(126) – MOISÉS E O MESSIAS 3

        O batismo de Moisés foi figura. “E todas foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar” (1 Co. 10:2).E no verso seis lemos: “Estas coisas foram-nos feitas em figuras” (1 Co. 10:6). Podemos concluir que o próprio Moisés foi uma grande figura. Moisés predisse que Jeová deus iria levantar um profeta superior a ele. “Jeová teu deus te despertará um profeta no meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Dt. 18:15; Jo. 1:41-45).

Sendo Moisés figura, pelo que ele fez a mandado de Jeová, podemos traçar o perfil exato do Messias de Israel.

1.     Moisés foi o grande libertador de Israel da escravidão. “Eis que o clamor dos filhos de Israel chegou a mim, e também tenho visto a opressão com que os egípcios os oprimem. Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo (os filhos de Israel) do Egito” (Ex. 3:9-10). O Messias prometido viria para restaurar Israel e submeter as nações. “Eis que eu envio o meu anjo, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o anjo do concerto, a quem vós desejais; eis que vem, diz Jeová dos exércitos. MAS QUEM SUPORTARÁ O DIA DA SUA VINDA? E QUEM SUBSISTIRÁ, QUANDO ELE APARECER? PORQUE ELE SERÁ COMO O FOGO DO OURIVES E COMO O SABÃO DOS LAVANDEIROS, E ASSENTAR-SE-Á, AFINANDO E PURIFICANDO A PRATA; E PURIFICARÁ OS FILHOS DE LEVI” (Ml. 3:1-3). Este texto de Malaquias é dirigido aos judeus e não a Igreja. O profeta Ageu concorda com Malaquias. “Porque assim diz Jeová dos exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, e farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e a terra seca: E FAREI TREMER AS NAÇÕES, E VIRÁ O DESEJADO DE TODAS AS NAÇÕES, E ENCHEREI ESTA CASA DE GLÓRIA, DIZ JEOVÁ DOS EXÉRCITOS” (Ag. 2:6-7). A restauração de Israel implica no rebaixamento dos povos. “Porque te restaurarei a saúde, e te sararei as tuas chagas, diz Jeová; pois te chamam a enjeitada, dizendo: É SIÃO. Assim diz Jeová: Eis que acabarei o cativeiro das tendas de Jacó, e apiedar-me-ei das suas moradas; e a cidade será reedificada sobre seu montão, e o palácio permanecerá como antes. E sairá deles o louvor e a voz de Júbilo; e multiplicá-los-ei, e não serão diminuídos, e glorificá-los-ei, e seus filhos serão como na antiguidade, e a sua congregação será confirmada perante o meu rosto; E PUNIREI TODOS OS SEUS OPRESSORES” (Jr. 30:17-20).  No verso 16 Jeremias diz: “TODOS OS QUE TE DEVORAM SERÃO DEVORADOS, E TODOS OS TEUS ADVERSÁRIOS IRÃO, TODOS ELES, PARA O CATIVEIRO; E OS QUE TE ROUBAM SERÃO ROUBADOS, E TODOS OS QUE TE DESPOJAM ENTREGAREI AO SAQUE” (Jr. 30:16).

2.     O anjo Gabriel anunciou a Maria o nascimento de Jesus, como aquele que se assentaria no trono de Davi, para restaurar Israel, e submeter os povos de acordo com as profecias de Jeová (Lc. 1:31-33). No capítulo dois, Lucas afirma que Jesus é o Messias dizendo aos pastores: “Na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que e Cristo, o Senhor” (Lc. 2:11). Jesus, entretanto, não aceitou o trono de Davi, afirmando que o seu reino não é deste mundo (Jo.18:36). Em lugar de submeter os povos sob o tacão de Israel, Jesus ordenou aos discípulos, dizendo: “É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt. 28:18-20). Moisés foi figura de um messias carnal e terreno, que libertaria Israel de um jugo político, para torna-la a nação mais poderosa deste mundo. Jesus foi e é o Messias espiritual e celestial, que liberta todos os homens de um jugo satânico e tenebroso, para torna-los cidadãos do reino de Deus Pai no céu, e não na terra, por isso pregou, dizendo: “É CHEGADO O REINO DOS CÉUS” (Mt. 4:17).

