(366) – PROEZAS DE JEOVÁ – II

PROEZAS DE JEOVÁ 2

            No estudo anterior, vimos que o verdadeiro Deus não se embaraçou com as guerras entre os homens; guerras fratricidas e injustas, movidas pelo poder e pela ambição (At. 14:15-16). Jeová ensinava seus servos a guerrear. Davi disse: “Jeová instrui as minhas mãos para a peleja” (II Sm. 22:35).“Alargastes os meus passos debaixo de mim, e não vacilaram os meus artelhos. Persegui os meus inimigos, e os derrotei, e nunca me tornei até que os consumisse. E os consumi, e os atravessei, de modo que nunca mais se levantaram, mas caíram debaixo dos meus pés. Porque me cingiste de força para a peleja, fizeste abater debaixo de mim os que se levantaram contra mim. Deste-me o pescoço de meus inimigos, daqueles que me tinham ódio, e os destruí. Olharam, porém não houve libertador; sim, para Jeová, porém não lhes respondeu. Então os moí como o pó da terra; como a lama das ruas os trilhei e dissipei” (II Sm. 22:37-43).

Paulo, cheio do Espírito Santo, ensina, dizendo: “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens” (Rm. 12:18). E disse mais: “A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp. 4:7). A obra de Jeová sempre foi matar, escravizar e destruir as nações e os homens, inclusive, o seu povo, se pecasse (Dt. 28:59-63). A obra de Jesus é salvar a todos os pecadores (Jo. 3:17; I Tm. 1:15).

Jeová, para a realização das guerras destruidoras de almas, usava toda a sua ciência, todos os seus recursos, e toda a sua ira e furor. Ele disse: “Dei-te um rei na minha ira, e to tirei no meu furor” (Os. 13:11). Para destruir o seu próprio povo, proferiu a sentença infernal, dizendo: “Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até o mais profundo do inferno, e consumirá a terra com a sua novidade, e abrasará o fundamento dos montes. Males amontoarei sobre eles, as minhas setas esgotarei contra eles. Exaustos serão de fome, comidos de carbúnculo e de peste amarga; e entre eles enviarei dentes de feras, com ardente peçonha de serpentes de pó. Por fora devastará a espada, e por dentro o pavor; ao mancebo, juntamente com a virgem, assim a criança de mama, como o homem de cãs” (Dt. 32:22-25). Quanto amor e misericórdia! Quanta intenção de salvar!

Jeová usava as palavra e os seus profetas para matar e destruir. Oséias o diz: “Por isso os abati pelos profetas; pela palavra da minha boca os matei; e os teus juízos sairão como a luz” (Os. 6:5). Usava as suas pragas como aconteceu no Egito. E Jeová fez chover pragas sobre Israel; pragas que ele define como coisas maravilhosas (Dt. 28:59-60). Jeová usava para matar e destruir os seus servos mais íntimos. Usou Noé para destruir a humanidade (Gn. 6:7; Hb. 11:7). Davi, o amado de Jeová (Sl. 4:3), foi o maior matador e guerreiro (I Sm. 18:7). Mas as guerras de Davi eram promovidas por Jeová (I Sm. 25:28). Jeová usava homens ímpios e perversos para matar, escravizar, e dominar o mundo, pois entregou todas as nações debaixo dos pés do impiedoso Nabucodonosor, chamando-lhe de servo (Jr. 27:5-8; 11-13; 25:9; 43:10). Outro rei conquistador e sanguinário foi Ciro, o persa, a quem Jeová entregou todos os reinos do mundo, depois de Nabucodonosor (Ed. 1:1-2). Jeová, pela boca de Isaías, o chamou de servo e pastor (Is. 44:26-28). E o chama de Messias ungido (Is. 45:1-3). Pois Ciro, o sanguinário, foi degolado por uma mulher, e colocado numa vasilha cheia de sangue. A mulher disse: “Bebe sangue, tu, que tinhas tanta sede de sangue”. Jeová usava para matar, vespões (Dt. 7:20; Js. 24:12). Jeová usava, como exército, o gafanhoto, a locusta, o pulgão, e a aruga (Jl. 2:25). A espada de Jeová era a peste. Habacuque revela isso: “Adiante dele ia a peste, e os raios de fogo sob seus pés” (Hc. 3:5). Jeová mandou o profeta Gade dizer a Davi, depois que enumerou o povo de Israel, por mandado do próprio Jeová: “Vai, e fala a Davi, dizendo: Assim diz Jeová: Três coisas te proponho: escolhe uma delas para que eu ta faça. Ou três anos de fome, ou que três meses te consuma diante dos teus adversários, e a espada dos teus inimigos te alcance, ou que três dias A ESPADA DE JEOVÁ, ISTO É, A PESTE NA TERRA, e o anjo de Jeová destrua todos os termos de Israel” (I Cr. 21:10-12). Davi, que tinha Jeová por misericordioso, disse: “Caia eu nas mãos de Jeová, pois muitíssimas são as suas misericórdias; mas que eu não caia nas mãos dos homens” (v.13). Então Jeová brandiu a sua espada, e a peste matou setenta mil homens (v. 14). Davi, apavorado e desiludido, clamou a Jeová: “E disse Davi a Jeová: Não sou eu o que disse que se contasse o povo? E eu mesmo sou o que pequei, e fiz muito mal; mas estas ovelhas, que fizeram? Ah! Jeová meu deus, seja a tua mão contra mim, e contra a casa de meu pai, e não para castigo do teu povo” (v. 17).

