(314) – DEUS DA GLÓRIA – I

DEUS   DA   GLÓRIA   1

         Estêvão era um dos sete diáconos eleitos para servir as mesas (At. 6:1-5)Estêvão era homem cheio de fé e poder, e fazia prodígios e grandes sinais entre o povo (At. 6:8)A principal virtude de Estêvão era a sabedoria. No capítulo sete do livro de Atos, é nítido o conhecimento que Estêvão tinha do povo de Israel, seu povo. Como o seu prestígio crescia, levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, e dos cirineus e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão. E não podiam resistir à sabedoria, e ao espírito com que falava (At. 6:8-10).

Estêvão fez a seguinte narrativa histórica: “Varões irmãos, e pais, ouvi. O Deus da Glória apareceu a nosso pai Abraão, estando na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã” (At. 7:2).Comparando com Gênesis 12:1-4, notamos que Jeová chamou Abraão quando estava em Harã, ao passo que pela narrativa de Estêvão, este nos revelou que o Deus da glória chamou Abraão quando ainda habitava em Hur dos Caldeus, antes de habitar em Harã. Foram portanto dois chamados semelhantes, porém com promessas diferentes.

A pergunta que fazemos é: QUEM É O DEUS DA GLÓRIA? É O PAI? Analisemos a Bíblia. Falando da acepção de pessoas na Igreja, Tiago diz na sua epístola: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da Glória, em acepção de pessoas” (Tg. 2:1). Quando a Bíblia fala de Jesus como Senhor, revela que em matéria de glória, tudo o que se pode cogitar está debaixo da autoridade de Cristo. Cristo é o Senhor da glória no céu e na terra, no tempo e fora do tempo, por isso mesmo, o apóstolo Pedro diz: “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre” (I Pd. 4:11). A Jesus Cristo pertence a glória para todo o sempre, porque é o Senhor da Glória. Os judeus não tiveram olhos para identificar o Senhor da Glória. Quem disse isso foi Paulo: “Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos tempos dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu, porque, se a conhecessem, nunca crucificariam o Senhor da Glória” (I Co. 2:7-8). O detalhe fantástico deste texto é que os príncipes deste mundo são os sacerdotes do velho concerto, e a Bíblia revela que nenhum deles conheceu a sabedoria de Deus, e por isso crucificaram o Senhor da Glória, isto é, rejeitaram-no como falso Senhor.

Paulo nos faz a segunda revelação sobre o Deus da Glória: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o PAI DA GLÓRIA, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação” (Ef. 1:17). Jesus é o Pai da glória. Quem é o Pai da Glória? É aquele que gerou a glória; é aquele que trouxe à luz a glória, por isso é o Pai da Glória. Jesus é o Pai da glória porque antes dele não havia glória; e porque fora dele não há glória; e porque sem ele não haveria glória.

A Glória de Deus não haveria sem Jesus Cristo. É Paulo que faz essa revelação: “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da Glória de Deus, na face de Jesus Cristo” (II Co. 4:6). É tremendo! A Glória de Deus só pode ser conhecida na face de Jesus Cristo. Como explicar isso? A resposta é tão simples e lógica. Paulo outra vez, trazendo luz para nós, dizendo: “Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e que habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterna. Amém” (I Tm. 6:16). Este texto revela que Deus, o Pai, nunca foi visto por homem algum, e que jamais poderá ser visto por homens. Deus, o Pai, não está ao alcance dos homens, pois habita na luz inacessível. No entanto, o apóstolo João declarou: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer” (Jo. 1:18). Se Deus só pode ser conhecido em Jesus Cristo, Cristo é o Pai da Glória, pois sem Jesus a glória de Deus Pai jamais seria conhecida.

Na epístola aos Hebreus está escrito: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos neste últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo resplendor de sua glória, e a expressa imagem de sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à dextra da majestade nas alturas” (Hb. 1:1-3). No verso três deste texto temos quatro grandes verdades: 

1. Jesus é o resplendor da glória de Deus, isto é, sem Jesus a glória de Deus seria apagada. Resplendor é resplandecer com grande fulgor, brilhar com grande fulgor; é manifestar-se brilhantemente. Enquanto os críticos não cristãos condenam a ira e o furor do deus de Israel no Velho Testamento; condenam as vinganças sangrentas e as matanças; condenam as injustiças do deus tribal que faz acepção de pessoas; o deus que mata crianças inocentes pelo pecado dos pais; olhando para Jesus Cristo no Novo Testamento, são obrigados a reconhecer a bondade, a caridade e a misericórdia de Deus Pai, pois Cristo é o resplendor da Glória de Deus (Hb. 1:3).

2. Jesus é a expressa imagem de Deus. Jesus é manso e humilde, logo, Deus é manso e humilde. Jesus amou tanto os perdidos, que deus a sua vida na cruz para salvá-los, e para livrá-los deste mundo, segundo a vontade de Deus (Gl. 1:4). Deus, que é amor, não poupou seu Filho unigênito, antes o entregou por todos nós, provando amar como o Filho amou, porque Jesus é o resplendor da sua glória. Deus Pai revestiu Jesus de Glória e honra, quando da magnifica glória falou: “Tu és o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido” (II Pd. 1:17). E Jesus declarou: “E eu dei-lhes a glória que a mim me destes, para que sejam um, como nós somos um” (Jo. 17:22). Qual é a glória que Jesus nos deu? Que fôssemos chamados filhos de Deus“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef. 2:10). O que Jesus quer para nós, os cristãos, é que Deus, o Pai, comprazendo-se nas nossas obras, possa dizer para cada um de nós: “Tu és meu filho amado em quem me comprazo” (II Pd. 1:17; Jo. 17:22). E sabem por que Jesus faz esse prodígio? Porque é o Pai da Glória; é o resplendor da glória; e a expressa imagem de Deus.

3. Jesus sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder, e assim as suas promessas não mudam quando o homem fracassa, por isso Paulo disse: “Se formos infiéis, ele permanece fiel: não pode negar-se a si mesmo” (II Tm. 2:13). Jesus é o autor e consumador da fé. Jesus salva os crentes para que possam ver a glória de Deus, e possam viver eternamente na glória, por isso Paulo declarou:“Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória” (Cl. 3:4). QUAL A CONCLUSÃO QUE ESTE ESTUDO NOS TRAZ? O DEUS DA GLÓRIA, A QUEM ESTÊVÃO SE REFERE EM ATOS 7:2 É JESUS CRISTO, QUE APARECEU A ABRAÃO EM HUR DOS CALDEUS, E LHE PREGOU O EVANGELHO.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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