(195) – JARDIM REGADO III

JARDIM REGADO III

 

Águas, na Escritura, simbolizam multidão de povos. “As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos e multidões, e nações, e línguas” (Ap. 17:15). Sendo assim, os rios são figura das nações e reinos poderosos. Os afluentes são os pequenos reinos que servem os dominadores e tiranos. Os grandes conquistadores da antigüidade são descritos na Escritura como rios. O Egito, o reino das fabulosas pirâmides, o reino encantado dos Faraós, povo evoluído em medicina, astronomia, matemática, etc. é comparado ao rio Nilo, por causa das conquistas. Assim falou Jeremias: “Quem é este que vem subindo como o Nilo e cujas águas se movem como os rios. O Egito vem subindo, como o Nilo, e as suas águas se movem como os rios; ele disse: Subirei, cobrirei a terra, destruirei a cidade, e os que habitam nela” (Jr. 46:7-8). O profeta Ezequiel nos revela que Faraó é figura de Satanás, pois o dragão é o diabo, ou Satanás, como lemos em Ap. 12:9. “Assim diz o Senhor Jeová: Eis-me contra ti, ó Faraó; rei do Egito, grande dragão, que repousa no meio dos teus rios, e que dizes: O meu rio é meu, e eu o fiz para mim” (Ez. 29:3).

Quando Jeová levou Jacó e sua família para o Egito, época em que José era o braço direito do dragão, isto é, Faraó, Jeová estava levando o futuro povo de Israel para serem gerados nas mãos do dragão, que no começo atrai com manjares, e no fim escraviza e corrompe. Subiram ao Egito, a convite do dragão, sessenta e seis almas (Gn. 46:26). No tempo da escravidão eram perto de dois milhões de escravos, edificando as cidades do dragão, isto é, de Faraó, que foram corrompidos no Egito, Moisés o declara: “Não fareis segundo as obras do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canãa, para a qual eu vos levo, nem andareis nos seus estatutos” (Lv. 18:3). O Rio Nilo é um dos quatro rios figurados em Gn. 2:10-14.

O segundo rio a regar o Jardim do Éden, é o Rio Jordão. O Jordão? Sim, o Jordão, pois este rio banhava as cidades de Sodoma e Gomorra. Quando Abraão o Ló se separaram, este escolheu a campina do Jordão. “E levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes de Jeová ter destruído Sodoma e Gomorra. E era como o Jardim de Jeová; como a terra do Egito, quando se entra em Zoar” (Gn. 13:10).

O Rio Jordão é símbolo de corrupção e morte. A  interpretação teológica  sobre o Rio Jordão, é que, como Israel cruzou o Jordão para entrar em Canãa, e as águas se abriram; assim também, os cristãos salvos por Jesus Cristo passarão pelo Jordão da morte para entrarem na Canãa celestial. Esta idéia foi usada por John Bunian no seu famoso livro, “O Peregrino”.

Acontece que Canãa era habitada pelos Cananeus, povo Sodomita. “E foi o termo dos Cananeus desde Sidon, indo para Gerar, até Gaza, indo para Sodoma, e Gomorra, e Admá, e Zeboim, até Lasa” (Gn. 10:19).Jeová não expulsou os cananeus sodomitas da terra de Canãa, e assim Israel foi regado no Jardim de Jeová por escravidão e sodomia. Este é o segundo rio do Jardim do Éden. No livro dos Juízes lemos:“Estas são as nações que Jeová deixou ficar para por elas provar a Israel” (Jz. 3:1). Foram elas: “Cinco príncipes dos filisteus, e todos os cananeus, e sidônios, e heveus, que habitavam as montanhas do Líbano” (Jz. 3:3). Por 400 anos Israel conviveu com os cananeus, sodomitas, dos quais cento e quatorze como cativos obrigados a todo tipo de violência e degeneração. Os sete cativeiros foram: Juízes 3:8 (oito anos); 3:14  (dezoito anos); 4:3 (vinte anos); 6:1 (sete anos); 10:7-8 (dezoito anos); 13:1(quarenta anos). Foram cento e onze anos regados por sodomia na marra. O cativeiro de Abimeleque de três anos, foi diferente (9:22). Jesus jamais entregaria os cristãos, seu povo, como cativos dos sodomitas. Ao contrário, Jesus liberta os que Jeová entregou (I Co. 6:10-11).

