(417) – EU, PORÉM, VOS DIGO

EU, PORÉM, VOS DIGO

 

  • “Justo é Jeová em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras” (Sl. 145:17). Eu sempre pensei que Deus só tem um caminho, pois Jesus declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo. 14:6). Se Jesus é o caminho por onde se vai a Deus, não havia caminho antes do Cristo encarnado. É fácil provar. Por exemplo: no Velho Testamento Jeová deu a lei olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe (Ex. 21:24-25). O texto de Jeová é claro: Quando um arrancasse o olho do outro, ou com um soco quebrasse o dente do outro, os juizes prendiam o que quebrou o dente ou arrancou o olho, e o queixoso, na praça pública lhe arrancava o olho, e lhe quebrava o dente com um soco. De igual modo seriam cobradas as outras violências descritas no texto acima. Jesus, quando veio, mudou a lei dizendo: “Ouvistes o que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te o vestido, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas” (Mt. 5:38-41). Ora, se Cristo estivesse com Moisés, teria dado este mandamento, e não o que Jeová deu; logo Jesus não estava no Velho Testamento, e não era Jeová como dizem os teólogos.
  • Jesus disse também: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos a Jeová. Eu, porem, vos digo que de maneira nenhuma jureis: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porem, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna” (Mt. 5:33-37). Ora, se estivesse lá no monte Sinai dando a lei ao povo, não ordenaria o juramento, como Jeová fez, dizendo: “A Jeová teu deus temerás, e a ele servirás, e pelo seu nome jurarás” (Dt. 6:13). E o profeta Isaías disse: “De sorte que aquele que se bendisser na terra será bendito no deus da verdade; e aquele que jurar na terra, jurará pelo Deus da verdade” (Is. 65:16).

Ora, se Jesus Cristo estivesse no Velho Testamento, isto é, se ele fosse Jeová, não teria ordenado o juramento; e se Espírito de Cristo estivesse em Jeová, este não teria mandado o povo jurar pelo seu nome (Lv. 19:12; Dt. 10:20; Is. 45:23). Concluímos que Jesus Cristo nunca esteve no Velho Testamento em pessoa, logo não é Jeová.

  • E disse mais Jesus: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não adulterarás. Eu, porem, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério” (Mt.5:27- 28).Esse termo, EU, PORÉM, VOS DIGO, revela que Jesus pensa diferente do que está no Velho Testamento. Em outras palavras, Jesus diria: A minha linha de conduta é outra, ou, o meu nível está acima daquele. Quanto ao adultério, na lei, Jeová fala claro: “Quando um homem for achado deitado com mulher casada com outro, então ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher, e a mulher. Assim tirarás o mal de Israel” (Dt. 22:22). O adultério só era configurado quando eram pegos em flagrante (Jo. 8:1-3). Na lei não era considerada a intenção que leva ao ato. Jesus abordou o desejo antecipado, isto é, a cobiça do coração lascivo. Alias, Jeová aprovava a cobiça com respeito a mulheres não israelitas (Dt. 21:10-14). Para Jesus, qualquer que cobiçar com os olhos, já no coração cometeu adultério; e acrescenta: “Se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um de teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno” (Mt.5:29-30). É obvio que Jesus não estava no monte com Moisés, pois se estivesse daria o seu conceito, e não o conceito de Jeová. Jesus nunca foi Jeová.
  • Por ultimo, Jesus falou: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e aborrecerá o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz com que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mt. 5:43-45).

Por que Jeová mandou amar o próximo e aborrecer o inimigo? Aborrecer é também odiar! Jeová mandou aborrecer porque ele aborrece: “Jeová aborrecerá o homem sanguinário e fraudulento” (Sl. 5:6). “Jeová prova o justo, mas a sua lama aborrece o ímpio e o que ama a violência” (Sl. 11:5). Como Jeová aborrece os ímpios, ordena a seus servos que também aborreçam. Jeová aborreceu até o seu próprio povo, porque pecou, adorando outros deuses: “Pois lhe provocaram a ira com os seus altos, e despertaram-lhe o zelo com as suas imagens de escultura. Jeová ouviu isto e se indignou, e sobremodo aborreceu a Israel. Pelo que desamparou o tabernáculo em Silo, a tenda que estabelecera como sua morada entre os homens. E deu a sua força ao cativeiro, e a sua glória à mão do inimigo. E entregou o seu povo à espada, e encolerizou-se contra a sua herança. Aos seus mancebos consumiu-os o fogo. E as suas donzelas não tiveram festa nupcial” (Sl. 78:58-63). Veja o que Jeová fez aos que aborreceu. Que ódio! Pois Davi, o amado de Jeová, aprendeu a aborrecer nessa escola. Davi mesmo confessa isso, achando glorioso aborrecer: “Não aborreço eu, ó Jeová, aqueles que te aborrecem, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti? Aborreço-os com ódio completo; tenho-os por inimigos” (Sl. 139:21-22). O mau exemplo de Jeová não faz parte do currículo de Jesus, que assim falou: Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: E deu aos discípulos uma nova cartilha de amor, para que fossem filhos do Deus Pai(Mt. 5:43-48).

Referindo-se aos estatutos dados por Jeová, Jesus disse: Ouvistes o que foi dito. E em seguida diz: Eu, porém, vos digo. Assim Jesus reprovou os estatutos de Jeová, e estabeleceu outros perfeitos. Fica provado que o que Jeová ordenou, não é o que Jesus ordena, e assim fica provado que Jeová não é Jesus, pois Jesus jamais poderia ordenar leis e estatutos contrários; pois dessa forma cairia no ridículo.

Paulo declara: “Se formos infiéis, ele permanece fiel: não pode negar-se a si mesmo” (II Tm. 2:13). E outra vez: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (Hb. 13:8).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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