a semente a Moloque era queimar o filho, isto é, fazê-lo passar pelo fogo (Lv. 18:21; II Rs. 16:2-3; 21:6; 23:10; Jr.19:5). Jeová, entretanto, aceitava sacrifícios humanos para aplacar a sua ira. Disse Jeová a Moisés: “Toma todas as cabeças do povo, e enforca-os a Jeová diante do sol, e o ardor da ira de Jeová se retirará de Israel” (Nm. 25:4). A dúvida que assalta quem lê o Velho Testamento é: foram os povos bárbaros que imitaram Jeová, ou foi Jeová que imitou os povos bárbaros.

11 – Lemos em Ex. 15:3 que Jeová é homem de guerra. Era Jeová o deus da guerra dos israelitas, como Marte era o deus da guerra dos romanos. Era chamado Jeová Tzebaot (Senhor dos Exércitos). Sendo, portanto, o deus da guerra tinha um livro secreto, chamado O LIVRO DAS GUERRAS DE JEOVÁ (Nm. 21:14). Nesse livro negro de Jeová estão os nomes das nações odiadas. A essas nações ou tribos, Jeová fazia guerra eterna. A primeira delas foi o Egito, pois 400 anos antes Jeová avisou Abraão que ia guerrear contra (Gn. 15:13-14). A segunda foram os amalequitas. “Jurou Jeová fazer guerra contra os amalequitas de geração em geração” (Ex. 17:16). Duas nações formaram o terceiro grupo. Os moabitas e os amonitas (Dt. 23:3-4).

O novo Testamento tem outra mensagem: Deus não tem adversários e inimigos. É o homem que se faz inimigo de Deus. Então Deus envia o seu Filho unigênito para reconciliar os inimigos e salvar os perdidos. Paulo diz assim: “Se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais estando já reconciliados, seremos salvos, pela sua vida” (Rm. 5:10). Lá no Velho Testamento, Jeová era o inimigo dos homens (Ex. 23:22). E depois se tornou inimigo do seu povo (Lm. 2:1-5; Is. 63:10).

12 – Jeová proíbe os sacerdotes de casar com prostitutas (Lv. 21:13-15). Para Jeová, casar com uma prostituta era profanar a descendência. E mais tarde ordena ao profeta Oséias casar com uma prostituta? O próprio Jeová profanando a descendência de Oséias, o profeta? (Os. 1:1-3) Como fica?

13 – O apóstolo João declara que Deus é luz e nele não há trevas nenhumas (I Jo. 1:5). Jesus também é luz, e onde andava havia luz (Jo. 8:12; 12:46). Com Jeová foi diferente. Onde ele estava havia trevas. Moisés o declara: “E vós vos chegastes, e vos puseste ao pé do monte; e o monte ardia em fogo até o meio dos céus, e havia trevas, e nuvens e escuridão. Então Jeová vos falou do meio do fogo” (Dt. 4:11-12). Se Jeová fosse luz, o monte Sinai ficaria luminoso por causa da sua presença, o que não aconteceu. Jeová é o deus das trevas? (Ex. 20:21; Dt. 5:22-24; Sl. 18:11).

14- Jeová proibiu seu povo de casar com mulheres estrangeiras (Ex. 34:15-16; Dt. 7:1-4; Js. 23:11-13; Ed. 9:1-2). E depois Jeová permitiu essas uniões abomináveis? (Dt. 21:10-14). E depois, se o marido enjoar da mulher Jeová aconselha a deixar ir embora?

15 – “Então disse Jeová a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: Vós tendes visto que eu falei convosco desde os céus. Não fareis outros deuses comigo; deuses de prata, ou deuses de ouro não fareis para vós. Um altar de terra me farás, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, as tuas ovelhas, e as tuas vacas; em todo o lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti, e te abençoarei” (Ex. 20:22-24).

Se foi Jeová que ordenou holocaustos e sacrifícios sobre um altar de pedras, e através desse ritual abençoaria o seu povo, por que em Jr. 7:21-22 lemos que Jeová negou esse ritual dizendo que nunca falou no assunto?

 

autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

www.verdadesbiblicas.com.br

(218) – O GRANDE VENCEDOR

O GRANDE VENCEDOR

 

Jeová plantou um Jardim no Éden, da banda do oriente, e pôs ali o homem que havia formado (Gn. 2:8). E Jeová deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista e boa para comida (Gn. 2:9). E colocou nesse jardim de delícias a árvore da vida no meio, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.

Jeová sentia grande prazer em passear nesse jardim maravilhoso às tardes, na viração do dia (Gn. 3:8). Jeová formou um homem para lavrar e guardar esse Jardim, e capacitou-o soprando em seus narizes o fôlego da vida (Gn. 2:7). Esse fôlego da vida é a energia divina, espírito abundante. No livro de Jó lemos que o Todo Poderoso soprou em Adão o entendimento (Jó 32:8). Jeová equipou Adão para cuidar do Jardim. No Salmo oito lemos: “Pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos, tudo puseste debaixo de seus pés, todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo, as aves e os peixes do mar” (Sl. 8:5-8; Gn. 2:19-20). Mais tarde, vendo que o homem sentia solidão, tirou uma costela, e dela fez uma mulher para Adão. Ambos podiam desfrutar com Jeová do jardim de delícias. A única ordem de Jeová era não tocar na árvore da ciência do bem e do mal (Gn. 2:17).

Satanás, com suas manhas, entrou no jardim secreto de Jeová, e fez uma grande devastação. Contaminou a mulher, e esta tomou do fruto proibido e comeu. Depois deu ao marido e ele comeu com ela (Gn. 3:6). Foram os dois expulsos do paraíso, condenados à morte com a descendência, e o jardim fechado e lacrado com uma espada de fogo (Gn. 3:17-24). Quem foi o grande vencedor nessa história? Satanás, que não deu a mínima para a maldição de Jeová, e continuou na obra devastadora. Quatro mil anos mais tarde tentou derrubar Jesus Cristo (Lc. 4:5-8).

Houve um segundo confronto entre Jeová e Satanás. No tempo de Jó, que segundo alguns estudiosos, descendia de Esaú (Gn. 36:28). Houve um dia em que os filhos de Deus estavam reunidos, e Satanás estava entre eles como se nunca tivesse sido amaldiçoado por Jeová. E Jeová, amistosamente lhe disse: “Observaste meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero e reto, temente a Deus e desviando-se do mal? Ao que Satã retrucou, dizendo: Não o cercaste tu de bens? E a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra das suas mãos abençoaste, e o seu gado aumenta na terra. Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se ele não blasfema de ti na tua face. Jeová então disse: Eis que ele está na tua mão, somente contra ele não estendas  a tua mão.” Satanás então meteu fogo em tudo o que Jó tinha, destruiu seus rebanhos e matou seus sete filhos e as três filhas. Quem foi o vencedor neste confronto? Claro que foi Satanás. Jeová confessa  no capítulo dois. Os filhos de deus estavam novamente reunidos, e lá estava Satã, que tinha livre acesso em tudo o que Jeová fazia. Ao vê-lo, Jeová novamente lhe diz: Notaste meu servo Jó, homem sincero e reto, temente a deus e desviando-se do mal, havendo-me tu incitado contra ele sem causa? Satanás investe novamente contra Jeová, dizendo: Estende tua mão e toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema de ti na tua face. Então saiu Satanás da presença de Jeová e feriu Jó de uma chaga maligna (lepra). Quem venceu esta batalha? Satanás venceu, pois Jó padecia sem motivo, e Jeová não livrou da mão de Satanás (Jó 1:6-12; 2:1-7). É verdade que no fim da vida de Jó, Jeová mudou seu cativeiro dando-lhe o dobro de tudo quanto perdeu, e ainda gerou mais sete filhos e filhas (Jó 42:12-13). Esta segunda bênção de Jeová não desfaz a vitória de Satanás sobre ele, e também os novos dez filhos não substituem os perdidos na maldição. Em hipótese alguma, um novo filho tira a dor do primeiro quando morre.

Mas Jeová e Satanás tiveram outro grande confronto, e este foi terrível, Jeová é o criador de Israel. “Assim diz Jeová, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi, tu és meu” (Is. 43:1-3). Jeová criou Israel para a sua Glória (Is. 43:7). O povo de Israel era testemunha de Jeová neste mundo (Is. 43:12). Jeová se declara o rei de Israel (Is. 43:15). Jeová também afirma que os israelitas eram seus filhos. “Então dirás a Faraó: Israel é meu filho, meu primogênito” (Ex. 4:22). Esses filhos de Jeová não eram santos, e se esqueceram do seu deus e pai. Jeová então, irado, os despreza com fúria infernal, mandando pragas, pestes, setas mortíferas (Dt. 32:18-25). O povo, sofrendo as vinganças de Jeová, queixa-se e acusa-o, dizendo que Jeová, seu pai, é que os faz desviar para o mal(Is. 63:16-17). O fim desse povo foram dois cativeiros. O primeiro na Assíria 720 anos antes de Cristo, e o segundo na Caldéia, 600 anos antes de Cristo. Israel foi passando de mão em mão até o tempo de Cristo, quando estava sob o jugo romano. E Jesus então diz aos religiosos judeus: “Vós tendes por pai o diabo” (Jo. 8:44).  Nessa grande disputa para saber quem era o pai de Israel, quem saiu vencedor? Satanás. Como aconteceu isso ninguém sabe. Houve uma quarta peleja entre esses dois gigantes guerreiros. Jeová declarou: “Assim diz Jeová deus que criou os céus, e os estendeu, e formou a terra e a tudo quanto produz; que dá respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela” (Is. 42:5). “Eu criei a terra, e criei nela o homem, eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens” (Is. 45:12). “Louvai a Jeová desde os céus, louvai-o nas alturas” (Sl. 148:1). “Louvai-o, Sol e Lua; Louvai-o, todas as estrelas. Louvai-o, ó céu dos céus. Louvem o nome de Jeová, pois mandou, e logo foram criados” (Sl. 148:3-5). E Jeová declara que fundou os alicerces da terra, e assentou sobre eles o mundo (I Sm. 2:8). Declara também que a terra, o mundo, e os que nele habitam lhe pertencem (Sl. 24:1; 89:11). E Jeová garante que o mundo se firmará para sempre, pois ele reina (I Cr. 16:30-31). E Jeová afirma, que reina, e por isso o mundo se firmará para sempre, para que não se abale (Sl. 96:10; 93:1). Pois bem. Paulo declara outra coisa. “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm. 8:20-21). Alguém, mais poderoso que Jeová abalou a terra, o mundo, e as criaturas, e mantem tudo cativo (I Jo. 5:19).

