(434) – ANARQUISMO – II

ANARQUISMO 2

Jacó chegou ao Egito com cento e trinta anos e sessenta e seis filhos (Gn. 47:9; 46:26). A descendência de Jacó se multiplicou no Egito por setenta anos e em liberdade plena, até a morte de José. Quando Jacó chegou, José tinha trinta e nove anos, pois se apresentou a Faraó com trinta, e já se haviam passado sete anos de fartura e dois de fome, quando mandou buscar seu pai Jacó (Gn. 41:46; 45:6-9).Ora, José morreu com cento e dez anos (Gn. 50:22). Tirando de 110 os 39 anos que tinha quando seu pai chegou, sobram 71 anos nos quais o povo se multiplicou em plena liberdade. Depois da morte de José, se levantou outro Faraó que não conhecera José, e começou a oprimir o povo de Israel (Ex. 1:8-11). Quanto tempo durou isso? Levi, irmão mais novo de José, gerou Coate (Ex. 6:16). Coate gerou Anrão (Ex. 6:18). E Anrão gerou Moisés.  Os filhos de Jacó chegaram todos casados no Egito, e Jacó já tinha cinqüenta e três netos (Gn. 46:26). Sendo assim, Coate gerou Anrão no Egito, e Anrão gerou Moisés no Egito. Supondo que estas duas gerações se processaram em cinqüenta anos, que somados aos oitenta que Moisés tinha quando foi chamado, formam 130 anos (At. 7:23, 29-30). O total foram 200 anos vivendo no Egito, e aprendendo a adorar os treze deuses do Egito, e prostituindo-se no Egito.

É óbvio que o povo de Israel, depois de duzentos anos de corrupção, não iria virar santo quando ouviu Jeová proclamar a lei do monte Sinai, em meio a buzinas, trovões e relâmpagos (Hb. 12:18-21).Ninguém, ouvindo cinco frases, repete-as de cor. E muito menos dez, que são o número dos mandamentos.

Jeová libertou o povo por mão de Moisés operando dez pragas aos olhos dos egípcios. Saindo do Egito, atravessaram o mar Vermelho a pé enxuto, e viram os exércitos de Faraó serem destroçados pelo mar em fúria. Foram depois levados ao monte Sinai, onde Jeová proclamou verbalmente os dez mandamentos com voz de muitas águas. A cena era tão tétrica, que o próprio Moisés ficou assombrado e tremendo (Hb. 12:21). Depois disso Moisés subiu ao monte, e lá ficou quarenta dias. O povo, imaginando que Moisés os abandonara, exigiu que Arão lhes fizesse um bezerro de ouro com os anéis e braceletes de ouro provenientes do saque no Egito (Ex. 12:35-36). O bezerro era semelhante ao boi Apis, expressão máxima da divindade, e muito cultuado no Egito, que tinha nada menos do que treze deuses. O povo então, no dia seguinte, ofereceu holocaustos e sacrifícios ao boi Apis. E o povo assentou-se a comer e a beber; depois levantaram-se a folgar (Ex. 32:6).

Moisés desceu do monte, e vendo aquela algazarra, pois o povo estava nu (Ex. 32:25), arremessou as tábuas da lei de sua mão, quebrando-as; depois queimou o bezerro a fogo reduzindo-o a pó (Ex. 32:19-20). ESTAVA QUEBRADO O CONCERTO DA LEI QUE JEOVÁ PLANEJARA FAZER COM SEU POVO ISRAEL, SEU FILHO PRIMOGÊNITO (Ex. 4:22). O castigo da rebelião foi a morte de três mil homens, passados a fio de espada pelos filhos de Levi, para que a bênção de Jeová descesse novamente (Ex. 32:25-29).

Estevão, o primeiro mártir do cristianismo, descreve a visão apostólica de todo esse episódio:

“Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel: Jeová vosso Deus, vos levantará dentre vossos irmãos um profeta como eu; a ele ouvireis. Este é aquele que esteve entre a congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu palavras de vida para no-las dar. Ao qual nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram, e em seu coração tornaram ao Egito, dizendo a Arão: Faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque a este Moisés, que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu. E naqueles dias fizeram o bezerro, e ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegraram nas obras das suas mãos. Mas Deus se afastou, e os abandonou a que servissem o exército do cÉu, como está escrito no livro dos profetas: porventura me Oferecestes vítimas e sacrifícios no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? Antes tomastes o tabernáculo de Moloque, e a estrela de vosso deus Renfã, figuras que vós fizestes para as adorar. Transportar-vos-ei, pois para além da Babilônia” (At. 7:37-43).

Analisemos: Jeová considerou o pecado de Israel imperdoável. Então os abandonou e os entregou para que servissem o exército do céu. O que é o exército do céu? Proibindo o povo de adorar ídolos, Jeová disse: “E não levantes os teus olhos aos céus, e vejas o sol, e a lua, e as estrelas, todo o exército dos céus, e sejas impelido a que te inclines perante eles, e sirva Àqueles que Jeová teu Deus repartiu a todos os povos debaixo do céu” (Dt. 4:19). Jeová entregou Israel para adorar o exército dos céus antes de libertá-los dos ídolos do Egito. E os abandonou por quarenta anos no deserto. A estrela do deus Renfã, é a de Saturno, o planeta que para nós parece uma estrela.

Jeová não somente abandonou espiritualmente o povo como também se apartou deles. Ele disse a Moisés, depois da história do bezerro: “Eu enviarei um anjo adiante de ti, (e lançarei fora os cananeus, os amorreus, os heteus, os perizeus, os heveus e os jebuseus), a uma terra que mana leite e mel; porque eu não subirei no meio de ti, porquanto és povo obstinado, para que te não consuma eu no caminho”(Ex. 33:2-3). O anjo de Jeová era mau e deixou ficar os cananeus na terra (Jz. 2:1-3). E disse o anjo que deixou os cananeus para que os seus deuses servissem de laço para Israel. Os crentes não sabem que o anjo era maligno porque não entendem o hebraico, e os teólogos não os instruem. Em Nm. 22:22 está escrito que o anjo de Jeová é Satanás, mas nas Bíblias está traduzido por adversário e repete novamente emNm. 22:32.

O fato é que depois de quarenta anos Jeová não voltou para Israel. No período dos juízes, que durou uns quatrocentos anos, está escrito: “Naqueles dias não havia rei em Israel; cada qual fazia o que parecia bem aos seus olhos” (Jz. 17:6).

ESTAVA ESTABELECIDA A ANARQUIA!

Esdras, o escriba, no ano 457 antes de Jesus Cristo, nos disse: “Desde os dias de nossos pais até o dia de hoje estamos em grande culpa e, por causa das nossas iniqüidades fomos entregues, nós, e os nossos reis, e os nossos sacerdotes, nas mãos dos reis das terras, da espada, ao cativeiro, e ao roubo, e à confusão de rosto, como hoje se vê” (Ed. 9:7).

Para terminar, Jeová declara: “Segundo o número dos dias que espiastes esta terra, quarenta dias, por cada dia um ano, levareis as vossas iniqüidades sobre vós, quarenta anos, e conhecereis o meu apartamento” (Nm. 14:34). Jeová os tirou do Egito, prometendo levar a uma terra paradisíaca, e os abandonou no deserto nas mãos de um anjo maligno.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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