(386) – VELHO TESTAMENTO ABOLIDO – I

VELHO TESTAMENTO ABOLIDO 1

Que quer dizer abolir? Anular, extinguir, revogar. Abolir uma lei é pôr fora de uso. Que quer dizer abrogar? Abolir, anular, invalidar, suprimir, pôr em desuso. Pois bem. Paulo declara que o Velho Testamento foi abolido por Cristo. O texto diz: “E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório. Mas os seus sentidos foram endurecidos. Porque até hoje o mesmo véu está por ser levantado na lição do Velho Testamento, o qual foi abolido por Cristo” (II Co. 3:13-14). A maioria dos cristãos entende que foi abolido o véu, e não o Velho Testamento, pois toda a Igreja cristã está pendurada, ou melhor, está amarrada ao Velho Testamento. Se for tirado o Velho Testamento, a Igreja entra em colapso. Mas Paulo continua, dizendo: “E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto no coração deles” (II Co. 3:15). Logo, o véu não foi abolido. Já se passaram dois mil anos, e o véu está posto no coração dos cristãos e dos judeus. Incrível!

Cristo não é mediador do Velho Testamento, mas do Novo Testamento (Hb. 8:6, 9:15; 12:24). O mediador do Velho Testamento foi Moisés (Gl. 3:19).

O Novo Testamento exclui o Velho. O Novo Testamento invalida o Velho. Para deixar claro o assunto, vamos focalizar algumas evidências bíblicas:

1.  Jesus Cristo aboliu os sacrifícios do Velho Testamento, que foram ordenados por Jeová. Na lei está escrito: “Um altar de terra me farás, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, as tuas ovelhas, e as tuas vacas; em todo o lugar, onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti, e te abençoarei” (Ex. 20:24). Quando alguém pecava, está escrito: “Mas, se pela sua oferta trouxer uma cordeira para expiação do pecado, sem mancha a trará” (Lv. 4:32). A cordeira é degolada pela expiação do pecado, o sangue será derramado na base do altar. A gordura é tirada e queimada sobre o altar. Assim o sacerdote por ela fará a expiação dos seus pecados, que pecou, e lhe será perdoado o pecado (Lv. 4:33-35). Mas na carta aos Hebreus, lemos: “Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados” (Hb. 10:4). E continua: “Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei)” (Hb. 10:8). “Estão disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez” (Hb. 10:9-10). Os sacrifícios de animais não agradavam a Deus, como lemos, mas agradavam a Jeová, o qual se deliciava com o cheiro da carne queimada (Gn. 8:20-21; Lv. 1:9; 2:9). O fato é que o sacrifício de Cristo aboliu os sacrifícios do Velho Testamento, que não eram da vontade do Pai, pois não os queria, nem lhe agradavam.

2.  Vejamos a lei de Jeová. O maior mandamento da lei e dos profetas é: “Amarás a Jeová teu deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu poder” (Dt. 6:5). O segundo mandamento é: “Amarás o próximo como a ti mesmo; eu sou Jeová” (Lv. 19:18). Mateus diz que destes dois mandamentos depende toda a lei e os profetas (Mt. 22:40). Pois bem. Jesus deu um novo conceito, dizendo: “UM NOVO MANDAMENTO VOS DOU: QUE VOS AMEIS UNS AOS OUTROS; COMO EU VOS AMEI A VÓS, QUE TAMBÉM VÓS UNS AOS OUTROS VOS AMEIS” (Jo. 13:34). O padrão de Jeová é o homem amar com padrão humano e falho, pois o homem é destituído da glória de Deus (Rm. 3:23). O padrão de Jesus é amar como Deus ama, pois Jesus é Deus (I Jo. 5:20; Jo. 13:34). Em relação a amar a Deus acima de tudo, João diz: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e aborrece a seu próximo, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus ao qual não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão” (I Jo. 4:20-21). No Novo Testamento o amor a Deus, está vinculado ao amor ao próximo, logo, amando ao próximo ou a meu irmão, declaro que amo a Deus. Como dos dois grandes mandamentos de Jeová depende toda lei e os profetas, sendo mudados no Novo Testamento, caiu a lei e os profetas. É por isso que Jesus disse: “A lei e os profetas duraram até João” (Lc. 16:16). Os sacrifícios e o padrão de amor do Velho Testamento foram abrogados.

3.  Na carta aos Hebreus ainda lemos: “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei” (Hb. 7:12). O sacerdócio de Jeová era exercido somente pelos levitas, que serviam no templo, e ministravam os sacrifícios da lei (Hb. 5:1). Pedro, o apóstolo, diz: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus” (I Pd. 2:9-10). Os levitas eram povo de Jeová, e Pedro fala dos gentios que não eram, e passaram a ser. Qual a função dos novos sacerdotes? Ensinar que os sacrifícios da lei de Jeová, foram extinguidos, e Jesus Cristo morreu na cruz por todos os homens. A mensagem agora é: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc. 16:15-16). O deus Jeová era deus só de Israel (Am. 3:2).

Se o Velho Testamento não foi abolido está aleijado, pois Jesus aboliu os sacrifícios do Velho Testamento, isto é, de Jeová; tornou obsoletos os dois grandes mandamentos da lei de Jeová, onde os homens amavam como podiam, com capacidade humana, mas no Novo Testamento amam com amor divino, pois o amor de Deus está derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado(Rm. 5:5). E aboliu o sacerdócio levítico. (Continua no próximo folheto).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

Deixe um comentário