(360) – JESUS CRISTO NÃO MUDA

JESUS CRISTO NÃO MUDA

            Na carta aos Hebreus está escrito: “JESUS CRISTO É O MESMO ONTEM, E HOJE, E ETERNAMENTE” (Hb. 13:8).

Jesus Cristo não muda, porque, sendo predestinado por Jeová para ser o Messias que havia de sentar no trono de Davi eternamente, como declarou o anjo Gabriel a Maria, dizendo: “Eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o senhor deus (Jeová deus) lhe dará o trono de Davi seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lc. 1:31-33). Por que Jesus não se assentou no trono de Davi?

Paulo declara que Cristo, segundo a carne, pertence a Israel (Rm. 9:5). No verso três Paulo declara também, que, para se unir a seus irmãos segundo a carne, seria separado de Cristo, logo, o Cristo segundo a carne não está unido à Igreja, pois a carne é inimiga de Deus Pai, como lemos em Rm. 8:5-8. Seguindo a mesma linha de pensamento, o Messias carnal e rei de Israel, que é a casa de Jacó, não está ligado ao Deus Pai, mas somente a Jeová, que o predestinou para ter domínio sobre todos os reinos deste mundo. Leiamos a previsão de Jeová à respeito de Cristo: “Recitarei o decreto: Jeová me disse: Tu és meu filho, eu hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu os esmigalharás com uma varra de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro” (Sl. 2:4-9). Jeová declarou isso por ocasião do nascimento carnal de Jesus, de Maria.

Como o anjo Gabriel declarou que Jesus ia sentar-se no trono de Davi, e Jesus, aos trinta anos, entra para a história através do batismo de João, e não pede a Jeová os reinos deste mundo, vem Satanás a ele, e afirma que os reinos deste mundo não estão mais na mão de Jeová, mas nas suas, e oferece a Jesus todos esses reinos, e a glória deles (Lc. 4:5-8). Jesus não negou a declaração de Satanás, e Paulo revela que toda a criação de Deus está submetida a um poder maligno, esperando a libertação da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus (Rm. 8:19-23). E Paulo revela mais; declarando que recebeu de Jesus a incumbência de abrir os olhos dos cegos, e das trevas os converter à luz, e do poder de Satanás a Deus para serem salvos (At. 26:18). Fica assim provado, que Cristo entrou em cena na história, realizando a vontade de Deus. Mas Jesus não assumiu o trono de Davi, segundo a predição do próprio Jeová no salmo dois. O que complica o assunto, é que Jesus declarou à Pilatos, dizendo: “Meu reino não é deste mundo” (Jo. 18:36). Se o reino de Jesus não é deste mundo, é óbvio que não aceitaria a oferta de Satanás, que na realidade, era também a oferta de Jeová (Sl. 2:8).

Ora, o anjo Gabriel afirmou que Jeová daria a Jesus o trono de Davi, seu pai. Mas o trono de Davi é terreno e carnal, e Cristo declarou que o seu reino não é deste mundo, e a promessa de Jeová é neste mundo. Ezequiel revela isso (Ez. 37:21-28). Davi, cheio do espírito de Jeová, declara o mesmo (Sl. 89:34-36).

Jesus nunca declarou que se assentaria no trono de Davi. Quem falou isso foi Jeová, e o anjo Gabriel à Maria. Jesus falava outra coisa. Vejamos: “E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; pois há de ser entregue às gentes, e escarnecido, injuriado e cuspido; e havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará. E ELES NADA DISTO ENTENDIAM, E ESTA PALAVRA LHES ERA ENCOBERTA, NÃO PERCEBENDO O QUE SE LHES DIZIA” (LC. 18:31-34). Por que não percebiam? Porque estavam impregnados da promessa do Messias carnal, que iria sentar no trono de Davi, restaurar o reino de Israel; submeter todas as nações debaixo dos pés (Sl. 47:3), dominar tiranicamente com uma vara de ferra num regime de escravidão. Pedro ao ouvir a mesma declaração de Jesus sobre a sua morte, se opôs à sua palavra, e foi chamado por Jesus de Satanás (Mt. 16:20-23). Por este texto ficamos sabendo que Satanás era favorável ao reino carnal do Messias, que era também o projeto de Jeová. Aliás, não é a primeira vez que Jeová e Satanás trabalham juntos. No caso de Jó trabalharam em parceria (Jó 1:6-12; 2:1-7). No caso da numeração do povo de Israel também (II Sm. 24:1; I Cr. 21:1). No caso de Israel se esconder da presença de Jeová, ídem (Am. 9:3). Também no caso das murmurações dos israelitas no deserto (Nm. 21:4-9). E por que não lembrar da queda de Adão e Eva, que resultou na queda da humanidade? (Gn. 3:1-6).

