(221) – A ALMA QUE PECAR MORRERÁ

A ALMA QUE PECAR MORRERÁ

 

“Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá” (Ez. 18:4). Quem falou estas palavras ao profeta Ezequiel foi Jeová, o deus de Israel. Quais verdades estão implícitas neste verso?

1) Que todas as almas são de Jeová, tanto a dos pais como a dos filhos. Muitas vezes Jeová declarou isso. “Minha é a terra e sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam”(Ps. 24:1). Pertencem a Jeová os maus e os bons, os fiéis e os infiéis, os monoteístas, os politeístas, e os ateus. “Levanta-te, ó Deus, e julga a terra, pois te pertencem todas as nações” (Sl. 82:8). No Novo Testamento, o conceito é diferente. Para alguém pertencer a Deus, o Pai, é necessário nascer de novo (Jo. 3:3). Nenhum homem ou mulher, nascidos somente da carne, são filhos de Deus. João disse: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome. Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12-13).

Como este mundo está nas mãos do diabo (I Jo. 5:19), os reinos deste mundo pertencem ao diabo(Lc. 4:5-8). E todos os homens estão na mão do diabo (At. 26:18). A morte de Jesus Cristo na cruz foi o preço pago pelo Pai para comprar o homem das mãos do diabo, e dar início ao processo do novo nascimento. “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais, pertencem a Deus” (I Co. 6:20). Jesus revelou que os filhos deste mundo não são filhos de Deus. “Disse-lhes Jesus: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento; mas os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro e a ressurreição dos mortos, nem hão de casar, nem ser dados em casamento; porque já não podem mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição” (Lc. 20:34-36).

2) A Segunda verdade declarada por Jeová em Ez. 18:4, é que, a alma que pecar, morre. Ao falar isto, Jeová está declarando que há almas sem pecado. Por isso, quando pecar, morre. A morte é o prêmio pelo pecado cometido, ou melhor, a morte é o castigo. A morte  é o castigo final pelo pecado cometido. Morto o pecador, estava livre de uma segunda condenação, pois estava já morto. Vamos, entretanto, provar biblicamente essa verdade do Velho Testamento e de Jeová.

Judá, filho de Jacó, teve três filhos de uma mulher cananéia. Cresceram os filhos, e Judá arrumou para o seu primogênito, de nome Er, uma mulher, cujo nome era Tamar. Mas Er, primogênito de Judá, era mau, pelo que Jeová o matou (Gn. 38:6-7). Está assim provado que o salário do pecado é a morte(Rm. 6:23). Vamos citar um caso coletivo. Quando os filhos de Israel estavam às portas de Canaã, Moisés enviou doze homens para espiar a terra. Quando voltaram, dez deles se acovardaram, dizendo que os habitantes da nova terra eram de gigantes, e povo poderoso para a guerra. Por esse pecado Jeová os condenou à morte, pois contaminaram o povo de Israel pelo medo, e assim murmuraram contra Jeová (Nm. 14:28-37; Hb. 3:17-19).

Não podia haver condenação eterna no Velho Testamento porque não havia vida eterna. A vida eterna só surgiu com a ressurreição de Jesus Cristo. Paulo registrou o seguinte: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, o qual, porem, não ressuscitou, se, na verdade os mortos não ressuscitam. Porque, se os motos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também, os que dormiram em Cristo estão perdidos” (I Co. 15:14-18). No tempo de Jeová não havia vida eterna, mas havia morte eterna, isto é, o morto era apagado (Dt. 9:14)“Repreendeste as nações, destruíste os ímpios; apagaste o seu nome para sempre e eternamente” (Sl. 9:5).

3) No Novo Testamento, a alma que peca não morre fisicamente. Foi mudada por Jesus a forma de tratar com o homem. Como Cristo trouxe vida eterna para todos, o critério de juízo mudou: “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. Os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação” (Jo. 5:28-29). Como os ímpios não serão apagados com a morte, e vai haver juízo após a ressurreição; não morrendo o pecador na hora do pecado, Jesus lhe concede tempo para se arrepender e mudar de vida, coisa que Jeová não fazia.

4) O ponto mais alto da doutrina de Novo Testamento é que não morre na hora que peca, como Jeová falou em Ez. 18:4. As pessoas já nascem mortas e pecadoras, isto é, nascem predispostas para pecar. Paulo disse: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que são todos pecadores” (Rm. 5:12). Não é o pecado que Adão passou para os filhos, mas a morte; a morte, passando de pai para filho, é prova de que todos são pecadores. Todos já nasceram mortos espiritualmente, embora vivos fisicamente. Adão era pecador antes de pecar, pois que Jesus declarou que a boa árvore dá bom fruto, e não pode dar fruto mau (Mt. 7:18). Como Adão deu mau fruto, era pecador antes de pecar. É pelo fruto que se conhece a árvore (Mt. 7:17).

Recapitulando. Paulo afirma que todos nascem mortos porque todos nascem pecadores (Rm. 5:12). Jeová declara em Ez. 18:4 que só morre quem peca, dando a entender que quem não peca tem a vida, logo quem não peca salva-se por mérito próprio, e assim anula o sacrifício de Cristo. Paulo declara:“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef. 2:8-9). Como todos já nasceram mortos espiritualmente, Jesus diz o seguinte a um jovem que queria segui-lo, mas precisava enterrar o pai que havia morrido: “Segue-me tu, e deixa que os mortos enterrem os seus mortos” (Mt. 8:21-22). Jesus estava ensinando que um morto em delitos e pecados, porém vivo na carne, estava sepultando outro, também morto em delitos e pecados, mas morto também fisicamente. Morto duas vezes. Na alma e no corpo. Só Jesus Cristo arranca o homem da dupla morte. Paulo, mais uma vez, fala inspirado pelo Espírito Santo. “Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo. (Pela graça sois salvo). E nos ressuscitou juntamente com ele”. É por isso que quem crê em Jesus Cristo passa da morte para a vida (Jo. 5:24).

 

Autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA

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