(002) – O JOIO E O TRIGO

“Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. Os servos do Pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Por que tem então joio? E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Quereis pois que vamos arrancá-lo? Porém ele lhes disse: Não; para que ao colher o joio não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, a atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo ajuntai-o no meu celeiro” (Mt. 13:24 a 30).

Jesus revela três grandes verdades nesta parábola:

1 – O joio e o trigo devem permanecer juntos até o fim. Jesus não quer separações.

2 – Jesus veio a este mundo salvar exatamente o joio. “Jesus disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os doentes, … porque eu não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento” (Mt.9:12-13). “…Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores…” (1 Tm.1:15).

3 – Jesus declara que esta parábola encerra mistérios ocultos desde a fundação do mundo – (Mt.13:35a ).

O que Jesus considera Joio? Tudo o que causa escândalo e os que cometem iniquidade (todo tipo de pecado) – (Mt.13:40-41). Pelo mandamento de Jesus Cristo, a igreja não pode excluir quem causar escândalo, e os pecadores.

E Jesus nunca foi diferente, pois é sempre o mesmo! “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (Hb.13:8).

Também a vontade do Pai é a mesma de seu filho Jesus. “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” – (Jo.6:38). Como a vontade do Pai e do Filho é a mesma, as obras de ambos são as mesmas. “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras” (Jo.14:10). “Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes do meu Pai; por qual destas obras me apedrejais? (Jo.10:32). O joio só será condenado depois do fim deste mundo”  (Mt.13:37-43).

Ao contrário de Jesus Jeová mandava seus servos arrancarem o joio. Ora, se a vontade do Pai é a mesma do Filho, Jeová, como pai, não iria dar uma ordem contrária. Por outro lado, Jeová não é Jesus, pois Jeová não muda e a vontade de Jeová é arrancar o joio (Ml.3:6). Por outro lado, Jesus não muda, e a sua ordem é não arrancar o joio. Vejamos:

1- Jeová mandava apedrejar os adivinhos e encantadores – Lv.20:27.

2- Jeová mandava apedrejar os feiticeiros – Ex.22:18.

3- Os homicidas eram apedrejados até a morte – Lv.24:17.

4- Quem trabalhasse no sábado morria por apedrejamento – Nm.15:32-36.

5- Quem adorasse outro Deus ou fosse idólatra era condenado à morte – Dt.13:6-10; 17:1-5.

6- Uma mulher que perdesse a virgindade fora do casamento era apedrejada – Dt.22:13-21.

7- O adultério era punido com a morte – Dt.22:22; Lv.20:10.

8- Um filho rebelde, desobediente e contumaz, era entregue pelo próprio pai para ser apedrejado, por ordem de Jeová – Dt.21:18-21.

Todos os exemplos citados provam que Jeová arrancava o joio sem dar chance de arrependimento. Era a religião do terror e da violência. Não era fé, mas medo, por isso o princípio da sabedoria era o temor (Pv.9:10).

Mas Jeová fazia coisa pior do que arrancar o joio sem dar chance. Ele arrancava o trigo junto com o joio. Quando Acã pecou, foram condenados com ele a mulher, os filhos e as filhas inocentes (Js.7:24-25).

No caso de Datã e Abirão, que se rebelaram contra Moisés, morreram as mulheres e as crianças (Nm.16:27-33). Mas criança não é culpada. O problema de Jeová é destruir, matar, arrancando o joio e o trigo verde. E é o próprio Jeová que declara isso, confessando que é Deus injusto: “E veio a mim a palavra de Jeová dizendo: filho do homem, dirige o teu rosto contra Jerusalém, e derrama as tuas palavras contra os santuários, e profetiza contra a terra de Israel. E dize contra a terra de Israel: Assim diz Jeová: Eis que eu sou contra ti, e tirarei a minha espada da bainha, e exterminarei do meio de ti o justo e o ímpio. E, por isso que hei de exterminar do meio de ti o justo e o ímpio, a minha espada sairá da bainha contra toda a carne” (Ez.21:1-4).

Mas Jeová fazia coisa ainda pior que colher trigo no meio do joio, que é colher trigo sozinho, pelo gosto de matar. Davi construiu uma tenda para a arca de Jeová, que estava na casa de Abinadabe há vinte anos. Foi posta a arca num carro novo puxado por bois, tendo à frente Aiô e Uzá, filhos de Abinadabe. No trajeto, o carro pendeu e a arca ia cair. Uzá, zeloso do seu Deus segurou a arca para não cair. Jeová, irado, o fulminou sem apelação. Qual o pecado de Uzá? Zelo por Jeová, que arranca trigo.

Mas arrancar trigo não é ainda o pior. Jeová fabrica joio para depois matar. Foi Jeová que endureceu o coração de Faraó para oprimir Israel (Ex.4:21). Depois das pragas, Faraó amolecia e chamava Moisés para soltar o povo, mas Jeová o endurecia. Pobre Faraó, que morreu com seus exércitos porque foi joio fabricado. Por onze vezes lemos que Jeová o endureceu: Ex.4:21; 7:3; 9:12,35; 10:1,20,27; 11:10; 14:4,8.

O povo de Israel, destruído por Jeová, clamou com as seguintes palavras: “Porque, ó Jeová, nos fazes desviar dos teus caminhos? Porque endureces o nosso coração, para que te não temamos? (Is.63:17).

Quando um israelita consultava um profeta, Jeová persuadia o profeta a engana-lo e depois o matava. Este é o ministério da fabricação do joio (Ez.14:7-10).

Jesus, que faz a vontade do Pai, não arranca o joio, pois o Pai quer que todos se salvem (1 Tm.2:3-4). Jesus garante o trigo não arrancando o joio. E Jesus não fabrica joio para destruí-lo. Jesus e o Pai só salvam, e não participam das obras de Jeová, o Deus deste mundo, que cega as pessoas para que não vejam suas obras perversas. O apóstolo Paulo, no seu zelo farisaico, era joio, e se converteu a Jesus passando a ser trigo puro (At.22:3-4). Se Paulo era zelador de Deus não precisava se converter a Cristo. Isto prova que Jeová era Deus falso.

Autoria Pastor Olavo S. Pereira

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