O problema grave é que Jeová declarou que tudo está nas suas mãos e sob controle, e que nenhum deus pode abalar o seu poder, e ninguém escapa das suas mãos (Dt. 32:39). Declarou, também que o que determina, ninguém pode mudar (Is. 14:27). E disse também que só  ele opera tudo, e ninguém pode impedir (Is. 43:13). Sendo assim, nessa batalha, o vencedor foi Satanás, pois subjugou a criação de Jeová, e este mundo está em suas mãos (I Jo. 5:19). E Pedro revela que este mundo, do qual Jeová garantiu que se firmará, será queimado a fogo (II Pd. 3:7). Satanás reina absoluto com os troféus da vitória sobre Jeová, isto é, os homens. Cristo veio par libertar das mãos de Satanás (At. 26:16-18).

Uma  coisa, porém, assusta e assombra. Qualquer cristão fiel e cheio do Espírito Santo, quando se defronta com alguém possesso de Satanás, levanta o braço, e ordena. Sai dele Satanás, pois eu te repreendo. E Satanás, convulsionando-se sai. É assombroso. Cristo não vai descer da glória para lutar contra Satanás. Nós somos os grandes vencedores contra ele.

Autoria Pastor Olavo S. Pereira

(217) – DEUS BOM – III

DEUS BOM – 3

     Deus é bom! Lucas no seu Evangelho, revela que Deus é benigno até para com os ingratos e maus(Lc. 6:35). Deus, o Pai, é bom, pois enviou o seu Filho Unigênito, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele (Jo. 3:17). Deus é bom porque não destrói os pecadores com pragas e maldições, mas salva- os através de Jesus Cristo (I Tim.1:15). Deus é bom porque se alegra quando um pecador é salvo, por isso Jesus disse: “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lc. 15:10). Note-se que não são os anjos que se alegram, mas alguém que se alegra diante dos anjos. Jeová age de modo diverso, pois se deleita em destruir os pecadores(Dt. 28:63). Deus é bom, porque quando um se salva, quer salvar toda a casa, por isso está escrito sobre a conversão do centurião Cornélio: “Pedro te dirá palavras com que te salves tu e a tua casa” (At. 11:14). E quando o carcereiro de Felipos perguntou a Paulo: Que é necessário que eu faça para ser salvo? Paulo respondeu: “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo tu e a tua casa” (At. 16:30-31). Jeová agia diferente. Um pecava e Jeová destruía toda  a sua casa, incluindo os inocentes. Jeroboão pecou e Jeová destruiu toda a casa, isto é, toda descendência. E sucedeu que, reinando Baasa, feriu toda a casa de Jeroboão; nada de Jeroboão deixou que tivesse fôlego, até o destruir (I Rs. 15:29). Baasa, porém, andou nos caminhos de Jeroboão (I Rs. 15:33-34). Jeová, então levantou outro rei para destruir a casa de Baasa. Era rei de Israel, Elá, filho de Baasa, que já era morto (I Rs. 16:6-7).Um servo de Elá, de nome Zinri, conspirou contra Elá, e o matou, reinando em seu lugar. “E aconteceu que, reinando Zinri, feriu toda a casa de Baasa; não lhe deixou homem algum, nem a seus parentes, e nem a seus amigos. Assim destruiu Zinri a toda a casa de Baasa, conforme a palavra de Jeová (I Rs. 16:11-12). São espíritos opostos. O cúmulo desse tipo de injustiça é revelado em Davi, o amado de Jeová. Quando este cometeu um adultério, Jeová matou o filho recém nascido inocente (II Sm.12:14-15). Jeová não pensou em salvar esta criança?

Cuidem-se os adoradores de Jeová, pois sua vingança é terrível sobre os filhos e netos (Ex. 20:4-5).

(Êx. 20:4-5). Jeová afirma que faz misericórdia aos milhares para aqueles que o amam e guardam seus mandamentos (Ex. 20:6). Mas também afirma que todo homem vai pecar um dia. “Na verdade, que não há homem justo sobre a terra, que faça o bem e nunca peque” (Ec. 7:20). Sendo assim, ninguém escapa das vinganças de Jeová. Adão pecou uma vez, e por isso perdeu o direito à vida e à liberdade. Foi expulso do paraíso para ganhar o pão com o suor do rosto, e legou para a descendência, eternamente, a condenação à morte. Esse deus não é bom. Um deus que vira a cara para o necessitado não é bom. Salomão conhecia bem a Jeová e escreveu: “Mas porque clamei e vós recusastes; porque estendi a minha mão, e não houve quem desse atenção; antes rejeitastes todo o meu conselho, e não quisestes a minha repreensão; também eu me rirei na vossa perdição, e zombarei; vindo o vosso temor. Vindo como assolação o vosso temor, e vindo a vossa perdição como tormenta, sobrevindo-vos aperto e angústia, então a mim clamarão, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, mas não me acharão” (Pv. 1:24-28). O Deus bom revelado em Jesus Cristo, enviou o seu Filho ao mundo para morrer no lugar dos pecadores e criminosos, independente da conversão deles, por isso João disse: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não peques: e, se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (I Jo. 2:1-2). E João prossegue dizendo: “Nisto está a caridade, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (I Jo. 4:10). No Velho Testamento não havia advogado, mas só acusadores. No livro de Eclesiastes lemos:“Nem ainda no teu pensamento amaldiçoes o rei, nem tampouco no mais interior da tua recâmara amaldiçoes o rico, porque as aves do céu levariam a voz, e o que tem asas daria notícia da palavra” (Ec. 10:11-12). Jesus esclareceu que as aves do céu simbolizam demônios malignos e o próprio diabo (Mt. 13:4, 19). O próprio Jeová era acusador, pois acusou o pecado de Adão, de Caim (Gn. 4:8-11). Acusou o pecado de Davi (II Sm.12:7-12). Acusou também o pecado de Salomão (I Rs.11:11) Jesus não acusa ninguém, nem a Judas Iscariotes. Jesus disse: “Não cuideis que eu vos hei de acusar para com o Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em quem vós esperais” (Jo. 5:45).

O Pai, porque é bom, só opera através de Jesus Cristo. “Respondeu- lhes Jesus: “Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais?” (Jo. 10:32). Respondendo a Felipe, Jesus disse: “Não crês tu que estou no Pai, e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras” (Jo. 14:10). Jeová, ao contrário, opera através de Satanás. Operou as terríveis desgraças ao inocente Jó pela mão de Satanás. “E disse Jeová a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença de Jeová” (Jó 1:12). Sabemos, que serpente é um dos nomes de Satanás. “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada  o diabo, e Satanás, que engana a todo o mundo” (Ap. 12:9). Jeová falou contra Israel pela boca do profeta Amós, dizendo: “E, se se esconderem no cume do Carmelo, buscá-los-ei, e dali os tirarei: e, se se ocultarem aos meus olhos no fundo do mar, ali darei ordem a serpente, e ela os morderá” (Am. 9:3). É obvio que esta serpente é figura de Satanás. Jeová trabalha e age através da serpente, isto é, Satanás. Só um deus mau usaria Satanás para tratar com o seu povo. O próprio anjo de Jeová se transmuda em Satanás, para matar e destruir, pois disse a Balaão; “E a ira de deus acendeu-se, porque se ia, e o anjo de Jeová pôs-se-lhe no caminho por Satanás” (Nm. 22:22). E pela Segunda vez Moisés escreveu: “Então o anjo de Jeová lhe disse: Por que já três vezes espancaste a tua jumenta? Eis que eu sai para ser teu Satanás, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim” (Nm. 22:32).

O anjo do deus mau é assim: Adora se parecer com Satanás, pois suas obras são as mesmas de Satanás, mas as obras de Jesus são as do Pai.

Autoria Pastor Olavo S. Pereira

(216) – AS POTESTADES DAS TREVAS

AS POTESTADES DAS TREVAS

 

Quando Jeová deu a lei a seu povo Israel do alto do Monte Sinai, ordenou também que o povo erigisse um altar, ditando as normas: “Um altar de terra me farás, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, as tuas ovelhas, e as tuas vacas; em todo o lugar, onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti, e te abençoarei” (Ex. 20:24-26). Mil anos depois, pela boca do profeta Jeremias, Jeová nega o que ordenou por Moisés. “Assim diz Jeová dos exércitos, o deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios, e comei carne, porque nunca falei a vossos pais, no dia em que vos tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma, acerca de holocaustos e sacrifícios” (Jr. 7:21-22).

Há um segundo ponto também inexplicável para o leitor da Bíblia. Foi Jeová quem falou dentro da nuvem escura no alto do Monte Sinai. “Jeová chamou Moisés, do monte, dizendo: Assim falarás a casa de Jacó” (Ex. 19:3). “E disse Jeová a Moisés: Eis que eu virei numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando eu contigo, e para que te creiam eternamente” (Ex. 19:9). “E estejam prontos para o terceiro dia, porquanto no terceiro dia Jeová descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o Monte Sinai” (Ex. 19:11)“E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de deus; e puseram-se ao pé do monte. E todo o Monte Sinai fumegava, porque Jeová descera sobre ele em fogo, e o seu fumo subia como o fumo de uma grande fornalha, e todo o monte tremia grandemente. E o som da buzina ia  crescendo em grande maneira; Moisés falava, e deus lhe respondia em voz alta” (Ex. 19:18-20). Fica, portanto, provado, que quem falou no Monte Sinai foi Jeová. “Então falou deus, dizendo: Eu sou Jeová teu deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Ex. 20:1-2). “O dia em que estiveste perante Jeová teu deus em Horebe, quando Jeová me disse: “Ajunta-me este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, e aprendê-las-ão, para me temerem todos os dias que na terra viverem, e as ensinarão a seus filhos. E vós vos chegastes, e vos pusestes ao pé do monte; e o monte ardia em fogo até o meio dos céus e havia trevas, e nuvens e escuridão. Então Jeová vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes, porém, além da voz, não vistes semelhança nenhuma. Então vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra” (Dt. 4:10-13). Quem falou do alto do Sinai foi Jeová. “Então disse Jeová a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: Vós tendes visto que eu falei convosco desde os céus” (Ex. 20:22).

