(109) – O MILÊNIO

O milênio é uma palavra usada para os mil anos em que Satanás estará preso; tempo em que os mártires reinarão sobre a Terra antes da segunda vinda de Cristo (Ap. 20:1). No verso seis lemos que são bem aventurados os que têm parte na primeira ressurreição. Isto pressupõe uma segunda ressurreição para juízo (Ap. 20:11-15). Estes textos deixam claro que os salvos ressuscitarão antes do milênio, e os passíveis de condenação ressuscitarão por último. No meio das duas ressurreições os santos reinarão com Cristo durante mil anos com vara de ferro (Ap. 2:26-27; 12:5; 19:15).

Vejamos o que Jesus ensinou sobre a sua volta. “Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou Joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Por que tem então joio? E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Quereis pois que vamos arrancá-lo? Porém ele lhes disse: Não; para que ao colher o joio não arranques também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: COLHEI PRIMEIRO O JOIO, E ATAI-O EM MOLHOS PARA O QUEIMAR; MAS O TRIGO AJUNTAI-O NO MEU CELEIRO” (Mt. 13:24-30).

Se foi João, o apóstolo, que escreveu o apocalipse, parece que tem opinião diferente de Jesus, pois afirma que os maus só serão colhidos após mil anos, depois dos justos, e Jesus explica que primeiro vai colher os maus. Os comentários do grego citam muitos pais da Igreja nos primeiros quatro séculos que não aceitavam o Apocalipse como canônico, talvez por algumas discordâncias. O fato é que, se o joio é colhido antes do trigo, acabaram as indagações dos milenistas, pré-milenistas e pós-milenistas. Ao explicar a parábola do trigo e do joio Jesus diz: “O que semeia a boa semente é o Filho do homem; o campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno; o inimigo que o semeou é o diabo: E A CEIFA É O FIM DO MUNDO; e os ceifeiros são os anjos. ASSIM COMO O JOIO É COLHIDO E QUEIMADO NO FOGO, ASSIM SERÁ NA CONSUMAÇÃO DESTE MUNDO. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidades, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mt. 13:37-43). Jesus está explicando que, por ocasião do fim deste mundo, colhe primeiro os maus e lança-os no inferno, e depois os justos entram na glória.

Paulo concorda com Jesus. Vejamos seu ensinamento sobre a ressurreição dos santos: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão da noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança; então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão, MAS VÓS, IRMÃOS, JÁ NÃO ESTAIS EM TREVAS, PARA QUE AQUELE DIA VOS SURPREENDA COMO LADRÃO” (1 Ts. 4:16-17; 5:1-4). Aqui Paulo explica que no momento da destruição deste mundo, a Igreja será arrebatada, com a ressurreição dos salvos. Na Segunda carta aos Tessalonicenses 1:7-10, o grande apóstolo dos gentios transmite a mesma ideia.

Pedro também concorda com Jesus e com Paulo. Leiamos seu ensino. “Mas os céus e a terra que agora existem, pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios” (2 Pd. 3:7). “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a Terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo pois de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, AGUARDANDO, E APRESSANDO-VOS PARA A VINDA DO DIA DE DEUS, EM QUE OS CÉUS EM FOGO SE DESFARÃO, E OS ELEMENTOS ARDENDO SE FUNDIRÃO?” (2 Pd. 3:10-12).

Segundo o ensino de Paulo, de Pedro e de Jesus, na hora do fogo, os ímpios não passam pelo fogo, mas os santos passam. E é o fim deste mundo cão. Não haverá sete anos de Anti-Cristo, nem vara de ferro, nem milênio com reinado de terror sobre os pecadores.

Em 1 Co. 3:11-15, lemos: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará, na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta, e o fogo provará qual seja o obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra que alguém fez se queimar, sofrerá detrimento, mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.”

O profeta Daniel, no capítulo 3 do seu livro nos mostra uma fantástica figura da volta de Cristo em fogo. Nabucodonozor fez uma estátua de ouro de uns 24 metros de altura, para que os povos de todas as nações se ajoelhassem diante dela. Nabucodonozor é figura do diabo, e o ouro, das riquezas que o diabo dá. Lá, todos se dobravam diante da estátua, do mesmo modo que hoje todos se curvam diante do dinheiro, e por isso adoram Satanás. Sadraque, Mesaque e Abdenego, amigos de Daniel, não se ajoelharam diante da estátua. Era uma afronta muito grande ao rei, pelo que o forno de fogo foi aquecido sete vezes mais, e os três rapazes foram atados e lançados na fornalha. Nabucodonozor, espantado, gritou: “Não lançamos nós três homens atados no fogo? Eu porém vejo quatro homens soltos que estão passeando no meio do fogo; e o aspecto do quarto é semelhante ao filho dos deuses.” Esses três moços simbolizam os salvos das três raças que povoam a Terra: A caucásica, a mongólica e a etiópica.

O importante é estar preparado para o fim deste mundo, para subir com os santos, e não ficar teologando sobre teorias de homens.

 

Autoria Pastor Olavo S. Pereira

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