(359) – TABERA

TABERA

(ACENDER FOGO)

Nm. 11:3

         Diz a palavra divina que Jeová é um fogo consumidor: “Porque Jeová teu deus é um fogo que consome” (Dt. 4:24). E no Novo Testamento, na carta aos Hebreus, também está escrito: “Porque o nosso Deus é um fogo consumidor” (Hb. 12:29). Certamente o escritor da carta aos Hebreus está se referindo a Jeová. O profeta Daniel viu, numa visão noturna, o trono de Jeová envolto em chamas de fogo, e as rodas dele fogo ardente. Um ancião de dias estava assentado no trono, e um rio de fogo manava e saia de diante dele (Dn. 7:9-10). Era o juízo de Jeová. E o profeta Malaquias noz diz: “Mas quem suportará o dia da sua vinda? e quem subsistirá, quando ele se manifestar? porque ele será como o fogo do ourives” (Ml. 3:2). (Para fundir o povo).

Que fogo é esse que envolve Jeová, e que emana dele? Fogo de amor não é, pois destruiu Sodoma e Gomorra a fogo e enxofre: “Então Jeová fez chover enxofre e fogo, de Jeová desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra” (Gn. 19:24). E Jeová fez o mesmo com os filhos de Arão, o sumo sacerdote, escolhidos para ministrar no santuário. Diz o texto: “E os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário, e puseram nele fogo, e puseram nele incenso sobre eles, e trouxeram fogo estranho perante a face de Jeová, o que lhes não ordenara. Então saiu fogo de diante de Jeová, e os consumiu; e morreram perante Jeová” (Lv. 10:1-2). Então Moisés disse a Arão: Jeová disse: Serei santificado e glorificado diante do povo (Lv. 10:3). Jeová é santificado e glorificado diante do seu povo, não pelo perdão, não pela misericórdia, não pela mansidão, não pela virtude, mas pela ira e furor que produzem o fogo que mata e consome. Certamente Nadabe e Abiú pretenderam agradar a Jeová com o fogo que trouxeram.

Todas as vezes que o furor de Jeová se acendia, o fogo devorador consumia indistintamente homens, mulheres e crianças. Quando o povo de Israel peregrinava no deserto por quarenta anos, sem rumo, o povo, cansado, reclamava: “E aconteceu que, queixando-se o povo, era mal aos ouvidos de Jeová; porque Jeová ouviu-o, e a sua ira se acendeu, e o fogo de Jeová ardeu entre eles, e consumiu os que estavam na última parte do arraial. Então o povo clamou a Moisés, e Moisés orou a Jeová, e o fogo se apagou” (Nm. 11:1-2). Moisés condenou os freqüentes acessos de cólera de Jeová, e se recusou a continuar, pedindo a morte (Nm. 11:10-15)“E era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm. 12:3). Pois nem mesmo toda a mansidão de Moisés conseguiu suportar o fogo assassino e cruel de Jeová.

Acabe, o perverso, morreu, porque um espírito de mentira, vindo de Jeová, incitou Acabe a guerrear contra o rei da Síria, por uma questão de terras. E todos os profetas, menos um, Micaías, profetizaram mentirosamente, porque Jeová queria matar Acabe, o que realmente aconteceu (I Rs. 22:23-34). Isso aconteceu porque Jeová estava vingando a morte de Nabote, que se negou a vender a sua vinha ao rei Acabe. Quem proferiu a destruição da casa de Acabe, foi o profeta Elias, que foi o matador dos quatrocentos e cincoenta profetas de Baal, e dos quatrocentos profetas de Asera, que comiam na mesa de Jezabel, mulher de Acabe (I Rs. 18:19). A prova proposta por Elias, foi que, os profetas de Baal fizessem um altar, e Elias outro. Eles clamaram de manhã até ao meio dia, mas Baal não se manifestou. Ao meio dia Elias zombava. Eles clamavam com grandes vozes, e se retalhavam com facas, mas Baal não respondeu. Então Elias preparou o seu altar com lenha, dividindo um bezerro em pedaços, colocando-o sobre a lenha. Encheu de água quatro cântaros, e mandou derramar sobre o altar três vezes. A água escorria do altar. Elias então clamou a Jeová, e caiu fogo do céu, que consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e também a água, o que, vendo todos, caíram sobre os seus rostos, e disseram: Só Jeová é deus, só Jeová é deus! Elias então os fez descer ao ribeiro de Quisom, e ali os matou. (I Rs. 18:36-40).

