(085) – MAMOM

A palavra grega Mamom se traduz por riqueza. Em Mat. 6:24 lemos a palavra Mamom, e no rodapé da página está a tradução. A riqueza é um deus para muitos cristãos. Quando Jesus diz: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamon”  (Mt. 6:24), Jesus está ensinando que quem ama o dinheiro despreza a Deus. Um moço rico queria herdar o reino de Deus. Jesus lhe perguntou se guardava os mandamentos. Ele respondeu que desde criança era fiel na guarda dos mandamentos. Jesus, para prová-lo no amor a Deus, disse-lhe: “Falta-te uma só coisa. Vai, vende tudo que tens, reparte entre os pobres, e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e segue-me”. O moço, por amor ao dinheiro e ao conforto material, desprezou a Deus afastando-se. Achou que deixar a riqueza para ser salvo era um pedido absurdo. Aquele jovem rico preferiu ficar com Jeová, o Deus do ouro e da prata (Mt. 19:16-23; Ag. 2:8).

É Jeová que enriquece. “Antes te lembrarás de Jeová teu Deus, que ele é o que te dá poder para enriquecer” (Dt. 8:18). A palavra “riqueza”, deste texto, se encontra na Bíblia Thompsom, Vida Nova, Bíblia de Jerusalém, conforme o grego. A tradução de Almeida não está fiel ao original. “E quanto ao homem, a quem Jeová deu riquezas e fazenda, e lhe deu poder para delas comer….”  (Ec. 5:19). “Um homem a quem Jeová deu riquezas, fazenda e honra, e nada lhe falta de tudo quanto a sua alma deseja, mas Jeová não lhe dá poder para daí comer… “ (Ec. 6:2). “Jeová enriquece e empobrece, abaixa e também exalta” (1 Sm. 2:7). “O rico e o pobre se encontraram; a ambos fez Jeová” (Pv. 22:2). Jeová revelou a Abraão o cativeiro egípcio de 430 anos, e que depois dos juízos de Jeová sairiam com grande fazenda (Gn. 15:13-14). Ao sair do Egito 430 anos depois, os israelitas o despojaram (Ex. 3:19-22; 12:35). Levaram a prata e o ouro do Egito para em seguida fabricar o bezerro de ouro. O próprio Abrão foi enriquecido no Egito. O preço que pagou foi entregar Sarai, sua mulher, que se tornou amante de Faraó. Este, por amor de Sarai, enriqueceu Abrão, com a bênção de Jeová (Gn. 12:10-16).

A herança de Jeová era riqueza material: “O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro, com ponta de diamante, e gravado na tábua do seu coração” (Jr. 17:1). “Ó minha montanha do campo! A tua riqueza e todos os teus tesouros darei por presa, e também os teus altos por causa do teu pecado. Assim por ti mesmo te privarás da tua herança que te dei” (Jr. 17:3-4).

O povo de Israel aprendeu a amar o ouro e a prata com Jeová. Quando Josué destruiu Jericó, o saque do ouro e da prata iam para os tesouros de Jeová. “Porém toda a prata e todo o ouro, e os vasos de metal, e de ferro, são consagrados a Jeová;  irão ao tesouro de Jeová” (Js. 6:19). Logo a seguir, no verso 21, Jeová deu ordem para matar a fio de espada, desde o homem até a mulher, desde o menino até o velho. As vidas não tinham valor para Jeová; o ouro e a prata tinham grande valor. Os livros de história Universal classificam o povo de Israel como bandoleiros nômades que viviam do saque. Era tão importante para Jeová a riqueza, que um dos seus castigos consistia em trazer uma nação guerreira para saquear o seu povo rebelde. “Também darei toda a fazenda desta cidade, e todo o seu trabalho, e todas as suas coisas preciosas; sim, todos os tesouros dos reis de Judá entregarei na mão dos seus inimigos, e saqueá-los-ão, e levá-los-ão  ao rei da Babilônia” (Jr. 20:5). “A tua fazenda e os teus tesouros entregarei sem preço ao saque; e isso por todos os teus pecados” (Jr. 15:13).

Jeová promete, por boca de Isaías, o profeta, num futuro não muito distante, restaurar o reino de Israel, que seria a luz dos povos. Então todos os reis viriam louvar a Jeová em Jerusalém, e trariam presentes: multidão de camelos e dromedários, trariam ouro e incenso, ovelhas e carneiros. Os filhos dos estrangeiros edificariam os muros da cidade e os reis seriam todos servos de Israel. E Jeová faz uma ameaça: “A nação ou reino que não te servirem perecerão e serão assoladas” (Is. 60:3-12). Com toda a certeza podemos afirmar que Jeová não é o deus dos gentios como o Pai de Jesus (Rm 3:29). O profeta Zacarias acrescenta algo tenebroso sobre o assunto: “E acontecerá que se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém para adorar o rei, Jeová dos Exércitos, não virá sobre ele a chuva. E, se a família dos egípcios não subir, virá sobre eles a praga com que Jeová ferirá as nações” (Zc. 14:18-19). Sem dúvida nenhuma, o projeto de Jeová era oposto ao de Jesus Cristo.

Segundo as palavras de Eliú, no livro de Jó, lemos: “Se te converteres ao Todo Poderoso (Shaday), serás edificado; afasta a iniquidade da tua tenda. Então amontoarás ouro como pó, e ouro de Ofir como pedras do ribeiro. E até o Todo Poderoso te será por ouro, e por prata amontoada” (Jó 22:23-25).

No Velho Testamento, a glória vinha com as riquezas, por isso a riqueza vem antes. O rei Davi, abençoado por Jeová, morreu cheio de dias, riqueza e glória (1 Cr. 29:28). Jeová deu riquezas e glória a Salomão (1 Rs. 3:13). O ouro que Salomão recebia todos os anos era de 666 talentos de ouro (1 Rs. 10:14). Não devemos esquecer que 666 é o número da besta (Ap. 13:18). Jeová abençoou Josafá, rei de Judá, com riquezas e glória  (2 Cr. 17:5; 18:1). Jeová enriquecia os justos. “Louvai a Jeová. Bem aventurado o homem que teme a Jeová, que nos seus mandamentos tem prazer. A sua descendência será poderosa na Terra; a geração do justo será abençoada. Fazenda e riqueza haverá na sua casa” (Sl. 112:1-3). Os amigos de Jó o acusavam de ser grande pecador, pois se fosse justo não teria ficado da miséria (Jó 22:5-11).

Uma coisa confunde as pessoas. A primeira é que Satanás se autodenomine dono dos reinos deste mundo, seu poder e sua glória, e das riquezas obviamente. É Jeová ou Satanás quem dá ouro, prata e riquezas?  A segunda coisa que confunde, é que Jesus e o Pai nunca deram riquezas materiais a ninguém, pois lemos: “Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino?” (Tg. 2:5). Jesus afirmou que um rico apegado a riqueza é insensato e louco, e por isso, condenado (Lc. 12:13-21). Ora, se a bênção de Jeová é a riqueza (Pv. 10:22),  a maldição de Jeová é a pobreza; se a bênção do Pai é a pobreza, sendo maldição a riqueza, Jeová e o Pai são adversários. E Jeová e Satanás são amigos.

 

 

Autoria: Pr. Olavo Silveira Pereira

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