(118) – NABUCODONOSOR

Nabucodonosor, Nebucadnezar, no dialeto acádico, o mais poderoso rei da Babilônia, é filho de Nabopalasar, que fundou esse império. Jeová se servia de Nabucodonosor em suas guerras, e o chamava de servo. “Eu tomarei a todas as gerações do norte, diz Jeová; como também a Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo, e os trarei sobre esta terra, e sobre os seus moradores, e os destruirei totalmente…” (Jr. 25:9). Esta palavra era sobre Israel. Agora Jeová vai profetizar sobre o Egito: “Eis que eu tomarei a Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo, e porei o seu trono sobre estas pedras, e estenderá a sua tenda real sobre elas, e virá, e ferirá o Egito; quem para a morte, para a morte; e quem para o cativeiro, para o cativeiro” etc. (Jr. 43:10-11). Jeová usou Nabucodonosor, rei de Babilônia, o rei dos reis, com os cavalos, e com carros, e companhias, e muito povo. As suas filhas do campo ele matará à espada… (Ez. 26:7-8).

Em Isaías, capítulo 14, Jeová fala contra o rei de Babilônia, chamando-o de opressor (Is. 14:9)“O inferno desde o mais profundo se turbou por ti, para te sair ao encontro na tua vinha; despertou por ti os mortos”. E continua Jeová a falar pela boca de Isaías: “Já foi derribada no inferno a tua soberba com o som dos teus alaúdes; os bichos debaixo de ti se estenderão, e te cobrirão. Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo e contudo serás levado ao inferno, ao mais profundo do abismo” (Is. 14:11-15).

É fantástico, Nabucodonosor  personifica Satanás, e Jeová o qualifica de servo, e o envia para realizar suas guerras? Se Nabucodonozor é figura de Satanás e, em obediência a Jeová, cumpre seus propósitos, não é inimigo, mas aliado e servo. Se Nabucodonosor é a serpente, ou o dragão, ou Satanás, pois estes são nomes do mesmo demônio, as coisas que aconteceram a Satanás aconteceram também a Nabucodonosor. Por exemplo, Satanás, pela soberba, quer ser adorado como Deus, e Nabucodonosor construiu uma estátua de ouro de 30 metros de altura, e todos deveriam se prostrar diante dela em adoração (Dn. 3:5).

Outra comparação: Nabucodonosor reinava absoluto sobre as nações (Dn. 4:1). Como fosse um rei perverso, como castigo, foi tirado de entre os homens, e transformado numa besta, comia a erva do campo, até que se passaram sete tempos. Depois de passados os sete tempos, Nabucodonosor foi restaurado no seu trono, e voltou a reinar (Dn. 4:32-34). Satanás também tinha poder sobre os reinos deste mundo, mas pela sua perversidade, foi cassado e condenado a se alimentar de pó por sete tempos (Gn. 3:14). Os sete tempos são as sete dispensações que compõe a história do homem neste mundo, a saber:

1ª) A dispensação ou da inocência, que abrange o período de Adão e Eva no paraíso. Essa dispensação não durou cem anos, pois Adão, expulso do Jardim, gerou a seu filho Sete, com 130 anos (Gn. 5:3).

2ª) A dispensação da consciência  que durou perto de 1.500 anos, desde a expulsão do Jardim até o dilúvio.

3ª) A dispensação do governo humano, quando os homens edificaram a Torre de Babel, e durou até a chamada de Abraão, esta foi de 300 anos.

4ª) A dispensação da promessa, feita aos patriarcas, a durou de Abraão até o Sinai, quando o povo de Israel recebeu a Lei.

5ª) A dispensação da Lei, que durou 1.600 anos, isto é, de Moisés até Jesus Cristo.

6a) A dispensação da graça, que começou em Jesus Cristo, e já perdura por dois mil anos. Esta é a dispensação da Igreja e do Espírito Santo.

7a) A dispensação do anti Cristo, até o juízo deste mundo.

Pois bem, Jeová declara que vai criar  um novo céu e uma nova terra, quando o seu povo Israel será restaurado e abençoado, e quando Jeová habitará no meio deles (Is. 65:17-25; Jr. 31:33; 32:37-38; Sl. 132:13-14). Pois Satanás será restaurado na nova Terra, depois dos sete tempos, para comer o pó, isto é, para se alimentar dos mortos (Is. 65:25).

A terceira figura fabulosa está em Jeremias. “Eu fiz a terra, o homem, e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande poder, e com o meu braço estendido, e a dou aquele que me agrada em meus olhos. E agora eu entreguei todas estas terras na mão de Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo, e ainda até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam” (Jr. 27:5-6).

Ora se Nabucodonosor é figura do diabo, e Jeová entregou todas as nações na mão do rei maligno, foi Jeová que entregou os reinos deste mundo a Satanás. Lucas registra o fato: “E o diabo, levando Jesus a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te  Satanás, porque esta escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás” (Lc. 4:5-8).

Sendo, pois, Nabuconosor, a serpente ou Satanás, e sendo servo de Jeová, e aliado, assim como Nabucodonosor destruiu e oprimiu as nações, assim também o diabo oprime e destrói sob as ordens de Jeová. E quando o povo judeu foi levado ao cativeiro babilônico por Jeová, foi entregue nas mãos do diabo pelo próprio Jeová, por isso Jesus disse aos fariseus: “Vós tendes por pai o diabo” (Jo. 8:44).

         O nosso Deus Pai do Senhor Jesus  não entrega ninguém ao diabo, antes, compra-nos do diabo com o sangue de Cristo ( 1 Pd. 1:18-19; 1 Co. 6:19-20).

Autoria: Pr. Olavo Silveira Pereira

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