Se está biblicamente provado que quem falou no Monte Sinai foi Jeová, que lá desceu (Ex. 19:11), por que Estevão, o primeiro mártir, afirma que foi um anjo? “Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel: Jeová vosso deus vos levantará dentre vossos irmãos um profeta como eu; a ele ouvireis. Este é o que esteve entre a congregação no deserto, COM O ANJO QUE LHE FALAVA NO MONTE SINAI” (At. 7:37-38). E Estevão prossegue dizendo: “Vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes” (At. 7:53).

O apóstolo Paulo concordou com Estevão, quando na Epístola aos Gálatas, escreveu: “Para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um mediador. Ora, o medianeiro não é de um, mas Deus é um” (Gl. 3:19-20). Na carta aos hebreus, lemos: “Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram” (Hb. 2:2-3).

Há uma terceira questão a ser analisada. Por que, no Monte Sinai, Jeová estava envolvido em trevas, se Deus é luz, e a luz dissipa as trevas? A resposta é simples. Porque Jeová não é luz; se fosse não haveria trevas no monte. Os textos que revelam essa verdade são: “O povo estava em pé de longe. Moisés, porém, se chegou à escuridão, onde Jeová estava” (Ex. 20:21). “E vós vos chegastes, e vos pusestes ao pé do monte; e o monte ardia em fogo até ao meio dos céus, e havia trevas, e nuvens e escuridão” (Dt. 4:11). A resposta resplandece. Espiritualmente existem três tipos de trevas, a saber:

1-  As trevas do mal. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (Jo. 3:19).

2-  As trevas do sacerdócio levítico, pois lemos nos Evangelhos: “Ora, os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos, buscavam falso testemunho contra Jesus, para poder matá-lo” (Mt. 26:59). “E, chegando a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos do povo, formaram juntamente conselho contra Jesus, para o matarem” (Mt. 27:1). “E disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes, e capitães do templo, e anciãos, que tinham ido contra ele com espadas e varapaus: tenho estado todos os dias convosco no templo, e não estendestes as mãos contra mim, MAS ESTA É A VOSSA HORA E O PODER DAS TREVAS” (Lc. 22:52-53).

3-  O terceiro tipo de trevas são os anjos adversários. Paulo declara: “Deus nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl. 1:13). Esses principados e potestades operam contra os cristãos e contra a Igreja, chefiados por Satanás (At. 26:18). Paulo revela que os anjos estão do lado desses principados e potestades para separar os cristãos do Pai (Rm. 8:38-39). O espantoso nessa esfera infernal, é que Jeová está oculto atrás dessas trevas medonhas. “FEZ DAS TREVAS O SEU LUGAR OCULTO; O PAVILHÃO QUE O CERCAVA ERA A ESCURIDÃO DAS ÁGUAS” (Sl. 18:11).

Agora podemos entender porque Moisés declara que quem deu a lei foi Jeová, e também porque Estevão, e Paulo, afirmam que foram os anjos. Jeová estava oculto atrás daqueles anjos, e por isso havia trevas sobre o Monte Sinai. Eram as trevas do mal, dos príncipes dos sacerdotes que mataram Jesus (I Co. 2:8), e atrás dos principados e potestades, que lutam contra os cristãos para derrubá-los dos lugares celestiais (Ef. 6:12).

Antes da vinda de Cristo, esses principados e potestades das trevas dominavam os homens pelas paixões carnais, e no tempo em que Jeová reinava como deus (Sl. 47:2, 7-8; Jr. 10:7). O apóstolo Paulo nos revela isso. “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que noutro tempo andaste segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência, entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Ef. 2:2-3).

Autoria Pastor Olavo S. Pereira

(215) – FÁBULAS – II

FÁBULAS – 2

     Tudo o que está fora da realidade pode ser fábula. Vamos narrar uma realidade. Havia uma pequena cidade onde os romanos ricos faziam recreio, de nome Pompéia. Ficava situada ao pé do monte Vesúvio.  No ano 79, o Vulcão entrou em erupção, e a cidade foi soterrada debaixo de espessas camadas de cinzas e de lava ardente, todos pereceram. Essa história é real e pode se repetir normalmente. Se essa erupção fosse provocada por um poder sobrenatural, deixaria de ser realidade para ser uma coisa fabulosa, isto é, uma fábula, uma coisa artificial. Queremos deixar claro que uma coisa sobrenatural pode ser uma realidade, como por exemplo, a encarnação do Verbo  (Jo. 1:14). Todos os homens só passam a existir a partir da fecundação no ventre da mulher. Com Jesus foi diferente. Ele tinha existência eterna antes de ser fecundado no ventre de Maria. É por isso que João diz: “O VERBO SE FEZ CARNE” (Jo. 1:14). Como verbo era Deus, e como carne era homem. No princípio da Igreja houve grande discussão sobre esse fato sobrenatural, porém real. Citaremos alguns, cujas doutrinas abalaram as igrejas da época, e que foram combatidos numa guerra sem tréguas até sucumbirem. Ario (280 a 336 DC) fundou a seita dos arianistas. Afirmavam que Jesus Cristo era apenas uma criatura de Deus, e de natureza inferior, sujeita às mesmas fraquezas e apetites dos homens. Não aceitavam a divindade de Cristo, nem a unidade da trindade, isto é, a unidade do Pai, Filho, e Espírito Santo. Esta doutrina apoiada por alguns imperadores de Constantinopla, e por vários reis bárbaros, abalou o poder do catolicismo na época. Ario era padre da Igreja de Constantinopla, e portanto um dissidente da doutrina existente.

Nestório (428 DC), fundador do Nestorianismo, ensinava que o Filho de Deus se unira moralmente à pessoa  humana de Jesus, e neste caso, Maria não foi mãe de Deus, mas do Jesus humano. Para ele, em Cristo havia duas naturezas. Nestório foi  patriarca da Igreja de Alexandria, foi deposto pelo Concílio de Éfeso no ano 431 DC.

Sabélio, discípulo de Noetus, membro da Igreja de Smirna, lá pelo século terceiro, fundou o sabelianismo. Para eles a santíssima trindade não se compunha de três pessoas distintas, mas que na realidade só existia um Deus que se apresentou de três formas diferentes.

A grande verdade, porém, aceita por todas as Igrejas cristãs de hoje, é que o Verbo, no princípio era Deus e estava com Deus; todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez (Jo. 1:1-3). Ele desceu do céu e encarnou, fazendo-se semelhante aos homens, para salvá-los da condenação (Jo. 1:14). Jesus, quando falava do pão do céu aos discípulos, vendo que estavam assustados, disse-lhes: “Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava?” (Jo. 6:62). Falando sobre o mistério do novo nascimento a Nicodemus, príncipe dos Judeus, farizeu, e vendo que ele estava confuso, lhe disse: “Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis se vos falar das celestiais? Ora ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu” (Jo. 3:12-13). Com esta declaração Jesus nega que antes dele encarnar, algum ser celestial tenha descido ou subido ao céu. O que  queremos salientar, é que a encarnação do Verbo não é uma fábula, mas uma grande realidade apesar de ser uma coisa sobrenatural, pois Jesus revelou no seu ministério o poder sobrenatural de Deus Pai, expulsando demônios, curando todo tipo de enfermidade maligna, fazendo andar coxos e aleijados, ressuscitando mortos, multiplicando pães e peixes, transfigurando- se no cume do monte Hermom ante os olhos esbugalhados de Pedro, Tiago e João. Tudo sobrenatural, porém realidade. Nada de fábulas.

O apóstolo Paulo, escrevendo a Tito, diz: “Não dando ouvidos às fábulas Judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade”. Tito 1:14. As fábulas a que Paulo se refere estão no contexto da Epístola. No verso dez ele diz: “Porque há muitos desordenados faladores, vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão” (Tt. 1:10). Os adeptos da circuncisão é que ensinavam as tais fábulas. E Paulo continua: “Mas, não entre em questões loucas, genealogias e contendas, e nos debates acerca da lei, porque são coisas inúteis e vãs” (Tt. 3:9). Podemos deduzir que as fábulas estavam também ligadas à lei de Jeová, e às genealogias. Pedro declara: “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade” (II Pd. 1:16).

Vamos narrar uma história judaica com cheiro de fábula. José sonhou que o Sol, a Lua e onze irmãos seriam as onze estrelas (Gn. 37:9). Seus irmãos, por inveja, venderam-no a uns ismaelitas  no deserto(Gn. 37:27). Os ismaelitas o venderam a Potifar, eunuco de Faraó, no Egito (Gn. 37:36). A mulher de Potifar, ofendida porque José não se deixou seduzir, acusou-o diante do marido, que mandou José para o cárcere (Gn. 39:13-20). O copeiro e o padeiro de Faraó também foram presos. José interpretou seus sonhos, nos quais o copeiro seria restaurado no seu posto anterior, e o padeiro seria morto (Gn. 40:5-20). Aconteceu exatamente como José falou interpretando os sonhos.

