(125) – O MESSIAS 2

A vara de ferro mencionada no Sl. 2:8-9 simboliza o governo violento do Messias sobre os povos deste mundo. O Salmo começa assim: “Porque se amotinam as gentes, e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos se mancomunam contra Jeová e contra o seu ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas” (Sl. 2:1-3). A reação de Jeová não revela o amor do Pai para com os pecadores, mas uma ira contrária a graça salvadora, como lemos no Novo Testamento: “A graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt. 2:11). Como dissemos, a reação de Jeová é humana e vingativa, por isso vociferou: “Aquele que habita nos céus se rirá, Jeová zombará deles. Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os consumirá” (Sl. 2:4-5). O Deus Pai de Jesus não caçoa, nem zomba dos pobres terráqueos, nem lança confusão por estar cheio do furor de Jeová, o deus antropomórfico; a reação do Pai diante da vaidade, do orgulho, e da cegueira dos reis deste mundo é definida pelo apóstolo Paulo com as seguintes palavras: “Onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm. 5:20). Seria ridículo Deus descer do céu para medir forças com paranóicos, esquizofrênicos, loucos e cegos, coisas próprias de Jeová, por isso ele se intitula JEOVÁ DOS EXÉRCITOS (Is. 8:13; 9:19). Cheio de furor Jeová promete o Messias. “Recitarei o decreto: Jeová me disse: tu és meu filho, eu hoje te gerei. Pede-me e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro” (Sl. 2:7-9). O Salmo dois deixa bem claro que o Messias é o fruto do furor de Jeová para esmigalhar as nações. Jesus Cristo é o fruto do amor de Deus Pai. Como Deus não muda, e a vida e o ministério de Jesus foram opostos às predições de Jeová, pois Jesus foi crucificado para salvar aqueles que Jeová queria despedaçar no seu furor, qualquer um pode concluir que Jeová lançava confusão nas profecias, pois um profeta predizia pelo Espírito de Cristo, que o Messias seria humilde, manso e sofredor, como lemos em Isaías 53, e outro predizia pelo espírito de Jeová um Messias tirano e destruidor, como Ml. 3:1-3; Ag. 2:6-7; Jr. 30:16-20. Entretanto, o Messias manso, humilde, pobre e sofredor, foi predito pelo Espírito de Cristo e não pelo espírito de Jeová. “Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas, da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando que tempo ou que ocasião de tempo, o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava,  anteriormente, testificando os sofrimentos que a Cristo (Messias) haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir” (1 Pd. 1:9-11).

Moisés, pertencendo a Jesus, como lemos em Hb. 11:23-27, foi usado por Jeová como figura do Messias tirano, por isso declarou que as obras de  Jeová não procediam do seu coração, e se defrontou com Jeová diversas vezes obrigando-o a mudar o plano assassino e destruidor (Nm. 16:28; 14:11-20; Ex. 32:9-14). É absurdo que o Deus que se declarou criador do universo, dos animais e dos homens, da natureza tão bela e do perfume das flores, seja chamado a atenção por um homem e se arrependa de um gesto impensado. Pois aconteceu com Jeová diversas vezes. E fique bem claro que Moisés foi obrigado a ser o líder de Israel, e o fez a contragosto (Nm. 11:11-15). Moisés foi, nas obras de Jeová, figura do Messias que não veio.

1.   Moisés foi o libertador só de Israel num plano político e material; Jesus é o libertador e salvador de todos os homens, num plano celestial e eterno.

2.   Moisés realiza o plano de Jeová por meio de pestes e pragas (Ex. 7 a 14). Jesus realiza o plano do Pai por meio do amor (Jo. 15:13; 3:16).

3.   Moisés deu uma lei que mata (Ez. 18:4) “A alma que pecar morrerá”. Cristo deu uma lei que salva: “Um novo mandamento vos dou, que vos ameis uns aos outros como eu vos amei a vós” (Jo. 13:34). Pois aquele que ama o próximo cumpriu a lei (Rm. 13:8-10).

4.   A lei de Moisés responsabiliza o homem pelo pecado (Ez. 18:20). Cristo assume os pecados dos homens anulando o poder da lei (1 Pd. 2:24).

5.   Moisés guiou o povo no deserto por 40 anos até que morreram (Nm. 14:26-38). Jesus dá a vida eterna a suas ovelhas, e nenhuma se perde (Jo. 10:27-30).

6.  Moisés ordenou as maldições monstruosas da lei (Dt. 28:15-68). Jesus resgatou das maldições (Gl.3:13).

7.   A vontade de Jeová era destruir seu povo pelas mãos de Moisés (Ex. 32:10;  Ex. 22 24; Dt. 9:13-14; Nm. 14:12; 16:49). A vontade do Pai é salvar todos os povos pelas mãos de Jesus (Jo. 6:38-40).

8.   Moisés ordenou que guardassem o sábado de Jeová sob pena de morte (Nm. 15:32-36). Cristo não guardava o sábado, antes o violava (Jo. 5:16-18; 9:16).

9.   Moisés ordenou a circuncisão de Jeová (At. 15:1; Js. 5:1-9). Jesus anulou a lei da circuncisão de Jeová (Gl. 5:6; 6:15).

10.  Moisés estabeleceu o divórcio por qualquer motivo (Dt. 24:1-4). Pois até o próprio Jeová se divorciou do seu povo que salvara (Is. 50:1; Jr. 3:8). Jesus Cristo não aceita divórcio (Mt. 19:9).

11.  Moisés admitia a poligamia por orientação de Jeová (Dt. 21:15). Jesus acabou com a poligamia (1 Co. 7:2-4; 1 Tm. 3:2-12; Tt. 1:6).

12.  Moisés libertou o povo de Jeová pela violência, isto é, com a vara de ferro de Jeová (Ex. 4:20; 17:9; Nm. 20:7-9). Jesus Cristo liberta a todos sem violência, mas pelo amor (Rm. 5:8-10).

13.  No batismo de Moisés, os israelitas, que não foram imergidos nas águas viveram, e os egípcios que foram imergidos, morreram (Ex.  14:21-22). No batismo de Cristo, os pecadores, quando são imergidos, passam da morte para a vida, e os israelitas que se negam a imergir por não aceitarem Cristo, morrem.

14.  Vemos que Moisés foi figura, mas não de Jesus Cristo. Ele foi figura de um Messias que não existe, pois não existiu no coração do Pai.

 

Autoria: Pr. Olavo Silveira Pereira

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