Mas eles tinham crido que só Jeová era deus. E cantavam repetindo: “Só Jeová é deus”. E Jeová havia declarado: “Vivo eu, diz o senhor Jeová, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis, ó casa de Israel?” (Ez. 33:11). Em outra ocasião disse: “Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o senhor Jeová; convertei-vos, pois, e vivei” (Ez. 18:32). A hora era para salvar aqueles oitocentos e cinqüenta almas, que reconheceram que seu deus era falso, e não matá-los. Mas a ordem de Elias foi taxativa: “Lançai mão dos profetas de Baal; que nenhum deles escape. E Elias os fez descer ao vale de Quisom, e ali os matou” (I Rs. 18:40). Elias nem cogitou em lhes dar uma chance de conversão. Mas Elias fazia parte do ministério da morte (II Co. 3:6-11).

Em outra ocasião, o rei Acazias, filho de Acabe, com ódio de Elias, mandou buscá-lo por um pelotão de cincoenta soldados e um capitão. Ao chegarem, disse o capitão: Homem de deus, o rei diz: Desce. E Elias respondeu: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus cinqüenta. Então fogo desceu do céu, e os consumiu. O rei mandou outro capitão com mais cinqüenta. Elias clamou e de Jeová desceu fogo do céu e os consumiu (II Rs.1:9 a 12). Sobre este fato Jesus chamou Jeová de destruidor de almas (Lc.9:55 e 56).

Jesus então, tomou forma humana no ventre de Maria, e manifestou-se ao seu povo, dizendo: “Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto” (Jo. 14:7). E Jesus revelou outro Deus. Jeová era iracundo: “Jeová é um deus que se ira todos os dias” (Sl. 7:11). “Dei-te um rei na minha ira, e to tirei no meu furor” (Os. 13:11). Ler também Dt. 9:19-26. E depois que Jesus se manifestou, Jeová ficou manso e amoroso? Deus muda? João declara: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (I Jo. 4:8). Jeová era o deus da vingança: “Jeová é um deus zeloso e que toma vingança; Jeová toma vingança e é cheio de furor; Jeová toma vingança contra os seus adversários, e guarda ira contra os seus inimigos” (Na. 1:2). E depois de Cristo se mudou em deus perdoador? Mais uma vez, a palavra é de João: “Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são perdoados os pecados” (I Jo. 2:12). Jeová era o deus só de Israel, pois disse: “Filhos sois de Jeová vosso deus; não vos dareis golpes, nem poreis calva entre vossos olhos por causa de algum morto. Porque és povo santo a Jeová vosso Deus, e Jeová te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhes seres o seu povo próprio” (Dt. 14:1-2). E por isso ia submeter todas as nações debaixo dos pés de Israel(Sl. 47:3). Depois de Jesus, Jeová quer salvar a todos? (I Tm.4:10). Jeová era o deus da carne (Jr. 32:27; Is. 66:22-23). Depois de Jesus mudou? “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm. 8:7-8). Jeová era o deus do ouro e da prata: “Minha é a prata, e meu é o ouro, disse Jeová dos Exércitos” (Ag. 2:8). Depois de Jesus passou a ser o deus dos pobres? “Deus escolheu os pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam” (Tg. 2:5). Jeová sempre foi o deus da guerra, por isso tem um livro secreto das suas guerras, e o seu nome é Jeová dos Exércitos (Nm. 21:14). Depois de Jesus mudou para o Deus da paz?: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp. 4:7).

A solução do enigma está em que Jeová não muda (Ml. 3:6). Jeová sempre será irado, furioso, vingativo, destruidor, e forjador de males. Jesus desceu do céu, e revelou na sua vida e nos seus atos, um Deus bondoso, perdoador, salvador, e benigno até para os maus e injustos (Lc. 6:35; Mt. 5:43-48). Tiago, na sua epístola, diz: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tg. 1:17).

São dois: Um tenebroso, que não muda; e outro luminoso, que também não muda (I Tm. 6:16; I Jo. 1:5).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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