(015) – IMPUTAÇÃO DO PECADO 1

Que é imputação? Ato de responsabilizar alguém. A lei torna os indivíduos responsáveis, pois onde não há lei não há pecado (Rm.4:15). Uma criança não é responsável, logo é inimputável. Se uma criança mata alguém, os culpados são os pais ou tutores, ou a própria sociedade que propaga a violência. Um adolescente de quinze anos ganhou do pai uma motocicleta. Em alta velocidade atropelou um outro garoto que veio a falecer. Os pais estão sendo processados e terão de responder pelo crime e pagar indenização à família da vítima, pois a lei proíbe menores de idade guiar veículos motorizados.

Não havendo lei sobre um determinado assunto, não há imputação também para os adultos. A cidade de São Paulo fervilhava de camelôs vendendo bugigangas, mas depois que saiu a lei proibindo essa atividade, os que desafiavam a lei foram presos. Os brasileiros iam para o exterior e voltavam com malas abarrotadas de artigos eletrônicos e outros. A lei limitou de tal forma o que é permitido trazer, que acabou com esse comércio.

A conclusão que chegamos é que só pode haver imputação de crime ou pecado onde houver lei. Este é o ensino da Bíblia. Leiamos: “Até a lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei” (Rm.5:13). Quem é que imputa pecado? Deus, mas Deus não imputava pecado desde Adão até Moisés, pois não havia lei. É injusto imputar como crime algo que não foi proibido por lei, e Deus não é injusto. Fica assim estabelecido, que Deus, o Pai, não imputou pecado a ninguém desde Adão até Moisés, muito embora houvesse pecado (Rm.5:13).

Mas Jeová imputou o pecado aos antidiluvianos e os destruiu por isso. “E viu Jeová que a maldade do homem se multiplicava sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos do seu coração era só má continuamente. Então arrependeu-se Jeová de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração. E disse Jeová: Destruirei de sobre a face da terra o homem que criei, desde o homem até o animal, até o reptil, e até as aves dos céus, porque me arrependo de os haver feito” (Gn.6:5-7).

Jeová imputou o pecado também a pentápolis do pecado, e queimou aquelas cidades a fogo a enxofre. “Então Jeová fez chover fogo e enxofre de Jeová, desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra. E derribou aquelas cidades, e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra” (Gn.19:24-25).

Jeová promete destruir Israel da mesma maneira e acaba o texto com as seguintes palavras: “Então dirá a geração vindoura, os vossos filhos, que se levantarem depois de vós, e o estranho que virá de terras remotas, vendo as pragas desta terra, e as suas doenças, com que Jeová a terá afligido, e toda a sua terra abrasada com enxofre e sal,  de  sorte  que  não  será  semeada,  e  nada produzirá nem nela crescerá erva alguma, assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, Admá e de Zeboim, que Jeová destruiu na sua ira e no seu furor” (Dt.29:22-23).

Fica claro que não foi o Pai de Jesus que operou estas destruições, pois Paulo esclarece que não havia imputação de pecado quando não havia lei. Há mais casos de imputação injusta da parte de Jeová. Imputou pecado e matou Er, primogênito de Judá (Gn.38:7). Depois matou também o irmão mais novo de Er, de nome Onã, pelo fato de não querer gerar filhos da mulher de Er (Gn.38:8-10). Depois que Jeová trouxe a lei, o pecado começou a ser imputado com justiça e com condenação mais violenta, por isso lemos que a lei trouxe maldição (Gl.3:10).

O Pai, para provar que não era ele que imputava os pecados no Velho Testamento, no tempo da lei, guando o pecado era imputado com justiça, revela em Jesus Cristo a sua graça para todos os homens, não imputando pecados a ninguém. Leiamos o texto. “Isto é, Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados” (2 Co.5:19).  Se Deus, o Pai, não imputa pecado a ninguém no tempo em que o pecado deve ser imputado, fica provado que não era ele que imputava quando não havia lei, e o pecado não podia ser imputado.

Essa graça e essa não imputação do pecado se estende a todos os homens desde Adão, por isso lemos: “Porque a graça de Deus se há manifestada trazendo salvação a todos os homens” (Tit.2:11).

Aqueles desgraçados que estavam enquadrados na lei e  debaixo  de  maldição,  foram  também  cobertos  pela graça de Cristo, e assim os feitos destruidores da lei foram anulados.

“Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir osque estavam debaixo da lei, afim de recebermos a adoção de filhos”(Gl.4:4-5).

Fica assim provado que o Pai nunca condenou ninguém, antes da lei, durante a lei, e depois da lei, como Jeová fazia e quer fazer. O Pai só salva.

“Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm.2:3-4).

Autoria: Pastor Olavo S. Pereira

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