(423) – MANIFESTAÇÃO DE CRISTO – III

MANIFESTAÇÃO DE CRISTO 3

Muitos cristãos imaginam que Jesus Cristo subiu e desceu a este mundo muitas vezes como Jeová, que desceu no Jardim do Edem: “E ouviram a voz de Jeová deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença de Jeová deus, entre as árvores do jardim” (Gn. 3:8).

Quando Abraão tinha noventa e nove anos, Jeová desceu pela segunda vez, e apareceu ao patriarca, dizendo: “Eu sou o El Shaday (deus Todo-poderoso); anda em minha presença e sê perfeito” (Gn. 17:1).Nesta aparição fez com Abraão o pacto da circuncisão (Gn. 17:10).

A terceira vez que Jeová desce à terra, vem acompanhado de mais dois anjos. Estas duas manifestações de Jeová se deram 2.146 anos depois Jeová apareceu a Adão. Entendemos que Jeová desceu e se manifestou a Noé 1.756 anos depois de Adão, por ocasião do dilúvio, porque está escrito que Jeová fechou a arca por fora (Gn. 7:16). E Noé tinha seiscentos anos (Gn. 7:11). Mas voltemos a Abraão:

O motivo desta aparição foi marcar a data do nascimento do filho prometido. Sara era estéril, e Jeová estava prometendo o milagre há vinte e quatro anos. Nesta ocasião, em que Jeová e mais dois anjos cearam com Abraão, Sara preparou bolos, e uma vitela assada e regada com manteiga e leite, Jeová marcou o nascimento tão esperado de Isaque. Sara, incrédula pela demora, riu-se de Jeová (Gn. 18:1-12). Convém lembrar que Abraão também tinha perdido as esperanças e caçoou (Gn. 17:15-17). Em Gn. 21:1-8 deu-se o nascimento milagroso, pois Abraão não se deitou com sua mulher (Hb. 11:11). Depois da morte de Abraão, Jeová se manifestou pessoalmente a Isaque (Gn. 26:1-5). Apareceu de novo a Isaque (Gn. 26:24). O próprio Jeová declara que apareceu pessoalmente a Abraão, Isaque e Jacó (Ex. 6:3).

Outro grande homem a quem Jeová se manifestou pessoalmente foi Moisés, o eleito de Jeová para libertar Israel do jugo de Faraó, no Egito. Foi assim: “Apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Mídia; e levou o rebanho atrás do deserto, e veio ao monte de Deus, a Horebe. E apareceu o anjo de Jeová em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. E Moisés disse: Agora me virarei para lá, e verei esta grande visão, porque a sarça não se queima. E vendo Jeová que se virava para lá a ver, bradou deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus pés, porque o lugar em que tu estás é terra santa. Disse mais: Eu sou o deus de teu pai, o deus de Abraão, o deus de Isaque, e o deus de Jacó” (Ex. 3:1-6). E Jeová passou a tratar com Moisés de maneira muito íntima, que numa ocasião em que Miriã e Arão se insurgiram contra Moisés, Jeová se interpôs dizendo: “Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós houver profeta, eu, Jeová, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele, mas não é assim com meu servo Moisés que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras, pois ele vê a semelhança de Jeová. Por que não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés?” (Nm. 12:6-8). É estranho que Jeová, que tinha Moisés em tão alto prestígio, o condenasse à morte só pelo fato de ferir a rocha duas vezes (Nm. 20:11-12). Mas o problema maior não é esse. O problema grave para um deus está no fato de passar por cima da sedução e do adultério de Davi, seguido do crime de homicídio contra Urias, para poder casar com a adúltera, crimes previstos na lei. Os adúlteros serão mortos (Lv. 20:10), e quem matar um homem, morrerá (Lv. 24:17). E Jeová assim se refere aos crimes de Davi, por quem quebrou a própria lei, destruindo-a: “Mas por amor de Davi Jeová lhe deu uma lâmpada em Jerusalém, levantando o seu filho depois dele, e confirmando a Jerusalém. Porquanto Davi tinha feito o que parecia reto aos olhos de Jeová, e não se tinha desviado de tudo o que lhe tinha ordenado em todos os dias de sua vida, senão só no negócio de Urias, o heteu” (I Rs. 15:4-5). Jeová nem mencionou o vergonhoso adultério de um homem que tinha seis mulheres e dez concubinas (I Cr. 3:1-3; II Sm. 20:3).

Jeová se manifestou a Isaías, a Jeremias, a Ezequiel, e a outros. Vejamos agora, pela palavra de Deus, quantas vezes Jesus Cristo se manifestou aos homens. É Paulo, o maior apóstolo quem fala: “Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios; se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como me foi este mistério manifestado pela revelação como a pouco vos escrevi; pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, O QUAL NOUTROS SÉCULOS NÃO FOI MANIFESTADO AOS FILHOS DOS HOMENS, COMO AGORA TEM SIDO REVELADO PELO ESPÍRITO AOS SEUS SANTOS APÓSTOLOS E PROFETAS” (Ef. 3:1-5). Este mistério esteve oculto em Deus nos séculos que se passaram. Nem os anjos do céu tinham conhecimento do mistério de Cristo (Ef. 3:9-10; Cl. 1:26-27). Se Cristo tivesse se manifestado no Velho Testamento de alguma forma, os anjos saberiam. Vejamos quando Cristo se manifestou:

“Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora na consumação dos séculos UMA VEZ SE MANIFESTOU, PARA ANIQUILAR O PECADO PELO SACRIFÍCIO DE SI MESMO” (Hb. 9:24-26). E quando foi essa única vez que Cristo se manifestou? É o mesmo Paulo quem responde: “Sem dúvida alguma grande é o mistério da piedade: AQUELE QUE SE MNAIFESTOU EM CARNE, FOI JUSTIFICADO EM ESPÍRITO, VISTO DOS ANJOS, PREGADO AOS GENTIOS, CRIDO NO MUNDO, E RECEBIDO ACIMA NA GLÓRIA” (I Tm. 3:16).

É isto que é confessar que Cristo veio em carne (I Jo. 4:2-3, 6).

E Jeová se manifestou dezenas, ou centenas de vezes, e Jesus só se manifestou uma vez; fica claro que Jesus não é Jeová, e que a obra de Jeová não é a mesma de Cristo.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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