Jeová declara: “Porque a minha espada se embriagou nos céus; eis que sobre Edom descerá, e sobre o povo do meu anátema, para exercer juízo. A espada de Jeová está cheia de sangue, está cheia de gordura de sangue de cordeiros e de bodes, da gordura dos rins de carneiros; porque Jeová tem sacrifício em Bozra, e grande matança na terra de Edom” (Is. 34:5-6). A tradução da palavra Bozra é ‘aprisco de ovelhas’, portanto trata-se de ovelhas de Jeová, que foram criadas para o matadouro: “Sim, por amor de ti somos mortos todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro” (Sl. 44:22). E a espada de Jeová não faz distinção entre homens e mulheres, entre velhos e crianças, e entre justos e injustos, pois tem sede de sangue. Leiamos o que diz o profeta Ezequiel: “Veio a mim a palavra de Jeová, dizendo: Filho do homem, dirige o teu rosto contra Jerusalém, e derrama as tuas palavras contra os santuários, e profetiza contra a terra de Israel. E dize à terra de Israel: Assim diz Jeová: Eis que eu sou contra ti, e tirarei a minha espada da bainha, e exterminarei do meio de ti o justo e o ímpio. E, por isso que hei de exterminar do meio de ti o justo e o ímpio, a minha espada sairá da bainha contra toda a carne, desde o sul até o norte. E saberá toda a carne que eu, Jeová, tirei a minha espada da bainha; nunca mais voltará a ela” (Ez. 21:1-5). E sabem que espada é esta, de Jeová? É a espada de Nabucodonosor, servo de Jeová: “Tu pois, ó filho do homem, propõe dois caminhos, por onde venha a espada do rei da Babilônia” (Ez. 21:19). “E a espada virá contra Rabá dos filhos de Amom, e contra Judá, em Jerusalém” (v. 20).

Jeová usava a arma da mentira para as guerras. Jeosafá, bom rei em Judá, desceu a Acabe, mau rei de Israel, e este lhe propôs unirem forças para subir contra o rei da Síria, e recuperar Ramote de Gileade (I Rs. 22:1-3). Jeosafá insistiu que primeiro consultassem a Jeová (vs. 4-5). Eram quatrocentos profetas, que, consultados, disseram: “Sobe, porque Jeová a entregará na mão do rei” (v. 6). Mas os profetas estavam enganados, porque Jeová os levou à mentira, pois queria matar a Acabe, rei de Israel. O texto diz: “Agora, pois, eis que Jeová pôs o espírito de mentira na boca de todos os profetas, e Jeová falou mal contra ti” (v. 23). E a guerra foi feita, e Acabe foi morto.

Quantas proezas, quantas tramas, quantas injustiças, de um deus enlameado no meio de homens odiosos, perversos e matadores. E os justos, as crianças de mama, mulheres inocentes, todos sendo mortos nessa lama.

Bem disse Paulo, que Deus, o Pai, revelado por Jesus Cristo, deixou todas as gentes andar em seus próprios caminhos.

Mas Jesus, desceu a este abismo, e deu a sua vida para salvar esses mesmos que Jeová matava.

No próximo estudo, veremos mais proezas do deus deste mundo.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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