Ora, Paulo declarou: “Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que também tenhamos conhecido a Cristo segundo a carne, contudo agora já o não conhecemos deste modo” (II Co. 5:16). Paulo está dizendo que conheceu a Cristo segundo a carne, mas depois que o conheceu segundo o Espírito, já o não conhece segundo a carne. O Cristo segundo a carne era o Messias e rei de Israel (Rm. 9:5). O Cristo da Igreja, o Cristo do Espírito, o Cristo Filho de Deus, o Pai, foi gerado diferente do Cristo gerado no ventre de Maria. O mesmo Paulo o explica: “ACERCA DE SEU FILHO, QUE NASCEU DA DESCENDÊNCIA DE DAVI SEGUNDO A CARNE, DECLARADO FILHO DE DEUS EM PODER SEGUNDO O ESPÍRITO DE SANTIFICAÇÃO, PELA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS – JESUS CRISTO NOSSO SENHOR” (Rm. 1:3-4). Que é que Paulo está revelando? Que Jesus nasceu duas vezes. A primeira no ventre de Maria, que era da descendência de Davi (Lc. 3:23-38). A genealogia descrita em Mt. 1:1-16 é a de José, e a de Lucas é a de Maria; o nome de José é mencionado por Lucas porque as mulheres não eram contadas(Mt. 14:21, 15:38).

Como foi Jeová que fecundou Maria pelo seu espírito, pois Deus, o Pai, não gera filhos na carne (Jo. 1:12-13), depois de nascido na carne, Jesus foi gerado Filho do Deus Pai, em santificação do Espírito Santo, e pela ressurreição, como está escrito no livro de Atos dos Apóstolos: “E nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais Deus a cumpriu a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus; como também está escrito no salmo segundo: Meu Filho és tu, hoje te gerei” (At. 13:32-33). De maneira que, quando Maria deu à luz Jesus, na carne, Jeová disse: Meu Filho és tu, hoje te gerei. Mas Jeová estava gerando o Messias que ele descreveu no Velho Testamento, isto é, o Messias dominador, terreno, que iria submeter as nações debaixo dos pés, e também debaixo de Israel (Sl. 2:5-9, 47:2-3) (Esta promessa foi feita com ira e furor, ao contrário do Pai, que enviou o seu Filho com amor, conforme Jo. 3:16).

Jesus foi crucificado como impostor, pois blasfemou, ao se declarar Filho de Deus (Mt. 26:63-67). Quando estava pendurado na cruz, os que passavam blasfemavam dele dizendo: “TU, QUE DESTRÓIS O TEMPLO, E EM TRÊS DIAS O REEDIFICAS, SALVA-TE A TI MESMO; SE ÉS FILHO DE DEUS, DESCE DA CRUZ. E DA MESMA MANEIRA TAMBÉM OS PRÍNCIPES DOS SACERDOTES, COM OS ESCRIBAS, E ANCIÃOS, E FARISEUS, ESCARNECENDO, DIZIAM: SALVOU OS OUTROS, E A SI MESMO NÃO PODE SALVAR-SE. SE ÉS O REI DE ISRAEL, DESÇA AGORA DA CRUZ, E CREREMOS NELE” (Mt. 27:40-42). Mas Jesus não desceu da cruz, pois não era o Messias que Jeová descreveu, mas o Salvador de todos os homens, cujo reino não é na terra, pois é um reino de amor (Cl. 1:12-13; II Tm. 4:18; I Pd. 1:3-4).

De maneira que não é Cristo que mudou, foi Jeová que descreveu um Cristo diferente, cuja pintura, adequada a este mundo, cegou os sacerdotes e os escribas e fariseus; e até os apóstolos, como mostramos acima, por isso nós declaramos que Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente(Hb. 13:8).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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