(127) – O MESSIAS 4

 

O Messias profetizado  seria um rei dominador, que viria restaurar o reino de Israel e submeter todas as nações da Terra pela força. O Salmo dois revela que os povos deste mundo com seus príncipes são contra Jeová e o seu ungido. Jeová, enfurecido, unge o Messias como rei sobre o monte Sião. Então Jeová diz: tu és meu filho, eu hoje te  gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçaras como a um vaso de oleiro” (Sl. 2:7-9). As profecias indicam um Messias tirano e sanguinário. “De repente virá ao seu templo o Senhor, a quem buscais, o anjo do concerto, a quem vós esperais. Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá quando ele aparecer? Porque ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros” (Ml. 3:1-2). Os povos das nações da terra seriam escravos de Israel: “Os filhos dos estrangeiros edificarão os teus muros, e os seus reis te servirão”(Is. 60:10)“Haverá estrangeiros que apascentarão os vossos rebanhos; e estranhos serão os vossos lavradores e os vossos vinheiros” (Is. 61:5). João Batista viu a Jesus e testificou dizendo: “Eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu por isso, batizando com água. E João testificou dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba, e repousar sobre ele”  (Jo. 1:31-32). “E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se, e lança-se ao fogo” (Lc. 3:9).

Pelas mãos de João Batista foi introduzido Jesus Cristo o ungido de Jeová, o Messias esperado, que deveria se assentar no trono de Davi (Lc. 1:32). Jesus deveria pedir a Jeová as nações por herança e possessão, para esmigalhá-las com a vara de ferro, de acordo com o Sl. 2:8-9. E quem foi o portador desta grande oferta? FOI SATANÁS, que mostrou-lhe numa visão todos os reinos do mundo, e a sua glória, dizendo: Tudo será teu se prostrado me adorares”(Lc. 4:5-7). Jesus não aceitou, e a profecia de Jeová falhou. Satanás foi o emissário de Jeová, e afirmou que tudo lhe fora dado por Jeová, o legítimo dono (Sl. 24:1). Quando Jesus estava diante de Pilatos, três anos depois, este lhe perguntou: “És tu o rei dos judeus? Jesus respondeu: O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO” (Jo. 18:33-36). Com esta resposta, Jesus deixou claro que não era o Messias de Jeová, pois o Messias de Jeová seria rei de Israel e rei deste mundo com as características de Jeová, isto é, guerreiro, dominador, vingativo e destruidor, exaltando Israel sobre todos os outros reinos.

Como Jesus pregou o reino dos céus, e não o reino de Israel (Mt. 4:17; 10:7) e esta mensagem é totalmente estranha às profecias de Jeová, e também porque Jesus viveu em humildade (Mt. 11:29), viveu como servo de todos (Mc. 10:44-45) e em pobreza extrema (Mt. 8:20; Lc. 9:51-53), foi rejeitado e morto como impostor, Pedro afirmou isso “SAIBA POIS COM CERTEZA TODA A CASA DE ISRAEL QUE A ESTE JESUS, A QUEM VÓS CRUCIFICASTES, DEUS O FEZ SENHOR E CRISTO”  (At. 2:36). Como fica? Jesus é o Ungido de Deus Pai, e foi rejeitado e crucificado como impostor? Qual a explicação? Os judeus esperavam o Messias na carne. O Cristo nascido em carne não foi declarado Messias pelo Pai. Somente após sua crucificação, Deus, o Pai, o ressuscitou, e Jesus foi feito Messias. Enquanto estava na carne não era o Messias do Pai. “Sendo pois Davi profeta, e sabendo que deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, SEGUNDO A CARNE, LEVANTARIA O CRISTO (MESSIAS), para o assentar no seu trono (At. 2:30). Este foi o testemunho de Pedro. Agora o de Paulo: Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, DECLARADO FILHO DE DEUS EM PODER, SEGUNDO O ESPÍRITO DE SANTIFICAÇÃO, PELA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS – JESUS CRISTO NOSSO SENHOR” (Rm. 1:3-4). Jesus não foi declarado Filho de Deus enquanto vivia na carne, mas só depois da ressurreição. Isto é, só foi declarado Filho de Deus Pai, após renunciar a carne do trono de Davi, após ter crucificada a carne; após renunciar todas as promessas referentes ao Messias da carne.

Os sacerdotes e os religiosos, escribas e fariseus negaram que Cristo fosse o Messias e incitaram o povo a pedir a sua morte na cruz (Mt. 26:59; 27:20-22). Os sacerdotes e os príncipes, e o povo, rejeitaram a Jesus Cristo, e o mataram pelas mãos dos soldados romanos (At. 2:36; 5:30-31).

E Jesus disse aos apóstolos: “QUEM VOS OUVE A VÓS, A MIM ME OUVE; E, QUEM VOS REJEITA A VÓS, A MIM ME REJEITA; E, QUEM A MIM ME REJEITA, REJEITA AQUELE QUE ME ENVIOU”  (Lc. 10:16). Os sacerdotes e príncipes, os fariseus e saduceus, e a massa do povo cego rejeitaram a Cristo e o mataram, e assim foram todos condenados ao inferno. Ficaram sem Jesus, sem o Pai, e sem a vida eterna por defenderem o Messias de carne, prometido por Jeová. Em outras palavras, ficaram com Jeová e sem Jesus e o Pai (At. 4:11; 13:46).

Os apóstolos testificaram posteriormente que Jesus é o Messias e não há outro. Pedro disse: “Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina, e em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At. 4:11-12).

Se Jesus é o Messias, e não há outro, e Jesus não assumiu as características do Messias guerreiro anunciado por Jeová, só podemos concluir que Jeová pintou uma imagem oposta ao Espírito de Jesus Cristo, para que fosse rejeitado e morto. Mas o Pai o ressuscitou dentre os mortos e o plano destruidor fracassou.

Todos os que estão  amarrados ao Velho Testamento (que foi abolido por Jesus Cristo em 2 Co. 3:4, pregam que Jesus vai voltar e assumir o reino de Israel, vai dominar as nações com vara de ferro, mas na carta aos hebreus temos a luz sobre o assunto: “JESUS CRISTO É MESMO ONTEM, HOJE, E ETERNAMENTE” (Hb. 13:8). Jesus Cristo é o que revelou nas suas obras durante sua passagem neste mundo. “As obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que eu faço, testificam de mim, que o Pai me enviou” (Jo. 5:36). “Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai” (Jo. 10:32). “Eu sou a luz do mundo”  (Jo. 8:12). Jesus não condenou e matou, não oprimiu, não ordenou pragas e pestes, só amou e nunca odiou ninguém. Se Jesus, ao voltar assumir aquele Messias despótico, não é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Na 2 Carta aos Tessalonicenses 1:7-8, lemos que Jesus vai voltar como labareda de fogo, tomando vingança. No original grego, a palavra é EKDIKHSIS, cuja tradução é punir e não tomar vingança. Foi colocada a palavra vingança para vincular Jesus a Jeová, o vingativo, e separá-lo do Pai que é só amor e misericórdia, mas Cristo não vai mudar (2 Co. 1: 3-4; 1 Jo. 4:7-8).

 

Autoria: Pr. Olavo Silveira Pereira

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