(408) – SALVAÇÃO DE JEOVÁ – II

SALVAÇÃO DE JEOVÁ 2

A salvação de Jeová é diferente da salvação de Jesus Cristo. Qual a diferença? A salvação de Jeová é terrena e temporal, pois salvou do Egito para levar à Canaã. Mudaram de um lugar ruim para outro péssimo. O povo foi salvo da escravidão egípcia, e foi levado para uma terra fértil que mana leite e mel. Jeová falou: “Desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel; ao lugar do cananeu, e do heteu, e do amorreu, e do perizeu, e do heveu, e do jebuzeu” (Ex. 3:8). Jeová conhecia todos aqueles povos, e sabia que eram povos idólatras e moralmente corruptos  (Lv. 18:19-30). E eram sodomitas os cananeus (Gn. 10:19). Como Jeová não tirou aqueles povos, como prometera (Jz. 2:1-3), o povo contaminou-se misturando-se (Jz. 3:1-8). Então Jeová, por castigo, os entregou como escravos aos sodomitas. Acostumados a pecar diante dos sete cativeiros que sofreram dentro da terra que mana leite e mel, o povo se endurecia pelo tratamento de Jeová; e mais e mais pecava. Então Jeová retinha a chuva (I Rs. 17:1). E passaram-se três anos de fome(I Rs. 18:1). Na terra que mana leite e mel não havia nem leite, nem mel, nem verdura, nada. Quando morreu Acabe, que presenciou e sofreu os efeitos terríveis da falta de água, subiu ao trono Acazias, seu filho. Este caiu pelas grades de um quarto alto e se machucou gravemente. Mandou então consultar a Baal-Zebute (pai das moscas), deus de Ecrom, e Jeová então decretou a sua morte (II Rs. 1:1-4).Morrendo Acazias, seu filho Jorão subiu ao trono (II Rs. 1:17). No seu reinado subiu Bene-Hadade, rei da Síria, e cercou Samaria. O cerco foi tão demorado, e a fome apertou tanto, que as mulheres coziam os próprios filhos para comer. Uma mulher procurou o rei Jorão para queixar-se, dizendo: Fulana me disse: Dá cá o teu filho para que hoje o comamos, e amanhã comeremos o meu filho. Hoje eu a procurei, e ela negou-se a dar o seu filho, como fiz eu ontem (II Rs. 6:24-31). Que lugar de repouso foi Canaã! Guerras, sodomia, fome tão cruel que as mães comiam os filhos. Jeremias, o profeta, falou a Jeová, dizendo: “Ah senhor Jeová! verdadeiramente trouxeste grande ilusão a este povo e a Jerusalém, dizendo: Tereis paz! pois a espada penetra-lhe até a alma” (Jr. 4:10).

A salvação de Jeová era feita pela guerra, porque ele é o deus da guerra, e tem um livro onde planeja suas guerras assassinas (Nm. 21:14). Moisés revela que Jeová é varão de guerra (Ex. 15:3). Jeová, com seu poder tenebroso, fabrica inimigos para matar na guerra. Provemos pela Escritura Sagrada que Jeová fabricava inimigos para valorizar a sua salvação.

Quando Moisés chegou às cercanias de Canaã, e ia passar o ribeiro de Arnom, Jeová disse: “Na tua mão tenho dado a Siom, amorreu, rei de Hesbom, e a sua terra; começa a possuí-la, e contende com eles em peleja” (Dt. 2:24). Moisés então, pediu passagem para Siom, rei de Hesbom, mas este rei não quis deixar o povo de Israel passar porque Jeová endurecera o seu coração (Dt. 2:30). Então Siom saiu ao encontro de Israel, ele e todo o seu povo. Jeová entrou na peleja e deu a vitória a Moisés, que matou homens, mulheres e crianças. Ninguém ficou vivo. E Israel se lançou ao sangue por ordem do chefão (Dt. 2:31-36). Além de não amar aqueles povos, Jeová endureceu seus corações tornando-os inimigos para matá-los e saqueá-los, como fazem os ladrões. Jesus disse: “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (Jo. 10:10).

Josué, o sucessor de Moisés, narra outro episódio de endurecimento para ter motivo para matar. Ele disse: “Não houve cidade que fizesse paz com os filhos de Israel, senão os heveus, moradores de Gibeão; por guerra as tomaram todas. Porquanto de Jeová vinha, que os seus corações endurecessem, para saírem ao encontro a Israel na guerra, para os destruir totalmente, para se não ter piedade deles; mas para os destruir a todos, como Jeová tinha ordenado a Moisés” (Js. 11:19-20). A salvação de Jeová consistia em libertar dos inimigos que ele mesmo produzia.

O caso dos egípcios é que fala mais alto. Desde que José se tornou governador do Egito, os celeiros de Faraó transbordaram. As riquezas das nações vizinhas vieram todas para os cofres de Faraó para comprar trigo. Estabeleceu-se entre Israel e o Egito um elo de amizade e comunhão tão grande, que Faraó deu ordem a José para trazer seu pai Jacó com toda a prole. Ao chegarem ao Egito foi feito um banquete. Faraó deu para Jacó e sua família a melhor terra do Egito; a terra de Gosen. Quando Jacó morreu, houve um pranto de sete dias (Gn. 50:6-11). Eram como irmãos os egípcios e os israelitas. Quando faleceu Faraó no tempo de José, e outro sentou no trono, Jeová, o todo poderoso El Shaday, o deus assolador (Is. 13:6-9), fez um prodígio tenebroso registrado nos salmos: “Então Israel entrou no Egito, e Jacó peregrinou na terra de Cão. E ele multiplicou sobremodo o seu povo, e o fez mais poderoso do que os seus inimigos. Mudou o coração deles para que aborrecessem o seu povo, para que tratassem astutamente aos seus servos” (Sl. 105:23-25). Transformados em inimigos de Israel por Jeová, ficou fácil. Jeová começou a mandar pragas sobre o Egito. Todo mundo pensa que é por amor aos descendentes de Jacó, mas não foi. Jeová criou um cenário para mostrar o seu poder e ficar famoso. No salmo 106 está escrito: “Nossos pais não atentaram para as tuas maravilhas no Egito, não se lembraram da multidão das tuas misericórdias; antes foram rebeldes junto ao mar, sim, o Mar Vermelho. Não obstante, ele os salvou por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu poder” (Sl. 106:7-8).

Jeová só buscava fama e glória (Is. 66:19).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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