(549) – DOIS MINISTÉRIOS – XVI

DOIS  MINISTÉRIOS  16

  1.     No Novo Testamento, o apóstolo João declarou enfaticamente: “Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou; para desfazer as obras do diabo” (I Jo.3:8). Temos aqui dois ministérios: O do pecado, cujo autor é o diabo, e o ministério de Cristo, que é desfazer as obras do diabo, isto é, tirar do coração do homem o desejo de pecar. O poder do desejo e da concupiscência carnal é tão violento, que a lei de Jeová, sendo dada para coibir o pecado, acabou fazendo o efeito contrário, por isso Paulo diz: “Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm.3:20). As proibições e ameaças da lei com maldições e pragas mortais vão reprimindo a carne a tal ponto, que o que era um simples desejo se transforma numa paixão incontrolável e anormal. O apóstolo Paulo assim descreve essas paixões: “Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, obravam em nossos membros para darem fruto para a morte” (Rm.7:5). A lei é contrária aos nossos desejos secretos, e ao proibi-los, incita a carnal prática do pecado, ciente de que as consequências são mortais. E Paulo então, diz: “O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (I Co.15:56).

Ora, o apóstolo Paulo revela aos cristãos uma coisa assombrosa, dizendo: “Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos, e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas, e matricidas, para os homicidas, para os fornicários, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina” (I Tm.1:9-10). Salomão, o grande sábio de Jeová, e o maior pecador, disse: “Na verdade, que não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque” (Ec.7:20; I Rs.8:46). O rei Davi, disse: “Jeová olhou desde os céus para ver se havia alguém que tivesse entendimento, e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um” (Sl.14:2-3). Dentro desse caos moral justificou-se a lei. No Velho Testamento formou-se o corpo do pecado.

         2.     Jesus Cristo desceu do céu e iniciou o Novo Testamento e um novo ministério. Paulo explica:“Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes chamados, e, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça” (Rm.6:17-18).Está formado o ministério da justiça, pois os que são servos do pecado formam o ministério da injustiça, que diz: “Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus?” (I Co.6:9). E o apóstolo João diz: “Vós bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado. Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu” (I Jo.3:5-6). Jesus recebeu do Pai todo o poder (Mt.28:18). Se o diabo formou o corpo do pecado, e Jesus, com todo poder não pode desfazê-lo, o diabo é mais poderoso do que Cristo. A explicação real deste assunto é que a maioria dos cristãos é carnal e não resiste aos apelos da carne e do mundo. Estes cristãos são amigos do mundo e são semeadores do joio nas igrejas. Destes Tiago diz:“Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade com Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se em inimigo de Deus” (Tg.4:4). Os cristãos, como dissemos, formam o corpo de Cristo; e Cristo nunca pecou. Se um membro do corpo de Cristo peca, macula o corpo de Cristo, forçando-o a pecar. Com o pecado esse cristão une o corpo de Cristo ao corpo do diabo. Leiamos o que diz João: “E ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios: Eu sei as tuas obras e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita” (Ap.2:12-13).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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