Depois disso, Faraó sonhou dois sonhos. No primeiro, sete vacas gordas pastavam, e apareceram outras sete vacas magras que devoraram as gordas. E sonhou Faraó outro sonho, no qual num pé de trigo nasceram sete espigas cheias e boas, e em seguida, no mesmo pé, surgiram outras espigas magras e miúdas que devoraram as sete  cheias. Nenhum mago do Egito soube interpretar. O copeiro lembrou de José, que trazido à  presença de Faraó interpretou os sonhos. Eram sete anos de fartura seguidos de sete anos de fome. Faraó, maravilhado, põe José como governador do Egito. Este, orientado por Jeová, plantou trigo e colheu por sete anos. Chegaram os sete  anos de fome, e Faraó ganhou bilhões vendendo o trigo aos famintos (Gn. 41:25-30). Nesse tempo, José mandou buscar sua família para morar no Egito, na terra de Goshem. Depois que José morreu, o povo de Israel, que muito se multiplicava, foi escravizado pelo Faraó seguinte. Analisando esta história, notamos que tudo foi  provocado. Nenhum acontecimento foi real, mas tudo artificial. A fome e a fartura do Egito foram artificialmente produzidas por Jeová. Nada foi natural e real. O ódio de Faraó pelos israelitas não era natural, mas artificial (Sl. 105:23-25). Essa história fabulosa não trouxe lucro algum para o povo de Israel, e a sua leitura não traz nenhum lucro espiritual para a Igreja. Primeiro porque José sentou na cadeira de Faraó e o enriqueceu, e Faraó é figura do diabo (Gn. 41:38-44; Ez. 29:3; Ap. 12:9). Essa história, na qual um servo de Deus senta no trono de Satanás para enriquecê-lo, é uma fábula artificialmente composta. Além de tudo, a história de José não consta da história do Egito antigo. E esta história fabulosa não aproveita a ninguém, mas tão somente a Jeová. Não aproveitou a Israel porque no Egito se corrompeu por 400 anos (Lv. 18:2-3). Não aproveita a Deus Pai porque lá Jeová só revelou ódio, vingança, pragas, pestes e morte de crianças. Não aproveita à Cristo porque os salvos de Jeová morreram no decerto debaixo da ira, comprometendo a graça de Deus revelada por Paulo no Novo Testamento. Não aproveita à Igreja porque lá Jeová deu o pão da morte (Ex. 16:4; Jo. 6:49, 58). Também lá Jeová tentou o povo e depois o destruiu quando caíram (Dt. 8:2-3; Hb. 3:17-18). Lá reinou o mal, e pelo mal Jeová se promoveu. Mas Jesus, pelo amor, promoveu o Pai (Jo. 7:18).

Autoria Pastor Olavo S. Pereira

(214) – DEUS BOM – II

DEUS BOM-2

   Deus, o  Pai do Senhor Jesus Cristo é bom (Mt. 19:16-17). O apóstolo Paulo, que conheceu a sua bondade de perto, o chama Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação (II Co. 1:3). E Paulo diz também que Deus é pai de família. “Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família no céu e na terra toma o nome” (Ef. 3:14-15). O texto do apóstolo é claro. Deus não é Deus somente das famílias cristãs, mas de todas. As cristãs, as muçulmanas, as budistas, as espíritas, as do candomblé, as idólatras, as atéias, enfim todas, pois Deus é Pai de família, e a respeito de Deus como Pai, Jesus assim expressa: “E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas as vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhes pedirem?”  (Mt. 7:9-11). Deus, o Pai de Jesus, é bom! É claro que Jeová, afirmando que é o único deus (Is. 44:6; 45:21), deve revelar no seu caráter os traços de bondade infinita revelado no Novo Testamento. Vejamos.

Salomão, o maior sábio, declara o seguinte: “A casa e a fazenda são herança dos pais, mas de Jeová vem a mulher prudente” (Pv. 19:14). “O que acha uma mulher acha uma coisa boa e alcançou a benevolência de Jeová” (Pv. 18:22). Mas o mesmo Salomão, com a sabedoria de Jeová, fala, outra coisa: “Cova profunda é a boca das mulheres estranhas; aquele contra quem Jeová se irar, cairá nela” (Pv. 22:14). Incrível. Quando Jeová gosta de um, lhe dá uma boa esposa, mas quando não gosta, lhe dá um bagulho? E Jeová dá mulheres tão perversas, capazes de destruir a própria casa. “Toda mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derruba-a com as próprias mãos” (Pv. 14:1). E Salomão ainda diz: “Melhor é morar num canto de umas águas furtadas, do que com a mulher rixosa em casa ampla” (Pv. 21:9). “A mulher virtuosa é a coroa do seumarido, mas a que procede vergonhosamente é como apodrecimento nos seus ossos” (Pv. 12:4). Salomão falou  com muita razão, pois Jeová lhe deu mil mulheres estranhas e perversas, que o destruíram, e destruíram também o reino de Israel, pois se de Jeová vem a mulher prudente e a mulher perversa, não é difícil concluir que as mil perversas foram dadas por Jeová. Pela lei da probabilidade, entre mil mulheres temos forçosamente de achar pelo menos umas vinte ou trinta virtuosas. O texto diz assim: “O rei Salomão amou muitas mulheres estranhas, e isso além da filha de Faraó. Moabitas, Amonitas, edomitas, sidônias e hetéias” (I Rs. 11:1). “E tinha Salomão setecentas mulheres princesas e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração” (I Rs. 11:3).

Como diz Paulo em Ef. 3:14-15, o Pai de Jesus toma o nome de todas as famílias, tanto do céu como da terra, mas a de Salomão não pode ser, pois foi Jeová quem lhe deu as mil mulheres perversas. Se fosse o Pai que as desse, não seriam todas perversas, pois o Pai é bom e só dá boas coisas (Mt. 7: 9-11). Um deus que dá uma mulher boa para um, e outra má para outro não é bom, pois se dá a mulher má, dá com a intenção de que os filhos sejam também maus. Mas não foi só Salomão o premiado com mulheres más. Davi, seu pai, recebeu uma mulher infiel ao marido, de nome Urias, o heteu. Esta mulher adúltera obrigou Davi, sob juramento, que o filho nascido dessa união abominável reinasse sobre Israel, e esse filho é justamente Salomão, o culpado pela divisão do reino (II Sm. 11:1-17; I Rs. 1:17).

É óbvio que Deus, o Pai do Senhor Jesus Cristo, não pode patrocinar essas uniões prostituídas, mas Jeová patrocina, pois obrigou o profeta Oséias a casar com uma prostituta, e gerar dela três filhos de prostituição (Os. 1:2-3). É claro que Oséias não foi castigado por Jeová, porque se prostituiu em obediência a Jeová, mas outros que fizessem o mesmo morriam. O sacerdote não podia se unir à prostituta. “Ele tomará uma mulher na sua virgindade. Viuva ou repudiada, ou desonrada, ou prostituta, estas não tomará, mas virgem dos seus povos tomará por mulher. E não profanará a sua semente entre seus povos;  porque eu sou Jeová que o santifico” (Lv. 21:13-15). Sendo assim, os filhos de Oséias, o profeta, foram profanados pela prostituição dos pais, ou não foram? Como fica? Quando Jeová ordena é prostituição santa e sagrada, mas quando o homem faz por conta própria é maldito rejeitado e condenado? O deus que usa desses artifícios não é bom. Não foi bom para Oséias, não foi bom para três crianças, e não é bom o exemplo para nós, os cristãos de hoje. O Pai de Jesus jamais faria uma coisa grotesca dessas.

A coisa não fica por aí. Jeová destrói famílias. Quando se volta contra um homem, prostitui a esposa.“Desposar-te-ás com uma mulher, porém outro homem dormirá com ela” (Dt. 28:30). “Teus filhos e tuas filhas serão dados a outro povo, os teus olhos o verão, e após deles desfalecerão todo dia; porém não haverá poder na tua mão” (Dt. 28:32). “Filhos e filhas gerarás, porém não serão para ti; porque irão para o cativeiro” (Dt. 28:41). Jeová não tem piedade das crianças. Para se vingar do pecador destrói a família e corrompe os filhos. “Eis que vos corromperei a semente e espalharei esterco sobre os vossos rostos” ( Ml. 2:3; Is. 14:21).

Vejamos agora o matrimônio instituído por Jesus Cristo, de cujo nome o Deus Pai toma o nome no céu e na terra. “Disse-lhe um: É lícito ao homem repudiar a mulher por qualquer motivo? Jesus disse-lhe: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez? E disse: Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt. 19:3-6). Este é o Deus bom, que só une e nunca separa, e que abençoa  e nunca amaldiçoa. E o apóstolo Paulo nos ensina dizendo: “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Ef. 5:25). Não se trata de amor carnal. Não se trata de atração física. Cristo amou a Igreja com amor espiritual, e amou uma Igreja ainda imperfeita. Esse é o amor com que o Pai nos ama apesar de sermos imperfeitos. E quem não ama como Cristo amou, não conhece o Pai, porque Deus é amor (I Jo. 4:7-8). É uma questão de discernimento espiritual. Uns amam Jeová, o deus mau e vingativo, mas os que têm olhos, descobrem em Jesus Cristo o Deus bom, pois disse: “NINGUÉM VEM AO PAI SENÃO POR MIM” (Jo. 14:6).

Autoria Pastor Olavo S. Pereira

(213) – DEUS BOM – I

DEUS BOM – 1

     Jesus declara que Deus é bom, e afirma que a bondade do Pai é superior à bondade do Filho, isto é, Jesus (Mt. 19:16-17). Tiago, na sua Epístola  Universal declara o mesmo. “Toda boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das Luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tg. 1:17). O apóstolo João declara categoricamente que Deus é amor (I Jo. 4:8). Paulo, o grande apóstolo dos gentios revela que o amor não faz mal ao próximo (Rm. 13:10). Mais à frente, Paulo descreve os atributos do amor: “O amor é sofredor, é benigno, o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, e não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (I Co. 13:4-7). Todos estes textos provam que de Deus, o Pai de Jesus Cristo, não pode vir nenhuma espécie de mal.

Analisemos o deus Jeová do Velho Testamento para vermos se é assim:

No decálogo, isto é, na lei dada por Jeová, no segundo mandamento, lemos que Jeová visita a maldade do pai nos filhos até a terceira e quarta geração (Ex. 20:4-5). Há muitos exemplos na Bíblia que revelam o caráter mau de Jeová: Noé bebeu vinho, e tirou a roupa. Cão, seu filho mais moço entrou na tenda e viu a nudez do Pai; quem pagou o pato foi o filho de Cão, de nome Cannãa, que nada tinha a ver com o caso. Foi amaldiçoado com toda a sua descendência. Esse absurdo está em Gn. 9:20-27.

