(165) – BAAL

BAAL

 

Quem é Baal? É o supremo deus dos cananeus, correspondendo a Bel, deus dos babilônicos. Tanto Baal como Bel se traduzem por senhor. O Baal cananeu era chamado Baal Semain, isto é, Senhor do céu. Baal era, no tempo de Josué, o deus sol, responsável pela germinação e crescimento da lavoura, o aumento dos rebanhos e a fecundidade das famílias. Em Êxodo 23:26 Jeová, o deus dos hebreus, promete multiplicar o seu povo. “Não haverá alguma que aborte, nem estéril na tua terra.” A função de zelar pela fecundidade das famílias. O culto a Baal foi adotado pelos israelitas, especialmente pela licenciosidade dos seus ritos. Balaque, rei dos moabitas e inimigo de Israel, tentou alugar o feiticeiro Balaão para amaldiçoar Israel, e não o conseguindo, promoveu um culto a Baal, regado a sexo, no qual caíram os israelitas (Nm. 25:1-9). No tempo do rei Acabe e de Jezabel, o culto imoral a Baal permeou quase toda a nação de Israel. “Então disse Elias ao povo: Eu só fiquei por profeta de Jeová, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta homens” (I Rs. 18:22).  Em toda a nação de Israel, que no tempo de Elias não devia ter menos de vinte milhões de pessoas, somente sete mil eram fiéis a Jeová, isto é, toda a nação adorava Baal e lhe prestava culto, menos sete mil (I Rs. 19:18).

Jeová tinha muitos nomes, a saber:

Jeová-Jiré  (O Senhor proverá) – Gn. 22:8-14

Jeová-Nissi (Jeová é a minha bandeira) – Ex. 17:15

Jeová-Shalom (Jeová é a paz)

Jeová-Samá (Jeová está ali)

Jeová-Tsidkenu (Jeová é a nossa justiça)

Baal também tinha muitos nomes, a saber:

Baal Zefom (Senhor da vigilância) – Ex. 14:2, 9 e Nm. 33:7

Baal Berite (Senhor da aliança) – Jz. 8:33

Baal Gade (Senhor da fortuna) – Js. 11:17

Baal Hamom (Senhor da multidão) Ct. 8:11

Baal Hanã – (Senhor da gentileza)

Havia uma guerra entre Jeová e Baal. Jeová proibindo e Baal oferecendo. Baal satisfazia os apetites sensuais do povo, e Jeová perseguia e matava os seguidores de Baal. Dezoito milhões adoravam Baal e sete mil somente adoravam Jeová. Somente sete mil não participavam dos cultos orgíacos de Baal. Nessa guerra de preferências, Jeová perdeu para Baal. Todo o povo de Israel, que eram milhões e milhões pertenciam a Baal. Jeová só conseguiu sete mil fiéis. Ora, Jeová se declarou o todo poderoso(Gn. 17:1). Ninguém escapa da sua mão (Dt. 32:39). O que Jeová determina, ninguém pode mudar (Is. 14:27). Ninguém pode impedir os planos de Jeová (Is. 43:13).

Só que Jeová afirmou que Israel é sua herança (Dt. 32:9; I Sm. 10:1; Sl. 68:9; Sl. 74:2; Jr. 10:16; Jr. 51:19; Jl. 3:2;  Mq. 7:14). A herança de Jeová passou para as mãos de Baal. O todo poderoso não conseguiu reter a sua herança. Perdeu tudo. O ouro de Jeová, que era o seu povo, se transformou em barro de Baal. “Os preciosos filhos de Sião, comparáveis a ouro puro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro” (Lm. 4:2) A prata de Jeová se tornou em escoria (Is. 1:22), prata rejeitada(Jr. 6:30). “A casa de Israel se tornou para mim em escória; todos eles são bronze e estanho, e ferro, e chumbo no meio do fogo; em escória de prata se tornaram” (Ez. 22:18) e a escória de Jeová é a riqueza e a herança de Baal. O deus vivo foi vencido pelo deus morto. El Shaday, o Todo poderoso, que diz encher o céu a terra (Jr. 23:24) perdeu sua herança eterna para o ídolo, que tem boca mas não fala, tem olhos mas não vê, tem pés mas não anda, tem ouvidos mas não ouve (Sl. 115).

Tudo isso não teria peso nenhum se Jeová não tivesse falado com voz de trovão, que ninguém pode mudar o que determinou (Is. 14:27). Bradou com voz de muitas águas que nada escapa das suas mãos poderosas e divinas. E com voz retumbante declarou: “Operando eu, quem impedirá?” Is. 43:13

Pois Baal, o ídolo de pau e de pedra, inventado pela cegueira e ignorância dos povos bárbaros, mudou tudo, destruindo os propósitos de Jeová. A vitória foi tão grande, que o deus Jeová não teve outro recurso senão destruir e matar o seu povo: Assim, Baal ficou com as almas e Jeová com os cadáveres. Talvez por isso Isaías escreveu: “E será que desde uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda carne a adorar perante mim, diz Jeová. E sairão, e verão os corpos mortos dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu bicho nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará, e serão um horror para toda a carne” (Is. 66:23-24).

E Baal, no silêncio eterno do deus que não fala nem ouve, e nem anda, talvez pense pela cabeça dos homens, dizendo: “Mas as almas são minhas. Jeová que fique com a carne podre.”

Se considerarmos que Jeová é realmente o deus todo poderoso, e tudo que acontece neste mundo obedece a seus desígnios, então Baal foi instrumento de Jeová para destruir Israel, pois Baal era mais popular que Jeová: “E acontecerá naquele dia, diz Jeová, que me chamarás meu marido; e não me chamarás mais: Meu Baal” (Os. 2:16). No reino de Judá havia altares nos terraços das casas, nas ruas de Jerusalém, e em todos os lugares e cidades: “Porque, segundo o número das tuas cidades, foram os teus deuses, ó Judá, e segundo o número das ruas de Jerusalém, levantaste altares a impudência, altares para queimares incenso a Baal” (Jr. 11:13). “E os Caldeus, que pelejam contra esta cidade, entrarão nela, e porão fogo a esta cidade, e queimarão as casas sobre cujos terraços queimaram incenso a Baal” (Jr. 32:29).

Nada disto teria acontecido se Jeová tivesse cumprido a promessa de lançar fora as nações idólatras (Ex. 34:24; 33:2; Dt. 7:1; Lv. 18:24; 20:23).  “Com varão te não deitarás, como se fosse mulher; abominação é. Nem te deitarás com algum animal, para te contaminares com ele; nem a mulher se porá perante algum animal, para ajuntar-se com ele. Com nenhuma destas abominações vos contaminareis, porque em todas estas coisas se contaminaram as gentes que eu lanço fora de diante da vossa face” (Lv. 18:22-24).

Pois Jeová garantiu que ia lançar fora aquelas nações idólatras e corruptas, e não cumpriu a promessa. “ESTAS SÃO AS NAÇÕES QUE JEOVÁ DEIXOU FICAR, PARA POR ELAS PROVAR A ISRAEL. CINCO PRÍNCIPES DOS FILISTEUS, E TODOS OS CANANEUS, E SIDÔNIOS, E HEVEUS QUE HABITAVAM NAS MONTANHAS DO LÍBANO, DESDE O MONTE DE BAAL-HERMOM, ATÉ A ENTRADA DE HAMATE” (Jz. 3:1-3).Jeová deixou Baal ficar em Canaã. Isso dá o que pensar, sendo ele o Todo poderoso.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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