O terceiro rio usado por Jeová para regar o seu Jardim do Éden, foi a Assíria. “Eis que Jeová fará vir sobre eles as águas de um rio, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria com toda a sua glória; e subirá sobre todos os seus leitos, e transbordará por todas as suas ribanceiras, e passará a Judá inundando-o até o pescoço” (Is. 8:7-8). Esta profecia de Isaías se cumpriu em II Reis 17:19-23. No cativeiro assírio, as dez tribos do reino do norte desapareceram totalmente, restando apenas o reino do sul, isto é, Judá, onde está a cidade de Jerusalém, onde Jeová habita. “E alguns dos chefes, dos pais, vindo à casa de Jeová (Templo de Salomão), que habita em Jerusalém”(Esd. 2:68). “Bendito seja Jeová desde Sião, que habita em Jerusalém” (Sl. 135:21).

O reino do norte foi anexado ao império da Assíria, e absorvido pela sua idolatria e pelos seus costumes indecentes. Foi assim Israel regado pelo terceiro rio do Jardim de Éden. Este é o rio Tigre.

O quarto rio é o Eufrates, que passava por dentro da cidade de Babilônia. Assim como Jeová destruiu Israel, pelos exércitos Assírios, pois Jeová se auto denomina Jeová Tzebaot (Jeová dos Exércitos), pretendia liquidar também o reino de Judá. “E disse Jeová: Também a Judá hei de tirar de diante da minha face, como tirei Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa de que disse: Estará ali o meu nome” (II Rs. 23:27). E como Jeová executou o seu plano destruidor, o profeta Jeremias declara o que Jeová falou: “Eu fiz a terra, o homem, e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande poder, e com o meu braço estendido, e a dou aquele que me agrada em meus olhos. E agora eu entreguei todas estas terras na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo; e ainda até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam. E todas as nações, o servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que também venha o tempo da sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis se servirão dele. E acontecerá que, se alguma nação e reino não servirem o mesmo Nabucodonosor, rei de Babilônia, e não puserem o seu pescoço debaixo do jugo do rei de Babilônia, visitarei com espada, e com fome, e com peste essa nação, diz Jeová, até que a consuma pela sua mão” (Jr. 27:5-8). É estranho, que sendo o Deus Pai revelado por Jesus, o Deus bom, e que quer salvar todos os homens (Mt. 19:16-17; Jo. 3:16; I Tm. 2:3-4), seja o mesmo Jeová, que se  agradava das crueldades e matanças do rei Nabucodonosor, e ainda o chama de servo. Não dá para engolir essa. E destruiu a fogo Jerusalém e o Templo. “E queimaram a casa de Jeová, e derrubaram os muros de Jerusalém, e todos os seus palácios queimaram a fogo, destruindo também todos os seus preciosos vasos. E os que escaparam da espada levou para a Babilônia; e fizeram-se escravos dele e de seus filhos, até ao tempo da Pérsia” (II Cr. 36:19-20). O mais monstruoso e inacreditável, é que, Nabucodonosor, rei da Babilônia, agradava aos olhos de Jeová; assim é com Satanás. É por isto que Satã, ao tentar Jesus, disse: “Todos os reinos do mundo me foram entregues” (Lc. 4:5-8). É de arrepiar os cabelos. Se Jeová entregou o justo Jó nas mãos de Satanás, é claro que entrega os maus e pecadores. E, se alguém se rebelar, o próprio Jeová destrói; pois destruiu os dois reinos dele, criados para sua glória (Is. 43:7).

Jeová não vai ter mais caridade pelos gentios do que pelos judeus. Em Isaías 14:4, 11-15, está a profecia contra o diabo, de quem Nabucodonosor é figura. Em Gn. 2:8-14, o projeto de Jeová nunca foi regar o seu jardim com amor e bondade, mas sim com corrupção, sodomia, escravidão maligna, vinganças e maldições. Assim foi regado o Jardim do Éden. E foi tão inútil esse método que Jeová os rejeitou a todos, e os destruiu.

Reflitamos na obra salvadora de Jesus Cristo. “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação” (Hb. 2:3).

 

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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