Um outro caso chama a atenção. Quando a cidade de Jericó foi  destruída, Jeová mandou matar a fio de espada, desde o homem até a mulher, desde o menino até o velho, e até o gado miúdo (bois e jumentos) (Js. 6:21). Toda a prata, e o ouro, vasos de metal, etc., produtos do saque pertenciam a Jeová (Js. 6:19). “Ora, Acã, vendo Jeová saquear o ouro e a prata, tomou para si, do despojo, uma capa babilônica, duzentos ciclos de prata e uma cunha de ouro, do peso de cinqüenta ciclos” (Js. 7:21). Por esse crime hediondo, que Jeová também cometeu, Acã foi apedrejado até a morte. O que nos agride no bom senso, é que, com Acã, foram apedrejados seus filhos e suas filhas, e também bois e jumentos, ovelhas e tudo o mais. Tudo foi apedrejado e queimado a fogo. Aqueles filhos e filhas não eram culpados, mas foram condenados ao suplício. Um Deus bom jamais faria aquilo (Js. 7:24-26).

Pior que o caso de Acã foi o caso de Saul, o primeiro rei de Israel. Israel estava em aflição, pois os filisteus se ajuntaram para a batalha, sendo trinta mil carros, seis mil cavaleiros, e povo em multidão como a areia que está na borda do mar. O povo de Israel, aterrorizado, se escondeu pelas cavernas, e pelos espinhais, e pelos penhascos, e pelas fortificações e pelas covas (I Sm. 13:6). Saul estava em Gilgal, e todo o povo, tremendo, vinha a ele, clamar. Saul  esperava o profeta Samuel, que tardava. Vendo o terror dos filisteus sobre o povo, e não chegando o profeta, Saul ofereceu o holocausto de ofertas pacíficas a Jeová. Mal acabou de oferecer o holocausto, chega Samuel, e o repreendeu dizendo. Já tem Jeová buscado outro para reinar, pois obraste loucamente. Saul, apertado pelos filisteus, e em angústia, quis agradar a Jeová oferecendo o holocausto, mas Jeová se ofendeu (I Sm. 13:8-14). Para dar a  impressão de que era justo diante de Samuel, Jeová lhe deu outra chance, através do profeta.“Enviou-me Jeová a ungir-te rei sobre o seu povo Israel; ouve-me, pois agora a voz  das palavras de Jeová, que disse: Eu me recordei do que fez Amaleque a Israel, como se lhe opôs no caminho. Vai agora, e fere Amaleque, e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes, porem matarás desde o homem até a mulher, desde os meninos até os de mama, desde os bois, até as ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos” (I Sm. 15:1-3). Quem é Amaleque? É um neto de Esaú, irmão de Jacó (Gn. 36:12). Amaleque é portanto, descendente de Abraão, mas como Jeová odiava Esaú desde o ventre, odiou também o neto como está escrito na lei (Ex. 20:4-5). Passaram-se trezentos e cinqüenta anos, e o ódio de Jeová não passou, por isso deu ordem para Saul matar os amalequitas, seus parentes. Um deus que guarda o ódio no coração por trezentos e cinqüenta anos não é amor, mas ódio e vingança sobre os inocentes, pois os descendentes, depois de trezentos e cinqüenta anos já não lembram o que fizeram os antepassados. E mesmo que lembrem, não são réus de crime, pois não participaram. Um Deus bom não vai condenar, destruir e matar inocentes por crimes cometidos por um antepassado trezentos e cinqüenta anos antes. Seria o cúmulo da injustiça. O texto de Rm. 9:9-18, refere-se a Jeová e não ao Pai e nem Jesus, pois o Pai nunca foi conhecido pelos homens; João escreveu: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho Unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer” (Jo. 1:18). Fora de Jesus é impossível conhecer o Deus Pai de amor. João também disse: “Quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (I Jo. 4:8). Lendo as obras de Jeová no Velho Testamento, podemos dizer também. Quem não odeia, não conhece Jeová, pois Jeová é ódio. Já pensaram num deus que cultiva o ódio por 350 anos? O grande holocausto, onde mais de seis milhões de judeus foram trucidados entre 1940 a 1945, durante a segunda guerra mundial, é o resultado do ódio de Jeová pelo seu próprio povo por milhares de anos. No Sl. 78:59 lemos que Jeová odiou sobremaneira o seu povo, logo nunca foi amor, pois o amor tudo suporta (I Co. 13:7). Jeremias disse, da parte de Jeová: “Tornou-se a minha herança para mim como leão numa floresta; levantou sua voz contra mim, por isso a odiei” (Jr. 12:8). Jeová não é amor, logo não é o Deus bom. Amós também falou:“Jurou Jeová pela sua alma: tenho abominação pela soberba de Jacó, e odeio os seus palácios; e entregarei a cidade e tudo o que nela há” (Am. 6:8).  “Os loucos não pararão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a maldade” (Sl.5:5). “Jeová prova o justo, mas a sua alma odeia o ímpio e o que ama a  violência” (Sl. 11:5). Os servos de Jeová, quanto mais fiéis são, tanto mais odeiam os que se opõem a Jeová. Davi declarou: “Não aborreço eu, ó Jeová, aqueles que te aborrecem, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti? Aborreço-os com ódio completo; tenho-os por inimigos” (Sl. 139:21-22). Os servos fiéis a Jeová, foram acometidos de tal ódio por Estevão, que rangiam os dentes e esperneavam. Só se acalmaram depois de apedrejá-lo até a morte (At. 7:51-60). Paulo também perseguia os cristãos em nome de Jeová. “Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zelador de deus (Jeová), como todos vós, hoje sois. E persegui este caminho até a morte, prendendo e metendo em prisões, tanto homens como mulheres” (At. 22:3-5; 26:9). Quando Paulo se converteu das mãos de Jeová para as mãos de Cristo, passou a ser perseguido pelos servos de Jeová, os mesmos que lhe davam carta branca para perseguir e matar. Uma coisa fica bem clara: Quando conhecemos o Deus bom, o deus mau levanta seus exércitos para nos acusar, injuriar, perseguir, e destruir. Mas Paulo disse: “Por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (At. 14:22).

 

Autoria:  Pastor Olavo S. Pereira

(212) – OS FILHOS DE DEUS – II

OS FILHOS DE DEUS – II

     O deus Jeová revelado no Velho Testamento tinha filhos neste mundo que não passaram pelas mãos de Jesus Cristo. “Viram os filhos de deus que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram”(Gn. 6:2). Uns dizem que as filhas dos homens eram descendência de Caim, e os filhos de deus a descendência de Sete. Outros afirmam que os filhos de deus seriam os anjos caídos e as filhas dos homens seriam as vedetes do início da história humana, baseados em Judas 6 e 7.

Para ser filho do Deus revelado por Jesus no Novo Testamento, as pessoas, para se tornarem filhos tinham e têm de passar por Jesus Cristo, pois Jesus disse: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo. 14:6). “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos quais crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12-13). Anulando e desautorizando a palavra ensinada por Jesus Cristo aos apóstolos, Jeová tinha filhos no Velho Testamento que não conheceram Jesus Cristo. Vejamos.

“Filhos sois de Jeová vosso deus; não vos dareis golpes, nem poreis calva entre vossos olhos por causa de alguém morto” (Dt. 14:1). “Esqueceste-te da rocha que te gerou, e em esquecimento puseste o deus que te formou. O que, vendo Jeová, os desprezou, provocado a ira contra seus  filhos e suas filhas” (Dt. 32:18-19).Esses filhos de Jeová eram regidos pela lei de Jeová. Os desobedientes eram penalizados com terríveis maldições e mortos, e os obedientes eram abençoados por merecimento. “A maldição de Jeová habita na casa do ímpio, mas a habitação dos justos ele abençoará” (Pv. 3:33). Há um detalhe muito importante a ser observado. Se os filhos de Jeová insistiam na desobediência, Jeová aumentava as maldições até a destruição final. Em Levíticocap.26, Jeová diz: “Se vocês não cumprirem todos os meus mandamentos, invalidando o meu concerto, eu porei sobre vós o terror, a tísica e a febre ardente que consumam os olhos e atormentem a alma; e semeareis debalde a vossa semente. Porei minha face contra vós, e sereis feridos diante dos vossos inimigos. E se, com estas coisas não me ouvirdes, então prosseguirei em castigar-vos sete vezes mais. Farei que vossos céus sejam de ferro e vossa terra como cobre. As árvores não darão fruto. E, se andardes contrariamente para comigo, e não me quiserdes ouvir, trar-vos-ei pragas sete vezes mais, porque enviarei entre vós feras do campo que matarão vossos filhos, e desfarão o vosso gado. Se ainda com estas coisas não fordes restaurados por mim, eu também andarei contrariamente para convosco, e eu mesmo vos ferirei sete vezes mais, porque trarei sobre vós a espada, que executará a vingança do concerto; e estareis ajuntados nas vossas cidades, e eu enviarei a peste sobre vós, e sereis entregues na mão do inimigo. E, se não obedecerdes nem cumprirdes a minha lei, eu prosseguirei em castigar-vos sete vezes mais, porque comereis a carne de vossos filhos e de  vossas filhas, e vos espalharei entre as nações, e desembainharei a minha espada atrás de vós” (Lv. 26:14-33).

Fica provado que os flagelos impostos por Jeová não visavam a saúde dos seus filhos carnais, mas apenas a destruição. Todos os que Jeová salvou do Egito foram destruídos, menos dois (Jd. 5; Nm.14:26-38). A destruição estava implícita nas maldições (Dt. 28:45, 48, 51, 61, 63).

Os filhos de Deus do Novo Testamento não estão mais debaixo das maldições de Jeová segundo o ensinamento do apóstolo Paulo. “Cristo nos resgatou das maldições da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gl. 3:13). A coisa fica da seguinte maneira. Os judeus de hoje não crêem em Jesus Cristo, mas crêem em Jeová, permanecendo debaixo da lei e das maldições da lei. É por isso que essa maldição propiciou o grande holocausto nos campos de concentração alemães durante a segunda guerra mundial, começada em 1939, e acabada em 1945. Morreram flagelados mais de seis milhões de Judeus. Paulo declara o seguinte: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm. 6:14).

