(350) – PARA SEMPRE – II

PARA   SEMPRE   2

            Lembramos as palavras de Salomão, que são palavras de Jeová, que disse: “Eu sei que tudo quanto Jeová faz durará eternamente” (Ec. 3:14).

Jeová escolheu Israel para ser seu povo: “Filhos sois de Jeová vosso deus; não vos dareis golpes, nem poreis calva entre vossos olhos por causa de algum morto. Porque és povo santo a Jeová teu deus, e Jeová te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres seu povo próprio” (Dt. 14:1-2). Israel foi escolhido por Jeová para ser um reino sacerdotal (Ex.19:6). Jeová declarou que era o rei de Israel, dizendo: “Eu sou Jeová, vosso santo, o Criador de Israel, vosso rei” (Is. 43:15)A terra de Canaã pertencia a Jeová, muito embora fosse habitada pelos sodomitas, os cananeus: “Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha” (Lv. 25:23; Gn. 12:5-6, 10:19). A cidade de Jerusalém, tomada dos jebuzeus por Davi, foi escolhida para habitação de Jeová eternamente, pois está escrito: “E alguns dos chefes dos pais, vindo à casa de Jeová, que habita em Jerusalém, deram ofertas voluntárias para a casa de Jeová” (Ed. 2:68; Sl. 135:21). Esdras não disse: Jeová habitará, mas Jeová habita, e isso no ano 530 AC. Como fica? Jeová habitava nos escombros? Esdras foi enviado com Zorobabel para reconstruir o templo, pois tudo fora destruído e queimado por Nabucodonosor (II Cr. 36:19). Não está escrito que tudo o Deus faz durará eternamente? O reino de Israel foi dividido em dois nos dias de Roboão, filho de Salomão. E foram destruídos pelo próprio Jeová, como também a cidade onde morava e o templo de sua glória. Ele mesmo falou, dizendo: “Também a Judá hei de tirar de diante da minha face, como tirei a Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa de que disse: Estará ali o meu nome” (II Rs. 23:27). Jeová assumiu a destruição total porque se não assumisse estaria sendo despejado da sua casa por Nabucodonosor. Que fiasco! E Jeová tinha dito que santificou o templo para sempre (I Rs. 9:3). Tinha também confirmado o reino e o trono para sempre (II Sm. 7:16). E Jeová não cumpriu a promessa. Não pôde? Satã foi mais forte? Isaias falou, dizendo: “Porque Jeová dos Exércitos o determinou; quem pois o invalidará? e a sua mão estendida está; quem pois a fará voltar atrás?” (Is. 14:27).

As promessas de Jeová deixam muito a desejar, pois não se cumprem. Ele salvou o seu povo do jugo egípcio, e os levou ao deserto para matá-los na sua ira e no seu furor infernal (Dt. 32:22). Não os matou na hora para que as nações não falassem mal (Ex. 32:10-12). Mais tarde quis destruí-los novamente, mas Moisés impediu o massacre, pois os egípcios iriam dizer que Jeová não teve poder para concluir a obra (Nm. 14:11-16). E Jeová confessa que ficou cheio de ira por quarenta anos. É o que lemos no Sl. 95:10-11. O mesmo texto é repetido na carta aos hebreus, dizendo: “Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto?” (Hb. 3:17). Não matou na hora para satisfazer a fúria sanguinária, porque iriam falar mal dele; então, por quarenta anos matava 150 por dia. O Sl. 7:11 diz que Jeová é o deus que se ira todos os dias. Mas no Sl. 121:4 lemos que deus não dorme. Já pensaram? Quarenta anos de ira e furor ininterruptos? A mim, me dá pena, pois é tão bom amar. E amar os inimigos é ainda melhor. Mas Jeová não teve descanso, nem de dia e nem de noite. Foram quarenta anos sendo roído pelo ódio (Sl. 78:59).

O fato é que, todo o bem que Jeová promete, ou promete realizar, não o consegue. Jeová tinha dito que a casa do sumo sacerdote Eli andaria perpetuamente diante dele. Mas porque os filhos de Eli pecaram, Jeová, dominado pela ira mudou o projeto, e destruiu a casa de Eli (I Sm. 2:30-36). E lançou terríveis e eternas maldições para sempre. O mal de Jeová é eterno, a benção e o bem, não.

