(159) – O MINISTRO DO PECADO

O MINISTRO DO PECADO

O ministro do pecado é um deus cuja doutrina tem como base o pecado. Em todos os cultos se fazem sacrifícios pelos pecados. Como o pecado faz parte da imperfeição dos homens, esses sacrifícios, que continuamente se oferecem são também imperfeitos (Hb.10:1-2). Onde há ministros do pecado, há também, cada ano, comemoração pelo pecado (Hb. 10:3).

O apóstolo Paulo declarou: “Como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens,  por isso que todos são pecadores” (Rm. 5:12). Com esta declaração Paulo revela que onde há pecado, há morte, e nunca a vida, pois o salário do pecado é a morte (Rm. 6:23). Para que o dom  gratuito de Deus, que é a vida eterna, reine, é preciso que o pecado seja extirpado da vida do cristão. Por isso Paulo afirma que para sermos servos da justiça devemos ser libertados do pecado (Rm. 6:18). O que nos parece, é que, quem é libertado do pecado, não é mais escravo do pecado, isto é, não peca mais contra a própria vontade, por isso Paulo diz:“Porque a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte” (Rm. 8:2). Se algum teólogo ou doutor afirmar que o verso dois de Rm. 8 não faz parte do original grego, porque é ministro do pecado, citamos João, que diz: “Bem sabemos que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado. Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca, não o viu nem o conheceu” (I Jo. 3:5-6). E rematamos com as palavras do apóstolo João, dizendo: “Quem comete pecado é do diabo” (I Jo. 3:8). Quem peca se faz servo do diabo, e quem não peca se faz servo de Cristo. É isto que está emRm. 6:16-18.

No Velho Testamento, durante o ministério do pecado e da morte, o pecado tinha muito peso contra a vida. A alma que pecasse morria sem misericórdia (Ez. 18:4; Hb. 10:28). Não havia apelação. Quando o povo estava às porta da terra prometida, Acã lançou mão do despojo, e tomou para si uma boa capa babilônica, duzentos siclos de prata e uma cunha de ouro. O deus Jeová logo o acusou, e foi condenado a morte; e com ele foram condenados ao apedrejamento seus filhos, suas filhas, e a seus bois, e a seus jumentos, e as suas ovelhas, e a sua tenda, e a tudo quanto tinha; todo o Israel os queimaram a fogo, e os apedrejaram com pedras (Js. 7:20-21, 24-25).

Nadabe e Abiú, filhos do Sumo Sacerdote Arão, puseram incenso nos incensários, e trouxeram fogo estranho perante a face de Jeová. Então saiu fogo de diante de Jeová e os matou na hora, e sem apelação (Lv. 10:1-2).

Um israelita menos avisado foi  achado apanhando lenha no dia de sábado,  coisa proibida por Jeová na lei. O caso foi levado por Moisés a Jeová, que disse: Seja apedrejado até a morte (Nm. 15:32-36).

Coré, bisneto de Levi, juntou-se a Datz e Abirão, e mais duzentos e cinqüenta varões de nome, dos escolhidos de Israel, e juntos se rebelaram contra Moisés e Arão. Estes três varões, com suas mulheres, filhos e crianças desceram vivos ao sepulcro, pois Jeová abriu a terra e os tragou vivos, Também saiu fogo de diante de Jeová e consumiu os duzentos e cinqüenta varões maiorais dentre o povo. O povo reclamou desta matança e Jeová mandou uma praga que matou catorze mil e setecentas pessoas. E só parou porque Moisés e Arão fizeram expiação pelos pecados do povo. Se não fosse isso, Jeová mataria milhões. Há muito mais casos no Velho Testamento. Como não houvesse apelação, e o salário do pecado fosse a imediata morte, os sacrifícios pelos pecados eram muito importantes. E os sacerdotes podiam ser chamados de ministros do pecado (Hb. 5:1-4; 10:1-4). Eram tantos os sacrifícios diários que o cheiro do açougue ia longe. Eram milhares de ovelhas, bezerros, pombos, carneiros, etc., sacrificados diariamente.

Pois bem, Jesus Cristo morreu na cruz pelos pecadores, segundo Paulo que disse: “Esta é uma palavra fiel e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (I Tm. 1:15)“Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi, que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (I Co. 15:5). Agora Pedro fala: “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça” (I Pd. 2:24). E o sacrifício de Cristo não se repete diariamente como no Velho Testamento. “E assim, todo sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados. Mas este (Jesus), havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à dextra de Deus”(Hb. 10:11-12).

Se os cristãos continuam pecando como os israelitas, o sacrifício de Cristo também não tira os pecados, pois não houve nenhuma mudança no caráter dos cristãos. Todos são farinha do mesmo saco. Se o cristão, após a conversão, continua pecando à sombra da cruz, faz de Jesus Cristo ministro do pecado. Leiamos o que Paulo declarou: “POIS SE NÓS, QUE PROCURAMOS SER JUSTIFICADOS POR CRISTO, NÓS MESMOS TAMBÉM SOMOS ACHADOS PECADORES; É PORVENTURA CRISTO MINISTRO DO PECADO? DE MANEIRA NENHUMA” (Gl. 2:17).

Se no Velho Testamento, os pecadores eram inapelavelmente mortos, e no Novo Testamento, Cristo acoberta os pecados, pois a voz corrente dos crentes e dos pastores é: “EU PECO E SOU SALVO”, Jesus Cristo é ministro do pecado. É mais ou menos como o policial que protege o ladrão assaltante. É a corrupção das autoridades.

Se a injustiça de Deus é tão grande, que os pecadores que pecavam antes de Cristo eram condenados, e os pecadores de Cristo são salvos, os cristãos são sete vezes piores do que os não cristãos. E se o quadro da cristandade é esse, porque Paulo afirma que “quem está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas passaram, e tudo se fez novo” (II Co. 5:17), se cristão peca, não é nova criatura, e Paulo se enganou. Por que Paulo diz: “Que quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso sentido; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef. 4:22-24). E Paulo define as coisas que não podem fazer parte da vida do cristão: “Mortificai pois os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria; pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;  NAS QUAIS TAMBÉM EM OUTRO TEMPO ANDASTES, QUANDO VIVÍEIS NELAS. Mas agora despojai-vos também de tudo; da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl. 3:5-10).

Se os cristãos continuam pecando depois do novo nascimento, tudo é velho e não houve novo nascimento, pois todos os vícios acima citados constituem o corpo do pecado, que não foi desfeito (Rm. 6:6). Paulo se enganou, e o Espírito Santo não santifica ninguém. Os cristãos desse naipe são frutos podres, como eram os filhos de Jeová no Velho Testamento (Is. 1:2-4; Dt. 32:17-25).

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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