O critério de Jeová é que os homens só deixam de pecar por medo e pavor, por isso declara que o princípio da ciência é o temor de Jeová (Pv. 1:7; 9:10; 15:33; Sl. 111:10). O critério de Jesus é diferente. Para Jesus e o Pai, o homem não peca por amor, pois quem ama realmente jamais ofende o bem amado. É por isso que Jesus resgata com seu sangue os pecadores das maldições de Jeová. O pecador sentindo-se amado, passa também a amar o seu Salvador. Mas quem ama  mais o pecado que a Jesus, é claro que vai pecar.

É como o casamento. Quando o marido ama a sua esposa, não adultera com outra, mas se amar mais a outra, esta será sua amante predileta. No caso dos homens a amante é a sua própria carne com sua lascívia e com suas concupiscências.

Vimos que existem duas famílias. Uma de Jeová e outra de Jesus; uma é filha da carne e outra gerada pelo Espírito Santo; uma é filha da ira e maldições, e outra é filha do amor incomensurável de Jesus na cruz. Uma é escrava com seus filhos e outra é livre também com seus filhos. A escrava tem como herança a terra e a livre tem como  herança o universo (I Pd. 1:3-4; II Tm. 4:18).

Mas temos na Bíblia uma terceira família. É a formada pela semente de Satanás. Quem esclarece o assunto é o próprio Jeová, quando disse à serpente. “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn. 3:15).

Ora, a serpente é também Satanás (Ap. 12:9). Essa semente é o joio da parábola. O joio nasce no meio do trigo, é muito semelhante ao trigo, mas não dá fruto. É só palha (Mt. 13:24-30). Jesus, explicando a parábola, diz: “O que semeia a boa semente, é o Filho do Homem; o campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno. O inimigo, que o semeou, é o diabo” (Mt. 13:37-39). O apóstolo João declara qual o comportamento dos filhos do diabo. “Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus” (I Jo. 3:10). Na carta aos Hebreus, lemos que esses filhos do diabo são os bastardos. “Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois bastardos, e não filhos” (Hb. 12:8).

Os filhos de Jeová, estando debaixo de maldição, serão destruídos pela ira de Jeová, como lemos acima.

Os filhos de Deus, o Pai, gerados pela Igreja, são disciplinados na Igreja, conforme ensino de Jesus em Mt. 18:15-18. “Se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas se não te ouvir, leva contigo uma ou duas testemunhas, para que a palavra seja confirmada. E se não as escutar, dizei-o a Igreja, e se não escutar a igreja, considera-o como gentio e publicano”. Estes são, os bastardos que estão sem disciplina, e serão lançados com seu pai, o diabo, no fogo eterno (Mt. 25:41).

Nós é que escolhemos nosso destino eterno. Com Jeová, a destruição pela vingança com o diabo e o fogo eterno. Com Jesus a vida eterna (I Jo. 5:11-12).

 

Autoria: Pastor Olavo S. Pereira

(211) – FÁBULAS

FÁBULAS

     Que é uma fábula? Fábula é um apólogo, e apólogo é uma verdade moral, expressa sob forma de fábula ou alegoria, ou sob o véu da ficção. Fábula é lenda, conto popular, mito. A mitologia contém os deuses fabulosos. O monte Olimpo dos Gregos era o lugar onde viviam os deuses gregos. Fábula é, finalmente, um conto, lenda, ou mito, que não tem existência real. É uma mentira.

Viveu no ano quinhentos antes de Cristo, um homem feio, deformado e gago, que se notabilizou pelas fábulas que escreveu. Seu nome era Esopo, o frígio.

Existem fábulas na Bíblia? Ou melhor, a Bíblia contém fábulas? Vejamos o que o apóstolo Paulo diz sobre o assunto. “Como te roguei, quando parti para Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns, que não ensinem outra doutrina, nem se dêem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé; assim o faço agora. Ora, o fim do mandamento é a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida, do que desviando-se alguns, se entregarem a vãs contendas”(I Tm. 1:3-6). No verso três, Paulo se refere a doutrina da Igreja. No verso quatro, afirma que alguns da Igreja, em vez de pregar a sã doutrina, ficavam discutindo fábulas ou genealogias que não edificam o reino de Deus, que consiste somente na fé. Nos versos cinco e seis Paulo declara que os que se dão a investigar fábulas e genealogias, se desviam da fé.

Fica claro, que na Igreja nascente proliferavam as fábulas, isto é, lendas ou contos fabulosos que atrapalhavam a edificação da Igreja e do reino de Deus. Na mesma carta a Timóteo, mais à frente, Paulo declara que as tais fábulas, eram profanas. Ora, profanar é violar a santidade do Evangelho. Profanar é violar uma coisa sagrada. Leiamos o texto no qual Paulo coloca os pingos nos is. “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada sua própria conciência; proibindo o casamento, e ordenando a abstinência de manjares que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, afim de usarem deles com ações de graças; porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graça, porque pela palavra de Deus e pela oração é santificado. Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido. Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas, e exercita-te a ti mesmo em piedade” (I Tm. 4:1-7).

Neste texto, Paulo revela que as fábulas profanas são doutrinas de demônios, e espíritos enganadores, próprias para os hipócritas. Essas fábulas tratavam de proibições (I Tm. 4:3).

Paulo ainda adverte a Igreja que as fábulas que tanto perturbavam e minavam a Igreja do seu tempo, eram coisas do Velho Testamento. “Este testemunho é verdadeiro. Portanto repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé, não dando ouvido às fábulas Judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade” (Tt. 1:13-14). Ora, os Judeus todos freqüentavam as sinagogas, e seguiam rigidamente os mandamentos e a lei de Moisés. Como Paulo fala de fábulas judaicas, e também dos mandamentos, é obvio que as fábulas eram aquelas histórias fabulosas dos grandes matadores, como Gideão, Jefté, Sansão, e outros. No Novo Testamento a ordem era para salvar as almas dos maus e perdidos, e no Velho Testamento a ordem era matar a todos. Os heróis mitológicos do Velho Testamento dizimavam homens, velhos, crianças e mulheres sem piedade, e Paulo, criticando essas fábulas, recomendando a Timótio, dizendo: “Rejeita as fábulas profanas e de velhos, e exersitate a ti mesmo em piedade” (I Tm. 4:7). Davi teve trinta e sete valentes. Um matou oitocentos de uma vez. Outro lutou contra os filisteus ferindo-os por todo o dia, até que a espada grudou na sua mão. Outro de nome Abisai matou trezentos de uma feita. Outro ainda, matou três leões, e feriu um egípcio enorme. Todos os trinta e sete só pensavam em matar. Foram eles, guerreiros fabulosos que hoje vemos nos filmes de ficção. Os valentes de Jesus, todos, deram a vida para salvar os perdidos e condenados que os valentes de Davi matavam sem piedade, e por isso mesmo eram enaltecidos como heróis fabulosos. Os heróis bíblicos da antigüidade eram iguais, nos seus feitos, aos heróis gregos da mitologia. Aquiles é uma réplica de Sansão, ou melhor, Sansão parece ter sido na realidade, o que Aquiles foi na lenda. O ponto vulnerável de Sansão foram seus cabelos, e o de Aquiles o calcanhar. Agamenon, rei de Mycenas, sacrificou sua filha Efigenia para assegurar a vitória contra os inimigos, e Jefté fez o mesmo, pois sacrificou a própria filha a Jeová para obter vitória (Jz. 11). Paris, herdeiro do reino de Tróia, apaixonou-se por Helena, mulher de Menelau rei de Mycenas, e a raptou. Em conseqüência Tróia foi destruída. Plutão, cujo nome também é Hades, era o rei dos infernos na Grécia, e reinava sobre os mortos. O diabo, ou Satanás é o rei do inferno e tem o império da morte (Hb. 2:14-15).

Demônio, na língua grega, é “divindade”. Essas divindades dominavam e oprimiam os homens. Pois essas mesmas divindades oprimiram os Judeus, e isso desde os tempos de Moisés (Lv. 17:7; Sl. 106:37; Mt. 11:18; Lc. 9:1; Jó 7:20; 8:48;  I Co. 10:21; Tg. 2:19). Plutão, cujo nome também é Hades., era o rei dos infernos na Grécia, e reinava sobre os mortos. O diabo ou Satanás é o rei do inferno e tem o império da morte (Hb. 2:14-15). Demônio na língua grega, era “divindade”. Essas divindades dominavam e oprimiam os homens. POis essas mesmas divindades oprimiam e possuiam os judeus, e isso desde os tempos de Moisés (Lv. 17:7; Sl. 106:17; Mt 11:18; Lc. 9:1; Lc. 10:17; Jo. 7:20; 8:48; I Co. 10:21; Tg. 2:19). Davi se apaixonou por Bat-Seba, mulher de Urias, e a tomou na ausência de seu marido. A partir desse fato, começou a desgraça  e o fim do reino de Israel, pois Salomão, filho de Bat-Seba, deu início a destruição.

Pedro, o apóstolo, na sua segunda carta, diz: “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda do nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade” (II Pd. 1:16). É claro que Pedro, assim como Paulo, fez referência às fábulas judaicas. O fato é que Jesus não faz parte do reino fabuloso de Jeová (Ex. 19:6; Is. 43:15). Jesus declarou que seu reino não é deste mundo de fantasias (Jo. 18:36). Também Jesus não faz parte do conserto da lei de Jeová (Hb. 7:18-22).Jesus desceu de uma outra galáxia para tentar salvar alguns, transportando-os deste mundo tenebroso e injusto para um mundo de justiça, bondade, luz e amor (Cl. 1:12,13; II Pd.1:13).