Quando uma nação ou homem peca contra Jeová, ele se arrepende do bem que prometeu, e forja males monstruosos (Jr. 18:10-11). Quando Jeová abençoa, e a pessoa peca, ele amaldiçoa a própria benção, e para sempre: “E agora, ó sacerdotes, este mandamento vos toca a vós. Se o não ouvirdes, e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz Jeová dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho amaldiçoado, porque vós não pondes isso no coração. Eis que vos corromperei a semente, e espalharei esterco sobre os vossos rostos, o esterco das vossas festas; e com ele sereis tirados” (Ml. 2:1-3).

O homem mais abençoado do Velho Testamento foi Davi. Vejam o que Jeová falou dele a Saul, rei de Israel: “Agora não subsistirá o teu reino; já tem buscado Jeová para si um homem segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado Jeová, que seja chefe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que Jeová ordenou” (I Sm. 13:14). E disse mais Jeová: “Achei a Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi. Com ele a minha mão ficará firme, e o meu braço o fortalecerá. O inimigo não o importunará, nem o filho da perversidade o afligirá. E eu derribarei os seus inimigos perante a sua face, e ferirei os que o aborrecem” (Sl. 89:20-23). E continua, dizendo: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu deus, e a rocha da minha salvação. Também por isso lhe darei o lugar de primogênito; fá-lo-ei mais elevado do que os reis da terra. A minha benignidade lhe guardarei para sempre, e o meu concerto lhe será firme. E conservarei para sempre a sua descendência, e o seu trono como os dias do céu. Se os seus filhos deixarem a minha lei, e não andarem nos meus juízos, se profanarem os meus preceitos, e não guardarem os meus mandamentos, então visitarei com vara a sua transgressão, e a sua iniqüidade com açoites. Mas não retirarei totalmente dele a minha benignidade, nem faltarei à minha fidelidade. Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei por minha santidade que não mentirei a Davi. A sua descendência durará para sempre, e o sue trono será como o sol perante mim. Será estabelecido para sempre como a lua; e a testemunha no céu é fiel” (Sl. 89:26-37).

Continuando a leitura do salmo, leiamos o que Davi respondeu a Jeová: “Mas tu rejeitaste e aborreceste; tu te indignaste contra o teu ungido. Abominaste o concerto do teu servo; profanaste a sua coroa, lançando-a por terra. Derribaste todos os seus muros; arruinaste as suas fortificações. Todos os que passam pelo caminho o despojam; tornou-se o opróbrio dos seus vizinhos. Exaltaste a dextra dos seus adversários; fizeste com que todos os seus inimigos se regozijassem. Também embotaste o fio da sua espada, e não o sustentaste na peleja. Fizeste cessar o seu resplendor, e deitaste por terra o seu trono. Abreviaste os dias de sua mocidade, cobriste-o de vergonha” (Sl. 89:38-45). Depois do adultério de Davi, Jeová executou cruel vingança contra ele. Matou o filho nascido do adultério (II Sm. 12:14-19). Jeová, também, despertou uma louca paixão entre Amnom e a sua irmã Tamar. Depois de consumado o incesto, Amnom aborreceu a irmã, e a pôs na rua. Em seguida, Absalão, irmão de Tamar, numa festa, assassinou Amnom, o primogênito de Davi (II Sm. 13). Absalão forma um exército de queixosos e marcha contra o palácio do rei, seu pai. Este, para não matar o próprio filho, foge (II Sm. 15). Dez concubinas de Davi ficaram no palácio. Absalão manda armar uma tenda no terraço do palácio, e, à vista do povo, violenta sexualmente as dez mulheres (II Sm. 16:21-23). Joabe, então, mata Absalão contra a vontade de Davi (II Sm. 18:9-15).Davi se considera amaldiçoado por Jeová (II Sm. 16:5-12). A vida de Davi se tornou um inferno.

Por fim, Salomão, filho de Davi e Bate-Seba, escolhido por Jeová para reinar no lugar do pai, voluptuoso e lúbrico, casa com mil mulheres, moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, e a filha de Faraó. Estas mil corromperam Salomão, que se tornou idólatra, e o reino se dividiu em dois, antes de acabar (I Rs. 11:1-13; II Rs. 23:27). Jeová trocou em maldição todas as bênçãos de Davi para sempre.bbbb

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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