3.     Jesus é o Messias, o único Messias, mas não o messias tribal e exclusivo de Israel, anunciado por Jeová, mas o Salvador de todos os homens condenados pelo mesmo Jeová a extinção; não o deus particular de um povo mau e pecador, mas um Deus cheio de amor para com todos e Salvador de todos (Rm. 3:29; Jo. 3:16-17; 2 Tm. 4:18; 1 Pd. 1:3-5). Jesus não disse que Jeová não é o Pai; simplesmente não revelou na sua vida e nas suas obras, o messias que Jeová preconizou, e afirmou categoricamente: “As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas testificam de mim” (Jo. 10:25). E em outra ocasião: “Quem me vê a mim, vê o Pai” (Jo. 14:9). “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo. 6:38). Jesus, com a sua vida, seu caráter, e suas obras, aniquilou com as profecias de Jeová sobre um Messias guerreiro, rei das nações e protetor de Israel, e foi por isso crucificado pelo seu povo. Os judeus creram no messias do Velho Testamento, de Jeová, que não veio, e não virá. A Igreja crê que Jesus acumula duas funções, isto é, é o Salvador de todos os homens, revelando o amor do Pai na dispensação da graça, mais vai voltar diferente, para restaurar Israel, e reinar sobre as nações com vara de ferro (Sl. 2:8-9; Ap. 2:26-27). Se Jesus, ao nascer em carne, se manifestou manso e humilde, e servo de todos, (Mt. 11:29; Mc. 10:44-45) e ao voltar, revelar outra face do seu caráter, então Jesus muda como Jeová mudava, mas na carta aos hebreus lemos: “JESUS CRISTO É O MESMO ONTEM, E HOJE, E ETERNAMENTE” (Hb. 13:8).

4.     O segundo ponto que identifica Moisés com o messias de Jeová é a vara. Quando Jeová chamou Moisés para a grande obra da libertação de Israel, este temeu ser rejeitado pelo povo. Então Jeová lhe disse: “Que é isso na tua mão? E ele disse: É uma vara” (Ex. 4:2). Pois aquela vara não era uma vara comum, e sim  a vara de Jeová, com a qual Moisés ia destruir os egípcios, um povo que o Pai ama e quer salvar (1 Tm. 2:3-4). “Tomou pois Moisés, sua mulher, e seus filhos, e os levou sobre um jumento, e tornou à terra do Egito; E MOISÉS TOMOU A VARA DE JEOVÁ NA SUA MÃO” (Ex. 4:20). “Pelo que, disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, e peleja contra Amaleque; amanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, E A VARA DE JEOVÁ ESTARÁ NA MINHA MÃO” (Ex. 17:9).

5.     Moisés tirou o povo de Israel do cativeiro egípcio com vara de ferro, pois os exércitos e o poder de Faraó sucumbiram diante do poder da vara de Jeová, que é figura da vara do Messias esperado, que iria com ela reger as nações. “Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro” (Sl. 2:8-9). Felizmente, os planos do verdadeiro Deus e Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo são outros, isto é, arrancar os que creem deste mundo cão e tenebroso, e pior que o inferno, pois vivendo aqui os homens pensam que estão no céu, até que a morte chegue por um enfarte, por um câncer, pela AIDS, por um crime, ou pela senilidade, etc. Mas Jesus, em obediência ao Pai, liberta os cativos do poder satânico, dos vícios, do mal, da morte, curando as doenças do corpo e da alma, enchendo-os de amor e paz, fazendo-os seus discípulos, e dando-lhes um ideal para a vida, recheado de dons e virtudes, para que os homens desfrutem no presente as glórias da ressurreição futura.

Autoria: Pr. Olavo Silveira Pereira

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