 

Autoria: Pastor Olavo S. Pereira

(210) – TODOS SÃO IGUAIS AO PÓ

TODOS SÃO IGUAIS AO PÓ

     Jeová odiava Esaú e amava Jacó. “Eu vos amei, diz Jeová. Mas vós dizeis: Em que nos amaste? Não foi Esaú irmão de Jacó? Disse Jeová; todavia amei Jacó, e aborreci a Esaú; e fiz dos seus palácios uma assolação, e dei a sua herança aos dragões do deserto. Ainda que Edon diga: Empobrecidos somos, porém tornaremos a edificar os lugares desertos; assim diz Jeová: Eles edificarão e eu destruirei; e lhes chamarão termo da impiedade, e povo contra quem Jeová está irado para sempre” (Ml. 1:1-4). Está correto isto? Jeová rejeitou Esaú no ventre da mãe (Gn. 25:21-23). A eleição de um pressupõe a rejeição de outro. Havia povos odiados e rejeitados por Jeová para sempre. Amaleque pelejou contra Israel e Jeová os odiou e rejeitou para sempre (Ex. 17:8, 16). Os amonitas e Moabitas alugaram o mago Balaão para amaldiçoar Israel, e Jeová passou a odiá- los por toda a eternidade (Dt. 23:3-4). A geração vindoura não é culpada pelas mas obras da geração presente. Justifica- se este ódio da parte de Jeová? Jeová elegeu a Israel para ser seu povo particular e querido. “És povo santo de Jeová teu deus, e Jeová te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres o seu povo próprio” (Dt. 14:2). Ao eleger Israel, elegeu também os egípcios, mas para odiar, aborrecer, destruir pelas pragas e matar no fundo do mar vermelho. E esta foi sua glória (Ex. 14:4, 30).

O difícil de entender, é que Jeová declara que todos os homens são iguais quanto a sua natureza, e quanto as suas obras. Vejamos:

Todos são pó, ou melhor, feitos do mesmo pó, logo são todos iguais quanto a sua natureza. “E formou Jeová Elohim o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn. 2:7). Após comer da árvore da ciência do bem e do mal, a condenação foi: “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes a terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó, e em pó te tornarás” (Gn. 3:19). Ora, se o prêmio do pecado é voltar ao pó, e ao voltar a ser pó, Jeová Elohim lhe disse: És pó e em pó te tornarás, estava revelando que quem é feito do pó não pode ser melhor do que o pó: Como Adão foi feito do pó, Jeová não tinha nenhuma intenção de que Adão fosse diferente, e Adão caiu porque era pó. Mas o que é o pó na linguagem de Jeová Elohim? Pó é a comida da serpente. “Disse Jeová a serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a besta, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida” (Gn. 3:14). Como serpente não como pó; pois sendo carnívora se alimenta de carne, o pó que ela come são os homens, pois Jeová os chama de pó. Quando Jeová Elohim fez Adão do pó da terra, estava preparando o banquete de diabo, pois a serpente é o diabo, ou Satanás. “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente chamado o diabo, e satanás, que engana todo o mundo” (Ap. 12:9).     Que é pó na realidade? Pó é carne. Quando Jeová disse: És pó e em pó te tornarás, isto é, antes de morrer, estando na carne, Adão era pó, e depois de morta a carne, vira pó. Se antes da morte física o homem é pó, pó é carne, e carne é o alimento da serpente. O profeta Sofonias declara: “E angustiarei os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram contra Jeová; e o seu sangue se derramará como pó, e a sua carne como esterco” (Sf. 1:17). “E choveu sobre eles carne como pó, e aves de asas como a areia do mar” (Sl. 78:27).

A profecia de Jeová sobre Israel era ser pó. A promessa a Abraão: “Toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e a tua semente, para sempre, e farei a tua semente como o pó da terra, de maneira que se alguém puder contar o pó da terra, também a tua semente será contada” (Gn. 13:15-16). A Jacó, Jeová falou também: “E a tua semente será como o pó da terra, e estender- se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti, e em tua semente serão benditas todas as famílias da terra” (Gn. 28:14). Mas pó é a comida da serpente, isto é, do diabo. Israel foi criado para ser comida de serpente (Gn. 3:14).

Jeová  prometeu criar novos céus e nova terra. “Eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembranças das coisas passadas, nem mais delas se  recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo gozo. E folgarei em Jerusalém, e exultarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem  voz de clamor. Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra seus dias; porque o mancebo morrerá de cem anos; mas o pecador de cem anos será amaldiçoado. E edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão do seu fruto. Não edificarão para que outros as habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias de meu povo serão como os dias  da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até a velhice. Não trabalharão debalde, nem terão filhos para perturbação; porque são a semente dos benditos de Jeová, e os seus descendentes com eles. E será que antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha  como o boi; E PÓ SERÁ A COMIDA DA SERPENTE” (Is. 65:17-25).

É muito estranho. Jeová vai criar um novo céu e uma nova terra tão imperfeitos como os primeiros? Lá  vai haver mancebos morrendo com cem anos; vai haver velhos cansados; vai haver pecadores amaldiçoados; vão edificar casas e plantar vinhas; vai haver velhos cansados; e como vai haver morte, haverá lautos jantares para o diabo, pois pó será a comida da serpente. E tudo isto será eterno, diz o verso dezoito. Isto tudo entra em contradição com o que Jesus e seus discípulos ensinaram. No novo céu que Jesus vai criar não haverá mais morte. “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte , nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já  as primeiras coisas são passadas” (Ap. 21:4). “E nunca mais haverá maldição contra alguém” (Ap. 22:3). Também não vão edificar casas, porque a Jerusalém Celestial já vem prontinha (Ap. 21:2). E como todos tem vida eterna, não haverá comida para a serpente, isto é, o pó. E não haverá serpente nem diabo pois será lançado no lago de fogo e enxofre onde estarão a besta e o falso profeta (Ap. 20:10). A morte e o inferno também serão lançados no lago de fogo (Ap. 20:14).

São, portanto, duas criações diferentes e dois projetos diferentes. No de Jeová o caos vai continuar, e o Diabo reinará com a morte.

Os cristãos só têm um probleminha , tem de deixar de ser pó, isto é carne.

Precisam descobrir que a carne e o sangue não herdam o reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção. O lugar da carne não é no céu, mas na cruz. “E os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências” (Gl. 5:24).

 

Autoria:  Pastor Olavo S. Pereira

(209) – OS FILHOS DE DEUS

 

OS FILHOS DE DEUS

     Jeová foi quem se revelou a si mesmo como deus a Moisés, e através de Moisés a Israel, seu povo escolhido entre as nações existentes. “Porque és povo santo a Jeová vosso deus, e Jeová te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres o povo próprio” (Dt. 14:2). O fato se deu da seguinte forma; de acordo com a promessa feita a Abraão, o povo de Israel se multiplicou no Egito (Gn. 15:13-14). O próprio Jeová criou ciúmes e inveja nos irmãos de José, e por isso mesmo venderam-no como escravo a uns ismaelitas, que o venderam a Potifar, eunuco de Faraó (Gn. 37:27-28). José, colocado por Jeová como governador do Egito, mais tarde, mandou buscar seu pai Jacó e toda sua família, ao todo setenta pessoas, para escapar de grande fome existente em toda a terra. No Egito, os descendentes de Jacó se multiplicaram. Eram milhares de pessoas, geradas pelos costumes lascivos do Egito, e pela idolatria, pelo espaço de quase quatrocentos anos. O Faraó existente no fim dos quatrocentos anos escravizou os israelitas, e os obrigou a trabalhos forçados. O povo gemia debaixo desse jugo de ferro. Tudo acontecendo de acordo com projeto minucioso de Jeová, que chama Moisés, e o constitui como libertador de Israel, usando como armas convincentes pragas e pestes. Faraó, vencido pelas terríveis pragas de Jeová, deixa sair o povo em liberdade depois deles saquearem o Egito (Ex. 3:7-17; 12:29-36).

Este povo, gerado pelos maus costumes do Egito recebe no monte Sinaí uma lei que proíbe tudo o que eles já estavam acostumados a fazer, e Jeová lhes diz: “Filhos sois de Jeová vosso deus; não vos dareis golpes, nem poreis colva entre vossos olhos por causa de algum morto” (Dt. 14:1). O povo, habituado aos sacrifícios pagãos do Egito, não mudou com a proibição. Por outro lado, não eram novas criaturas geradas pelo Espirito Santo. Todos eram carne, portanto carnais e submetidos as inclinações carnais (Ef. 2:2-3). Mas Jeová deu a lei, isto é, os dez mandamentos, e cobrava a obediência sob pena de maldição. Isso se encontra nos capítulos 27 e 28 do livro de Deuteronômio. Como é absolutamente impossível ao homem carnal cumprir a lei na sua vida, Paulo afirma que a lei de Jeová estava enferma pela carne (Rm. 8:3). Jeová cobrava um comportamento espiritual dos nascidos carnais, tratando-os como filhos espirituais, responsabilizando-os e punindo-os de forma cruel por uma perfeição impossível de ser alcançada. Essa cobrança, despótica e impiedosa, foi feita pelo espaço de mil e seiscentos anos, isto é, desde a saída do Egito até o nascimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Jeová se considerava traído pelos filhos desde o início. “Recompensais assim a Jeová, povo louco e ignorante? Não é ele teu pai, que te adquiriu, te fez e te estabeleceu?” (Dt. 32:6). “Sacrifícios ofereceram aos diabos, não a deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, dos quais não se estremeceram vossos pais. Esqueceste-te da rocha que te gerou, e em esquecimento puseste o deus que te formou. O que, vendo Jeová, os desprezou, provocado a ira contra seus filhos e filhas; e disse: Esconderei o meu rosto deles, verei qual será o seu fim, porque são geração de perversidade, filhos em quem não há lealdade” (Dt. 32:17-20). O quadro pode ser representado da seguinte forma: Um juiz, curador de menores, recolhe no centro da cidade de São Paulo expressivo grupo de meninos de rua, pivetes, viciados em drogas, assaltantes, sem noção de moral, etc., e diz: Agora vocês são meus filhos. Não vão mais roubar, praticar indecências, cheirar cola de sapateiro, porque vocês são meus escolhidos. Quem desobedecer será atingido por maldições por mim criadas. Pragas, pestes, tumores malignos, hemorróidas e ainda por cima vocês sofrerão a minha vingança sem piedade.

