(283) – MANANCIAL – V

MANANCIAL 5

 

Todas as denominações religiosas cristãs, e todos os teólogos afirmam categoricamente que a Bíblia, isto é, o Velho e o Novo Testamentos são a palavra de Deus. Todas as igrejas e todos os pregadores declaram que as Escrituras Sagradas são a palavra inspirada por Deus, pois os profetas e apóstolos falaram inspirados pelo Espírito Santo de Deus (I Pd. 1:21). E o próprio Jesus Cristo, o Deus encarnado declarou: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo. 17:17). Tanto o Velho como o Novo Testamentos são palavra infalível de Deus, pois Deus não pode mentir (Tt. 1:2).

Jesus, que é Deus com o Pai, declarou: “Toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons” (Mt. 7:17-18). E São Tiago, na sua Epístola universal diz: “Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?” (Tg. 3:11). Invalidar estas duas declarações seria invalidar Jesus Cristo, e colocar em cheque a inspiração da Bíblia. Fizemos quatro estudos provando que de Jeová saem dois tipos de água; a doce e a amargosa. Analisemos os fatos do anjo de Jeová:

1) Jacó declarou que o anjo de Jeová o livrou de todo o mal (Gn. 48:16). E é preciso não esquecer que Jacó nunca foi modelo de perfeição. A conselho de sua mãe enganou seu irmão Esaú ficando com a bênção de primogênito (Gn. 27:6-29). Mais tarde, ensinado pelo anjo de Jeová, enganou Labão, seu tio, apoderando-se do rebanho (Gn.31-11-12). Apesar de pecador, o anjo de Jeová o guardou e livrou. No entanto o próprio Jeová declara também, que enviaria o seu anjo para guardar o povo no caminho rumo à terra prometida, mas avisa dizendo: “Guarda-te diante dele, e ouve a sua voz, e não o provoques à ira, porque não perdoará a vossa rebelião, porque o meu nome está nele” (Ex. 23:21-22). Jeová enviou o anjo para guardar, mas o anjo nem guardou nem perdoou, porque é fonte de duas águas: uma doce e uma amargosa.

2) Quando o povo de Israel saiu do Egito, caminhou até defronte do Mar Vermelho. Faraó tinha ordenado aos seus exércitos que passassem a fio de espada a todos sem piedade, tanto homens e mulheres, como velho e crianças. Era a vingança por causa da morte dos primogênitos. O povo, desesperado, clamou a Moisés, pois estava encurralado entre o mar e os exércitos furiosos de Faraó. Moisés levantou a vara em direção ao mar, e o povo viu estupefato um caminho se abrir no meio do mar. O povo, jubiloso, entrou mar adentro. Os egípcios apressaram o passo para matá-los. O anjo de Jeová se pôs entre os egípcios e Israel. O anjo produziu uma enorme coluna, tenebrosa para os egípcios e luminosa para Israel. Isso durou por toda a noite, e o povo passou a pé enxuto. A coluna se desfez, e os exércitos entraram mar adentro. Então Moisés estendeu a sua mão e o mar se fechou sobre os egípcios. Todos morreram. Neste caso o anjo guardou da morte o povo de Israel. Foi uma festa. O povo rejubilava. Moisés cantou um cântico para a glória de Jeová. As mulheres cantavam e dançavam (Ex. 14 e 15). Numa outra ocasião, o próprio Jeová incitou a Davi para que enumerasse o povo de Israel, e Davi prontamente obedeceu, apesar da oposição de Joabe, general do exército (II Sm. 24:1-4). Por incrível que pareça, o mesmo Jeová que incitou a Davi, como castigo, enviou o seu anjo que matou setenta mil varões de Israel (II Sm. 24:15). Fica mais uma vez provado que o anjo de Jeová é fonte de água doce e amargosa, pois uma vez livrou o povo de Israel de morrer pelas mãos dos egípcios, e outra vez matou setenta mil inocentes, pois Davi clamou dizendo: “Eis que eu sou o que pequei, e eu o que iniquamente obrei; porém estas ovelhas, que fizeram? Seja pois a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai” (II Sm. 24:17).

