(212) – OS FILHOS DE DEUS – II

OS FILHOS DE DEUS – II

     O deus Jeová revelado no Velho Testamento tinha filhos neste mundo que não passaram pelas mãos de Jesus Cristo. “Viram os filhos de deus que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram”(Gn. 6:2). Uns dizem que as filhas dos homens eram descendência de Caim, e os filhos de deus a descendência de Sete. Outros afirmam que os filhos de deus seriam os anjos caídos e as filhas dos homens seriam as vedetes do início da história humana, baseados em Judas 6 e 7.

Para ser filho do Deus revelado por Jesus no Novo Testamento, as pessoas, para se tornarem filhos tinham e têm de passar por Jesus Cristo, pois Jesus disse: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo. 14:6). “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos quais crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12-13). Anulando e desautorizando a palavra ensinada por Jesus Cristo aos apóstolos, Jeová tinha filhos no Velho Testamento que não conheceram Jesus Cristo. Vejamos.

“Filhos sois de Jeová vosso deus; não vos dareis golpes, nem poreis calva entre vossos olhos por causa de alguém morto” (Dt. 14:1). “Esqueceste-te da rocha que te gerou, e em esquecimento puseste o deus que te formou. O que, vendo Jeová, os desprezou, provocado a ira contra seus  filhos e suas filhas” (Dt. 32:18-19).Esses filhos de Jeová eram regidos pela lei de Jeová. Os desobedientes eram penalizados com terríveis maldições e mortos, e os obedientes eram abençoados por merecimento. “A maldição de Jeová habita na casa do ímpio, mas a habitação dos justos ele abençoará” (Pv. 3:33). Há um detalhe muito importante a ser observado. Se os filhos de Jeová insistiam na desobediência, Jeová aumentava as maldições até a destruição final. Em Levíticocap.26, Jeová diz: “Se vocês não cumprirem todos os meus mandamentos, invalidando o meu concerto, eu porei sobre vós o terror, a tísica e a febre ardente que consumam os olhos e atormentem a alma; e semeareis debalde a vossa semente. Porei minha face contra vós, e sereis feridos diante dos vossos inimigos. E se, com estas coisas não me ouvirdes, então prosseguirei em castigar-vos sete vezes mais. Farei que vossos céus sejam de ferro e vossa terra como cobre. As árvores não darão fruto. E, se andardes contrariamente para comigo, e não me quiserdes ouvir, trar-vos-ei pragas sete vezes mais, porque enviarei entre vós feras do campo que matarão vossos filhos, e desfarão o vosso gado. Se ainda com estas coisas não fordes restaurados por mim, eu também andarei contrariamente para convosco, e eu mesmo vos ferirei sete vezes mais, porque trarei sobre vós a espada, que executará a vingança do concerto; e estareis ajuntados nas vossas cidades, e eu enviarei a peste sobre vós, e sereis entregues na mão do inimigo. E, se não obedecerdes nem cumprirdes a minha lei, eu prosseguirei em castigar-vos sete vezes mais, porque comereis a carne de vossos filhos e de  vossas filhas, e vos espalharei entre as nações, e desembainharei a minha espada atrás de vós” (Lv. 26:14-33).

Fica provado que os flagelos impostos por Jeová não visavam a saúde dos seus filhos carnais, mas apenas a destruição. Todos os que Jeová salvou do Egito foram destruídos, menos dois (Jd. 5; Nm.14:26-38). A destruição estava implícita nas maldições (Dt. 28:45, 48, 51, 61, 63).

Os filhos de Deus do Novo Testamento não estão mais debaixo das maldições de Jeová segundo o ensinamento do apóstolo Paulo. “Cristo nos resgatou das maldições da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gl. 3:13). A coisa fica da seguinte maneira. Os judeus de hoje não crêem em Jesus Cristo, mas crêem em Jeová, permanecendo debaixo da lei e das maldições da lei. É por isso que essa maldição propiciou o grande holocausto nos campos de concentração alemães durante a segunda guerra mundial, começada em 1939, e acabada em 1945. Morreram flagelados mais de seis milhões de Judeus. Paulo declara o seguinte: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm. 6:14).

O critério de Jeová é que os homens só deixam de pecar por medo e pavor, por isso declara que o princípio da ciência é o temor de Jeová (Pv. 1:7; 9:10; 15:33; Sl. 111:10). O critério de Jesus é diferente. Para Jesus e o Pai, o homem não peca por amor, pois quem ama realmente jamais ofende o bem amado. É por isso que Jesus resgata com seu sangue os pecadores das maldições de Jeová. O pecador sentindo-se amado, passa também a amar o seu Salvador. Mas quem ama  mais o pecado que a Jesus, é claro que vai pecar.

É como o casamento. Quando o marido ama a sua esposa, não adultera com outra, mas se amar mais a outra, esta será sua amante predileta. No caso dos homens a amante é a sua própria carne com sua lascívia e com suas concupiscências.

Vimos que existem duas famílias. Uma de Jeová e outra de Jesus; uma é filha da carne e outra gerada pelo Espírito Santo; uma é filha da ira e maldições, e outra é filha do amor incomensurável de Jesus na cruz. Uma é escrava com seus filhos e outra é livre também com seus filhos. A escrava tem como herança a terra e a livre tem como  herança o universo (I Pd. 1:3-4; II Tm. 4:18).

Mas temos na Bíblia uma terceira família. É a formada pela semente de Satanás. Quem esclarece o assunto é o próprio Jeová, quando disse à serpente. “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn. 3:15).

Ora, a serpente é também Satanás (Ap. 12:9). Essa semente é o joio da parábola. O joio nasce no meio do trigo, é muito semelhante ao trigo, mas não dá fruto. É só palha (Mt. 13:24-30). Jesus, explicando a parábola, diz: “O que semeia a boa semente, é o Filho do Homem; o campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno. O inimigo, que o semeou, é o diabo” (Mt. 13:37-39). O apóstolo João declara qual o comportamento dos filhos do diabo. “Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus” (I Jo. 3:10). Na carta aos Hebreus, lemos que esses filhos do diabo são os bastardos. “Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois bastardos, e não filhos” (Hb. 12:8).

Os filhos de Jeová, estando debaixo de maldição, serão destruídos pela ira de Jeová, como lemos acima.

Os filhos de Deus, o Pai, gerados pela Igreja, são disciplinados na Igreja, conforme ensino de Jesus em Mt. 18:15-18. “Se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas se não te ouvir, leva contigo uma ou duas testemunhas, para que a palavra seja confirmada. E se não as escutar, dizei-o a Igreja, e se não escutar a igreja, considera-o como gentio e publicano”. Estes são, os bastardos que estão sem disciplina, e serão lançados com seu pai, o diabo, no fogo eterno (Mt. 25:41).

Nós é que escolhemos nosso destino eterno. Com Jeová, a destruição pela vingança com o diabo e o fogo eterno. Com Jesus a vida eterna (I Jo. 5:11-12).

 

Autoria: Pastor Olavo S. Pereira

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