O povo de Israel foi abandonado por Jeová para morrer no deserto, antes de entrar na terra prometida. Novecentos anos depois, no tempo do profeta Isaías Jeová continuava com o mesmo discurso: “Ouvi, ó céus, e presta ouvidos, tu ó terra, porque fala Jeová: criei filhos e exalcei-os, mas eles prevaricaram contra mim” (Is.1:2). Jeová imputava por toda eternidade o mal desse pobre povo: “Vai pois agora, escreve isso numa tábua perante eles e aponta-o num livro; para que fique escrito para o tempo por vir, para sempre e eternamente. Porque povo rebelde é esse, filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a lei de Jeová” (Is. 30:8-9). Mais à frente, Jeová diz, de forma incoerente: “Certamente eles são meu povo, filhos que não mentirão” (Is. 63:8).

Para ficar provado que todas as crianças nascidas da cópula carnal eram filhos, não só dos pais carnais, mas também filhos de Jeová, está escrito na escritura: “Além disto, tomaste a teus filhos e tuas filhas, que por mim geraras, e os sacrificaste a elas, (Imagens) para serem consumidas. A caso é pequena a sua prostituição? E mataste a meus filhos, e os entregaste a elas para fazerem passar pelo fogo” (Ez. 16:20-21; 23:37).

No Novo Testamento, o apóstolo João muda o conceito sobre os filhos de Deus. “Mas, a todos que o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos quais crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12-13). Os nascidos da carne e do sangue, que eram filhos de Jeová, não são, nem podem ser filhos do Deus Pai de Jesus. Para se tornar filho de Deus, o homem tem de receber Jesus pela fé, crer nele, e nascer de outra maneira. “Jesus respondeu, e disse: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer, sendo velho? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne, é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo. 3:3-6). A água a que João se refere é a palavra de Jesus, isso é, o Evangelho da Graça (Ef. 5:25-26). Nascer do Espírito, é a obra da regeneração, impossível ao homem carnal e comum (Tt. 3:5-6). Paulo declara que, aqueles nascidos da carne, e filhos de Jeová, como vimos acima, não são filhos de Deus. “Não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência” (Rm. 9:8). O apóstolo Pedro diz: “Arrependei- vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; porque esta  promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe; a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (At. 2:38-39).

Deus, o Pai de Jesus Cristo, toma os filhos de outro, e que não são seus filhos, e mediante a fé em Cristo, e a obra regeneradora do Espírito Santo, isto é, o novo nascimento, os torna filhos. Estes são realmente os filhos de Deus. Jeová iludiu os israelitas, cegando-lhes os olhos (Jr.4:10; Is. 6:10). E continuou iludindo na Igreja através da mesma cegueira. “O deus deste século, cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (II Co. 4:4).

Autoria:  Pastor Olavo S. Pereira

(208) – BRINCANDO DE ESCONDE-ESCONDE

BRINCANDO DE ESCONDE-ESCONDE

     Pobre Adão! Pensou que podia se esconder de Jeová entre as árvores do jardim. Foi achado, acusado, castigado, e desgraçado para sempre; ele e seus descendentes (Gn. 3:8). Nesta brincadeira de esconde-esconde, a coisa é séria e fatal. “E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos a voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá, e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes a terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó; e em pó te tornarás” (Gn. 3:17-19). “Então disse Jeová Elohim: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, Jeová Elohim, pois, o lançou fora do Jardim do Edem, para lavrar a terra de que fora tomado” (Gn. 3:22-23). O que foi prometido foi a morte, não a tortura e o flagelo.

Outro caso clamoroso foi o do rei Davi, o querido de Jeová. Davi tinha trinta e sete valentes no seu exército, todos eles varões de renome, verdadeiros gigantes na arte de matar. Sua estória acha-se emII Sm. 23:8-39. Um deles, de nome Urias, era casado com uma mulher de extrema beleza. Eram vizinhos, e Davi se sentia terrivelmente atraído pela mulher de Urias, que costumava se banhar ao sol, perto do terraço da casa real, bem em frente. Davi não teve dúvidas. Enviou seus exércitos chefiados por Joabe para destruir os filhos de Amom, e ficou em casa. À tarde ficou passeando no terraço. Logo apareceu a Diva, formosa e exuberante, cujo nome era Bat-Seba. Descontrolado sentimentalmente, mandou buscá-la. Trouxeram-lhe a ninfa. Davi deitou-se com ela, na condição de que o filho nascido seria o rei de Israel. Davi jurou, cego pelo prazer carnal. Bat-Seba engravidou. Davi, para tentar escapar de um escândalo, mandou buscar Urias, que sendo forçado pelo rei a se deitar com a própria esposa, negou-se duas vezes. O rei então planejou a sua morte mandando-o de volta à frente de batalha: Urias morreu e Davi casou com a adúltera. Parecia que estava tudo bem. Davi se escondeu atrás do crime para oficializar uma vida de adultério. Jeová enviou o profeta Natã acusar o pecado de Davi de forma implacável. À semelhança de Adão, os descendentes de Davi foram atingidos por terríveis maldições. É de se notar que as maldições foram anunciadas por Jeová, o deus das maldições (II Sm. 12:9-12). Jeová matou o filho dessa união sexual abominável (II Sm. 12:14-20). Jeová colocou uma paixão mórbida no coração de Amnom por sua irmã Tamar. Este, cego pela paixão, violentou a própria irmã. Davi tinha muitas mulheres. Amnom era filho de Ainoã, e Tamar era filha de Maaca (I Cr. 3:1-2). Foi um escândalo na casa real.

Absalão, irmão de Tamar, matou Amnom, o primogênito de Davi (II Sm. 13:23-29). Então, de acordo com a palavra de Jeová em II Sm. 12:11-12, Absalão pegou dez concubinas de seu pai Davi, e estrupou-as em público. “Estenderam pois, para Absalão uma tenda no terraço; e entrou Absalão às concubinas de seu pai, perante os olhos de todo Israel” (II Sm. 16:22; 20:3).

Antes de Cristo ninguém escapava das mãos vingativas de Jeová, que declarou pela boca de Jeremias, o profeta: “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? Diz Jeová. Porventura não encho eu os céus e a terra?” (Jr. 23:24).

Existe um outro lado da mesma questão. Quando Jeová queria usar alguém para uma missão específica, mesmo que essa pessoa se negasse era obrigada a obedecer. Quando Israel pediu ao profeta Samuel um rei, Jeová escolheu Saul (I Sm. 10:1). Mas Saul não queria ser rei e se escondeu entre a bagagem. Jeová promoveu um sorteio no meio do povo, e o sorteado foi Saul, que não pode escapar (I Sm. 10:17-24). Outro caso foi o do profeta Jonas. Este profeta não acatou a ordem de Jeová para ir pregar em Nínive, capital da Assíria, contra seus pecados. Jonas tomou um navio que ia para Tarsis, desceu ao porão e dormia tranqüilo. Jeová preparou uma tempestade violenta. Vendo que o navio ia afundar, os tripulantes lançaram sorte para descobrir o culpado. A sorte caiu em Jonas, que atirado ao mar foi engolido por um grande peixe. Três dias e três noites mais tarde, o peixe vomitou Jonas perto de Nínive. E Jeová ordenou. Vai a Nínive e prega contra seus pecados. Jonas foi, pois ninguém escapa das mãos de Jeová (Jn. 1:1-5; 1:11-17). Ninguém se esconde de Jeová (Jr.  49:10 e Am. 9:2-3).

Mas Jeová também gosta de se esconder. Quando um israelita está em aperto e em angústia, Jeová se esconde (Sl. 10:1). Mas é na angústia que o homem busca a Deus. Um ladrão foi crucificado ao lado de Cristo. Sua alma estava em profunda depressão e angústia. E era um malfeitor. Olhou para Jesus e disse: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”. E Jesus lhe respondeu: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc. 23:42-43). Jesus não se escondeu na hora da aflição daquele malfeitor. Esse momento de aflição é a oportunidade de Deus, o Pai, revelar o seu amor. Jeová faz exatamente o contrário.

Israel pecou no deserto, antes de entrar em Canaã, oferecendo sacrifícios aos diabos (coisa que aprenderam no Egito). Jeová disse “Esconderei o meu rosto deles, verei qual será o seu fim, porque são geração de perversidade, filhas em quem não há lealdade” (Dt. 32:17-20). Davi cometeu o adultério, e arrependido buscou a Jeová, mas este deus se escondeu de Davi (Sl. 13:1). Davi, já velho e cansado, continuava a suplicar, dizendo: “Não escondas de mim a tua face” (Sl. 143:4-7). Jeová se escondeu de Jacó (Israel) (Is. 8:17).

Jeová declara porque se esconde do homem. “Convertei-vos pela minha repreensão; eis que abundantemente derramarei sobre vós o meu espírito e vos farei saber as minhas palavras. Mas, porque clamei, e vos recusastes; porque estendi a minha mão, e não houve quem desse atenção; antes rejeitastes todo o meu conselho, e não quisestes a minha repreensão; também eu me rirei na vossa perdição, e zombarei, vindo o vosso temor. Vindo como assolação o vosso temor, e vindo a vossa perdição como tormenta, sobrevindo-vos aperto e angústia. Então a mim clamarão, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, mas não me acharão. Portanto aborreceram o conhecimento, e não preferiram o temor de Jeová” (Pv. 1:23-29). De que maneira Jeová se esconde?

“Fez das trevas o seu lugar oculto” (Sl. 18:11). E que são trevas? Trevas  são toda espécie de males, Jesus disse: “Os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (Jo. 3:19).Ódio é trevas (I Jo. 2:11).

Ora, Jeová pratica o mal, logo está em trevas. “Eis que estou forjando o mal contra vós” (Jr. 18:11). E está escondido nas trevas porque os cristãos o glorificam como se estivesse na luz, isto é, fazendo o bem. Jesus deu a vida pelos pecadores perdidos, por isso é a luz que salva (Jo. 1:9; 8:12; 12:46).

 

Autoria:  Pastor Olavo S. Pereira