3) No livro dos Salmos lemos: “O anjo de Jeová acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Sl. 34:7).Quando Jacó sonhou com a escada que subia da terra ao céu, e os anjos subiam e desciam por ela, no topo estava Jeová que lhe disse: “Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque te não deixarei até que haja feito o que te tenho dito” (Gn. 28:15). E de fato, Jacó foi guiado e guardado pelo anjo de Jeová (Gn. 48:16). Mas surpreendentemente as Escrituras Sagradas declaram que o anjo de Jeová também persegue os adversários de Davi. O texto diz assim: “Sejam confundidos e envergonhados os que buscam a minha vida; voltem atrás e envergonhem-se os que contra mim intentam mal. Sejam como pragana perante o vento; o anjo de Jeová os faça fugir. Seja o seu caminho tenebroso e escorregadio, e o anjo de Jeová os persiga” (Sl. 35:4-6). O deus de Davi era particular, isto é, deus tribal, pois era deus só de Israel. O Deus Pai revelado por Jesus é Deus de todos, inclusive dos inimigos. “É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente” (Rm. 3:29). O Pai, revelado por Jesus, é Deus dos pecadores, e não só dos justos. “Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8). O Pai, que Jesus nos revelou, É Deus também dos inimigos. “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm. 5:17). O Pai salva os devassos, os idólatras, os adúlteros, os afeminados, os sodomitas, os ladrões, os avarentos, os bêbados, os maldizentes, etc. (I Co. 6:10-11). Estes todos, no Velho Testamento, seriam apedrejados ou passados a fio de espada. E se o Pai, que quer salvar a todos, e os reconciliou consigo pela cruz de Cristo (II Co. 5:19), era o mesmo que matava os pecadores e desobedientes, Deus mudou, mas a Bíblia afirma que Deus não muda (Tg. 1:17). O anjo de Jeová é fonte de água doce e amargosa.

4) O anjo de Jeová é a expressa imagem de Jeová. Quem vê o anjo de Jeová, vê a Jeová. Pois Moisés viu o anjo de Jeová na sarça em fogo ao pé do monte Sinai. E Jeová bradou a Moisés do meio da sarça em fogo ao pé do monte Sinai. Como pode isso ser? Se era o anjo que lá estava, o anjo deveria bradar, mas quem bradou foi Jeová? A resposta é simples. Onde está o anjo, ali está Jeová (Ex. 3:1-4). O mesmo fato aconteceu com Abraão. Jeová pediu-lhe o filho Isaque em sacrifício. Quando Abraão levantou o cutelo para imolar o filho, o anjo bradou desde o céu, dizendo: “Abraão, não estendas a mão sobre Isaque, pois agora sei que me temes, e não me negaste o teu filho”. Quem pediu o filho? Jeová. Quem bradou do céu? O anjo (Gn. 22:1-12).

Temos um outro caso no Velho Testamento. Balaque, rei dos moabitas e inimigo de Israel, procurou Balaão, profeta de Jeová e ofereceu-lhe ouro para amaldiçoar Israel. Balaão repeliu a oferta, mas orou a Jeová sobre o caso. Jeová ordenou que Balaão fosse com eles mas, orientado por Jeová. Balaão se foi com eles. Então o anjo de Jeová se pôs contra Balaão como satanás (Nm. 22:22). A mula viu satanás, mas Balaão não, e espancou a mula três vezes para andar. O anjo, então, abriu os olhos do profeta, e disse-lhe: “Eu saí para ser o teu satanás” (Nm. 22:32). MARAVILHA. O anjo de Jeová, quando convém se apresenta como Jeová, e outras vezes se apresenta como satanás. Fonte de água celestial e também de água infernal!!!

Pastor: Olavo Silveira Pereira

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